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POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

AJUDÂNCIA-GERAL

SEPARATA
DO
BGPM

Nº 86

BELO HORIZONTE, 11 DE NOVEMBRO DE 2014.

Para conhecimento da Polícia Militar de Minas


Gerais e devida execução, publica-se o
seguinte:
DIRETRIZ Nº 3.02.05/2014-CG
3.02 CG

CONSEP

REGULA A MOBILIZAÇÃO SOCIAL, ESTRUTURAÇÃO E


FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS COMUNITÁRIOS DE
SEGURANÇA PÚBLICA NO ÂMBITO DA PMMG.

BELO HORIZONTE – MG
2014
CONSEP

REGULA AS
S AÇÕES DE COMPETÊNCIA DA PMMG QUANTO À
MOBILIZAÇÃO SOCIAL, ESTRUTURAÇÃO E FUNCIONAMENTO
DOS CONSELHOS COMUNITÁRIOS DE SEGURANÇA PÚBLICA

BELO HORIZONTE – MG
2
2014
GOVERNADOR DO ESTADO
ALBERTO PINTO COELHO

SECRETÁRIO DO ESTADO DE DEFESA SOCIAL


MARCO ANTÔNIO REBELO ROMANELLI

COMANDANTE-GERAL DA PMMG
CEL PM MÁRCIO MARTINS SANT'ANA

CHEFE DO ESTADO-MAIOR
CEL PM DIVINO PEREIRA DE BRITO

DIRETOR DE APOIO OPERACIONAL


CEL PM WILLIAM SOARES SOBRINHO

SUPERVISÃO TÉCNICA
TEN CEL PM WINSTON COELHO COSTA
TEN CEL PM CLÁUDIO JOSÉ DIAS

REDAÇÃO
Cel PM QOR João Carlos Figueiredo de Assis
Ten Cel PM Paulo Valério Junior
Ten Cel PM Clésio César Pereira
Maj PM Juliano Santana Silva
Cap PM Argeu de Souza Rodrigues
Cap PM Flavio Jackson Ferreira Santiago

REVISÃO DOUTRINÁRIA
Ten Cel PM QOR Edivaldo Onofre Salazar
Maj PM Eugênio Pascoal da Cunha Valadares
Cap PM Herbert Ferreira Lanza Avelar
Sd PM Danielle Sueli Ventura

COLABORAÇÂO
Dr. Danilo Alves da Costa Júnior
Assessor Jurídico - QCG

REVISÃO FINAL
Ten Cel PM Winston Coelho Costa
Ten Cel PM Paulo Valério Junior

3
Direitos exclusivos da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais (PMMG)
Reprodução condicionada à autorização expressa do Comandante-Geral da PMMG.
Circulação restrita.

M663d MINAS GERAIS. Polícia Militar. Diretriz nº 3.02.05/2014 – CG.


Regula a mobilização social, estruturação e funcionamento dos
Conselhos Comunitários de Segurança Pública no âmbito da PMMG
– Belo Horizonte: Comando-Geral, 2014.
53p.

1. CONSEP 2. Comunidade. 3. Mobilização Social. I. VALÉRIO


JÚNIOR, Paulo (Coord.). II. Comando-Geral – PMMG. III. Título.
CDU: 342.71
CDD: 323.6

Ficha Catalográfica: Rita Lúcia de Almeida costa – CRB – 6ª Reg. n. 1730.

ADMINISTRAÇÃO
Estado-Maior da Polícia Militar
Quartel do Comando-Geral da PMMG
Cidade Administrativa de Minas - Rodovia Prefeito Américo Gianetti, S/N – Edifício Minas
Bairro Serra Verde - Belo Horizonte - MG
CEP 31.630-900
Telefone: (31) 3915-7806

SUPORTE METODOLÓGICO E TÉCNICO


Seção de Emprego Operacional (EMPM/3)
Quartel do Comando-Geral da PMMG
Cidade Administrativa de Minas - Rodovia Prefeito Américo Gianetti, S/N – Edifício Minas
Bairro Serra Verde - Belo Horizonte - MG
CEP 31.630-900
Tel.: (31) 3915-7799
E-mail: pm3@pmmg.mg.gov.br

4
DIRETRIZ Nº 3.02.05/2014-CG

Elaborada a partir:

do princípio constitucional da eficiência, regente dos atos da Administração Pública,


contido no art. 37, caput, da Constituição Federal, e art. 13, caput, da Constituição
do Estado de Minas Gerais;
das competências atribuídas à Polícia Militar de Minas Gerais pela Constituição
Estadual;

da estratégia de longo prazo do Governo do Estado contida no Plano Mineiro de


Desenvolvimento Integrado (PMDI), de “melhorar a segurança pública e o
sentimento de segurança dos mineiros”;

dos “eixos essenciais da segurança pública”, definidos pela SENASP/MJ em 2003: a


“reorganização institucional dos órgãos de segurança pública e sua integração
sistêmica”; a “formação e valorização de seus profissionais”; o “aperfeiçoamento das
práticas de produção e gestão do conhecimento”; o “desenvolvimento de ações
preventivas planejadas e focalizadas” e o “desenvolvimento de políticas de redução
da violência especificamente voltadas para o enfrentamento de problemas e
situações estratégicos”;

dos pressupostos básicos da gestão operacional orientada por resultados e de


polícia comunitária, contidos na Diretriz Geral para Emprego Operacional da PMMG
(DGEOp).

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

CG - Comando-Geral

CLT - Consolidação das Leis do Trabalho

CNPJ - Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica

CONSEP - Conselho Comunitário de Segurança Pública

CPF - Cadastro de Pessoa Física

DCO - Diretoria Comunicação Organizacional

DGEOp - Diretriz Geral para Emprego Operacional

DPSSP - Diretriz para Prestação de Serviço de Segurança Pública

ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente

EMPM - Estado-Maior da Polícia Militar

EMPM3 - Seção de Emprego Operacional do Estado-Maior

EMPM5 - Seção Estratégica de Marketing do Estado-Maior

GUT - Gravidade, Urgência, Tendência

I.A.R.A - Identificar, Analisar, Responder e Avaliar

MJ - Ministério da Justiça

NPA - Núcleo de Prevenção de Ativa

OAB - Ordem dos Advogados do Brasil

ONG - Organização Não Governamental


Plan / Do / Check / Action (Planejar / Executar / Verificar, checar /
PDCA -
Agir corretivamente)
PM - Polícia Militar / Policial Militar

PMDI - Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado

PMMG - Polícia Militar de Minas Gerais

RG - Registro Geral

RPM - Região de Polícia Militar

6
SENASP - Secretaria Nacional de Segurança Pública

UEOp - Unidade de Execução Operacional

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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 9
2 FINALIDADE .................................................................................................... 11
3 OBJETIVOS ...................................................................................................... 11
4 CONCEITOS BÁSICOS.................................................................................... 12
4.1 Sociedade ................................................................................................................ 12
4.2 Comunidade ............................................................................................................ 12
4.3 Mobilização .............................................................................................................. 12
4.4 Mobilização social e/ou comunitária ................................................................ 13
4.5 CONSEP - Conselho Comunitário de Segurança Pública .......................... 13
5 PRESSUPOSTOS BÁSICOS ........................................................................... 14
5.1 Envolvimento da PMMG ................................................................................... 14
5.2 Isenção político-partidária .................................................................................. 15
5.3 Segmentação do apoio da PMMG ..................................................................... 15
5.4 Reconhecimento do CONSEP como serviço de utilidade pública .......... 16
6 CONSELHO COMUNITÁRIO DE SEGURANÇA PÚBLICA – CONSEP ......... 17
6.1 Finalidades ............................................................................................................. 17
6.2 Abrangência de um CONSEP .......................................................................... 17
6.3 Condições para a criação de um CONSEP ..................................................... 18
6.4 Instalação e funcionamento dos CONSEP ..................................................... 18
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 21
ANEXO “A” (Proposta de Estatuto do CONSEP) À DIRETRIZ Nº 3.02.05/2014-
CG ............................................................................................................................ 24
ANEXO “B” (Orientações para Registro Público dos CONSEP) À DIRETRIZ Nº
3.02.05/2014-CG ...................................................................................................... 38
ANEXO “C” (Modelo de Ficha de Inscrição para Candidatos a Cargos nos
CONSEP) À DIRETRIZ Nº 3.02.05/2014-CG ........................................................... 40
ANEXO “D” (Ferramentas para o auxílio no processo de resolução de
problemas) À DIRETRIZ Nº 3.02.05/2014-CG ........................................................ 41
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ...................................................................... 52

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DIRETRIZ Nº 3.02.05/2014 – CG

Regula a estruturação e o funcionamento de


Conselhos Comunitários de Segurança Publica –
CONSEP.

1 INTRODUÇÃO

A Polícia Comunitária enfatiza a ideia de aproximar a Polícia Militar das


comunidades por meio de um diálogo contínuo e sedimentação de vínculos em prol
da resolução de problemas. Como evolução desse conceito de relacionamento com
a sociedade, desponta a participação social nas questões da segurança pública
como sinônimo de exercício da cidadania, tendo como uma das vias o Conselho
Comunitário de Segurança Pública (CONSEP). Por meio destes o cidadão exerce
seu poder de interagir e participar nos processos de planejamento da prestação de
serviços pelo Estado no que diz respeito à prevenção e ao combate ao crime, e se
informa sobre modos de contribuir para redução das taxas de criminalidade,
mediante políticas públicas e atitudes que evitam ou diminuem a possibilidade do
delito.
A ideia de comunidade é explicada, segundo Lakatos (1999:344), pelo fato
de seus componentes viverem numa mesma área e terem consciência de
pertencerem aos mesmos grupos e lugares. Por isso, a intervenção de forma
organizada na segurança pública, como por exemplo, através dos CONSEP,
catalisa as potencialidades de mobilização da comunidade, auxiliando na superação
de problemas que influenciam na qualidade de vida, podendo interferir na
criminalidade observada no espaço de convívio do grupo por ele representado.
A mobilização comunitária, por isso, permite um ganho coletivo, dada a
possibilidade de solução de problemas comuns aos mobilizados. Não mobilizar-se
é, de acordo com Putnam (1993:176), renunciar a muitas oportunidades de proveito
mútuo.
Entender o amplo significado da mobilização comunitária em torno da
segurança pública exige perceber que esse movimento social representa um
avanço na relação entre a polícia, o Estado e os cidadãos. Seguindo a ótica
sociológica de De Masi (2000:20), trata-se de uma inovação porque altera a divisão
do poder, no caso, de discutir, criticar e colaborar no planejamento da atividade
policial. Essa mudança representa o triunfo e o grande teste da democracia, o qual,
segundo Ben-Gurion, “é a liberdade de crítica". A Polícia Militar de Minas Gerais
(PMMG) deve estimular o diálogo com as comunidades, e os CONSEP constituem
o lugar ideal para que isto aconteça de forma produtiva e madura.
Os CONSEP não podem ser confundidos como prolongamento dos quartéis
ou do modo de vida neles vigente. Um equívoco dessa natureza seria danoso para
a Instituição por criar uma imagem falsa de que a segurança pública envolve
apenas a PMMG. Deve ficar claro a autonomia do CONSEP, porém, mantendo um
importante vínculo com a Polícia Milita na criação conjunta de caminhos para agir
sobre os problemas verificados no campo da prevenção, do combate ao crime e do
soerguimento social em busca de soluções e do estabelecimento de uma cultura de
paz.

9
No campo da segurança pública a participação comunitária vem representar
a possibilidade de conscientização da sociedade sobre os múltiplos fatores que
interferem, a médio ou longo prazo, no trabalho dos órgãos que integram o sistema
de defesa social, dentre eles as deficiências de políticas públicas quanto ao
provimento de condições mais dignas para cidadãos viverem em áreas periféricas
das cidades, especialmente em locais de baixo desenvolvimento social.
Assim, o CONSEP é um inovador ambiente de exercício da cidadania em
que os residentes no espaço por ele abrangido (o Município ou regiões deste,
conforme o tamanho de cada cidade), inteiram-se do trabalho dos órgãos
integrantes do Sistema de Defesa Social, tomam consciência da complexidade da
intervenção nos fenômenos sociais que interferem na criminalidade e se mobilizam
no sentido do acionamento de outros setores estatais.
Permite, por sua natureza, organizar pessoas e segmentos da sociedade civil
para agir nas raízes de problemas crônicos que normalmente desaguam em crimes,
como o ingresso de crianças e adolescentes no mundo das drogas e o alijamento
social.
É o CONSEP, potencialmente, um meio para se incentivar e organizar o
voluntariado para ações diversas, tais como, na estruturação de cursos, nas
campanhas de prevenção a drogas, entre outros. É também o local de debate,
resolução de problemas e de promoção da solidariedade entre vizinhos, entre
condôminos, entre classes profissionais ou segmentos da comunidade que de
algum modo estejam mais expostos à ameaça da criminalidade, como taxistas,
motoristas e auxiliares de coletivos, proprietários de estabelecimentos comerciais,
comunidade escolar e outros, nos moldes do que já ocorre no programa “REDE DE
VIZINHOS PROTEGIDOS”. É, ainda, o meio de se criarem redes de proteção, nas
quais indivíduos se reúnem e discutem alternativas para colaborar, com atitudes e
cuidados objetivos no seu dia-a-dia, para que infratores da lei tenham minimizadas
as possibilidades de atingir seus intentos delituosos, obstaculizando, portanto, as
oportunidades para a prática de infrações.
Dessa forma, o CONSEP representa em essência um espaço fundamental
na edificação de um mundo mais solidário, menos violento, mais organizado, mais
livre. Requer dedicação contínua e se dirige à construção de cenários em busca da
paz social.

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2 FINALIDADE
Estabelecer diretrizes básicas para o planejamento, coordenação, execução
e controle da participação dos integrantes da Polícia Militar nas atividades
relacionadas à estruturação e ao funcionamento dos CONSEP.

3 OBJETIVOS
3.1 Adequar o comportamento administrativo e operacional dos integrantes da
PMMG às diretrizes institucionais e às disposições legais vigentes;
3.2 Estabelecer orientações para a adoção de metodologia própria no processo
de incentivo à mobilização comunitária em torno da discussão e solução dos
problemas da segurança pública;
3.3 Sugerir parâmetros para a organização e o funcionamento dos CONSEP no
Estado.

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4 CONCEITOS BÁSICOS
Diante da necessidade de trabalhar temas necessários a boa compreensão
da presente diretriz, seguem conceituações que nivelam conhecimentos voltados a
direcionar os trabalhos propostos:
4.1 Sociedade
Em Sociologia, uma sociedade é o conjunto de pessoas que compartilham
propósitos, gostos, preocupações e costumes, e que interagem entre si constituindo
uma comunidade. A sociedade é objeto de estudo comum entre as ciências sociais.
Uma sociedade é um grupo de indivíduos que formam um sistema
semiaberto, no qual a maior parte das interações é feita com outros indivíduos
pertencentes ao mesmo grupo.
A origem da palavra sociedade vem do latim societas, uma "associação
amistosa com outros". Societas é derivado de socius que significa "companheiro",
assim o significado de sociedade é intimamente relacionado àquilo que é social.
4.2 Comunidade
Do ponto de vista da sociologia, uma comunidade é um conjunto de pessoas
que se organizam sob o mesmo conjunto de normas, geralmente vivem no mesmo
local, sob o mesmo governo ou compartilham do mesmo legado cultural e histórico.
Os estudantes que vivem no mesmo dormitório podem formar uma comunidade,
assim como as pessoas que vivem no mesmo bairro, aldeia ou cidade.
Segundo Marshall Gordon (1994), o fenômeno comunitário integra um
conjunto de ideias associadas ao conceito de comunidade: alto grau de intimidade
pessoal; relações sociais afetivamente alicerçadas; compromisso moral; coesão
social; continuidade no tempo.
O conceito de Comunidade implica um sentimento de pertencimento a uma
área particular, ou com uma estrutura social dentro dessa área.
Estudos revelam que as definições de comunidade, na sua maioria, contêm
três pontos coincidentes. São eles:
a) Partilha de um espaço físico – exemplos: cidades, bairros, regiões, países,
vizinhança, condomínios etc;
b) relações e laços comuns – exemplos: família, escola, trabalho e outros
centros de convivência etc;
c) interação social – exemplos: clubes de serviços, clubes sociais,
comunidades virtuais, etc.
4.3 Mobilização
O conceito de mobilização varia segundo estudiosos, organizações e atores
sociais que apresentam definições de acordo com a própria realidade na qual estão
inseridos. Não obstante as diversidades conceituais, algumas definições se
enquadram na realidade proposta pela presente diretriz. Assim, “mobilizar é convocar

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vontades para atuar na busca de um propósito comum, sob uma interpretação e um sentido
também compartilhados” (TORO A. e WERNECK, 1997, p. 12).

A mobilização requer uma dedicação contínua e produz resultados


quotidianamente. Assim, o CONSEP se traduz como importante ferramenta no
processo de convergência das vontades para os objetivos comuns.
4.4 Mobilização social e/ou comunitária
A mobilização social ou comunitária é o caminho para se alcançar objetivos
pré-definidos. Pressupõe uma convicção da relevância, um sentido de público,
daquilo que convém a todos. Para que ela seja útil tem que estar orientada para a
construção de um projeto de futuro. Não se confunde com propaganda ou
divulgação, mas exige ações de comunicação no sentido amplo, enquanto processo
de compartilhamento de discussões, visões e informações. O que dá estabilidade a
um processo de mobilização é saber que “o que eu faço e decido, em meu campo
de atuação cotidiana, está sendo feito e decidido por outros, em seus próprios
campos de atuação, com os mesmos propósitos e sentidos” (TORO A. e WERNECK,
1997, p. 12).

4.5 CONSEP - Conselho Comunitário de Segurança Pública


Entidade de direito privado, com vida própria e independente em relação a
qualquer órgão público; modalidade de associação comunitária, de utilidade pública,
sem fins lucrativos, constituída no exercício do direito de associação garantido no
art. 5º, XVII, da Constituição Federal, e que tem por objetivos mobilizar e congregar
forças da comunidade para a discussão de problemas locais da segurança pública,
no contexto municipal ou em subdivisão territorial de um Município.
Não se confunde com os conselhos municipais de segurança pública.
Estes são criações dos poderes legislativos municipais e voltados para a definição
de ações estratégicas que influenciem no ente federativo como um todo.
Conforme a Diretriz 3.01.01/2010-CG, que contém a Diretriz Geral para
Emprego Operacional (DGEOp), o CONSEP tem por objetivo desenvolver
programas de prevenção do crime e do medo que ele proporciona, com a
participação da comunidade, cumprindo a função de planejar junto com a polícia as
estratégias de policiamento, enfatizando-se a prevenção. Juridicamente, os
CONSEP são regulados pelos Artigos 40 a 52 do Código Civil.

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5 PRESSUPOSTOS BÁSICOS
No processo de apoio à estruturação e funcionamento de CONSEP, devem
ser observadas as seguintes orientações:
5.1 Envolvimento da PMMG
5.1.1 Envolvimento extrínseco
No contexto da atuação dos CONSEP, a Polícia Militar desenvolverá a
atividade de apoio à sua criação, estruturação e funcionamento por meio de
reuniões, participação nas discussões comunitárias e incentivo à integração social
dos diversos agentes reais e potenciais envolvidos na busca de soluções para os
problemas da segurança pública.
Por se fazer presente em todos os municípios do Estado e em grande parte
dos seus distritos, a Polícia Militar é uma das forças de incentivo ao despertar da
consciência da população sobre os benefícios de se mobilizar e descobrir
potencialidades nos seus diversos segmentos, para participação no planejamento e
execução de medidas que interfiram na qualidade de vida dos cidadãos. Essa
participação dá ênfase às ações sociais que incidam sobre o nascedouro dos
problemas que culminam em degradação social.
Percebem-se, no Estado, duas realidades: lugares em que os residentes
vivem cada qual com seus afazeres, sem nunca se reunirem para discutir seus
problemas comuns, e outros em que há uma viva movimentação em torno das
causas coletivas. Nos dois casos, mais especialmente no primeiro, a PMMG deve
atuar como agente de mobilização social em apoio à criação e funcionamento dos
CONSEP.
A Instituição tem, por meio do envolvimento extrínseco, a oportunidade para
consolidar sua imagem de organização prestadora de serviços, com
reconhecimento social.
Deve-se notar que, desde o início da abertura democrática no Brasil iniciada
nas últimas décadas do século XX, vêm-se cristalizando efeitos sobre a educação
(pela participação da comunidade na escolha dos dirigentes das escolas públicas);
sobre a saúde (pela municipalização); sobre os direitos políticos (via eleição direta
de representantes políticos, pelo voto direto, secreto e universal); sobre a relação
entre empregados e patrões (via participação nos lucros das empresas); sobre a
Justiça (pela instituição dos juizados especiais e da justiça gratuita); sobre a
liberdade de opinião (pelo fim da lei da censura e da inscrição, no texto
constitucional, da liberdade da manifestação do pensamento); sobre a mobilização
social propriamente dita (pelo aumento avassalador do número de Organizações
não Governamentais (ONG) no país e de movimentos em prol do fim da miséria e
da reforma agrária), dentre outros.
Neste contexto, o papel da PMMG é de proximidade com os destinatários da
prestação de serviços de segurança pública. É preciso fomentar uma consciência
crítica em relação aos problemas que afligem a sociedade, desenvolvendo no seio
comunitário a solidariedade como anteparo ao distanciamento que o crescimento
das cidades geralmente impõe aos indivíduos. Essa solidariedade tem o poder de
agir sobre problemas da segurança pública muito antes de eles se manifestarem

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danosos, por exemplo, mediante a retirada de menores das ruas, a participação em
programas educativos de sexualidade e reprodução humana, e o apoio a
empreendimentos que ensinem as comunidades a se tornarem autossustentáveis.
5.1.2 Envolvimento intrínseco
Por mais bem estruturado que seja, um esforço da PMMG de levar às
comunidades a se mobilizarem na discussão contínua dos problemas da segurança
pública, pela via da mobilização em CONSEP, tem poucas chances de êxito, se
concebido de forma omissa em relação ao seu público interno.
Assim, mobilizar a comunidade é ação que exige da Instituição, no aspecto
interno, consolidar na sua cultura organizacional valores, práticas e habilidades
essenciais à relação policial-militar e comunidade, como capacidade de dialogar,
inteligência para aceitar sugestões e propor alternativas, diante de vários
interlocutores que apresentem opiniões variadas em reuniões e movimentos
comunitários, tudo isso voltado às soluções benéficas à coletividade.
Estes valores não se alcançam se a qualidade do ambiente de trabalho, no
tocante aos relacionamentos internos, for de intransigência, ironia, indiferença em
relação ao outro, incentivo à competição doentia entre setores ou pessoas, ou
desrespeito à dignidade humana.
Além do relacionamento interno, é imprescindível que a temática da
mobilização social esteja presente nos diversos cursos de formação e
aperfeiçoamento, bem como nos treinamentos existentes na PMMG. Não é
razoável, sem uma prévia preparação profissional, esperar e cobrar do policial
militar que comungue com a comunidade uma discussão na busca de caminhos
para se antecipar problemas de segurança pública, ou de agir sobre aqueles já
instalados pela via da mobilização.
5.2 Isenção político-partidária
O apoio à estruturação e ao funcionamento de CONSEP por parte dos
integrantes da PMMG deverá ocorrer de forma apolítica, do ponto-de-vista da
defesa de legendas partidárias ou da promoção de autoridades. Nesse sentido,
todos os atos relativos aos CONSEP devem ocorrer de modo que garanta a
despersonalização no tocante à publicidade desse ou daquele partido político ou de
pretensos candidatos a cargos eletivos.
5.3 Segmentação do apoio da PMMG
O apoio da Polícia Militar à mobilização comunitária em torno dos problemas
da segurança pública deve ser em nível regionalizado, em respeito às realidades
culturais diferentes de cada região do Estado. Isso implica na responsabilidade das
RPM e suas respectivas Unidades subordinadas no sentido de conhecerem o
movimento de organização comunitária no espaço de sua responsabilidade
territorial. Desta forma serão capazes de fornecer ao nível estratégico uma visão
sempre atualizada das conquistas desse movimento, ao mesmo tempo em que
apoiem suas frações no exercício de seu relacionamento com os CONSEP, com
observância das normas contidas nesta Diretriz.

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5.4 Reconhecimento do CONSEP como serviço de utilidade pública
Atualmente as entidades que detém o reconhecimento quanto a sua utilidade
pública conseguem isenções diversas que facilitam o exercício das suas atividades
propostas, como projetos, programas, etc. Além disto, há o quesito da legitimidade
que os CONSEP ratificam com o presente reconhecimento perante o Poder Público,
a iniciativa privada e a própria sociedade.
É importante que a PMMG, nos seus diversos níveis, oriente e incentive aos
CONSEP a busca de tal reconhecimento contribuindo para que o trabalho e as
propostas dos referidos Conselhos ganhem notoriedade e a mobilização seja
majorada.
O reconhecimento como serviço de utilidade pública pode ser conquistado na
esfera municipal, estadual e federal, de acordo com legislação vigente.

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6 CONSELHO COMUNITÁRIO DE SEGURANÇA PÚBLICA – CONSEP
6.1 Finalidades
a) Congregar as lideranças comunitárias, as autoridades do Sistema de Defesa
Social e as de outros órgãos públicos direta ou indiretamente ligados à segurança
pública, para a discussão e adoção de medidas práticas que resultem na melhoria
da qualidade de vida das comunidades, especialmente aquelas que apresentem
maior exposição a fatores de risco que interfiram na dignidade humana;
b) democratizar o planejamento das atividades de polícia ostensiva de
preservação da ordem pública, no âmbito de cada município, para a definição de
prioridades de segurança pública, no espaço de abrangência de cada CONSEP.
6.2 Abrangência de um CONSEP
6.2.1 Sugere-se que a abrangência do CONSEP coincida com o espaço de
responsabilidade territorial da fração a ele vinculada. Tal sugestão se ratifica numa
maior condição de atendimento das demandas propostas pelas comunidades do
espaço geográfico vinculado. O CONSEP terá como membros os cidadãos
domiciliados em sua área de abrangência.
6.2.2 Caso haja mais de um CONSEP no Município, seus limites geográficos de
atuação deverão constar do ato de seu registro e preferencialmente coincidir com a
articulação/setorização da Fração PM correspondente, abrangendo sempre grupos
de bairros ou microrregiões, de acordo com as peculiaridades locais. Quanto à
correspondência das áreas das Frações PM e dos CONSEP, devem ser atendidos
os seguintes requisitos:
a) Nos municípios que possuírem mais de uma sede de Cia PM em uma
mesma região conurbada deve existir, um CONSEP relacionado a cada subárea de
Cia PM;
b) Nos municípios sede de apenas uma Cia PM deve existir um CONSEP
correlato;
c) Nos municípios em que exista apenas a sede de Pelotão PM deverá
existir um CONSEP correlato;
d) Nos municípios em que existir Destacamento ou Subdestacamento PM
deverá existir um CONSEP relacionado à área de responsabilidade da Fração PM;
e) Nos distritos, atendendo à demanda local e à avaliação do Comando
da RPM, poderá se constituir um CONSEP;
f) Atendendo às características da comunidade local, uma Fração PM
poderá ter mais de um CONSEP em sua área de atuação;
g) Cada CONSEP possui sua área de atuação específica e não poderá
haver atuação de mais de um CONSEP em um mesmo logradouro, bairro, distrito
ou município, conforme cada caso.
6.2.3 As mudanças dos limites geográficos, de ação do conselho, decorrentes do
natural crescimento das cidades, devem ser registradas em ata, a fim de que os
CONSEP não venham a sofrer problemas decorrentes de impugnação de suas
eleições, como artifício jurídico de chapas concorrentes.

17
6.3 Condições para a criação de um CONSEP
6.3.1 A criação de CONSEP é ato jurídico resultante do exercício da liberdade de
associação garantida pelo art. 5º, VII, da Constituição Federal, assim considerado
por produzir efeitos na esfera do direito, dentre eles o surgimento de pessoa jurídica
de direito privado, com capacidade representativa, e a potencialidade de captação
de recursos sob a forma de doações para o incremento de suas atividades.
6.3.2 Dispõe a Constituição da República que ninguém é obrigado a associar-se ou
a permanecer associado. Por isso, a Polícia Militar valer-se-á do convencimento às
forças vivas presentes em cada comunidade sobre a importância da mobilização,
ante os problemas da segurança pública. Nesses termos, buscará demonstrar,
dentre outros aspectos, que é possível lidar com o fenômeno da criminalidade de
forma proativa, e que a Instituição acredita que, na comunidade, estando unidas, as
pessoas são mais fortes para superar os desafios da segurança pública.
6.3.3 A criação de CONSEP é iniciativa na qual deve concorrer a Liderança
Comunitária com o apoio de cada Comandante de Companhia, podendo esse apoio
ser, nas frações destacadas, atribuído até o nível de Comandante de
Subdestacamento. O esforço de mobilização comunitária e de discussão de
problemas da segurança pública se dirige para as questões operacionais, daí a
necessidade do envolvimento daqueles que exercem o comando de frações.
6.4 Instalação e funcionamento dos CONSEP
6.4.1 Deverão ser observadas, para a instalação e funcionamento dos CONSEP,
as seguintes etapas:
a) Levantamento dos segmentos organizados na comunidade, com a
identificação das respectivas lideranças;
b) mobilização da comunidade com o auxílio de suas lideranças e com o
apoio do comandante da fração, através dos meios de comunicação disponíveis,
tendendo ao maior número possível de participantes, para uma reunião inicial de
aproximação e sensibilização;
c) a partir dos presentes nessa reunião, deve ser criada uma comissão ou
diretoria provisória do Conselho para elaborar a proposta do Estatuto;
d) convocação uma nova reunião com os segmentos sociais organizados, por
meio de fóruns comunitários de segurança, quando será apresentada a proposta do
Estatuto;
e) votação do Estatuto pelos presentes citados no item anterior;
f) convocação e realização das eleições para a Diretoria e demais
integrantes;
g) posse da Diretoria e demais membros dos Conselhos;
h) registro da entidade em cartório por meio da remessa dos seguintes
documentos;
- ata de fundação, impressa em papel timbrado (se já houver) ou em papel
ofício, transcrita do livro de atas, mas sem a inclusão do estudo e sem os erros
18
eventualmente cometidos quando foi manuscrita no livro, desde que os erros
tenham sido devidamente consertados por observação do secretário que a
escreveu. A ata deve ser assinada pelo representante legal da associação
(presidente ou outro membro conforme determinar o estatuto);
- duas vias do estatuto, na íntegra, impressos (separados da ata de
constituição) com a assinatura do representante legal da associação em todas as
páginas;
- relação dos associados fundadores e dos membros da diretoria eleita, com
a indicação da nacionalidade, do estado civil e da profissão de cada um.
- ofício encaminhado ao cartório, solicitando o registro, assinado pelo
representante legal da associação, com a apresentação do seu endereço pessoal e
do endereço da sede da entidade.
i) Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ;
j) realização de reuniões periódicas, de acordo com o plano de ação traçado
pela Diretoria.
6.4.2 Durante as reuniões periódicas, deverão, em princípio, ser observados os
seguintes procedimentos:
a) Realizar a leitura da ata referente à reunião anterior, verificar as ações que
foram tratadas e os resultados obtidos;
b) através dos resultados obtidos, manter as ações e metas ou buscar novas
realizações;
c) registrar em atas as próximas ações e metas a serem desenvolvidas e
respectivos responsáveis;
d) definir data da próxima reunião.
6.5 Dissolução e reativação de CONSEP
6.5.1 O processo de dissolução será o previsto no Estatuto, conforme interesse da
comunidade envolvida. O Comandante local trabalhará sempre no sentido de
mobilizar a comunidade e evitar a dissolução.
6.5.2 A reativação de CONSEP é ato de disposição voluntária da comunidade, ao
qual o comandante de fração deverá apoiá-la. Para reativação do CONSEP devem
ser seguidos os passos da criação, naquilo que couber.
6.6 Do processo eleitoral
6.6.1 As eleições deverão ocorrer somente por cidadãos quites com a Justiça
Eleitoral que apresentem o título de eleitor e o comprovante de endereço (nos
casos em que houver mais de um CONSEP no Município). Especialmente este
último é essencial para evitar fraudes que tenham a finalidade de simular uma
vitória de determinada chapa, para projeção política de pessoas não
comprometidas com os problemas dos bairros abrangidos pelo CONSEP.

19
6.6.2 Podem concorrer ao cargo de Presidente de CONSEP, com sua respectiva
chapa, quaisquer cidadãos quites com a Justiça Eleitoral e que se habilitem a isto,
mediante a satisfação de requisitos óbvios e imprescindíveis ao exercício do cargo,
como residir na área de abrangência do CONSEP e possuir bons antecedentes,
verificado através dos órgãos públicos e juntados a ficha constante do anexo “B”.
6.6.3 Podem votar em eleição de chapa no CONSEP todos os membros
domiciliados na área abrangida pelo CONSEP, assim considerados aqueles que se
cadastrarem no período eleitoral, junto ao seu CONSEP, apresentando documentos
pessoais e domiciliares comprobatórios, respeitado o previsto no Estatuto.
6.6.4 Militares da ativa somente poderão exercer junto aos CONSEP a função de
Conselheiro Técnico.
6.6.5 A confirmação do endereço do eleitor cadastrado é condição essencial para
que o público votante corresponda de fato ao conjunto dos membros domiciliados
abrangidos pelo CONSEP. Essa confirmação não deve ser realizada pelo
representante da PMMG, mas pelo Secretário ou Conselho Fiscal, na forma do
Estatuto.

20
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
7.1 Os Comandos Regionais e de Unidades de Execução Operacional (UEOp)
deverão manter cadastros atualizados dos CONSEP de suas respectivas
regiões/áreas de atuação.
7.2 As informações referentes ao cadastro deverão ser atualizadas sempre que
necessário e deverão ser comunicadas à DAOp no prazo de até 30 dias após o
Comando da Fração PM relacionada ao CONSEP tomar conhecimento das
alterações dos dados.
7.3 A DAOp incumbir-se-á de estabelecer o fluxo e o modelo de cadastro, bem
como será a responsável pela consolidação e envio ao EMPM3.
7.4 Os calendários e as atas de reuniões de trabalho ordinárias do CONSEP em
que houver trabalho conjunto com a Polícia Militar, em todas as UEOp, deverão ser
consolidados mensalmente, até o dia 10 (dez) de cada mês.
7.5 As informações referentes às reuniões e às atas não necessitam ser
enviadas ao Estado-Maior da Polícia Militar (EMPM) e nem à Diretoria de Apoio
Operacional (DAOp). Porém, a RPM deverá mantê-las em arquivo digital,
organizadas por UEOp, na P3/RPM, para consulta sempre que necessário,
objetivando a realização das atividades de coordenação e controle.
7.6 A utilização da logomarca da PMMG em conjunto com a dos CONSEP
poderá ser feita, desde que avaliado o material gráfico pela Diretoria de Apoio
Operacional (DAOp) e Diretoria de Comunicação Organizacional (DCO), em
campanhas educativas e de divulgação dos CONSEP, desde que não envolva a
arrecadação de recursos financeiros junto à comunidade. Neste caso, o empenho
de policiais militares é terminantemente proibido.
7.7 A minuta de Estatuto Interno dos CONSEP, constante desta Diretriz, é
apenas um apoio conceitual para início dos trabalhos de cada comunidade
interessada em se organizar em torno dos problemas da segurança pública. Assim,
sua adaptação à realidade de cada comunidade é, obviamente, opcional, em
respeito ao fato de que o ordenamento jurídico brasileiro coloca como parâmetros
ao uso da liberdade de associação, a lei, a ordem pública, a boa-fé e os fins
pacíficos.
7.8 A Polícia Militar, através da DCO, poderá apoiar as Regiões da Polícia Militar,
bem como estas as suas Unidades subordinadas, na elaboração de campanhas
publicitárias básicas para mobilização da comunidade em CONSEP, com utilização
de recursos de mídia alternativa para um público tipicamente segmentado.
7.9 Em resguardo às necessidades institucionais perante os CONSEP, a Polícia
Militar se reserva o direito de não apoiar o funcionamento daqueles que estiverem
em desacordo com a legislação vigente, em especial o Código Civil.
Obrigatoriamente deverão ser observados:
a) As prestações de contas, as eleições periódicas e o registro público, que
serão de inteira responsabilidade do CONSEP, sem vinculação da PMMG, a não
ser em apoio às atividades;

21
b) submissão, pelo Conselho Fiscal e Diretor Administrativo (Secretário), com
apoio dos órgãos públicos competentes, dos candidatos interessados a concorrer a
cargo nos CONSEP, a processo verificador das informações por eles prestadas
sobre si, atinentes a endereço, quitação com a Justiça Eleitoral, inexistência de
antecedentes criminais e domicílio no espaço geográfico de abrangência do
CONSEP;
c) registro público do CONSEP, ato necessário para seu reconhecimento
como pessoa jurídica de direito privado, dotada de direitos e deveres, capaz de agir
e ser acionada judicialmente nas situações em que isto se justifique. O registro é
imprescindível para o estabelecimento de uma relação jurídica saudável e segura,
entre o Conselho e seus membros e destes em relação à PMMG;
d) promoção de ampla participação da comunidade, tanto na situação
ordinária, quanto no processo eleitoral;
e) não vinculação do nome do CONSEP ao de representação orgânica da
PMMG, mas sim, a um setor ou área do município ou a um termo que represente a
essência de trabalho da comunidade;
f) sugere-se na criação e estruturação do CONSEP a figura do assessor
jurídico, a fim de que possa determinar a legalidade da ação do presidente e seus
membros, nas ações do Conselho.
7.10 A Polícia Militar promoverá, sempre que possível, cursos, seminários,
palestras, encontros, treinamentos, para integrantes dos CONSEP, com a temática
de mobilização social, resolução de problemas, dentre outros, como forma de
promover e facilitar o envolvimento comunitário na área da segurança pública.
7.11 As RPM deverão, com o objetivo de auxiliar no direcionamento das ações
dos CONSEP, promover reuniões periódicas trimestrais, mantendo as atas e
registros produzidos em arquivo do Núcleo de Prevenção Ativa (NPA) das UEOp.
7.12 A instalação dos CONSEP não inviabiliza a existência e funcionamento de
associações de bairros e outros conselhos que possuam regimento interno ou
estatuto próprio, aprovado e registrado e não os substituem. As associações de
bairros ou outros conselhos existentes poderão ajudar na solução de problemas do
bairro, com participação de seus integrantes nas reuniões do CONSEP.
7.13 Com vistas a subsidiar a atuação dos integrantes dos CONSEP, na
identificação e solução de problemas, constam do anexo “D” algumas ferramentas
que buscam facilitar tal mister. Exemplos: PDCA, Brainsntornig, Matriz GUT e
diagrama de ISHIKAWA.
7.14 Com vistas a facilitar a interlocução dos membros do CONSEP com a
comunidade que representam e com os órgãos integrantes do Sistema de Defesa
Social, poderá haver incentivo por parte da UEOp à criação de carteiras de
identificação dos membros das respectivas CONSEP. O Comandante da UEOp não
aporá nenhum tipo de assinatura em tal identificação. Não poderá haver brasões e
logomarcas que identifiquem a PMMG em tal carteira.
7.15 Sugere-se, para fins de identificação e comunicação visual que nas
instalações, equipamentos, materiais diversos e atividades do CONSEP seja

22
incentivada a utilização da logomarca ilustrada abaixo, a qual também poderá
compor a carteira citada na seção 7.14.

Figura – Sugestão de Logomarca para CONSEP

7.16 Esta Diretriz deverá ser desdobrada pelas RPM, em treinamentos, planos ou
ordens para as frações subordinadas.
7.17 Ficam revogadas todas as disposições em contrário, em especial a Diretriz
para Prestação de Serviços de Segurança Pública (DPSSP) nº 05/2002, de
27Dez02.

Quartel do Comando-Geral em Belo Horizonte,03 de novembro de 2014.

(a) MÁRCIO MARTINS SANT’ANA, Coronel PM


COMANDANTE-GERAL

ANEXOS:
“A” – PROPOSTA DE ESTATUTO DOS CONSEP
“B” - ORIENTAÇÕES PARA REGISTRO PÚBLICO DOS CONSEP
“C” - MODELO DE FICHA DE INSCRIÇÃO PARA CANDIDATOS A CARGOS NOS
CONSEP
“D” - FERRAMENTAS PARA AUXILIO NO PROCESSO DE SOLUÇÃO DE
PROBLEMAS

DISTRIBUIÇÃO: Toda a PMMG.

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ANEXO “A” (Proposta de Estatuto do CONSEP) À DIRETRIZ Nº 3.02.05/2014-CG

ESTATUTO DO CONSELHO COMUNITÁRIO DE SEGURANÇA PÚBLICA

CAPÍTULO I
DA FINALIDADE E CONSTITUIÇÃO
Artigo 1° - O Conselho Comunitário de Segurança Pública, aqui denominado
"CONSEP", fundamentado nos parâmetros do direito civil, com sede e foro no
município de __________________, tem por finalidade colaborar nas atividades de
prevenção e manutenção da Ordem Pública, a cargo da fração local da
circunscrição da Polícia Militar de Minas Gerais, além de outras Instituições
envolvidas com as questões de segurança pública, com vistas à maior eficiência,
presteza e controle de suas ações em defesa da comunidade.
§ 1º - O CONSEP terá duração por tempo indeterminado;
§ 2°- O CONSEP é uma entidade civil de direito privado, sem fins lucrativos e de
utilidade pública, que adota os princípios da legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade, economicidade, eficiência e transparência.
Artigo 2º - O CONSEP possui os seguintes objetivos específicos:
I - Constituir-se em canal privilegiado, pelo qual as autoridades policiais e de
órgãos do sistema de defesa social locais, auscultarão a comunidade, contribuindo
para que as instituições estaduais operem em função dos cidadãos e da
comunidade;
II - Congregar as lideranças comunitárias da área, conjuntamente com as
autoridades policiais e de órgãos do sistema de defesa social, no sentido de
planejar ações integradas de segurança, que resultem na melhoria da qualidade de
vida da comunidade.
III - Propor aos órgãos de segurança em sua área de atuação a definição de
prioridades de segurança pública, na área de circunscrição do CONSEP;
IV - Articular a comunidade visando à solução de problemas ambientais e
sociais, que tragam implicações policiais;
V - Desenvolver o espírito cívico e comunitário na área de circunscrição do
respectivo CONSEP;
VI - Promover palestras, conferências, fóruns de debates e implantar
programas de instrução e divulgação de ações e autodefesa às comunidades,
inclusive estabelecendo parcerias, visando aos projetos e campanhas educativas
de interesse da segurança pública;
VII - Colaborar com as iniciativas de outros órgãos que visem o bem-estar da
comunidade, desde que não colidam com o disposto no presente estatuto;
VIII - Desenvolver e implementar sistemas para coleta, análise e utilização de
avaliações dos serviços prestados pelas agências policiais, bem como reclamações
e sugestões do público;

24
IX - Levar ao conhecimento das agências policiais locais, na forma definida
no presente estatuto, as reivindicações/anseios e queixas da comunidade;
X - Propor às autoridades competentes, a adoção de medidas que tragam
melhores condições de trabalho aos Policiais Militares, e integrantes dos demais
órgãos que prestam serviços à causa da segurança pública;
XI - Estimular programas de intercâmbio, treinamento e capacitação
profissional destinados aos policiais que prestam serviço à comunidade na
circunscrição de competência do CONSEP;
XII - Coordenar, fiscalizar e colaborar supletivamente com as associações,
comissões, entidades religiosas, educacionais, organizações não governamentais
(ONG) e o poder público da construção, manutenção e melhoria das instalações,
equipamentos, armamentos e viaturas policiais;
XIII - Planejar e executar programas, visando maior interação entre policiais
e comunidade, contribuindo para diminuir os índices de criminalidade da região;
XIV - Estreitar a interação entre as Unidades policiais de Execução
Operacional, com vistas ao saneamento dos problemas comunitários na
circunscrição sob sua responsabilidade;
XV – Levantar, eventualmente, por iniciativa própria e sob a responsabilidade
dos integrantes dos CONSEP, recursos para as despesas operacionais do
CONSEP e para a aquisição de materiais, equipamentos, construções e
melhoramentos das frações policiais locais;
XVI - Auxiliar as instituições do Sistema de Defesa Social na adoção de
medidas práticas e sociais, visando o cumprimento do Estatuto da Criança e do
Adolescente, bem como adoção de medidas com vistas apoiar as atividades
relacionadas à proteção do meio ambiente e as ações que visem a implantação de
atividades relacionadas com a Polícia Comunitária.
XVII – Desenvolver e manutenir projetos comunitários que visem a melhoria
no bem estar da comunidade.
Artigo 3º - Os representantes das instituições beneficiárias deverão envidar esforços
para prestarem aos membros do CONSEP e demais autoridades envolvidas com
segurança pública, o assessoramento técnico necessário à consecução dos
objetivos do CONSEP.
Artigo 4° - O Conselho será constituído voluntariamente por autoridades locais,
membros destacados da comunidade, representantes de entidades de classe,
culturais ou religiosas, clubes de serviço, associações de bairros ou distritais,
residentes ou domiciliados na região de circunscrição de competência do respectivo
CONSEP, enfim, interessados em colaborar na solução dos problemas de Defesa
Social das comunidades.
§ 1° - É facultativa a presença dos representantes das autoridades policiais, na
condição de Orientadores Técnicos, em todas as reuniões ordinárias e
extraordinárias da Assembleia Geral, Diretoria, Conselhos Deliberativo e Fiscal ou
de seus suplentes, nos casos de impedimento do titular, devendo, porém os

25
dirigentes dessas autoridades policiais ou quem suas vezes o fizer, serem
convidados para as mesmas.
§ 2° - Os membros da entidade, de modo geral, não respondem subsidiariamente
pelas obrigações sociais; sendo esta suporta pelo presidente e sua administração
(diretoria).
§ 3° - Os profissionais pertencentes ao órgão beneficiário do CONSEP, lotados ou
em exercício no município, não poderão exercer quaisquer cargos na Diretoria ou
conselhos Deliberativo e Fiscal, cabendo-lhes o exercício apenas das funções de
Orientadores Técnicos;
§ 4º - Os membros da Assembleia Geral serão cadastrados em fichas
individualizadas, com direito a voto igualitário nas assembleias, devendo ser
convocados para as deliberações, possibilitando a manifestação oral ou escrita;
§ 5° - Os membros integrantes do CONSEP deverão manter comportamento social
e moral adequados, sob pena de exclusão do conselho;
§ 6° - A exclusão de membro a que se refere o parágrafo anterior dar-se-á mediante
aprovação em votação pela maioria dos membros do Conselho;
§ 7° - O Ministério Público ou qualquer interessado, mediante requerimento
fundamentado, poderá solicitar a suspensão até o julgamento final, de membros do
CONSEP, se instaurada ação penal ou inquérito policial.
§ 8º A filiação ao CONSEP ocorrerá mediante requerimento do interessado ao
Presidente do Conselho, estando seu requerimento sujeito à prévia aprovação do
Conselho Deliberativo, decidida em plenário, com a presença de no mínimo 2/3 da
totalidade de seus membros, pelo voto favorável da maioria simples, que é obtida
em relação ao total dos presentes à reunião.
§ 9º Todas as pessoas ligadas ao CONSEP deverão ter legitimados documentos
comprobatórios de idoneidade e possuir domicílio pertencente à área de
abrangência do CONSEP, sendo excluídas as pessoas irregulares.
§ 10º A permanência na condição de membro do CONSEP é voluntária e
facultativa, e o pedido de desligamento dependerá apenas de manifestação escrita
do membro à Diretoria.
§ 11º É ilimitada a quantidade de membros do CONSEP.

CAPÍTULO II
DA ORGANIZAÇÃO E DA ADMINISTRAÇÃO
Artigo 5º - O CONSEP terá a seguinte organização:
I - Assembleia Geral;
II - Conselho Deliberativo;
III - Conselho Fiscal;
IV - Diretoria;

26
V - Conselho Consultivo.
§ 1º Dos órgão acima citados, constituem a Administração do CONSEP o Conselho
Deliberativo, o Conselho Fiscal e a Diretoria;
§ 2° Os órgãos da Administração do CONSEP, reunir-se-ão ordinariamente, no
mínimo, uma vez por mês e, extraordinariamente, por convocação do Presidente do
conselho nos casos de relevante interesse;
§ 3° É facultada a participação popular durante as reuniões do CONSEP, podendo
cada participante manifestar-se por escrito ou verbalmente sobre assunto interesse
do Conselho, não tendo, porém, direito a voto nas decisões tomadas durante as
reuniões acima referidas.
SEÇÃO I
DA ASSEMBLÉIA GERAL
Artigo 7º - A Assembleia Geral, para que haja uma ampla representatividade da
comunidade no CONSEP, será composta por autoridades locais, representantes de
entidades de classe, clubes de serviço, associações diversas, residentes ou
domiciliados na circunscrição de responsabilidade do CONSEP e interessados em
colaborar na solução dos problemas de segurança pública da comunidade.
§ 1º - Compõem a Assembleia Geral do CONSEP, em princípio, instituições do
Município de __________________/MG, abaixo relacionadas:
a) Poder Executivo;
b) Poder Legislativo;
c) Poder Judiciário;
d) Representante do Ministério Público;
e) Representante da OAB;
f) Conselho Deliberativo do CONSEP;
g) Orientadores Técnicos;
h) Representantes de Associações de Bairros;
i) Órgãos de Ensino;
j) Representantes das associações comerciais, esportivas e entidades
religiosas da região atendida pelo CONSEP.
§ 2° - Outras Instituições devidamente organizadas poderão compor a Assembleia
Geral, mediante requerimento apresentado pelo representante maior da instituição,
pleiteando, desde que aprovado pelo Conselho Deliberativo;
§ 3° - Em qualquer situação, não será admitido o voto por procuração.
Artigo 8º - Compete à Assembleia Geral:

27
I - Eleger, pelo voto secreto, os membros do Conselho Deliberativo e os
membros do Conselho Fiscal do CONSEP;
II - Apreciar anualmente:
a) a prestação de contas da Diretoria;
b) o plano anual de trabalho da Diretoria;
c) o relatório contábil do Conselho Fiscal.
III - Aprovar ou reformar o Estatuto do CONSEP;
IV - Deliberar soberanamente sobre os assuntos submetidos à sua
apreciação;
V - Dissolver o CONSEP, pela decisão, neste sentido, de pelo menos 2/3
(dois terços) dos seus membros.
VI - Referenciar os nomes indicados para compor os cargos na Diretoria
Executiva;
§ 1º - A Assembleia Geral reunir-se-á:
I - Anualmente, para apreciar a prestação de contas, o plano anual de
trabalho da Diretoria e, ainda, o relatório do Conselho Fiscal;
II - Extraordinariamente, por convocação do Presidente ou Vice-Presidente
do CONSEP, ou ainda por quaisquer das autoridades mencionadas no artigo 17,
desde que fundamentada a necessidade e relevante motivo;
§ 2°- A Assembleia Geral reunir-se-á com a presença de pelo menos 1/3 (um
terço) de seus membros em primeira convocação ou com qualquer número em
segunda convocação, no mesmo dia, conforme dispuser o edital de convocação.
§ 3° - As decisões da Assembleia Geral, ressalvado o § 2° deste artigo, serão
tomadas pela maioria simples dos presentes, sempre pelo voto secreto.
SEÇÃO II
DO CONSELHO DELIBERATIVO
Artigo 9º - 0 Conselho Deliberativo será constituído de 03 (três) membros das
comunidades, eleitos pela Assembleia Geral por maioria de votos.
Artigo 10 - 0 mandato dos Membros do Conselho Deliberativo é de 02 (dois) anos,
permitida a recondução por uma vez.
§ 1º - Findo o mandato para o qual foi eleito, o membro do Conselho Deliberativo,
reconduzido ou não por uma vez, poderá se candidatar a outro cargo em um dos
demais órgãos da administração.
§ 2º - Não poderão ser acumulados cargos na Diretoria e nos conselhos
Deliberativo e Fiscal.
Artigo 11 - Compete ao Conselho Deliberativo:

28
I - Convocar extraordinariamente Assembleia Geral através da maioria
simples de seus membros conforme o previsto no artigo 6º, § 1º.
II - Deliberar sobre doações, alienações, cessão de uso e aplicações de bens
e recursos financeiros do CONSEP;
III – Eleger, entre seus membros, o Presidente e o Vice-Presidente do
CONSEP;
Artigo 12 - 0 Conselho Deliberativo reunir-se-á:
I - Mensalmente, para analisar e deliberar sobre assuntos propostos pela
Diretoria ou outros membros do CONSEP;
II - Extraordinariamente, por convocação do Presidente do CONSEP ou ainda
por qualquer das autoridades elencadas no artigo 17, para tratar de assuntos que
motivaram a convocação.
SEÇÃO III
DO CONSELHO FISCAL
Artigo 13 - O Conselho Fiscal será constituído de 03 (três) membros titulares e 03
(três) membros suplentes, escolhidos pela Assembleia Geral por maioria de votos.
Artigo 14 - O mandato do Conselho Fiscal é de 02 (dois) anos, permitida a reeleição
de 1/3 de seus membros.
Artigo 15 - Compete ao Conselho Fiscal:
I - Fiscalizar a gestão patrimonial e financeira, as iniciativas que visem a
obtenção de recursos e o cumprimento de cláusulas de contrato, acordos ou
documentos equivalentes que gerem obrigações às partes;
II - Examinar livros, documentos e emitir parecer sobre os balancetes
mensais;
III - Examinar e emitir parecer sobre as contas e relatórios anuais da
Diretoria, bem como sobre o balanço geral;
IV - Aprovar ou não as deliberações de verbas, bem como as contas do
CONSEP;
V - Convocar a Assembleia Geral Extraordinária, sempre que julgue
necessário;
VI - Participar das reuniões da Diretoria sempre que julgue necessário;
VII - Conferir e assinar os balancetes;
VIII - Apreciar e aprovar a descarga venda ou alienação de bens, proposta
pela comissão responsável pela adoção de tais medidas;
IX - Conferir a documentação de endereço dos inscritos no CONSEP;
X - Fiscalizar os atos administrativos das demais estruturas do CONSEP.

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Artigo 16 - O Conselho Fiscal reunir-se-á:
I - Ordinariamente, para apreciar as contas do Conselho;
II - Extraordinariamente, por convocação de seu presidente ou pela maioria
simples do Conselho Fiscal.
SEÇÃO IV
DA DIRETORIA
Artigo 17 - A Diretoria é o Órgão Executivo do CONSEP e compõe-se do
Presidente, Vice-Presidente, Diretor Administrativo (Secretário) e Diretor Financeiro
(Tesoureiro).
§ 1° - O Diretor Administrativo e o Diretor Financeiro são indicados pelo Presidente
do CONSEP, dentre os membros do Conselho Deliberativo, ad referendum deste;
§ 2° - O Presidente poderá substituir Diretor (es) durante seu mandato, caso seja de
interesse do CONSEP;
§ 3º - Os integrantes da ativa dos órgãos do Sistema de Defesa Social somente
poderão participar dos CONSEP na condição de Conselheiros Técnicos.
Artigo 18 - 0 mandato da Diretoria é de 02 (dois) anos, permitida a recondução por
uma vez.
Parágrafo único - Findo o mandato para o qual foi indicado para a Diretoria,
reconduzido ou não por uma vez, poderá o membro da Diretoria candidatar-se a
outro cargo dos demais órgãos da administração do CONSEP.
Artigo 19 - Compete à Diretoria:
I - Administrar o CONSEP com vistas a alcançar seus objetivos;
II - Cumprir e fazer cumprir o presente Estatuto;
III - Realizar as gestões financeiras e patrimoniais dos bens do CONSEP;
IV - Prestar contas mensalmente, sob a forma contábil, ao Conselho Fiscal e
anualmente à Assembleia Geral, na forma da lei;
V – Divulgar, em veículo de imprensa local ou regional, os demonstrativos de
receita e despesa do CONSEP;
VI - Propor a realização de eventos que busquem arrecadar recursos,
mediante adoção de mecanismos legais, respeitando-se a legislação vigente;
VII - Dar posse aos novos membros, mediante registros em livro próprio;
VIII – Apresentar projetos de procedimentos para melhor atender a
segurança do cidadão.
Artigo 20 - A Diretoria reunir-se-á:
I - Ordinariamente, uma vez por mês;

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II - Extraordinariamente, nos casos de relevante interesse, por convocação
do Presidente do CONSEP e/ou pela maioria simples dos membros dos Conselhos
Deliberativo e Fiscal, desde que fundamentado e justificado o ato convocatório.
Artigo 21 - Ao Presidente do CONSEP compete:
I - Representar o CONSEP em todos os atos judiciais e extrajudiciais ativa e
passivamente, bem como em quaisquer outras atividades de representação,
inclusive constituir procurador, conjuntamente com um Diretor, com poderes
específicos para os atos de exclusivo interesse do Conselho;
II - Presidir as reuniões do CONSEP, segundo pauta preestabelecida;
III - Convocar e presidir as reuniões da Assembleia Geral;
IV - Convocar e presidir as reuniões da Diretoria;
V - Convocar os Conselhos Deliberativo e Fiscal, quando julgar necessário;
VI - Autorizar despesas operacionais;
VII - Promover abertura de contas bancárias e assinar, conjuntamente com o
Diretor Financeiro, documentos que impliquem em obrigações para o CONSEP,
inclusive cheque e outros atos bancários;
VIIl - Decidir sobre assuntos urgentes, dando conhecimento posterior aos
membros da administração, inclusive prestando contas de forma fundamentada;
IX - Firmar convênios com a rede bancária, instituições financeiras
autorizadas, autarquias e/ou outros órgãos de interesse do CONSEP, visando à
prestação dos serviços de cobrança, recebimento, transferência, arrecadação de
contribuições e outros serviços;
X - Propor à Diretoria e aos Conselhos Deliberativo e Fiscal, regulamentação
para o funcionamento do CONSEP, através de Estatuto;
XI - Contratar funcionários e servidores, pelo Regime CLT, para assessoria
em geral e/ou para auxiliar a Diretoria na administração dos bens do CONSEP e
demiti-los quando necessário, desde que aprovado pelo Conselho Deliberativo;
XII - Autorizar empreendimentos que objetivem obtenção de recursos
públicos ou privados para o cumprimento dos objetivos estatutários;
XIII - Dar posse aos novos membros eleitos;
XIV - Propor aos Conselhos Deliberativo e Fiscal a cessão de uso de
materiais e equipamentos ao Estado, em regime de Comodato, destinados às
instituições beneficiárias do CONSEP, para uso exclusivo nas atividades de
Segurança Pública do Município;
XV - Designar comissões para adoção de medidas que visem o melhor
desempenho das atividades do CONSEP;
XVI - Determinar a suspensão ou exclusão dos membros que violarem o
estatuto e as leis, após aprovação dos membros do CONSEP;

31
XVII - Juntamente com o Diretor Financeiro, autorizar despesas de até 3
(três) salários mínimos vigentes por mês;
XVIII - Promover abertura de conta bancária conjunta, emitir e endossar
cheques, assinar recibos, em conjunto com o Diretor Financeiro;
XIX - Promover atividades socioculturais ou qualquer outra atividade
correlata, que tenha como objetivo o bem-estar social das comunidades;
XX - Organizar um plano de trabalho em que constarem as necessidades de
sua área e, juntamente com os demais membros da Diretoria, em especial, o Diretor
Financeiro, criar o cronograma para a realização dos eventos;
XXI - Manter-se sempre em contato com as comunidades e procurar
relacionar todas as reivindicações e suas necessidades e levá-las ao conhecimento
da Diretoria.
XXII – Desenvolver ações para a divulgação do CONSEP, incentivando a
participação comunitária do Conselho.
Artigo 22 - O Mandato do Presidente e do Vice-Presidente é de 02 (dois) anos,
permitida a recondução por uma vez, sempre coincidindo com os mandatos dos
Conselheiros Deliberativos e Fiscais.
§ lº - Findo o mandato para o qual foram eleitos, reconduzidos ou não por uma vez,
poderão candidatar-se a outro cargo dos demais órgãos do CONSEP;
§ 2° - O Vice-Presidente substitui o Presidente em suas faltas e impedimentos;
Artigo 23 - Compete ao Diretor Administrativo (1º Secretário):
I - Lavrar atas, redigir e expedir correspondências, inclusive matéria para
divulgação;
II - Zelar pela guarda de livros e documentos em geral pertinentes ao
CONSEP;
III - Executar os serviços internos e externos que forem determinados pelo
Presidente do CONSEP;
IV - Adotar todas as medidas para a realização das eleições, inclusive
receber e registrar a(s) chapa(s) concorrente(s) a cada cargo do CONSEP;
V - Administrar e/ou executar todo serviço de competência da área
administrativa;
VI - Participar do planejamento da entidade, juntamente com os demais
membros da Diretoria.
Parágrafo único - O Diretor Administrativo substitui o Diretor Financeiro em suas
faltas e impedimentos.
Artigo 24 - Compete ao Diretor Financeiro:
I - Responder pelo controle financeiro e patrimonial do CONSEP;

32
II - Preparar prestações de contas a que se refere ao artigo 19, inciso IV;
III - Assinar juntamente com o Presidente, cheques e outros documentos que
impliquem em obrigações para o CONSEP e outros atos bancários.
Artigo 25 - Compete aos Orientadores Técnicos, envidar todos os esforços para
prestar aos membros do Conselho o assessoramento técnico necessário a
execução das missões do CONSEP.
Artigo 26 - Compete aos Representantes de Entidades de Classe:
I - Representar suas entidades perante a Diretoria, fazendo suas
reivindicações para melhoria da Segurança Pública;
II - Participar das reuniões e decisões da Diretoria, com direito a voto;
III - Captar e direcionar os problemas encontrados na região, encaminhando-
os aos órgãos competentes.
Parágrafo único - O Diretor Financeiro substitui o Diretor Administrativo em suas
faltas e impedimentos.
Artigo 27 - Não serão permitidas funções cumulativas nos órgãos de administração
do CONSEP.
SECÃO V
DO CONSELHO CONSULTIVO
Artigo 28 - O Conselho Consultivo poderá ser constituído por pessoas com
notoriedade, capazes de colaborar na solução dos problemas de segurança pública
da comunidade.
Parágrafo único - É facultado ao Conselho Consultivo manifestar-se sobre assunto
do CONSEP, por escrito, durante as reuniões ordinárias, ou fora destas.
Artigo 29 - Compete ao Conselho Consultivo assessorar os dirigentes do CONSEP,
de ofício ou quando solicitado.
Artigo 30 - O mandato dos membros do Conselho Consultivo será por tempo
indeterminado, devendo o interessado em não mais participar do grupo solicitar ao
Presidente do CONSEP a retirada de seu nome da lista de integrantes.
§ 1º - Será automaticamente excluído do Conselho Consultivo o membro que mudar
sua residência ou domicílio para outro Município ou bairro não abrangido pelo
CONSEP;
§ 2º - Ao membro do Conselho Consultivo aplica-se o disposto nos artigos 41 e 45
deste Estatuto.

CAPÍTULO III

DA ELEIÇÃO E POSSE
SEÇÃO I

33
DA ELEIÇÃO
Artigo 31 - A eleição de membros para os conselhos Deliberativo e Fiscal do
CONSEP deverá ocorrer pelo menos 15 (quinze) dias antes do vencimento do
mandato eletivo.
§ 1° - Cabe ao Presidente do CONSEP fazer publicar em órgão de imprensa escrita
local o edital de convocação para a eleição, com antecedência mínima de 15
(quinze) dias da sua realização;
§ 2° - Caso o Presidente do CONSEP não cumpra o prescrito no artigo 32, que trata
da posse, caberá ao Vice-Presidente tomar tal providência e, em última instância,
ao representante do Ministério Público, de ofício ou mediante representação de
qualquer interessado pelo CONSEP;
§ 3° - Para a eleição serão registradas chapas distintas para os conselhos
Deliberativo e Fiscal;
§ 4° - Para o Conselho Deliberativo, a chapa deverá conter 03 (três) nomes;
§ 5° - Para o Conselho Fiscal, a chapa deverá conter 03 (três) nomes;
§ 6° - As chapas concorrentes aos conselhos Deliberativo e Fiscal deverão ser
registradas junto ao Diretor Administrativo do CONSEP, em exercício com pelo
menos 10 (dez) dias úteis, antes do dia da eleição, sob pena da chapa perder
direito de concorrência à mesma;
§ 7° - A Assembléia Geral elegerá uma chapa para o Conselho Deliberativo e outra
para o Conselho Fiscal, devendo ser colocado em votação os números das chapas
concorrentes;
§ 8° - Antes do início da votação, deverão ser fornecidas aos eleitores as chapas
concorrentes, com todos os nomes que concorrem aos cargos ora em eleição;
§ 9° - Terminada a votação, deverá ser feita a apuração;
§ 10 - Ocorrendo empate entre as chapas, deverá ser realizada, de imediato, nova
eleição e apuração;
§ 11 - Persistindo o empate será realizada nova eleição e, ao final da apuração,
havendo possibilidade de novo empate, o último voto será anulado antes de ser
apurado.
SEÇÃO II
DA POSSE
Artigo 32 - A posse dos novos membros eleitos para a gestão seguinte deve ocorrer
em até 15 (quinze) dias após o dia da eleição.
Parágrafo único - Caso o Presidente do CONSEP não cumpra o prescrito acima,
cabe ao Vice-Presidente adotar as medidas necessárias para a posse dos novos
membros eleitos.

34
CAPÍTULO IV
DO PATRIMÔNIO E RECURSOS DO CONSELHO COMUNITÁRIO
Artigo 33 - O patrimônio do CONSEP será constituído de:
I - Bens e direitos adquiridos ou incorporados na forma da lei;
II - Doações, legados e heranças que lhe forem destinados.
Artigo 34 - Constituem recursos do CONSEP:
I - Dotação orçamentária se houver previsão em lei própria;
II - Contribuições, auxílios ou subvenções da União, do Estado ou do
Município;
III - Donativos ou transferências de entidades, empresas públicas e/ou
privadas e pessoas físicas;
IV - Os provenientes de atividades ou campanhas realizadas;
V - Os recibos de qualquer doação serão firmados pelo Presidente, o Vice-
Presidente, Diretor Financeiro obrigatoriamente contabilizado, bem como os
recursos provenientes de campanhas realizadas pelo Conselho.
Artigo 35 - Os recursos a que se refere o artigo anterior serão depositados em conta
bancária movimentada exclusivamente por cheque bancário nominal ao favorecido,
débito em conta corrente, firmado conjuntamente pelo Presidente, Diretor
Financeiro e Conselho Fiscal.
Parágrafo único – Os recursos financeiros e patrimoniais do Conselho serão
utilizados exclusivamente para atendimento às necessidades de segurança pública
da localidade ou município, conforme orientação do Conselho Deliberativo.
Artigo 36 - Os recursos referidos no artigo anterior serão depositados em conta
bancária especial, movimentada exclusivamente por cheque bancário nominal ao
favorecido, firmado conjuntamente pelo Presidente e Diretor Financeiro do
CONSEP ou por seus substitutos legais.
§ 1° - Os recursos do CONSEP, atendidas as necessidades para a sua
administração e cumprimento de seus objetivos, serão distribuídos consoante
decisão do Conselho Deliberativo, de acordo com a arrecadação do mês anterior;
§ 2° - O repasse de bens e/ou recursos financeiros às instituições beneficiárias será
definido pelo Conselho Deliberativo.
Artigo 37 - Em caso de dissolução do CONSEP, por qualquer motivo, seu
patrimônio e bens reverterão à entidades afins regulares, após decisão da
Assembleia Geral.
Parágrafo único - O Presidente, o Conselheiro Técnico e os integrantes da Diretoria
terão o prazo individual e sucessivo de 05 (cinco) dias para juntar as suas razões
sobre a legalidade da decisão de dissolução do CONSEP, bem como opinar sobre o
destino de seus bens.

35
CAPÍTULO V
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS
Artigo 38 - A cessão de uso de bens imóveis e/ou móveis, tais como viaturas,
equipamentos e/ou outros materiais ao Estado, destinados às instituições
beneficiárias deste CONSEP, sujeitar-se-á às prescrições administrativas vigentes
na Instituição específica.
Parágrafo único - As doações de bens pelo CONSEP à instituição beneficiária,
restringir-se-ão aos materiais de consumo e os bens de maior duração, serão
cedidos através de comodato, permanecendo os mesmos na propriedade do
CONSEP.
Artigo 39 - É vedado o envolvimento do CONSEP e de seus membros em assuntos
de natureza religiosa ou político-partidária nas funções específicas.
Artigo 40 - O CONSEP atuará sempre como entidade de apoio, sendo-lhe vedado
interferir, a qualquer titulo, na administração da Instituição beneficiária, podendo, no
entanto, solicitar ou sugerir providências administrativas e até judiciais junto ao
Ministério Público, ao Juiz da Comarca ou aos respectivos superiores hierárquicos
dos representantes de Instituição, com vistas à solução de problemas surgidos e/ou
melhoria na prestação de serviço a cargo da instituição apoiada.
Artigo 41 - Os membros da Diretoria, dos conselhos Deliberativo, Fiscal e
Consultivo, além dos Orientadores Técnicos, não perceberão remuneração pelo
exercício de seus mandatos.
Artigo 42 - Os integrantes do CONSEP não responderão solidária nem
subsidiariamente por atos do Presidente e da Diretoria ou obrigações por eles
assumidas, exceto se agirem com dolo, culpa ou negligência no desempenho de
suas atribuições.
Artigo 43 - Não poderão fazer parte do CONSEP pessoas civilmente incapaz,
menores de 18 (dezoito) anos ou que tenham sido condenadas criminalmente em
decorrência da prática de crimes contra o patrimônio e/ou contra a administração
pública, além daquelas consideradas social e moralmente inidôneas, mediante
decisão dos componentes de órgãos da administração do Conselho, por maioria
simples dos presentes.
Artigo 44 - Qualquer pessoa, através de requerimento, poderá provocar a atuação
do Poder Judiciário, do Ministério Público ou do CONSEP sobre a prática de atos
lesivos ao patrimônio do Conselho.
Artigo 45 - Qualquer membro do CONSEP que agir com dolo ou culpa nos atos ou
assuntos inerentes ao referido Conselho, assegurados o direito ao contraditório e à
ampla defesa, mediante decisão do referido Conselho será destituído de seu cargo
ou função.
Artigo 46 - O Ministério Público funcionará como fiscal da lei e dos atos normativos
e administrativos para a consecução dos objetivos do CONSEP.
Artigo 47 – O CONSEP será extinto:

36
I – pela perda de sua finalidade;
II – pela impossibilidade de se manter;
III – por decisão da Assembléia Geral.
Artigo 48 - Os casos omissos neste Estatuto serão resolvidos pelo Conselho
Deliberativo.
Artigo 49 - O presente Estatuto entrará em vigor após sua aprovação pela
Assembléia Geral e registrado em cartório.

______________________, ______ de ________________ de 20__ .

PRESIDENTE

VICE – PRESIDENTE

DIRETOR ADMINISTRATIVO

(a) MÁRCIO MARTINS SANT’ANA, Coronel PM


COMANDANTE-GERAL

Distribuição: a mesma da presente Diretriz.

37
ANEXO “B” (Orientações para Registro Público dos CONSEP) À DIRETRIZ Nº
3.02.05/2014-CG

1 Requerimento para Registro Público


Cabe aos presidentes dos CONSEP formular requerimento ao Oficial do Registro
Civil de Pessoas Jurídicas do Município, solicitando o registro da entidade.

2 Estatuto
O Estatuto do CONSEP, além de outros dispositivos, deverá obrigatoriamente,
conter:
a) Denominação: nome do CONSEP, acompanhado de designação que o
individualize quanto à região ou Município, por exemplo. Para fins de padronização,
os indicativos deverão ser a seqüência de criação: 1, 2, 3,... no Município, seguido
do número indicativo da Subunidade cujo espaço de responsabilidade territorial o
abranger. O Oficial do Registro Público procederá à pesquisa para apurar a
eventual existência de sociedade com nomes idênticos. Nesse caso, será recusado
o registro;
b) Sede social: local (rua, número, bairro, cidade, comarca etc.) onde o CONSEP
está localizado e realiza suas atividades administrativas;
c) Fins: o objetivo social não poderá indicar destino ou atividades ilícitas, ou
contrárias, nocivas ou perigosas ao bem público, à ordem pública ou social, à
moral, ou aos bons costumes. Deve ser claro e objetivo;
d) Fundo social: deverá ser declarado quando houver;
e) Prazo de duração: o prazo de duração poderá ser determinado ou indeterminado.
Seja como for, declare o tempo de duração deve ser declarado no Estatuto. O será
o prazo de duração indeterminado;
f) Administração: o Estatuto deverá especificar o modo pelo qual a entidade será
administrada. No CONSEP, a administração dar-se-á com o contido no Estatuto
(art. 5º);
g) Representação: deverá constar do estatuto como o CONSEP será representado
judicial e extrajudicialmente, ativa e passivamente. Tal encargo compete ao
Presidente da CONSEP;
h) Reforma do Estatuto: constar do estatuto se o mesmo é reformável no tocante à
administração, e de que modo. O mais comum é que seja reformável por
deliberação da Assembleia Geral, especialmente convocada para esse fim;
i) Responsabilidade dos membros: constar do Estatuto se os sócios
responsabilizam-se (ou não), subsidiariamente, pelas obrigações sociais. Significa
que o estatuto pode trazer definido o grau de envolvimento dos sócios nas
obrigações assumidas pela entidade. O comum é que não se responsabilizem
subsidiariamente pelas obrigações assumidas pela entidade. Aos policiais militares
está vedada a participação na Diretoria, podendo atuar apenas como membros
natos. No ato de registro do CONSEP, não deverá constar o militar como co-
responsável, pelo fato de que ele representa não um indivíduo, mas o Estado, numa
pessoa jurídica de direito privado;

38
j) Condições de extinção do CONSEP: declarar as condições da extinção da
entidade (dificuldades insuperáveis ao preenchimento das finalidades sociais, por
exemplo). Assembleia Geral Extraordinária deverá ser especialmente convocada
para esse fim;
l) Destino do patrimônio: o estatuto deve constar o destino do patrimônio social no
caso de dissolução do CONSEP. Quando a entidade é dissolvida, qual o destino do
patrimônio (seus bens, valores etc). Isto deve ser claramente definido no estatuto
social.

3 Relação dos Membros


Apresentar relação dos membros fundadores assinada pelo representante legal,
contendo nome, estado civil, nacionalidade, profissão, RG e CPF, residência. Se os
membros forem pessoas jurídicas, constar: denominação, sede social, inscrição no
CNPJ.

4 Relação da Diretoria
Apresentar relação dos membros da diretoria, provisória ou definitiva, assinada pelo
representante legal, contendo: cargo, nome, estado civil, nacionalidade, profissão,
RG e CPF, residência.

5 Atas
Apresentar ata de fundação, aprovação do estatuto social e eleição dos órgãos da
entidade. Deve vir assinada pelo Presidente do CONSEP, com firma reconhecida.
As atas de fundação, de aprovação do estatuto e eleição da diretoria podem ser
apresentadas englobadamente ou separadas. Deverá ser observado o tempo de
mandato da Diretoria, que é de dois anos. Este item é obrigatório.

6 Visto de advogado
Um advogado regularmente inscrito na OAB e em dia com suas obrigações deverá
visar o estatuto social, apondo ao Estatuto seu número de inscrição na OAB. Não é
necessário o reconhecimento de sua firma.

(a) MÁRCIO MARTINS SANT’ANA, Coronel PM


COMANDANTE-GERAL

Distribuição: a mesma da presente Diretriz.

39
ANEXO “C” (Modelo de Ficha de Inscrição para Candidatos a Cargos nos
CONSEP) À DIRETRIZ Nº 3.02.05/2014-CG

FICHA DE INSCRIÇÃO PARA CANDIDATO

NOME: ........................................................................................................................
REGISTRO GERAL:....................................................................................................
ENDEREÇO RESIDENCIAL*:......................................................................................
COMERCIAL:...............................................................................................................
PROFISSÃO:................................................................................................................
CPF:.............................................................................................................................
CARGO PLEITEADO:..................................................................................................
TÍTULO DE ELEITOR: ................................................................................................

Declaro, para os devidos fins, que as informações acima são a expressão da


verdade. Declaro estar quites com a Justiça Eleitoral e não possuir antecedentes
criminais. Declaro estar ciente de que o exercício do cargo pretendido é ato
voluntário, não remunerado e sem fins político-partidários.

________________________________________________________
CANDIDATO

(a) MÁRCIO MARTINS SANT’ANA, Coronel PM


COMANDANTE-GERAL

* Necessário cópia do comprovante de endereço.

Distribuição: a mesma da presente Diretriz.


40
ANEXO “D” (Ferramentas para o auxílio no processo de resolução de
problemas) À DIRETRIZ Nº 3.02.05/2014-CG

1 FERRAMENTAS DA QUALIDADE
Para todo trabalho em equipe é importante a utilização de um método capaz
de gerenciar todas as etapas, de maneira a propiciar o resultado pretendido. Nesse
sentido muitas organizações têm se valido de vários tipos de ferramentas
disponíveis, dentre elas apresentamos de forma objetiva o ciclo PDCA,
Brainstorming, Matriz GUT e Diagrama de Ishikawa; que podem ser utilizados para o
tratamento do problema levantado.

2 MODELOS DE FERRAMENTAS
2.1 Ciclo PDCA
É um ciclo de análise e melhoria, criado por Walter Shewhart, em meados da
década de 20 e disseminado para o mundo por Deming. Esta ferramenta é de
fundamental importância para a análise e melhoria dos processos organizacionais e
para a eficácia do trabalho em equipe.
O Ciclo PDCA (em inglês Plan, Do, Check e Action) é uma ferramenta gerencial
de tomada de decisões para garantir o alcance das metas necessárias à
sobrevivência de uma organização, sendo composto das seguintes etapas:
2.1.1 Planejar (PLAN)
a) definir as metas a serem alcançadas;
b) definir o método para alcançar as metas propostas.
2.1.2 Executar (DO)
a) executar as tarefas exatamente como foi previsto na etapa de planejamento;
b) coletar dados que serão utilizados na próxima etapa de verificação do
processo;
c) Nesta etapa são essenciais a educação e o treinamento no trabalho.
2.1.3 Verificar, checar (CHECK)
a) verificar se o executado está conforme o planejado, ou seja, se a meta foi
alcançada, dentro do método definido;
b) identificar os desvios na meta ou no método.
2.1.4 Agir corretivamente (ACTION)
a) caso sejam identificados desvios, é necessário definir e implementar
soluções que eliminem as suas causas;
b) caso não sejam identificados desvios, é possível realizar um trabalho
preventivo, identificando quais os desvios são passíveis de ocorrer no futuro, suas
causas, soluções etc.

41
O PDCA pode ser utilizado na realização de toda e qualquer atividade da
organização. Sendo ideal que todos da organização utilizem esta ferramenta de
gestão no dia-a-dia
dia de suas atividades.
Desta forma, elimina-se
se a cultura “tarefeira” que muitas organizações insistem
em perpetuar e que incentiva a se realizar o trabalho sem antes planejar,
desprezando o autocontrole, o uso de dados gerados pelas medições por
indicadores e a atitude preventiva, para que os problemas dos processos nunca
ocorram.
PDCA FLUXO ETAPA OBJETIVO
1 Identificação do Definir claramente o problema/processo
Problema e reconhecer sua importância.
2 Observação Investigar as características específicas
P do problema/processo com uma visão
ampla e sob vários pontos de vista.
3 Análise Descobrir a causa fundamental.
4 Plano de ação Conceber um plano para bloquear a
causa fundamental.
D 5 Execução Bloquear a causa fundamental.
C 6 Verificação Verificar se o bloqueio foi efetivo.
7 Padronização Prevenir contra o reaparecimento do
problema.
A 8 Conclusão Recapitular todo o método de solução
do problema para trabalhos futuros.

Figura: retirada da internet: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ciclo_PDCA - acesso em 24/08/2012.

2.2 Brainstorming
O Brainstorming é uma ferramenta associada à criatividade e é, por isso,
preponderantemente usada na fase de Planejamento (na busca de soluções). Este
42
método foi inventado por Alex F. Osbom em 1939, quando ele presidia, à época,
uma importante agência de propaganda.
Ele é usado para que um grupo de pessoas crie o maior número de ideias acerca
de um tema previamente selecionado. O seu nome deriva de Brain = mente e
Storming = tempestade, que se pode traduzir como: Tempestade Cerebral. É
também usada para identificar problemas no questionamento de causas ou para se
fazer a análise da relação causa-efeito.
2.2.1 O Brainstorming pode ser de dois tipos:
a) Estruturado: todos os integrantes devem dar uma ideia quando chegar a
sua vez na rodada, ou passar a vez até a próxima rodada. Isso evita a
preponderância dos integrantes mais falantes, dá a todos uma oportunidade igual
para contribuir com ideias e promove um envolvimento maior de todos os
integrantes, mesmo os mais tímidos. O Brainstorming termina quando nenhum dos
integrantes tem mais ideias e todos “passam a vez” numa mesma rodada;
b) Não-estruturado: Qualquer integrante lança ideias à medida que vão
surgindo na mente. Tende-se a criar uma atmosfera mais relaxada, mas também há
o risco dos integrantes mais falantes dominarem o ambiente. Torna-se mais fácil
para certos integrantes pegar carona nas ideias dos outros. Essa técnica termina
quando nenhum integrante tem mais ideias e todos concordam em parar.
2.2.2 Um Brainstorming é realizado em 6 etapas básicas:
a) construir a equipe: a equipe deve ser definida. Geralmente participam os
membros do setor que busca envolver o problema. Eventualmente, pessoas
criativas, de outros setores da empresa, podem ser convocadas. Os participantes
devem estar reunidos em torno da uma mesa e devem indicar uma pessoa para
secretariar (facilitador) a reunião, isto é: anotar as ideias que cada membro vai
ditando.
b) definir foco e enfoque: foco é o tema principal, o assunto. Geralmente está
associado a um resultado indispensável (problema) ou a um desafio que se quer
vencer. Definido o foco é necessário estabelecer o enfoque, que mostrará como o
foco vai ser abordado. Por exemplo, se o nosso foco é “férias” podemos abordar
este foco de ângulos distintos (enfoques), como, por exemplo:
− onde vamos passar as férias?
− O que podemos fazer para diminuir nossas despesas nas férias?
c) Geração de ideias: O que importa, nesta etapa, é a quantidade de ideias
geradas. Não importa a “qualidade”:
− O exercício deve centrar-se sobre o único foco já clara e previamente definido;
− As ideias emitidas, nesta etapa, devem ser anotadas pelo facilitador e devem
ficar isentas de críticas. Pode-se dizer que quanto mais “potencialmente
disparatada” for uma ideia, melhor, pois mais facilmente pode induzir a
criatividade para a solução. O objetivo, nesta etapa, é emitir ideias que
possam ser associadas a outras já emitidas;

43
− O participante deve emitir qualquer ideia, sem nenhum exercício de censura
quanto às próprias e quanto às ideias dos demais. A ideia deve ser formulada
mesmo que num primeiro instante pareça ridícula;
− O facilitador deve anotar as idéias emitidas pelos participantes sem qualquer
crítica. Quando emitir uma ideia deve expressá-la em voz alta e anotá-la;
− Periodicamente, o facilitador faz a leitura de todas as idéias até então
anotadas. Ao término de um determinado período de tempo (de 10 a 20
minutos) as idéias começam a rarear e o facilitador pode propor o
encerramento, passando-se para a etapa seguinte.
d) Crítica: nesta etapa o que se objetiva é a qualidade. Isso é obtido através de
uma primeira crítica às idéias geradas. O facilitador lê as idéias emitidas uma a uma,
e, em conjunto, é feita uma primeira análise:
− A ideia está voltada para o foco do problema? Se sim, ela continua; caso
contrário é riscada (eliminada).
e) Agrupamento: Uma vez selecionadas as idéias em consonância com o
foco, estas são agrupadas por “parentesco” ou semelhança de conteúdo, de forma a
gerar subtítulos ou múltiplas respostas.
f) Conclusão: feita uma análise dos tópicos, subtítulos ou respostas, deve-se
selecionar aquelas que, combinadas ou isoladamente, respondem à questão
exposta no foco.
2.3 Matriz GUT
Esta matriz é uma forma de se tratar problemas com o objetivo de priorizá-los.
Leva em conta a gravidade, a urgência e a tendência de cada problema.
Gravidade: impacto do problema sobre coisas, pessoas, resultados, processos
ou organizações e efeitos que surgirão a longo prazo, caso o problema não seja
resolvido.
Urgência: relação com o tempo disponível ou necessário para resolver o
problema.
Tendência: potencial de crescimento do problema, avaliação da tendência de
crescimento, redução ou desaparecimento do problema.
A pontuação de 1 a 5, para cada dimensão da matriz, permite classificar em
ordem decrescente de pontos os problemas a serem atacados na melhoria do
processo.
Este tipo de análise deve ser feita pelo grupo de melhoria com colaboradores do
processo, de forma a estabelecer a melhor priorização dos problemas. Lembrando
que deve haver consenso entre os membros do grupo.
Após atribuída a pontuação, deve-se multiplicar GxUxT e achar o resultado,
priorizando de acordo com os pontos obtidos.

44
Pontos Gravidade Urgência Tendência
Os prejuízos ou Se nada for feito, o
É necessária uma ação
5 dificuldades são agravamento será
imediata
extremamente graves imediato
Vai piorar a curto
4 Muito graves Com alguma urgência
prazo
Vai piorar a
3 Graves O mais cedo possível
médio prazo
Pode esperar um Vai piorar a longo
2 Pouco graves
pouco prazo
Não vai piorar ou
1 Sem gravidade Não tem Pressa
pode até melhorar

Matriz GUT
Organização:

Processo:

Problemas G U T Total Priorização

45
2.4 Diagrama de Ishikawa
2.4.1 Objetivo
O diagrama de Ishikawa leva este nome em homenagem a seu criador, Kaoru
Ishikawa, que desenvolveu esta ferramenta na década de 40. Ela se apresenta
como uma ferramenta de qualidade muito eficiente na identificação das causas e
efeitos relacionados com a maioria dos problemas detectados em uma organização.
A exemplo do que ocorre na maioria das empresas, os pontos fracos acabam por
gerar inúmeras dificuldades e problemas operacionais, com grandes e inevitáveis
reflexos negativos sobre o meio organizacional.
Os diagramas Espinhas de Peixe têm também um papel decisivo na
identificação de possíveis novos gargalos com os quais o bom funcionamento das
engrenagens e os conseqüentes tempos de prosperidade para toda a organização.
No entanto, uma implementação bem sucedida do diagrama Espinha de Peixe
requer a adoção de alguns procedimentos, dos quais a empresa não deve abrir mão:
2.4.2 Descrição do método
2.4.2.1 As causas ou fatores são representados por setas que concorrem para o
efeito que está estudado. As causas ou fatores complexos podem ser decompostos
em seus mínimos detalhes, sem com isso perder a visão de conjunto. Normalmente
os processos são analisados a partir de 06 grandes grupos de fatores:
a) Máquina: inclui todos os aspectos relativos a máquinas, equipamentos e
instalações, que podem afetar o efeito do processo;
b) Método: inclui todos os procedimentos, rotinas e técnicas utilizadas, que
podem interferir no processo e, consequentemente, no seu resultado;
c) Material: inclui todos os aspectos relativos a materiais como insumos,
matérias-primas, sobressalentes, peças etc., que podem interferir no processo e,
consequentemente, no seu resultado;
d) Mão-de-Obra: inclui todos os aspectos relativos à pessoal que, no
processo, podem influenciar o efeito desejado;
e) Medida: inclui a adequação e a confiança nas medidas que afetam o
processo como aferição e calibração dos instrumentos de medida;
f) Meio ambiente: inclui as condições ou aspectos ambientais que podem
afetar o processo, além disso, sob um aspecto mais amplo, inclui a preservação do
meio ambiente.
2.4.2.2 Em geral, as CAUSAS são levantadas em reuniões do tipo “Brainstorming”.
As causas mais prováveis podem então ser discutidas e pesquisadas com maior
profundidade:
a) Identificar todos os problemas existentes, para posterior análise e avaliação,
estabelecendo as prioridades de acordo com o tamanho do estrago que cada um
deles vem causando na empresa.
b) Identificar o maior número possível das causas geradoras dos efeitos
(problemas) detectados, fazendo-o de forma participativa, ou seja, promovendo
46
discussões com os colaboradores e estimulando-os a apresentarem uma
tempestade de ideias (brainstorming) que poderão contribuir na solução dos
problemas.
c) Esta é a etapa da montagem do diagrama. À frente (no “bico” do peixe)
coloca-se o efeito e nos elementos da espinha colocam-se as causas, de modo a
facilitar a visualização de todas as causas do efeito e permitir um ataque preciso ao
âmago da questão com ferramentas e mecanismos adequados, para eliminar de vez
os gargalos e suas fragilidades.
d) A última etapa consiste em analisar minuciosamente as inúmeras causas de
cada efeito encontrado, agrupando-as por categorias, as comumentes conhecidas
por 06 EMES: Método, Mão-de-obra, Material, Máquina, Medida e Meio-ambiente.
Estas categorias podem variar de acordo com o tipo de problema que está sendo
analisado. No caso do Policiamento Comunitário, podemos utilizar categorias como:
vítimas, agressores, comunidade etc.
2.4.2.3 Cumpridas estas quatro etapas é só arregaçar as mangas e mãos à obra.

Vítimas Agressores Órgãos de


Segurança

Problema

Instituições Meio ambiente Comunidade (família,


Governamentais (local, horário) vizinhos, etc.)

2.4.2.4 Para a implementação do diagrama Espinha de Peixe não há limites. As


organizações que preferem ir além dos padrões convencionais, podem identificar e
demonstrar em diagramas específicos a origem de cada uma das causas do efeito,
isto é, as causas das causas do efeito. A riqueza de detalhes pode ser determinante
para uma melhor qualidade dos resultados do projeto. Quanto mais informações
sobre os problemas forem disponibilizadas, maiores serão as chances de livrar-se
deles.
2.4.2.5 A partir deste momento saímos da etapa de análise de processo e iniciamos
a etapa de melhoria do mesmo.
2.4.3 Plano de Ação

47
2.4.3.1 Após descobrir as causas, elaborar alternativas e descrever as soluções
mais relevantes é momento de implementá-las fazendo as seguintes perguntas da
ferramenta 5W2H:
WHAT? – O QUÊ?
WHEN? – QUANDO?
WHO? – QUEM?
WHERE? – ONDE?
WHY? – POR QUÊ?
HOW? – COMO?
HOW MUCH? – QUANTO?
2.4.3.2 Para cada uma das soluções priorizadas, a equipe estabelece as metas de
melhoria a serem alcançadas. O estabelecimento de metas é importante para
constatar o nível de melhoria a ser incorporado ao processo, a partir da causa do
problema que foi priorizada para ser eliminada. Esta etapa permite explicitar o nível
de resultado esperado, como também, programar as atividades para a
implementação da melhoria.
2.4.3.3 Deve-se indicar na fase de planejamento as providências a serem tomadas
relativas às oportunidades e necessidades de melhorias, metas/objetivos, revisão do
processo, controles e medidas, responsabilidades, cronograma, etapas de
implantação e necessidades de recursos.
2.4.3.4 Este passo tem o objetivo de implantar a melhoria do processo e avaliar se
os problemas foram solucionados e se todo o processo está funcionando conforme
previsto.
2.4.4 Desenvolvimento da solução - Cronograma
Planejar o desenvolvimento da solução proposta, sendo necessário estabelecer
prazos e ações, elaborando um cronograma.
Através desta ferramenta fica fácil viabilizar a implantação da solução proposta
para o problema.
Cronograma
Atividades MÊS
01 02 03 04

48
Este passo tem o objetivo de implantar a melhoria do processo e avaliar se os
problemas foram solucionados e se todo o processo está funcionando conforme
previsto.
2.4.5 Implantação das soluções e Avaliação - Indicadores
As medições promovem a melhoria do desempenho. Um bom sistema de
medição impulsiona a organização numa direção positiva. As medições são o ponto
de partida para as melhorias porque nos possibilitam entender onde nos
encontramos e fixar metas que nos ajudem a chegar onde desejamos. Elas se
constituem em insumos para o bom julgamento, tornando as decisões que tomamos
muito mais seguras.
2.4.6 Indicadores:
a) Formas de representações quantificáveis das características de processos e
produtos/serviços;
b) São utilizados pela organização para controlar e melhorar a qualidade e o
desempenho dos seus produtos/serviços e processos ao longo do tempo;
c) São as relações entre as variáveis representativas de um processo que
permitem gerenciá-lo;
d) São as grandezas resultantes da relação matemática entre duas ou mais
medidas de desempenho, cujo objetivo é dimensionar o comportamento de um
processo, inclusive seus resultados, permitindo, através da comparação com
padrões preestabelecidos, melhor gerenciá-lo.
2.4.6.1 Níveis de Indicadores
a) Estratégico (alta direção): usados para avaliar os principais efeitos da
estratégia nas partes interessadas e nas causas desses efeitos, refletindo os
objetivos e as ações que pertencem à organização como um todo, e não a um setor
específico;
b) Gerencial: usados para verificar a contribuição dos setores (departamentos,
unidades ou gestores de processos organizacionais) à estratégia e para avaliar se
os setores buscam a melhoria contínua de seus processos de forma equilibrada;
c) Operacional: servem para avaliar se os processos individuais estão sujeitos
à melhoria contínua e à busca da excelência.
2.4.7 Classificação de Indicadores
2.4.7.1 Os indicadores podem ser subdivididos em categorias, dimensões ou
perspectivas do negócio:
a) Financeiros, de qualidade, de produtividade, de mercado, de
responsabilidade social, etc. (1º e 2º níveis);
b) Balanced Scorecard: financeira, mercado/clientes, processos internos e
aprendizado/crescimento;

49
c) Livros “Gerenciamento pelas Diretrizes” e “Gerenciamentos da Rotina no
trabalho do dia-a-dia”: qualidade, entrega ou tempo, custo, moral e segurança.
2.4.7.2 Outra classificação – Utilização no processo decisório:
a) Resultantes (Outcomes ou Item de Controle): permitem saber se o efeito
desejado foi obtido;
b) Direcionadores (Drivers ou Item de Verificação): permitem analisar as
causas presumidas do efeito, de forma pró-ativa.
2.4.7.3 Exemplo de Resultantes e Direcionadores do dia-a-dia
a) Emagracer ou engordar
− Resultantes: peso ou % de gordura – que mostram se o objetivo foi alcançado.
Só que o resultado demora a aparecer.
− Direcionadores: Km caminhados, calorias consumidas – mostram se a disciplina
está sendo mantida, ou seja, se as ações estão sendo tomadas conforme
planejado.
2.4.7.4 Para a correta determinação dos indicadores, devem ser observados alguns
critérios que asseguram a geração dos dados mais relevantes bem como a
disponibilidade desses dados. Os critérios podem ser assim resumidos:
a) Seletividade ou importância: não se deve ter a preocupação de identificar
um grande número de indicadores, mas sim escolher aqueles que se apresentam
como relevantes para a gestão da organização;
b) Simplicidade e clareza: o indicador a ser escolhido não deve exigir cálculos
e processamento complexos ou grandes dificuldades para a obtenção dos dados;
c) Baixo custo de obtenção: gerado a baixo custo, utilizando unidades
dimensionais simples, tais como porcentagem, unidades de tempo etc.
2.4.7.5 Na etapa de avaliação, os policiais avaliam a efetividade de suas respostas.
Um número de medidas tem sido tradicionalmente usado pela polícia e comunidade
para avaliar o trabalho da polícia. Isso inclui o número de prisões, nível de crime
relatado, tempo de resposta, redução de taxas, queixas dos cidadãos e outros
indicadores.
2.4.7.6 Várias dessas medidas podem ser úteis na avaliação do esforço para
solução de problemas, entretanto, um número de medidas não tradicional vão
irradiar luz onde o problema tem sido reduzido ou eliminado:
a) reduzidos exemplos de vitimização repetidos;
b) redução nos relatos de crimes ou ocorrências;
c) indicadores de bairros que podem incluir - salários para comerciários em
uma área-alvo, aumento de utilização da área, aumento do valor das propriedades,
diminuição da vadiagem, menos carros abandonados, lotes sujos, etc.;
d) aumento da satisfação do cidadão com respeito à maneira com que a
polícia está lidando com o problema
(determinado através de pesquisas, entrevistas, etc.);
50
e) redução do medo dos cidadãos relativo ao problema.
2.4.7.7 A avaliação é, obviamente, chave para o modelo I.A.R.A. Se as respostas
implementadas não são efetivas, as informações reunidas durante a etapa de
análise devem ser revistas. Nova informação pode ser necessária ser coletada antes
que nova solução possa ser desenvolvida e testada.

(a) MÁRCIO MARTINS SANT’ANA, Coronel PM


COMANDANTE-GERAL

Distribuição: a mesma da presente Diretriz.

51
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

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Institui o Código Civil, Brasília, DF, 2001.

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52
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maio de 1985. Dispõe sobre a criação de conselhos comunitários de segurança e
dá outras providências. São Paulo, SP, 1985.

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Segurança Pública, a função de coordenador para assuntos dos conselhos
comunitários de segurança, altera os artigos 1º e 2º do Dec. 23.455, de 10 de mai o
de 1985 e dá outras providências, São Paulo, SP , 1986.

_______. Resolução SSP nº 47, de 18 de março de 1999 . Aprova o Regulamento


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TORO, J. Bernardo; WERNECK, Nísia Maria Duarte Furquim. Mobilização social:


um modo de construir a democracia e a participação. UNICEF: Brasil, 1996.

53
Página: ( - 54 - )

( - SEPARATA DO BGPM Nº 86, de 11 de Novembro de 2014 -)

(a) MÁRCIO MARTINS SANT’ANA, CORONEL PM


COMANDANTE-GERAL

CONFERE COM O ORIGINAL:

NIULZA FERREIRA DE ALVARENGA MACIEL, TEN CEL PM


AJUDANTE-GERAL

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