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POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

AJUDÂNCIA-GERAL

SEPARATA
DO
BGPM

Nº 97

BELO HORIZONTE, 28 DE DEZEMBRO DE 2017.

Para conhecimento da Polícia Militar de Minas


Gerais e devida execução, publica-se o
seguinte:
INSTRUÇÃO Nº 3.03.23/2017- CG

PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS EM
OCORRÊNCIAS DE ATAQUES A AGÊNCIAS
BANCÁRIAS E SIMILARES

Belo Horizonte
2017
INSTRUÇÃO Nº 3.03.23/2017-CG

PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS EM
OCORRÊNCIAS DE ATAQUES A AGÊNCIAS
BANCÁRIAS E SIMILARES

Padroniza os procedimentos Operacionais em


Ocorrências de Ataques a Agências Bancárias e
Similares

Belo Horizonte - MG
2017
Direitos exclusivos da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais (PMMG).
Reprodução condicionada à autorização expressa do Comandante-Geral da PMMG.
Circulação restrita.

POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS. Comando-Geral. Instrução n.


3.03.23/17-CG: Procedimentos Operacionais em Ocorrências de
P766i Ataques a Agências Bancárias e Similares. Belo Horizonte:
Assessoria Estratégica de Emprego Operacional (AE/3), 2017.

60p.: il.

Contém anexos.

1.Instituição financeira – Ataques a agências bancárias. 2.Emprego


Operacional. I. VALADARES, Eugênio Pascoal da Cunha (Coord.) II.
Título.

CDU – 352.2
CDD – 351.754

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Academia de Polícia Militar

ADMINISTRAÇÃO
Comando-Geral da Polícia Militar
Quartel do Comando-Geral da PMMG
Cidade Administrativa Tancredo Neves, Edifício Minas,
Rodovia Papa João Paulo II, nº 4143 – 6º Andar, Bairro Serra Verde
Belo Horizonte – MG – Brasil - CEP 31.630-900

SUPORTE METODOLÓGICO E TÉCNICO


Assessoria Estratégica de Emprego Operacional – AE3
Quartel do Comando-Geral da PMMG
Cidade Administrativa Tancredo Neves, Edifício Minas,
Rodovia Papa João Paulo II, nº 4143 – 6º Andar, Bairro Serra Verde
Belo Horizonte – MG – Brasil - CEP 31.630-900
E-mail:ae3gcg@pmmg.mg.gov.br
GOVERNADOR DO ESTADO
FERNANDO DAMATA PIMENTEL

COMANDANTE-GERAL DA PMMG
CEL PM HELBERT FIGUEIRÓ DE LOURDES

CHEFE DO GABINETE MILITAR DO GOVERNADOR


CEL PM FERNANDO ANTÔNIO ARANTES

SUBCOMANDANTE-GERAL DA PMMG
CEL PM ANDRÉ AGOSTINHO LEÃO DE OLIVEIRA

CHEFE DE GABINETE DO COMANDO-GERAL DA PMMG


CEL PM JEAN JACQUES ALCANTARA PEDRA

SUPERVISÃO TÉCNICA
TEN CEL PM EUGÊNIO PASCOAL DA CUNHA VALADARES
CHEFE DA ASSESSORIA ESTRATÉGICA DE EMPREGO OPERACIONAL

REDAÇÃO
TEN CEL PM OLIMPIO GARCIA PEREIRA JUNIOR
TEN CEL PM EUGÊNIO PASCOAL DA CUNHA VALADARES
MAJ PM MARCONE DO ROSÁRIO PEREIRA
MAJ PM HERBERT FERREIRA LANZA AVELAR
CAP PM WELINGTON EDUARDO MOURÃO FERREIRA
CAP PM IRAN MARTINS DE OLIVEIRA
1º TEN PM CHRISTIAN PECINALLI MARDONES
1º TEN PM BRENO OTAVIO PINHEIRO C SALES
1º TEN PM FERNANDO ANTUNES NETTO
3º SGT PM RONEI SILVEIRA DE ALCÂNTARA
SD 1 CL PM WALLACE HERNANE PEREIRA DOS SANTOS
COLABORADORES
2º SGT PM HELENO SOUZA BRITO
2º SGT PM LUIZ CARLOS ALVES
2º SGT PM ERODNEY DE FREITAS MUNIZ

REVISÃO DOUTRINÁRIA
CAP PM LÚCIO FERREIRA DA SILVA NETO
CAP PM CARLOS EDUARDO LOPES
CB PM DANIELLE SUELI VENTURA
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

APM - Academia de Polícia Militar


BOPE - Batalhão de Operações Policiais Especiais
CG - Comando-Geral
COE - Comando de Operações Especiais
COPOM - Centro de Operações Policiais Militares
COMAF - Comando de Operações em Mananciais e Área de Florestas
CICOp - Centro de Integrado de Comunicações Operacionais
DGEOP - Diretriz Geral para Emprego Operacional
DInt - Diretoria de Inteligência
DPSSP - Diretriz para a Produção de Serviços de Segurança Pública
EAB - Esquadrão Antibombas
MPL - Mapa de Perigo Local
MTP - Manual Técnico Profissional
PMMG - Polícia Militar de Minas Gerais
POP - Procedimento Operacional Padrão
REDS - Registro de Eventos de Defesa Social.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 8
1.1 Contextualização ................................................................................... 9
1.2 Os caixas eletrônicos .......................................................................... 10
1.3 Modus operandi e características gerais ............................................. 11
2 ASPECTOS LEGAIS DA SEGURANÇA DE INSTITUIÇÕES
FINANCEIRAS ................................................................................................. 16
2.1 Tipificação das ações de “Ataques a Caixas Eletrônicos” ................... 17
3 FASES DA ECLOSÃO DO DELITO ............................................................. 19
3.1 Plano de Defesa Territorial .................................................................. 21
4 MODULAÇÃO DO TREINAMENTO PARA INTERVENÇÃO........................ 30
5 PLANO DE CONTINGÊNCIA.................................................................... 32
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 33
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 35
APÊNDICE I (PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO – POP) À
INSTRUÇÃO Nº 3.03.23/2017 – CG. ............................................................... 38
APÊNDICE II (MODELO DE PLANO DE CERCO E BLOQUEIO) À
INSTRUÇÃO Nº 3.03.23/2017 – CG. ............................................................... 48
APÊNDICE III (MODELO DE PLANO DE CHAMADA) À INSTRUÇÃO Nº
3.03.23/2017 – CG. .......................................................................................... 51
APÊNDICE IV (MODELO DE PLANO DE SEGURANÇA E DEFESA DE
AQUARTELAMENTO) À INSTRUÇÃO Nº 3.03.23/2017 – CG. ...................... 52
APÊNDICE V (ORIENTAÇÕES PARA CONFECÇÃO DE REDS) À
INSTRUÇÃO Nº 3.03.23/2017 – CG. ............................................................... 56
INSTRUÇÃO Nº 3.03.23/2017 – Comando Geral

Padroniza os procedimentos operacionais


adotados pelas Frações destacadas da PMMG
em caso de ocorrências envolvendo ataques a
agências bancárias e similares.

1 INTRODUÇÃO

O crime organizado, visando auferir maior benefício das práticas criminosas


perpetradas por seus partícipes, tem direcionado suas ações para as instituições
financeiras. Os caixas eletrônicos, especialmente aqueles alocados nas instituições
financeiras das cidades interioranas, têm sido o alvo preferencial dessas ações
delituosas. A escolha desses alvos não é aleatória posto que decorre do grande
numerário disponível nesses ambientes e da fragilidade dos sistemas de segurança
dos estabelecimentos, muitas vezes incapazes de dificultar a ação dos infratores.

Essa modalidade criminosa tornou-se foco prioritário de acompanhamento da Polícia


Militar de Minas Gerais (PMMG) em sentido de se prevenir e reprimir tal delito e
objeto do Acordo de Cooperação Técnica 03/2017, firmado entre o Estado de Minas
Gerais (Secretaria de Estado de Segurança Pública, Secretaria de Estado de
Administração Prisional, PMMG, Polícia Civil de Minas Gerais, Corpo de Bombeiros
Militar, Ministério Público de Minas Gerais), Polícia Federal e Polícia Rodoviária
Federal – a presente Instrução contempla todas as ações de responsabilidade da
PMMG no presente Acordo.

Os chamados “ataques a caixa eletrônico” trazem grandes prejuízos à sociedade e


ao Estado, em vista da utilidade pública conferida aos terminais eletrônicos,
principalmente nas cidades de pequeno porte1; da sensação de insegurança gerada
na população que reside ou circula nestas localidades e da ameaça a integridade
física de transeuntes e de policiais militares.

Geralmente, durante a ação criminosa, vários indivíduos fortemente armados

1
Cidades com população inferior a 50 mil habitantes (dados populacionais do IBGE/2010).
8
efetuam disparos em via pública como forma de intimidar e desencorajar qualquer
tipo de ação repressiva por parte das forças de segurança, posicionando-se de
forma a bloquear as vias no local de ataque, enquanto outros meliantes,
simultaneamente, com uso de explosivos, arrombam terminais eletrônicos das
agências bancárias e subtraem o dinheiro, além de atacar e afrontar quartéis e
residências de policiais militares.

Algumas vezes, de forma análoga, em situação e modus operandi, os criminosos


atuam em desfavor de segmentos que detém o mesmo aporte financeiro de
instituições bancárias (correios, correspondentes financeiros, cooperativas de
crédito, entre outros), dotadas de cofres ou caixas, não explodindo com intuito de
acessá-lo in loco, porém, utilizam o recurso para romper obstáculo, ou mesmo, para
conseguir retirar do local o cofre ou os caixas.

Neste viés, torna-se necessária a adoção de medidas não convencionais de


emprego de tropa pela PMMG, bem como a utilização de técnicas e táticas que
visem enfraquecer, reprimir e combater essa prática ilícita, dentro dos parâmetros
legais e da exigência que cada caso e o dever exigem. Estas quadrilhas se
enquandram na definição de "Forças Adversas" conforme a Resolução Nº
4605/2017- CG, Portfólio de Serviços da PMMG (pessoas, grupos de pessoas ou
organizações cuja atuação comprometa a preservação da ordem pública, o estado
democrático de direito, o funcionamento dos poderes constituídos ou a soberania
nacional). É missão da Polícia Militar a neutralização de Forças Adversas.

1.1 Contextualização

Conforme diagnóstico do CINDS, entre os anos de 2012 e 2013 houve um aumento


significativo nos registros desses eventos no Estado (2011 foram 51 ataques, em
2012 foram 352 e 2013 foram contabilizados 386). A partir de 2014 (253 ataques),
uma tendência de redução foi verificada, se comparado com o ano de 2016 (237).
Até 05 de dezembro de 2017 foram contabilizados 156 registros desse fenômeno
delitivo em Minas Gerais, entretanto, essa redução quantitativa tem, em sentido
contrário, nos mostrado uma ação mais vigorosa e violenta das quadrilhas que
atuam nesse delito.
9
Atualmente, esta modalidade criminosa tem ocorrido em diversas regiões do estado
e, de modo geral, o alvo dos infratores são cidades que apresentam considerável
vulnerabilidade das agências financeiras, com menor efetivo policial militar, em
horário de menor movimentação de transeuntes e de fácil acesso às rotas de fuga,
inclusive e especialmente àquelas limítrofes com outro Estado.

Apesar do esforço diuturno da PMMG em preservar e garantir a manutenção da


ordem pública e cumprimento da lei, a explosão de caixas eletrônicos emerge como
um evento de complexa prevenção e repressão, haja vista a dificuldade de
monitoramento dos integrantes de grupos organizados e o estabelecimento de
vínculos criminais destes indivíduos com a prática de outros crimes, tais como: roubo
de veículos, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.

1.2 Os caixas eletrônicos

As instituições financeiras têm como objetivo fornecer crédito suficiente, pois este
fecunda os negócios e as economias locais, permite aumentar a produção e facilita o
acesso à prosperidade. Essas instituições encontraram nos caixas eletrônicos uma
forma prática e rápida de atenderem seus clientes e ao mesmo tempo aumentarem
o horário de atendimento. Dessa forma, os caixas eletrônicos estão instalados em
diversos estabelecimentos, tais como: supermercados, postos de combustível,
farmácias, padarias, órgãos públicos, dentre outros.

Em que pese a instalação dos caixas eletrônicos em diversos tipos de


estabelecimentos, conforme os dados inseridos no gráfico abaixo, na grande maioria
dos crimes (82,87%), os caixas eletrônicos estavam acondicionados no interior das
agências bancárias.

10
GRÁFICO 1 - Locais de acondicionamento dos caixas eletrônicos nas ocorrências
de explosões - janeiro de 2011 a janeiro de 2017.

Fonte: SIPOM / CINDS

1.3 Modus operandi e características gerais

As principais características dos grupos criminosos dedicados a ataques em


instituições financeiras são em geral: grande efetivo de marginais com atuação
planejada e específica; considerável poder bélico; prática de disparos de arma de
fogo em via pública; investidas contra aquartelamentos e enfrentamento às forças
policiais militares; utilização de grande quantidade de materiais explosivos e, em
alguns casos, o uso de reféns. O alvo dos grupos criminosos são, via de regra, as
cidades de pequeno porte, considerando a fragilidade do sistema de segurança
pública local (geralmente com efetivo policial militar reduzido), com preferência às
cidades margeadas por mais de uma rodovia.

Antes do “ataque”: é realizado um meticuloso planejamento para as ações, que leva


em conta a busca de informações preliminares, particularmente sobre as
vulnerabilidades dos locais alvos (incluindo movimentação do dinheiro); a
localização dos quartéis; residência dos militares; rotina policial local; monitoramento
da articulação e resposta da atividade policial na cidade (às vezes com recrutamento
de “olheiros” na própria cidade para este mister); escuta da rede-rádio PM; possíveis
rotas de fuga; estradas rurais e caminhos alternativos; circuitos de segurança na
cidade; pontos no perímetro do crime para posicionamento de marginais que fazem

11
escolta do local durante o ataque (aproveitam em geral edificações de imóveis em
esquinas que permitem o melhor controle de acesso aos alvos de suas ações);
redes de energia da cidade; definição de pontos de reunião (base na região da
cidade) antes e após o ataque (neste último caso para troca de veículos e dispersão
dos meliantes); escolha do dia do ataque - para ações mais ousadas é comum a
ocorrência aos fins de semana (domingo), início de semana, nos finais de feriados
prolongados ou após grande esforço operacional específico nas cidades (grandes
eventos, festas locais ou após realização de grandes operações). A logística do
crime inclui aquisição prévia e produção de “miguelitos”; correntes, cadeados, e
cabo de aço (para obstrução de cabeceiras de pontes/viadutos), guard rails, “toucas
ninja”; rádios na frequência da PM; armamentos; munição e coletes; veículos;
telefones celulares (para troca de mensagens entre os bandidos da quadrilha,
informações e imagens); explosivos; etc. Os explosivos utilizados são de origens
diversas; em sua maioria, de confecção improvisada, mesmo aqueles oriundos de
mineradoras ou afins, como a emulsão explosiva.

Para os levantamentos dos alvos e reconhecimento dos locais, as quadrilhas,


frequentemente, utilizam veículos “populares” como FIAT/UNO, FIAT/PALIO,
VW/GOL, HONDA/CG 125. Em um segundo momento, durante os ataques, foram
identificados veículos como TOYOTA/COROLLA, FIAT/STRADA, HONDA/CIVIC,
FIAT/TORO e TOYOTA/HILUX. Grande parte dos veículos utilizados nos crimes são
roubados, furtados ou clonados, mas também há registro de utilização de veículos
legalizados, especialmente para a fuga, incluindo motos e até caminhões para o
acondicionamento de cofres, explosivos, armamentos, munições e/ou dissimular a
dispersão. As quadrilhas escolhem cidades (às vezes de modo reincidente) e
estudam fatores de vulnerabilidade que são associados à distância entre as sedes
das Frações PM e os locais do ataque, entre as Frações vizinhas para possível
reforço (e ligações entre si), o monitoramento das entradas das cidades, a ausência
de outras Instituições de Segurança Pública, divisa com outros Estados, etc.

O “ataque” às cidades pelos bandidos: geralmente, utilizando dois ou três


veículos, dois ou mais grupos de infratores, encapuzados ou não, utilizando em sua
maioria coletes balísticos, com o constante uso de armamento de calibres restritos

12
(5.56, 7.62, 9 mm, .40, .45), além daqueles destinados às armas de alma lisa,
chegam à cidade, e, não raro, um grupo se posiciona próximo ou em frente às
Frações PM, enquanto outro grupo se dirige à instituição financeira alvo. Devido ao
reduzido contingente policial militar existente nas cidades interioranas, o número de
infratores é rotineiramente superior ao de militares, assim como os recursos bélicos
utilizados pelos bandidos.

Em alguns casos as ações podem se desdobrar em prática de roubos sequenciais


e/ou simultâneos a mais de uma instituição financeira próxima, visto a celeridade do
processo com implementação de explosivos para subtração dos bens.

Esse quadro se agrava pelo fato dessas organizações/associações criminosas


agirem, especialmente, durante a madrugada, período de menor efetivo empregado,
ocasião em que as ações policiais de cerco, bloqueio e cobertura são dificultadas
em alguns municípios com frações destacadas. No período analisado (2011-2017)
foi observado que cerca de 80% dos casos ocorreram na faixa horária compreendida
entre 01h00min e 03h59min. No intervalo de tempo apontado, merece destaque o
horário compreendido entre 03h00min e às 03h59min, por concentrar a maior
incidência de ataques nos últimos dois anos, perfazendo 30,5% dos registros em
2017 e 40,5% em 2016.

Ainda é possível notar que a duração dos ataques no interior das instituições
financeiras, durante a noite, é de 5 a 15 minutos, excetuando-se situações em que
ocorrem falhas ou imprevistos. Já durante o dia, observa-se ações mais hostis, com
cárcere privado de vigilantes, gerentes de instituições financeiras, funcionários e/ou
clientes. Nesses casos, o tempo da ação dura em torno de 30 minutos, em razão
dos mecanismos de segurança eletrônicos para abertura de cofres, que impedem
sua abertura imediata.

Apesar de haver disposição e aparato para o confronto com a Polícia Militar, esses
grupos criminosos utilizam comumente artifícios para dificultar a resposta policial
militar e o confronto direto, tais como:

13
a) utilização de veículos furtados/roubados para obstruir as vias de acesso à
instituição financeira alvo e também as saídas/entradas das cidades;
b) sabotagem de viaturas policiais e obstrução da garagem dos
aquartelamentos;
c) uso de “miguelitos” com o intuito de danificar os pneus das viaturas policiais;
d) uso de aparelhos eletrônicos específicos para prejudicar o sinal de telefonia
da cidade;
e) monitoramento da rede-rádio policial;
f) ameaça direta às residências dos policiais militares de folga;
g) utilização de “escudo humano” (reféns);
h) disparos contra os transformadores da rede de distribuição elétrica e/ou
câmeras de monitoramento.

Além dos aspectos mencionados, destacam-se os seguintes facilitadores da ação


delituosa:

a) extensa malha viária existente em Minas Gerais;


b) facilidade de acesso a estradas vicinais que são previamente conhecidas
pelos marginais;
c) diminuição do fluxo de veículos e da fiscalização nas rodovias, durante a
madrugada;
d) grande extensão de divisas com outros Estados;
e) pequeno efetivo policial militar nos Destacamentos/ Gp PM de municípios
com população reduzida;
f) ausência de dispositivos de segurança eficazes nos aquartelamentos;
g) ausência de outros órgãos do Sistema de Segurança Pública em algumas
cidades;
h) inexistência/deficiência de mecanismos de proteção nas agências bancárias;
i) disponibilidade considerável de numerário nos caixas eletrônicos;
j) facilidade na obtenção/fabricação de explosivos;
k) uso de armamento portátil e de calibre restrito;
l) facilidade na obtenção/fabricação de armamento;
m) agilidade na consecução da ação.

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Grande parte destes aspectos apontados serviram como parâmetros de análise,
pela Diretoria de Inteligência (DInt), da vulnerabilidade de cidades mineiras que
possam ser alvos de ataques a instituições financeiras. Foram utilizadas ferramentas
analíticas a fim de realizar a Análise de Risco e identificar aquelas de maior
importância ou probabilidade. A partir da análise dessas variáveis e parâmetros
utilizados, pode-se observar quais localidades estariam mais suscetíveis a ataques.

Ressalta-se que as questões abordadas são dinâmicas e podem modificar cenários


em função da conjugação de variáveis de ambientes externos, sobre as quais não
há como exercer controle.

Por meio da compreensão da natureza dos riscos, e sua influência/dependência, são


necessárias ações de contramedidas, com prioridade ao risco “crítico”, a fim de
mitigar e auxiliar na condução de resultados.

15
2 ASPECTOS LEGAIS DA SEGURANÇA DE INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS

Em junho de 1983 entrou em vigor a Lei Federal n. 7.102, que dispõe sobre
segurança para estabelecimentos financeiros, que estabelece normas para
constituição e funcionamento das empresas particulares que exploram serviços de
vigilância e de transporte de valores, e dá outras providências.

O Art. 2º da referida Lei define os sistemas de segurança necessários às instituições


financeiras, quais sejam:

I - equipamentos elétricos, eletrônicos e de filmagens que possibilitem a


identificação dos assaltantes;
II - artefatos que retardem a ação dos criminosos, permitindo sua
perseguição, identificação ou captura; e
III - cabina blindada com permanência ininterrupta de vigilante durante o
expediente para o público e enquanto houver movimentação de numerário
no interior do estabelecimento.

Em Minas Gerais, no ano de 1998, foi sancionada a Lei n. 12.971, que tornou
obrigatória a instalação de dispositivos de segurança nas agências e nos postos de
serviço das instituições bancárias e financeiras. As cooperativas de crédito
pertencentes ao Sistema Financeiro Nacional, assim entendidas como instituições
financeiras, também estão sujeitas aos ditames da referida Lei.

Os dispositivos de segurança previstos no art. 2º da lei nº 12.971, sem prejuízo de


outros equipamentos de segurança, são: porta eletrônica de segurança, giratória e
individualizada, em todos os acessos destinados ao público, providas de detector de
metais; travamento e retorno automático e abertura ou janela para depósito do metal
detectado; câmeras de vídeo internas e externas, com armazenamento de imagens
por trinta dias; guarda-volumes para utilização pelo usuário, sem ônus, durante sua
permanência nas dependências da instituição; alarme sonoro a ser acionado pelo
usuário do serviço em caso de emergência, monitorado por empresa de segurança;
cabines individuais nos caixas de atendimento ao público; divisórias, biombos ou
estruturas similares, nos locais em que haja movimentação de dinheiro.

16
2.1 Tipificação das ações de “Ataques a Caixas Eletrônicos”

Em análise jurídica do evento “explosão de caixa eletrônico” verifica-se a ocorrência


de concurso formal (CP, art. 70), tendo em vista que, mediante uma única ação, o
agente pratica mais de um delito. Na maioria dos casos, constatam-se as seguintes
naturezas: formação de quadrilha (CP, art. 288), furto qualificado (CP, art. 155, §4º,
inciso I), roubo (CP, art. 157), extorsão (CP, art. 159), explosão (CP, art. 251), porte
de arma de fogo e disparo de arma de fogo em via pública (Lei 10.826/2003, art. 14,
15 e 16). É possível ainda ensejar demais crimes como dano ao patrimônio público
(CP, art. 163), sequestro e cárcere privado (CP, art. 148) dentre outros, conforme a
violência empregada.

2.1.1 Natureza dos REDS de “Ataques a Caixas Eletrônicos”

De acordo com o Boletim Técnico 01/2011-CINDS/DAOp, a natureza principal das


ocorrências visa classificar e codificar os fatos perante a legislação vigente. Quando
houver mais de um delito ou fato na mesma ocorrência, a natureza principal deverá
ser o fato mais grave. Conforme complexidade do evento, o sistema REDS permite a
inserção de outras naturezas (secundária, terciária e quaternária). Havendo mais de
quatro naturezas no REDS, o militar responsável pela confecção deverá descrever
no histórico as demais condutas praticadas.

Nos eventos recentes de explosão de caixas eletrônicos, percebe-se o aumento da


violência praticada pelos criminosos, com emprego de arma de fogo e explosivos
para obter sucesso em suas ações. Neste caso, a codificação da natureza no REDS
deve ser o C 01.157, mesmo que não haja o confronto entre os marginais e policias
militares, uma vez que a exposição e/ou uso de armamento portátil para efeitos de
intimidação, ou mesmo de objetos para obstrução da via e dano a viaturas policiais
(como miguelitos), pressupõe a violência ou grave ameaça constante no tipo penal
(CP, art. 157).

Por outro lado, em ações delitivas menos complexas, quando não há por parte dos
criminosos a exposição ou o uso de armamento, ou seja, há tão somente o

17
arrombamento do caixa eletrônico para subtração do dinheiro (seja por explosão ou
mesmo por outro meio como uso de maçarico), deve-se codificar a ocorrência com a
natureza C 01.155 fazendo-se as devidas associações, inserções de naturezas
secundárias ou mais, complementos de alvo, lugar, meios e outros conforme
orientações contidas no “Apêndice V”.

Em todos os casos, quando houver a utilização de material explosivo ou análogo


para a subtração do dinheiro, há que se observar o contido no art. 251 do Código
Penal (Explosão) – a avaliado o perigo à vida de outrem decorrente da explosão – a
fim de ser constado no REDS a natureza E 01.251 como natureza secundária do
arrombamento, considerando que o roubo e o furto qualificado serão a natureza
principal por terem previsão de pena maior.

18
3 FASES DA ECLOSÃO DO DELITO

A minimização de danos provenientes de ataques diretos a instituições financeiras, a


redução do número de ocorrências desta natureza e o combate e repressão a esta
modalidade criminosa perpassam por um processo que se constitui em três fases:

a) pré – incidental;
b) confrontação ou incidental;
c) pós-Incidental.

A fase pré-incidental consiste no desenvolvimento de ações preventivas,


desenvolvendo conhecimento e análise da modalidade criminosa antes da
ocorrência do delito, com vistas à identificação do crime, dos crimninosos e de
possíveis alvos de ações delituosas, além de suas vertentes, características e
vulnerabilidades para elaboração das melhores formas de resposta estatal. Essa
fase se desenvolve, também, com a produção de planos de segurança, treinamento
operacional, adoção de medidas de interação comunitária para busca e recebimento
de informações, denúncias e o envolvimento da sociedade a fim de impedir novos
incidentes.

A fase incidental ou de confrontação compreende as ações de reação ao fato


durante sua imediata ocorrência, de forma a responder, com ações
sistematicamente planejadas ao delito criminoso para impedir que este se consolide
sem uma reação eficaz por parte do Estado. Desenvolve-se quando o delito não
pôde ser impedido na fase pré-incidental por meio de medidas preventivas,
necessitando, então, de medidas repressivas qualificadas ante as práticas
criminosas em andamento.

Inicia-se com a deflagração das ações criminosas, como ataques a residência de


militares, aquartelamentos, viaturas, disparos intimidativos em via pública, ou na
ação direta à instituição financeira, encerrando-se com a obtenção de sucesso na
repressão dessa ação delituosa, com a fuga dos infratores do local de crise ou
prissão/neutralização dos criminosos e providências decorrentes.

19
O principal objetivo das Frações territoriais durante uma intervenção na fase
incidental é quebrar ou desestruturar o planejamento dos criminosos,
obrigando-os a modificarem suas rotas de fuga e locais de homizio, sejam em
áreas rurais ou urbanas, para então se encaminhar às ações seguintes que
devem culminar, prioritariamente, com a neutralização da Força Adversa. A
execução de operação de cerco e bloqueio deve ser priorizada em relação a
qualquer outra medida, sendo imediatamente levada a efeito após a eclosão dos
ataques criminosos, coordenada por Posto de Controle (fração local), de modo que
se permita a intervenção aproximada pelo Batalhão de Operações Especiais
(BOPE), tropas especializadas de recobrimento e/ou aquelas que conheçam a
região. O policial militar, em qualquer circunstância operacional que envolva a
situação regulada pela presente Instrução, deve estar preparado para o
confronto e NUNCA desconsiderar o princípio basilar da abordagem, que é a
SEGURANÇA, própria e da população.

A fase pós-incidental abarca as atividades/operações de apoio e resposta após a


ocorrência dos crimes, vez que os incidentes não puderam ser evitados
preventivamente, ou mesmo de forma repressiva durante o combate à ação
delituosa. Inicia-se com a busca de dados referentes a atuação, quantidade de
marginais, rota de fuga, possíveis infratores, modus operandi, locais utilizados na
região, veículos utilizados, imagens registradas em circuitos de segurança, detalhes
da ação que possam levar à quadrilha (tipo de explosivos, tipos de “miguelitos”,
armamentos utilizados, perfil dos marginais, etc). Ainda neste processo pós-
incidental, está previsto o acionamento de perícia, confecção do REDS e o
restabelecimento da sensação de segurança da população, além de outras
ações/procedimentos cabíveis em cada caso.

Tanto na lógica preventiva quanto na reativa e combate, tem-se como certo, que
quanto melhor for a construção pré-incidental, maiores as chances de alcançar
sucesso na neutralização da ameaça e da Força Adversa, e, por conseguinte, que
melhor será a resposta coordenada ao incidente. A lógica preventiva não exclui
ações “não convencionais” como preparação prévia do terreno e dos locais
possíveis de serem atacados, ações prévias de lógica voltada a contra-
medidas de neutralização às ações normalmente utilizadas nos ataques, etc.
20
A complexidade destes eventos, tanto no entendimento de sua lógica operativa,
quanto na estrutura necessária para seu enfrentamento, faz com que haja a
necessidade de se conceber sistemas (com fins próprios) que se integram na
construção de um Plano de Ação. Por estar diretamente voltado ao propósito da
salvaguarda local, tal plano deve ser concebido sob uma ótica de DEFESA
TERRITORIAL2.

Portanto é razoável crer que as ações de Defesa Territorial se associam às medidas


preparatórias e diagnósticas (fase pré-incidental) para se modular de forma pontual
e direta o comportamento do policial militar (treinamento/capacitação) e conduta, a
fim de se implementar respostas moldadas ao evento real que garantam vantagem
tática e substancial aumento das chances reais de sucesso.

Diante da lógica exposta, um Plano de Defesa Territorial tem que ser capaz de tratar
e dar respostas ao longo de seu conteúdo, aos seguintes questionamentos:

a) o que se enfrenta? (Modalidade);


b) a quem se enfrenta? (Perfil e metodologia criminosa);
c) como se enfrenta? (Treinamento específico);
d) onde se enfrenta? (Territorialidade);
e) quando se enfrenta? (Implementação da resposta a partir dos pontos
desencadeadores).

3.1 Plano de Defesa Territorial

O Plano de Defesa Territorial é composto do Plano de Defesa e Segurança do


Aquartelamento e Plano de Contigência (Plano de Mobilização da Força Policial
Militar, Mapa de Efetivo Mobilizado, Plano de Cerco e Bloqueio Local, Plano de
Cerco e Bloqueio Regional e Procedimento Operacional Padrão). O Procedimento

2
Adota-se a terminologia "Defesa Territorial": A Defesa implica, necessariamente, em uma fase
preparatória em face de uma ameaça (levantamento de demandas e fragilidades, elaboração de
base de informações, construção de planos, simulados e treinamento), onde os aspectos textual e
de planejamento são mais agudos. Implica também em uma fase reativa que se pauta em um
ponto chave - O “drive” humano, que atrelado a um momento ou fator preponderante (Start)
transforma em ação os elementos do planejamento.
21
Operacional Padrão (POP), constante do Apêndice I, consiste na síntese geral de
condutas a serem assimiladas e adotadas pelos policiais militares nos diversos
níveis para os casos previstos nessa Instrução. Deverá ser incrementado por outros
procedimentos operacionais ou ações não convencionais conforme a realidade, as
circunstancias e fatores regionais/locais.

Neste plano (Defesa Territorial) constrói-se toda a base de informação,


comportamental e reacional.

3.1.1 Construção da base de informações

Utilizando-se da mobilização de grupos específicos, pautados no interesse prático


do policiamento local, devem-se buscar informações que possibilitem a antecipação
à ação criminosa, em especial por meio das redes de proteção (incluindo redes de
vigilância criada via aplicativo Whatsapp ou outros cogêneres).

Nessa lógica, manter e fomentar o estreitamento de laços entre Polícia Militar e


comércio local, rede bancária, moradores, mineradoras ou empresas que utilizam
explosivos em suas atividades, grupos hoteleiros (e quaisquer outros pontos de
hospedagem como sítios, chácaras, casas de aluguel bem como o monitoramento
de sites eletrônicos vinculados a aluguel de imóveis por temporada) de forma geral é
essencial. Um exemplo é o mapeamento do perfil e características comuns 3 de
autores. Socializar tais informações com a citada rede de vigilância (protagonizada e
dirigida por policial militar) pode vir a ser um fator preponderante para uma ação
antecipatória4. O conhecimento e preparação do terreno (e alvos potenciais) é
também fator importante de sucesso nas operações.

Levar em conta que esses criminosos tendem a realizar pagamentos em dinheiro


(evitando ou dificultando o rastreamento de suas ações e identidades) é outro
aspecto relevante. Como forma de complementar o perfil a ser traçado, a atenção

3
Legado deixado pelas ações Pós-Incidentais. Assistir a vídeos, identificar veículos, buscar
singularidades e características que se associem a criminosos locais é um elemento fundamental.
4
As mídias sociais, tais com grupos em aplicativos móveis (Whatsapp), demonstram-se eficazes
uma vez que aceleram o compartilhamento de informações.
22
voltada aos veículos utilizados, por eventuais hóspedes, pode ser também um
indicador de que algo possa estar prestes a acontecer. Faz-se importante ensinar (e
fomentar) a rede de comércio da cidade utilizar o aplicativo SINESP-cidadão,
desenvolvido pelo Ministério da Justiça, para consulta gratuita de veículos
furtados/roubados, placas clonadas, mandados de prisão para o repasse de
informações à Polícia Militar.

De forma objetiva, os policiais militares devem procurar estabelecer confiança em


relação a população e comerciantes locais, de modo a montar e instruir os grupos de
interesse a buscarem (de forma sútil) e repassar (de maneira imediata) quaisquer
informações sobre um fato que guardem similaridade com o perfil construído:

a) grupos, duplas ou casais oriundos de locais distantes ou (principalmente) de


outros Estados - as cidades situadas em regiões limítrofes com outros estados
devem ter essa premissa como indicador de alerta, conforme o caso;
b) pagamento antecipado das reservas em dinheiro;
c) veículos potentes (Sedan, SUV, Pickup ou caminhonetes) com placas de
outros Estados ou cidades distantes devem provocar a atenção do grupo e, como
ajustado previamente, o repasse das informações deve ser imediato aos policiais;
d) irregularidades encontradas em consultas a mandados de prisão ou placas
de veículos por meio de aplicativos como o SINESP-cidadão do Ministério da
Justiça.

É importante pensar que por muitas vezes esses grupos buscam se estabelecer em
hospedarias na fase de reconhecimento do local, motivo pelo qual tendem a ser
mais discretos ou se associarem a um perfil comum. Contudo a lógica do pagamento
em dinheiro (evitando rastreamento) ou cartões clonados pode persistir. Importante
ressaltar que nesta fase de reconhecimento, como exposto anteriormente, os grupos
criminosos tendem a usar veículos populares/comuns (em situação legal) com o
intuito de não levantar suspeita.

Outro fator importante é que se a etapa de RECON5 pode ocorrer em meio ao local

5
Termo militar que indica o reconhecimento do local de atuação.
23
das ações (local onde a instituição financeira se encontra), a etapa OPERATIVA6
pode conduzir o grupo a se estabelecer em zonas rurais (sítios, chácaras e
hospedarias mais distantes do perímetro urbano, porém com amplo acesso às redes
vicinais de fuga7).

Em virtude desta gama de possibilidades é importante que o monitoramento em


relação à hospedagem seja em sentido amplo e que contemple também locais
disponíveis para locação/estadia (famílias que alugam quartos, barracões e outros
espaços como forma de complementar a renda familiar). Nesses casos pode haver
indicativos de que há auxílio de pessoas da própria cidade, uma vez que essa
ação/comportamento remete a certa familiaridade com o território, o que leva a crer
que o reconhecimento muitas vezes será rápido, discreto ou até mesmo suprimido.
Nesse mesmo sentido, pessoas que residem próximo às instituições financeiras
também devem ser conhecidas e catalogadas (inclusive contatos) para fins de
necessidade das operações em todas as fases.

Outro foco importante de monitoramento são os postos de combustível das cidades


alvo e de municípios vizinhos, uma vez que estes estabelecimentos podem ser
utilizados pelos grupos criminosos para abastecer os veículos a serem utilizados na
ação delituosa. Os comerciantes e clientes dos postos de combustíveis devem ser
alertados quanto a alguma movimentação incomum que possa levantar suspeita,
pois os grupos de infratores costumam abastecer os veículos em um mesmo lugar.

Atenções devem ser voltadas quanto às características dos indivíduos (muitas


pessoas juntas em vários carros), possível visualização de algum material suspeito
no interior dos veículos, além de outras informações que possam ser úteis. Deve
haver um processo de informação e conscientização dos frequentadores de tais
estabelecimentos sobre manter contato constante com a unidade policial militar
local, para que, caso seja identificada alguma informação útil, possa ser repassada
imediatamente às autoridades.

6
Em alguns casos o grupo pode estar baseado em zona rural e realizar imersões na zona de ação a
fim de reconhecer a lógica local, o terreno e sobretudo a atividade policial militar.
7
Muito comum o uso de rotas vicinais em virtude da gama de possibilidades de acesso de saída,
atrelados a eventuais vantagens em ações furtivas de emboscada e troca de veículos com a
respectiva destruição destes.
24
Tornando a base de informações mais ampla, o trabalho de identificação,
formulação e transmissão do perfil não pode ficar restrito ao grupo de hospedagem
ou de abastecimento. Deve ser discutido, também, com outros grupos importantes
que podem ter em sua zona de atuação (nichos de interesse aos grupos
criminosos). Exemplos comuns podem ser as agências de locação de veículos (as
mesmas lógicas dos indicadores de alerta serão importantes); profissionais de
oficinas mecânicas, pois podem apontar veículos com avarias suspeitas de clientes
estranhos às comunidades; funcionário de farmácias e drogarias que podem
informar sobre grande quantidade de venda de frascos de acetona e outros
materiais inflamáveis; comércios de equipamentos de segurança do trabalho, lojas
de fogos de artifício, ou até mesmo casas agrícolas (luvas, toucas, correntes,
cadeados e outros itens que são comumente usados nestas ações podem ser
adquiridas nesses locais). Esses últimos, portanto, devem ser alvo constante de
monitoramento da Inteligência para produção de conhecimento que possibilite a
caracterização das quadrilhas, bem como suas ramificações.

São exemplos simples, mas contundentes (sob a ótica do monitoramento) os idosos,


aposentados e demais usuários costumeiros dos espaços públicos locais. Estes
podem ser considerados como parte valiosa de um sistema de produção de
informações. De igual forma estão os restaurantes ou locais onde se servem
refeições, tendo em vista ser comum (diante da proximidade espacial das pessoas)
que algum tipo de informação contundente e específica seja captada pelo público
local.

É fundamental entender que, com base nas análises pós-incidentais, é muito comum
que cidadãos locais tenham, de alguma forma, entrado em contato (ainda que
efêmero) com os criminosos. Contudo, como o foco de atenção dessas pessoas não
havia sido direcionada para esse fenômeno e os traços marcantes que poderiam
subsidiar uma ação antecipatória, só passaram a fazer algum sentido após a
ocorrência do evento.

25
Segundo a lógica das Operações Psicológicas, comumente usadas por forças
especiais e forças contra reacionárias, a difusão de qualquer informação, ideia, ou
apelo especial com vistas a provocar atitudes ou dirigir o comportamento sob a ótica
coletiva ou individual, tende a beneficiar quem a promove (BRASIL, 1999).

Com base nesse aspecto, a preparação mental do público local (atenção,


assimilação e compartilhamento) deve ser feita em momentos oportunos, como nas
reuniões comunitárias, por exemplo. Pensando assim, é sabido que há populações
interioranas em que a congregação religiosa consegue abarcar extratos sociais
diferentes. Neste momento uma única mensagem (os avisos paroquiais ao fim da
celebração católica, por exemplo) pode servir para mobilizar pontos extremos e
públicos distintos de uma mesma cidade.

Sob a lógica da relação concreta é razoável dizer que criminosos que usam
explosivos na cidade (fator urbano) podem aproveitar-se da furtividade e
dissimulação do campo (fator rural) para alcançarem o êxito. Motivo pelo qual o
morador/trabalhador rural, se preparado para produzir as associações corretas, pode
ser um instrumento fundamental para a força policial militar local.

Outro fator a ser levado em conta é o monitoramento, quando possível, por parte de
pessoas e estabelecimentos em três pontos importantes das zonas imediatas aos
estabelecimentos bancários (ruas e avenidas principalmente). Aqueles que estão
posicionados na parte frontal e nas extremidades (esquinas direita e esquerda) dos
estabelecimentos, normalmente conseguem acompanhar as ações e registrar por
meio de foto e/ou filmagem, de suas propriedades em pontos protegidos e ocultos.

O alinhamento correto de intenções, sendo essas pessoas capazes de repassar as


informações imediatamente ao grupo policial militar local, contribui sobremaneira
tanto para a intervenção no ponto imediato, (se for o caso) quanto para o sucesso do
cerco. Informações como tipo de armas, cores de roupas, veículos e direção em que
a frente dos veículos se encontram no momento da ação, por exemplo, são
informações que podem subsidiar uma melhor tomada de decisão.

26
Neste contexto o Sistema de Inteligência da PMMG deve coletar e monitorar as
características semelhantes de conduta e de material (tais como miguelitos e
explosivos), que possam vincular as ações criminosas a determidados grupos ou
infratores, a partir de informações de ações pretéritas. Desta forma, poderá
contribuir de forma mais efetiva para a tomada de decisão nas ações e construção
do Plano de Defesa Territorial.

Registra-se, por último, a prioridade quanto a prisões de marginais envolvidos


nestes ataques e que se encontram com mandado de prisão em aberto, o que
envolve o encaminhamento, pela Inteligência, à Guarnições que devem ser
direcionadas a estas operações em todas as Unidades e Frações da
Corporação aos endereços possíveis. Divulgação de dados destes marginais
deve ser priorizada em redes sociais.

3.1.2 Mapa de Perigo Local

Elemento constitutivo do Plano de Defesa Territorial, o objetivo do Mapa de Perigo


Local (MPL) é fazer o levantamento no espaço geográfico de elementos que, por
sua natureza específica, tornem-se fatores que mereçam atenção objetiva e direta.
Cabe constar que haverá casos em que conhecer e entender todos os elementos
descritos no MPL evidenciará a lógica mais segura e efetiva. Em alguns territórios, a
geografia poderá impor à força policial militar o cerco fora da zona urbana8. Em
outros, o terreno poderá favorecer a intervenção sob a perspectiva do
comandamento favorável.

Para se construir a lógica de mapeamento é importante entender a relação entre a


ação/atividade, o perigo e o risco:

a) Ação/Atividade será a transcrição direta dos fatores que podem ocorrer


(Intervenção direta contra as instituições financeiras, praticadas por criminosos com
habilidade/conhecimento no manuseio de explosivos e armamento com munição de
alta energia);
8
De forma analítica quanto mais efetiva for a ação de cerco (em termos de TR e Densidade de
recursos) mais risco paralelo será trazido ao local imediato da ação. Vide regra de engajamento
dos ataques/ação direta com caráter noturno.
27
b) O perigo será a fonte geradora que por sua natureza pode gerar danos
(explosão dos locais, cidade ser sitiada, subtração de altos valores, danos
permanentes nas estruturas, incêndio);

c) O risco será descrito pelos fatores que a exposição ao perigo poderá trazer
(morte de policiais militares, morte de civis, colapso de estruturas prediais e etc).

Na construção do Mapa de Perigo a Força policial militar deverá levar em


consideração diversos fatores relacionados a natureza das instituições financeiras,
do local, da força policial militar local, do engajamento/mobilização e da expectativa
de reação.

QUADRO 1 – Relação do Mapa de Perigo e os fatores a serem observados

RELAÇÕES DO
Nº FATORES A SEREM OBSERVADOS
MAPA DE PERIGO
- A existência de instituições financeiras;
- Quais as instituições financeiras presentes?
- A quantidade de instituições diferentes;
- Se há uma área de concentração ou se estão esparsas (distribuídas em
Relativo à Natureza zonas diferentes da cidade);
1 das Instituições - Há contatos com os moradores que residem próximo às instituições
financeiras?
- Os locais possíveis de ataques podem ser utilizados em contra-
medidas não convencionais?
- Qual aparato/recurso e estrutura de segurança dessas instituições?
- Qual a posição relativa do local onde as instituições financeiras se
encontram (local mais alto que o ponto de acesso ou mais baixo)?
- Quantas rotas de acesso até o local de instalação da IF?
- Qual a distância média entre o local de instalação e a rodovia mais
próxima?
- A malha rodoviária vicinal é extensa?
Relativo à Natureza do
2 Local
- A malha vicinal é asfaltada?
- Há residências nas proximidades das IF’s? Se sim, estão no mesmo
plano ou mais altas que as IF’s?
- Há zonas de sombra de comunicação via rádio e ou telefone?
- Há hospitais ou redes de saúde que poderiam ser usadas por
criminosos?
- Se não, qual a rede mais próxima dentro dessa lógica de procura?
- Qual o efetivo policial militar local?
- Há veículos em condições de rodar?
- Há o serviço de patrulha rural ativo?
Relativo à Força
3 Policial Militar Local
- Há armamento de alta energia? Quantos carregadores e munições? Há
granadas explosivas na Fração?
- Há policiais militares credenciados para o uso do armamento?
- Há plano de cerco e bloqueio ativo?

28
- Há plano de chamada e sistema de sobreaviso vigente?
- Há o Posto de Controle instalado no caso de ataques? - O COPOM é
capaz de realizar a coordenação de ocupação de pontos de cerco e
9
bloqueio?
- Os policiais militares destacados, residem em suas respectivas cidades
de emprego?
- Quantos policiais militares residem na localidade e que poderiam ser
usados em caso de acionamento?
- Há comunicação via Rádio ativa?
- As escalas de serviço estão contemplando a faixa horária de explosões
(entre 01h e 04h)?
- Há força especializada ativa na localidade? (GER) Há supervisão
ativada?
- Há possibilidade de ex-policiais ou ex-militares (excluídos por
envolvimento em crimes desta natureza) estarem envolvidos com a
modalidade criminosa ou repassando informações aos marginais?
- Quais grupos de interesse podem existir dentro da minha zona
Relativo à Mobilização/ territorial?
4 Engajamento Local - Quantos grupos mobilizados?
- Dentre os grupos mobilizados, os apoiadores foram recrutados?
Despertou o foco de atenção ao grupo de interesse?
Se sim quais ações decorrentes?
Relativo à Expectativa
5 da reação
Em quanto tempo a força policial militar tomou conhecimento das ações?
A descrição do agente que se fez presente fora adequada (estava
sozinho ou acompanhado)? Qual o veículo?

Ressalta-se que o mapeamento e os dados inseridos no plano de segurança


regional, serão classificados como sigilosos, não podendo ser difundidos de maneira
ampla, ficando restrito o acesso a policiais militares lotados nas regiões
circunvizinhas que necessitem conhecer a sistematização e saber como desenvolver
o emprego.

9
Uma mensagem pré-estabelecida, pode ser informada ao COPOM para que durante o momento
da implementação do plano de cerco e bloqueio a faixa de comunicação seja trocada para uma
faixa já convencionada. O objetivo é o de impedir o monitoramento das comunicações por parte de
criminosos.
29
4 MODULAÇÃO DO TREINAMENTO PARA INTERVENÇÃO

A modulação do treinamento é um fator preponderantem, não apenas sob o enfoque


que visa à preparação policial militar dentro de um pensamento complementar à
formação, mas também dentro da lógica da familiarização com os aspectos
estabelecidos no Plano de Contingência.

Sob o enfoque da capacitação no âmbito do Treinamento Complementar a


capacitação intensiva deverá ser a metodologia escolhida, sendo definidas as
seguintes áreas fundamentais do conhecimento como base de emprego:

a) Inteligência, coleta de informações e técnicas de entrevista;


b) Ações Comunitárias e Polícia de Proximidade;
c) Cerco e bloqueio policial;
d) Técnicas e táticas individuais de sobrevivência urbana;
e) Treinamento Intensivo de conduta de Patrulha (módulo urbano e rural);
f) Credenciamento em armas portáteis de alta energia;
g) Treinamento no manuseio de granadas de mão explosivas outdoor (Caderno
Doutrinário 12 - Instrumentos de Menor Potencial Ofensivo - Manual Técnico-
Profissional nº 3.04.012/2013-CG);
h) Treinamento quanto ao uso do aplicativo QAPP de funcionalidade em
desenvolvimento de cadastro dos cidadãos abordados;
i) Treinamento na utilização de Aeronaves Remotamente Pilotadas (ARP,
comumente chamadas de “drones”), quando existentes na Unidade ou cedidos para
operações (deve-se observar rigorosamente as normas em vigor a respeito).

É possível que algum tipo de treinamento possa ser desenvolvido com integrantes
dos grupos de interesse10. Nada impede que ações como observação, memorização
e descrição, possam ser fomentadas junto a estas pessoas. Há diversos sistemas de
treinamento dessa natureza em sites, streamings e outros ambientes virtuais.

Cabe lembrar que deve haver o mapeamento mínimo deste perfil para que o foco de
atenção esteja direcionado ao propósito correto.
10
Foco estritamente naquilo que é necessário e dentro da profundidade suficiente.
30
Em um segundo momento, o desenvolvimento de estratégias voltadas ao caráter
formativo do policial militar deverá ser levado em consideração, visto que
oportunamente, estes poderão ser multiplicadores de conhecimento no que se refere
à esta modalidade criminosa após se formarem.

31
5 PLANO DE CONTINGÊNCIA

O objetivo deste plano é criar a sistematização das ações voltadas à fase repressiva.
Significa dizer que seu foco central é propiciar ações que direcionem a resposta ao
maior nível de ações coordenadas. Neste plano serão inscritos todos os
procedimentos operacionais a serem adotados, subsidiado pelo Mapa de Perigo
Local e Construção da Base de Informações.

Importante ressaltar que o Plano de Contingência, ainda que se insira na fase


reativa (sob a perspectiva de sua implementação), é construído (com o maior
detalhamento possível) na fase pré-incidental e atualizado após a fase pós
incidental. Ressalta-se que poderão ser utilizadas ocorrências anteriores como
referência para construção do plano de forma mais concisa com a realidade local.

A construção do Plano de Contingência estará associada aos aspectos operativos


descritos e organizados abaixo:

a) Plano de Mobilização da força policial militar;


b) Mapa de Efetivo mobilizável;
c) Plano de Cerco e Bloqueio Local (Micro)11;
d) Plano de Cerco e Bloqueio Regional (Macro com empenho das Unidades
apoiadoras da “circunvizinhança”).

A alocação correta de recursos como o Grupamento Especializado em


Recobrimento (GER) é fundamental. Conduzir e posicionar esses grupos em pontos
de cerco em vias mais rápidas é importante em virtude da capacidade de resposta
que essas equipes possuem, atrelados à sua formação híbrida entre ações urbanas
e rurais quando necessárias.

11
Inserir os “checkpoints” de ocupação pós-acionamento.
32
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O constante monitoramento, as atividades de prevenção, repressão qualificada e


demais ações, aliadas ao efetivo empenho de esforços por parte da Instituição
podem gerar resultados positivos e eficazes no enfrentamento a
associações/organizações criminosas que atuam contra instituições financeiras em
Minas Gerais.

A presente Instrução serve como base para orientação na condução de atividades


direcionadas ao enfrentamento dos delitos mencionados. As recomendações
constantes na presente Instrução complementam as normas e o conjunto doutrinário
da Corporação.

O vigor operacional da Corporação, sua força e eficiência, devem se mostrar no


esforço e energia diária desprendidos por todos policiais militares na garantia da lei
e da ordem no Estado de Minas Gerais. Este exercício profissional deve traduzir-se
também, individualmente, na disciplina militar, lealdade, honestidade, espírito de
corpo, iniciativa, dedicação, equilíbrio emocional, coragem, abnegação, vigor físico,
civismo e patriotismo.

As ações de inteligência que viabilizem a produção de conhecimentos relevantes e o


assessoramento oportuno para a tomada de decisão são preponderantes para a
efetividade no combate dessa modalidade crimonosa, de forma antecipada e
cirúrgica. São ações importantes, dentre outras, a manutenção de rotina de coleta e
atualização dos dados dos municípios e alvos das ações; mapeamento dos caixas
eletrônicos; identificação de veículos envolvidos nos crimes; produção de
documentos de inteligência, inclusive de apreciações com indicação de riscos de
tendência de eclosão do crime nos municípios; análise de dados qualitativos e
quantitativos a respeito das ações; cadastro de quadrilhas catalogadas com vínculos
criminais e de ocorrência de ataques a caixas eletrônicos; construção de base de
dados sobre esta modalidade criminosa; integração com demais órgãos do Sistema
de Defesa Social, Justiça Criminal e outras Agências de Inteligência; difusão
oportuna de dados (quem, quando e onde). Nesse sentido, os Oficiais e Praças da
PMMG lotados no GAECO das diversas Regiões devem trabalhar em conjunto com
33
as P/2 das RPM a fim de dar o apoio, naquilo que lhes couber, no combate efetivo
aos ataques a instituições financeiras.

Esta Instrução revoga os demais documentos normativos que tratam sobre explosão
de caixas eletrônicos listados abaixo:

- Memorando nº 30.259.5/12-EMPM;
- Ordem de Serviço Nr 30.466.5/12 – EMPM;
- Memorando nº 30.490.5/12 - EMPM;
- Plano de Emprego Operacional Nº 30.029.5/2013
- Memorando nº 30213.5/13 - EMPM;
- Memorando nº 30.013.5/14-EMPM;
- Memorando nº 30.157.4/14-EMPM;
- Memorando nº 30.052.5/15 – EMPM;
- Memorando nº 30.389.5/16 – EMPM;

QCG em Belo Horizonte, 27 de dezembro de 2017.

(a) HELBERT FIGUEIRÓ DE LOURDES, CEL PM


COMANDANTE-GERAL

34
REFERÊNCIAS

AQUINO, Jania Perla Diógenes de. Redes e conexões parciais nos assaltos contra
instituições financeiras. Dilemas: revista de estudos de conflito e controle social,
Ceará, v. 3, n. 10, p. 75-100, 2010.

BARBOSA, Francisco José. Evolução do banditismo moderno e formas de


atuação eficazes da Polícia Militar no sertão Pernambucano. 2009. 129 f.
Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Segurança Pública) – Curso
de Pós Graduação em Gestão da Segurança Pública na Sociedade Democrática,
Universidade Luterana do Brasil, Olinda, 2009.

BRASIL. Decreto Lei nº 2.848, de 07 de dezembro de 1940. Código Penal.


Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-
lei/Del2848compilado.htm>.

__________.Lei 7.102, de 20 de junho de 1983.Dispõe sobre segurança para


estabelecimentos financeiros, estabelece normas para constituição e funcionamento
das empresas particulares que exploram serviços de vigilância e de transporte de
valores, e dá outras providências. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7102compilado.htm>. Acesso em 24 de
julho de 2017.

__________.Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, 1988.

__________.Ministério da Defesa. Exército Brasileiro. Estado-maior do Exército.


Portaria nº 070-EME, de 26 de Agosto de 1999. Aprova o manual de campanha C
45-4, operações psicológicas, 3. ed. 1999.

CANGAÇO agora explode caixas eletrônicos. Disponível em:


<http://www.em.com.br/app/noticia/nacional/2017/02/16/interna_nacional,848026/can
gaco-agora-explode-caixas-eletronicos.shtml>. Acesso em 24 de julho de 2017.

COSTA, Carlos André Viana da.“Novo Cangaço” no Pará: a regionalização dos


Assaltos e seus Fatores de Incidência. 2016. 80 f. Dissertação (Especialização em
Segurança Pública) – Programa de Pós-graduação em Segurança Pública, Instituto
de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2016.

FRANÇA, Lucélio Ferreira M. F. Normas de conduta policial: os desafios


impostos pelas ocorrências de roubo a banco na modalidade novo cangaço.
2016. 31 f. Trabalho de Conclusão de Curso – Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais
da PMMT, Polícia Militar do Mato Grosso, Campo Grande, 2016.

GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal Parte Especial. 9. Ed. Niterói: Impetus,
2012.

MATO GROSSO. Polícia Militar. Atuação Policial em roubo e furto a instituição


financeira na modalidade Novo Cangaço no interior do estado. Módulo V –
Eventos Críticos. Processo 505 - Procedimento 505.6. Mato Grosso: PMMT, 2017.
MINAS GERAIS. Lei nº 12.971, de 27 de julho de 1998. Disponível em:
35
<https://www.almg.gov.br/consulte/legislacao/completa/completa.html.tipo=LEI&num
=12971&ano=1998. Acesso em 24 de julho de 2017.

__________.Lei 12.971, de 27 de julho de 1998. Torna obrigatória a instalação de


dispositivos de segurança nas agências e nos postos de serviços das instituições
bancárias e financeiras. Disponível
em:<https://www.almg.gov.br/consulte/legislacao/completa/completa.html?tipo=LEI&n
um=12971&ano=1998>. Acesso em 24 de julho de 2017.

__________.Polícia Militar. Comando-Geral. Instrução nº 3.03.05/2010-CG: Regula


a atuação operacional dos policiais-militares lotados nos Destacamentos e
Subdestacamentos da PMMG. Belo Horizonte: Comando-Geral, 3ª Seção do
Estado-Maior da PMMG, 2010.

__________.Polícia Militar. Boletim Técnico nº 01/2011 – Cinds/DAOp.


Orientações para o preenchimento de ocorrências. Belo Horizonte: CInds, 2011a.

__________.Polícia Militar. Comando Geral. Manual Técnico-Profissional nº


3.04.05/2013-CG. Regula a Prática Policial Militar de Escoltas Policiais e Conduções
Diversas na Polícia Militar de Minas Gerais. Belo Horizonte: Academia de Polícia
Militar, 2011b.

__________.Polícia Militar. Comando-Geral. Manual Técnico-Profissional Nº


3.04.04/2013-CG. Regula a Prática Policial de Abordagem a veículos na Polícia
Militar de Minas Gerais. Belo Horizonte: Academia de Polícia Militar, 2013a.

__________.Polícia Militar. Comando Geral. Manual Técnico-Profissional nº


3.04.02/2013-CG. Regula a Tática Policial, Abordagem a Pessoas e tratamento às
Vítimas na Polícia Militar de Minas Gerais. Belo Horizonte: Academia de Polícia
Militar, 2013b.

__________.Polícia Militar. Caderno Doutrinário n. 1. Intervenção Policial,


Verbalização e Uso de Força. Belo Horizonte: Academia de Polícia Militar, 2013c.

_________ . Polícia Militar. Memorando nº 30.136.4/15 – EMPM. Boas práticas na


prevenção contra a explosão de caixas eletrônicos. Belo Horizonte: EMPM, 2015.

__________.Polícia Militar. Comando-Geral. Diretriz Geral para Emprego


Operacional da Polícia Militar de Minas Gerais. 2. ed. rev. Belo Horizonte:
Comando-Geral, 3ª Seção do Estado-Maior da PMMG, 2016a.

__________.Polícia Militar. Boletim Técnico nº 02/2016 – DAOp/Cinds. Regula o


correto preenchimento do REDS, RAT e BOS, no âmbito da Polícia Militar de Minas
Gerais. Belo Horizonte, DAOp, 2016b.

__________.Polícia Militar. Comando de Policiamento Especializado. Batalhão de


Operações Especiais. Primeiro Interventor em Incidentes Críticos. Belo
Horizonte: Comando-Geral, CPE, BOPE, 2017. (Minuta)

NOVO CANGAÇO aterroriza as pequenas cidades do interior do Brasil. Disponível


36
em: <http://www.dinomarmiranda.com/2017/07/novo-cangaco-aterroriza-as-
pequenas.html>. Acesso em 24 de julho de 2017.

NOVO CANGAÇO. Disponível em: <http://tribunadoceara.uol.com.br/especiais/novo-


cangaco/o-que-e-o-novo-cangaco/>. Acesso em 24 de julho de 2017.

'NOVO CANGAÇO' leva terror a pequenas cidades. Disponível em:


<http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2014-02-28/novo-cangaco-leva-terror-a-
pequenas-cidades.html>. Acesso em 24 de julho de 2017.

QUADRILHAS aproveitam fraca vigilância e facilidade de fuga para atacar em


Minas. Disponível em:<http://www.em.com.br/app/noticia/gerais/
2017/07/17/interna_gerais,884324/quadrilhas-aproveitam-fraca-vigilancia-e-
facilidade-de-fuga-para-ataca.shtml>. Acesso em 24 de julho de 2017.

SANTOS, Wallace Hernane Pereira dos. A debilidade do sistema de segurança


pública como fator facilitador e motivador para as ações de organizações
criminosas com modus operandi similares ao “Novo Cangaço” no estado de
Minas Gerais. 2017. Disponível em: <http://www.webartigos.com/artigos>. Acesso
em: 10 ago. 2017.

SPAIVER, Éder José et al. A importância da padronização da codificação de


ocorrência nos crimes que envolvem a explosão de caixas eletrônicos como
ferramenta de gestão para a análise criminal. 2015. Monografia. Academia de
Polícia Militar, Belo Horizonte, 2015.

37
APÊNDICE I (PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO – POP) À INSTRUÇÃO
Nº 3.03.23/2017 – CG.

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO


Macroprocesso: Técnica/Tática Policial Militar POP nº
Nome do procedimento: Primeiro Interventor (Ataques a 1.3.0.002
agências bancárias e similares)

Estabelecido em: Atualizado em: Comissão / Unidade:


A.E.03/DAOp/CPE- Folha: 1/10
13/12/2017 BOPE/APM/11ª RP.

1. FUNDAMENTAÇÃO LEGAL OU DOUTRINÁRIA (tipificação sintética)

1. AQUINO, Jania Perla Diógenes de. Redes e conexões parciais nos assaltos contra instituições
financeiras. Dilemas: revista de estudos de conflito e controle social, Ceará, v. 3, n. 10, p. 75-100,
2010.
2. BARBOSA, Francisco José. Evolução do banditismo moderno e formas de atuação eficazes
da Polícia Militar no sertão Pernambucano. 2009. 129 f. Trabalho de Conclusão de Curso
(Especialização em Segurança Pública) – Curso de Pós Graduação em Gestão da Segurança
Pública na Sociedade Democrática, Universidade Luterana do Brasil, Olinda, 2009.
3. COSTA, Carlos André Viana da.“Novo Cangaço” no Pará: A Regionalização dos Assaltos e seus
Fatores de Incidência.2016. 80 f. Dissertação (Especialização em Segurança Pública) – Programa
de Pós-graduação em Segurança Pública, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade
Federal do Pará, Belém, 2016.
4. FRANÇA, Lucélio Ferreira M. F. Normas de conduta policial: os desafios impostos pelas
ocorrências de roubo a banco na modalidade novo cangaço. 2016. 31 f. Trabalho de Conclusão de
Curso – Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais da PMMT, Polícia Militar do Mato Grosso, Campo
Grande, 2016.
5. MATO GROSSO.Polícia Militar. Atuação Policial em roubo e furto a instituição financeira na
modalidade Novo Cangaço no interior do estado. Módulo V – Eventos Críticos. Processo 505 -
Procedimento 505.6. Mato Grosso: PMMT, 2015.
6. MINAS GERAIS. Polícia Militar. Abordagem a veículos. Caderno Doutrinário 4. Belo Horizonte:
Academia de Polícia Militar, 2013. 112 p.: il. (Manual Técnico-Profissional. MTP 4).
7. ________. Polícia Militar. Comando de Policiamento Especializado. Batalhão de Operações
Especiais. Manual de Primeiro Interventor em Incidentes Críticos. Belo Horizonte: Comando-
Geral, CPE, BOPE, 2017. (Minuta)
8. SANTOS, Wallace Hernane Pereira dos. A debilidade do sistema de segurança pública como
fator facilitador e motivador para as ações de organizações criminosas com modus
operandi similares ao “Novo Cangaço” no estado de Minas Gerais. 2017. Disponível em:
<http://www.webartigos.com/artigos>. Acesso em: 10 ago. 2017.

2. ABREVIATURAS E SIGLAS

APM – Academia de Polícia Militar Comunicações Operacionais;


BOPE – Batalhão de Operações Policiais COPOM – Centro de Operações Policiais
Especiais; Militares;
COMAF – Comando de Operações em DInt – Diretoria de Inteligência;
Mananciais e Área de Florestas; EAB– Esquadrão Antibombas;
COE – Comando de Operações Especiais; REDS – Registro de Eventos de Defesa Social.
CICOp – Centro de Integrado de

38
3. RESULTADOS ESPERADOS

1. Que o policial militar consiga realizar a constatação da ocorrência de maneira


segura;
2. Que a ação policial militar seja coordenada para obtenção do maior número de
informações e para conceder o devido apoio e resposta à ação delitiva;
3. Que não haja atitudes isoladas descoordenadas por parte de policiais militares
envolvidos;
4. Que o efetivo policial militar consiga quebrar o planejamento dos infratores, de
forma segura, forçando-os a mudarem os planos e evadirem para região não
prevista ou desconhecida, culminando, em seguidam na neutralização da Força
Adversa;
5. Que seja instalado o Posto de Controle e realizado de modo imediato o cerco e
bloqueio, a fim de evitar fuga dos infratores;
6. Que se preserve a integridade física dos cidadãos de bem e dos agentes de
segurança envolvidos;
7. Que sejam difundidas informações coerentes e concisas dos fatos, seja pela
rede de rádio, telefone ou aplicativos de troca de mensagens;
8. Que se obtenha sucesso no acionamento em tempo hábil de equipes
especializadas, quanto à neutralização da Força Adversa que tenha se homiziado
em área de matas e/ou mananciais;
9. Que se obtenha sucesso no deslocamento de equipe de Operações Especiais
(Op.Esp.) de serviço, inclusive do Esquadrão Antibombas (EAB) do BOPE, para
desmantelar artefatos explosivos que restem apreendidos ou encontrados em
baixa ordem no local do incidente;
10. Que os policiais militares e os aquartelamentos da Polícia Militar não se tornem
alvos fáceis para a investida de grupos criminosos;
11. Que os policiais militares, em qualquer circunstância operacional que envolva a
situação regulada pela presente Instrução, estejam preparados para o confronto.

4. RECURSOS NECESSÁRIOS

DE USO INDIVIDUAL: equipamento de proteção individual; armamento portátil


disponível na fração policial militar de calibre 5.56 e/ou 7.62 para policiais militares
que estiverem de serviço; granadas de mão explosivas outdoor, números telefônicos
de vizinhos e vigilantes de agências financeiras que possam cooperar; rádios
comunicadores; plano de chamada atualizado aos que venham ser acionados
posteriormente.

39
DE USO COLETIVO/EQUIPE: Viaturas caracterizadas e descaracterizadas; Plano
de Cerco e Bloqueio de vias com ênfase para a utilização de meios de fortuna12 para
realização deste (Máquinas agrícolas, troncos de árvores, veículos de carga,
veículos blindados de transporte de valores e outros) e outros não convencionais de
utilidade à operação.

5. PROCEDIMENTOS BÁSICOS OU SEQUÊNCIAS DE AÇÕES

ANTES DA AÇÃO, DEVERÁ (PRÉ-INCIDENTAL):

1. Montar Plano de Defesa Territorial13 para cada um dos municípios do entorno,


contendo as particularidades da região, tais como efetivo, quantidade de viaturas,
quartéis, outras forças de segurança, etc;
2. Conhecer, o policial militar, o município de sua lotação, os locais onde se
encontram instalados os terminais de autoatendimento, estabelecendo o
mapeamento de possíveis rotas de fugas dos agentes do delito e seus principais
entroncamentos para a realização do cerco e bloqueio em vias urbanas, rurais e
rodovias;
3. Reforçar a guarda dos aquartelamentos, tanto no aspecto de horários mais
críticos para ocorrência do evento quanto efetivo e intalações físicas (Guaritas
com comandamento e, se possível, chapa de aço com orifício para
posicionamento de fuzil; barricadas nos acessos ao Quartel; concertinas; cirtuito
fechado de monitoramento; manter, mediante avaliação de risco, "granadas de
mão explosivas outdoor" ao alcance dos militares de serviço na Guarda ou no
interior das Frações destacadas; dentre outras providências);
4. Efetuar abordagens a pessoas e veículos parados próximos aos quartéis,
residências de militares e instituições financeiras, especialmente no período
noturno;
5. Mapear trajetos de aproximação às agências bancárias do município, bem como
saídas e entradas da cidade, sobretudo as vicinais;
6. Mapear zonas rurais e estradas vicinais, bem como sítios e fazendas
abandonadas e utilizadas para aluguéis de temporada;
7. Demandar e executar Planos de Treinamento, em conjunto com a APM, a fim de
capacitar os policiais militares da Fração a atuarem em ocorrências complexas
em instituições financeiras (conduta de patrulha, credenciamento em armas
portáteis e de alta energia, IMPO, atividade de inteligência – coleta de
informações e técnicas de entrevista, etc);
8. Testar, periodicamente, o Plano de Chamada e contabilizar o tempo de
operacionalização de cerco e bloqueio, com policiais militares de folga e/ou de

12 Quando se tratar de bem móvel ou imóvel isto se refere à Requisição Administrativa. É necessário que o
requisitante tenha conhecimento acerca do tema Requisição Administrativa, bem como suas variáveis e
lacunas.
13 Documento que engloba a estruturação completa da ação: Plano de Chamada, Plano de Cerco e Bloqueio
(Plano de Ação Imediata), POP, Plano de Segurança do Aquartelamento, Mapeamento de Riscos da Cidade,
Plano de Mobilização e Vinculação Local.
40
serviço em horários diversos (importante lembrar que este exercício pode auxiliar
a poupar vidas);
9. Manter viaturas de policiamento ordinário (período noturno) com pelo menos um
fuzil de calibre 5.56 ou 7.62 e granadas de mão explosivas outdoor para possíveis
situações que possam ocorrer;
10. Manter o policial militar da sala de operações (responsável pela segurança do
destacamento e/ou da Fração), principalmente no período noturno, armado com
fuzil, 5.56 ou 7.62, e, mediante avaliação de risco, com granadas de mão
explosivas outdoor;
11. Identificar pontos de comandamento e/ou rotas de fuga seguras no interior do
aquartelamento (ou residência de policiais militares), no caso de ofensivas contra
a Fração policial militar;
12. Mapear as agências financeiras na cidade da fração destacada;
13. Monitorar, por meio das Agências de Inteligências e em contato com as
respectivas comarcas, a liberação de presos envolvidos nessa modalidade
criminosa ou ex-policiais e ex-militares demitidos por envolvimento com a
atividade criminosa objeto de atenção da presente Instrução;
14. Produzir cartões ou folders com telefones da Fração local e circunvizinhas, bem
como distribuí-los aos moradores, vigilantes e comerciantes das imediações de
agências financeiras;
15. Produzir e distribuir cartilhas a comerciantes, rede hoteleira e comunidade local,
com orientações e dicas procedimentais a serem adotadas preventivamente à
eclosão do delito;
16. Realizar reuniões comunitárias com comerciantes, moradores e rede hoteleira
(incluindo motéis e estabelecimento cogêneres), a fim de sensibilizar sobre a
problemática, bem como repassar medidas preliminares de identificação de
suspeitos, coleta e repasse de informações e descrição de incidentes;
17. Realizar palestras em escolas e igrejas sobre medidas de autoproteção e de
identificação de suspeitos, incluindo utilização do aplicativo SINESP-cidadão;
18. Estruturar programas de Policiamento Comunitário e grupos em aplicativos de
mensagens instantâneas com comércios da região, farmácias, restaurantes e
hotéis;
19. Orientar a comunidade local (comércio e rede hoteleira, incluindo motéis e
estalecimentos de mesma natureza) quanto ao uso do aplicativo SINESP, para
consulta de veículos roubados e mandados de prisão de suspeitos, com
imediato repasse os policiais militares da Fração;
20. Realizar patrulhamento preventivo em instituições financeiras, sobretudo nos
períodos de pagamentos das grandes empresas locais e rede pública,
atentando-se para um posicionamento tático da viatura ou do policial que
ofereça ostensividade preventiva e ao mesmo tempo segurança aos policiais;
21. Angariar confiança de moradores que residem próximo às instituições financeiras
para providências diversas, necessárias ou úteis, catalogando-as e mantendo
em cadastro contatos e orientações/acordos de interesse;

41
22. Implementar ações não convencionais como preparação prévia do terreno e dos
locais possíveis de serem atacados; desencadear ações prévias de lógica
voltada a contra-medidas de neutralização às ações normalmente utilizadas nos
ataques;
23. Divulgar em redes sociais dados de marginais com mandado de prisão em
aberto decorrente de condenação pelos crimes vinculados a ataques a
instituições financeiras;
24. Implementar ações de inteligência como a manutenção de rotina de coleta e
atualização dos dados dos municípios e alvos das ações; mapeamento dos
caixas eletrônicos e instituições financeiras; identificação de veículos envolvidos
nos crimes; produção de documentos de inteligência, inclusive de apreciações
com indicação de riscos de tendência de eclosão do crime nos municípios;
análise de dados qualitativos e quantitativos a respeito das ações de ataques a
instituições financeiras; cadastro de quadrilhas catalogadas com vínculos
criminais e de ocorrência de ataques a caixas eletrônicos; construção de base
de dados sobre esta modalidade criminosa; integração com demais órgãos do
Sistema de Defesa Social, Justiça Criminal e outras Agências de inteligência;
difusão oportuna de dados (quem, quando, onde); envolvimento dos Oficiais e
Sargentos integrantes do GAECO das diversas Regiões nas atividades; entre
outras específicas da atividade.

DURANTE A ATUAÇÃO, DEVERÁ (INCIDENTAL):

1. Certificar a notícia recebida de que está ocorrendo o roubo/furto à instituição


financeira, por meio de contato telefônico a moradores e/ou trabalhadores da
região, zelando pela integridade física dos policiais militares e de terceiros;
2. Colher, no local do evento, o maior número de informações do fato (quantidade de
infratores, características físicas, sotaques, modos de atuação, armamentos e
veículos utilizados, destino seguido durante a fuga, etc.);
3. Repassar informações ao CICOp/COPOM/SOU de referência, de maneira
célere, referente ao número de infratores, existência ou não de reféns,
vestimentas, veículos e armamentos utilizados na ação delitiva, existência de
miguelitos14, tipologia da ação delitiva, locais de fuga e evasão, etc., visando ao
acionamento de outras Unidades da Polícia Militar, bem como de outros órgãos
do sistema de segurança pública (Polícia Civil – inclusive a perícia; Polícia
Rodoviária Federal, Polícia Federal e GAECO);
4. Cientificar os policiais militares da Fração, depois de confirmada a ação
criminosa, por meio do plano de chamada, de maneira rápida e efetiva, com o
foco de zelar prioritariamente pela segurança dos militares e procedendo de
maneira célere a execução do plano de segurança da região atacada;
5. Aproximar-se dos locais onde os infratores se encontrem, cautelosamente e

14
Apetrechos de metal, em forma de pregos retorcidos, que tem por objetivo furar os pneus de
veículos e impedir aproximação de viaturas policiais.
42
sempre abrigado de possíveis disparos de arma de fogo (a coleta de informações
possui caráter central nesta aproximação); em caso de ser surpreendido em
aquartelamento ou residência notadamente em desvantagem, posicionará em
abrigo previamente definido respondendo aos ataques conforme necessidade e
conveniência (incluindo utilização de granadas de mão explosivas outdoor),
acionará cobertura ou, conforme a circunstância, deverá evacuar do local por rota
segura;
6. Orientar para que os policiais militares que estiverem de folga e/ou a paisana
permaneçam, durante a fase incidental, sem fardamento, a fim de se reagruparem
em local a ser definido pelo Comandante da Fração;
7. Difundir em mais de um meio de comunicação, visto a limitação dos dispositivos
eletrônicos, para que todos os policiais militares envolvidos na execução do cerco
e bloqueio recebam informações sobre o sentido de fuga dos infratores, atentando
quanto à possibilidade de confrontos (posicionando-se abrigados para pronta-
resposta);
8. Lançar mão de informações (incluindo informações de moradores próximos aos
locais previamente identificados como alvos potenciais) como vestimentas,
materiais, armamentos, equipamentos, mochilas, coletes, fardamentos, habilidade
dos infratores e veículos utilizados, a fim de assessorar as equipes de Inteligência
das Unidades envolvidas;
9. Utilizar dos meios disponíveis para montagem do bloqueios, conforme ensaios
previamente realizados. Os bloqueios devem ser de difícil destruição ou
transposições por veículos comuns e devem forçar a mudança de planejamento
dos infratores. É importante avaliar também a segurança, conveniência e
oportunidade, posto que a via a ser utilizada para montagem dos bloqueios
também é usada regularmente pela população em geral e pelas próprias forças
de segurança;
10. Atentar para ações dissimulatórias de fuga e evasão dos infratores, sobretudo
em relação a troca de veículos e vestimentas (incluindo caminhões e
motocicletas), homizios em fazendas e residências locais, etc;
11. Posicionar viaturas caracterizadas em uma segunda linha de bloqueio, afastada
dos bloqueios físicos primários, com os militares abrigados em pontos de
comandamento que estejam afastados da viatura;
12. Identificar os possíveis pontos de evasão dos infratores, realizando cerco em
estradas vicinais em todo o entorno da área utilizada como homizio e, mediante
supremacia de força, envidar esforços para a neutralização da Força Adversa;
13. Manter-se preparado e apto ao sucesso em eventual confronto.

APÓS A ATUAÇÃO, DEVERÁ (PÓS-INCIDENTAL):

1. Definir a viatura que será responsável pelo registro da ocorrência e demais


procedimentos preliminares;
2. Verificar se há alguma pessoa ferida nas proximidades do ponto crítico, devendo
43
ser prestada a devida assistência;
3. Isolar e preservar o local do incidente crítico, bem como acionar a perícia técnica;
4. Identificar eventuais cédulas ou outros materiais de valor, deixados pelos
infratores, adotando medidas de forma a evitar, possíveis saques pela população;
5. Verificar a possível existência de explosivos secundários, não detonados e
esquecidos e, de forma alguma, tocar nesses objetos suspeitos, acionando tropa
especializada;
6. Relacionar testemunhas e colher informações que visem identificar número de
infratores, reféns, vestimentas, veículos utilizados na ação delitiva, armamentos
utilizados, locais de fuga e evasão, bem como outras pessoas que possam estar
envolvidas de alguma forma no crime, consignando as entrevistas relevantes no
REDS;
7. Verificar a existência de câmeras de monitoramento de segurança nas
proximidades do local do evento e, em caso positivo, providenciar a preservação
das imagens que possam ser úteis à identificação dos autores do crime, subsidiar
a coleta de informações para rastreamento e a repressão imediata, bem como do
modo de operação do grupo criminoso, constando este fato no histórico do REDS;
8. Identificar presença de câmeras de filmagem no entorno e na instituição financeira
alvo do delito, visando subsidiar a coleta de informações para rastreamento e a
repressão imediata;
9. Manter uma equipe de policiais militares no local do evento, com o objetivo de
isolar, preservar e vigiar o local, sem tocar nos objetos, até a conclusão dos
trabalhos periciais;
10. Não permitir, em hipótese alguma, que curiosos e/ou terceiros
alterem/contaminem o local do crime (interior da agência e via pública);
11. Caso impossível a preservação integral da via pública até a chegada da perícia
criminal, nos casos de existência de estojos deflagrados e outros materiais de
interesse espalhados, sobretudo os manuseados pelos criminosos, providenciar a
apreensão dos mesmos com a utilização de luvas descartáveis, entregando-os,
posteriormente, aos peritos criminais ou qualquer outro policial civil presente no
local;
12. Ao adentrar no interior da agência para averiguação do local, fazê-lo de forma
segura, não alterando o estado dos objetos e realizando um único trajeto para
entrada e saída (preferencialmente em linha reta);
13. Caso haja explosivo não detonado no interior da agência, providenciar o
acionamento do BOPE-PM/GBE-PF/DEOESP-PC, o qual registrará o maior
volume de informações sobre o dispositivo, antes de inutilizá-lo, especialmente se
estiverem intactos eventuais códigos de barras ou outros elementos
identificadores;
14. Indicar aos peritos, no ambiente externo, os locais que contenham vestígios do
crime, tais como restos dos explosivos, barras de ferro, roupas, luvas, dentre
outros;
15. Havendo rastreamento, caso seja encontrado algum material proveniente do

44
crime e/ou veículos utilizados na ação delituosa, preservar, isolar, vigiar o local e
seus vestígios e acionar a perícia até a conclusão dos trabalhos periciais;
16. Preservar os vestígios e provas existentes no interior dos veículos utilizados na
ação delituosa, bem como evitar tocar nas maçanetas e demais partes do
automotor, para não inviabilizar os trabalhos de coleta de impressões digitais e
vestígios biológicos;
17. Redigir o REDS com riqueza de detalhes e elementos que viabilizem a
persecução criminal;
18. Identificar possíveis provas materiais envolvidas na ação delituosa e suas
carcterísticas, a fim de subsidiar futuras investigações;
19. Repassar as informações colhidas diretamente dos marginais presos com
envolvimento nesta prática criminosa à inteligência da Corporação;

6. ATIVIDADES CRÍTICAS

1. Aproximação – momento mais crítico e que demanda extrema segurança na


progressão tática, tanto a pé quanto embarcado - e coleta de informações nas
proximidades do Incidente Crítico;
2. Acionamento das Frações de apoio e comunicação dos fatos ao COPOM;
3. Utilização de estruturas físicas adaptadas para realização de cerco e bloqueio;
4. Execução do cerco e bloqueio conforme plano de segurança territorial de cada
cidade;
5. Confronto armado com quadrilha especializada em roubos/furtos a instituições
financeiras;
6. Utilização de abrigos, pontos de comandamento e pronta-resposta em caso de
ataque e/ou evacuação do local por rota segura previamente definida;
7. Verificação da existência de explosivos secundários no local.

7. AÇÕES CORRETIVAS

1. Caso haja pessoas alheias ao processo e que estejam circulando nos perímetros
de atuação e evasão dos infratores, deverá determinar que estes se abriguem
dentro de residências, comércios e locais fora de alcance dos criminosos;
2. Caso alguém tenha lesão grave, durante qualquer procedimento policial militar, a
prestação de socorro ao ferido será prioridade e, caso o desmembramento do
efetivo para o referido socorro não seja suficiente para a continuidade das
diligências, as guarnições deverão retrair da ocorrência priorizando o apoio a ser
prestado;
3. Caso haja explosão de caixa eletrônico, os policiais militares deverão priorizar o
cerco e bloqueio; em caso de deslocamento para as agências bancárias (ou alvo
da ação delitiva) deve se priorizar o deslocamento a pé e á paisana - ressalta-se
que, ocorrida explosão, a principal intenção dos infratores é deixar o local;
4. Caso haja uso de explosivos durante a ação criminosa deverá ser realizado os
procedimentos iniciais de verificação da agência e presença de artefatos

45
explosivos secundários ou não detonados, isolando o local e acionando o BOPE
nos casos em que objetos suspeitos forem localizados;
5. Caso sejam abandonados veículos durante a fuga dos infratores, a primeira
viatura que deparar com automóvel deverá realizar isolamento do local, para que
seja preservado o máximo de vestígios, a fim de auxiliar nos trabalhos de
rastreamento e perícia;
6. Caso haja existência de reféns durante a ação delituosa, deverão ser evitados, se
possível, disparos em direção aos infratores, visto a possibilidade de atingir os
reféns, bem como a tentativa de resgate das vítimas (importante receber
orientações do BOPE);
7. Caso os infratores consigam evadir do cerco e bloqueio, deverão ser reportadas
as rotas de fuga e destino, acompanhando a fuga, de maneira segura;
8. Caso os bloqueios executados não sejam suficientes para forçar que os infratores
abandonem seus veículos, libertem os reféns e acessem áreas rurais, deverá ser
ampliado o perímetro de cerco e bloqueio, a fim de impossibilitar a fuga dos
criminosos;

8. ERROS A SEREM EVITADOS

1. Parar a viatura próxima a ação delitiva;


2. Aproximar-se das agências financeiras atacadas de modo descuidado, sem
supremacia de força, com viaturas caracterizadas, sem a devida confirmação
remota da tipologia do incidente;
3. Precipitação individual, colocando em risco a integridade própria e/ou a de
terceiros;
4. Não obter ou deixar de retransmitir dados importantes na rede rádio;
5. Manter-se em local inseguro ou incompatível (sem campo de visão) com a
ameaça perpetrada por parte dos infratores;
6. Deixar de colher dados essenciais para confecção da ocorrência (testemunhas
que presenciaram os fatos, citação de armas, objetos e/ou quantias subtraídas,
etc.);
7. Deixar de informar dados importantes para a polícia judiciária;
8. Não acionar o BOPE, Unidades Especializadas e reforço de Frações vizinhas
assim que tomar conhecimento da ação delitiva para demais desdobramentos
decisórios, principalmente quanto ao deslocamento de efetivo especializado em
tempo hábil para apoio das frações;
9. Não acionar a DInt, deixando de promover ação integrada das Agências de
Inteligência locais e especializadas;
10. Deixar de verificar se não foram lançados miguelitos nas vias de acesso,
próximo a unidades e viaturas que possam causar lesões nos policiais e danos às
viaturas;
11. Acessar região de mata que desconheça, em rastreamento, sem a chegada do
BOPE;
12. Manusear artefatos explosivos não detonados no interior de instituições
46
atacadas;
13. Tocar, mexer, mover qualquer material (bolsa, mochilas, bonés, etc) deixados
pelos infratores, sem acionamento e/ou verificação de equipe de perícia; Caso
não seja possível a realização de perícia antes da liberação do local do evento o
policial militar empenhado na ocorrência deverá:
 Fotografar ou filmar todo o ambiente do local do crime, estando ele
seguro;
 Arrecadar materiais com potencial interesse pericial, sempre com o uso
de luvas descartáveis, destinando-os, juntamente com o REDS, em
invólucros lacrados, à Polícia Judiciária, exceto explosivo e seus
acessórios;
 Realizado o rastreamento, providenciar a arrecadação dos objetos de
crime eventualmente encontrados, em embalagens adequadas, com a
utilização de luvas; bem como no caso de localização do veículo
utilizado para a prática do crime, mantê-lo inviolado, exceto para
proceder à sua remoção, utilizando de luvas. Nessa hipótese, o
profissional do guincho credenciado ou o policial militar deverão ser
qualificados no REDS;
14. Deixar de se manter atento ao serviço operacional ou desinteressado ao próprio
preparo profissional.

9. OBSERVAÇÕES

Reféns–Deve ser evitada a realização de disparos em desfavor dos infratores


quando estes estiverem em posse de reféns. A finalidade dos perpetradores em
manter reféns é garantir a integridade dos criminosos durante a fuga,
desaconselhando, portanto, que sejam realizados disparos em desfavor para não
ocasionar resultado mais gravoso.

Policial desabrigado/descoberto – Verifica-se que, quando os criminosos dessa


modalidade se deparam com policiais militares fardados ou viaturas, não hesitam em
atirar. Desta forma, policiais militares não deverão permanecer desabrigados quando
se depararem com essa modalidade criminosa, principalmente se estiverem
fardados e/caracterizados.

Planejamento de cerco e bloqueio – envidarão esforços de forma integrada entre


APM, CPE, DInt, DAOp (CICOp) e RPM para confecção de planejamento quanto a:
treinamento, Plano de Chamada, Plano de Cerco e Bloqueio (Plano de Ação
Imediata), POP, Plano de Segurança do Aquartelamento, Mapeamento de Riscos da
Cidade, Plano de Mobilização e Vinculação Local.

(a) HELBERT FIGUEIRÓ DE LOURDES, CEL PM


COMANDANTE-GERAL

47
APÊNDICE II (MODELO DE PLANO DE CERCO E BLOQUEIO) À INSTRUÇÃO Nº
3.03.23/2017 – CG.

RPM
UEOP

PLANO DE CERCO, BLOQUEIO E INTERCEPTAÇÃO – 2017

Ref.: - Resolução Nº 4145 – CG, de 09 de junho de 2011 (Regula Procedimentos


relativos a Cerco Bloqueio e Interceptação).
- Memorando Nº 30.467.5/13 – EMPM, de 18Out13 (Planejamento das
Operações de Cerco, Bloqueio e Interceptação).
- Caderno Doutrinário nº 04 - Abordagem a Veículos (Manual Técnico
Profissional 3.04.04/2013 - CG).
- Memorando Nº 30.301.4/14 – EMPM, de 27 de junho de 2014
(Recomendações Técnicas quanto a Operação de Cerco, Bloqueio e Interceptação).
- Plano Cerco e Bloqueio - 17º BPM e 41º BPM.

1 OBJETIVOS
1.1 Padronizar procedimentos e especificar os locais a serem ocupados pelas
viaturas policiais, em sua respectiva UEOp;
1.2 Maior coordenação e controle;
1.3 Potencializar o emprego dos recursos humanos e logísticos no teatro de
operações;
1.4 Aumentar à eficiência nas ações de repressão às ofensivas criminosas
violentas contra as instituições financeiras.

2 MISSÃO
2.1 Geral
2.1.1 Potencializar a atuação policial militar no caso de ofensivas violentas contra
instituições financeiras.

2.2 Específica
2.2.1 Localizar e interceptar os veículos conduzidos pelos autores de crimes com
uso de violência contra instituições financeiras na área da UEOp ou em áreas
limítrofes.
48
3 EXECUÇÃO
3.1 Acionamento
3.1.1 Assim que o militar da fração atacada solicitar o apoio, caberá ao
CPU/CPCia, determinar ao COPOM/SOU/CICOp, a ativação do plano de CERCO e
BLOQUEIO;

3.2 Coordenação e controle


3.2.1 Caberá ao COPOM/SOU/CICOp, na seguinte ordem:
a) determinar o deslocamento das viaturas policiais, não empenhadas (ou
empenhadas em ocorrências de menor relevância), para os pontos de interceptação
e bloqueio, pré-determinados, vide anexos;
b) realizar os contatos com outras instituições que possam contribuir para o
êxito da operação (postos federais, pedágios, etc..);
c) estabelecer contato com as UEOp (BOPE e BtlRpAer), visando obter apoio
técnico/ operacional;
d) reestabelecer a linha de comando, dando conhecimento da ocorrência aos
Comandantes direto em seus diversos níveis.
3.2.2 Todas as ações, descritas no item anterior, deverão ser supervisionadas e
controladas pelo CPU/CPCia. Acrescenta se a ainda que na impossibilidade de
operacionalização dos procedimento, via COPOM/SOU/CICOp, caberá ao
CPU/CPCia assumi-las.

3.3 Do Cerco e Bloqueio


3.3.1 A operação de cerco e bloqueio é uma intervenção policial militar de nível 03
(repressiva), que visa compelir o infrator a cessar a resistência, em obediência a
uma ordem policial legal, forçando-o a parar o deslocamento, a fim de que seja
abordado.
3.3.2 Durante a operação, viaturas poderão bloquear a via totalmente ou
parcialmente, salientando que nos caso em epígrafe, sugere-se o bloqueio total da
via.
3.3.3 Utilizar dos meios disponíveis para montagem do bloqueios, conforme
ensaios previamente realizados. Os bloqueios devem ser de difícil destruição ou
transposiçãos por veículos comuns e devem forçar a mudança de planejamento dos

49
infratores. É importante avaliar também a segurança, conveniência e oportunidade,
posto que a via a ser utilizada para montagem dos bloqueios também é usada
regularmente pela população em geral e pelas próprias forças de segurança.
3.3.4 Posicionar viaturas caracterizadas em uma segunda linha de bloqueio,
afastada dos bloqueios físicos primários, com os militares abrigados em pontos de
comandamento que estejam afastados da viatura;
3.3.5 As ações executadas no teatro de operações deverão estar harmonizadas
com os conceitos descritos no Caderno Doutrinário nº 04 e as orientações descritas
na presente instrução.

4 PRESCRIÇÕES DIVERSAS
4.1 Ao plano de Cerco e bloqueio deverá contemplar as ações de forma macro,
inclusive com a harmonização com as RPM circunvizinhas;
4.2 As Seções de Emprego Operacional das UEOp deverão criar pontos de cerco
e bloqueio dentro da respectiva áreas, considerando inclusive os
Subdestacamentos/Sub Gp;
4.3 Para a propositura dos pontos de cerco e bloqueio alguns aspectos são de
suma importância, a saber:
a) trajetos de aproximação às agências bancárias do município, bem como
saídas e entradas da cidade, sobretudo as vicinais;
b) zonas rurais e estradas vicinais, bem como sítios e fazendas abandonadas e
utilizadas para aluguéis de temporada;
c) conhecimento das agências financeiras no município da fração destacada.
4.4 Testar, periodicamente, o plano, bem como, contabilizar o tempo de
operacionalização de cerco e bloqueio, serviço em horários diversos.
Local, Data.
COMANDANTE

(a) HELBERT FIGUEIRÓ DE LOURDES, CEL PM


COMANDANTE-GERAL
ANEXOS:
Anexo “A”: Pontos de Cerco e Bloqueio (constar mapa, endereço, prioridade de ocupação).
Anexo “B”: Catálogo Telefônico de Unidades e Autoridades (constar os números telefônicos a serem
acionados por ordem de prioridade).

50
APÊNDICE III (MODELO DE PLANO DE CHAMADA) À INSTRUÇÃO Nº 3.03.23/2017 – CG.

RPM
UEOP

PLANO DE CHAMADA 2017 DA FRAÇÃO DE _______________________________

NR P/G NOME CELULAR (PRIMÁRIO) TELEFONE (SECUNDÁRIO) LIGAR PARA


0.0 CMT 1e2
1 2e3
2 3e4
3 4e5
4 5e6
5 6e7
6 7e8
7 8e9
8 9 e 10
9 10 e 11
10 11 e 12
Obs: _ O militar que deparar com INCIDENTE CRÍTICO deverá imediatamente acionar o militar “0.0”, este por sua vez acionará o plano de chamada e repassará as
ordens e ponto de encontro seguro;
_ Sugere se que o militar “0.0” seja o Comandante da Fração e a relação siga por antiguidade;
_ Não conseguindo contatar o militar referenciado sob sua responsabilidade, deverá imediatamente ser dado conhecimento ao militar “0.0”;
_ Não conseguindo acionar o militar de sua responsabilidade, você deverá ligar para os militares de responsabilidade do militar não contatado. Ex: Policial Mlitar
(PM) 01 não conseguiiu ligar para o PM 3. O PM 01 deverá ligar para os PM's4 e 5 ( de responsabilidade do PM 3);
_ Testar, periodicamente, o plano, bem como, contabilizar o tempo de recolhimento e percentual de presença;
_ Criar modelo reduzido para ser acondicionado junto a carteira funcional do militar ou em mídia digital.

(a) HELBERT FIGUEIRÓ DE LOURDES, CEL PM


COMANDANTE-GERAL
APÊNDICE IV (MODELO DE PLANO DE SEGURANÇA E DEFESA DE
AQUARTELAMENTO) À INSTRUÇÃO Nº 3.03.23/2017 – CG.

RPM
UEOP

PLANO DE SEGURANÇA E DEFESA DO AQUARTELAMENTO

1 SITUAÇÃO
O atual cenário da segurança no Brasil exige que as instituições responsáveis
pela manutenção da ordem pública tenham preparo técnico e profissional
aceitável frente aos problemas sociais que vem ocorrendo. Esses fatos têm
aumentado e chegam até às sedes dos aquartelamentos com invasões e
ofensivas. Desta forma, para combater essas ações delituosas surge a
necessidade da criação de planos de segurança exequíveis e objetivos,
capazes de serem empregados com eficiência e eficácia, utilizando-se dos
recursos humanos e logísticos alocados às guardas dos quartéis. O objetivo
desses planejamentos e estratégias de proteção dos quartéis visam eliminar
e/ou minimizar ataques, invasões e demais ocorrências que possam
comprometer a incolumidade dos policiais militares e civis que estejam no
interior dos estabelecimentos, especificamente sob a responsabilidade da
Policia Militar de Minas Gerais.

1.1 Informações Gerais


(Citar vias de acessos externos ao quartel).

1.2 Estrutura Física


(Citar as características e estruturas internas do quartel).

2 ELEMENTOS E FATORES ADVERSOS


Exemplos:

52
- Grande extensão territorial;
- Efetivo pequeno empregado na guarda;
- Grande fluxo de pessoas e veículos adentrando nas dependências do
quartel;
- Quadrilhas organizadas dispostas a atacar o aquartelamento para
conter a ação policial militar e praticar furtos/ roubos a instituições financeiras;

3 ELEMENTOS E FATORES FAVORÁVEIS


Exemplo:
- Presença constante de militares nas dependências do quartel nas
chamadas dos turnos, execução de instruções e efetivo da administração;
- Constante movimentação de viaturas nas dependências da Unidade;
- Sistema de segurança (câmeras) no CTPM com acompanhamento
durante o dia.

4 PONTOS SENSÍVEIS
Pontos sensíveis são as partes vitais de um estabelecimento, que, se
danificadas ou tiverem suas características normais alteradas, comprometem a
segurança e a integridade física dos seus componentes e instalações:
Exemplo:
Central de energia elétrica;
Reserva de Armamento, munição e equipamento: localizada no
complexo norte; (Sala de operações, bombas de combustíveis, etc).

5 PONTOS VULNERÁVEIS
São os locais que, pela característica de sua construção ou situação que se
apresentam, oferecem grande facilidade em serem transpostos, tornando-se
pontos de grande preocupação para a guarda.

5.1 Muros
5.2 Residência localizada junto ao quartel
5.3 Portões de acesso à Cia

53
6 MISSÃO

6.1 Geral
Executar o policiamento ostensivo de guarda mantendo a segurança dos
aquartelamentos, garantindo a integridade física de seus componentes e a
proteção de suas instalações vitais.

6.2 Particular
1) Prevenir/reprimir qualquer tentativa de invasão ao aquartelamento, seja com
o intuito de sabotagem, terrorismo, furto, roubo ou extravio de bem da fazenda
pública;
2) Controlar o acesso do público interno/externo às dependências do
Complexo;
3) Acionar Plano de Chamada no caso de Situação Eventual ou Anormal,
mediante ordem do Comandante;
5) Repassar ao Comando qualquer alteração no serviço ocorrida no interior do
aquartelamento.

6.3 Eventual
1) Orientar e informar o público;
2) Prestar socorro em caso de acidente;

7 EXECUÇÃO
7.1 Hipótese “A” – Situação Ordinária
Será utilizada uma estrutura simples de composição de efetivo. A Guarda deve
se composta da seguinte forma:
1) 01 Sargento/Cabo – Comandante da Guarda;
2) 01 Cabo/Soldado – Chefe da Sala de Operações;
3) 02 Cabo/Soldado – Posto 01.

54
7.2 Hipótese “B” – Situação de Prontidão
É a situação de iminente quebra da ordem pública, com prováveis distúrbios
que possam interferir com a integridade física do Quartel e com a incolumidade
física das pessoas que o frequentam. Caracteriza-se por ameaças de invasão
ao aquartelamento ou até mesmo uma invasão concreta. Esta hipótese
somente será ativada mediante ordem do Comandante.
Descrever as ações em caso de ofensivas ao quartel.

(Identificar pontos de comandamento e/ou rotas de fuga no interior do


aquartelamento, que tragam segurança no caso de ofensivas contra a
fração policial da PMMG.)

8 PRESCRIÇÕES DIVERSAS
8.1 Sempre que possível, os militares dispensados de serviço externo ou
outras dispensas correlacionadas deverão ser empregados na Guarda como
auxiliares;

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS
9.1 Deverá ser mantido na Sala de Operações da Unidade / Fração, a cópia
do Plano de Recolhimento.
9.2 Deverá ser mantido no Corpo da Guarda cópia do Plano de Segurança.

Local, Data

COMANDANTE

(a) HELBERT FIGUEIRÓ DE LOURDES, CEL PM


COMANDANTE-GERAL

55
APÊNDICE V (ORIENTAÇÕES PARA CONFECÇÃO DE REDS) À
INSTRUÇÃO Nº 3.03.23/2017 – CG.

1 Natureza do REDS

De acordo o Boletim Técnico 01/2011-CINDS/DAOp, a natureza principal das


ocorrências visa classificar e codificar os fatos perante a legislação vigente.
Quando houver mais de um delito ou fato na mesma ocorrência, a natureza
principal deverá ser o fato mais grave. Conforme complexidade do evento, o
sistema REDS tem a opção do relator inserir outras naturezas (secundária,
terciária e quaternária). Havendo mais de quatro naturezas no REDS, o militar
responsável pela confecção deverá descrever no histórico as demais condutas
praticadas.

1.1 Via de regra, deve-se:

a) Codificar a ocorrência em que houver a explosão do terminal eletrônico


e subtração de valor monetário com a natureza C 01.157 (roubo qualificado
consumado a banco, incluindo o emprego de explosivo no meio utilizado),
considerando a grave ameaça pelo uso de arma de fogo, muitas vezes de
calibre restrito;
b) Codificar a ocorrência em que houver a explosão do terminal eletrônico
e subtração de valor monetário com a natureza C 01.155 (furto qualificado
consumado a banco, incluindo o emprego de explosivo no meio utilizado); 15
c) Codificar a ocorrência em que houver a explosão do terminal eletrônico
sem a subtração de valor monetário com a natureza C 01.155 (furto qualificado
tentado a banco, incluindo o emprego de explosivo no meio utilizado);
d) Codificar a ocorrência em que não houver a explosão do terminal
eletrônico e subtração de valor monetário com a natureza C 01.155 (furto

15
Caso ocorra o emprego de força ou grave ameaça (com o emprego de arma de fogo por
exemplo) a natureza principal deverá ser de roubo (C 01.157) cuja conduta é mais gravosa que
a de furto.

56
qualificado tentado a banco, incluindo o meio utilizado para tentar romper o
terminal);
e) outros (Codificar a ocorrência com outra natureza, conforme análise in
loco pelo comandante do policiamento).
f) em todos os casos, avaliar, de acordo com a conduta delitiva, a
conveniência de acrescer a natureza E 01.251 (Explosão) como natureza
secundária, constando no histórico do REDS o almoldamento da conduta ao
tipo penal capitulado no art. 251 do CP.

1.2 Alvo do Evento

O Alvo do evento, para fins de referência, serve para especificar o


recebedor/foco da ação. Trata-se de um campo de preenchimento que deve
ser cuidadosamente observado, haja vista que poderá ocorrer o registro
equivocado do objeto que foi alvo da ação. No caso das explosões de caixas
eletrônicos o Alvo do evento, em regra, será o Caixa eletrônico (Cód. 1202)16.

16
O correto preenchimento dos campos estruturados do REDS é primordial para a extração
de dados estatísticos fidedignos do Armazém de Dados/ SIDS.

57
1.3 Descrição do lugar

A descrição do lugar tem como finalidade identificar o local onde realmente


aconteceu o evento. Em alguns casos, esse tipo de informação é trazida,
equivocadamente, para campo “alvo do evento”. Em alguns registros é comum
que os redatores preencham incorretamente este campo com a opção “via de
acesso pública”, quando existe a possibilidade de selecionar um campo mais
condizente com a realidade. Observa-se que a descrição do lugar contempla
quase todos os estabelecimentos possíveis, necessitando apenas que o
redator procure, dentre as opções, a que mais se amolda ao evento.

Nas explosões de caixas eletrônicos o mais comum é que a descrição do lugar


seja preenchido com as opções: Banco/Casa de Câmbio que é um subitem de
instituições financeiras e Agência dos Correios, que está dentro de Instituição
pública.

Quando a explosão for em agências bancárias deve-se preencher o campo


com a opção Banco/Casa de Câmbio, conforme figura abaixo a seguir.

58
Caso a explosão tenha como alvo agências dos Correios deve-se preencher o
campo com a opção Agência de Correio, que está dentro de Instituição
Pública.

Se a explosão ocorrer dentro de uma casa lotérica o militar deverá preencher o


campo com a opção Casa Lotérica, que é subitem de estabelecimento
comercial / serviços, conforme figura abaixo.

59
1.4 Meio Utilizado
O campo de meio utilizado, que fica nos dados finais do REDS, destina-se a
identificar o provável instrumento ou meio utilizado para a prática do delito.
Deve-se evitar preencher esse campo com a nomenclatura “outros – meio
utilizado”, “meio utilizado – ignorado” e “meio utilizado – inexistente”. O policial
militar deverá sempre buscar a melhor opção para preenchimento desse
campo, de modo que a opção escolhida seja pertinente com a natureza,
complemento da natureza e demais orientações contidas na DIAO. Assim,
quando ocorrer o arrombamento de caixas explosões com o uso de explosivo o
militar deverá preencher o campo meio utilizado com a opção
“Arrombamento/Rompimento de obstáculo c/Explosivo”.

(a) HELBERT FIGUEIRÓ DE LOURDES, CEL PM


COMANDANTE-GERAL

60
61
Página: ( - 63 - )

( - Separata do BGPM Nº 97, de 28 de Dezembro de 2017 - )

HELBERT FIGUEIRÓ DE LOURDES, CORONEL PM


COMANDANTE-GERAL

CONFERE COM O ORIGINAL:

ADRIANA VALERIANO DE SOUZA, TEN CEL PM


RESPONDENDO PELA AJUDANCIA-GERAL

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