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POLÍCIA MILITAR DE

SANTA CATARINA

SISTEMA DE DEFESA PESSOAL POLICIAL

DA POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA

FLORIANÓPOLIS
2020
2

ORGANIZADOR
Major Mat. 925824-8 Miguel Angelo Silveira;

COMISSÃO TÉCNICA
Conforme Ato da Polícia Militar n° 1145/2019, A comissão é composta pelos seguintes integrantes:

Tenente Coronel Mat. 925306-8 João Carlos Benassi Borges Kuze;


Tenente Coronel Mat. 925832-9 Eder Jaciel de Souza Oliveira;
Tenente Coronel Mat. 925818-3 Yuri Bento Brandão.
Major Mat. 925824-8 Miguel Angelo Silveira;
Major Mat. 926740-9 Eduardo Moreno Persson;
1º Ten Mat. 357705-8 Ricardo Bonnassis;

EQUIPE TÉCNICA - PROFESSORES:


Cap Mat 927036-1 Matheus Osvaldo Perfoll Teixeira
1º Ten Mat 933488-2 Vitor Parr Correa
1º Ten Mat 357705-8 Ricardo Bonnassis
1º Ten Mat 932478-0 Wanderson Alessandro da Silva Fortes
2º Sgt Mat 920465-2 Aldo Cesar Martins
2º Sgt Mat 921313-9 Robson Echeli
2º Sgt Mat 928147-9 Jonatan dos Santos de Lima
3º Sgt Mat 923786-0 Bráulio de Campos Perin
3º Sgt Mat 922000-3 Sergio Valpir da Silva
3º Sgt Mat 921405-4 Norton Andrada do Nascimento
Cb Mat 926130-3 Guilherme Silveira
Cb Mat 930969-1 Deyvedy Tyago Padilha
Cb Mat 348596-0 Rodrigo de Oliveira Costa
Cb Mat 926835-9 Rafael Manoel da Silva
Sd Mat 934609-0 Fred Eduardo Marques Salgado
Sd Mat 931116-5 Eliener de Liz Oliveira
Sd Mat 990646-0 Renato Coelho de Almeida
Sd Mat 930692-7 Claizon Jeremias Cardoso
Sd Mat 929963-7 Francisco Paulo Neto

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SUMÁRIO

Capítulo 1 - INTRODUÇÃO A DEFESA PESSOAL POLICIAL ............................................ 05

1.1 1.1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 05

1.2. CONCEITOS .................................................................................................................... 07

1.2.1. Artes Marciais ................................................................................................................ 03

1.2.2. Defesa Pessoal ............................................................................................................. 08

1.2.3. Defesa Pessoal Policial ................................................................................................. 09

1.2.4. Outros Conceitos relacionados ..................................................................................... 09

1.3. PRINCÍPIOS BÁSICOS DE DEFESA PESSOAL POLICIAL .......................................... 11

Capítulo 2 – FUNDAMENTAÇÃO LEGAL DAS AÇÕES DE DEFESA PESSOAL


POLICIAL ................................................................................................................................ 13

2.1. OS DIREITOS HUMANOS ............................................................................................... 13

2.2. ESTRITO CUMPRIMENTO DEVER LEGAL .................................................................... 17

2.3. PRINCIPIO DA LEGÍTIMA DEFESA ................................................................................ 18

2.4. PODER DE POLÍCIA ........................................................................................................ 20

2.5. ABUSO DE AUTORIDADE .............................................................................................. 22

2.6. AGRESSÃO E VIOLÊNCIA POLICIAL ............................................................................. 24

Capítulo 3 - USO DA FORÇA ................................................................................................ 25

3.1 USO LEGAL DA FORÇA .................................................................................................. 25

3.2. USO GRADUAL, PROGRESSIVO OU DIFERENCIAL DA FORÇA ................................ 29

3.3. USO DA FORÇA NA DEFESA PESSOAL POLICIAL ..................................................... 31

3.4. “TAPA NA CARA” OU “CHUTE NO CALCANHAR” ......................................................... 31

Capítulo 4 – A IMPORTÂNCIA DA DEFESA PESSOAL NO DESEMPENHO DA


ATIVIDADE POLICIAL ......................................................................................................... 34

Capítulo 5 – METODOLOGIA DE ENSINO DA DEFESA PESSOAL POLICIAL ................ 40

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5.1. FUNDAMENTOS .............................................................................................................. 40

5.2. PRINCÍPIOS DA FORMAÇÃO DOS AGENTES EM SEGURANÇA PÚBLICA ............... 42

5.3. DAS AULAS DE DEFESA PESSOAL POLICIAL ............................................................. 47

5.4. PERIODICIDADE DO TREINAMENTO ............................................................................ 48

Capítulo 6 – CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DE DEFESA PESSOAL POLICIAL .............. 50

Capítulo 7 – FOTOS DAS TÉCNICAS.................................................................................... 53

Capítulo 8 – CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................ 95

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................... 97

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Capítulo 1

INTRODUÇÃO À DEFESA PESSOAL POLICIAL

1.1 INTRODUÇÃO

A Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC) possui seu efetivo empregado


diuturnamente na proteção da sociedade catarinense, submetidos frequentemente
ao enfrentamento físico, psicológico e bélico contra a criminalidade que insiste em
permanecer em nossa sociedade.
Deste modo, a atividade policial constitui um mister de extrema
complexidade, importância e paradoxalidade, pois ao mesmo tempo que o órgão
policial é responsável pela defesa dos direitos e preservação da ordem, é
responsável também pela limitação de condutas, restrição de liberdades e coerção
de comportamentos.
A fim de munir os operadores da Segurança Pública de meios para que
possam exercer seu papel com plenitude, o Estado e União lhes investem e legitima
o poder de polícia, a fim de manter e restaurar o controle social, podendo, inclusive,
utilizar-se de medidas coativas sobre as liberdades individuais, com o objetivo de
garantir o bem-estar coletivo. Entretanto, este poder não é ilimitado, seus limites
estão expressos nos direitos e garantias individuais e coletivos da Carta Magna e em
tratados internacionais como a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Logo, estes órgãos têm a obrigação de atuar em consonância com os
parâmetros legais a fim de evitar a ampliação dos conflitos e, por via de
consequência, a degradação do próprio conceito de segurança pública.
Para tanto, é imperioso que este agente receba uma formação ampla, sólida
e específica, objetivada às rotinas que irá enfrentar, especialmente àquelas em que
poderá socorrer-se do uso da força. Assim, a capacitação do agente deve exigir um
alto grau de qualificação em defesa pessoal policial, como pré-requisito
indispensável ao equilíbrio emocional e a prevalência da razão e da técnica na
tomada de decisão em situações de crise. Tal capacitação, só pode ser alcançada

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através de treinamentos pautados e fundamentados em Defesa Pessoal Policial,


ministrada por profissionais qualificados e conhecedores das peculiaridades das
rotinas policiais, com comprovada experiência, tanto na matéria de defesa pessoal,
como no exercício da atividade de Polícia.
O uso da força na ação policial é norteado pelos princípios da moderação,
proporcionalidade, necessidade, conveniência e legalidade. Seguindo os mesmos
princípios, a defesa pessoal policial deve utilizá-los com o objetivo de garantir a
melhor atuação policial, evitando excesso, inação, precipitação ou o uso
desnecessário ou excessivo das armas de fogo, causado, justamente, pela falta de
conhecimento e prática destas técnicas de defesa pessoal policial. Nesse sentido, a
aquisição desta postura operacional de valorização e priorização do uso da técnica
em detrimento do uso da força, minimizará a incidência de casos de violência
policial, que tanto agridem a sociedade e desacreditam a força policial.
O presente manual discorre sobre os fundamentos e princípios das técnicas
de Defesa Pessoal Policial, demonstrando o correto emprego de técnicas
proporcionais ao nível do uso da força necessária, de modo que a atuação policial
seja pautada no profissionalismo através da proporcionalidade, conveniência e
eficiência.
Neste contexto, a sociedade investe na formação dos operadores de
segurança pública para que, além de tudo, sejam reconhecidos como autoridade
encarregada da aplicação correta da lei e defesa dos direitos. Sendo assim, a
sociedade espera que o este operador seja exemplo de profissional em sua postura
e atuação, sendo de fundamental importância que o mesmo paute suas ações na
legalidade, técnica e ética, respeitando os princípios dos direitos humanos.
Sendo assim, a defesa pessoal policial tem por objetivo munir o policial das
técnicas necessárias para sua atuação adequada às mais variadas situações, bem
como, agregar aspectos positivos em sua vida profissional e pessoal através do
desenvolvimento da aptidão física, da correta canalização da força física e pela
autoconfiança e equilíbrio psicológico. Esses aspectos são resultantes da
consciência de sua capacidade em promover a sua autodefesa e a defesa do
cidadão, para tornarem-se profissionais habilitados e conscientes do seu dever e dos

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seus limites, ao agir com controle, profissionalismo, técnica e eficiência em sua


árdua missão diária.

1.2 CONCEITOS

1.2.1. Artes marciais

É de senso comum que o conceito de arte marcial engloba um sistema de


treinamento completo em si, que vai muito além do puro e simples combate.
As artes marciais são sistemas de práticas e tradições para o
treinamento de combate, com ou sem o uso de armas tradicionais.
Salienta-se ainda, que não há o uso de armas de fogo ou outros dispositivos
modernos nas artes marciais.
Sem dúvida, as técnicas de combate são a parte mais evidente das artes
marciais, uma vez que a eficiência dos golpes é algo de fácil observação. Porém,
aquilo que mais chama a atenção do leigo não é o combate em si, mas sim a
disciplina que há por trás do treinamento.
A disciplina é exigida não só pelo treino físico, como também pela prática
filosófica. Assim, são os conceitos filosóficos e rituais tradicionais que fazem do
simples combate uma arte marcial, e não a eficiência de seus golpes.
A tradição milenar que tanto encanta o homem ocidental, se torna presente,
justamente, na transmissão dos ensinamentos de mestre para discípulo. O
conhecimento preservado através do exercício do respeito e da disciplina é a grande
marca das artes marciais.
No início, com a juventude e o vigor do corpo físico, o praticante dá ênfase
apenas ao treino físico, mas, com o tempo e a serenidade, começa a vislumbrar
outras possibilidades. É esse conhecimento milenar que, estando oculto atrás das
técnicas de combate, torna as artes marciais tão atraentes. Mas para muitos
praticantes das artes marciais, durante um bom tempo, tudo se resume em técnicas
de ataque e defesa.

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A tradição herdada por cada uma das artes, define um estilo que contém
técnicas desenvolvidas conforme a época e local em que foi criada. Assim, há
diversas artes marciais como as chinesas, as japonesas e as coreanas, cada uma
com suas características próprias. Inclusive, no ocidente hoje, existem algumas artes
marciais reconhecidas que surgiram da necessidade de adaptação de técnicas para
que fossem mais eficientes no combate ou se adaptassem à realidade local.
No entanto, mesmo sendo diversas, todos os estilos têm em comum o
objetivo final de alcançar a invencibilidade. Mas, devemos lembrar que se trata de
vencer não apenas o inimigo externo, mas principalmente o interno, pois, a despeito
da grande evolução tecnológica, o homem continua sendo exatamente o mesmo,
assim como suas necessidades. Há milhares e milhares de anos, grandes mestres
das artes marciais têm colocado que o trabalho do discípulo deve ser o de
superação interna através do treino e da disciplina, unificando assim mente, corpo e
espírito, tendo como objetivo final a integração homem-universo. O treino das artes
marciais, com o devido tempo e dedicação, tira o praticante do antagonismo
preliminar do combate corpo-a-corpo e o leva a uma transformação de seu próprio
ser. Nesse sentido, a essência das artes marciais consiste justamente nessa
mudança de enfoque: não se trata de vencer o oponente, mas sim de vencer a si
mesmo. Portanto,

[...] arte marcial é um conjunto de técnicas, filosofias e tradições de


combate. Cada arte marcial é herdeira de uma determinada tradição e
constitui um todo coerente em que as técnicas são devidamente
enquadradas por conceitos filosóficos e por rituais tradicionais. Em cada
especialidade ou luta, temos a graduação em níveis de acordo com a
evolução do praticante tanto no nível físico (técnicas) como no nível
filosófico. (BURATTINI, 2006)

1.2.2. Defesa pessoal

Pinto e Valério (2002, p. 43, grifo nosso), sobre o conceito de defesa pessoal
definem que:

[...] é o conjunto de movimentos e técnicas de defesa e ataque,


abstraídos de uma ou mais estilos de Artes Marciais, que objetivam

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promover a defesa pessoal própria ou de terceiros, conjugando, ao


máximo, as potencialidades físicas, cognitivas e emocionais do agente.

De acordo com Costa (2006, p. 62), Tenente Coronel da Polícia Militar de


Rondônia, o autor define em sua apostila de defesa pessoal que esta “consiste em
prevenir a agressão e controlar o(s) agressor(es), valendo-se de métodos e
ferramentas estudadas, sem violência e sem força excessiva”.
Como descrito anteriormente, e baseando-se no conceito de estudiosos no
assunto, defesa pessoal consiste em defender a si ou à terceiros quando houver
atitudes de perigo à integridade física, através de técnicas específicas geralmente
baseadas em artes marciais. Portanto, é a utilização de uma força reativa contra
uma atitude ofensiva de outra pessoa.

2.3 Defesa Pessoal Policial

A Defesa Pessoal Policial caracteriza-se por estar permeada dos princípios e


características inerentes às atividades desenvolvidas pelos agentes da Segurança
Pública, como os policias militares, por exemplo.
No basilar de suas atribuições e princípios condutores das suas ações em
meio à sociedade, encontramos os princípios constitucionais dos direitos individuais
e coletivos, o respeito à dignidade humana, ao controle no excesso de suas ações
para que não ocorra abuso de autoridade ou ações de tortura, o acatamento dos
Direitos Humanos e do respeito à pessoa humana, como também a observância do
uso gradual, progressivo ou legal na aplicação da força, entre outros. No entanto,
cabe destacar que, estes aspectos não são observados na simples prática de uma
ação de defesa pessoal ou no treinamento de artes marciais, pois fazem parte da
responsabilidade e do comprometimento profissional no trabalho de um agente da
segurança pública.
Dessa forma, conceitua-se Defesa Pessoal Policial como: um conjunto de
técnicas destinadas à defesa da integridade física da vida do policial ou de

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terceiros, com o objetivo de garantir o cumprimento das atribuições legais e


constitucionais dos agentes da segurança pública.

1.2.4 Outros conceitos relacionados

Armas de menor potencial ofensivo: Armas projetadas e/ou


empregadas, especificamente, com a finalidade de conter, debilitar ou incapacitar
temporariamente pessoas, preservando vidas e minimizando danos à sua
integridade. (BRASIL, 2010).

Equipamentos de menor potencial ofensivo: Todos os artefatos,


excluindo armas e munições, desenvolvidos e empregados com a finalidade de
conter, debilitar ou incapacitar temporariamente pessoas, para preservar vidas e
minimizar danos à sua integridade. (BRASIL, 2010).

Equipamentos de proteção: Todo dispositivo ou produto, de uso


individual (EPI) ou coletivo (EPC) destinado à redução de riscos à integridade física
ou à vida dos agentes de segurança pública. (BRASIL, 2010).

Força: Intervenção coercitiva imposta à pessoa ou grupo de pessoas, por


parte do agente de segurança pública, com a finalidade de preservar a ordem
pública e a lei. (BRASIL, 2010).

Instrumentos de menor potencial ofensivo: Conjunto de armas,


munições e equipamentos desenvolvidos com a finalidade de preservar vidas e
minimizar danos à integridade das pessoas. (BRASIL, 2010).

Munições de menor potencial ofensivo: Munições projetadas e


empregadas, especificamente, para conter, debilitar ou incapacitar

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temporariamente pessoas, preservando vidas e minimizando danos a integridade


das pessoas envolvidas. (BRASIL, 2010).

Nível do Uso da Força: Intensidade da força escolhida pelo agente de


segurança pública em resposta a uma ameaça real ou potencial. (BRASIL, 2010).

Princípio da Conveniência: A força não poderá ser empregada quando,


em função do contexto, ocasionar danos de maior relevância do que os objetivos
legais pretendidos. (BRASIL, 2010).

Princípio da Legalidade: Os agentes de segurança pública só poderão


utilizar a força para a consecução de um objetivo legal e nos estritos limites da lei.
(BRASIL, 2010).

Princípio da Moderação: O emprego da força pelos agentes de segurança


pública deve, sempre que possível, além de proporcional, ser moderado, visando
sempre reduzir o emprego da força. (BRASIL, 2010).

Princípio da Necessidade: Determinado nível de força só pode ser


empregado quando níveis de menor intensidade não forem suficientes para atingir
os objetivos legais pretendidos. (BRASIL, 2010).

Princípio da Proporcionalidade: O nível da força utilizado deve sempre


ser compatível com a gravidade da ameaça representada pela ação do opositor e
com os objetivos pretendidos pelo agente de segurança pública. (BRASIL, 2010).

Técnicas de menor potencial ofensivo: Conjunto de procedimentos


empregados em intervenções que demandem o uso da força, através do uso de
instrumentos de menor potencial ofensivo, com intenção de preservar vidas e
minimizar danos à integridade das pessoas. (BRASIL, 2010).

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Uso Diferenciado da Força: Seleção apropriada do nível de uso da força


em resposta a uma ameaça real ou potencial, visando limitar o recurso a meios que
possam causar ferimentos ou mortes. (BRASIL, 2010).

1.3 PRINCÍPIOS BÁSICOS DE DEFESA PESSOAL POLICIAL

São princípios da defesa pessoal policial:

Simplicidade: Deve-se buscar a utilização de técnicas simples e diretas,


sem movimentos excedentes e demasiados, em que seja obedecida a biomecânica
corporal. Com isso, obtemos técnicas mais eficientes e fáceis de serem lembradas,
assimiladas e aplicadas.

Objetividade: As técnicas treinadas devem ser necessárias e eficientes,


considerando que cada técnica deve ter um objetivo de aplicação no campo prático.
A abordagem de um grande número de técnicas, ou técnicas sem uma utilidade
específica, poderá prejudicar a eficiência do treinamento.

Repetição: Trata-se do princípio mais importante para o treinamento da


defesa pessoal policial, pois somente através da repetição e do condicionamento
físico e técnico é que se absorverá ou se assimilará a técnica ensinada. Com isso, a
mesma é agregada ao arco reflexo motor do sistema parassimpático, tornando-se
um conhecimento útil e aplicável no combate.

Aplicabilidade: As técnicas de defesa pessoal policial devem ser aplicáveis


por todos os policiais, durante a atuação policial com a finalidade de execução da
missão.

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Capítulo 2

FUNDAMENTAÇÃO LEGAL DAS AÇÕES


DE DEFESA PESSOAL POLICIAL

2.1 OS DIREITOS HUMANOS

Sobre Direitos Humanos, a Instrução Modular da Polícia Militar (2002, p. 146),


conceitua como sendo:

[...] os direitos fundamentais inerentes a todo ser humano, tais como:


direito à vida, à liberdade, à segurança, à educação, ao repouso, à
liberdade de opinião e expressão [...]- independente de sua condição
socioeconômica, política, cultural, ética, profissional, sem qualquer
restrição ao espaço geográfico que a pessoa se encontre.

Após a Segunda Guerra Mundial, meados do século XX, a concepção de


direitos humanos passou a atingir a esfera internacional. Neste entendimento,
Wilson (2007) afirma que diversos instrumentos, introduzindo princípios gerais,
passaram a ser produzidos buscando proteger os direitos do ser humano.
Rover (1998) afirma que no século XX, um dos períodos mais marcantes e
intensos da humanidade, é o mais referenciado quando o assunto são direitos
humanos. No entanto, os princípios humanísticos têm origem há muitos séculos.
Durante este período, duas grandes guerras foram travadas, marcando episódios de
crueldade, atrocidades, xenofobia, racismo, tortura e genocídio. Assim, formou-se
uma grande mobilização mundial com intuito de reprimir quaisquer possibilidades
destes acontecimentos virem a ocorrer novamente. Para isso, em 1945, foi criada
uma organização mundial e internacional com a intenção de manter a paz e a
segurança internacional, chamada Organização das Nações Unidas (ONU).
Segundo Cunha (2004) a ONU, visa regulamentar situações que envolvam
países diferentes. No entanto, diversas vezes, ela teve que intervir em conflitos

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internos de Estados que agiam contra seus cidadãos, atacando princípios inerentes
a pessoa humana. Assim, para inibir possíveis arbitrariedades e violações aos
direitos humanos, a ONU, através de assembléias ratificadas por seus países
membros, sancionou convenções visando inibir tais condutas.
Em 1948, segundo Amnesty International (2003), foi proclamada a Declaração
Universal dos Direitos Humanos, na assembléia geral 217 A (III). Esta declaração,
segundo Office of United Nations Hight Commissioner fo Human Rights (2005, p. 1),
visa:
[...] atingir por todos os povos e todas as nações, a fim de que todos os
indivíduos e todos os orgãos da sociedade, tendo-a constantemente no
espírito, se esforcem, pelo ensino e pela educação, por desenvolver o
respeito desses direitos e liberdades e por promover, por medidas
progressivas de ordem nacional e internacional, o seu reconhecimento e a
sua aplicação universais e efetivos tanto entre as populações dos próprios
Estados membros como entre as dos territórios colocados sob a sua
jurisdição.

Segundo a Instrução Modular da Polícia Militar (2002) a atividade policial deve


seguir os preceitos fundamentais dos direitos humanos, valorizando a vida, a
dignidade humana e a harmonia individual e coletiva. Reforça também, a
necessidade de técnica policial aprimorada, além de grande habilidade dos policiais,
devido à alta complexidade de sua atividade rotineira, lidando com interesses
individuais e coletivos, naturais ou positivos de pessoas e grupos sociais.
Os pilares fundamentais da concepção de direitos humanos no que se refere
à vida, liberdade, igualdade, fraternidade, dignidade e segurança pessoal estão
insculpidos nos três primeiros artigos da Declaração Universal de Direitos Humanos
quais sejam:

Artigo 1° - Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e


em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com
os outros em espírito de fraternidade.
Artigo 2° - Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as
liberdades proclamados na presente Declaração, sem distinção alguma,
nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião
política ou outra, de origem nacional ou social, de fortuna, de nascimento
ou de qualquer outra situação. Além disso, não será feita nenhuma
distinção fundada no estatuto político, jurídico ou internacional do país ou
do território da naturalidade da pessoa, seja esse país ou território
independente, sob tutela, autônomo ou sujeito a alguma limitação de
soberania.
Artigo 3° - Todo indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança
pessoal. (ONU, 1948)

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Cabe ressaltar que o ponto fundamental da Declaração Universal dos


Direitos Humanos é a vida, sendo este, o norte para todos os demais direitos (LIMA
JÚNIOR apud STHANKE, 2007, p. 25).
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, cognominada de
“Constituição Cidadã”, faz inúmeras referências em seu texto normativo a respeito
dos direitos humanos.
O artigo 1º da CRFB/88 discorre que o Brasil se constitui em Estado
democrático de direito, tendo em meio aos seus fundamentos, a cidadania e a
dignidade da pessoa humana:

Art. 1º - A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel


dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado
Democrático de Direito e tem como fundamentos: [...] II – A cidadania; III –
A dignidade da pessoa humana (BRASIL, 1988).

Neste sentido, o artigo 4º, inciso II, da CRFB/88 dispõe que nas relações
internacionais, o país deverá reger-se pelo princípio da prevalência dos direitos
humanos: “Art. 4º - A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações
internacionais pelos seguintes princípios: [...] II – Prevalência dos direitos humanos”
(BRASIL, 1988).
Doravante, há de se mencionar o artigo 5º da CRFB/88 que versa sobre os
direitos e garantias fundamentais, cujo desígnio é a proteção dos direitos individuais
e coletivos da pessoa humana, protegendo-a de lesões ou violações:

Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer


natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no
País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade [...]

Ressalta-se, nesse diapasão, que a tendência contemporânea das políticas


de segurança pública visa prioritariamente balizar suas ações com os princípios
fundamentados na Declaração Universal dos Direitos Humanos, através da
valorização da vida, a integridade física e a dignidade da pessoa pela sua condição
humana.

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Neste rumo, verifica-se no artigo 2º, do Código de Conduta para os


Encarregados da Aplicação da Lei, o seguinte:

Art. 2º - No desempenho de suas tarefas, os funcionários encarregados de


fazer cumprir a lei devem respeitar e proteger a dignidade humana e
manter e defender os Direitos Humanos de todas as pessoas. (ONU,
1979)

A polícia moderna deve ser um instrumento efetivo da promoção dos


Direitos Humanos e os policiais, agentes executores permanentes dessa
promoção.
O não cumprimento dos princípios previstos na Declaração Universal dos
Direitos humanos, bem como, qualquer ato que atente contra a dignidade da pessoa
humana por parte dos policiais, deverá ser rigidamente sancionado nas esferas
administrativa, civil e penal, visto que individualmente, o policial é o responsável pelo
dano, mas toda a Instituição fica maculada perante a sociedade refletindo
negativamente no trabalho dos outros policiais.
Corroborando com o exposto, a SENASP (2008) arrazoa que o policial que
excede no uso da força, é corrupto e não respeita os direitos humanos podendo
fazer com que todos os policiais sejam vistos como violentos e corruptos, porque um
ato individual do mau policial se reflete como ato coletivo da organização.
Dessa arte, infere-se que é imperioso aos policiais militares o conhecimento,
defesa e difusão dos princípios expressos pelos instrumentos internacionais de
proteção aos Direitos Humanos, bem como, o balizamento de suas ações através
desses instrumentos.

2.2. ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL

O policial militar não pode se eximir de cumprir o seu dever legal, dentro
restritamente do estabelecido pela lei. A conduta em estrito cumprimento de dever
legal pode ter por agente tanto o funcionário público quanto o particular. Porém, para
a execução de tal escopo, o encarregado de cumprir a determinação legal somente
poderá valer-se de meios permitidos pela ordem jurídica e de modo que lese o

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menos possível o interesse dos particulares. Em especial, deve-se atentar à


necessidade de não violar os direitos fundamentais, a não ser na medida
expressamente permitida pela Constituição Federal.
Portanto, para o reconhecimento do estrito cumprimento de dever legal é
preciso que tanto os meios utilizados quanto o fim perseguido estejam em
consonância com o direito. Não se pode dizer, assim, que se trata de hipótese em
que os fins “santificam” os meios.
Desde que observados rigorosamente os limites previstos na própria lei e
decorrentes do respeito aos direitos fundamentais e garantias individuais pilares do
Estado Democrático de Direito, a conduta praticada no estrito cumprimento de dever
legal é subtraída do âmbito de proibição de qualquer outra norma penal, ainda que
algum tipo legal de crime a descreva como abstratamente proibida, pois em uma
ordem normativa, como ensinam Zaffaroni e Pierangeli, não se pode admitir que
uma norma ordene o que a outra proíbe. (ZAFFARONI, 1997).
No Estado Democrático de Direito, o que se exige do agente do
cumprimento da lei não é que execute, a qualquer custo, o que nela estiver previs to,
mas que realize o comando legal, de forma que lese o menos possível os interesses
particulares, considerando o princípio da intervenção mínima. Em consonância com
tal princípio, a lei impõe ao policial militar a obrigação de prender em flagrante delito
os autores de crimes e de assegurar a lei e direitos individuais e coletivos.
(THEODORO JÚNIOR, 2000).
De tal ordem de ideias, advêm importantes limitações à atuação de quem
cumpre a lei. Assim, o encarregado de executar o comando legal somente poderá
dispor de força, diante da desobediência de quem deve submeter-se ao ato, sem
jamais ultrapassar a medida necessária para (a despeito da oposição) efetivar o que
determina a lei (princípio da proporcionalidade). De modo a não lesar os direitos
fundamentais em proporção superior à admitida constitucionalmente (princípio da
inviolabilidade dos direitos fundamentais). Só assim, estará agindo em consonância
com a finalidade precípua do Estado como conformado: assegurar à todos os seus
direitos, sobretudo os fundamentais. (FERRAJOLI, 2000).
Com isso, podemos sintetizar os princípios que devem orientar o
cumprimento de dever legal, sendo eles: intervenção mínima, proporcionalidade e

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inviolabilidade dos direitos fundamentais (exceto na medida autorizada por preceito


constitucional). A idéia de que o encarregado do cumprimento da lei tudo pode, só é
compatível com uma concepção absolutista do Estado, na qual o executor da lei é
investido da autoridade do príncipe e em seus atos deve expressar toda a força do
soberano.
Por outro lado, quando o agente do cumprimento da lei atua sem utilizar os
meios de menor potencial ofensivo de que dispunha ou persiste no emprego de
meios necessários mesmo após a realização do comando legal, incide em excesso.
As hipóteses de excesso, em regra, serão punidas como crime de abuso de
autoridade previstos na Lei nº 4.898/65.
O policial, quando no cumprimento de dever funcional, está sujeito às
limitações que vinculam todos os incumbidos de obrigação legal: órgãos dos
Poderes do Estado, seus agentes e particulares.
Assim, o emprego da força pela Polícia, no estrito cumprimento de
dever legal, deverá nortear-se pelos princípios já referidos: da intervenção
mínima, da proporcionalidade e da inviolabilidade dos direitos fundamentais.
Aliás, como recomendado pela Assembléia Geral das Nações Unidas, por meio da
Resolução nº 34/169.

2.3. PRINCÍPIO DA LEGÍTIMA DEFESA

A legítima defesa está prescrita nos Arts. 23 a 25 do Código Penal, e intenta


defender o que prevê no art. 5º, caput, da Constituição Federal, os direitos à vida e à
segurança.
Conforme o art. 25 do Código Penal, "entende-se em legítima defesa quem,
usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou
iminente, a direito seu ou de outrem". Portanto, se a hipótese de legítima defesa for
reconhecida, é atestada a inexistência de crime, como prevê o art. 23, II, do CP.
Para além do sentido do termo, distingue "situação de legítima defesa" e
"ação em legítima defesa". A primeira está para a segunda como em uma relaç ão

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possível de "causa e conseqüência jurídicas". A situação de legítima defesa está


explicitada no já citado art. 25 do CP, enquanto a ação em legítima defesa "deve
compreender a necessariedade dos meios de defesa empregados e a moderação no
uso desses meios".
Apenas quando os requisitos que caracterizam os dois estados estão
presentes no fato, a excludente fica perfeita. Apesar de tipificado, o ato não poderá
ser tomado como infração penal, porque queda lícito, permitido e justificado pela
ordem jurídica.
A legítima defesa conterá excesso quando a reação ultrapassar os limites
legais estabelecidos para a excludente, seja de maneira culposa ou dolosa. Se não
há agressão, não há defesa nem se poderá considerá-la excessiva. Se agressão
houver, mas pretérita em relação ao tempo da repulsa, de excesso também não se
falará.
As condições de legitimidade de defesa integram-se quer pela avaliação
qualitativa, quer pela quantitativa da emergência, assim quanto à ação e reação. A
ação pode ser qualificada conforme conceitos de injustiça, iminência ou atualidade.
A reação, quanto à necessidade dos meios ou o uso moderado destes.
Quanto ao princípio da proporcionalidade, a lei dispensou impropriedades e
desproporções necessárias, segundo o perigo real ou putativo. Não induz à
moderação e, muito menos, à moderação culposa, o erro de opção e cálculo na
defesa, em última análise, causado pelo próprio ataque.
Portanto, é necessário observar a rigorosa propriedade dos meios
empregados ou sua precisa proporcionalidade com a agressão.
Um outro fator a ser analisado, é que não poderá ser intentado ou cometido
agressão contra o agente da lei e se arguir a legítima defesa como excludente de
ilicitude, pois dentre os requisitos que caracterizam a legítima defesa, existem:
“agressão injusta” e “ilegal” sendo que a atuação do policial é justa, e estando ela
pautada na legalidade. Porém, quando o agente da lei atua de forma abusiva ou
excessiva, ou de qualquer forma que caracterize uma ilegalidade, então estará
nesse momento oportunizando que qualquer pessoa lhe implique agressão física, e
poderá arguir a legítima defesa estando dessa forma perfeitamente caracterizado
perante a ilegalidade do policial.

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2.4. PODER DE POLÍCIA

2.4.1. Introdução

O tema gera tensão muito grande por abordar dois pontos extremos: a
autoridade da Administração Pública e a liberdade individual. Assim, coloca em
confronto, de um lado, o cidadão, pleno de direitos, e, de um outro lado, a
Administração tendo por dever condicionar o exercício dos direitos relativos ao bem-
estar coletivo. Mesmo assim uma coisa não contradiz ou invalida a outra.
Temos que ter em mente que tudo o que juridicamente se garante ao
cidadão, também juridicamente se limita. As limitações impostas pela Administração
Pública, são, na verdade, para garantir alguns direitos individuais ameaçados por
não haver disciplina normativa por parte de todos. O poder de polícia tem um
princípio predominante que é o do interesse público sobre o interesse particular,
dando à Administração a supremacia sobre os administrados.

2.4.2. Conceito

O poder de polícia é a atividade do Estado consistente em limitar o exercício


dos direitos individuais em benefício do interesse público. O art. 78 do Código de
Direito Tributário Nacional, diz o seguinte:

Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que,


limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de
ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à
segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do
mercado, ao exercício de atividades econômicas dependente de concessão
ou autorização do Poder Público, a tranqüilidade pública ou ao respeito à
propriedades e aos direitos individuais ou coletivos.

Assim, tem-se uma divisão entre poder de polícia Administrativo e Executivo.


O exercício dos direitos individuais dos cidadãos deve ser compatível com o bem-
estar social ou com o próprio interesse do poder público. A administração Pública

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tem como atividade limitar as liberdades individuais em prol da coletividade e


interferir na dimensão dos direitos do indivíduo em particular.

2.4.3. Polícia administrativa e Judiciária

O que diferencia a polícia administrativa da judiciária é o seu caráter


preventivo, em relação ao caráter repressivo dessa última. A polícia administrativa
tem por objetivo impedir as ações anti-sociais, logo a polícia judiciária possui o
intuito de punir os infratores da lei penal.

2.4.4. Atributos do Poder de Polícia

Para que possa ser exercido de forma plena, o Poder de Polícia possui
atributos próprios tais como: a auto-executoriedade, a discricionariedade e a
coercibilidade. Desses atributos, destaca-se a coercibilidade devido a sua relação
direta com o uso da força, pois para as ações de defesa pessoal policial este é o
atributo que possui maior relevância, pelo fato de justificar e determinar os atos de
embate das instituições de segurança pública e a sociedade.
A coercibilidade é “a imposição coativa das medidas adotadas pela
Administração [...]”. (MEIRELLES, 2003, p. 134)
Manoel apud Hemman (2007, p. 30) assevera que a coercibilidade:

[...] legaliza o uso da força pelo policial nos casos de resistência do


infrator, porém não pode ser desnecessária, arbitrária e desproporcional
aos meios por ele utilizados. [...] é o pressuposto legal, embutido no poder
de polícia conferido ao PM, que autoriza o uso da força, quando
evidentemente tiver sua autoridade resistida, que somente ocorrerá
quando estiver executando uma ação dentro da lei e tiver sua integridade
física ameaçada, com o emprego de violência pelo seu opositor.

Neste sentido, Meirelles (2005, p.138) afirma que:

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O atributo da coercibilidade do ato de polícia justifica o emprego da força


física quando houver oposição do infrator, mas não legaliza a violência
desnecessária e desproporcional a resistência, que em tal caso pode
caracterizar o excesso de poder e o abuso de autoridade nulificadores do
ato praticado e ensejadores de ações civis e criminais para reparação do
dano e punição dos culpados.

Tem-se, consoante à Lazzarini (1999), que os fins, por melhores que sejam,
não podem justificar o uso de meios arbitrários. Doravante, a coercibilidade implica
que todo ato de polícia administrativa é imperativo e ao seu destinatário, admitindo,
inclusive, o emprego da força pública para seu cumprimento, quando resistido pelo
administrado.

2.5. ABUSO DE AUTORIDADE

Sírio (2007) afirma ser abuso de autoridade qualquer ato do poder que atente
contra:

[...] os direitos e garantias individuais do homem, inerentes à sua liberdade


de locomoção, inviolabilidade do seu domicílio, sigilo de correspondência,
liberdade de consciência e crença, livre exercício do culto religioso,
liberdade de associação, direitos e garantias legais assegurados ao
exercício do voto, direito de reunião, incolumidade física do indivíduo e
direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional.

O mesmo autor afirma ainda que, autoridade é considerado a pessoa que


exerce cargo, emprego ou função pública de natureza civil ou militar, mesmo que
transitoriamente e sem remuneração. Como sujeito passivo imediato encontra-se o
Estado, e mediato o cidadão titular da garantia fundamental lesada.
Não obstante, a lei expressamente se refere ao uso do termo abuso de
autoridade, melhor, porque, mais técnico seria, referir-se a abuso de poder. Neste
sentido, afirma Santos (2003, p. 17), que:

[...] a doutrina, de um modo geral, reconhece uma impropriedade nessa


denominação, porque quando se tem por base uma relação de direito
público ou função pública na qual se cometem abusos, correto seria falar-

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se não em abuso de autoridade, mas abuso de poder. A expressão abuso


de autoridade melhor guarida encontraria nos casos de abusos, excessos
ou desvios no campo das relações privadas. Na realidade, a expressão
correta seria “abuso de poder”, pois nem todo funcionário público exerce
uma função de autoridade. Não é só quem detém um cargo de autoridade
que pode ser sujeito ativo deste crime; basta ver o conceito legal de
funcionário público. Também os funcionários públicos que não são
considerados autoridades públicas podem ser sujeitos ativos.

Neste sentido, registra-se de acordo com o Código Penal, tratando de


circunstâncias agravantes, em seu artigo 61, inciso II, alíneas “f” e “g” que institui
diferença fundamental entre abuso de autoridade e abuso de poder:

Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não


constituem ou qualificam o crime:
[...]
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas,
de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na
forma da lei específica;
g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício,
ministério ou profissão;

Abuso, segundo De Plácido e Silva apud Fonseca (1997), “[...] é um termo


usado para expressar o excesso de poder ou de direito, ou ainda o mau uso ou a má
aplicação dele [...]”.
Costa (2006) referindo-se sobre a lei nº 4.898 de nove de dezembro de 1965,
afirma que o artigo terceiro descreve como se constitui o abuso de autoridade e,
segundo o autor, a alínea “i” do artigo, reflete uma das possibilidades em que o
policial utilizando-se inadequadamente da força contra o administrado pode incidir:
“Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: i) à incolumidade física do
indivíduo; (LEI 4898/95).”
A Lei 4898/65 prevê sanções de natureza administrativa, civil e penal, que
estão destacadas no artigo 6º da referida lei.
Cunha (2004, p. 8) sobre a dificuldade do agente público de proteger-se das
lacunas da lei, e acabar por incidir no crime de abuso de autoridade, posiciona-se da
seguinte forma:

A falta de clareza dos dispositivos legais e a má compreensão dos


conceitos doutrinários pelo policial podem levar ao abuso de autoridade -
onde o direito legítimo do cidadão de ser protegido do uso da força
excessiva pela polícia é desrespeitado; ou ao excesso de zelo – no qual o

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policial abre mão do seu direito à própria segurança, temendo agir com
excesso.

Apesar da legislação anteriormente comentada sobre o assunto, Barbosa e


Ângelo apud Ministério da Justiça (2006, p. 13), diz que “o Sistema Jurídico
Brasileiro apresenta lacunas e imprecisões quanto a legalidade e aos limites” do uso
da força. O Ministério da Justiça (2006) coloca ainda, sobre a necessidade da
Legislação Brasileira absorver uma norma única referente ao assunto, de modo que
possa orientar policiais e cidadãos.

2.6 AGRESSÃO E VIOLÊNCIA POLICIAL

Encontramos na afirmação de Mesquita Neto (1999), que a violência policial


é também um tipo de violência que preocupa cada vez mais os cidadãos, os próprios
policiais, os governantes, os jornalistas e os cientistas sociais. Em parte, isso ocorre
pelo fato de ser praticada por agentes do Estado que têm a obrigação constitucional
de garantir a segurança pública, sendo essa a esfera em que a sociedade confia a
responsabilidade do controle da violência.
Os casos de violência policial, ainda que isolados, alimentam um sentimento
de descontrole e insegurança da sociedade, o que dificulta qualquer tentativa de
controle e pode até incutir na escalada de outras formas de violência.
A violência policial, principalmente quando os responsáveis não são
identificados e punidos, é percebida como um sintoma de problemas graves na
organização e funcionamento das polícias. Estes problemas, se não forem
solucionados, particularmente em democracias emergentes como o Brasil, podem
gerar problemas políticos, sociais e econômicos sérios e podem contribuir para a
desestabilização de governos e dos regimes democráticos.

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25

Capitulo 3

USO DA FORÇA

3.1. USO LEGAL DA FORÇA

Com base na apostila Uso Legal da Força (2008, p.4) assinala que os dois
instrumentos internacionais mais importantes sobre o uso da força e o uso armas de
fogo correspondem ao Código de Conduta para Encarregados da Aplicação da Lei –
CCEAL e os Princípios Básicos sobre o Uso da Força e Armas de Fogo – PBUFAF.
O Código de Conduta para Encarregados da Aplicação da Lei – CCEAL é o
instrumento internacional mais importante que trata sobre o uso da força. Criado
através da resolução 34/169 da Assembléia Geral das Nações Unidas em 1979, com
o escopo de orientar os membros dos Estados quanto à conduta dos policiais, é um
código de conduta ética sem força de tratado, mas que procura criar padrões para
que as práticas de aplicação da lei estejam de acordo com as disposições básicas
dos direitos e liberdades humanas. (Apostila Uso Legal da Força, SENASP, 2008)
Cunha apud Person (2007, p. 30) ao se referir ao Código de Conduta para
Encarregados da Aplicação da Lei, assinala que “esse código visa regulamentar o
uso da força pela polícia e estabelecer parâmetros e limites efetivos para a ação
policial”. O autor supracitado, afirma ainda que:

A intenção do Código é estabelecer normas que evitem o uso da força


excessiva e atenuem o potencial de abuso presente no desempenho da
atividade policial, dever de equipar e treinar os policiais no uso de armas
não-letais e munições especiais, de forma a garantir que o uso da força
letal só se dará após esgotados todos os demais recursos. Existe, ainda, a
previsão expressa de acompanhamento psicológico para os policiais
envolvidos em situações em que tenham sido utilizadas a força e as armas
de fogo. Cunha apud Person (2007, p. 30).

A respeito do uso da força, o Código de Conduta para Encarregados da


Aplicação da Lei – CCEAL em seu artigo 3º, expõe:

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26

Artigo 3º - Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei só podem


empregar a força quando estritamente necessária e na medida exigida
para o cumprimento do seu dever. (ONU, 1990).

O artigo em tela ainda afirma que,

[...] o emprego da força por parte dos funcionários responsáveis pela


aplicação na lei deve ser excepcional. Embora admita que estes
funcionários possam estar autorizados a utilizar a força de uma forma
razoável, conforme as circunstâncias para a prevenção do crime ou ao
efetuar ou ajudar à detenção legal de transgressores ou de suspeitos,
qualquer outra força empregue fora deste contexto não é permitida. (ONU,
1990)

O outro documento que trata sobre o uso da força e armas de fogo, se refere
aos Princípios Básicos para o Uso da Força e das Armas de Fogo – PBUFAF.
Segundo a apostila Uso Legal da Força (2008), é o segundo instrumento
internacional mais importante que trata sobre o uso da força. Esses princípios foram
adotados em 1990, através do 8º Congresso das Nações Unidas sobre a Prevenção
do Crime e o Tratamento dos Infratores, com o desígnio de proporcionar normas
orientadoras aos Estados membros na tarefa de assegurar e promover o papel
adequado dos policiais. Assim como o CCEAL, o PBUFAF não tem força de tratado.
O preâmbulo dos PBUFAF reconhece a importância e complexidade do
trabalho dos policiais, além de destacar seu papel de vital importância na proteção
da vida, liberdade e segurança de todas as pessoas. Acrescenta ainda, que uma
ênfase especial deve ser dada à eminência da manutenção da ordem pública e paz
social, bem como da importância das qualificações, treinamento e conduta dos
encarregados da aplicação da lei. (Apostila Uso Legal da Força, SENASP, 2008)
Os princípios básicos sobre o uso da força e da arma de fogo pelos policiais,
instrumento internacional adotado pela ONU (PMMG, p.15), fazem os seguintes
reconhecimentos:

a) o trabalho dos policiais é um serviço social de grande importância; b) a


ameaça à vida e segurança dos policiais deve ser encarada como ameaça
à estabilidade da sociedade como um todo; c) os policiais exercem papel
vital na proteção do direito à vida, à liberdade e à segurança da pessoa,
na forma garantida pela Declaração dos Direitos Humanos.

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O documento além de outras orientações destaca que o uso da arma de


fogo com o intuito de atingir fins legítimos de aplicação da lei deve ser considerado
uma medida extrema. Além disso, a SENASP (2008) destaca que os policiais não
usarão armas de fogo contra indivíduos, exceto em casos de:

- legítima defesa de outrem;


- contra ameaça iminente de morte ou ferimento grave;
- para impedir a perpetração de crime, particularmente grave, que envolva
séria ameaça à vida;
- para efetuar a prisão de alguém que resista à autoridade; ou,
- para impedir a fuga de alguém que represente risco de vida. (Apostila Uso
Legal da Força, SENASP, 2008).

O uso indevido e arbitrário da força e armas de fogo serão punidos como


delito criminal, em consonância com a legislação nacional e internacional.
Consoante a apostila Uso Legal da Força (2008, p.9):

Os dois instrumentos, embora não estejam sob forma de tratados,


permitem o uso da força para qualquer propósito policial legítimo,
reforçando o ponto de vista segundo o qual a atividade policial pode ser
vista como a busca para resolver qualquer situação na sociedade na qual
a força pode ser usada.

Segundo Cunha (2004) o CCEAL e o PBUFAF, buscam determinar o mais


claramente possível, as possibilidades dos agentes utilizarem-se da força ou da
arma de fogo. Afirma ainda, que tais instrumentos reconhecem a impossibilidade do
policial decidir sobre situações juridicamente complexas, nos momentos de
confronto, tais como: a legítima defesa e o estrito cumprimento do dever legal,
conceitos que serão apresentados no capítulo seguinte.
Corroborando com a legislação nacional e internacional, a Polícia Militar de
Santa Catarina através da Diretriz Permanente nº 035/CMDO/2001 da Polícia Militar
de Santa Catarina assinala que:

Os policiais militares no desempenho de suas atividades devem, na


medida do possível, aplicar meios não violentos antes de recorrer ao uso
da força e armas de fogo. O recurso às mesmas só é aceitável em casos

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extremos, em defesa própria, de terceiros e no estrito cumprimento do


dever legal, e quando os outros meios se revelarem ineficazes ou
incapazes de produzirem o resultado pretendido.

A Diretriz ainda discorre que, sempre que o uso legítimo da força e de


armas de fogo for inevitável, os policiais militares devem empregar com moderação
o uso de tais recursos e agir na proporção da gravidade da infração e do objetivo
legítimo a ser alcançado, visando sempre minimizar danos e ferimentos, visando
sempre respeitar, proteger e preservar a vida humana.
Dessa forma, é imprescindível que o policial militar utilize adequadamente o
uso da força com a proporção necessária, a fim de atingir seu objetivo e, para isso, é
imperioso que o policial tenha conhecimento técnico sobre a aplicação prática do
uso progressivo da força.
O Código Penal Militar, também citado pela apostila Uso Legal da Força, do
Ministério da Justiça (2006), traz em seu artigo 42 a exclusão de crime, artigo
análogo ao do Código Penal comum.

Art. 42 Não há crime quando o agente pratica o fato:


I – Em estado de necessidade;
II – Em legítima defesa;
III – Em estrito cumprimento do dever legal;
IV – Em exercício regular de direito.

O Código de Processo Penal Militar também é citado pela apostila do


Ministério da Justiça (2006, p. 12), os artigos 231,232 e 234 relacionam-se com o
emprego da força na ação policial. O artigo 234, expressa o seguinte:

Art. 234 - O emprego da força só é permitido quando indispensável,


no caso de desobediência, resistência ou tentativa de fuga. Se
houver resistência da parte de terceiros poderão ser usados os
meios necessários para vencê-la ou para defesa do executor e
seus auxiliares, inclusive a prisão do defensor. De tudo se lavrará
auto subscrito pelo executor e por duas testemunhas. (CÓDIGO DE
PROCESSO PENAL MILITAR, 2007)

Com isso, conclui-se que todo e qualquer uso necessário da força, por
derradeiro, terá como consequência em prisão do agente agressor ou infrator. Caso
contrário, seria pura violência policial ou abuso de autoridade, pois não haveria

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29

motivo de intervir sobre o cidadão ou à prevaricação, pois, interferiu na conduta


ilícita do cidadão, porém, não realizando a devida prisão necessária. Com
consequência de uso da voz de prisão, o cidadão preso ou detido, está sob tutela do
agente da lei, ao qual recai toda e qualquer responsabilidade pela integridade física
e a vida do detido ou preso.

3.2. USO GRADUAL, PROGRESSIVO OU DIFERENCIADO DA FORÇA

Como visto anteriormente, ao policial é investido e legitimado o poder de


polícia a fim de que tenha condições de promover o bem comum, a ordem públic a e
a defesa da sociedade, podendo, inclusive, utilizar-se da força, a fim de alcançar
esses objetivos. Entretanto, este poder não é ilimitado, devendo ser balizado por
parâmetros técnicos, éticos, legais, morais e em consonância com os direitos
humanos.
Força, em consonância com a apostila de Uso Legal da Força,
confeccionada pelo Ministério da Justiça (2008, p. 1), corresponde a “toda
intervenção compulsória sobre o indivíduo ou grupo de indivíduos, reduzindo ou
eliminando sua capacidade de autodecisão”.
A obra supracitada afirma ainda que os países outorgam suas organizações
de aplicação da lei à autoridade legal para usarem a força, se necessário, para
servirem aos propósitos legais da aplicação da lei. (SENASP, 2008)
Neste sentido, Faria apud SENASP (2008, p. 4) discorre que “a tarefa da
polícia é delicada na medida em que se reconhece como inteiramente legítimo o uso
da força, para resolução de conflitos, desde que esgotadas todas as possibilidades
de negociação, persuasão e mediação”.
Corroborando com o exposto acima, Moreira e Corrêa apud Hemman (2002,
p. 41), afirmam que na atividade policial:

Nem toda intervenção pode ser resolvida de modo passivo e com


uso da verbalização, da negociação, da mediação e da persuasão.
A partir de então, surge a necessidade de a polícia ser dotada de

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diversos poderes com a finalidade de fazer cumprir a lei e preservar


a ordem pública. Dentre os diversos poderes destaca-se o uso da
força.

Convém destacar ainda que o uso da força por parte dos policiais está
atrelado a quatro princípios fundamentais, quais sejam: a legalidade, a
necessidade, a proporcionalidade e a conveniência. (SENASP, 2008).
Na legalidade, segundo a apostila Uso Legal da Força (2008, p. 3), “o policial
deve buscar amparar legalmente sua ação, devendo ter conhecimento da lei e estar
preparado tecnicamente, através da sua formação e do treinamento recebidos”.
Na necessidade, “o policial precisa identificar o objetivo a ser atingido, ou
seja, se ação atende aos limites considerados mínimos para que se torne justa e
legal sua intervenção e se todas as opções estão sendo consideradas e se existem
outros meios menos danosos para se atingir o objetivo desejado”.
Na proporcionalidade, como a própria expressão sugere, verifica-se a
proporção em que o uso da força é aplicado, e caso esta proporção esteja fora dos
limites se caracterizará o abuso de autoridade ou de poder.
Na conveniência, o uso da força diz respeito ao momento e ao local da
intervenção policial.
A Diretriz nº 08/2004 da Polícia Militar de Minas Gerais, que trata sobre a
Atuação Policial segundo a Filosofia de Direitos Humanos, afirma que:

Esses princípios exigem respectivamente que a força somente seja usada


pela polícia dentro dos parâmetros da lei, quando estritamente necessária
a seu atingimento e preservação da paz social, sendo usada de forma
proporcional, na medida exata do cumprimento da lei e restabelecimento
da ordem pública. (PMMG)

Neste mesmo sentido a Diretriz sobrescrita discorre que:

O uso da força policial não deve ser indiscriminado, pois, ao contrário,


pode abalar as bases da conduta ética e legal do Policial, as quais são: a
obediência às leis, o respeito à dignidade humana e a proteção dos
Direitos Humanos. A legalidade, a necessidade e a proporcionalidade,
além da conveniência, devem estar internalizadas no policial, para que sua
ação não colida com os propósitos que deve defender. Há necessidade de
meios efetivos para fazer valer o respeito aos direitos humanos. O
emprego da força será utilizado no cumprimento do dever legal para
manter, defender e garantir os direitos de todas as pessoas. (PMMG)

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A diretriz supracitada ainda arrazoa que o emprego da força será utilizado no


cumprimento do dever legal para manter, defender e garantir os direitos de todas
pessoas. E expõe:

A polícia é dotada de poderes, com o objetivo de fazer cumprir a lei e


manter a ordem. Os poderes que o policial tem de capturar, deter e
prender alcançam efeitos imediatos e diretos nos direitos das pessoas. O
uso da força pela polícia sob circunstâncias claramente definidas e
controladas por lei é aceitável pela sociedade como legítima. O abuso de
poder com o uso da força vai de encontro aos princípios em que se
baseiam os direitos humanos e o respeito à dignidade da pessoa humana.

Doravante, a fim de prevenir os abusos de qualquer ordem, é necessária a


adoção de medidas eficazes, quanto à investigação e sanções proporcionais ao uso
excessivo da força. Os princípios e padrões internacionais que se referem ao
comportamento da polícia em relação ao uso da força são iniciativas importantes
que direcionam para a construção da paz social, priorizando a segurança pessoal
dos policiais e a proteção dos direitos humanos.

3.3. USO DA FORÇA NA DEFESA PESSOAL POLICIAL

Habitualmente no desempenhar de suas funções o agente aplicador da Lei


encontra dificuldades em delimitar as técnicas de defesa pessoal policial
correspondentes e cabíveis aos níveis do uso gradual da força encontrado por ele
durante a sua atuação.
Perante isso sugiro, a seguir, a aplicação do uso gradual da força para
aplicação de técnicas de defesa pessoal policial.

3.4. “TAPA NA CARA” OU “CHUTE NO CALCANHAR”

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Durante a abordagem policial não é admissível que seja realizado agressões


de qualquer espécie, exceto para a defesa do policial, onde o cidadão deverá ser
preso e conduzido.
A prática de tapas ou chutes em cidadãos abordados é um hábito deletério e
negativo à imagem da corporação. Trata-se de uma violência ao cidadão que está
sendo submetido ao procedimento policial, que tem por objetivo primordial gerar a
segurança e prevenir o crime.
Este procedimento, o tapa ou chute de “advertência”, em nenhum
momento contribui para o bem desenrolar da abordagem, ele reflete o
despreparo técnico e emocional, além do medo do policial. Percebe-se que
esta prática ou “hábito” somente serve para disseminar mais violência e
insegurança com relação a atuação policial.
Durante abordagem o policial encontra três tipos de cidadãos:

Cidadão-comum – Integrante da sociedade que vive dentro da lei e da


normalidade;

Cidadão-vítima – Integrante da sociedade que teve seus direitos violados;

Cidadão-transgressor – Integrante da sociedade que violou direitos ou que


está em conflito com a lei.

Diante desses tipos de cidadão, a presença policial tem por objetivo


disseminar inicialmente o sentimento de segurança através da sua presença efetiva
em meio a sociedade. Além disso, deve, essencialmente, tornar o ambiente de
atuação efetivamente seguro a partir da execução de medidas que tenham por
finalidade identificar cidadãos transgressores ou prestes a ser um transgressor da
lei, e para isso utiliza-se a abordagem policial e a busca pessoal.

O uso da força é aplicável e aceitável mediante o atendimento que certos pré-


requisitos como uma agressão atual ou eminente contra o policial ou um cidadão-
vítima, ou a presença de um cidadão com uma conduta não cooperativa às ordens

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policiais. Além de considerar com base no atributo da coercibilidade, em que se atua


sobre este cidadão agressor com o intuito de obter a obediência à ordem da
autoridade policial, reconstituindo a postura social do cidadão abordado.
Logo, percebemos que o uso da força somente poderá ser utilizado com o
cidadão não cooperativo, apresentando algum nível de resistência ou agressão.
Destaca-se ainda que, sendo empregado o uso da força, o cidadão deverá ser
colocado sob custódia e conduzido à delegacia.
Isso ocorre, pois, todas as resistências e agressões são tipificadas como uma
violência, sendo a violência um ato ilegal, logo, deverá resultar na prisão do agente.
Caso isso não ocorra, poderá configurar prevaricação por não cumprir com a
obrigação de prender, ou abuso de autoridade, caso o uso da força tenha sido
empregado de forma descabida.
Assim sendo, todos os cidadãos são merecedores de nossas atenção,
educação e cortesia. O cidadão-transgressor também deverá ter seus direitos
plenamente preservados, e a ação policial sobre ele deverá ser uma resposta da sua
postura com relação a uma atuação policial técnica e profissional.
Nos casos que não se configurem conforme exposto acima, em que o policial
utilize da força com qualquer outro propósito, está configurada a agressão policial,
abuso de autoridade ou até, em alguns casos, tortura.

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34

Capítulo 4

A IMPORTÂNCIA DA DEFESA PESSOAL POLICIAL NO


DESEMPENHO DA ATIVIDADE POLICIAL

Estudiosos em artes marciais, narram sua história e apontam diversos


benefícios físicos e psicológicos. Pesquisas científicas, realizadas com alunos de
artes marciais são importantes, pois podem comprovar cientificamente,
conhecimentos empíricos adquiridos muitas vezes, ao longo de anos na prática de
artes marciais por profissionais, mestres, instrutores em diferentes modalidades.
Sob este enfoque, além dos autores citados anteriormente, concernentes às
artes marciais específicas, destacam-se as palavras de Pinto e Valério (2002), que
afirmam que a prática de defesa pessoal (artes marciais) agrega diversos benefícios
físicos, mentais e emocionais.
Por ser uma atividade eminentemente prática, requerendo esforço físico
coordenado e adequado, voltado para exigências motoras de cada técnica, resulta
no desenvolvimento de habilidades, otimizando o potencial dos praticantes em
diversos aspectos, tais como: condicionamento aeróbico, alongamento, flexibilidade,
agilidade, força, coordenação motora etc. Pinto e Valério (2002) indicam ainda como
desenvolvimentos físicos: agilidade, aprimoramento técnico, controle de peso,
controle de respiração, correção postural, destreza, educação corporal, energia,
equilíbrio, elasticidade, potência, resistência, reflexo e saúde.
Caracterizando-se como uma atividade física, as artes marciais agregam
diversos benefícios comprovados cientificamente por pesquisas na área. Segundo
Carpersen et. al apud Silveira e Derros (2006, p. 83), atividade física é “qualquer
movimento corporal, produzido pelos músculos esqueléticos, que resulte em gasto
energético maior que os níveis de repouso”. Montti e Marcello apud Silveira e Derros
(2006) afirmam ainda que atividade física consiste em ações desenvolvidas por
indivíduos ou grupos de pessoas que promovam gasto energético e alterações
orgânicas, através de exercício envolvendo a movimentação corporal que associada

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35

à diferentes capacidades físicas, bem como à, atividade mental e social, resultam


em benefícios a saúde.
Silveira e Derros (2006) apontam diversos benefícios trazidos pela prática de
atividades físicas, tais como: melhoria na aparência física, aumento na qualidade de
vida, melhoria do sistema imunológico, prevenção de diversas doenças, aumento do
fôlego, maior disposição para realização de tarefas cotidianas, além de diversos
benefícios específicos para determinas partes do organismo humano.
Silveira e Derros (2006) buscando verificar a influência da atividade física no
auxílio ao combate do estresse existente nos policiais militares, realizaram pesquisa
de campo com policiais militares da Guarnição Especial de Polícia Militar Montada
de Santa Catarina. A análise dos dados demonstrou que policiais que realizam
atividade física possuem níveis inferiores de estresse se comparados com policiais
militares que não realizam o mesmo nível de atividade física. Dessa forma,
concluindo que a prática de exercícios auxilia no controle e gerenciamento do
estresse, sendo um grande aliado para os policias militares agregando saúde física
ao profissional. (SILVEIRA, DERROS, 2006).
A prática de artes marciais por caracterizar-se como uma atividade física
proporciona eminentemente benefícios físicos e psicológicos apontados em
pesquisas científicas, como também agrega conhecimentos técnicos.
Alguns trabalhos científicos explicitam o campo da prática de artes marciais.
Apesar de escassos, conforme aborda Drigo et al. (2003, p. 1), destacam alguns
trabalhos direcionados às artes marciais específicas, que podem nos trazer, de
maneira geral, alguns benefícios trazidos com a prática de artes marciais.
Segundo Matsumoto et al. apud Beato e Contreras (2004), em um estudo
referente à osteoporose e a atividade física, constataram que atletas de judô
possuem maior densidade de massa óssea devido às peculiaridades da atividade,
quando comparados com atletas de atletismo e natação. Desta forma, possuem
menos probabilidades de sofrer com osteoporoses no futuro. Jacqueline (2005)
afirma que se mantendo uma boa densidade óssea, diminui-se o risco de adquirir
osteoporose e de fraturas por estresse.
Andreoli et al. (2001) em um estudo similar sobre a densidade mineral óssea
(DMO) em atletas de diferentes modalidades, encontrou maior DMO nos braços de

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36

Judocas em relação a outras modalidades ou de sedentários, maior DMO nas


pernas dos praticantes de Karatê, e maior DMO no tronco de praticantes de Judô e
Karatê. A pesquisa desenvolvida por Coan et al. (2005), revela ainda que a prática
de Karatê, “desenvolve velocidade, força, equilíbrio, resistência e flexibilidade”.
Lima apud Franco (2005) constatou um aumento significativo na
concentração de lactato no sangue, após variadas lutas de Judô. Segundo Franco
(2005), estes aumentos indicam grande percentual de utilização de fibras rápidas
durante o esforço, caracterizando-se como bom indicador da potência anaeróbica.
Viero (1999), autor mundialmente reconhecido no ramo da medicina
preventiva e da preparação física, também através de pesquisa científica, buscou
avaliar a capacidade aeróbica de praticante de Karatê Tradicional. Realizou o Teste
de 12 minutos de Cooper. Viero (1999) concluiu em sua pesquisa que 85% dos
praticantes de Karatê Tradicional, possuíam entre boa e excelente capacidade
aeróbica. Assim sendo, Viero (1999) afirma que o Karatê Tradicional é eficaz em
relação à função cardiorrespiratória, e desta forma, contribui com a melhoria da
aptidão física relacionada à saúde.
Segundo Guedes e Guedes apud Carpes (1997, p. 16) a capacidade
aeróbica é conhecida como função cardiorrespiratória, e é definida como “a
capacidade do organismo em se adaptar a esforços físicos moderados, envolvendo
a participação dos grandes grupos musculares, por períodos de tempo relativamente
longos”. Segundo Guedes e Guedes apud Carpes (1997) quanto maior a capacidade
aeróbica maior a eficiência nas atividades do cotidiano, além de maior rapidez na
recuperação após um esforço físico.
Camões et al. (2004) realizaram pesquisa com praticantes de Jiu-jítsu,
objetivando avaliar a flexibilidade toráxico-lombar e de quadril. Segundo Camões et
al. (2004), diversos autores citam o conceito de flexibilidade. Weineck apud Camões
et al. (2004), conceitua flexibilidade como mobilidade, como a capacidade física
característica do que executa movimentos com grande amplitude oscilatória,
sozinho, ou sob influência de força externas, nas articulações ou em alguma delas.
Após a análise dos resultados obtidos com a pesquisa de campo, Camões et
al. (2004, p. 1), concluíram que a prática da arte marcial “propicia o aumento da
flexibilidade torácico-lombar e de quadril [...]”.

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37

Franchini apud Franco (2005) concluiu em sua pesquisa com atletas de Jiu-
jítsu, que estes apresentam bom desenvolvimento muscular e pequenas espessuras
de dobras cutâneas.
Fraga (2002) em pesquisa realizada buscou avaliar a presença de atitudes
escolióticas em meninos judocas, praticantes de Judô e não praticantes de Judô.
Wynne Davis apud Fraga (2002) descreve escoliose como uma deformidade na
vértebra, constituída assimetricamente e disposta irregularmente com outras
vértebras, podendo ser adquirida por influências ambientais e disfunções orgânicas.
Fraga (2002) afirma que este desvio na coluna ocorre lateralmente e aponta diversos
problemas físicos advindos desta deformidade, concluindo que muitas atividades de
alta performance como o sedentarismo, podem trazer estas disfunções, porém o
treinamento moderado pode propiciar a redução na incidência destas disfunções.
Estes são apenas alguns exemplos de benefícios físicos advindos com a
prática de algumas artes marciais. No entanto, as artes marciais agregam outros
benefícios aos praticantes compreendidos não fisicamente, mas psicologicamente.
Araújo Junior e Borgonovo (2003) motivados pela errônea divulgação na
mídia de que praticantes de artes marciais seriam mais violentos e agressivos,
resolveram realizar pesquisa com praticantes de Aikido, Jiu-jítsu e Judô em
Florianópolis. Para maioria dos entrevistados o objetivo principal era melhoria no
condicionamento físico e filosofia de vida. No entanto, a melhora no autocontrole foi
a principal contribuição filosófica. Houve uma menor tendência a experimentar
sentimentos de raiva, além de demonstrarem menos intensidade quando sentidos,
bem como, menor sensibilidade às críticas. Segundo Araújo Junior e Borgonovo
(2003), estes resultados corroboram com a literatura e possibilitam evidenciar que a
agressividade não está ligada às artes marciais.
Segundo Ramalho (2002), as artes marciais trazem diversos benefícios além
da melhoria no condicionamento físico. Auxiliada pelo professor de Aikido R icardo
Kanashiro, Ramalho (2002) selecionou alguns benefícios desenvolvidos,
destacando: consciência corporal, percepção do outro, do “adversário”,
estabelecendo contato “olho no olho” que segundo Ramalho (2002) ocorre uma
espécie de diálogo através de gestos e através do olhar; além da autoconfiança

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38

fortalecendo a autonomia. Melhoria na concentração, bem como socialização,


respeito na convivência, também foram observados por Ramalho (2002).
Corroborando com Ramalho (2002), Ferreira (2006) dando ênfase na arte
marcial Tae-kwon-do procurou benefícios às mulheres praticantes da arte marcial. O
resultado foi, “dentre outros benefícios, a autoconfiança e uma considerável melhora
em sua autoestima”. Segundo Ferreira (2006), as práticas de artes marciais
deveriam ser difundidas promovendo melhorias na qualidade de vida.
Conforme Laja (2003, p. 2), jurista e artista marcial, em artigo no site Núcleo
de Defesa Pessoal de Lisboa, o praticante de artes marciais:

[...] dispõe não só de um grande número de técnicas de defesa pessoal ao


seu dispor, que lhe permitem ter mais hipóteses de sobreviver a uma
situação de conflito, como também detém uma maior confiança e
segurança em si próprio, obtidas através do seu treino, quer no plano
físico e técnico, quer no plano espiritual e filosófico, que lhe permitem
responder de uma forma proporcional e adequada, face a uma agressão
ilegítima contra ele efetuada.

Hokino e Casal (2007, p. 1), em estudo sobre aprendizagem de Judô e os


níveis de raiva e agressividade, não encontraram resultados “estatisticamente
significativos na média geral dos níveis de raiva”, porém analisando individualmente
alguns casos encontraram resultados interessantes nos níveis iniciais e finais, após
a iniciação no Judô. Segundo Hokino e Casal (2007, p. 1), “entre as diferenças
significativas estão a diminuição do estado geral de raiva, a diminuição da expressão
de raiva para fora, e o aumento do controle de expressão de raiva”. Em estudos com
outras artes marciais como Kung fu e Tae-kwon-do foram encontrados resultados
semelhantes.
Segundo Trulson (1986, p. 2), efeitos significativos foram obtidos com
adolescentes considerados delinquentes conforme níveis cientificamente
especificados.
Dois grupos de jovens considerados delinquentes foram submetidos a
treinamentos de Tae-kwon-do. Num dos grupos o treinamento foi baseado nos
conceitos tradicionais, em outro a competitividade foi o foco principal.
Após seis meses de treinamento, os jovens do grupo I, deixaram de ser
considerados delinquentes segundo o inventário científico aplicado, apresentaram
níveis de agressividade abaixo da média, baixos níveis de ansiedade, e ainda

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39

mostraram surgimento (ou fortalecimento) de características positivas de


personalidade. O outro grupo de jovens, grupo II, recebeu a mesma espécie de
treinamento, no entanto focando a competição e não as características tradicionais
da arte marcial. Esse grupo não obteve o mesmo êxito em comparação com o grupo
I.
Amadera (2006, p. 10) referindo-se à pesquisa de Trulson (1986) afirma que,
“[...] a arte marcial tradicional valoriza o respeito, o crescimento e o treinamento
diligente - muito mais importante é vencer seus próprios ‘demônios’ que o resultado
de um combate”.
Em estudo realizado por Hausen e Ribeiro (2004, p. 3) com alunos infanto-
juvenis, constatou que o resgate da função formativa das artes marciais pode servir
como “ferramenta de apoio educacional, amenizando eficazmente as ações
violentas, favorecendo uma atitude sociável entre os alunos e com esta condição
possibilitar uma melhora geral dos resultados escolares dos mesmos”.
Verifica-se que pesquisas científicas, confirmam as conclusões de
especialistas, mestres em artes marciais. Benefícios físicos e psicológicos são
agregados com a prática de artes marciais, melhorando a qualidade de vida dos
praticantes.

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40

Capítulo 5

METODOLOGIA DE ENSINO DA DEFESA PESSOAL POLICIAL

5.1. FUNDAMENTOS

O ensino da defesa pessoal policial faz parte das Diretrizes para as Ações
de Formação em Segurança Pública, emanada do Ministério da Justiça e da
Secretaria Nacional de Segurança Pública.
Na Diretriz encontramos dois grandes grupos de Programas para o Estado,
sendo um deles o “Programa de Redução da Violência”, no qual apresenta-se seis
programas, sendo um deles a Administração Legal do Uso da Força Policial.
Os cursos policiais visam especificamente habilitar para o desenvolvimento
de competências. Nesse sentido, a Competência é entendida como a capacidade de
mobilizar saberes para agir em diferentes situações da prática profissional, em que
as reflexões antes, durante e após a ação estimulem a autonomia intelectual.
(SENASP, 2009).
No âmbito desse documento, trabalharemos com três conjuntos de
competências, conforme veremos na sequência.

5.1.1. Competências Cognitivas

São competências que requerem o desenvolvimento do pensamento por


meio da investigação e da organização do conhecimento. Elas habilitam o indivíduo
a pensar de forma crítica e criativa, posicionar-se, comunicar-se e estar consciente
de suas ações, como: relacionar, usar e gradua a utilização da força e da arma de
fogo aos princípios de legalidade, necessidade e proporcionalidade.

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41

5.1.2. Competências Operativas

São as competências que preveem a aplicação do conhecimento teórico em


uma prática responsável e adequada, refletida e consciente, como:

 Proteger pessoas;
 Demonstrar segurança;
 Manusear armas não-letais e letais;
 Dominar técnicas de abordagem;
 Dominar técnicas de autodefesa;
 Selecionar equipamento de acordo com o tipo de ocorrência;
 Usar equipamento de proteção individual;
 Manejar equipamentos com eficácia;
 Praticar exercícios físicos;
 Trabalhar em equipe e múltiplas equipes ao mesmo tempo.

5.1.3. Competências Atitudinais

São competências que visam estimular a percepção da realidade, por meio


do conhecimento e do desenvolvimento das potencialidades individuais:
conscientização de sua pessoa e da interação com o grupo; capacidade de conviver
em diferentes ambientes: familiar, profissional e social, como por exemplo:

 Demonstrar controle emocional;


 Manter-se tecnicamente atualizado;
 Manter ética profissional;
 Cumprir normas e regulamentos internos;
 Agir com civilidade e respeito;

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42

 Demonstrar desenvoltura;
 Demonstrar criatividade;
 Demonstrar paciência;
 Demonstrar perspicácia;
 Demonstrar capacidade para lidar com a complexidade das situações,
o risco e a incerteza;
 Demonstrar disciplina;
 Demonstrar resistência à fadiga física;
 Manter condicionamento físico;
 Demonstrar firmeza de caráter;
 Agir com bom senso;
 Agir discretamente;
 Agir com iniciativa;
 Agir com imparcialidade.

Essas competências não esgotam a possibilidade de ampliação de outras


que venham atender as peculiaridades das Academias e Centros de Formação e
que auxiliem no desenho dos currículos, e na seleção de disciplinas que venham
atender as especificidades de cada cargo profissional.

5.2. PRINCÍPIOS DA FORMAÇÃO DO POLICIAL MILITAR

Os princípios são preceitos que fundamentam a concepção das Ações


Formativas para os profissionais da área de Segurança Pública. Para efeito didático,
eles estão classificados em três grandes grupos, conforme apresentamos na
sequência:

5.2.1 Princípios Éticos

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43

Os princípios contidos neste grupo enfatizam a relação existente entre as


Ações Formativas e a transversalidade dos Direitos Humanos, contribuindo para
orientar as ações dos profissionais da área de Segurança Pública num Estado
Democrático de Direito, sendo eles:

a) Compatibilidade entre Direitos Humanos e Eficiência Policial – as


habilidades operativas a serem desenvolvidas pelas Ações Formativas de
Segurança Pública necessitam estar respaldadas pelos instrumentos legais de
proteção e defesa dos Direitos Humanos, pois Direitos Humanos e eficiência policial
são compatíveis entre si e mutuamente necessários. Esta compatibilidade expressa
a relação existente entre o Estado Democrático de Direito e o cidadão.

b) Compreensão e valorização das diferenças – as Ações Formativas de


Segurança Pública devem propiciar o acesso aos conteúdos conceituais,
procedimentais e atitudinais que valorizem os Direitos Humanos e a cidadania,
enfatizando o respeito à pessoa e à justiça social.

5.2.2 Princípios Educacionais

Os princípios contidos neste grupo apresentam as linhas gerais sobre as


quais estarão fundamentadas as Ações Formativas dos Profissionais da Área de
Segurança Pública, sendo eles:

a) Flexibilidade, diversificação e transformação – As Ações Formativas


de Segurança Pública devem ser entendidas como um processo aberto, complexo e
diversificado que reflete, desafia e provoca transformações na concepç ão e
implementação das Políticas Públicas de Segurança, contribuindo para a construção
de novos paradigmas culturais e estruturais.

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44

b) Abrangência e capilaridade – As Ações Formativas de Segurança


Pública devem alcançar o maior número possível de instituições, de profissionais e
de pessoas, por meio da articulação de estratégias que possibilitem processos de
multiplicação, fazendo uso de tecnologias e didáticas apropriadas.

c) Qualidade e atualização permanente – As Ações Formativas de


Segurança Pública devem ser submetidas periodicamente a processos de avaliação
e monitoramento sistemático, garantindo, assim, a qualidade e a excelência das
referidas ações.

d) Articulação, continuidade e regularidade – A consistência e a


coerência dos processos de planejamento, acompanhamento e avaliação das Ações
Formativas devem ser alcançadas mediante o investimento na formação de
docentes e na constituição de uma rede de informações e inter-relações que
possibilitem disseminar os referenciais das Políticas Democráticas de Segurança
Pública e alimentar o diálogo enriquecedor entre as diversas experiências.

5.2.3 Princípios Didático-Pedagógicos

Os princípios deste grupo orientam as ações e atividades referentes aos


processos de planejamento, execução e avaliação utilizados nas Ações Formativas
dos Profissionais da Área de Segurança Pública, sendo eles:

a) Valorização do Conhecimento Anterior - Os processos de


desenvolvimento das ações didático-pedagógicas devem possibilitar a reflexão
crítica sobre as questões que emergem ou que resultem das práticas dos indivíduos,
das instituições e do corpo social, levando em consideração os conceitos, as
representações, as vivências próprias dos saberes dos profissionais da área de
Segurança Pública, concretamente envolvidos nas experiências que vivenciam no
cotidiano da profissão.

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45

b) Universalidade - Os conceitos, doutrinas e metodologias que fazem parte


do currículo das Ações Formativas de Segurança Pública devem ser veiculados de
forma padronizada, levando-se em consideração a diversidade que caracteriza o
país.

c) Interdisciplinaridade - A interdisciplinaridade questiona a segmentação


dos diferentes campos do conhecimento, possibilitando uma relação epistemológica
entre as disciplinas, ou seja, uma inter-relação existente entre os diversos campos
do conhecimento frente ao mesmo objeto de estudo (...). Romper com a
fragmentação do conhecimento não significa excluir sua unidade (...), mas sim
articulá-la de forma diferenciada, possibilitando que o diálogo entre os
conhecimentos possa favorecer a contextualização dos conteúdos frente às
exigências de uma sociedade democrática, levantando questões, abrindo pista,
intervindo construtivamente na realidade, favorecendo o pensar antes, durante e
depois da ação e, consequentemente, na construção da autonomia intelectual.
(CORDEIRO; SILVA, 2003, p. 18).

d) Transversalidade - Segundo Cordeiro e Silva (2003), a transversalidade


refere-se a temas sociais que permeiam os conteúdos das diferentes disciplinas,
exigindo uma abordagem ampla e diversificada, não se esgotando num único campo
de conhecimento. Os temas transversais não devem constituir uma única disciplina,
mas permear todo o trabalho educativo.

e) Interdisciplinaridade, Transversalidade e Reconstrução Democrática


de Saberes - Interdisciplinaridade e transversalidade são duas dimensões
metodológicas (modos de se trabalhar com o conhecimento) em torno das quais o
professor pode utilizar o currículo diferentemente do modelo tradicional, contribuindo,
assim, para o desenvolvimento humano, por meio das diversas possibilidades de
interação, e para a excelência acadêmica, por meio do uso de situações de
aprendizagem mais significativas.

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46

Essas abordagens permitem que as áreas temáticas e os eixos articuladores


sejam trabalhados de forma sistêmica, ou seja, a partir da inter-relação dos campos
de conhecimentos.
É válido ressaltar que os diversos itinerários formativos a serem elaborados
com base no referencial da Matriz devem abordar os Direitos Humanos, a partir das
abordagens interdisciplinar e transversal. Ou seja, os temas relacionados aos
Direitos Humanos, principalmente os vinculados à diferença sociocultural de gênero,
de orientação sexual, de etnia, de origem e de geração, devem perpassar todas as
disciplinas, trazendo à tona valores humanos e questões que estabelecem uma
relação dialógica entre os campos de conhecimentos trabalhados nas Ações
Formativas dos Profissionais da Área de Segurança Pública.
Os Processos de Ensino e Aprendizagem e o Desenvolvimento de
Competências. Na visão educacional pretendida, o ensino é entendido como um
processo que requer uma ação intencional do educador para que ocorra a promoção
da aprendizagem, a construção/reconstrução do conhecimento e a apropriação
crítica da cultura elaborada, considerando a necessidade de padrões de qualidades
e de abrangência a princípios éticos.
Construção e Reconstrução do Conhecimento. Os processos de
construção/reconstrução do conhecimento estão relacionados à capacidade de
aprender continuamente e envolvem, dentre outras, as capacidades de análise,
síntese, crítica e criação, a partir da exploração de diferentes perspectivas na
interpretação da realidade, frente a desafios e situações problematizadoras
relacionadas à área de atuação.
Por possuir muitas definições e conceitos caracterizados pelos contextos
culturais em que está inserida, a definição de aprendizagem exigirá reflexão e
atenção sobre as singularidades que permeiam as Ações Formativas dos
Profissionais da Área de Segurança Pública. Contudo, no âmbito deste documento,
a aprendizagem é considerada um processo “de assimilação de determinados
conhecimentos e modos de ação física e mental” (LIBÂNEO, 1994, p. 83), mediado
pelo processo de ensino, que envolve a relação cognitivo-afetiva entre o sujeito que
conhece e o objeto do conhecimento.

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47

De acordo com Libâneo (2004, p. 83) existem diferentes tipos de


aprendizados que podemos desenvolver, que podem ser:
- conhecimentos sistematizados (fatos, conceitos, princípios, métodos de
conhecimento etc);
- habilidades e hábitos intelectuais e senso motores (observar um fato e
extrair conclusões;
- destacar propriedades e relações das coisas;
- dominar procedimentos para resolver exercícios;
- escrever e ler;
- usar adequadamente os sentidos;
- manipular objetos e instrumentos etc);
- atitudes e valores (por exemplo, perseverança e responsabilidade no
estudo;
- modo científico de resolver problemas humanos;
- senso crítico frente aos objetos de estudos e à realidade;
- espírito de camaradagem e solidariedade;
- convicções;
- valores humanos e sociais;
- interesse pelo conhecimento;
- modos de convivência social etc) (LIBÂNEO, 2004, p. 83).

Uma aprendizagem desorganizada costuma levar a formas de aprendizagem


repetitivas, sem a compreensão do que se está aprendendo. De acordo com
Santomé (1998), a aprendizagem é um sistema complexo composto pelos
subsistemas que interagem entre si: o que se aprende (resultados da
aprendizagem), como se aprende (processos e estratégias) e em que se aprende
(condições práticas).

5.3. DAS AULAS DE DEFESA PESSOAL POLICIAL

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48

Em uma proposta curricular as metodologias de ensino norteiam a direção


dos percursos interdisciplinares a serem percorridos.
É importante ressaltar que, para realizar a integração pretendida, mudanças
na metodologia de ensino são decisivas, incluindo o rompimento com práticas
docentes conservadoras e a exigência de espaços para a reflexão e discussão,
pelos docentes e entre os discentes, dos pontos contidos na Matriz.
A metodologia de ensino exposta neste documento está baseada nos pontos
destacados por Perrenoud (1999), exigindo, assim, os seguintes movimentos
interdependentes:

1 - A mobilização para a aprendizagem deve ser guiada pelo interesse, pela


busca de conhecimento e pela articulação com a realidade, tendo como referência
necessidades e interesses institucionais e pessoais e a análise do conhecimento
anterior para a reformulação de conceitos, ações e atitudes.

2 - A desconstrução/reconstrução do conhecimento deve se dar pelo


desenvolvimento da capacidade para análise, síntese, crítica e criação, a partir da
exploração de diferentes situações vivenciadas na realidade e da reflexão sobre a
ação.

3 - A avaliação da própria ação e produção (pelo discente) deve acontecer a


partir da reflexão sobre as ações e sobre os resultados alcançados, identificando
avanços, reproduções e retrocessos.

4 - Enquanto a metodologia norteia a direção a ser seguida pelos percursos


interdisciplinares, as técnicas de ensino possibilitam a organização de ambientes de
aprendizagem mais significativos, relacionados às situações práticas vivenciadas
pelos profissionais da área de Segurança Pública.

5 - Demonstração ou Aula Prática que consiste na explicação por meio da


demonstração de técnicas e procedimentos, oportuniza aos estudantes, a
exercitação, o feedback, a automação e a aplicação.

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49

As atividades de demonstração devem proporcionar para os estudantes a


possibilidade de refletir sobre a demonstração do docente, questionando o “por quê”
de determinada ação ou técnica, em momentos de intervenções em que o docente
mediante acompanhamento, emite feedback sobre o seu desempenho realizado,
proporcionando, caso seja necessário, o devido aperfeiçoamento da prática
exercida..
Dessa forma, é preciso oportunizar situações de avaliação em que o
discente possa tomar consciência de seus esquemas de percepção, pensamento,
avaliação, decisão e ação e reconsiderar suas próprias ideias numa visão de
aprendizagem como processo de reconstrução permanente, favorecendo esquemas
de percepção que permitam opções inteligentes para o enfrentamento de incidentes
críticos, a partir da elaboração de cenários que o auxiliem a formar um novo conjunto
de hábitos.
Sendo assim, é necessário desenvolver uma avaliação da aprendizagem
que favoreça a tomada de consciência em relação ao conjunto de esquemas de
ação, para que estes possam ser transformados (AZEVEDO; SOUZA, 1996, 1988),
e assim garantir a qualidade do ensino e da aprendizagem, a partir de critérios
definidos, claros e transparentes aos envolvidos no processo educativo.

5.4. PERIODICIDADE DO TREINAMENTO

Por uma questão pedagógica e de prevenção da saúde, salienta-se que


durante a elaboração do quadro semanal de instrução, deve-se atentar para se
tomar o devido cuidado na disposição das aulas práticas, que nesse momento deve
prevalecer sobre as aulas teóricas, justifica-se isso devido a demanda física
dispendida pelo aluno ao desempenhar as instruções práticas. Visto isso, faz-se
necessário distribuir de forma homogênea as aulas para que não ocorram dias sem
a instrução e nem sobreposição ou instrução prática sequencial.

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50

A periodicidade bem distribuída das aulas práticas visa obter o


desenvolvimento físico, psicológico e técnico, como também evitar uma sobrecarga
ou overtraining e possíveis lesões, podendo gerar um baixo índice de aprendizagem.
Logo, observando o arranjo das aulas, entre as aulas de Educação Física,
Defesa Pessoal Policial, Tiro, Ordem Unida, Técnica Operacional, entre outras,
deve-se atentar para que estas disciplinas estejam organizadas no espaço semana-
aula de forma linear.
Outro ponto fundamental é a marcação das aulas nos mesmos horários, isso
contribui significativamente no processo de aprendizagem, pois reforça o sistema de
condicionamento psicossomático.

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Capítulo 6

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DA DEFESA PESSOAL POLICIAL

Neste capítulo serão apresentadas as técnicas ensinadas em cursos de


formação de operadores da Segurança Pública. São técnicas resultantes de um
estudo acerca das suas aplicabilidades, objetividade e eficiência durante a atuação
policial. Visa-se apresentar as técnicas que possam ser úteis durante a sua atuação
profissional. Constatou-se, basicamente, que o policial necessita ter conhecimento
em defesa pessoal policial nas seguintes áreas de combate, sendo elas:

1 - Combate a distância: Técnica de soco, cotovelada, chute, joelhada, entre


outros.
2 - Combate aproximado: Técnicas de Torções de Articulação, chaves,
imobilizações, conduções, entre outros.
3 - Combate agarrado ou clinchado: Arremessos, quedas, chaves, imobilizações,
entre outros.
4 - Combate no chão: Saídas e livramento de chaves recebidas, objetivando o
livramento do policial, entre outros.
5 - Combate contra armas: defesas contra armas não letais e armas letais.
6 - Combate com gradiente de força: Habilitação para o uso do bastão tonfa,
bastão retrátil e combate com faca.

O(A) aluno(a) deverá ter consciência e treinamento de que a seleção da


técnica a ser aplicada deverá sempre obedecer aos princípios do uso da força.
Destaca-se para isso, a importância de observar a tabela do uso da força que sugere
algumas técnicas em decorrências da resistência apresentada pelo abordado.
Afirma-se que esta ciência se encontra em franco desenvolvimento e
adaptação às necessidades e realidades da atividade operacional policial, e por isso,
como resultado do processo de desenvolvimento dessa ciência espera-se que

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52

ocorram mais sugestões e aperfeiçoamento à medida que os conhecimentos a


respeito forem avançando.
O plano de Ensino, e seus respectivos planos de aulas, estabelece o
conteúdo programáticos e a técnicas a serem ensinadas ao efetivo em formação.
Na Defesa Pessoal Policial o abordado, quanto ao uso de técnicas, é
classificado na seguinte escala:

NIVEL 01 – Resistência Passiva


NÍVEL 02 – Resistência Ativa
NÍVEL 03 – Agressor não Letal

NIVEL 01 – Resistência Passiva:


São aqueles abordados que deverão ser conduzidos ou revistados, porém
não são colaborativos, e nem impedem a aproximação e que seja tocado. Estes
também não são agressivos.

NÍVEL 02 – Resistências Ativa


São aqueles abordados que deverão ser conduzidos ou revistados, porém
não são colaborativos, são reagentes a aproximação, não permitindo que seja
tocado, mas não são agressivos.

NÍVEL 03 – Agressor não Letal


São aqueles abordados que deverão ser conduzidos ou revistados, porém
são agressivos. Mas não apresentam agressão letal.

Durante a abordagem, na utilização das técnicas de defesa pessoal policial,


deve-se estar atento a evolução ou regressão da resistência apresentada pelo
abordado. Nesse sentido, não é recomendado a utilização das técnicas destinada a
um nível de resistência a ser empregada a outro grupo de resistência diferente dos
níveis citados.

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DEFESA PESSOAL POLICIAL

Técnicas de Defesa Pessoal Policial relacionadas ao Nível de Resistência


Cidadão
Nível Situação Policial Objetivos Técnicas
Abordado
- Observação e Supervisão
Ato que requer O cidadão comete ato O Policial deve obter e manter a
0 intervenção policial incivilizado.
Presença Física
cooperação
- Comandos Verbais;
- Argumentação e convencimento.
Cooperativo ou O cidadão obedece às ordens, - Comandos Verbais;
0 Resistência verbal mas manifesta não cooperar.
Verbalização O Policial deve manter a submissão.
- Argumentação e convencimento.
Há um nível preliminar de
- Comandos Verbais;
resistência, o cidadão não
- Argumentação e convencimento;
obedece aos comandos. Não Técnicas de Controles
1 Resistência Passiva
reage e não agride. de Contato
O Policial deve obter a submissão. - Imobilizações Básicas;
- Torções Básicas;
Há a necessidade de ganho de
- Técnicas Básicas de condução.
controle pelo policial.
- Comandos Verbais;
- Argumentação e convencimento;
Há uma resistência
- Imobilizações e chaves intermediárias;
consistente; O Policial deve empregar força
- Torções intermediárias;
O cidadão não acata ordens, Técnicas de Controle necessária e suficiente para adquirir
2 Resistência Ativa
apresentando-se insubmisso. Físico a submissão ou o controle do
- Condução;
- Contenção e Retenção de Membros;
Há uma situação de ameaça cidadão.
- Contenção e Retenção de Armas;
ou desafio físico.
- Técnicas de Queda ou Arremesso ao Solo;
- Chaves e imobilizações com Tonfa.
- Comandos Verbais;
- Argumentação e convencimento;
- Defesa Contra Socos;
- Defesa Contra Chutes;
O cidadão apresenta-se hostil,
O Policial deve empregar os meios - Contra-ataque de Socos;
e dirige as suas ações físicas Técnicas de
necessários e apropriados para - Contra-ataques de Chutes;
para a produção de lesões no Submissão
3 Agressão Não-Letal
policial ou em outras pessoas ou
deter imediatamente a ação - Imobilizações e chaves Avançadas;
agressiva, adquirir e manter o - Torções avançadas;
no local, mas sem intenção ou Força Não-Letal
controle ou a submissão do cidadão. - Ação em conjunto;
capacidade de letalidade.
- Bastão Tonfa
(Ataques, defesas e imobilizações);
- Bastão retrátil
(ataques, defesas e imobilizações).
- Comandos Verbais;
- Argumentação e convencimento;
O cidadão utiliza ou cria a
O Policial deve utilizar técnicas - Técnicas Letais de Soco;
possibilidade concreta de uso
absolutas e imediatas para deter a - Técnicas Letais de Chute;
da força para produzir lesões
Técnicas Letais ameaça mortal, assegurar a - Técnicas Letais de imobilizações
graves ou letais.
Sobrevivência Policial ou submissão e o controle definitivo, (Estrangulamentos e Fraturas);
O cidadão desfere ataques
Força Letal protegendo a sua vida e sua - Técnicas Letais de Tonfa;
violentos contra o policial,
integridade física ou a de terceiros. - Técnicas Letais de Bastão Aspen.
colocando-o em risco de grave
- Desarme de armas brancas;
dano físico ou morte.
- Desarme de armas de fogo.
Capítulo 7 -
TÉCNICAS PARA ABORDADOS COM RESISTÊNCIA PASSIVA

As fotos a seguir são ilustrativas, para que o instrutor tenha uma noção das
Técnicas utilizadas. Deve ser visto também os vídeos no ambiente virtual da Defesa
Pessoal da PMSC que apresentam a sequência das técnicas em movimento.

TORÇÃO Nº 01

Figura: 001 Figura: 002 Figura: 003

TORÇÃO Nº 02
Figura: 004 Figura: 005 Figura: 006
55

TORÇÃO Nº 03

Figura: 007 Figura: 008

Figura: 009 Figura: 010

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56

TORÇÃO Nº 04

Figura: 011 Figura: 012

Figura: 013 Figura: 014

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TORÇÃO Nº 05

Figura: 015 Figura: 016

IMOBILIZAÇÃO TÁTICA – 3X1


Figura: 017

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TONFA POLICIAL – ATAQUES

ATAQUE Nº 01
Figura: 018 Figura: 019 Figura: 020

Figura: 021 Figura: 022 Figura: 023

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ATAQUE Nº 02

Figura: 024 Figura: 025 Figura: 026

Figura: 027 Figura: 028 Figura: 029

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ATAQUE Nº 03

Figura: 030 Figura: 031 Figura: 032

Figura: 033 Figura: 034 Figura: 035

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ATAQUE Nº 04

Figura: 036 Figura: 037 Figura: 038

Figura: 039 Figura: 040 Figura: 041

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TONFA POLICIAL – DEFESAS

DEFESA Nº 01

Figura: 042 Figura: 043

Figura: 044 Figura: 045

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DEFESA Nº 02

Figura: 046 Figura: 047

Figura: 048 Figura: 049 Figura: 050

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DEFESA Nº 03

Figura: 051 Figura: 052

Figura: 053 Figura: 054

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DEFESA Nº 04

Figura: 055 Figura: 056

Figura: 057 Figura: 058

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TONFA POLICIAL – CHAVE

CHAVE Nº 01

Figura: 059 Figura: 060

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TÉCNICAS DE ARREMESSO E DE DEFESAS

TÉCNICA DE ARREMESSO Nº 01

Figura: 061 Figura: 062

Figura: 063 Figura: 064

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TÉCNICA DE ARREMESSO Nº 02

Figura: 065 Figura: 066

Figura: 067 Figura: 068

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TÉCNICA DE ARREMESSO Nº 03

Figura: 069 Figura: 070

Figura: 071 Figura: 072

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TÉCNICA DE ARREMESSO Nº 04

Figura: 073 Figura: 074

Figura: 075

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TÉCNICA DE CHAVE DE PESCOÇO Nº 01

Figura: 076 Figura: 077

Figura: 078 Figura: 079

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TÉCNICA DE DEFESA Nº 01

Figura: 080 Figura: 081

Figura: 082

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TÉCNICA DE DEFESA Nº 02

Figura: 083 Figura: 084

Figura: 085

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74

TÉCNICA DE DEFESA Nº 03

Figura: 086 Figura: 087

Figura: 088

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TÉCNICA DE DEFESA Nº 04

Figura: 089 Figura: 090

Figura: 091

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TÉCNICA DE DEFESA Nº 05

Figura: 092 Figura: 093 Figura: 094

Figura: 095 Figura: 096

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TÉCNICA DE DEFESA Nº 06

Figura: 097 Figura: 098 Figura: 099

Figura: 100 Figura: 101

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78

Figura: 102 Figura: 103

Figura: 104 Figura: 105

Figura: 106

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TÉCNICAS DE LUTA NO CHÃO

TÉCNICA Nº 01 – RASPAGEM

Figura: 107 Figura: 108

Figura: 109 Figura: 110

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TÉCNICA Nº 02 – RASPAGEM

Figura: 111 Figura: 112

Figura: 113 Figura: 114

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TÉCNICA Nº 03 – CHAVE DE BRAÇO

Figura: 115 Figura: 116

Figura: 117

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TÉCNICA Nº 04 – CHAVE DE PÉ
Figura: 118 Figura: 119

Figura: 120 Figura: 121

Figura: 122

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TÉCNICAS DE CHUTES E SOCOS

TÉCNICA DE CHUTES

TÉCNICA Nº 01 – CHUTE DIRETO

Figura: 123

Figura: 124

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TÉCNICA Nº 02 – CHUTE GIRATÓRIO

Figura: 125

Figura: 126

Figura: 127

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TÉCNICA Nº 03 – CHUTE LATERAL

Figura: 128 Figura: 129

Figura: 130

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TÉCNICA DE DEFESA DE CHUTES

TÉCNICA Nº 01 – DEFESA DE CHUTE GIRATÓRIO

Figura: 131 Figura: 132

Figura: 133 Figura: 134

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TÉCNICA Nº 02 – DEFESA DE CHUTE DIRETO

Figura: 135

Figura: 136

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TÉCNICA Nº 03 – DEFESA DE CHUTE LATERAL

Figura: 137

Figura: 138

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TÉCNICA DE SOCOS

TÉCNICA Nº 01 – SOCO JAB

Figura: 139

Figura: 140

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TÉCNICA Nº 02 – SOCO DIRETO

Figura: 141

Figura: 142

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TÉCNICA Nº 03 – SOCO CRUZADO

Figura: 143

Figura: 144

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TÉCNICA Nº 04 – SOCO UPPER

Figura: 145

Figura: 146

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TÉCNICA DE DEFESA DE SOCOS

TÉCNICA Nº 01 – DEFESA DE SOCO JAB

Figura: 147

Figura: 148

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TÉCNICA Nº 02 – DEFESA DE SOCO DIRETO

Figura: 149

Figura: 150

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TÉCNICA DE SOBREVIVÊNCIA POLICIAL

TÉCNICA Nº 01 – DEFESA DE FRENTE

Figura: 151 Figura: 152

Figura: 153 Figura: 154

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir de 1988, a nova Carta Constitucional (BRASIL, 1988), ampliou a


competência da Polícia Militar. Responsável pela preservação da ordem pública e,
exclusivamente, pela polícia ostensiva, a polícia militar atua diretamente no cotidiano
das pessoas e de seus bens. Esta atuação é pautada por diversos instrumentos
legais, dentre eles a própria Constituição Federal, através de seus princípios. Dentre
eles, cabe destacar, o princípio da coercibilidade, atributo próprio do poder de
polícia, este concebido pelo Estado ao policial militar para execução de sua missão
constitucional. A coercibilidade é o atributo que justifica o emprego da força em
situações de oposição do cidadão à uma ordem legal do policial militar.
Tratados internacionais foram elaborados com o intuito de orientar a
utilização da força por parte dos responsáveis pela aplicação de lei. Entende-se por
força, neste caso, a utilização de técnicas pautadas na legislação vigente com base
nos direitos humanos.
A legislação brasileira, apesar de possuir lacunas quanto aos limites legais e
quanto à aplicação da força por parte dos agentes públicos, busca proteger os
direitos e garantias individuais do cidadão. O policial militar que age sem observar o
caráter técnico pode incorrer em crimes penais, como lesões corporais e abuso de
autoridade, tanto na justiça comum como na militar.
O termo “uso da força” foi exemplificado através de modelos de atuação do
policial conforme reação do agente infrator contra uma determinação do agente
público. O modelo recomendado pelo Ministério da Justiça e pela Secretaria
Nacional de Segurança Pública denotam que o uso de técnicas sem a utilização de
armas pode ser aplicado em diversas possibilidades de reação do agente infrator da
lei.
As peculiaridades da atividade policial militar, como por exemplo, o próprio
policiamento ostensivo, uma das fases da polícia ostensiva, (podendo ser realizado
em viatura, na qual o policial militar permanece muito tempo sentado, ou até mesmo
a pé) exige do policial, características físicas como força e resistência muscular, que
podem ser adquiridas com a prática de artes marciais.

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97

Com a prática das artes marciais os policiais militares também podem


acumular outros benefícios psicológicos como: controle da agressividade, da
expressão da raiva, redução do estresse, disciplina etc. Tais benefícios quando
desenvolvidos pelos policiais militares, podem diminuir a influência destes
sentimentos na atividade policial militar. Agindo conforme seus sentimentos pessoais
de compaixão ou mesmo de raiva, o policial militar acaba por abandonar a técnica,
podendo incidir em crimes, quando motivados pela raiva, pelo ódio da situação, ou
até mesmo podendo colocar a própria vida e a de terceiros em risco, quando
motivado pela emoção, perdendo assim a concentração necessária, por exemplo,
em uma situação de abordagem, culminando em sua responsabilização penal.
Sugere-se nesse sentido a valorização da disciplina de defesa pessoal
policial, bem como, a educação continuada de Defesa Pessoal Policial ou do
incentivo à prática de artes marciais para os policiais militares, contribuindo na
melhoraria do cotidiano de cada agente público e do próprio serviço prestado pelas
polícias.
Somente através de uma atuação técnica, diminuindo a incidência de crimes
por policiais contra a integridade física dos cidadãos, ocorrerá o fortalecimento das
Instituições Policiais, perante a sociedade. Pesquisas científicas mais aprofundadas
no tema podem colaborar para a melhoria contínua da disciplina de Defesa Pessoal
Policial, bem como a sua adaptação conforme o cotidiano das atividades policiais ao
longo dos anos.

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