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AJUDÂNCIA-GERAL
SEPARATA
DO
BGPM
Nº 42
DIRETRIZ Nº 3.01.10/2019-CG
Belo Horizonte
2019
( - SEPARATA DO BGPM Nº 42, DE 04 DE JUNHO DE 2019 - ) PÁGINA: ( - 2 - )
Belo Horizonte - MG
2019
( - SEPARATA DO BGPM Nº 42, DE 04 DE JUNHO DE 2019 - ) PÁGINA: ( - 3 - )
41p.
CDU – 351.746(815.1)
CDD – 352.2
ADMINISTRAÇÃO
Comando-Geral da Polícia Militar
Quartel do Comando-Geral da PMMG
Cidade Administrativa Tancredo Neves, Edifício Minas,
Rodovia Papa João Paulo II, nº 4143 – 6º Andar, Bairro Serra Verde
Belo Horizonte – MG – Brasil - CEP 31.630-900
GOVERNADOR DO ESTADO
ROMEU ZEMA NETO
COMANDANTE-GERAL DA PMMG
CEL PM GIOVANNE GOMES DA SILVA
SUBCOMANDANTE-GERAL DA PMMG
CEL PM MARCELO FERNANDES
SUPERVISÃO TÉCNICA
TEN CEL PM WAGNER ALAN DE MATTOS
CHEFE DA ASSESSORIA ESTRATÉGICA DE EMPREGO OPERACIONAL
REDAÇÃO
MAJ PM CLÁUDIO ALVES DA SILVA
MAJ PM SANDRO ALEX CANUTO GONÇALVES
MAJ PM RICARDO MARTINS DE ALMEIDA
MAJ PM RICARDO AMARAL RABELO
CAP PM RICARDO L. A. GONTIJO FOUREAUX
CAP PM ROBSON ROMIE LOPES PEREIRA
CAP PM RICARDO PEREIRA DE ARAÚJO GOMES
CAP PM RONAN SASSADA SILVA
2º SGT PM LANDO MAX CESÁRIO DA SILVA
REVISÃO DOUTRINÁRIA
TEN CEL PM WAGNER ALAN DE MATTOS
MAJ PM SANDRO ALEX CANUTO GONÇALVES
3º SGT PM DANIELLE SUELI VENTURA
REVISÃO FINAL
TEN CEL PM WAGNER ALAN DE MATTOS
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PREFÁCIO
A filosofia de Polícia Comunitária perpassa por diferentes interpretações desde que foi
implantada como estratégia de atuação policial. A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG)
vem, desde a década de 1960, lapidando o entendimento referente a esta temática para
aprimorar os conceitos na prestação de serviços policiais.
Prova desta evolução se dá pela constante atualização dos documentos normativos que
orientam o desenvolvimento da Polícia Comunitária em Minas Gerais. Desde 1993, quando
a PMMG institucionalizou esta filosofia como estratégia de policiamento, com a promulgação
da Diretriz de Planejamento de Operações (DPO) n. 3.008/93, o conceito foi constantemente
atualizado com a edição de outros documentos normativos: Diretriz para Produção de
Serviços de Segurança Pública (DPSSP) n. 04/02 que regulava a Polícia Comunitária e a
Diretriz para Produção de Serviços de Segurança Pública 3.01.06/2011, que incluía
indicadores de qualidade para avaliar o serviço de Polícia Comunitária.
Esta Diretriz de Polícia Comunitária é mais um importante passo neste processo contínuo de
atualização, que complementa todo arcabouço de conhecimento trazido pelos documentos
anteriores. De forma sintética e objetiva, apresenta uma evolução histórica da Polícia
Comunitária, embasada em experiências internacionais e como essa filosofia foi implantada
no Brasil e em Minas Gerais. Destaca a tradução dos princípios e características do
policiamento comunitário na PMMG, permitindo dar respostas eficazes às demandas
sociais.
Esta diretriz tem como objetivo servir de parâmetro para que os policiais militares possam,
mais do que saber conceituar, pôr em prática o policiamento comunitário, de forma a manter
a Polícia Militar de Minas Gerais como uma importante protagonista desta estratégia no
cenário nacional, proporcionando melhoria da qualidade de vida da população.
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 8
2 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 9
2.1 Geral ................................................................................................................................ 9
2.2 Específicos ...................................................................................................................... 9
3 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA POLÍCIA COMUNITÁRIA.................................................. 10
3.1 Origem do Policiamento Comunitário ............................................................................. 10
3.2 Polícia Comunitária no Brasil ......................................................................................... 11
3.3 Polícia Comunitária em Minas Gerais ............................................................................ 13
4 A POLÍCIA COMUNITÁRIA E SEUS PRINCÍPIOS APLICADOS NA PMMG .................. 18
4.1 Conceito ........................................................................................................................ 18
4.2 Os Princípios da Doutrina de Polícia Comunitária na PMMG ......................................... 20
5 POLICIAMENTO COMUNITÁRIO E SUAS PRÁTICAS NA PMMG ................................. 27
5.1 Serviços de Policiamento Comunitário ........................................................................... 27
5.2 Reuniões Comunitárias .................................................................................................. 28
5.3 Visitas Comunitárias ...................................................................................................... 28
5.4 Contatos Comunitários .................................................................................................. 30
5.5 Projetos de Polícia Comunitária ..................................................................................... 30
6 MOBILIZAÇÃO SOCIAL .................................................................................................. 32
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 36
8 PRESCRIÇÕES DIVERSAS ............................................................................................. 38
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 39
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1 INTRODUÇÃO
A PMMG, no fiel cumprimento do art. 144, § 5°, da Constituição Federal, desenvolveu dentro
de sua competência, vastas legislações aplicáveis à manutenção da ordem pública e
preservação da incolumidade das pessoas e do patrimônio. Dentre estas legislações,
apresenta-se a Diretriz de Polícia Comunitária.
O poder de decisão, a criatividade e a inovação são atitudes que devem ser encorajadas em
todos os níveis da agência policial. Neste sentido, a Diretriz de Polícia Comunitária traça
estratégias que resgatam a abordagem do policiamento orientado para resolução de
problemas, com o propósito de realçar a participação da comunidade por intermédio de
ações, discussões e atitudes. Dessa forma, busca reduzir as taxas de ocorrências e o medo
do crime, além de demonstrar a proximidade da polícia junto à comunidade. A polícia
necessita da cooperação das pessoas para prevenir e reprimir o crime, assim como os
cidadãos necessitam comunicar com a polícia para transmitir informações relevantes.
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2 OBJETIVOS
2.1 Geral
2.2 Específicos
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A concepção de que a polícia poderia atender de maneira mais apropriada aos cidadãos
contribuiu para a ideia de um policiamento próximo à comunidade, sob a égide de uma
ideologia preventiva que se disseminaria pelo mundo.
Skolnick e Bayley (2002, p. 52) lecionam que “[...] o sistema de policiamento comunitário
mais antigo é o japonês”. Esclarecem também que antes mesmo do policiamento
comunitário se tornar popular no século XIX, já existiam suas primeiras manifestações no
Japão, com o modelo de segurança pública realizada por samurais pagos pelas vilas para
conseguir proteção contra invasores e ladrões. O modelo nipônico é calcado numa ampla
rede de postos policiais denominados Kobans e Chuzaishos.
Em 1829, o Primeiro-Ministro Inglês Sir Robert Peel criou a Real Polícia Metropolitana de
Londres, tida por vários autores como a primeira organização policial moderna. Ele
estabeleceu nove princípios para regê-la, todos em sintonia com a filosofia de Polícia
Comunitária. Um dos princípios diz: “[...] A polícia deve se esforçar para manter
constantemente com o povo [comunidade] um relacionamento que dê realidade à tradição
de que a polícia é o povo [comunidade] e o povo é a polícia” (MARCINEIRO; PACHECO,
2005 1 citado por AMORIM, 2009).
No período de 1914 a 1919, Arthur Woods, Comissário de Polícia de Nova Iorque, nos EUA,
começou a incutir na base da Polícia e da comunidade, através de uma série de
conferências na Universidade de Yale, a percepção da importância social, da dignidade e do
valor público do trabalho do policial. Inovou ao criar o policial júnior para visitar as escolas,
sendo suas ações consideradas a primeira versão do policiamento comunitário nos Estados
Unidos (SKOLNICK; BAYLEY, 2002).
Conforme define Souza (2003), historicamente, o policiamento nos EUA foi dividido em três
períodos fundamentais, denominados “Eras”. O 1º período, “Era Política”, foi
caracterizado por um policiamento que desempenhava diversas funções sociais e sem
profissionalização. O 2º período, “Era da Reforma ou Profissional”, foi o momento em
que surgiram as Academias de Polícia com o objetivo de formar profissionais com foco no
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MARCINEIRO, Nazareno; PACHECO, Giovanni. Polícia comunitária: evoluindo para a polícia do século XXI.
Florianópolis: Editora Insular, 2005
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ERA DA RESOLUÇÃO DE
ERA DA
CARACTERÍSTICAS ERA POLÍTICA PROBLEMAS COM A
REFORMA
GERAIS 1830-1930 COMUNIDADE
1930-1980
1980-2000
Autorização
Lei e Lei, profissionalismo e
e Político local e lei
profissionalismo comunidade
legitimidade
Controle do crime,
manutenção da Controle do crime, prevenção ao
Função Controle do crime
ordem e serviço crime e resolução de problemas
social amplo
Relacionamento Profissional e
Íntimo Íntimo
com a Comunidade distante
Patrulhamento
Táticas Patrulhamento a pé e
Patrulhamento motorizado e
e envolvimento da comunidade para
a pé acionamento por
Tecnologias solução dos problemas
telefone
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Desta forma, segundo Freire (2009), diante da política de Segurança Pública do Brasil,
“responsabilidade de todos para a garantia da Ordem Pública”, sob a premissa de uma
polícia de aproximação social, proativa, que deve trabalhar em parceria com a comunidade,
com o governo e demais agências de serviços, marca o contínuo movimento de reformas
administrativas e operacionais das instituições policiais brasileiras.
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O Capitão Antônio Norberto dos Santos 2 foi o primeiro Comandante dessa nova Companhia
e o responsável por escrever doutrinas de emprego, relatórios de resultados da atuação da
Companhia e um dos primeiros manuais institucionais para estabelecer padrões de
policiamento (COTTA, 2014).
Esta doutrina aponta uma série de iniciativas e práticas, as quais têm vínculo com o
policiamento comunitário e resolução de problemas, mesmo sem haver, à época, a
existência dessa teoria e estratégias escritas e sistematizadas. O que existia até então eram
as práticas e iniciativas descritas abaixo:
2 O Oficial foi precursor na estruturação da Companhia responsável pelo policiamento ostensivo, com
exclusividade pela PMMG, além de elaborar a obra “Policiamento: Manual de Instrução Policial Básico”, a qual
serviu para nortear a atuação policial operacional no policiamento ostensivo (SOUZA, 2003).
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Dessa forma, o modelo comunitário de policiamento, que foi tacitamente preterido, passa a
ser novamente discutido e sistematizado operacionalmente após a promulgação da
Constituição Federal de 1988.
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Apesar de bem avaliado no ano de 1990, com 70% de aprovação popular, o Policiamento
Distrital foi desativado em 1991, devido a alguns fatores: foco na estratégia tradicional do
policiamento ainda presente junto aos Comandantes, ausência de treinamento da tropa e
necessidade de recursos orçamentários (ESPÍRITO SANTO; MEIRELES, 2003; SOUZA,
2003).
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4.1 Conceito
Polícia Comunitária é um termo que se refere exatamente à atividade policial por excelência,
cujos objetivos se dirigem à comunidade. Conforme Rosembaum (2002) e Skolnick e Bayley
(2002), o termo Polícia Comunitária representa um marco na mudança da forma de fazer
polícia na sociedade contemporânea. E não somente isso, mas um retorno daquilo que
sempre deveria ter sido a atividade de polícia.
Para construção de uma estratégia de polícia comunitária devem ser buscados como
objetivos, a parceria, o fortalecimento, a resolução de problemas, a prestação de contas e a
orientação para a comunidade. A polícia deve trabalhar em parceria com a sociedade, com
o governo, órgãos públicos e privados. O principal questionamento deve ser: “Como
podemos trabalhar juntos para resolver este problema?” Portanto, as lideranças da
comunidade, órgãos públicos e privados em conjunto com a Polícia devem estar envolvidos
em todas as fases do planejamento e execução do policiamento comunitário.
Ainda de acordo com Cerqueira (2001), qualquer organismo com uma função policial faz
parte, na realidade, da sociedade. A estratégia comunitária vê o controle e a prevenção do
crime como resultado da parceria com outras atividades.
Isto significa dizer que os recursos do policiamento, articulados com os novos recursos
comunitários, são instrumentos essenciais para a prevenção do crime. Em outras palavras,
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os membros da comunidade assumem seu real papel de cidadãos que atuam juntos da
polícia para o bem comum.
Para a compreensão deste conceito de Polícia Comunitária, será necessária ainda uma
análise de seus componentes:
a) Filosofia
b) Estratégia
c) Organizacional
Da organização Policial Militar; se aplica a qualquer estrutura que possua uma função
policial, de fiscalização ou de atendimento à comunidade;
d) Parceria
f) Qualidade de vida
Para efeitos desta Diretriz, qualidade de vida é o conjunto de condições ou situações que
delineiam o viver e o conviver do cidadão na comunidade.
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Os Princípios são um conjunto de normas ou padrões de conduta a serem seguidos por uma
pessoa ou instituição de forma a sedimentá-los. No que tange a Polícia Comunitária, inclui-
se uma moderna visão da gestão da segurança pública, em que a cultura organizacional é
transformada. Tal visão é trazida à existência pelo exercício concomitante de alguns
princípios que a PMMG adota, dentre eles:
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A polícia deve adotar como rotina a resolução de problemas de segurança pública, que
atinja a qualidade de vida da comunidade, da mesma forma que cotidianamente realiza
atendimento de ocorrências, abordagens a suspeitos, dentre outros.
O foco não pode ser somente os problemas de crimes, mas, também, o medo do crime e as
desordens que interferem no cotidiano das pessoas e geram intranquilidades que podem
favorecer o crime.
– Medo do crime: faz com que as pessoas deixem de frequentar locais públicos e,
por conseguinte, diminuam a capacidade de regular o comportamento social, aumentando,
assim, as oportunidades dos infratores da lei para cometerem delitos e desordens, pois não
se sentirão vigiados.
3 “Existe uma diferença entre política de segurança pública e política pública de segurança. A primeira são todas
as ações estatais comprometidas especificamente com a manutenção da ordem pública e criadas para este fim.
A segunda são políticas que não são criadas para o controle da criminalidade, porém afetam indiretamente a
segurança” (SILVA, 2013, p.27).
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– Crimes: geram medo à comunidade e podem causar desordens, haja vista que
infratores da lei tendem, também, a desrespeitar as regras sociais informais, bem como
desorganizar ambientes.
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c) Autonomia e Criatividade
Por sua vez, este novo papel institucional exigirá por parte do policial militar, o
desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e atitudes diferenciados. Afirma Freitas
(2003) que o policial comunitário precisa ser um tradutor multilíngue capaz de falar as
línguas de todos os parceiros; ter habilidades interpessoais, comunicação, negociação,
visibilidade holística sobre o policiamento comunitário e mediação de conflitos; guiar
projetos, encorajando e motivando a comunidade; ser uma pessoa proativa, dinâmica,
criativa, com iniciativa e saber ouvir, conforme perfil profissiográfico do policial comunitário
demonstrado na Figura 3:
4 Desconcentração é a distribuição do serviço dentro da mesma Pessoa Jurídica, no mesmo núcleo, razão pela
qual será uma transferência com hierarquia. É diferente de descentralização, que consiste na Administração
Direta deslocar, distribuir ou transferir a prestação do serviço para a Administração Indireta ou para o particular.
Note-se que, a nova Pessoa Jurídica não ficará subordinada à Administração Direta, pois não há relação de
hierarquia, mas esta manterá o controle e fiscalização sobre o serviço descentralizado (REDE DE ENSINO LUIZ
FLÁVIO GOMES, 2008).
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e) Setorização
Para maior êxito deste processo, mostra-se importante a fixação do efetivo junto ao setor
e/ou público específico. Isto permitirá que os policiais militares sejam conhecidos pela
comunidade e aqueles, por sua vez, entendam toda a realidade local. Esse vínculo cotidiano
permitirá maior eficiência no direcionamento das estratégias de policiamento, resolução de
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problemas, ações e operações que atendam aos anseios comunitários, bem como alicerçar
a relação de confiança entre a comunidade e polícia.
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Tal raciocínio é apoiado pelas palavras de Wadman (1994), que define o policiamento
comunitário como uma maneira inovadora e mais poderosa de concentrar as energias e os
talentos da polícia, na direção das condições que frequentemente dão origem ao crime e a
repetidas chamadas por auxílio local, o que deve passar, obrigatoriamente, pelo
comprometimento do policial militar.
Para a realização de sua missão, a PMMG possui um rol de serviços previstos em sua
doutrina, os quais são executados para o cumprimento das atribuições legais. Neste rol de
serviços, encontram-se aqueles que têm vinculação com a prática de policiamento
comunitário e são conceituados como:
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Como tais serviços podem ser desconcentrados por território ou público específico, o
conceito operacional de atuação destes encontra-se regulado por Instruções, Diretrizes e
demais documentos normativos da PMMG.
Conceitualmente, a reunião comunitária pode ser definida como um encontro coletivo, o qual
conta com a participação de membros da comunidade e representantes de órgãos públicos
e privados, para discutir assuntos diversos que sejam motivo de preocupação e tenham
impacto na qualidade de vida da localidade, como por exemplo, a segurança pública. É
necessário que se tenha o responsável, por planejar e conduzir a sessão pré-agendada a
fim de se alcançar os objetivos propostos.
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São caracterizadas por dois tipos principais: cadastro, quando o policial militar tem contato
pela primeira vez com o cidadão visitado; ou retorno, na ocasião de novas visitas.
Nestas ocasiões é possível tranquilizar a vítima, saber maiores informações sobre o delito,
autoria e modus operandi, garantir a sensação de segurança subjetiva, resgatar a
confiabilidade no trabalho preventivo da Polícia Militar, orientar qualitativamente, captar
informações de demais problemas de situações comunitárias e obter informações sobre a
qualidade do atendimento policial, por ocasião do registro da ocorrência relativo ao fato
delitual que ensejou a visita.
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Os projetos sociais são iniciativas individuais ou coletivas que visam proporcionar a melhoria
da qualidade de vida de pessoas e comunidades. Já os projetos de polícia comunitária são
aqueles que visam resolver problemas relacionados a problemas de segurança pública. Ou
seja, se o projeto não impacta na segurança pública local, é um projeto social, e não um
projeto de polícia comunitária.
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6 MOBILIZAÇÃO SOCIAL
O interesse público, por sua vez, demandará uma comunicação planejada e bem
direcionada, a qual possa despertar a atenção dos participantes e garantir legitimidade da
defesa de determinada causa (MAFRA, 2006).
A figura 4 apresenta uma ordenação lógica deste processo de mobilização social, a partir da
coletivização da causa e grupalização. Entretanto, Henriques (2010) aponta que este
processo é variável, pois é resultado de uma construção coletiva pouco previsível. Dessa
forma, uma das setas bidirecionais aponta para a possibilidade dos envolvidos modificarem
o status de participação e a visão acerca da mobilização. Já a comunicação, representada
por outra seta bidirecional, envolve toda a trajetória do processo, num fluxo de informações
e de relacionamentos entre os participantes.
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d) Ação: os participantes atuam em prol dos objetivos da causa e a participação pode ser
eventual ou ter um grau maior de envolvimento;
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ações em nome do projeto. Os blocos de públicos são assim apresentados, conforme Figura
6:
- atue como mediadora junto a outros órgãos, pois a solução de diversos problemas
não passa pela necessidade de intervenção policial.
Portanto, cabe à PMMG assumir este papel institucional de contribuir ativamente para que a
comunidade possa desenvolver seu potencial mobilizador. Dessa forma, terá uma postura
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Diante desta perspectiva, tem-se, então, que a Filosofia de Polícia Comunitária representa
progresso, inovação e mudanças fundamentais na estrutura e na administração das
organizações policiais.
b) propõe uma mudança cultural na polícia, em que a população deixa de ser apenas fonte
de informação e passa a ser parceira na solução dos problemas;
c) reconhece que a polícia, por mais profissional e especializada que seja, não consegue
lidar sozinha com o crime, a desordem e o medo do crime;
Cabe ressaltar também, que Polícia Comunitária não é uma atividade especializada,
particularizada, para servir somente algumas comunidades de cidadãos ordeiros, sem
obedecer aos critérios técnicos ou científicos de policiamento. Da mesma forma, Polícia
Comunitária também não é uma troca de favores e nem apoio financeiro ou logístico da
comunidade para uma determinada corporação.
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uma instalação física referencial. Para isto, realiza um amplo trabalho sistemático, planejado
e detalhado.
Portanto, para os efeitos da presente Diretriz, a Polícia Comunitária é uma filosofia de
atuação adotada pela Polícia Militar de Minas Gerais entendida como a conjugação de todas
as forças vivas da comunidade, marcada pela intensa participação da sociedade na
identificação e resolução conjunta dos problemas afetos à Segurança Pública e comunitária.
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8 PRESCRIÇÕES DIVERSAS
8.2 As grades curriculares dos diversos cursos da Polícia Militar de Minas Gerais, bem como
no Treinamento Policial Básico (TPB) deverão ser adequadas à presente Diretriz a partir da
sua publicação, de forma a contemplar as novas estratégias do Comando-Geral.
8.3 As diretrizes estabelecidas nesta norma não devem conflitar com as demais
macroestratégias previstas pela PMMG. Nas situações conflituosas, o Comando-Geral
deverá esclarecer as dúvidas por intermédio de norma complementar.
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REFERÊNCIAS
COTTA, Francis Albert. Breve História da Polícia Militar de Minas Gerais. 2ª ed. Belo
Horizonte, MG: Fino Traço, 2014.
39
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MINAS GERAIS. Diretriz Geral para Emprego Operacional da Polícia Militar de Minas
Gerais. 2. ed. rev. Belo Horizonte: Comando-Geral, 3ª Seção do Estado-Maior da PMMG,
2016a.
SANTOS, Antônio Norberto dos. Policiamento: Manual de Instrução Policial Básico. Belo
Horizonte: [s.n.]. 1961.
40
( - SEPARATA DO BGPM Nº 42, DE 04 DE JUNHO DE 2019 - ) PÁGINA: ( - 41 - )
SILVA, Cláudio Alves e. Políticas de Segurança Pública adotadas pelo Estado De Minas
Gerais e seus Reflexos nas Taxas de Homicídio Consumado em Belo Horizonte. 2013.
Monografia (Especialização em Administração Pública) – Academia de Polícia Militar;
Fundação João Pinheiro - Escola de Governo Paulo Neves de Carvalho, Belo Horizonte,
2013.
TORO, Jose Bernardo; WERNECK, Nísia Maria Duarte. Mobilização Social: Um modo de
construir a democracia e a participação. Belo Horizonte: Autêntica, 2007.
WADMAN, Robert C. In: Policiamento Comunitário: Como Começar. Rio de Janeiro, RJ:
Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, RJ: 1994.
41
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