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Instituída pelo Decreto nº 21.175, de 21 de março de 1932 e posteriormente regulamentada pelo Decreto
22.035, de 29 de outubro de 1932, a Carteira de Trabalho e Previdência Social - CTPS tornou-se documento
obrigatório para toda pessoa que venha a prestar algum tipo de serviço a outra pessoa, seja na indústria, no
comércio, na agricultura, na pecuária ou mesmo de natureza doméstica.
A CTPS contém informações sobre a qualificação e a vida profissional do trabalhador e anotações sobre sua
filiação ao Instituto Nacional de Seguridade Social – INSS.
ENTREGA AO EMPREGADOR
E DEVOLUÇÃO AO EMPREGADOR - SITUAÇÃO ANTERIOR
Até o dia 20/09/2019 o
art. 25 da CLT estabelecia que a CTPS deveria ser entregue aos interessados
pessoalmente mediante recibo.
Os empregadores ao receber e ao entregar a CTPS, deveriam utilizar-se de recibo datado e assinado pelo
empregado, os quais deveriam ficar arquivados e disponibilizados quando da fiscalização do Ministério do
Trabalho, cujo procedimento era bastante comum e motivo muitas vezes de multa.
O prazo para que o empregador realizasse as anotações necessárias na CTPS era de 48 (quarenta e oito)
horas, de acordo com o que estabelecia o
artigo 29 da CLT.
O empregador deveria devolver a CTPS ao empregado com as devidas anotações no prazo de 48 (quarenta e
oito) horas, independente do tipo de atualização a ser feita, se anotações por conta da admissão, por
atualização de férias, atualização de alterações salariais, etc.
Conforme dispõe o precedente normativo 98 do TST, não sendo devolvida até este prazo, o empregador
estava sujeito ao pagamento de indenização de 1 (um) dia de salário para cada dia de atraso.
Precedente Normativo 98:
"Será devida ao empregado a indenização correspondente a 1 (um) dia de salário, por dia de atraso,
pela retenção de sua carteira profissional após o prazo de 48 horas."
Entretanto, com a publicação da
Lei 13.874/2019, o recibo de entrega e devolução, bem como as anotações
na CTPS serão feitos através da CTPS Digital.
CTPS DIGITAL - NOVOS PROCEDIMENTOS
A
Lei 13.874/2019, conhecida como Lei da Liberdade Econômica, revogou diversos artigos da CLT,
principalmente os artigos que tratavam das anotações na CTPS física. A citada lei deu nova redação ao
art.
14 da CLT, estabelecendo que a CTPS será emitida pelo Ministério da Economia, preferencialmente em meio
eletrônico (CTPS Digital).
A CTPS Digital (equivalente à CTPS em meio físico) terá como identificação única do empregado o número
de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF), nos termos do
art. 16 da CLT.
Através da
Portaria SEPRT 1.065/2019, a Secretária Especial de Previdência e Trabalho disciplinou a a
emissão da Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) em meio eletrônico, denominada Carteira de
Trabalho Digital ou CTPS Digital.
A Carteira de Trabalho Digital está previamente emitida a todos os inscritos no Cadastro de Pessoas Físicas –
CPF, sendo necessária sua habilitação, tendo como identificação única o número de inscrição do trabalhador
no CPF. Para a habilitação da CTPS Digital é necessária a criação de uma conta de acesso por meio da
página eletrônica.
A habilitação será realizada no 1º acesso da referida conta, podendo ser feita por meio de:
aplicativo específico, denominado Carteira de Trabalho Digital, disponibilizado gratuitamente para
dispositivos móveis; ou
serviço específico da Carteira de Trabalho Digital no
sítio eletrônico.
Nota: O trabalhador deverá ter acesso às informações de seu contrato de trabalho na CTPS Digital após o
processamento das anotações que serão feitas eletronicamente pelo empregador.
ANOTAÇÕES ELETRÔNICAS - NOVO PRAZO
De acordo com o
art. 29 da CLT, empregador terá o prazo de 5 (cinco) dias úteis para fazer as anotações
eletrônicas na CTPS Digital, que poderão ser as mencionadas abaixo.
As anotações obrigatórias ao admitir o empregado são:
a data de admissão;
a remuneração e as condições especiais (se houver), especificando o salário, a forma de pagamento,
sendo ele em dinheiro ou utilidades, inclusive a estimativa de gorjeta;
período aquisitivo e período de gozo de férias;
alterações salariais;
transferência de local e outras que se fizerem necessárias.
É facultada a adoção de sistema manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções a serem expedidas
pelo Ministério da Economia, para os casos em que a CTPS ainda continuar sendo emitida em meio Físico,
nos termos do parágrafo único do
art. 14 da CLT, obedecendo ao prazo de anotação descrito acima.
De acordo com o
art. 29, § 2º da CLT, as anotações na Carteira de Trabalho e Previdência Social serão feitas:
no ato da admissão;
na data-base (correção salarial);
nas férias;
a qualquer tempo, por solicitação do trabalhador;
no caso de rescisão contratual; ou
necessidade de comprovação perante a Previdência Social.
ESOCIAL - CONSIDERAÇÕES
Caso o empregador ainda não utilize o eSocial, o empregado ainda vai precisar da via física da CTPS. Caso o
empregado só tenha a CTPS Digital, poderá então solicitar a emissão de uma CTPS Física mediante
agendamento (ligue 158), até que o empregador passe a utilizar o esocial.
Para os empregadores que têm a obrigação de uso do Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais,
Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial):
§ 4º - É vedado ao empregador
efetuar anotações desabonadoras à conduta do empregado em
sua Carteira de
Trabalho e Previdência Social.
§ 5º - O descumprimento do
disposto no § 4º deste artigo submeterá o empregador ao
pagamento de multa
prevista no art. 52 deste Capítulo."
Caso seja feito anotações desabonadoras ao empregado, a sua CTPS será inutilizada, conforme o Precedente
Administrativo nº 21.
"Precedente Administrativo nº 21 - CTPS. INUTILIZAÇÃO. Ao lançar na Carteira de Trabalho e
Previdência Social - CTPS anotações prejudiciais ao trabalhador, a empresa tornou aquele documento inútil
para uso, mesmo que objetivamente apenas uma das folhas tenha sido inutilizada. Autuação Procedente."
DECLARAÇÃO DA CTPS DIGITAL NO CAGED
Considerando ainda que a nova CTPS Digital não tem número e série, e que a mesma terá como
identificação única o número de inscrição do trabalhador no CPF (nos termos do art. 3º, § único da Portaria
SEPRT 1.065/2019), a informação da CTPS Digital no CAGED será prestada substituindo os campos da
seguinte forma: