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AJUDÂNCIA-GERAL
SEPARATA
DO
BGPM
Nº 97
PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS EM
OCORRÊNCIAS DE ATAQUES A AGÊNCIAS
BANCÁRIAS E SIMILARES
Belo Horizonte
2017
INSTRUÇÃO Nº 3.03.23/2017-CG
PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS EM
OCORRÊNCIAS DE ATAQUES A AGÊNCIAS
BANCÁRIAS E SIMILARES
Belo Horizonte - MG
2017
Direitos exclusivos da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais (PMMG).
Reprodução condicionada à autorização expressa do Comandante-Geral da PMMG.
Circulação restrita.
60p.: il.
Contém anexos.
CDU – 352.2
CDD – 351.754
ADMINISTRAÇÃO
Comando-Geral da Polícia Militar
Quartel do Comando-Geral da PMMG
Cidade Administrativa Tancredo Neves, Edifício Minas,
Rodovia Papa João Paulo II, nº 4143 – 6º Andar, Bairro Serra Verde
Belo Horizonte – MG – Brasil - CEP 31.630-900
COMANDANTE-GERAL DA PMMG
CEL PM HELBERT FIGUEIRÓ DE LOURDES
SUBCOMANDANTE-GERAL DA PMMG
CEL PM ANDRÉ AGOSTINHO LEÃO DE OLIVEIRA
SUPERVISÃO TÉCNICA
TEN CEL PM EUGÊNIO PASCOAL DA CUNHA VALADARES
CHEFE DA ASSESSORIA ESTRATÉGICA DE EMPREGO OPERACIONAL
REDAÇÃO
TEN CEL PM OLIMPIO GARCIA PEREIRA JUNIOR
TEN CEL PM EUGÊNIO PASCOAL DA CUNHA VALADARES
MAJ PM MARCONE DO ROSÁRIO PEREIRA
MAJ PM HERBERT FERREIRA LANZA AVELAR
CAP PM WELINGTON EDUARDO MOURÃO FERREIRA
CAP PM IRAN MARTINS DE OLIVEIRA
1º TEN PM CHRISTIAN PECINALLI MARDONES
1º TEN PM BRENO OTAVIO PINHEIRO C SALES
1º TEN PM FERNANDO ANTUNES NETTO
3º SGT PM RONEI SILVEIRA DE ALCÂNTARA
SD 1 CL PM WALLACE HERNANE PEREIRA DOS SANTOS
COLABORADORES
2º SGT PM HELENO SOUZA BRITO
2º SGT PM LUIZ CARLOS ALVES
2º SGT PM ERODNEY DE FREITAS MUNIZ
REVISÃO DOUTRINÁRIA
CAP PM LÚCIO FERREIRA DA SILVA NETO
CAP PM CARLOS EDUARDO LOPES
CB PM DANIELLE SUELI VENTURA
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 8
1.1 Contextualização ................................................................................... 9
1.2 Os caixas eletrônicos .......................................................................... 10
1.3 Modus operandi e características gerais ............................................. 11
2 ASPECTOS LEGAIS DA SEGURANÇA DE INSTITUIÇÕES
FINANCEIRAS ................................................................................................. 16
2.1 Tipificação das ações de “Ataques a Caixas Eletrônicos” ................... 17
3 FASES DA ECLOSÃO DO DELITO ............................................................. 19
3.1 Plano de Defesa Territorial .................................................................. 21
4 MODULAÇÃO DO TREINAMENTO PARA INTERVENÇÃO........................ 30
5 PLANO DE CONTINGÊNCIA.................................................................... 32
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 33
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 35
APÊNDICE I (PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO – POP) À
INSTRUÇÃO Nº 3.03.23/2017 – CG. ............................................................... 38
APÊNDICE II (MODELO DE PLANO DE CERCO E BLOQUEIO) À
INSTRUÇÃO Nº 3.03.23/2017 – CG. ............................................................... 48
APÊNDICE III (MODELO DE PLANO DE CHAMADA) À INSTRUÇÃO Nº
3.03.23/2017 – CG. .......................................................................................... 51
APÊNDICE IV (MODELO DE PLANO DE SEGURANÇA E DEFESA DE
AQUARTELAMENTO) À INSTRUÇÃO Nº 3.03.23/2017 – CG. ...................... 52
APÊNDICE V (ORIENTAÇÕES PARA CONFECÇÃO DE REDS) À
INSTRUÇÃO Nº 3.03.23/2017 – CG. ............................................................... 56
INSTRUÇÃO Nº 3.03.23/2017 – Comando Geral
1 INTRODUÇÃO
1
Cidades com população inferior a 50 mil habitantes (dados populacionais do IBGE/2010).
8
efetuam disparos em via pública como forma de intimidar e desencorajar qualquer
tipo de ação repressiva por parte das forças de segurança, posicionando-se de
forma a bloquear as vias no local de ataque, enquanto outros meliantes,
simultaneamente, com uso de explosivos, arrombam terminais eletrônicos das
agências bancárias e subtraem o dinheiro, além de atacar e afrontar quartéis e
residências de policiais militares.
1.1 Contextualização
As instituições financeiras têm como objetivo fornecer crédito suficiente, pois este
fecunda os negócios e as economias locais, permite aumentar a produção e facilita o
acesso à prosperidade. Essas instituições encontraram nos caixas eletrônicos uma
forma prática e rápida de atenderem seus clientes e ao mesmo tempo aumentarem
o horário de atendimento. Dessa forma, os caixas eletrônicos estão instalados em
diversos estabelecimentos, tais como: supermercados, postos de combustível,
farmácias, padarias, órgãos públicos, dentre outros.
10
GRÁFICO 1 - Locais de acondicionamento dos caixas eletrônicos nas ocorrências
de explosões - janeiro de 2011 a janeiro de 2017.
11
escolta do local durante o ataque (aproveitam em geral edificações de imóveis em
esquinas que permitem o melhor controle de acesso aos alvos de suas ações);
redes de energia da cidade; definição de pontos de reunião (base na região da
cidade) antes e após o ataque (neste último caso para troca de veículos e dispersão
dos meliantes); escolha do dia do ataque - para ações mais ousadas é comum a
ocorrência aos fins de semana (domingo), início de semana, nos finais de feriados
prolongados ou após grande esforço operacional específico nas cidades (grandes
eventos, festas locais ou após realização de grandes operações). A logística do
crime inclui aquisição prévia e produção de “miguelitos”; correntes, cadeados, e
cabo de aço (para obstrução de cabeceiras de pontes/viadutos), guard rails, “toucas
ninja”; rádios na frequência da PM; armamentos; munição e coletes; veículos;
telefones celulares (para troca de mensagens entre os bandidos da quadrilha,
informações e imagens); explosivos; etc. Os explosivos utilizados são de origens
diversas; em sua maioria, de confecção improvisada, mesmo aqueles oriundos de
mineradoras ou afins, como a emulsão explosiva.
12
(5.56, 7.62, 9 mm, .40, .45), além daqueles destinados às armas de alma lisa,
chegam à cidade, e, não raro, um grupo se posiciona próximo ou em frente às
Frações PM, enquanto outro grupo se dirige à instituição financeira alvo. Devido ao
reduzido contingente policial militar existente nas cidades interioranas, o número de
infratores é rotineiramente superior ao de militares, assim como os recursos bélicos
utilizados pelos bandidos.
Ainda é possível notar que a duração dos ataques no interior das instituições
financeiras, durante a noite, é de 5 a 15 minutos, excetuando-se situações em que
ocorrem falhas ou imprevistos. Já durante o dia, observa-se ações mais hostis, com
cárcere privado de vigilantes, gerentes de instituições financeiras, funcionários e/ou
clientes. Nesses casos, o tempo da ação dura em torno de 30 minutos, em razão
dos mecanismos de segurança eletrônicos para abertura de cofres, que impedem
sua abertura imediata.
Apesar de haver disposição e aparato para o confronto com a Polícia Militar, esses
grupos criminosos utilizam comumente artifícios para dificultar a resposta policial
militar e o confronto direto, tais como:
13
a) utilização de veículos furtados/roubados para obstruir as vias de acesso à
instituição financeira alvo e também as saídas/entradas das cidades;
b) sabotagem de viaturas policiais e obstrução da garagem dos
aquartelamentos;
c) uso de “miguelitos” com o intuito de danificar os pneus das viaturas policiais;
d) uso de aparelhos eletrônicos específicos para prejudicar o sinal de telefonia
da cidade;
e) monitoramento da rede-rádio policial;
f) ameaça direta às residências dos policiais militares de folga;
g) utilização de “escudo humano” (reféns);
h) disparos contra os transformadores da rede de distribuição elétrica e/ou
câmeras de monitoramento.
14
Grande parte destes aspectos apontados serviram como parâmetros de análise,
pela Diretoria de Inteligência (DInt), da vulnerabilidade de cidades mineiras que
possam ser alvos de ataques a instituições financeiras. Foram utilizadas ferramentas
analíticas a fim de realizar a Análise de Risco e identificar aquelas de maior
importância ou probabilidade. A partir da análise dessas variáveis e parâmetros
utilizados, pode-se observar quais localidades estariam mais suscetíveis a ataques.
15
2 ASPECTOS LEGAIS DA SEGURANÇA DE INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS
Em junho de 1983 entrou em vigor a Lei Federal n. 7.102, que dispõe sobre
segurança para estabelecimentos financeiros, que estabelece normas para
constituição e funcionamento das empresas particulares que exploram serviços de
vigilância e de transporte de valores, e dá outras providências.
Em Minas Gerais, no ano de 1998, foi sancionada a Lei n. 12.971, que tornou
obrigatória a instalação de dispositivos de segurança nas agências e nos postos de
serviço das instituições bancárias e financeiras. As cooperativas de crédito
pertencentes ao Sistema Financeiro Nacional, assim entendidas como instituições
financeiras, também estão sujeitas aos ditames da referida Lei.
16
2.1 Tipificação das ações de “Ataques a Caixas Eletrônicos”
Por outro lado, em ações delitivas menos complexas, quando não há por parte dos
criminosos a exposição ou o uso de armamento, ou seja, há tão somente o
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arrombamento do caixa eletrônico para subtração do dinheiro (seja por explosão ou
mesmo por outro meio como uso de maçarico), deve-se codificar a ocorrência com a
natureza C 01.155 fazendo-se as devidas associações, inserções de naturezas
secundárias ou mais, complementos de alvo, lugar, meios e outros conforme
orientações contidas no “Apêndice V”.
18
3 FASES DA ECLOSÃO DO DELITO
a) pré – incidental;
b) confrontação ou incidental;
c) pós-Incidental.
19
O principal objetivo das Frações territoriais durante uma intervenção na fase
incidental é quebrar ou desestruturar o planejamento dos criminosos,
obrigando-os a modificarem suas rotas de fuga e locais de homizio, sejam em
áreas rurais ou urbanas, para então se encaminhar às ações seguintes que
devem culminar, prioritariamente, com a neutralização da Força Adversa. A
execução de operação de cerco e bloqueio deve ser priorizada em relação a
qualquer outra medida, sendo imediatamente levada a efeito após a eclosão dos
ataques criminosos, coordenada por Posto de Controle (fração local), de modo que
se permita a intervenção aproximada pelo Batalhão de Operações Especiais
(BOPE), tropas especializadas de recobrimento e/ou aquelas que conheçam a
região. O policial militar, em qualquer circunstância operacional que envolva a
situação regulada pela presente Instrução, deve estar preparado para o
confronto e NUNCA desconsiderar o princípio basilar da abordagem, que é a
SEGURANÇA, própria e da população.
Tanto na lógica preventiva quanto na reativa e combate, tem-se como certo, que
quanto melhor for a construção pré-incidental, maiores as chances de alcançar
sucesso na neutralização da ameaça e da Força Adversa, e, por conseguinte, que
melhor será a resposta coordenada ao incidente. A lógica preventiva não exclui
ações “não convencionais” como preparação prévia do terreno e dos locais
possíveis de serem atacados, ações prévias de lógica voltada a contra-
medidas de neutralização às ações normalmente utilizadas nos ataques, etc.
20
A complexidade destes eventos, tanto no entendimento de sua lógica operativa,
quanto na estrutura necessária para seu enfrentamento, faz com que haja a
necessidade de se conceber sistemas (com fins próprios) que se integram na
construção de um Plano de Ação. Por estar diretamente voltado ao propósito da
salvaguarda local, tal plano deve ser concebido sob uma ótica de DEFESA
TERRITORIAL2.
Diante da lógica exposta, um Plano de Defesa Territorial tem que ser capaz de tratar
e dar respostas ao longo de seu conteúdo, aos seguintes questionamentos:
2
Adota-se a terminologia "Defesa Territorial": A Defesa implica, necessariamente, em uma fase
preparatória em face de uma ameaça (levantamento de demandas e fragilidades, elaboração de
base de informações, construção de planos, simulados e treinamento), onde os aspectos textual e
de planejamento são mais agudos. Implica também em uma fase reativa que se pauta em um
ponto chave - O “drive” humano, que atrelado a um momento ou fator preponderante (Start)
transforma em ação os elementos do planejamento.
21
Operacional Padrão (POP), constante do Apêndice I, consiste na síntese geral de
condutas a serem assimiladas e adotadas pelos policiais militares nos diversos
níveis para os casos previstos nessa Instrução. Deverá ser incrementado por outros
procedimentos operacionais ou ações não convencionais conforme a realidade, as
circunstancias e fatores regionais/locais.
3
Legado deixado pelas ações Pós-Incidentais. Assistir a vídeos, identificar veículos, buscar
singularidades e características que se associem a criminosos locais é um elemento fundamental.
4
As mídias sociais, tais com grupos em aplicativos móveis (Whatsapp), demonstram-se eficazes
uma vez que aceleram o compartilhamento de informações.
22
voltada aos veículos utilizados, por eventuais hóspedes, pode ser também um
indicador de que algo possa estar prestes a acontecer. Faz-se importante ensinar (e
fomentar) a rede de comércio da cidade utilizar o aplicativo SINESP-cidadão,
desenvolvido pelo Ministério da Justiça, para consulta gratuita de veículos
furtados/roubados, placas clonadas, mandados de prisão para o repasse de
informações à Polícia Militar.
É importante pensar que por muitas vezes esses grupos buscam se estabelecer em
hospedarias na fase de reconhecimento do local, motivo pelo qual tendem a ser
mais discretos ou se associarem a um perfil comum. Contudo a lógica do pagamento
em dinheiro (evitando rastreamento) ou cartões clonados pode persistir. Importante
ressaltar que nesta fase de reconhecimento, como exposto anteriormente, os grupos
criminosos tendem a usar veículos populares/comuns (em situação legal) com o
intuito de não levantar suspeita.
Outro fator importante é que se a etapa de RECON5 pode ocorrer em meio ao local
5
Termo militar que indica o reconhecimento do local de atuação.
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das ações (local onde a instituição financeira se encontra), a etapa OPERATIVA6
pode conduzir o grupo a se estabelecer em zonas rurais (sítios, chácaras e
hospedarias mais distantes do perímetro urbano, porém com amplo acesso às redes
vicinais de fuga7).
6
Em alguns casos o grupo pode estar baseado em zona rural e realizar imersões na zona de ação a
fim de reconhecer a lógica local, o terreno e sobretudo a atividade policial militar.
7
Muito comum o uso de rotas vicinais em virtude da gama de possibilidades de acesso de saída,
atrelados a eventuais vantagens em ações furtivas de emboscada e troca de veículos com a
respectiva destruição destes.
24
Tornando a base de informações mais ampla, o trabalho de identificação,
formulação e transmissão do perfil não pode ficar restrito ao grupo de hospedagem
ou de abastecimento. Deve ser discutido, também, com outros grupos importantes
que podem ter em sua zona de atuação (nichos de interesse aos grupos
criminosos). Exemplos comuns podem ser as agências de locação de veículos (as
mesmas lógicas dos indicadores de alerta serão importantes); profissionais de
oficinas mecânicas, pois podem apontar veículos com avarias suspeitas de clientes
estranhos às comunidades; funcionário de farmácias e drogarias que podem
informar sobre grande quantidade de venda de frascos de acetona e outros
materiais inflamáveis; comércios de equipamentos de segurança do trabalho, lojas
de fogos de artifício, ou até mesmo casas agrícolas (luvas, toucas, correntes,
cadeados e outros itens que são comumente usados nestas ações podem ser
adquiridas nesses locais). Esses últimos, portanto, devem ser alvo constante de
monitoramento da Inteligência para produção de conhecimento que possibilite a
caracterização das quadrilhas, bem como suas ramificações.
É fundamental entender que, com base nas análises pós-incidentais, é muito comum
que cidadãos locais tenham, de alguma forma, entrado em contato (ainda que
efêmero) com os criminosos. Contudo, como o foco de atenção dessas pessoas não
havia sido direcionada para esse fenômeno e os traços marcantes que poderiam
subsidiar uma ação antecipatória, só passaram a fazer algum sentido após a
ocorrência do evento.
25
Segundo a lógica das Operações Psicológicas, comumente usadas por forças
especiais e forças contra reacionárias, a difusão de qualquer informação, ideia, ou
apelo especial com vistas a provocar atitudes ou dirigir o comportamento sob a ótica
coletiva ou individual, tende a beneficiar quem a promove (BRASIL, 1999).
Sob a lógica da relação concreta é razoável dizer que criminosos que usam
explosivos na cidade (fator urbano) podem aproveitar-se da furtividade e
dissimulação do campo (fator rural) para alcançarem o êxito. Motivo pelo qual o
morador/trabalhador rural, se preparado para produzir as associações corretas, pode
ser um instrumento fundamental para a força policial militar local.
Outro fator a ser levado em conta é o monitoramento, quando possível, por parte de
pessoas e estabelecimentos em três pontos importantes das zonas imediatas aos
estabelecimentos bancários (ruas e avenidas principalmente). Aqueles que estão
posicionados na parte frontal e nas extremidades (esquinas direita e esquerda) dos
estabelecimentos, normalmente conseguem acompanhar as ações e registrar por
meio de foto e/ou filmagem, de suas propriedades em pontos protegidos e ocultos.
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Neste contexto o Sistema de Inteligência da PMMG deve coletar e monitorar as
características semelhantes de conduta e de material (tais como miguelitos e
explosivos), que possam vincular as ações criminosas a determidados grupos ou
infratores, a partir de informações de ações pretéritas. Desta forma, poderá
contribuir de forma mais efetiva para a tomada de decisão nas ações e construção
do Plano de Defesa Territorial.
c) O risco será descrito pelos fatores que a exposição ao perigo poderá trazer
(morte de policiais militares, morte de civis, colapso de estruturas prediais e etc).
RELAÇÕES DO
Nº FATORES A SEREM OBSERVADOS
MAPA DE PERIGO
- A existência de instituições financeiras;
- Quais as instituições financeiras presentes?
- A quantidade de instituições diferentes;
- Se há uma área de concentração ou se estão esparsas (distribuídas em
Relativo à Natureza zonas diferentes da cidade);
1 das Instituições - Há contatos com os moradores que residem próximo às instituições
financeiras?
- Os locais possíveis de ataques podem ser utilizados em contra-
medidas não convencionais?
- Qual aparato/recurso e estrutura de segurança dessas instituições?
- Qual a posição relativa do local onde as instituições financeiras se
encontram (local mais alto que o ponto de acesso ou mais baixo)?
- Quantas rotas de acesso até o local de instalação da IF?
- Qual a distância média entre o local de instalação e a rodovia mais
próxima?
- A malha rodoviária vicinal é extensa?
Relativo à Natureza do
2 Local
- A malha vicinal é asfaltada?
- Há residências nas proximidades das IF’s? Se sim, estão no mesmo
plano ou mais altas que as IF’s?
- Há zonas de sombra de comunicação via rádio e ou telefone?
- Há hospitais ou redes de saúde que poderiam ser usadas por
criminosos?
- Se não, qual a rede mais próxima dentro dessa lógica de procura?
- Qual o efetivo policial militar local?
- Há veículos em condições de rodar?
- Há o serviço de patrulha rural ativo?
Relativo à Força
3 Policial Militar Local
- Há armamento de alta energia? Quantos carregadores e munições? Há
granadas explosivas na Fração?
- Há policiais militares credenciados para o uso do armamento?
- Há plano de cerco e bloqueio ativo?
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- Há plano de chamada e sistema de sobreaviso vigente?
- Há o Posto de Controle instalado no caso de ataques? - O COPOM é
capaz de realizar a coordenação de ocupação de pontos de cerco e
9
bloqueio?
- Os policiais militares destacados, residem em suas respectivas cidades
de emprego?
- Quantos policiais militares residem na localidade e que poderiam ser
usados em caso de acionamento?
- Há comunicação via Rádio ativa?
- As escalas de serviço estão contemplando a faixa horária de explosões
(entre 01h e 04h)?
- Há força especializada ativa na localidade? (GER) Há supervisão
ativada?
- Há possibilidade de ex-policiais ou ex-militares (excluídos por
envolvimento em crimes desta natureza) estarem envolvidos com a
modalidade criminosa ou repassando informações aos marginais?
- Quais grupos de interesse podem existir dentro da minha zona
Relativo à Mobilização/ territorial?
4 Engajamento Local - Quantos grupos mobilizados?
- Dentre os grupos mobilizados, os apoiadores foram recrutados?
Despertou o foco de atenção ao grupo de interesse?
Se sim quais ações decorrentes?
Relativo à Expectativa
5 da reação
Em quanto tempo a força policial militar tomou conhecimento das ações?
A descrição do agente que se fez presente fora adequada (estava
sozinho ou acompanhado)? Qual o veículo?
9
Uma mensagem pré-estabelecida, pode ser informada ao COPOM para que durante o momento
da implementação do plano de cerco e bloqueio a faixa de comunicação seja trocada para uma
faixa já convencionada. O objetivo é o de impedir o monitoramento das comunicações por parte de
criminosos.
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4 MODULAÇÃO DO TREINAMENTO PARA INTERVENÇÃO
É possível que algum tipo de treinamento possa ser desenvolvido com integrantes
dos grupos de interesse10. Nada impede que ações como observação, memorização
e descrição, possam ser fomentadas junto a estas pessoas. Há diversos sistemas de
treinamento dessa natureza em sites, streamings e outros ambientes virtuais.
Cabe lembrar que deve haver o mapeamento mínimo deste perfil para que o foco de
atenção esteja direcionado ao propósito correto.
10
Foco estritamente naquilo que é necessário e dentro da profundidade suficiente.
30
Em um segundo momento, o desenvolvimento de estratégias voltadas ao caráter
formativo do policial militar deverá ser levado em consideração, visto que
oportunamente, estes poderão ser multiplicadores de conhecimento no que se refere
à esta modalidade criminosa após se formarem.
31
5 PLANO DE CONTINGÊNCIA
O objetivo deste plano é criar a sistematização das ações voltadas à fase repressiva.
Significa dizer que seu foco central é propiciar ações que direcionem a resposta ao
maior nível de ações coordenadas. Neste plano serão inscritos todos os
procedimentos operacionais a serem adotados, subsidiado pelo Mapa de Perigo
Local e Construção da Base de Informações.
11
Inserir os “checkpoints” de ocupação pós-acionamento.
32
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta Instrução revoga os demais documentos normativos que tratam sobre explosão
de caixas eletrônicos listados abaixo:
- Memorando nº 30.259.5/12-EMPM;
- Ordem de Serviço Nr 30.466.5/12 – EMPM;
- Memorando nº 30.490.5/12 - EMPM;
- Plano de Emprego Operacional Nº 30.029.5/2013
- Memorando nº 30213.5/13 - EMPM;
- Memorando nº 30.013.5/14-EMPM;
- Memorando nº 30.157.4/14-EMPM;
- Memorando nº 30.052.5/15 – EMPM;
- Memorando nº 30.389.5/16 – EMPM;
34
REFERÊNCIAS
AQUINO, Jania Perla Diógenes de. Redes e conexões parciais nos assaltos contra
instituições financeiras. Dilemas: revista de estudos de conflito e controle social,
Ceará, v. 3, n. 10, p. 75-100, 2010.
GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal Parte Especial. 9. Ed. Niterói: Impetus,
2012.
37
APÊNDICE I (PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO – POP) À INSTRUÇÃO
Nº 3.03.23/2017 – CG.
1. AQUINO, Jania Perla Diógenes de. Redes e conexões parciais nos assaltos contra instituições
financeiras. Dilemas: revista de estudos de conflito e controle social, Ceará, v. 3, n. 10, p. 75-100,
2010.
2. BARBOSA, Francisco José. Evolução do banditismo moderno e formas de atuação eficazes
da Polícia Militar no sertão Pernambucano. 2009. 129 f. Trabalho de Conclusão de Curso
(Especialização em Segurança Pública) – Curso de Pós Graduação em Gestão da Segurança
Pública na Sociedade Democrática, Universidade Luterana do Brasil, Olinda, 2009.
3. COSTA, Carlos André Viana da.“Novo Cangaço” no Pará: A Regionalização dos Assaltos e seus
Fatores de Incidência.2016. 80 f. Dissertação (Especialização em Segurança Pública) – Programa
de Pós-graduação em Segurança Pública, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade
Federal do Pará, Belém, 2016.
4. FRANÇA, Lucélio Ferreira M. F. Normas de conduta policial: os desafios impostos pelas
ocorrências de roubo a banco na modalidade novo cangaço. 2016. 31 f. Trabalho de Conclusão de
Curso – Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais da PMMT, Polícia Militar do Mato Grosso, Campo
Grande, 2016.
5. MATO GROSSO.Polícia Militar. Atuação Policial em roubo e furto a instituição financeira na
modalidade Novo Cangaço no interior do estado. Módulo V – Eventos Críticos. Processo 505 -
Procedimento 505.6. Mato Grosso: PMMT, 2015.
6. MINAS GERAIS. Polícia Militar. Abordagem a veículos. Caderno Doutrinário 4. Belo Horizonte:
Academia de Polícia Militar, 2013. 112 p.: il. (Manual Técnico-Profissional. MTP 4).
7. ________. Polícia Militar. Comando de Policiamento Especializado. Batalhão de Operações
Especiais. Manual de Primeiro Interventor em Incidentes Críticos. Belo Horizonte: Comando-
Geral, CPE, BOPE, 2017. (Minuta)
8. SANTOS, Wallace Hernane Pereira dos. A debilidade do sistema de segurança pública como
fator facilitador e motivador para as ações de organizações criminosas com modus
operandi similares ao “Novo Cangaço” no estado de Minas Gerais. 2017. Disponível em:
<http://www.webartigos.com/artigos>. Acesso em: 10 ago. 2017.
2. ABREVIATURAS E SIGLAS
38
3. RESULTADOS ESPERADOS
4. RECURSOS NECESSÁRIOS
39
DE USO COLETIVO/EQUIPE: Viaturas caracterizadas e descaracterizadas; Plano
de Cerco e Bloqueio de vias com ênfase para a utilização de meios de fortuna12 para
realização deste (Máquinas agrícolas, troncos de árvores, veículos de carga,
veículos blindados de transporte de valores e outros) e outros não convencionais de
utilidade à operação.
12 Quando se tratar de bem móvel ou imóvel isto se refere à Requisição Administrativa. É necessário que o
requisitante tenha conhecimento acerca do tema Requisição Administrativa, bem como suas variáveis e
lacunas.
13 Documento que engloba a estruturação completa da ação: Plano de Chamada, Plano de Cerco e Bloqueio
(Plano de Ação Imediata), POP, Plano de Segurança do Aquartelamento, Mapeamento de Riscos da Cidade,
Plano de Mobilização e Vinculação Local.
40
serviço em horários diversos (importante lembrar que este exercício pode auxiliar
a poupar vidas);
9. Manter viaturas de policiamento ordinário (período noturno) com pelo menos um
fuzil de calibre 5.56 ou 7.62 e granadas de mão explosivas outdoor para possíveis
situações que possam ocorrer;
10. Manter o policial militar da sala de operações (responsável pela segurança do
destacamento e/ou da Fração), principalmente no período noturno, armado com
fuzil, 5.56 ou 7.62, e, mediante avaliação de risco, com granadas de mão
explosivas outdoor;
11. Identificar pontos de comandamento e/ou rotas de fuga seguras no interior do
aquartelamento (ou residência de policiais militares), no caso de ofensivas contra
a Fração policial militar;
12. Mapear as agências financeiras na cidade da fração destacada;
13. Monitorar, por meio das Agências de Inteligências e em contato com as
respectivas comarcas, a liberação de presos envolvidos nessa modalidade
criminosa ou ex-policiais e ex-militares demitidos por envolvimento com a
atividade criminosa objeto de atenção da presente Instrução;
14. Produzir cartões ou folders com telefones da Fração local e circunvizinhas, bem
como distribuí-los aos moradores, vigilantes e comerciantes das imediações de
agências financeiras;
15. Produzir e distribuir cartilhas a comerciantes, rede hoteleira e comunidade local,
com orientações e dicas procedimentais a serem adotadas preventivamente à
eclosão do delito;
16. Realizar reuniões comunitárias com comerciantes, moradores e rede hoteleira
(incluindo motéis e estabelecimento cogêneres), a fim de sensibilizar sobre a
problemática, bem como repassar medidas preliminares de identificação de
suspeitos, coleta e repasse de informações e descrição de incidentes;
17. Realizar palestras em escolas e igrejas sobre medidas de autoproteção e de
identificação de suspeitos, incluindo utilização do aplicativo SINESP-cidadão;
18. Estruturar programas de Policiamento Comunitário e grupos em aplicativos de
mensagens instantâneas com comércios da região, farmácias, restaurantes e
hotéis;
19. Orientar a comunidade local (comércio e rede hoteleira, incluindo motéis e
estalecimentos de mesma natureza) quanto ao uso do aplicativo SINESP, para
consulta de veículos roubados e mandados de prisão de suspeitos, com
imediato repasse os policiais militares da Fração;
20. Realizar patrulhamento preventivo em instituições financeiras, sobretudo nos
períodos de pagamentos das grandes empresas locais e rede pública,
atentando-se para um posicionamento tático da viatura ou do policial que
ofereça ostensividade preventiva e ao mesmo tempo segurança aos policiais;
21. Angariar confiança de moradores que residem próximo às instituições financeiras
para providências diversas, necessárias ou úteis, catalogando-as e mantendo
em cadastro contatos e orientações/acordos de interesse;
41
22. Implementar ações não convencionais como preparação prévia do terreno e dos
locais possíveis de serem atacados; desencadear ações prévias de lógica
voltada a contra-medidas de neutralização às ações normalmente utilizadas nos
ataques;
23. Divulgar em redes sociais dados de marginais com mandado de prisão em
aberto decorrente de condenação pelos crimes vinculados a ataques a
instituições financeiras;
24. Implementar ações de inteligência como a manutenção de rotina de coleta e
atualização dos dados dos municípios e alvos das ações; mapeamento dos
caixas eletrônicos e instituições financeiras; identificação de veículos envolvidos
nos crimes; produção de documentos de inteligência, inclusive de apreciações
com indicação de riscos de tendência de eclosão do crime nos municípios;
análise de dados qualitativos e quantitativos a respeito das ações de ataques a
instituições financeiras; cadastro de quadrilhas catalogadas com vínculos
criminais e de ocorrência de ataques a caixas eletrônicos; construção de base
de dados sobre esta modalidade criminosa; integração com demais órgãos do
Sistema de Defesa Social, Justiça Criminal e outras Agências de inteligência;
difusão oportuna de dados (quem, quando, onde); envolvimento dos Oficiais e
Sargentos integrantes do GAECO das diversas Regiões nas atividades; entre
outras específicas da atividade.
14
Apetrechos de metal, em forma de pregos retorcidos, que tem por objetivo furar os pneus de
veículos e impedir aproximação de viaturas policiais.
42
sempre abrigado de possíveis disparos de arma de fogo (a coleta de informações
possui caráter central nesta aproximação); em caso de ser surpreendido em
aquartelamento ou residência notadamente em desvantagem, posicionará em
abrigo previamente definido respondendo aos ataques conforme necessidade e
conveniência (incluindo utilização de granadas de mão explosivas outdoor),
acionará cobertura ou, conforme a circunstância, deverá evacuar do local por rota
segura;
6. Orientar para que os policiais militares que estiverem de folga e/ou a paisana
permaneçam, durante a fase incidental, sem fardamento, a fim de se reagruparem
em local a ser definido pelo Comandante da Fração;
7. Difundir em mais de um meio de comunicação, visto a limitação dos dispositivos
eletrônicos, para que todos os policiais militares envolvidos na execução do cerco
e bloqueio recebam informações sobre o sentido de fuga dos infratores, atentando
quanto à possibilidade de confrontos (posicionando-se abrigados para pronta-
resposta);
8. Lançar mão de informações (incluindo informações de moradores próximos aos
locais previamente identificados como alvos potenciais) como vestimentas,
materiais, armamentos, equipamentos, mochilas, coletes, fardamentos, habilidade
dos infratores e veículos utilizados, a fim de assessorar as equipes de Inteligência
das Unidades envolvidas;
9. Utilizar dos meios disponíveis para montagem do bloqueios, conforme ensaios
previamente realizados. Os bloqueios devem ser de difícil destruição ou
transposições por veículos comuns e devem forçar a mudança de planejamento
dos infratores. É importante avaliar também a segurança, conveniência e
oportunidade, posto que a via a ser utilizada para montagem dos bloqueios
também é usada regularmente pela população em geral e pelas próprias forças
de segurança;
10. Atentar para ações dissimulatórias de fuga e evasão dos infratores, sobretudo
em relação a troca de veículos e vestimentas (incluindo caminhões e
motocicletas), homizios em fazendas e residências locais, etc;
11. Posicionar viaturas caracterizadas em uma segunda linha de bloqueio, afastada
dos bloqueios físicos primários, com os militares abrigados em pontos de
comandamento que estejam afastados da viatura;
12. Identificar os possíveis pontos de evasão dos infratores, realizando cerco em
estradas vicinais em todo o entorno da área utilizada como homizio e, mediante
supremacia de força, envidar esforços para a neutralização da Força Adversa;
13. Manter-se preparado e apto ao sucesso em eventual confronto.
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crime e/ou veículos utilizados na ação delituosa, preservar, isolar, vigiar o local e
seus vestígios e acionar a perícia até a conclusão dos trabalhos periciais;
16. Preservar os vestígios e provas existentes no interior dos veículos utilizados na
ação delituosa, bem como evitar tocar nas maçanetas e demais partes do
automotor, para não inviabilizar os trabalhos de coleta de impressões digitais e
vestígios biológicos;
17. Redigir o REDS com riqueza de detalhes e elementos que viabilizem a
persecução criminal;
18. Identificar possíveis provas materiais envolvidas na ação delituosa e suas
carcterísticas, a fim de subsidiar futuras investigações;
19. Repassar as informações colhidas diretamente dos marginais presos com
envolvimento nesta prática criminosa à inteligência da Corporação;
6. ATIVIDADES CRÍTICAS
7. AÇÕES CORRETIVAS
1. Caso haja pessoas alheias ao processo e que estejam circulando nos perímetros
de atuação e evasão dos infratores, deverá determinar que estes se abriguem
dentro de residências, comércios e locais fora de alcance dos criminosos;
2. Caso alguém tenha lesão grave, durante qualquer procedimento policial militar, a
prestação de socorro ao ferido será prioridade e, caso o desmembramento do
efetivo para o referido socorro não seja suficiente para a continuidade das
diligências, as guarnições deverão retrair da ocorrência priorizando o apoio a ser
prestado;
3. Caso haja explosão de caixa eletrônico, os policiais militares deverão priorizar o
cerco e bloqueio; em caso de deslocamento para as agências bancárias (ou alvo
da ação delitiva) deve se priorizar o deslocamento a pé e á paisana - ressalta-se
que, ocorrida explosão, a principal intenção dos infratores é deixar o local;
4. Caso haja uso de explosivos durante a ação criminosa deverá ser realizado os
procedimentos iniciais de verificação da agência e presença de artefatos
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explosivos secundários ou não detonados, isolando o local e acionando o BOPE
nos casos em que objetos suspeitos forem localizados;
5. Caso sejam abandonados veículos durante a fuga dos infratores, a primeira
viatura que deparar com automóvel deverá realizar isolamento do local, para que
seja preservado o máximo de vestígios, a fim de auxiliar nos trabalhos de
rastreamento e perícia;
6. Caso haja existência de reféns durante a ação delituosa, deverão ser evitados, se
possível, disparos em direção aos infratores, visto a possibilidade de atingir os
reféns, bem como a tentativa de resgate das vítimas (importante receber
orientações do BOPE);
7. Caso os infratores consigam evadir do cerco e bloqueio, deverão ser reportadas
as rotas de fuga e destino, acompanhando a fuga, de maneira segura;
8. Caso os bloqueios executados não sejam suficientes para forçar que os infratores
abandonem seus veículos, libertem os reféns e acessem áreas rurais, deverá ser
ampliado o perímetro de cerco e bloqueio, a fim de impossibilitar a fuga dos
criminosos;
9. OBSERVAÇÕES
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APÊNDICE II (MODELO DE PLANO DE CERCO E BLOQUEIO) À INSTRUÇÃO Nº
3.03.23/2017 – CG.
RPM
UEOP
1 OBJETIVOS
1.1 Padronizar procedimentos e especificar os locais a serem ocupados pelas
viaturas policiais, em sua respectiva UEOp;
1.2 Maior coordenação e controle;
1.3 Potencializar o emprego dos recursos humanos e logísticos no teatro de
operações;
1.4 Aumentar à eficiência nas ações de repressão às ofensivas criminosas
violentas contra as instituições financeiras.
2 MISSÃO
2.1 Geral
2.1.1 Potencializar a atuação policial militar no caso de ofensivas violentas contra
instituições financeiras.
2.2 Específica
2.2.1 Localizar e interceptar os veículos conduzidos pelos autores de crimes com
uso de violência contra instituições financeiras na área da UEOp ou em áreas
limítrofes.
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3 EXECUÇÃO
3.1 Acionamento
3.1.1 Assim que o militar da fração atacada solicitar o apoio, caberá ao
CPU/CPCia, determinar ao COPOM/SOU/CICOp, a ativação do plano de CERCO e
BLOQUEIO;
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infratores. É importante avaliar também a segurança, conveniência e oportunidade,
posto que a via a ser utilizada para montagem dos bloqueios também é usada
regularmente pela população em geral e pelas próprias forças de segurança.
3.3.4 Posicionar viaturas caracterizadas em uma segunda linha de bloqueio,
afastada dos bloqueios físicos primários, com os militares abrigados em pontos de
comandamento que estejam afastados da viatura;
3.3.5 As ações executadas no teatro de operações deverão estar harmonizadas
com os conceitos descritos no Caderno Doutrinário nº 04 e as orientações descritas
na presente instrução.
4 PRESCRIÇÕES DIVERSAS
4.1 Ao plano de Cerco e bloqueio deverá contemplar as ações de forma macro,
inclusive com a harmonização com as RPM circunvizinhas;
4.2 As Seções de Emprego Operacional das UEOp deverão criar pontos de cerco
e bloqueio dentro da respectiva áreas, considerando inclusive os
Subdestacamentos/Sub Gp;
4.3 Para a propositura dos pontos de cerco e bloqueio alguns aspectos são de
suma importância, a saber:
a) trajetos de aproximação às agências bancárias do município, bem como
saídas e entradas da cidade, sobretudo as vicinais;
b) zonas rurais e estradas vicinais, bem como sítios e fazendas abandonadas e
utilizadas para aluguéis de temporada;
c) conhecimento das agências financeiras no município da fração destacada.
4.4 Testar, periodicamente, o plano, bem como, contabilizar o tempo de
operacionalização de cerco e bloqueio, serviço em horários diversos.
Local, Data.
COMANDANTE
50
APÊNDICE III (MODELO DE PLANO DE CHAMADA) À INSTRUÇÃO Nº 3.03.23/2017 – CG.
RPM
UEOP
RPM
UEOP
1 SITUAÇÃO
O atual cenário da segurança no Brasil exige que as instituições responsáveis
pela manutenção da ordem pública tenham preparo técnico e profissional
aceitável frente aos problemas sociais que vem ocorrendo. Esses fatos têm
aumentado e chegam até às sedes dos aquartelamentos com invasões e
ofensivas. Desta forma, para combater essas ações delituosas surge a
necessidade da criação de planos de segurança exequíveis e objetivos,
capazes de serem empregados com eficiência e eficácia, utilizando-se dos
recursos humanos e logísticos alocados às guardas dos quartéis. O objetivo
desses planejamentos e estratégias de proteção dos quartéis visam eliminar
e/ou minimizar ataques, invasões e demais ocorrências que possam
comprometer a incolumidade dos policiais militares e civis que estejam no
interior dos estabelecimentos, especificamente sob a responsabilidade da
Policia Militar de Minas Gerais.
52
- Grande extensão territorial;
- Efetivo pequeno empregado na guarda;
- Grande fluxo de pessoas e veículos adentrando nas dependências do
quartel;
- Quadrilhas organizadas dispostas a atacar o aquartelamento para
conter a ação policial militar e praticar furtos/ roubos a instituições financeiras;
4 PONTOS SENSÍVEIS
Pontos sensíveis são as partes vitais de um estabelecimento, que, se
danificadas ou tiverem suas características normais alteradas, comprometem a
segurança e a integridade física dos seus componentes e instalações:
Exemplo:
Central de energia elétrica;
Reserva de Armamento, munição e equipamento: localizada no
complexo norte; (Sala de operações, bombas de combustíveis, etc).
5 PONTOS VULNERÁVEIS
São os locais que, pela característica de sua construção ou situação que se
apresentam, oferecem grande facilidade em serem transpostos, tornando-se
pontos de grande preocupação para a guarda.
5.1 Muros
5.2 Residência localizada junto ao quartel
5.3 Portões de acesso à Cia
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6 MISSÃO
6.1 Geral
Executar o policiamento ostensivo de guarda mantendo a segurança dos
aquartelamentos, garantindo a integridade física de seus componentes e a
proteção de suas instalações vitais.
6.2 Particular
1) Prevenir/reprimir qualquer tentativa de invasão ao aquartelamento, seja com
o intuito de sabotagem, terrorismo, furto, roubo ou extravio de bem da fazenda
pública;
2) Controlar o acesso do público interno/externo às dependências do
Complexo;
3) Acionar Plano de Chamada no caso de Situação Eventual ou Anormal,
mediante ordem do Comandante;
5) Repassar ao Comando qualquer alteração no serviço ocorrida no interior do
aquartelamento.
6.3 Eventual
1) Orientar e informar o público;
2) Prestar socorro em caso de acidente;
7 EXECUÇÃO
7.1 Hipótese “A” – Situação Ordinária
Será utilizada uma estrutura simples de composição de efetivo. A Guarda deve
se composta da seguinte forma:
1) 01 Sargento/Cabo – Comandante da Guarda;
2) 01 Cabo/Soldado – Chefe da Sala de Operações;
3) 02 Cabo/Soldado – Posto 01.
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7.2 Hipótese “B” – Situação de Prontidão
É a situação de iminente quebra da ordem pública, com prováveis distúrbios
que possam interferir com a integridade física do Quartel e com a incolumidade
física das pessoas que o frequentam. Caracteriza-se por ameaças de invasão
ao aquartelamento ou até mesmo uma invasão concreta. Esta hipótese
somente será ativada mediante ordem do Comandante.
Descrever as ações em caso de ofensivas ao quartel.
8 PRESCRIÇÕES DIVERSAS
8.1 Sempre que possível, os militares dispensados de serviço externo ou
outras dispensas correlacionadas deverão ser empregados na Guarda como
auxiliares;
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS
9.1 Deverá ser mantido na Sala de Operações da Unidade / Fração, a cópia
do Plano de Recolhimento.
9.2 Deverá ser mantido no Corpo da Guarda cópia do Plano de Segurança.
Local, Data
COMANDANTE
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APÊNDICE V (ORIENTAÇÕES PARA CONFECÇÃO DE REDS) À
INSTRUÇÃO Nº 3.03.23/2017 – CG.
1 Natureza do REDS
15
Caso ocorra o emprego de força ou grave ameaça (com o emprego de arma de fogo por
exemplo) a natureza principal deverá ser de roubo (C 01.157) cuja conduta é mais gravosa que
a de furto.
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qualificado tentado a banco, incluindo o meio utilizado para tentar romper o
terminal);
e) outros (Codificar a ocorrência com outra natureza, conforme análise in
loco pelo comandante do policiamento).
f) em todos os casos, avaliar, de acordo com a conduta delitiva, a
conveniência de acrescer a natureza E 01.251 (Explosão) como natureza
secundária, constando no histórico do REDS o almoldamento da conduta ao
tipo penal capitulado no art. 251 do CP.
16
O correto preenchimento dos campos estruturados do REDS é primordial para a extração
de dados estatísticos fidedignos do Armazém de Dados/ SIDS.
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1.3 Descrição do lugar
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Caso a explosão tenha como alvo agências dos Correios deve-se preencher o
campo com a opção Agência de Correio, que está dentro de Instituição
Pública.
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1.4 Meio Utilizado
O campo de meio utilizado, que fica nos dados finais do REDS, destina-se a
identificar o provável instrumento ou meio utilizado para a prática do delito.
Deve-se evitar preencher esse campo com a nomenclatura “outros – meio
utilizado”, “meio utilizado – ignorado” e “meio utilizado – inexistente”. O policial
militar deverá sempre buscar a melhor opção para preenchimento desse
campo, de modo que a opção escolhida seja pertinente com a natureza,
complemento da natureza e demais orientações contidas na DIAO. Assim,
quando ocorrer o arrombamento de caixas explosões com o uso de explosivo o
militar deverá preencher o campo meio utilizado com a opção
“Arrombamento/Rompimento de obstáculo c/Explosivo”.
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