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CADERNO DOUTRINÁRIO 13

DEFESA PESSOAL

MANUAL TÉCNICO-PROFISSIONAL
Nº 3.04.13/2013-CG
CADERNO DOUTRINÁRIO 13

DEFESA PESSOAL

MANUAL TÉCNICO-PROFISSIONAL
Nº 3.04.13/2013-CG

Regula as Técnicas de Defesa Pessoal Militar


na Polícia Militar de Minas Gerais.

Belo Horizonte - MG
Academia de Polícia Militar
2013
Direitos exclusivos da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais (PMMG).
Reprodução condicionada à autorização expressa do Comandante-Geral da PMMG.
Circulação restrita.

Governador do Estado: Antonio Augusto Junho Anastasia


Comandante-Geral da PMMG: Cel. PM Márcio Martins Sant´ana
Chefe do Estado-Maior: Cel. PM Divino Pereira de Brito
Chefe do Gabinete Militar do Governador: Cel. PM Luis Carlos Dias Martins
Comandante da Academia de Polícia Militar: Cel. PM Sérgio Augusto Veloso Brasil
Chefe do Centro de Pesquisa e Pós-Graduação: Ten.-Cel. PM Sílvio José de Sousa Filho
Tiragem: 3.000 exemplares

M663m MINAS GERAIS. Polícia Militar. Manual técnico-pro ssional n 3.04.13/2013


defesa pessoal policial. Belo Horizonte: PMMG - Comando-Geral, 2013.

188 p.: il.

1.Técnica policial-defesa pessoal. 2. Defesa pessoal-treinamento. 3. Equipamento


policial. I. Título.
CDU 355.233.22

Ficha catalográ ca: Rita Lúcia de Almeida Costa – CRB – 6ª Reg. n.1730

ADMINISTRAÇÃO:
Centro de Pesquisa e Pós Graduação
Rua Diábase 320 – Prado Belo Horizonte – MG
CEP 30410-440
Tel.: (0xx31)2123-9513
E-mail: cpp@pmmg.mg.gov.br

SUPORTE METODOLÓGICO E TÉCNICO


Seção de Emprego Operacional (EMPM/3)
Quartel do Comando-Geral da PMMG
Cidade Administrativa/Edifício Minas, Rodovia Prefeito Américo Gianetti, s/n –
6º andar - Bairro Serra Verde – Belo Horizonte – MG – Brasil - CEP 31.630-900
Telefone: (31) 3915-7799.
RESOLUÇÃO N° 4263, DE 11 DE JUNHO DE 2013.

Aprova o Manual Técnico-Pro ssional de


Defesa Pessoal Policial Militar na Polícia
Militar de Minas Gerais.

O COMANDANTE-GERAL DA POLÍCIA MILITAR DE MINAS


GERAIS, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo inciso I,
alínea I do artigo 6°, item V, do Regulamento aprovado pelo Decreto n°
18.445, de 15Abr77 – (R-100), e à vista do estabelecido na Lei Estadual
6.260, de 13Dez73, e no Decreto n° 43.718, de 15Jan04, RESOLVE:

Art. 1°- Aprovar Manual Técnico-Pro ssional nº 3.04.13/2013-


CG, ilustrativamente denominado Caderno Doutrinário de Defesa
Pessoal Policial Militar, que visa regular as técnicas de defesa pessoal
militar a serem utilizadas na Polícia Militar de Minas Gerais.

Art. 2° - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.


Art. 3° - Revogam-se as disposições em contrário.

QCG em Belo Horizonte, 11 de junho de 2013.

(a) MÁRCIO MARTINS SA NT´ANA, CORONEL PM


COMANDANTE-GERAL
Equipe de Colaboradores:

Tenente-Coronel PM Sílvio José de Sousa Filho


Tenente-Coronel PM Winston Coelho Costa
Major PM Cláudio José Dias
Major PM Olímpio Garcia Pereira Júnior

Major PM Eugênio Pascoal da Cunha Valadares


Major PM Cleverson Natal de Oliveira
Capitão PM Ricardo Luiz Amorim Gontijo Foureaux
Capitão PM Rodolfo César Morotti Fernandes
Capitão PM Cássio Antônio dos Santos
Capitão PM Andrea Danielle Janhsen Mendes
1º Tenente PM Rodrigo Saldanha
1º Tenente Mauro Lúcio Siqueira Júnior
1º Tenente PM Antônio Hot Pereira de Faria
1º Tenente PM Eduardo Godinho Pereira

1º Tenente PM Rodrigo Victor Foureaux Soares


Subtenente PM Antônio Geraldo Alves Siqueira
Subtenente PM Gielvane Celso de Miranda
1º Sargento PM José Henrique Alves Teixeira
1º Sargento PM Gelvânio Leandro Gonçalves
1º Sargento PM Robson Matos Calixto
2º Sargento PM Luiz Henrique de Moraes Firmino
2º Sargento PM Márcia Daniela Bandeira Silva
2º Sargento PM Danilo Teixeira Alcântara
2º Sargento Glauber Clayton Favato Godinho
3ª Sargento Antônio Henrique Faria
3ª Sargento Denílson Antônio Ferreira
Cabo PM Elias Sabino Soares
Cabo PM Antônio Dundá dos Santos
Soldado PM Leonardo Giori de Oliveira
Professor Hugo de Moura
Professora Maria Sílvia Santos Fiúza
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 01 – Pontos vulneráveis do corpo humano (frente). Zonas de
impacto........................................................................................................................ 38
Figura 02 – Pontos vulneráveis do corpo humano (costas). Zonas de
impacto.........................................................................................................................38
Figura 03 – Representação grá ca da esquiva................................................42
Figura 04 – Detalhamento das possibilidades técnicas de esquiva........42
Figura 05 – Queda para frente posição inicial ................................................45
Figura 06 – Queda para frente posição nal ...................................................45
Figura 07 – Queda para frente (detalhe do amortecimento – vista
lateral)............................................................................................................................45
Figura 08 – Posição inicial queda para trás......................................................46
Figura 09 – Queda para trás posição nal.........................................................46
Figura 10 – Posição inicial queda lateral............................................................47
Figura 11 – Segunda posição queda lateral ....................................................47
Figura 12 – Posição nal da queda lateral .......................................................47
Figura 13 – Posição inicial rolamento para frente .........................................48
Figura 14 – Segunda posição rolamento para frente ..................................48
....48
Figura 15 – Detalhe da posição do pescoço do lado oposto ao rolamento.
Figura 16 – Detalhe da posição do queixo e das mãos.................................49
Figura 17 – Posição nal do rolamento para frent
e ......................................49
Figura 18 – Posição inicial da levantada técnica ...........................................50
Figura 19 – Posição dois da levantada técnica ...............................................50
Figura 20 – Posição três da levantada técnica ................................................50
Figura 21 – Posição quatro da levantada técnica ..........................................51
Figura 22 – Posição nal da levantada técnica ..............................................51
Figura 23 – Posicionamento do punho para os socos .................................55
Figura 24 – Posicionamento do punho para os socos .................................55
Figura 25 – Posicionamento do punho para os socos .................................55
Figura 26 – Posicionamento do punho para os socos..................................56
Figura 27– Posicionamento do punho para os socos...................................56
Figura 28 – Posicionamento do punho para os socos..................................56
Figura 29 – Posição inicial soco jab......................................................................56
Figura 30 – Posição nal soco jab........................................................................56
Figura 31 – Posição inicial soco direto................................................................57
Figura 32 – Posição nal soco direto ..................................................................57
Figura 33 – Posição inicial soco upper ...............................................................57
Figura 34 – Posição nal soco upper ..................................................................57
Figura 35 – Posição inicial soco cruzado ..........................................................58
Figura 36 – Posição nal soco cruzado..............................................................58

Figura 37 – Posição inicial do chute....................................................................59


Figura 38 – Posição inicial chute frontal............................................................60
Figura 39 – Elevação do joelho da perna que efetuar o chute .................60
Figura 40 – Posição nal desferindo o chute e esticando a perna..........61
Figura 41 – Detalhe da posição nal...................................................................61
Figura 42 – Posição inicial chute lateral.............................................................62
Figura 43 – Giro do corpo para frente................................................................62
Figura 44 – Elevação do joelho da perna que irá desferir o chute...........62
Figura 45 – Posição nal do chute lateral ........................................................62
Figura 46 – Posição inicial chute circular ..........................................................63
Figura 47 – Elevação do joelho com giro lateral ............................................63
Figura 48 – Giro do quadril no chute giratório ..............................................63
Figura 49 – Posição nal com a par
te superior do pé atingindo o
adversário ....................................................................................................................63
Figura 50 – Posição inicial ou guarda alta.........................................................65
Figura 51 – Defesa de soco à altura do rosto...................................................65
Figura 52 – Posição inicial ou guarda alta........................................................66
Figura 53 – Posição nal da defesa de soco à altura do peito...................66
Figura 54 – Posição inicial ou guarda alta........................................................67
Figura 55 – Posição nal dadefesa de golpes à altura do abdômen....67

Figura 56 – Algema com trava ao lado da fechadura ..................................71


Figura 57 – Posição correta para algemação ..................................................72
Figura 58 – Posição correta para algemação ..................................................72
Figura 59 – Maneira correta para portar algemas .........................................72
Figura 60 – Maneira correta para portar algemas .........................................72
Figura 61 – Maneira incorreta de portar algemas .........................................73
Figura 62 – Maneira incorreta de portar algemas .........................................73
Figura 63 – Posição do preso com as mãos na testa ....................................73
Figura 64– Posição do preso com as mãos apoiadas em um obstáculo ...73
Figura 65 – Aproximação do policial com apoio de uma das mãos
sobre a coluna lombar do infrator ......................................................................74
Figura 66 – Posição do policial para aplicar as algemas..............................74
Figura 67 – Localização da algema para aplicação........................................74
Figura 68 – Aplicação da algema na mão do preso.......................................75
Figura 69 – Ajuste da algema no pulso.............................................................75
Figura 70 – Posicionamento do braço após a aplicação da algema........75
Figura 71 – Policial controla uma das mãos e segura a outra....................76
Figura 72 – Posição do policial segurando os dedos da mão que está
apoiada no obstáculo .............................................................................................76
Figura 73 – Algemação da segunda mão..........................................................76
Figura 74 – Posição do policial segurando o bloco de trancamento para
a condução .................................................................................................................76
Figura 75 – Detalhe da posição do policial segurando o bloco d e
trancamento para a condução.............................................................................77
Figura 76 – Infrator ajoelhado com pés cruzados e dedos das mãos
entrelaçados ...............................................................................................................78
Figura 77 – Aproximação do policial para algemação do infrator ..........79
Figura 78 – Detalhe do polegar e indicador do policial segurando dois
dedos do infrator ......................................................................................................79
Figura 79 – Detalhe da posição da perna do policial entre as pernas do
infrator...........................................................................................................................79
Figura 80 – Detalhe da posição da perna do policial sob as pernas do
infrator...........................................................................................................................79
Figura 81 – Saque da algema mantendo o controle sobre as mãos do
infrator ..........................................................................................................................80
Figura 82 – Detalhe do posicionamento da algema no punho do
infrator...........................................................................................................................80
Figura 83 – Detalhe do ajuste da algema no punho ...................................80
Figura 84 – Posição de passagem da mão algemada doinfrator, pelo
bloco de trancamento.............................................................................................81
Figura 85 – Detalhe do giro para passar o braço por baixo do braço do
infrator .........................................................................................................................81
Figura 86 – Detalhe do posicionamento da segunda argola da algema
para facilitar a algemação do segundo braço.................................................81
Figura 87 – Detalhe do posicionamento da segunda argola da algema
para facilitar a algemação do segundo braço (vista lateral)......................82
Figura 88 – Manutenção da posição desconfortável do infrator.............82
Figura 89 – Inversão da pegada na mão sobre a cabeça do infrator .....82
Figura 90 – Detalhe da inversão da pegada (polegar e indicador

voltados para o punho do infrator) ....................................................................82


Figura 91 – Detalhe da forma de pegada na mão que será algemada..........82
Figura 92 – Detalhe da forma correta de segurar bloco de trancamento
da algema para condução......................................................................................82
Figura 93 – Posição inicial com o infrator deitado em decúbito ventral
com mãos sobre a cabeça .....................................................................................83
Figura 94 – Posição do infrator após comando verbal do policial: deitado
com braços abertos e palmas das mãos voltadas para cima ....................84
Figura 95 – Aproximação do policial pela lateral da cabeça do infrator.......84
Figura 96 – Detalhe da aproximação do policial pelo lado oposto ao dos
olhos do infrator.........................................................................................................85
Figura 97 – Policial domina a mão do infrator, segurando seus dedos
rmemente .................................................................................................................85
Figura 98 – Posição do policial ajoelhado sobre as costas do infrator
dominando seu braço e mantendo controle sobre o seu corpo..............86
Figura 99 – Detalhe da pegada dos dedos da mão do infrator.................86
Figura 100 – Saque da algema para aplicação no infrator..........................87
Figura 101– Algemação do primeiro braço dominado pelo policial.....87
Figura 102 – Algemação do segundo braço do infrator ............................88
Figura 103 – Detalhe da algemação do segundo braço.............................88
Figura 104 – Detalhe da posição das mãos após algemação ...................89
Figura 105 – Posição nal da mão após a algemação .................................89
Figura 106 – Sequência para levantar infrator algemado...........................90
Figura 107 – Posição inicial com infrator algemado na posição de pé ...91
Figura 108 – Posicionamento correto para segurar e reter o braçoe a
posição da mão..........................................................................................................91
Figura 109 – Detalhe do posicionamento correto para segurar e reter o
braço e posição da mão..........................................................................................92
Figura 110 – Detalhe do forçamento do pulso do infrator.........................92
Figura 111 – Posição adequada do policial para condução do infrator..93
Figura 112 – Aproximação para execução da técnica...................................94
Figura 113 – Posição dos dedos polegar e indicador do policial para
aplicação da técnica..................................................................................................95
Figura 114 – Detalhe da posição dos dedos ...................................................95
Figura 115 – Posição do policial durante a condução (a mão que não
realiza a técnica controla o braço do suspeito)...............................................96
Figura 116 – Posição do policial durante a condução (detalhe do
desequilíbrio no infrator produzido pela técnica).........................................97
Figura 117 – Posição inicial de emprego da técnica.....................................97
Figura 118 – Detalhe da posição da mão para segurar o bloco de
trancamento das algemas e com a outra o braço do infrator..................98
Figura 119 – Detalhe da torção da algema no punho do conduzido.....98
Figura 120 – Detalhe da torção das algemas...................................................99
Figura 121 – Sequência da condução com torção de algema..................99
Figura 122 – Suspeito agarra um dos punhos do policial .......................103
Figura 123 – Detalhe da posição de quem agarra o pulso ......................104
Figura 124 – Giro para forçamento e saída de agarramento em um
punho..........................................................................................................................104
Figura 125 – Sequência da técnica de liberação de pulso........................105
Figura 126 – Pegada com as duas mãos no mesmo braço ....................106
Figura 127 – Demonstração da técnica de saída deagarramento com
agente segurando com as duas mãos.............................................................106
Figura 128 – Demonstração da saída do agarramento ............................107
Figura 129 – Agarramento simultâneo dos dois pulsos............................108
Figura 130 – Efetuar liberação puxando os braços na direção do próprio
tronco .........................................................................................................................108
Figura 131 – Posição inicial do agarramento lateral no pescoço...........111
Figura 132 – Sequência de demonstração da técnica de saída de
agarramento lateral do pescoço.......................................................................112
Figura 133 – Sequência de imobilização do infrator após saída do

agarramento lateral do pescoço.......................................................................112


Figura 134 – Posição nal da técnica...............................................................113
Figura 135 – Detalhe da posição nal da técnica com forçamento do
braço............................................................................................................................113
Figura 136 – Demonstração da pegada na cintura do infrator...............114
Figura 137 – Demonstração da técnica de saída do agarramento
cinturado pela frente.............................................................................................114
Figura 138 – Demonstração da joelhada e retorno à posição defensiva.......115
Figura 139 – Posição nal após a ex
ecução da técnica..............................115
Figura 140 – Posição inicial da saída do agarramento...............................116
Figura 141 – Detalhe da posição do polegar sobre o olho......................116
Figura 142 – Detalhe da outra mão colocada por debaixo do queixo do
infrator.........................................................................................................................117
Figura 143 – Demonstração do empurrão para trás..................................117
Figura 144 – Policial continua empurrando até desvencilhar-se do
agarramento.............................................................................................................117
Figura 145 – Posição nal após emprego datécnica de saída de
agarramento na cintura, por baixo dos braços............................................117
Figura 146 – Posição inicial o agarramento pelas costas..........................118
Figura 147 – Posição inicial de saída do agarramento cinturado pelas
costas..........................................................................................................................118
Figura 148 – Primeiro passo da saída do agarramento cinturado pelas
costas (policial passa uma de suas pernas por detrás de uma das pernas
do agressor)..............................................................................................................119
Figura 149 – Segundo passo da saída do agarramento cinturado pelas
costas (policial passa uma de suas pernas por detrás de uma das pernas
do agressor) – Vista frontal..................................................................................119
Figura 150 – Terceiro passo da saída do agarramento cinturado pelas
costas (Policial segura as pernas do agressor).............................................119
Figura 151 – Quarto passo da saída do agarramento cinturado pelas
costas (Policial retira o infrator do solo)..........................................................119
Figura 152 – Detalhe da elevação das pernas do infrator........................120

Figura 153 – Policial gira o corpo do infrator lançando-o para trás......120


Figura 154 – Finalização do giro lançando o infrator para trás...............120
Figura 155 – Policial, após a queda do infrator, avança apoiando o joelho
sobre o abdômen....................................................................................................120
Figura 156 – Policial mantém os braços livres ao ser agarrado..............121
Figura 157 – Policial efetua um soco no dorso da mão do infrator ....121
Figura 158 – Detalhe da liberação da mão após desferido o soco .......121
Figura 159 – Detalhe da posição do dedo médio no momento do soco .....121
Figura 160 – Posição inicial para a execução da técnica 01 de
projeção......................................................................................................................126
Figura 161 – O policial militar avança uma perna do lado do coldre
segurando com a mão, do mesmo lado, o antebraço do infrator ........126
Figura 162 – Policial bate com a perna na parte posterior da perna do
infrator .......................................................................................................................127
Figura 163 – Policial avança, após a quedado infrator, para fazer a
imobilização com o joelho na barriga do agressor.....................................128
Figura 164 – Posição inicial para a execução da técnica 02 de projeção ......129
Figura 165 – Policial realiza a esquiva avançando em direção às pernas
do infrator .................................................................................................................129
Figura 166 – Policial agarra as pernas do infrator apoiando o ombro na
altura da sua cintura .............................................................................................130
Figura 167 – Policial projeta o agressor retirando as suas duas pernas
do solo.........................................................................................................................130
Figura 168 – Após a queda, o policial militar avança pela lateral do
corpo do infrator para promover sua imobilização ..................................131
Figura 169 – Posição de imobilização número 01 ......................................132
Figura 170 – Posição de imobilização número 01 com detalhe do
joelho no torrax e domínio do braço o ........................................................132
Figura 171 – Simulação de ataque com soco no intuito de que o infrator
exponha seu braço ................................................................................................133
Figura 172 – Agarramento do braço do infrator .........................................134

Figura 173 – Execução da chave de braço ....................................................134


Figura 174 – Finalização com algemação .....................................................138
Figura 175 – Posição inicial da técnica de condução número 01 .........138
Figura 176 – Avanço pela lateral com enlace de um dos braços do
infrator........................................................................................................................144
Figura 177 – Continuação do movimento com a passagem para as costas
do infrator .................................................................................................................139
Figura 178 – Execução do forçamento da articulação do ombro do
infrator.........................................................................................................................139
Figura 179 – Estabilização da posição para início da condução ...........140
Figura 180 – Demonstração da gravata .........................................................141
Figura 181 – Posição inicial da técnica de condução número 01 com
aproximação por trás ...........................................................................................141
Figura 182 – Segurar com uma das mãos o punho do infrator e com a
outra o cotovelo .....................................................................................................142
Figura 183 – Enlace do braço do infrator ......................................................142
Figura 184 – Estabilização da posição para início da condução ...........143
Figura 185 – Demonstração da gravata..........................................................144
Figura 186 – Posição inicial, seguram-se os dedos de uma das mãos do
infrator.........................................................................................................................145
Figura 187 – Posicionar o outro braço por dentro do braço do infrator.........145
Figura 188 – Policial traz o cotovelo do infrator para debaixo da axila
,
executando o forçamento da articulação......................................................146
Figura 189 – Policial segura uma das mãos do infrator pelos dedos.....147
Figura 190 – Policial efetua um giro forçando cotovelo e pulso do
infrator para cima....................................................................................................147
Figura 191 – Momento da troca da pegada da mão do infrator............148
Figura 192 – Policial gira em torno do corpo do infrator..........................148
Figura 193 – Policial leva o infrator ao solo e após imobiliza-o..............149
Figura 194 – Posicionamento inicial para imobilização do infrator......153
Figura 195 – Os dois policiais da lateral imobilizam os braços do
infrator.........................................................................................................................154
Figura 196 – Posição após execução de forçamento da articulação do
ombro do infrator....................................................................................................154
Figura 197 – O terceiro policial aproxima e segura as pernas do infrator......155
Figura 198 – Os três policiais executam a imobilização do infrator .....155
Figura 199 – O infrator é levado ao solo onde pode ser procedida a
algemação ................................................................................................................156
Figura 200 – Técnicas de condução com atuação de dois policiais .....157
Figura 201 – Condução de preso com três ou dois policiais em escada 157
Figura 202 – Condução com dois policiais – umpolicial condutor, e o
outro auxiliar, responsável pelo acesso..........................................................158
Figura 203 – Inversão do posicionamento no momento da descida de
escadas (auxiliar posicionado à frente diagonal do condutor)..............158
Figura 204 – Policial auxiliar intervém em ação de terceiros durante a
condução...................................................................................................................159
Figura 205 – Policial auxiliar libera o acesso para a condução...............159
Figura 206 – Policial auxiliar abrindo portas.................................................159
Figura 207– Os policiais militares se aproximam da viatura para o
embarque do infrator. O policial militar condutor conduz o preso,
enquanto o auxiliar abre o compartimento fechado do veículo...........160
Figura 208 – Policiais preparando para embarcar o infrator...................160
Figura 209 – Policiais embarcando o infrator na viatura..........................161
Figura 210 – Com infrator embarcado os policiais fecham a viatura...161
Figura 211 – Policiais retiram o preso do interior da viatura...................162
Figura 212 – O policial militar senta o infrator e o retira da viatura......162
Figura 213 – Um policial abre a viatura e o condutor inicia o procedimento
de embarque............................................................................................................163
Figura 214 – O infrator é sentado, e, em seguida, gira colocando as
pernas para dentro do veículo...........................................................................163
Figura 215 – O infrator é colocado na viatura...............................................163

Figura 216 – Infrator leva a mão na direção da arma do policial...........167


Figura 217 – Policial protege a arma e recua a perna do mesmo lado da
arma.............................................................................................................................168
Figura 218 – Policial com a mão que não empunha a arma afasta o
infrator impedindo sua aproximação..............................................................168
Figura 219 – Caso o Infrator segure a arma do policial ............................168
Figura 220 – Policial recua e a arma ca na mão doinfrator...................168
Figura 221 – Policial mantém a posição de base e segura a mão do
infrator sobre a arma ............................................................................................169
Figura 222 – Policial segura o polegar e dedo mínimo do infrator .....169
Figura 223 – Policial força as articulações dos dedos para cima e para
baixo............................................................................................................................170
Figura 224 – O forçamento obriga o infrator a soltar a arma..................170
Figura 225 – Policial recua a perna do lado da arma e conduz o infrator
em direção ao solo..................................................................................................170
Figura 226– Policial mantém a posição e segura a mão do infrator.......171
Figura 227 – Policial segura, com a outra mão, as costas da mão do
infrator .......................................................................................................................171
Figura 228 – Policial desliza a mão até alcançar a palma da mão do
infrator.........................................................................................................................171
Figura 229 – Policial inverte a palma da mão do infrator para fora, fazendo-o
soltar a arma.............................................................................................................172
Figura 230– Policial realiza a inversão da pegada e apoia os dedos no
dorso da mão do infrator......................................................................................172
Figura 231 – Apoiar os polegares nas costas da mão do infrator e gira r
em direção as suas costas....................................................................................172
Figura 232 –No momento que o infrator segura a arma, o policial
militar defende o armamento segurando-o com amão contrária ao
lado do coldre .........................................................................................................173
Figura 233 – Com a outra mão, segura a mão do infrator, fazendo-o
soltar a arma.............................................................................................................173
Figura 234 – Detalhe da pegada na mão do infrator..................................174
Figura 235 – Policial retira a mão do infrator da arma...............................174
Figura 236 – Policial apoia os dois polegares no dorso da mão do
infrator.........................................................................................................................175
Figura 237 – Policial efetua forçamento do punho do agressor ...........175
Figura 238 – Policial gira o punho do infrator para o lado externo,
levando-o ao solo...................................................................................................175
Figura 239 – Policial passa em volta dacabeça do infrator,que está no
solo ..............................................................................................................................176
Figura 240 – Policial segura o punho e cotovelo do infrator...................176
Figura 241 – Policial passa por detrás da cabeça do infrator...................177
Figura 242 – Policial gira o corpo do infrator até que ele esteja em

decúbito ventral.......................................................................................................177
Figura 243 – Policial mantém pressão no punho do infrator..................178
Figura 244 – Policial aplica a chave de braço e algemação......................178
Figura 245 – Agarramento na cintura e pela frente....................................179
Figura 246 – O infrator avança, levando o policial militar ao solo.........180
Figura 247 – Ao cair, o policial militar deve proteger sua arma atacando
o braço do infrator deste mesmo lado ...........................................................180
Figura 248 – Atacar o punho e o cotovelo do infrator ..............................181
Figura 249 – Policial executa o forçamento do braço do infrator no
sentido das suas costas........................................................................................181
Figura 250 – Policial passa o braço por detrás do braço do infrator ........181
Figura 251 – Policial segura o seu próprio punho, trancando o braço do
infrator .......................................................................................................................182
Figura 252 – Policial força o braço do infrator para cima.........................182
Figura 253 – Policial passa a perna sobre as costas do infrator efetuando
uma saída pelo lado do qual o infrator está imobilizado.........................182
SUMÁRIO
1 APRESENTAÇÃO......................................................................27
2 TREINAMENTO DE DEFESA PESSOAL POLICIAL...................31
3 FUNDAMENTOS......................................................................37
3.1 Pontos vulneráveis do corpo humano.............................................37
3.1.1 Zonas verdes (primeira prioridade)...............................................37
3.1.2 Zonas amarelas (segunda prioridade).........................................37
3.1.3 Zonas vermelhas (terceira prioridade).........................................37
4 POSTURAS E ESQUIVAS........................................................................41
4.1 Posturas......................................................................................................41
4.2 Esquivas.......................................................................................................41
5 TÉCNICAS DE ROLAMENTO E AMORTECIMENTO DE QUEDAS.....45
5.1Queda para frente...................................................................................45
5.2 Queda para trás.......................................................................................46
5.3 Queda lateral.............................................................................................47
5.4 Rolamento para frente...........................................................................48
5.5 Levantada técnica...................................................................................49
6 TÉCNICAS DE SOCOS, CHUTES E DEFESAS...................................55
6.1 Técnica de soco........................................................................................55
6.1.1 Soco “jab”: (Soco frontal curto).......................................................56
6.1.2 Soco direto: (Soco frontal longo)...................................................56
6.1.3 Soco “upper”: (Soco invertido).......................................................57
6.1.4 Soco cruzado: (Soco circular)..........................................................58
6.2 Técnica de chute......................................................................................58

6.2.1 Chute Frontal........................................................................................59

6.2.2 Chute lateral...........................................................................................61

6.2.3 Chute circular........................................................................................63

6.3 Defesa contra agressões.......................................................................64

6.3.1 Defesa de golpes à altura do rosto................................................64

6.3.2 Defesa de golpes à altura do peito...............................................65

6.3.3 Defesa de golpes à altura do abdômen......................................66

6.3.4 Defesa contra ataques com armas................................................67

7 TÉCNICAS DE EMPREGO DE ALGEMAS..........................................71

7.1 Descrição pormenorizada doequipamento, porte e aplicação......71

7.2 Técnica de algemação com o infrator em pé................................73

7.3 Técnica de algemação com o infrator ajoelhado.........................77

7.4 Técnica de algemação com o infrator deitado.............................83

7.5 Técnicas para condução com algemas............................................91

7.5.1 Condução com forçamento de articulação do punho...........91

7.5.2 Condução com forçamento das articulações dos dedos......94


7.5.3 Condução com torção da algema sobre o punho...................97

8 TÉCNICAS DE LIBERAÇÃO DE PUNHOS........................................103

8.1 Liberação de agarramento de um dos punhos.........................103


8.2 Liberação de agarramento de pulso com as duas mãos........105
8.3 Liberação de agarramento simultâneo dos dois pulsos........107
9 TÉCNICAS DE SAÍDA DE AGARRAMENTOS................................111
9.1 Saída de agarramento lateral do pescoço...................................111

9.2 Saída de agarramento (cinturada pela frente com dois braços


presos).............................................................................................................113
9.3 Saída de agarramento (Cinturada pela frente com braços
livres)...............................................................................................................116
9.4 Saída de agarramento (Cinturada pela costas com os dois
braços presos)..............................................................................................118
9.5 Saída de agarramento (Cinturada pelas costas com os braços
livres)...............................................................................................................120
10 TÉCNICAS DE QUEDAS E PROJEÇÕES........................................125

10.1 Técnica de Queda 01.........................................................................125


10.2 Técnica de Queda 02.........................................................................128
10.3 Técnicas de Imobilização................................................................131
11 TÉCNICAS DE CONDUÇÃO DE PRESOS.....................................137
11.1 Técnica de Condução 01.................................................................137
11.2 Técnica de Condução de presos Nº 02.......................................144
11.3 Técnica de Condução de presos Nº 03.......................................146
12 TÉCNICAS DE INTERVENÇÃO COLETIVA..................................153
12.1 Técnica de Condução utilizando três policiais.........................153
12.2 Técnicas coletivas de condução de presos...............................156
12.2.1 Técnicas coletiva de condução de presos em escadas e
corredores......................................................................................................157
12.2.2 Técnicas coletivas de condução de presos em viaturas...160
13 TÉCNICAS DE CAUTELA, DEFESA E RETENÇÃO DO
ARMAMENTO...........................................................167

13.1 Procedimentos de cautela, esquiva e chave de dedo..........167

13.2 Chave de mão com giro para costas do agressor...................171

13.3 Chave de mão com giro para frente do agressor...................173


13.4 Chave de braço...................................................................................178

REFERÊNCIAS..............................................................................................183
REFERÊNCIAS

SEÇÃO 1

APRESENTAÇÃO
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

1 APRESENTAÇÃO

O Manual de Defesa Pessoal Policial está em conformidade com a


legislação brasileira, em especial a Portaria Interministerial do Uso da
Força, e com as normas internacionais de Direitos Humanos, oriundas
das Organizações das Nações Unidas (ONU), às quais são aplicadas à
função policial.
Este documento tem como referência os fundamentos da abordagem
policial do Manual Técnico-Pro ssional 3.04.01 – Intervenção
Policial, Processo de Comunicação e Uso de Força (MTP 1), e do
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.02 – Tática Policial, Abordagem
a Pessoas e Tratamento às Vítimas (MTP 2). Trata das intervenções
policiais com emprego de técnicas de defesa pessoal, que objetivem
levar o abordado resistente passivo ou ativo a obedecer à ordem
dada, ser controlado imobilizado ou conduzido, evitando, sempre que
possível, que resultem lesões do uso de força.
A construção das técnicas descritas neste Manual é fruto de experiências
positivas, vivenciadas no cotidiano operacional, de pesquisa, oriundas
de diversas práticas de atividades relacionadas a artes marciais, e da
análise de simulações de ações policiais em âmbito acadêmico.
Nesse contexto, as técnicas de Defesa Pessoal Policial surgem como
uma ferramenta primordial dentro do arcabouço de conhecimentos
que devem ser dominados pelo policial. Assim como uso da arma de
fogo e demais equipamentos dos policiais militares, o treinamento e
aprimoramento das citadas técnicas devem fazer parte da rotina do
policial militar.
Este Manual, devido a enfatizar o emprego de técnicas de uso de força,
deve, obrigatoriamente, ser precedido da leitura dos Manuais Técnicos-

Pro ssionais
A seção 2 é dedicada ao treinamento de defesa pessoal policial. Essa
atividade é imprescindível para que haja o condicionamento dos
militares para a perfeita execução das técnicas propostas. Assim, a seção
apresenta sugestões de atividades com a distribuição do seu respectivo
tempo.

27
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

A seção 3 traz contribuições teóricas acerca de fundamentos de


defesa pessoal policial, incluindo as zonas do corpo com prioridade
para serem atingidas.

As seções 4 e 5 apresentam, respectivamente, as técnicas de posturas,


esquivas e rolamento/amortecimento de quedas. Os procedimentos
pertinentes a técnicas de socos, chutes e defesas contra agressões estão
descritos na seção 6.
A seção 7 é dedicada ao emprego de algemas, e as seções 8 e 9
são trabalhados os assuntos de liberação dos punhos e saída de
agarramentos. A seção 10 trata das quedas e projeções.
A seção 11 apresenta técnicas de condução de presos, a seção 12
trabalha as intervenções coletivas e, por derradeiro, a seção 13 traz a
cautela, defesa e retenção do armamento.

28
REFERÊNCIAS

PARTE 2

TREINAMENTO
DE DEFESA
PESSOAL POLICIAL
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

2 TREINAMENTO DE DEFESA PESSOAL POLICIAL

O objetivo do treinamento de defesa pessoal policial, conteúdo da


presente seção, é que o policial militar tenha condição de desenvolver
habilidade, destreza e autocon ança ao aplicar as técnicas de DPP,
capacitando-o a usar essas habilidades em defesa própria ou de terceiros.

Durante os treinamentos,
o treinando ao máximo da devem-se
realidade. criar
Assim,condições que aproximem
nos treinamentos e aulas
de Defesa Pessoal, deve ser utilizado o uniforme B-1, com o cinto de
guarnição. De acordo com a situação proposta para aula, deverão ser
acrescentados ao cinto os equipamentos necessários: arma de fogo
(desmuniciada e descarregada), algemas e bastão tonfa. A critério
do professor/instrutor as aulas de DPP poderão ocorrer com outros
uniformes previstos no RUIPM.
A utilização da arma de fogo e algemas durante as instruções deve ser
antecedida por procedimentos de segurança próprios, estabelecidos
nas normas especí cas que tratam do assunto, evitando-se, assim, a
ocorrência de acidentes e de lesões nos pulsos dos alunos, causadas por
mau funcionamento do sistema de travamento das algemas. Deve-se
também ser dada atenção especial, pelo professor, quanto à retirada por
parte dos alunos de objetos pessoais que podem causar lesões, como
relógios, anéis, gargantilhas, brincos, e outros objetos.
Sugere-se que as aulas de Defesa Pessoal sejam organizadas em partes:
1ª Parte: exposição inicial do assunto;
2ª Parte: aquecimento/alongamentos;
3ª Parte: exposição e treinamento das técnicas;
4ª Parte: treinamento prático;
5ª Parte: avaliação
A primeira parte consiste na exposição do assunto a ser abordado
durante a sessão de treinamento. Nesse momento, o professor explanará
sobre a técnica a ser treinada mostrando aos alunos a sua importância,
e, sempre que possível, exempli cando, através de situações reais ou
hipotéticas, a sua utilização. Sugere-se destinar 10% do tempo previsto
do treinamento para este momento.

31
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

A segunda parteconsistirá de exercícios de aquecimento e alongamento,


para a qual se sugere a destinação de aproximadamente 20% do tempo
da aula. Os principais objetivos siológicos do aquecimento são: gerar
um aumento da temperatura corporal, da temperatura da musculatura
e preparação do sistema cardiovascular e pulmonar para a atividade a
ser desempenhada.

Ao elevar-se
ratura a temperatura
ideal, através corporal,
da qual as reaçõesobjetiva-se
siológicasatingir uma tempe-
importantes para o
desempenho motor ocorrem nas proporções adequadas.
O aumento da irrigação dos tecidos garante um melhor suprimento de
oxigênio e substratos ao tecido. Quando o metabolismo está alto, as
reações químicas são mais rápidas e tornam-se mais e cientes.
Há também o aspecto preventivo do aumento da temperatura corporal
que resulta em uma redução da resistência elástica e da resistência
do atrito. A musculatura, os ligamentos e os tendões tornam-se mais
elásticos e menos suscetíveis a lesões ou rupturas. Um bom trabalho de
aquecimento gera modi cações importantes nas articulações devido
a uma série de mecanismos. As articulações aumentam a produção de
líquido sinovial, tornando-se mais resistentes à pressão e à força.
Os exercícios de alongamento têm como objetivos, entre outros:
auxiliar no desenvolvimento da consciência corporal, melhorar a
postura; reduzir as tensões articulares provocadas por músculos muito
encurtados; aumentar a e ciência mecânica, permitindo a realização
dos gestos desportivos em faixas além do limite máximo do movimento;
e propiciar condições para melhoria da agilidade, força e velocidade.
Recomenda-se que os alongamentos sejam aplicados em oposição
direta ao encurtamento ou tensionamento.
O praticante deve manter-se relaxado durante a execução. É importante
manter um equilíbrio de alongamento entre grupos musculares
agonistas e antagonistas. As repetições devem ser de no mínimo 10
segundos, e sugere-se alongar sempre os músculos que serão utilizados
na atividade física.
A terceira parte consiste na demonstração e treinamento da técnica
proposta para a aula. É um momento de grande importância, pois é

32
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

neste instante que o professor demonstrará a execução da técnica


passo a passo. Depois de demonstrada a técnica, devem ser formadas
duplas para que os alunos pratiquem uns com os outros. Nesse instante,
é necessária uma especial atenção por parte do professor quanto à
execução correta das técnicas. Deve-se aproveitar este tempo para o
treinamento repetitivo e exaustivo do movimento correto, objetivando
a xação do gesto motor. Sugere-se a destinação de 25% do tempo do
treinamento para este momento.
A quarta parte da aula consiste na elaboração de situações hipotéticas
por parte do professor, mostrando as diversas aplicabilidades da técnica
aprendida, em situações próximas da realidade. Sugere-se a destinação
de 30% do tempo para esta atividade.
A quinta parte do treinamento consiste da veri cação do aprendizado
dos discentes. Neste momento o professor deverá estar atento para
efetuar as correções nais, evitando, assim, que sejam automatizados,
pelos alunos, gestos motores incorretos. Sugere-se a destinação de 15%
do tempo para esta atividade.
O professor deve avaliar a capacidade de aprendizado dos discentes e
do nível de desenvolvimento de cada um, ao selecionar a quantidade de
técnicas para cada aula. Sugere-se que, em cada sessão de treinamento,
sejam ensinadas e treinadas, no máximo, três técnicas, evitando-se,
assim, o acúmulo excessivo de informações, situação que pode acarretar
prejuízos ao aprendizado.

33
REFERÊNCIAS

PARTE 3

FUNDAMENTOS
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

3 FUNDAMENTOS
Os fundamentos consistem nos conhecimentos básicos, necessários ao
desenvolvimento de habilidades mais elaboradas, e condicionamento
para a aplicação das técnicas de DPP. Os procedimentos básicos, como as
posturas, esquivas, técnicas de rolamento e amortecimento de quedas
e técnicas de liberação de pulsos, devem se tornar reações instintivas
do policial quando atacado por um agressor desarmado, tendo-se em
mente que elas são o alicerce para o sucesso e e cácia das técnicas DPP.

3.1 Pontos vulneráveis do corpo humano


Há restrições quanto aos pontos do corpo humano que podem ser
golpeados. É a análise do caso concreto que vai determinar essas
restrições, entretanto, o militar deve priorizar golpes nos pontos
vulneráveis que possibilitem máxima e ciência na sua proteção e de
terceiros, mas que provoquem mínimas lesões no agressor. Seguindo
essa lógica, podemos classi car as zonas de impacto de um golpe, no
corpo humano, conforme a lesão que provoca, como:

3.1.1 Zonas verdes (primeira prioridade)


São as partes do corpo humano que, atingidas por golpes, sofrem lesões
leves e com efeitos temporários. As zonas de primeira prioridade são:
os braços, os antebraços, os punhos, as mãos, as pernas, os pés e os
tornozelos.

3.1.2 Zonas amarelas (segunda prioridade)


São aquelas partes do corpo que, atingidas por golpes, sofrem lesões
relativamente mais graves, entretanto, sem risco à vida do infrator.

Compreendem
as clavículas, a as articulações
região dos(osso
da cintura joelhos, dos os
ilíaco), cotovelos, dos ombros,
órgãos genitais e as
costelas.

3.1.3 Zonas vermelhas (terceira prioridade)


São a cabeça, a nuca, o pescoço, a porção central do tórax, os rins, a
coluna vertebral e os pulmões. São regiões em que golpes podem
provocar lesões graves, com risco de morte.

37
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

ATENÇÃO! As zonas verdes e amarelas são aquelas em que


o policial deve priorizar contra-ataques.

As zonas vermelhas podem ser atingidas? Sim. O que o policial militar


deve ter em mente é que golpes nessas regiões do corpo humano
podem causar um efeito traumático muito grande e que estes devem ser
utilizados observando-se os princípios do uso de força1 e nível de força
compatível à percepção do policial em relação à atitude do abordado,
em situações extremas que envolvam risco iminente de morte ou lesões
graves para o policial militar ou para terceiros, com o objetivo imediato
de fazer cessar a ameaça.
Logo, toda vez que o policial militar se vir obrigado a golpear um ponto
incluído nas zonas de terceira prioridade deve avaliar o uso diferenciado
da força e as consequências desse golpe. Em caso de dúvida, sugere-
se que adapte, sempre que possível, o golpe para atingir as zonas de
primeira e segunda prioridades, ilustradas nas FIG. 1 e 2:

Figura 01 – Pontos vulneráveis do corpo Figura 02 – Pontos vulneráveis do corpo


humano (frente). Zonas de impacto. humano (costas). Zonas de impacto.
1 Ver Seção 7 do MTP 01.

38
REFERÊNCIAS

PARTE 4

POSTURA
E ESQUIVAS
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

4 POSTURAS E ESQUIVAS
4.1 Posturas
As posturas referem-se ao posicionamento corporal do policial com
as mãos livres. O policial militar adotará a postura que julgar mais
adequada, conforme a avaliação de risco.

As
de posturas a serem
Prontidão” adotadas
e “Postura pelo policial
Defensiva”, são:na
descritas “Postura
Seção Aberta”, “Postura
2.6 do MTP 2.
4.2 Esquivas

A esquiva tem por nalidade evitar que o policial militar seja atingido
pelo agressor. Quando bem realizada, além de evitar o ataque, facilita a
aplicação de uma técnica de contragolpe.

A experiência nos mostra que o uniforme, os armamentos e os


equipamentos utilizados pelo policial limitam signi cativamente a
mobilidade.

Por conseguinte, as técnicas básicas de esquiva, aqui apresentadas,


foram selecionadas levando-se em consideração essas particularidades
e características da atuação policial-militar.

Este tópico destina-se a fundamentação teórica sobre as técnicas de


esquiva para que o policial militar possa visualizá-las e entendê-las.

As técnicas de esquiva, mais simples e e cientes para a atividade policial,


serão explicadas com base na representação grá ca a seguir (FIG. 03): o
ponto central representa o centro de gravidade de um policial na postura
defensiva; a linha pontilhada mostra o alcance da esquiva do policial.

41
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

Figura 03 – Representação grá ca da esquiva.

Partindo do centro de gravidade, o policial militar pode se esquivar de


um ataque (FIG. 04):

Figura 04 – Detalhamento das possibilidades técnicas de esquiva

As esquivas para frente não foram trabalhadas no presente manual.


Experiências com grupos de policiais demonstraram que os
equipamentos e o nível de treinamento tornam esta execução inviável
(para uma grande parte do efetivo).

42
REFERÊNCIAS

PARTE 5

TÉCNICAS DE
ROLAMENTO E
AMORTECIMENTO
DE QUEDAS
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

5 TÉCNICAS DE ROLAMENTO E AMORTECIMENTO DE


QUEDAS

5.1 Queda para frente


Posicionado de frente, braços ao lado do corpo, cair para frente. Com as
duas mãos espalmadas e os braços exionados, amortecer o peso do
corpo, evitando chocar o rosto ou abdômen no solo (FIG. 05 a 07).

Figura 05 – Queda para frente posição inicial Figura 06 – Queda para frente posição nal

Figura 07 – Queda para frente (detalhe do amortecimento – vista lateral)

45
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

5.2 Queda para trás


Os pés devem estar próximos, braços estendidos, com as mãos
espalmadas e voltadas para baixo, cair para trás, mantendo as pernas
juntas e o queixo encostado ao peito. o policial militar deve bater com
as mãos espalmadas ao solo, amortecendo o choque. O queixo deve
ser mantido encostado no peito, evitando que a cabeçase choque no
solo (FIG. 08 e 09).

Figura 08 - Posição inicial queda para trás

Figura 09 – Queda para trás posição nal

46
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

5.3 Queda lateral


Com os pés próximos um do outro e as mãos caídas ao lado do corpo,
dar um passo à esquerda, levantando o braço direito na horizontal, com
a palma da mão virada para baixo. Deslizar o pé direito pela frente do
corpo, exionando a perna esquerda. Inclinar-se paraa direita deixando
o corpo cair ao solo. Finalizar o amortecimento da queda com o braço
direito, que vai ao solo sem se chocar com intensidade, cuidando para
não sustentar o peso do corpo com os mãos, preservando as articulações
do punho e cotovelo. . Para realizar o movimento para o lado esquerdo,
basta inverter as posições (FIG. 10 a 12).

Figura 10 – Posição inicial queda lateral Figura 11 – Segunda posição queda lateral

Figura 12 – Posição nal da queda lateral

47
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

5.4 Rolamento para frente


A partir da posição defensiva, com um dos pés para trás, inclina-se o
tronco à frente, apoiando-se as mãos no solo. A mão mais próxima
do pé que está à frente é colocada espalmada no solo, com os dedos
apontando para o outro pé. o policial militar deve olhar para o lado
oposto para o qual vai rolar e, ao mesmo tempo, colocar o queixo junto
ao peito. Em seguida rolar sobre o ombro da mão que está mais próxima
do pé, terminando com o braço estendido ao lado do corpo (FIG. 13 a 17).

Figura 14 – Segunda posição rolamento


para frente

Figura 13 – Posição inicial rolamento


para frente

Figura 15 – Detalhe da posição do pescoço


do lado oposto ao rolamento

48
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

Figura 16 – Detalhe da posição do queixo e das mãos

Figura 17 – Posição nal do rolamento para frente

5.5 Levantada técnica


O policial inicia o movimento na posição deitado com as plantas dos
pés voltadas para frente. Em seguida passa para a posição sentada com
uma perna estendida e outra exionada. O braço da perna estendida
apoiado no chão e o da perna exionada apoiado sobre a mesma.
Executa-se um impulso com a perna exionada, saindo rapidamente
do chão (FIG. 18 a 22).

49
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

Figura 18 – Posição inicial da levantada técnica

Figura 19 – Posição dois da levantada técnica

Figura 20 – Posição três da levantada técnica

50
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

Figura 21 – Posição quatro da levantada técnica

Figura 22 – Posição nalda levantada técnica

51
REFERÊNCIAS

PARTE 6

TÉCNICAS DE
SOCOS, CH UTES
E DEFESAS
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

6 TÉCNICAS DE SOCOS, CHUTES E DEFESAS


As técnicas de socos e chutes se destinam à preparação para aplicação
de outras técnicas, ou seja, utiliza-se dos socos e chutes com intuito de
quebrar a resistência e ou criar uma situação oportuna de aproximação
do agressor. Deve car claro que uso dos socos echutes em DPP não tem
como objetivo causar sofrimento ou lesões desnecessárias no infrator.

6.1 Técnica de soco


Para desferir um soco corretamente, é importante o movimento de
rotação do punho, a coordenação entre braço direito e braço esquerdo
e rotação dos quadris. Os movimentos naturais das mãos devem ser
mantidos, como também, uma correta noção de distância do agressor.
As pernas devem ser colocadas em afastamento ântero-posterior,
mantendo sempre a base rme, o tronco reto, voltado para frente, e os
ombros relaxados. Fechar os quatro dedos, dobrados na 1ª e 2ª falanges,
e virar o polegar para dentro, em cima dos quatro dedos, pressionando
rmemente. Centralizar a 1ª falange dos dedos indicador e médio
concentrando a força no punho.
Os cotovelos devem estar exionados, mãos fechadas emguarda alta na
altura do queixo; ao desferir o golpe, o braço deve estender-se; o pulso
deve estar alinhado com a mão; as primeiras juntas dos dedos indicador
e médio tocam no agressor; no momento em que o golpe é desferido, o
quadril acompanha o movimento do braço. Para todos os tipos de socos,
utiliza-se essa técnica. Os socos podem ser desferidos no rosto, peito ou
no abdômen (FIG. 23 a 28).

Figura 23 Figura 24 Figura 25


Posicionamento do punho para os socos

55
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

Figura 26 Figura 27 Figura 28


Posicionamento do punho para os socos

6.1.1 So co “jab” (Soco frontal curto)


Este soco é desferido com a mão que s e encontra à frente (FI G. 29 e 30).

Figura 29 – Posição inicial soco jab Figura 30 – Posição nal soco jab

6.1.2 Soco direto: (Soco frontal longo)


Este soco é desferido com a mão que se encontra à retaguarda, na
posição defensiva (FIG. 31 e 32).

56
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

Figura 31 – Posição inicial soco direto Figura 32 – Posição nal soco direto

6.1.3 Soco “upper” (Soco invertido)


Este soco é desferido de baixo para cima, preferencialmente no queixo.
(FIG. 33 e 34).

Figura 33 – Posição inicial soco upper Figura 34 – Posição nal soco upper

57
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

6.1.4 Soco cruzado: (Soco circular)


Este soco é desferido com a mão que se encontra à frente,
preferencialmente na lateral da face do oponente (FIG. 35 e 36).

Figura 35 – Posição inicial soco cruzado Figura 36 – Posição nal soco cruzado

6.2 Técnica de chute


O chute é uma técnica de ataque utilizada em vários estilos de artes
marciais, sendo mais poderoso que o soco. O chute, quando aplicado
de maneira correta, tem a nalidade de bloquear e afastar o oponente.
Inicia-se na posição frontal, sendo aconselhável tomar a posição da
base do “arqueiro”, em que a perna fraca ca exionada à frente e a
perna forte esticada à retaguarda. As mãos devem estar fechadas, com

58
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

os braços exionados na posição de guarda alta, à altura do queixo.


A perna de trás elevada, exionando o joelho e formando um ângulo
aproximadamente de 90º com a linha da cintura. Os dedos dos pés para
cima e a perna deve ser esticada na direção do agressor, batendo e, ao
mesmo tempo, empurrando-o para trás. No momento do chute, o pé
de apoio deve estar totalmente apoiado e rme no chão, inclusive o
calcanhar não deve ser levantado, pois, sendo grande o movimento do
golpe, pode haver um desequilíbrio.
Ao chutar, o tronco não deve pender para frente. Quanto à perna que
chuta, esta deve ser recuada imediatamente após o chute, evitando,
assim, que o adversário a segure e o derrube. O chute preferencialmente
não deve ultrapassar a linha da cintura do agressor, visando a atingir os
seus membros inferiores (FIG. 37).

Figura 37– Posição inicial do chuete


6.2.1 Chute Frontal

Levantar o joelho, dobrando-o, até a altura do quadril, exionando


devidamente a perna de apoio. Levantar a planta do pé, contrair a

59
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

panturrilha, puxando o calcanhar o máximo possível para trás, virar os


dedos para cima e manter rme o tornozelo. Preparar a articulação do
joelho para chutar, relaxando-a e mantendo a exibilidade. Aponta do
joelho e a ponta do pé devem estar direcionadas para o objetivo do
ataque. Desferir o chute e retornar, imediata e rapidamente, a perna de
volta para a posição inicial.
Esse chute é desferido de frente com parte anterior da sola do pé; os dedos
dos pés devem estar voltados para cima. O golpe preferencialmente
deve ser direcionado para a linha de cintura para baixo (FIG. 38 a 41).

Figura 38 – Posição inicial chute frontal Figura 39 – Elevação do joelho da perna


que efetuar o chute

60
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

Figura 40 – Posição nal desferindo o Figura 41 – Detalhe da posição nal


chute e esticando a perna

6.2.2 Chute lateral


Levantar o joelho, dobrando-o, até a altura do quadril, exionando
devidamente a perna de apoio. Deve-se colocar o corpo de lado, virando
a ponta do pé para o lado e a planta do pé para baixo, até a altura do
joelho da perna de apoio. A ponta do joelho deve estar direcionada
para a diagonal do adversário e a planta do pé virada para ele. Desferir o
chute girando o tronco para a lateral e para baixo.
Esse chute é desferido de lado com a parte lateral externa do pé. O
golpe pode ser usado na lateral da cintura do oponente, joelho ou para
bloqueio de chutes (FIG. 42 a 45).

61
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

Figura 42 – Posição inicial chute lateral Figura 43 – Giro do corpo para frente

Figura 44 – Elevação do joelho da perna Figura 45 – Posição nal do chute lateral


que irá desferir o chute

62
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

6.2.3 Chute circular


Levantar o joelho dobrando-o, ate a altura do quadril e, simultaneamente,
exionar a perna de apoio. Mantendo a ponta do pé para baixo, o chute
atinge o oponente como um chicote, e é desferido com a parte superior
do pé ou com a perna. Deve-se girar o corpo terminando o movimento
de per l com o adversário (FIG. 46 a 49)

Figura 46 - Posição inicial chute circular

Figura 47 - Elevação do joelho com giro lateral

Figura 48 - Giro do quadril no chute giratório

Figura 49 - Posição nal com a parte superior


do pé atingindo o adversário

63
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

6.3 Defesa contra agressões


Ao defender-se de um ataque de maneira correta e enérgica, a atitude
do policial pode ter efeito dissuasório sobre o agressor, impedindo-o de
continuar o ataque, ainda que momentaneamente.

Os movimentos devem ser rápidos e fortes, para diminuir os efeitos do


golpe do adversário. Para tal, a defesa deve mudar a direção do golpe do
adversário (para cima, para os lados ou para baixo).
Antes de efetuar qualquer defesa com os braços ou pernas, deve-
se primeiro realizar uma esquiva de corpo, di cultando o ataque do
agressor. Para isso, é preciso se concentrar nos movimentos, a m de
se perceber e calcular, com precisão e rapidez, o seu ataque. Da mesma
maneira que se usa a força do giro do quadril para efetuar um soco, na
defesa, também, aproveita-se desta mesma rotação para aumentar a
força e velocidade.

No momento da aplicação da defesa, deve-se concentrar a força no


antebraço. Para atingir este objetivo, é importante o movimento,
posição e direção do cotovelo. O cotovelo deve estar próximo ao corpo,
evitando-se sair exageradamente da sua linha frontal.

6.3.1 Defesa de golpes à altura do rosto

A defesa usada contra golpes desferidos à altura do rosto é executada


num movimento giratório de braço, de baixo para cima, varrendo-se,
assim, o golpe do agressor para o alto. O ponto de contato é a parte
inferior do braço, que ca exionado formando um ângulo de 45º com
relação à articulação do seu cotovelo; as mãos devem estar fechadas
e o punho voltado para frente, acima da linha da cabeça. Sempre que
possível, recuar um passo com uma das pernas, para trás ou para a

lateral, distanciando-se do agressor (FIG. 50 e 51).

64
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

Figura 50 – Posição inicial ou guarda alta Figura 51 – Defesa de soco à altura do rosto

6.3.2 Defesa de golpes à altura do peito


A defesa usada contra golpes desferidos à altura do peito é executada
num movimento giratório de braço, de dentro para fora. Ao nal do
movimento, o corpo do policial deve estar lateralizado ao agressor;
o braço ca exionado, formando um ângulo de 45º com relação à
articulação do cotovelo, as mãos devem estar fechadas e o punho voltado
para o rosto, na mesma linha do seu ombro, afastando totalmente o
golpe de sua linha frontal. Sempre que possível, recuar um passo com
uma das pernas para trás ou para a lateral, distanciando-se do agressor
(FIG. 52 e 53).

65
65
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

Figura 53 – Posição nal da defesa desoco


à altura do peito

Figura 52 – Posição inicial ou guarda alta

6.3.3 Defesa de golpes à altura do abdômen


A defesa usada contra golpes à altura do abdômen é executada num
movimento giratório de braço, de cima para baixo. Ao efetuar esse
movimento, é importante manter o braço o mais rme possível, pois
esta defesa é usada, na maioria das vezes, para bloquear chutes.

O braço ca exionado formando um ângulo de 45º com relação à


articulação do cotovelo, e as mãos devem estar fechadas e o punho
voltado para baixo. Sempre que possível recuar um passo com uma
das pernas, para trás ou para a lateral, distanciando-se do agressor. É
recomendado que se recue a perna que está do mesmo lado da defesa,
pois, assim, evita-se que o chute atinja o joelho (FIG. 54 a 55).

66
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

Figura 54 – Posição inicial ou guarda alta

Figura 55 – Posição nal da defesa de golpes à altura do abdômen

6.3.4 Defesa contra ataques com armas


Ressalta-se que, em conformidade com o MTP 01, a resposta do policial,
em face de uma agressão letal, são golpes de defesa pessoal em regiões
vitais e disparo de arma de fogo.

67
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

Defender-se de ataques, com armas a mãos livres, é extremamente


perigoso e não deve ser empregado.
Os golpes a serem utilizados em regiões vitais podem ser os mesmos
já apresentados em seção anterior (socos e chutes) ou utilizando-se
bastões policiais. As técnicas de emprego do bastão tonfa são tratadas
em manual especí co e devem ser conhecidas e exaustivamente
treinadas pelo policial, para serem empregadas de forma exitosa.

68
REFERÊNCIAS

PARTE 7

TÉCNICAS DE
EMPREGO
DE ALGEMAS
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

7 TÉCNICAS DE EMPREGO DE ALGEMAS

A algema é um equipamento primordial para a atividade policial. Os


aspectos doutrinários de aplicação devem ser baseados na legislação
processual vigente, bem como estão descritas no MTP 02 (Seção 4.3).
A aplicação das algemas visa a controlar uma pessoa, diminuindo
sua mobilidade.
controle Em face
da situação, disso, oaspolicial
reduzindo militar passa
possibilidades a ter um maior
de agravamento da
intervenção policial.
O uso de algemas está condicionado à constatação do fato criminoso,
dos quesitos motivadores, descritos na súmula vinculante nº 11 do STF,
e deve ser precedido da busca pessoal, com to de manutenção da
segurança dos policiais.
Vale lembrar, ainda, que seu uso deve ser formalizado por escrito, em
campo especí co do BO/REDS.
7.1 Descrição pormenorizada do equipamento, porte e aplicação

As algemas possuem as hastes xas e móveis, o bloco de trancamento,


a fechadura e a trava. O sistema de trava é especí co para cada tipo de
equipamento, variando conforme marca/modelo. A trava pode vir ao
lado da fechadura (FIG. 56) ou na lateral do bloco de trancamento, em
forma de pino.

Figura 56 – Algema com trava ao lado da fechadura

A aplicação das algemas deve ocorrer com as mãos do preso para trás,
com o bloco de trancamento posicionado no pulso e nas costas das
mãos, com a fechadura voltada para os cotovelos e travada. Trata-se
de uma questão de segurança, pois di culta o infrator algemado a ter

71
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

acesso ao sistema de fechadura e travamento do equipamento, bem


como passar as algemas para a parte da frente do corpo (FIG. 57 e 58).

Figura 57– Posição correta para Figura 58– Posição correta para
algemação algemação

As algemas devem ser conduzidas no porta-algemas. A posição do


equipamento vai depender do condicionamento de cada usuário. O
policial militar deve portá-las na posição em que, ao precisar usar, com
a devida técnica, vai sacá-las e aplicá-las da forma correta (FIG. 59 e 60).

Figura 59 – Maneira correta para portar Figura 60 – Maneira correta para portar
algemas algemas

O equipamento não deve ser portado de forma irregular, uma vez


que compromete a segurança do policial. Como exemplo, citam-se as
algemas dependuradas na alça do ombro do colete balístico, que podem
causar um desvio num projétil que, em tese, seria absorvido pela placa.

72
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

Outra situação a ser considerada, é a disciplina de luz e som2, uma vez


que o equipamento, mal acondicionado, pode denunciar a posição do
policial em uma operação (FIG. 61 e 62).

Figura 61 – Maneira incorreta de portar Figura 62 – Maneira incorreta de portar


algemas algemas

7.2 Técnica de algemação com o infrator em pé


Para aplicar as algemas em um infrator na posição em pé, primeiramente
o policial militar deve colocá-lo de costas, visando a uma maior

segurança.
ou na testa,Oconforme
algemado pode ser de
a situação, colocado comoas
forma que mãos tenha
policial num anteparo
controle
sobre os pontos quentes (FIG. 63 e 64).
3

Figura 63 – Posição do preso com as Figura 64 – Posição do preso com as


mãos na testa mãos apoiadas em um obstáculo

2 Ver Seção 2.2 do MTP 02.


3 Ver MTP 01 (Seção 4.1).

73
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

Com as mãos na parede e em posição desconfortável, pernas abertas


e afastadas do anteparo, o policial militar deve aproximar-se de forma
lateral, com uma das pernas à frente, e apoiar a mão nas costas do
infrator (FIG. 65 e 66).

Figura 65 – Aproximação do policial com Figura 66– Posição do policial para


apoio de uma das mãos sobre a coluna aplicar as algemas
lombar do infrator

Com a mão recuada, o policial militar vai sacar as algemas e aplicá-las


no pulso do infrator (FIG. 67). Essa posição coloca o policial militar muito
próximo do agente, devendo, então, manter o estado mental adequado,
agir vigorosamente e rápido, diminuindo as chances de reação.

Figura 67 – Localização da algema para aplicação

74
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

Aplicada a primeira algema, o policial, com uma leve torção da algema


no pulso, vai trazer o braço do infrator para as costas e manter o apoio.
Nesse momento, o braço algemado deve ser mantido apoiado junto as
suas costas, pois o policial militar vai trocar a mão do apoio (FIG. 68 a 70).

Figura 68 – Aplicação da algema na mão do preso

Figura 69 - Ajuste da algema no pulso

Figura 70 – Posicionamento do braço


após a aplicação da algema

O policial mantém o controle sobre a mão algemada do preso e, com


a outra mão, o policial militar pega os dedos da mão do infrator, que
ainda estão apoiadas no obstáculo, trazendo-a para as costas, com uma
leve torção, e encaixando a algema no pulso. Durante esse movimento,

75
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

o policial militar deve determinar que o preso apoie a cabeça na parede,


evitando que ele venha a desequilibrar (FIG. 71 a 75).

Figura 72 – Posição do policial segurando os


dedos da mão que está apoiada no obstáculo

Figura 71 – Policial controla uma das


mãos e segura a outra

Figura 73 – Algemação da segunda mão Figura 74 – Posição do policial segurando o


bloco de trancamento para a condução

76
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

Figura 75 – Detalhe da posição do policial


segurando o bloco de trancamento para a condução

O
deprocedimento especi
algemação, coloca cado, passo
o policial militara junto
passo,aocomo em Na
infrator. todo processo
posição em
pé, as chances de reação do infrator são potencializadas.

7.3 Técnica de algemação com o infrator ajoelhado

Utiliza-se preferencialmente a algemação com o infrator ajoelhado,


quando este se portar em resistência ativa ou quando os policiais
julgarem que há perigo iminente para a guarnição policial, devido à
atitude do suspeito, bem como seu comportamento em ocorrências
anteriores. Ex.: Agentes que tomaram um veículo de assalto, sendo este
localizado pela guarnição policial com os autores dentro. Nesse caso, os
policiais, ao efetuarem a abordagem, já podem proceder à algemação
com os agentes ajoelhados, ou deitados, mesmo que eles acatem de
pronto as ordens emanadas.
Utiliza-se da verbalização para determinar que o infrator se poste na
posição de joelhos e com as mãos por cima da cabeça. Os dedos das
mãos devem estar entrelaçados e as pernas devem estar cruzadas (FIG.
76).

77
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

Figura 76 – Infrator ajoelhado, com pés


cruzados e dedos das mãos entrelaçados

O policial aproxima-se do infrator, por trás e de forma lateral. Com a mão


da frente, segura rme as mãos do infrator, entrelaçadas por sobre a
testa. A perna à frente pode ser colocada por debaixo do cruzamento
das pernas do infrator. (FIG. 77 a 80).

78
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

Figura 78 – Detalhe do polegar e


indicador do policial, segurando dois
dedos do infrator

Figura 77 – Aproximação do policial para


algemação do infrator

Figura 79 – Detalhe da posição da perna


do policial entre as pernas do infrator

Figura 80 – Detalhe de posição da perna


do policial sob as pernas do infrator

Em seguida, com a outra mão, o policial militar saca as algemas, e,


segurando em uma das argolas, algema o punho do agente, enquanto
mantém o controle sobre suas mãos.
Após colocada no punho do infrator, a algema deve ser ajustada conforme
as dimensões do seu braço, sem que esteja larga ou demasiadamente
apertada (FIG. 81 a 83).

79
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

Figura 82 – Detalhe do posicionamento


da algema no punho do infrator

Figura 81 – Saque da algema mantendo o


controle sobre as mãos do infrator

Figura 83 – Detalhe do ajuste da algema


no punho

Com uma leve torção na algema, o policial militar traz a mão algemada
para as costas do infrator. Nesse momento, o policial militar segura o
par de algemas, de forma que rme o bloco de trancamento da mão
algemada, e segura o outro na posição para algemar a outra mão (FIG.
84 a 87).

80
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

Figura 85 – Detalhe do giro para passar o


braço por baixo do braço do infrator
Figura 84 – Posição de passagem da
mão algemada do infrator, pelo bloco de
trancamento

Figura 87 – Detalhe do posicionamento


Figura 86 – Detalhe do posicionamento da da segunda argola da algema para
segunda argola da algema para facilitar a facilitar a algemação do segundo
algemação do segundo braço braço (vista lateral)

Depois, com a mão que já está postada em cima da mão do infrator,


por sobre a cabeça, o policial militar pega os dedos dessa, invertendo a
posição da sua mão (FIG. 88 a 90).

81
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

Figura 89 – Inversão da pegada na mão


sobre a cabeça do infrator

Figura 88 – Manutenção da posição


desconfortável do infrator
Figura 90 – Detalhe da inversão da
pegada (polegar e indicador voltados
para o punho do infrator)

Então, torcendo a articulação do pulso do infrator, o policial traz a mão


desse para as costas e encaixa na outra algema (FIG. 91 e 92).

Figura 92 – Detalhe da forma correta


Figura 91– Detalhe da forma de pegada de segurar o bloco de trancamento da
na mão que será algemada algema para condução

82
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

A posição de algemação, ajoelhado, é adequada para a garantia da


segurança do policial. A reação do infrator ca difícil e viabiliza, em caso
de necessidade, a condução do infrator ao solo, para imobilização.

7.4 Técnica de algemação com o infrator deitado

Utiliza-se
quando estepreferencialmente a algemação
se portar em resistência ativacom o infrator
ou quando os deitado,
policiais
julgarem que há perigo iminente para a guarnição policial, devido à
atitude do suspeito e a seu comportamento em ocorrências anteriores.
O autor pode ser levado ao chão por meio da verbalização, aliada ao
controle físico ou ao uso dissuasivo da arma de fogo.
O infrator deve ser colocado deitado em decúbito ventral (barriga para
baixo), com os braços abertos no prolongamento dos ombros, como
um cruci xo. Essa posição pode ser adaptada, podendo o infrator ser
colocado com as mãos por sobre a cabeça. O importante é ter sempre
os pontos quentes monitorados, não devendo, as mãos, estarem
escondidas embaixo do corpo (FIG. 93 e 94).

Figura 93 – Posição inicial com o infrator deitado em decúbito ventral,


com mãos sobre a cabeça

83
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

Figura 94 – Posição do infrator após comando verbal do policial:deitado


com braços abertos e palmas das mãos voltadas para cima

Em seguida, o policial militar deve aproximar-se do infrator deitado, pela


parte da cabeça, preferencialmente pelo lado contrário ao que o infrator
está virado, evitando car próximo das pernas, que é outro ponto
quente. Então, deve dominar uma das mãos do agente, segurando a
maior parte dos seus dedos e o dorso da mão, torcendo em direção ao
tronco e ajoelhando
dedos da no pescoço
mão do infrator é uma equestão
na cintura deste.Enquanto,
de força. O fato de dominar os
ao segurar
nos dedos no dorso da mão, a força da mão do policial é maior que as
dos dedos do infrator (FIG. 95 a 97).

Figura 95 – Aproximação do policial pela lateral da cabeça do infrator

84
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

Figura 96 – Detalhe da aproximação do policial pelo lado


oposto ao dos olhos do infrator

Figura 97 - Policial domina a mão do infrator, segurando


seus dedos rmemente

Com o infrator dominado, o policial, ao manter seu tronco ereto e em


equilíbrio, poderá exercer três formas de forçamento de articulações, no
pulso, cotovelo e ombro (FIG. 98 e 99).

85
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

Figura 98 – Posição do policial ajoelhado sobre as costas do infrator,


dominando seu braço e mantendo controle sobre o seu corpo

Figura 99 – Detalhe da pegada dos dedos da mão do infrator

Após domínio do braço, o policial saca a algema com a mão que está
livre e a aplica na mão do infrator que está dominada (FIG. 100).

86
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

Figura 100 – Saque da algema, para aplicação no infrator

Segurando entre os blocos de trancamento das algemas, o policial


militar exerce uma torção leve no pulso algemado e, com a outra mão,
pega a mão do infrator do outro lado do corpo e encaixa na algema livre.
Nesse caso, o policial pode determinar que o infrator traga a mão para
ser algemada (FIG. 101 a 105).

Figura 101 – Algemação do primeiro braço dominado pelo policial

87
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

Figura 102 – Algemação do segundo braço do infrator

Figura 103 – Detalhe da algemação do segundo braço

88
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

Figura 104 – Detalhe da posição das mãos após algemação

Figura 105 – Posição nal, após a algemação

Em todas as situações em que o infrator for algemado na posição deitado,


o policial militar deve, sempre que possível, seguir os seguintes passos:

89
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

1º) Após a algemação com o infrator na posição de decúbito ventral, o


policial militar irá girá-lo de modo que as costas do infrator que virada
para o policial militar;
2º) Segurar um dos braços do infrator e com a outra mão o policial
militar irá apoiar a cabeça do cidadão infrator e auxiliá-lo a sentar-se. Em
ato contínuo o policial irá determinar que o cidadão infrator dobre uma
das pernas,
3º) O policial militar ira posicionar-se do lado da perna que o cidadão
infrator dobrou e irá auxiliá-lo a postar-se de pé;
4º) Determinar que o cidadão infrator que de pé.
Importante, verbalize com o preso, peça a ele que vire de lado, assente,
ajoelhe e levante.
A sequência de ações está representada, a seguir (FIG. 106):

GIRAR ASSENTAR

AJOELHAR LEVANTAR

Figura 106 – Sequência para levantar infrator algemado

90
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

7.5 Técnicas para condução com algemas


7.5.1 Condução com forçamento de articulação do punho
Partindo do ângulo de aproximação número 2 ½, o policial segura o
braço e o dorso da mão do abordado (FIG. 107).

Figura 107 – Posição inicial com infrator algemado na posição de pé


Mantendo controlado o braço e mão do infrator, o policial se aproxima
e posiciona o cotovelo do abordado debaixo da própria axila (FIG. 108).

Figura 108 – Posicionamento correto para segurar e reter o braço e a posição da mão

91
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

O policial força a mão do abordado, primeiro para cima e depois para


frente, conforme demonstrando nas FIG. 109 e 110.

Figura 109 – Detalhe do posicionamento correto para segurar e reter o


braço e posição da mão

Vetores indicando a força inicial para cima e para frente.

Figura 110 – Detalhe do forçamento do pulso do infrator

O cotovelo do conduzido permanece sob a axila do policial militar, que,


ao forçar a articulação, provoca o desequilíbrio necessário à segurança
do policial militar no deslocamento.
Essa técnica de forçamento da articulação do punho do conduzido é
popularmente conhecida por “mão de vaca”. A força do militar deve ser
totalmente direcionada para a articulação do punho do conduzido.

92
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

Um aspecto importante deve ser relembrado nesse momento: durante


qualquer deslocamento com um preso, independentemente do tipo de
técnica empregada, é fundamental que o policial militar permaneça
com uma postura ereta, com a coluna reta, e que, ao mesmo tempo,
empregue a técnica de condução para provocar o desequilíbrio do
conduzido.
Se o conduzido estiver em uma postura desconfortável, sem uma boa
base, di cilmente será capaz de atacar o policial militar (FIG. 111).

Figura 111 – Posição adequada do policial para condução do infrator

93
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

7.5.2 Condução com forçamento das articulações dos dedos


Emprega-se essa técnica a partir do ângulo de aproximação número 2
1/2. O policial militar se aproxima e prepara os dedos polegar e indicador,
conforme FIG. 112.

Figura 112 – Aproximação para execução da técnica

O policial posiciona o polegar na palma da mão do preso e, com o dedo


indicador, pinça a articulação de um dos dedos do conduzido. A técnica
é aplicada na mão do preso que está mais próximo ao policial (FIG.113).

94
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

Figura 113 – Posição dos dedos polegar e indicador


do policial para aplicação da técnica

Para que haja o forçamento da articulação do dedo do preso, o policial


realiza, simultaneamente, três ações: 1) pressiona o polegar contra a
palma da mão do preso; 2) retrai o dedo indicador; 3) gira o próprio
punho para cima (FIG. 114).

Figura 114 – Detalhe da posição dos dedos

95
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

Uma comparação que facilita o entendimento sobre o funcionamento


da técnica é a comparação com o movimento do acionamento de um
revólver, imaginando que a mão do policial é um revólver. Para simular
um tiro, o dedo indicador puxa o gatilho, o dedo polegar imita o cão
indo à frente, e um giro de punho para cima simula o recuo da arma.
Esse é o movimento que o policial militar realiza para empregar a técnica
de forçamento da articulação do dedo.
Para maior segurança, com a mão livre o policial militar segura o braço
do conduzido, próximo ao cotovelo (FIG. 115).

Figura 115 – Posição do policial durante a condução (a mão


que não realiza a técnica controla o braço do suspeito)

Para que a técnica seja corretamente empregada e o deslocamento


possa ter início, o policial militar deve pressionar a mão do conduzido
contra
116). as costas, simultaneamente com os demais movimentos (FIG.

96
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

Figura 116 – Posição do policial durante a condução (detalhe


do desequilíbrio no infrator produzido pela técnica)

Pressionar a mão contra as costas do conduzido faz com que ele perca a
postura e torne a condução mais fácil.

7.5.3 Condução com torção da algema sobre o punho


Técnica aplicada com a aproximação do policial pelo ângulo número 2 ½
ou 3. O policial militar segura um dos braços do conduzido. Com a mão,
segura as hastes xas e obloco de trancamento das algemas, o polegar
ca sobre a algema (FIG. 117 e 118).

Figura 117 – Posição inicial de emprego da técnica

97
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

Figura 118 – Detalhe da posição da mão para segurar o bloco de


trancamento das algemas e, com a outra, o braço do infrator

A mão do policial ca sobre a algema. É por meio da algema que o


policial militar força a articulação do punho (FIG. 119).

Figura 119 - Detalhe da torção da algema no punho do conduzido

O policial pressiona a algema contra as costas do conduzido e a gira para


trás, forçando a articulação do punho (FIG. 120).

98
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

Figura 120 – Detalhe da torção das algemas

Os vetores indicam as direções e os sentidos em que as forças devem


ser aplicadas, com o polegar e com os demais dedos. Para facilitar o
entendimento, a técnica completa é apresentada na FIG. 121, em uma
sequência de imagens.

Figura 121– sequência da condução com torção de algema

99
REFERÊNCIAS

PARTE 8

TÉCNICAS DE
LIBERAÇÃO
DE PULSOS
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

8 TÉCNICAS DE LIBERAÇÃO DE PUNHOS

8.1 Liberação de agarramento de um dos punhos


O policial deve manter uma postura defensiva nas intervenções
próximas aos agentes. Em uma tentativa de agressão, tendo início com
o agarramento
como dodefesa
medida de pulso,(FIG.
o policial
122). militar deve soltá-lo imediatamente,

Figura 122 – Suspeito agarra um dos punhos do policial

Para desvencilhar-se do agarramento em um dos pulsos, o policial


militar deve girá-lo no sentido da pinça das mãos do agressor. A pinça é
formada, em um dos lados, pela palma da mão, e, no outro, pela junção
do dedo polegar com o indicador e demais dedos (FIG. 123).

103
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

Figura 123 – Detalhe da posição de quem agarra o pulso

O giro na direção da pinça da mão do agressor deve ser feito no sentido


do polegar, onde a área a ser atravessada é menor (FIG. 124).

Figura 124 – Giro para forçamento e saída de agarramento em um punho

Gire o pulso na direção da pinça formada pelos dedos, e puxe dobrando


o antebraço (FIG. 125).

104
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

Figura 125 – Sequência da técnica de liberação de pulso

Não importa para que lado o agressor esteja segurando seu pulso, se
com as mãos do mesmo lado, ou cruzadas. Gire sempre o braço para a
pinça formada pelos dedos e puxe-o, dobrando o braço.

8.2 Liberação de agarramento de pulso com as duas mãos

Tendo um pulso agarrado pelas duas mãos do agressor, a pinça deste


agarramento é formada em um lado pela junção dos dedos polegares,
e do outro, pelos demais dedos. Nesse caso, com a ajuda da outra mão,
puxe-o dobrando na direção do bíceps. O policial militar deve manter-se
atento no momento da puxada, quanto ao equilíbrio do seu corpo (FIG.
126 a 128).

105
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

Figura 126 – Pegada com as duas mãos no mesmo braço

Figura 127– Demonstração da técnica de saída de agarramento,


com o agente segurando com as duas mãos

106
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

Figura 128 – Demonstração da saída do agarramento

8.3 Liberação de agarramento simultâneo dos dois pulsos


Ao ser agredido, tendo os dois pulsos agarrados simultaneamente, gire-
os na direção das respectivas pinças das mãos agressoras (FIG. 129).

107
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

8.3 Liberação de agarramento simultâneo dos dois pulsos


Ao ser agredido, tendo os dois pulsos agarrados simultaneamente, gire-
os na direção das respectivas pinças das mãos agressoras (FIG. 129).

Figura 129- Agarramento simultâneo dos dois pulsos

Puxe-os no sentido do bíceps, mantendo a postura defensiva (FIG. 130).

Figura 130 – Efetuar liberação puxando os braços na direção do próprio tronco

108
REFERÊNCIAS

PARTE 9

TÉCNICAS DE
SAÍDA DE
AGARRAMENTOS
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

9 TÉCNICAS DE SAIDA DE AGARRAMENTOS

9.1 Saída de agarramento lateral do pescoço


Ao ser agarrado pelo pescoço, o policial militar deve usar suas mãos
para segurar o punho/braço do infrator para que a esganadura não seja
concretizada (FIG. 131).

Figura 131 – Posição inicial do agarramento lateral no pescoço

Após, continua segurando o pulso pelo lado externo, e, com o braço


sobre o ombro, o policial militar utiliza a faca da mão para pressionar
a garganta ou bater como a mão no rosto do infrator, posturando seu
corpo de forma que o infrator que sem equilíbrio para atacá-lo (FIG.
132).

111
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

Figura 132 – Sequência de demonstração da técnica de saída de agarramento


lateral do pescoço

O policial, com uma das mãos, segura o punho do agressor, passa o


braço do infrator até as costas, e, com a outra mão, segura o ombro do
agente. Esse procedimento visa a impedir que o agressor possa se virar
e sair da posição. A mão que estava sobre o ombro abraça o pescoço, em
forma de gancho, imobilizando totalmente o infrator (FIG. 133 a 135).

Figura 133 – Sequência de imobilização do infrator após saída do


agarramento lateral do pescoço

112
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

Figura 134 – Posição nal da técnica

Figura 135 – Detalhe da posição nal da


técnica, com forçamento do braço

9.2 Saída de agarramento (cinturada pela frente com dois braços


presos).
O policial empurra, com as duas mãos na região do quadril do infrator,
de forma que o cadeado feito pela cinturada seja rompido, abrindo um
pequeno espaço contra o policial militar e o infrator (FIG. 136).

113
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

Figura 136 – Demonstração da pegada na cintura do infrator

O espaço aberto deve ser utilizado para desferir uma joelhada na altura
do abdômen, para quebrar a resistência do infrator, desabilitando-o de
qualquer tentativa de uma nova agressão (FIG. 137 a 139).

Figura 137 – Demonstração da técnica de saída do agarramento cinturado pela frente

114
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

Figura 138 – Demonstração da joelhada e retorno à posição defensiva

Figura 139 – Posição nal após a execução datécnica

115
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

9.3 Saída de agarramento (Cinturada pela frente com braços livres)

O policial se posta de forma que o infrator não consiga derrubá-lo; em


seguida, o policial militar desliza uma de suas mãos para debaixo do
queixo do infrator. A outra mão ca em cimada cabeça, de forma que o
policial militar possa empurrar a cabeça do infrator, liberando o cadeado
feito na sua cintura (FIG. 140 a 145).

Figura 140 – Posição inicial da saída do agarramento

Figura 141– Detalhe da posição do polegar sobre o olho

116
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

Figura 142 – Detalhe da outra mão colocada


por debaixo do queixo do infrator
Figura 143 – Demonstração do
empurrão para trás

Figura 145 – Posição nal após emprego


da técnica de saída de agarramento na
Figura 144 – Policial continua empurrando cintura, por baixo dos braços
até desvencilhar-se do agarramento

117
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

9.4 Saída de agarramento (Cinturada pela costas com os dois braços


presos)
O policial deve inclinar seu corpo de forma que infrator desequilibre;
logo em seguida, o policial militar posiciona uma de suas pernas atrás
de uma das pernas do infrator. O policial exiona seus joelhos, e, em
seguida, segura com as duas mãos na parte posterior dos joelhos do
infrator. O policial levanta o infrator do solo e o arremessa para trás.
Após a queda do infrator, o policial avança colocando o joelho sobre o
quadril do infrator estabilizando-o no solo. Salienta-se que nessa técnica
não se deve arremessar o infrator para frente, pois, neste caso, o infrator
pode não se soltar do policial, levando-o para o solo (FIG. 146 a 155).

Figura 147 – Posição inicial de saída do


agarramento cinturado pelas costas

Figura 146– Posição inicial do


agarramento pelas costas

118
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

Figura 149 – Segundo passo da saída do


agarramento cinturado pelas costas (policial
passa uma de suas pernas por trás de uma
das pernas do agressor) – Vista frontal

Figura 148 – Primeiro


do agarramento passo
cinturado da costas
pelas saída
(policial passa uma de suas pernas por
trás de uma das pernas do agressor)

Figura 151 – Quarto passo da saída do


Figura 150 – Terceiro passo da saída do
agarramento cinturado pelas costas (Policial
agarramento cinturado pelas costas
retira o infrator do solo)
(Policial segura as pernas do agressor)

119
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

Figura 152 – Detalhe da elevação das Figura 153 – Policial gira o corpo do
pernas do infrator infrator, lançando-o para trás

Figura 155 – Policial, após a queda do


infrator,
o abdômen avança apoiando o joelho sobre
Figura 154 – Finalização do giro lançando
o infrator para trás

9.5 Saída de agarramento (Cinturada pelas costas com os braços


livres)
Com o punho esquerdo, o policial pressiona o punho do infrator, para
liberação do cadeado da cinturada. Caso ocorra resistência por parte

120
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

do infrator, o policial militar deve, com a mão direita, segurar na parte


inferior do pulso direito do infrator; com a falange do dedo médio da
mão esquerda, o policial militar deve socar as costas da mão do infrator,
rompendo o cadeado da cinturada (FIG. 156 a 159).

Figura 157 – Policial efetua um soco no


dorso da mão do infrator
Figura 156 – Policial mantém os braços
livres ao ser agarrado

Figura 159 – Detalhe da posição do dedo Figura 158 – Detalhe da liberação da mão,
médio, no momento do soco. após desferido o soco
Ao desferir o golpe a mão do agressor se
soltará.

121
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13
REFERÊNCIAS

PARTE 10

TÉCNICAS DE
QUEDAS E
PROJEÇÕES
123
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

10 TÉCNICAS DE QUEDAS E PROJEÇÕES

Para imobilizar um agressor que esteja oferecendo resistência à


abordagem policial, a primeira preocupação deve ser a de levá-lo ao
solo, com segurança, para que o policial, então, tenha maior controle do
agressor.
Uma vez no solo, o policial militar deve utilizar das habilidades técnicas
adequadas para proceder a sua imobilização, algemação e condução,
visando a minimizar os possíveis ferimentos decorrentes do uso da força.
As técnicas de quedas e projeções que serão abordadas, a seguir, serão
identi cadas através de números, como forma de facilitar a assimilação
do conteúdo, evitando a necessidade do aprendizado de seus nomes de
srcem, incomuns aos não-praticantes de artes marciais.
Serão explicadas e demonstradas passo a passo, com a utilização de
ilustrações para facilitar o seu entendimento.

10.1 Técnica de Queda 01


Esta técnica de projeção deve ser utilizada quando o policial militar
estiver a uma distância média de, aproximadamente, um passo do
agressor, e tiver a possibilidade de segurar em um dos seus braços ou
punhos, obedecendo aos seguintes passos:
− Diante da necessidade do Uso da Força, para controlar o suspeito, o
policial militar deve manter-se em posição defensiva (guarda), conforme
FIG. 160.

125
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

Figura 160 – Posição inicial para a execução da técnica 01 de projeção

− O policial militar deve segurar um dos braços ou punhos do agressor


com rmeza (FIG. 161).

Figura 161 – O policial militar avança uma perna do lado do coldre, segurando,
com a mão do mesmo lado, o antebraço do infrator

126
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

− Com a mão livre, empurre o ombro oposto, ou o pescoço do


agressor para trás, e, ao mesmo tempo, movimente-se em direção ao
agressor, dando um passo a frente (na diagonal do suspeito) e, realiza
uma varredura com sua perna que cou atrás, na perna contrária do
agressor (FIG. 162).

Figura 162 – Policial bate com a perna na parte posterior da perna do infrator

− Ao terminar a projeção, continue com o domínio do punho do suspeito


para proceder a uma das técnicas de imobilização, Joelho na barriga
(FIG. 163).

127
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

Figura 163 – Policial militar avança, após a queda do infrator, para


fazer a imobilização com o joelho na barriga do agressor

10.2 Técnica de Queda 02


Deve ser utilizada principalmente quando o policial militar estiver sendo
agredido por socos, a uma distância curta (um passo). Desta forma, sairá
da linha de ataque dos socos e, ao mesmo tempo, executará a projeção
do agressor, obedecendo aos seguintes passos:
- Diante da necessidade do uso de força, para controlar o suspeito, o
policial militar deve manter-se em posição defensiva (guarda) conforme
FIG. 164.

128
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

Figura 164 – Posição inicial para a execução da técnica 02 de projeção

− O policial militar deve avançar uma de suas pernas na direção entre as


pernas do suspeito. Especial atenção deve ser dada à posição do rosto
do policial, que deve estar pela lateral do corpo do infrator, de forma
a evitar que seja atingido por um chute no momento de aplicação da
técnica (FIG. 165).

Figura 165 – Policial militar realiza a esquiva avançando em direção às pernas do infrator

129
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

− O policial exiona seus joelhos e segura as duas pernas do agressor, por


detrás dos seus joelhos, com as mãos em forma de “concha” (FIG. 166).

Figura 166 – Policial agarra as pernas do infrator


apoiando o ombro na altura da sua cintura

− Policial dá um passo à frente, apoiando seu ombro na região da


cintura do suspeito, e, ao mesmo tempo, puxa as pernas do agressor
vigorosamente para trás (FIG. 167).

Figura 167 – Policial projeta o agressor,


retirando as suas duas pernas do solo

130
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

− o policial militar deve estar preparado para nalizar omovimento com


imobilização do agressor no solo apoiando seu joelho no abdômen do
suspeito (FIG. 168).

Figura 168 – Após a queda, o policial militar avança pela lateral do corpo do
infrator, para promover sua imobilização

10.3 Técnica de Imobilização

Consiste em manter o agressor no solo, com as costas no chão, de for-


ma que o policial militar conseguirá imobilizá-lo, projetando o peso do
seu corpo em seu joelho (ou pela canela) que está sobre o abdômen do
agressor.
Ao mesmo tempo, segura-se um dos punhos, e com a outra mão,
controla-se o pescoço ou o ombro oposto do agressor. Alguns detalhes
devem ser observados nesta posição (FIG. 169).

131
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

Figura 169 – Posição de imobilização número 01

- Mantenha o equilíbrio afastando sua perna de apoio para longe do

agressor, “abrindo
perna e, assim, o compasso”
projetá-lo para o para
lado que esteinvertendo
oposto, não consiga agarrar sua
a posição. O
policial aproxima o seu joelho na direção do peito do agressor, sempre
que este esboçar maior resistência, de forma que, ao sentir um estímulo
de dor momentâneo, não consiga ter con ança para uma tentativa de
inverter a posição (FIG. 170).

Figura 170 – Posição de imobilização número 01 - detalhe do joelho no torrax e


domínio do braço

132
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

- O policial militar se prepara para a transição, que irá possibilitar a


algemação. Ao atacar o suspeito com um golpe de soco na direção
do rosto, ele provavelmente irá tentar se defender direcionando seus
braços para cobrir o rosto (FIG. 171).

Figura 171 – Simulação de ataque com soco, no


intuito de que o infrator exponha seu braço

- Neste momento, o policial militar domina um dos braços e efetua uma


chave de braço (FIG. 172).

Figura 172 – Agarramento do braço do infrator

133
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

- O policial militar gira o braço do suspeito e coloca-o de barriga para


baixo (FIG. 173).

Figura 173 – Execução da chave de braço

- Terminando, assim, na posição de algemação deitado (FIG. 174).

Figura 174 – Finalização com algemação

134
REFERÊNCIAS

PARTE 11

TÉCNICAS DE
CONDUÇÃO
DE PRESOS
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

11 TÉCNICAS DE CONDUÇÃO DE PRESOS

Serão demonstradas, neste tópico, técnicas de condução de presos, com


mãos livres, ou seja, sem o auxílio de algemas ou bastão tonfa, situações
essas que acontecem rotineiramente no cotidiano policial.
Seja para retirar um torcedor que esteja em vias de fato no interior de um
estádio, seja para tentar separar uma briga em um bar, o policial militar
não terá oportunidade para uma algemação rápida, e utilizará, então,
dessas técnicas, visando à segurança nos processos de condução para
o policial, para o conduzido, bem como para o público que se encontra
nas imediações.
Os processos de condução com o bastão tonfa são abordados no Manual
de Bastão Tonfa, de forma especí ca.

11.1 Técnica de Condução 01

Consiste emum
através de umapoio
forçamento da articulação
na articulação do ombro
do cotovelo, com do conduzido,
o objetivo de
manter o seu controle pela resposta ao estímulo de dor.
Será realizada de duas formas, com aproximação pela frente ou pelas
costas do suspeito, de acordo com os passos a seguir.

a) Com aproximação pela frente:


- o policial militar se aproxima na diagonal, pela frente do suspeito,
preferencialmente após a distração deste por outro policial (FIG. 175);

137
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

Figura 175 – Posição inicial da técnica de condução número 01

- Com uma das mãos, leva o punho do suspeito em direção às suas


costas e, simultaneamente, com a outra mão, puxa o braço do suspeito
na altura do cotovelo, fornecendo o ângulo para a torção (FIG. 176);

Figura 176 – Avanço pela lateral com enlace de um dos braços do infrator

138
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

- O policial, com a mão que direcionou o punho do suspeito, leva o braço


do mesmo até as suas costas (FIG. 177);

Figura 177 – Continuação do movimento com a passagem para as costas do infrator


- o policial militar desliza seu braço até conseguir segurar o tríceps do
agressor (no mesmo braço) (FIG. 178);

Figura 178 – Execução do forçamento da articulação do ombro do infrator

139
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

- O policial, então, desloca-se para a retaguarda do suspeito, e, já, com a


chave de braço encaixada, fará o apoio do ombro do suspeito com sua
outra mão livre (FIG. 179);

Figura 179 – Estabilização da posição para início da condução

- Caso o conduzido esteja muito resistente, a mão que está em apoio no


ombro do suspeito, se desloca em direção ao ombro oposto, envolvendo
o pescoço do suspeito, fornecendo, assim, de maneira segura, uma
opção de estrangulamento “mata-leão” ou “Hadaka-jime”, caso seja
necessário (FIG. 180).

140
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

Figura 180 – Demonstração da gravata

b) Com aproximação por trás:


- O policial se aproxima na diagonal, pela retaguarda do suspeito,
preferencialmente após a distração deste, por outro policial (FIG. 181);

Figura 181 – Posição inicial da técnica de condução número 01, com aproximação por trás

141
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

- Aproximará uma das mãos na direção do punho, e a outra no tríceps


oposto do suspeito (FIG. 182);

Figura 182 – Segurar com uma das mãos o punho do infrator e com a outra o cotovelo

- Simultaneamente, com a outra mão, puxa o punho do suspeito


e direciona para cima do seu braço, que está segurando o tríceps do
suspeito, fornecendo o ângulo para a torção (FIG. 183);

Figura 183 –Enlace do braço do infrator

142
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

- O policial, então, com a chave de braço encaixada, faz o apoio do ombro


do suspeito com sua outra mão livre (FIG. 184);

Figura 184 – Estabilização da posição para início da condução

- Caso no
apoio, o conduzido esteja muito
ombro do suspeito, resistente,
se desloca esta mão
em direção que está
ao ombro em
oposto,
envolvendo o pescoço do suspeito, fornecendo, assim, de maneira
segura, uma opção de estrangulamento, caso seja necessário (FIG. 185).

143
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

Figura 185 – Demonstração da gravata

11.2 Técnica de Condução de presos Nº 02

Conhecida por “mão-de-vaca”, consiste num forçamento da articulação


do punho do suspeito, no mesmo sentido do movimento natural da
articulação, porém, em ângulo acentuado, que ofereça o desconforto ao

conduzido, através do estímulo de dor.


Passo a passo, o policial militar agirá da seguinte forma:
- Segurar rmemente uma das mãos do suspeito, pegando pelas “costas”
da mão deste (FIG. 186);

144
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

Figura 186 – Posição inicial, retenção dos dedos de uma das mãos do infrator

- Com a mão livre, o policial militar puxa o cotovelo do mesmo braço da


mão dominada do suspeito, para baixo de sua axila (FIG. 187);

Figura 187 – Posicionar o outro braço por dentro do braço do infrator

145
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

- o policial militar segura a mão do suspeito e exerce pressão com


suas mãos, na direção do seu corpo e para baixo, para causar o
estímulo de dor (FIG. 188).

Figura 188 – Policial traz o cotovelo do infrator para


debaixo da axila executando o forçamento da articulação

11.3 Técnica de Condução de presos Nº 03

Consiste no forçamento da articulação do punho no sentido contrário


da articulação. Esse forçamento oferece também, em conjunto, o
forçamento das articulações do cotovelo e ombro, sendo de grande
e ciência para o processo de condução de presos.
Passo a passo, o policial militar agirá da seguinte forma:
- Segura rmemente uma das mãos do suspeito, pegando pelos dedos
da mão deste (FIG. 189);

146
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

Figura 189 – Policial segura uma das mãos do infrator pelos dedos

- Efetua um giro nesta mão dominada, de forma que consiga visualizar a


palma da mão do suspeito (FIG. 190);

Figura 190 – Policial efetua um giro forçando cotovelo e pulso do infrator para cima

147
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

- Com a mão livre, o policial militar troca a sua pegada, dominando


agora os dedos mínimo e anelar do suspeito, de forma que continue
exercendo a pressão nas articulações envolvidas (FIG. 191);

Figura 191 – Momento da troca da pegada da mão do infrator

- Caso seja necessário, levá-lo ao solo. Sem trocar as pegadas, executa um


giro com a mão dominada no sentido da articulação do ombro (FIG. 192);

Figura 192 – Policial gira em torno do corpo do infrator

148
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

- Posiciona sua mão livre no braço do suspeito (pelas costas),


direcionando o suspeito para baixo (FIG. 193).

Figura 193 – Policial leva o infrator ao solo e após imobiliza-o

149
REFERÊNCIAS

PARTE 12

TÉCNICAS DE
INTERVENÇÃO
COLETIVA
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

12 TÉCNICAS DE INTERVENÇÃO COLETIVA


As técnicas de intervenções coletivas dizem respeito à atuação dos
policiais militares em conjunto nas ocorrências.

12.1 Técnica de Condução utilizando três policiais

Nas conduções em que haja a participação de mais de um policial, é


importante que todos conheçam a técnica de intervenção e, previamente,
tenha sido de nida a função de cada um, a m de disciplina tática.
Nessa condução, são utilizados três policiais, cando o primeiro policial
recuado meio passo à diagonal, à direita (este policial estará verbalizando
com o suspeito para tirar sua atenção); o segundo policial ca recuado
meio passo à diagonal, à esquerda; o terceiro ca posicionado meio passo
a sul (FIG. 194). Para essa técnica, ver também a técnica de aproximação
triangular (TAT), no MTP 2.

Figura 194 – Posicionamento inicial para imobilização do infrator

Os dois policiais recuados a meio passo, à direita e à esquerda, avançam


contra o suspeito. Com uma das mãos, leva os punhos do suspeito em
direção a suas costas e, simultaneamente, com a outra mão, puxa os
braços do suspeito na altura dos cotovelos, em direção ao seu abdômen,
fornecendo o ângulo para a torção (FIG. 195).

153
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

Figura 195 – Os dois policiais da lateral imobilizam os braços do infrator

A mão ao
chegar que direcionou
ombro (utilize oa pegada
punho de
do quatro
suspeito desliza
dedos parapelas
travarcostas até
o ombro);
com a outra mão, segura o cotovelo fazendo pequena inclinação para
baixo, de forma que o suspeito que inclinado para frente (FIG.196).

Figura 196 – Posição após execução de forçamento da articulação do ombro do infrator

154
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

O terceiro policial, que está à retaguarda do suspeito, inclina seu corpo a


45°, protegendo o rosto com o braço, fornecendo a proteção necessária
para que o suspeito não tente lhe chutar o rosto (FIG. 197).

Figura 197 – O terceiro policial aproxima e segura as pernas do infrator

Em seguida, o braço que faz defesa do rosto abraça a perna, na altura das
coxas; o outro braço ca na altura dos joelhos, na parte dorsal, imobilizando
as pernas do suspeito; as mãos se fecham como cadeado, e, em seguida,
levanta as pernas; e o corpo do suspeito cará suspenso (FIG. 198).

Figura 198 – Os três policiais executam a imobilização do infrator

155
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

O corpo do suspeito é colocado sobre o solo; utilizando-se uma de suas


pernas, o policial da retaguarda trava as pernas do suspeito; com uma das
mãos segura a canela do suspeito e; com a outra mão, de punho fechado,
pressiona o quadril para que suspeito não se contorça (FIG. 199).

Figura 199 – O infrator é levado ao solo onde pode ser procedida a algemação

12.2 Técnicas coletivas de condução de presos

No caso da técnica anterior, partimos do pressuposto de que o infrator


está em resistência ativa. Contudo, para uma condução de preso,
por um espaço maior de tempo, ou em situações como escoltas para
ambientes como Fórum, o policial militar deve primar pelo mínimo de
exposição do conduzido, sem descuidar dos aspectos de segurança. As
conduções a mãos livres, expostas neste manual, podem ser aplicadas

coletivamente.
técnica, Por isso
explorando a importância
os dois do policial(FIG.
lados do conduzido treinar
200).a aplicação da

156
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

Figura 200 – Técnicas de condução com atuação de dois policiais

12.2.1 Técnicas coletivas de condução de presos em escadas e


corredores
É comum a guarnição policial ter que conduzir um infrator em escadarias
e corredores, como nos ambientes forenses e delegacias. No caso de
escadarias, o policial militar condutor é o responsável pela condução e
segurança do preso. Ele deve estar atento ao ambiente físico, aos passos
a serem dados na condução, à aplicação correta da técnica, à postura, e
à segurança própria e do conduzido.
O policial auxiliar na condução deve preocupar-se com a segurança do
policial condutor, do conduzido, dos acessos a serem percorridos na
condução, com pessoas que possam vir a intervir na ocorrência policial,
como familiares das vítimas, do preso e populares. Esse policial militar
tem a função de direcionamento e garantia de acesso aos locais, sendo
responsável pela abertura de portas e desimpedimento do percurso.
A guarnição pode ser formada por três ou dois policiais militares, que
devem tomar os seguintes dispositivos (FIG. 201):

Figura 201 – Condução de preso com três ou dois policiais em escada

157
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

Na condução em escadarias, o policial militar auxiliar na condução,


visualizando que o acesso encontra-se tranquilo e liberado, no caso
de subir as escadas, vai posicionar-se atrás do policial condutor. O
escopo do policial auxiliar é proporcionar maior segurança ao condutor,
evitando que, em caso de reação do infrator, o condutor desequilibre e
caia pelas escadas abaixo. Na reação, a preocupação do auxiliar é apoiar
o condutor, evitando, ao máximo, uma queda. Ao posicionar-se atrás do

policial condutor, o auxiliar evita ser atingido pelo infrator (FIG. 202).

Figura 202 – Condução com dois policiais – um policial condutor, e o outro auxilia

responsável pelo acesso

Ao descer as escadas, a posição inverte. o policial militar auxiliar se po-


siciona à frente e na diagonal do condutor, com o mesmo objetivo de
apoiá-lo em uma reação. A distância do posicionamento deve ser tal,
que o auxiliar não seja alcançado por um golpe de chute do infrator e
que permita um apoio rápido em caso de necessidade (FIG. 203).

Figura 203 – Inversão do posicionamento no momento da descida de escadas (auxiliar


posicionado à frente do condutor)

158
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

Em uma intervenção coletiva, os policiais devem estar atentos às missões


especí cas. O policial auxiliar prima pela segurança na condução.
Intervenções de terceiros, durante a condução, devem ser impedidas. A
principal missão é a condução do preso com segurança (FIG. 204 a 206).

Figura 204 – Policial auxiliar intervém em ação de terceiros durante a condução

Figura 205 – Policial auxiliar libera o acesso para a condução

Figura 206 – Policial auxiliar abrindo portas

159
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

12.2.2 Técnicas coletivas de condução de presos em viaturas

Nos casos de condução coletiva em direção a viaturas, as regras a


serem observadas, até o acesso ao veículo, são as mesmas relativas às
conduções a mãos livres e conduções coletivas. Contudo, aproximando
da viatura, o policial militar auxiliar vai abrir o compartimento próprio
do veículo, mantendo a segurança para que o policial militar condutor

aproxime e embarque o infrator (FIG. 207).

Figura 207 – Os policiais se aproximam da viatura para o embarque do infrator. O policial


condutor conduz o preso, enquanto o auxiliar abre o compartimento fechado do veículo

Com a aproximação do preso, o policial auxiliar toma postura de


segurança, enquanto o policial condutor embarca o infrator (FIG. 208).

Figura 208 – Policiais preparando para embarcar o infrator

O policial militar condutor, para embarcar o preso, vai segurá-lo pela


algemas, abaixando sua cabeça e sentando-o no compartimento
traseiro da viatura. Em seguida, vai determinar que ele gire colocando as
pernas para dentro (FIG. 209 a 210).

160
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

Figura 209 – Policiais embarcando o infrator na viatura

Figura 210 – Com infrator embarcado, os policiais fecham a viatura

Para a retirada do preso da viatura, o policial militar deve portar-se com


segurança e agilidade, não expondo a operação. O policial militar auxiliar
abre o compartimento da viatura e, em seguida, faz a segurança do local.

Utilizando-se da técnica de torção da algema, o policial militar condutor


abaixa a cabeça do conduzido, determina que ele gire seu corpo tirando
as pernas do interior da viatura. Em seguida, determina que o infrator
que de pé fora da viatura (FIG. 211 e 212).

161
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

Figura 211 – Policiais retiram o preso do interior da viatura

Figura 212 – O policial militar senta o infrator e o retira da viatura

Caso a viatura não possua compartimento fechado para a condução de


preso, o conduzido será colocado no banco de trás, atrás do banco do
comandante (banco do passageiro). Da mesma forma que na condução
anterior, o policial militar condutor, utilizando da técnica de torção
da algema, conduz o infrator para embarcá-lo na viatura, enquanto
o policial militar auxiliar vai abrir a porta e tomar procedimentos de
segurança (FIG. 213 a 215).

162
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

Figura 213 – Um policial abre a viatura e o condutor inicia o procedimento de embarque

Figura 214 – O infrator é sentado, e, em seguida, gira colocando as pernas para dentro
do veiculo

Figura 215 - O infrator é colocado na viatura

Para a retirada do infrator da viatura, os policiais devem proceder da


forma inversa. Enquanto o policial auxiliar abre a porta e faz a segurança
local, o condutor torce a algema do infrator, abaixa a sua cabeça,
determina que ele gire e retire as pernas do veículo, permanecendo
sentado, e depois o levanta.

163
REFERÊNCIAS

PARTE 13

TÉCNICAS DE

CAUTELA,
DEFESA E
RETENÇÃO DO
ARMAMENTO
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

13 TÉCNICAS DE CAUTELA, DEFESA E RETENÇÃO DO


ARMAMENTO

A arma de fogo é um primordial instrumento do policial na atividade


m. Ao se deparar com situações nas quais necessitará defender-se, ou a
outrem, deverá evitar a perda de seu armamento.

Ressaltamos que,àsquando
defesa refere-se armas denos referimos
porte, à cautela
tanto ao revólverde arma àde
quanto fogo, a
pistola.
Face ao exposto, são descritas algumas técnicas que visam a preservar
o armamento do policial. Nos ataques apresentados, são considerados
aqueles em que o agressor ataca o armamento no mesmo lado. De
frente um para o outro, agressor e policial, a mão esquerda ataca a arma
do lado direito e a mão direita ataca a arma do lado esquerdo.
13.1 Procedimentos de cautela, esquiva e chave de dedo
Em uma intervenção, na iminência de ser atacado, o policial deverá
fazer a cautela de sua arma de fogo, segurando-a com a mão, rmando
o armamento no coldre, e esquivando, afastando o lado em que está
localizado o armamento do agressor (FIG. 216 a 218).

Figura 216 - Infrator leva a mão na direção da arma do policial

167
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

Figura 218 – Policial, com a mão que


Figura 217 – Policial protege a arma e
não empunha a arma, afasta o infrator,
recua a perna do mesmo lado da arma impedindo sua aproximação

Caso o agressor consiga colocar a mão no armamento do policial, este


inicialmente não deve afastar-se para trás – isso vale para todas as
técnicas de acautelamento. O policial deve manter a base xa no solo.
O fato de caminhar recuando pode facilitar a retirada da arma pelo
agressor (FIG. 219 e 220).

Figura 219 - Caso o Infrator segure a Figura 220 - Policial recua e a arma ca na
arma do policial mão do infrator

168
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

Diante da situação apresentada, o procedimento correto é levar


a palma da mão, com a qual saca a arma, sobre o dorso da mão
agressora, prendendo-a. Com a outra mão, segura o polegar da mão
do agressor, torcendo-o em sentido anti-anatômico. A mão forte,
que estava acautelando a arma, deve segurar nos dedos restantes,
de preferência os dois últimos, anelar e mínimo, realizando uma
torção. Com essa chave de dedo, o policial livra a mão do agressor do

armamento (FIG. 221 a 225).

Figura 221 – Policial mantém a posição de base e segura a mão do infrator sobre a arma

Figura 222 – Policial segura o polegar e dedo mínimo do infrator

169
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

Figura 223 – Policial força as articulações dos dedos para cima e para baixo

Figura 224 – O forçamento obriga o infrator a soltar a arma

Figura 225 – Policial recua a perna do lado da arma e conduz o infrator em direção ao solo

170
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

13.2 Chave de mão com giro para costas do agressor


Nesta técnica, o policial, com a mão forte, fará a cautela da arma,
segurando a mão do agressor. Com a mão fraca, prende a mão agressora
apoiando o polegar no dorso e, com os demais dedos, segura a borda
externa. Depois, gira na direção das costas do agressor, livrando a arma
e aplicando uma chave de mão (FIG. 226 a 231).

Figura 226 – Policial mantém a posição e segura a mão do infrator

Figura 227 - Policial segura com a outra mão nas costas da mão do infrator

Figura 228 – Policial desliza a mão até alcançar a palma da mão do infrator

171
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

Figura 229 – Policial militar inverte a palma da mão do infrator


para fora, fazendo-o soltar a arma

Figura 230 - Policial miitar realiza a inversão da pegada e apoia


os dedos no dorso da mão do infrator

Figura 231 – Apoiar os polegares nas costas da mão do


infrator e girar em direção as suas costas

172
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

13.3 Chave de mão com giro para frente do agressor


O policial militar, atacado em sua arma, com a mão fraca, deve fazer a
contenção do armamento sobre o pulso agressor. Simultaneamente, irá
segurar a mão do agressor que o ataca, com sua mão forte, apoiando
o polegar no dorso da mão do agressor. Depois, gira para frente do
agressor, torcendo o pulso em sentido anti-anatômico. É importante
manter os polegares das duas mãos no dorso da mão do agressor. O
policial militar ivra a arma e, com o emprego da técnica, leva o agressor
ao solo. O policial continua a torção do pulso e cotovelo, colocando-o
em decúbito ventral, pronto para algemação (FIG. 232 a 244).

Figura 232 – No momento que o infrator segura a arma o policial militar defende o
armamento, segurando-o com a mão contrária ao lado do coldre

Figura 233 – Com a outra mão, segura a mão do infrator, fazendo-o soltar a arma

173
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

Figura 234 – Detalhe da pegada na mão do infrator

Figura 235 – Policial militar retira a mão do infrator da arma

Figura 236 – Policial militar apóia os dois polegares no dorso da mão do infrator

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Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

Figura 237 – Policial militar efetua forçamento do punho do agressor

Figura 238 – Policial miltar gira o punho do infrator para o lado externo, levando-o ao solo

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PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

Figura 239 – Policial militar passa em volta da cabeça do


infrator, que está no solo

Figura 240 – Policial militar segura o punho e cotovelo do infrator

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Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

Figura 241– Policial militar passa por detrás da cabeça do infrator

Figura 242 – Policial gira o corpo do infrator até que ele esteja em decúbito ventral

177
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

Figura 243 – Policial mantém pressão no punho do infrator

Figura 244 – Policial aplica a chave de braço e algemação

As chaves de mão e de dedo, demonstradas acima, podem ser aplicadas


de acordo com a variação do ataque.

13.4 Chave de braço


Quando o ataque no armamento for capaz de levar o policial ao solo,
este deve imediatamente, com sua mão forte, realizar a cautela do
armamento, rmando-o no coldre e colocando o agressor em sua
guarda de pernas (agressor posicionado entre as pernas do policial).

178
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

Em seguida, o policial militar aplica uma chave de braço, elevando seu


tronco em direção ao do agressor, e passa sua mão fraca no espaço
existente entre o braço que ataca a arma e o tronco deste. o policial
militar segura sua mão forte e volta seu tronco ao solo, torcendo o braço
do agressor e fazendo com que ele solte a arma (FIG. 245 a 253).

Figura 245 – Agarramento na cintura e pela frente

179
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

Figura 246 – O infrator avança levando o policial militar ao solo

Figura 247 – Ao cair, o policial militar deve proteger sua arma,


atacando o braço do infrator deste mesmo lado

180
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

Figura 248 – Atacar o punho e o cotovelo do infrator

Figura 249 – Policial militar executa o forçamento do braço do


infrator no sentido das suas costas

Figura 250 – Policial militar passa o braço por detrás do braço do infrator

181
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

Figura 251 – Policial militar segura o seu próprio punho,


trancando o braço do infrator

Figura 252 – Policial militar força o braço do infrator para cima

Figura 253 – Policial militar passa a perna sobre as costas do infrator,


efetuando uma saída pelo lado em que o infrator está imobilizado

182
Manual Técnico-Pro ssional 3.04.13

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