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Resposta do Caso Concreto 3 – Prática Simulada Trabalhista

EXMO. SR DR. JUIZ DO TRABALHO DA __ VARA DO TRABALHO DE


PARAUAPEBAS - PA

(10 linhas)

TITO, nacionalidade, estado civil, motoboy, data de nascimento __, RG: __,
CPF: __, CTPS: __ e Série: __, PIS: __, nome da mãe: __, E-Mail: __, residente e
domiciliado à __, CEP: __, vem, por seu advogado com escritório à __, CEP: __, E-
Mail: __, propor a presente:

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
Com pedido de Tutela de Urgência relativo à reintegração ao trabalho

Pelo Rito Ordinário em face de PIZZARIA GOURMET LTDA, pessoa jurídica


de direito privado, CNPJ: __, E-Mail: __, com sede à __, município de Parauapebas
– PA, CEP: __, pelos fatos e direitos a seguir elencados:

I – DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
O autor encontra-se atualmente desempregado e não possui condições para
arcar com os encargos processuais sem prejuízo do seu próprio sustento ou de sua
família, portanto, requer na forma dos artigos 98 e 99 do CPC c/c § 3º do artigo 790
da CLT, o benefício da gratuidade de justiça.

II – DOS FATOS
O reclamante foi contratado para exercer a função de Motoboy, em
15/12/2018, com salário no valor de 1 salário-mínimo, realizando entregas em
domicílio de pizzas e outros tipos de massas aos clientes.
Em razão da atividade desempenhada, o reclamante poderia escolher
diariamente um item do cardápio para se alimentar no próprio estabelecimento, sem
precisar pagar pelo produto. O reclamante fazia em média 10 entregas em seu turno
de trabalho, e normalmente recebia R$ 1,00 (um real) de bonificação espontânea de
cada cliente, gerando uma média de R$ 260,00 (duzentos e sessenta reais)
mensais.
O reclamante exercia suas funções durante seis dias na semana, com folga
na 2ª feira, sendo que, uma vez por mês, a folga era em um domingo. A jornada
cumprida ia das 18h às 3h30, com intervalo de 40 minutos para refeição.
No mês de agosto de 2019, o reclamante fez a entrega de uma pizza na casa
de um cliente. Ocorre que o cozinheiro da reclamada se confundiu no preparo e
assou uma pizza de calabresa, sendo que o cliente era alérgico a esse produto
(linguiça). Ao ver a pizza errada, o cliente foi tomado de fúria incontrolável, começou
a xingar e a ameaçar o reclamante, e terminou por soltar seus cães de guarda,
dando ordem para atacar o entregador. O reclamante correu desesperadamente,
mas foi mordido e arranhado pelos animais, sendo lesionado gravemente. Em razão
disso, ele precisou se afastar por 30 dias para recuperação, recebendo o benefício
previdenciário pertinente do INSS.
Ato contínuo, o reclamante gastou R$ 30,00 na compra de vacina antirrábica,
que por recomendação médica foi obrigado a tomar, porque não sabia se os
cachorros eram vacinados. Em 20 de setembro de 2019, após obter alta do INSS, o
reclamante retornou à empresa e foi dispensado, recebendo as verbas rescisórias.
Nos contracheques do reclamante, constam, mensalmente, o pagamento do
salário-mínimo nacional na coluna de créditos e o desconto de INSS na coluna de
descontos, sendo que no mês de março de 2019 houve ainda dedução de R$ 31,80
(trinta e um reais e oitenta centavos) a título de contribuição sindical, sem que
tivesse autorizado o desconto. O reclamante foi à CEF e solicitou seu extrato
analítico, onde consta depósito de FGTS durante todo o contrato de trabalho.

III – DOS FUNDAMENTOS

DA INTEGRAÇAO DAS GORJETAS


Conforme o exposto acima, o autor percebia em média, gorjetas espontâneas
cedidas pelos clientes no valor de R$ 260,00/mês (duzentos e sessenta reais), com
base no art. 457 da CLT, é devida sua integração à remuneração, com os devidos
reflexos nas demais verbas trabalhistas para todos os fins legais, como os depósitos
fundiários.
“Art. 457 - Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os
efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como
contraprestação do serviço, as gorjetas que receber.              (Redação dada pela
Lei nº 1.999, de 1.10.1953)
§ 1o - Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações legais e
as comissões pagas pelo empregador.                   (Redação dada pela Lei nº 13.467,
de 2017)
§ 2o - As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo,
auxílio-alimentação, vedado seu pagamento em dinheiro, diárias para viagem,
prêmios e abonos não integram a remuneração do empregado, não se incorporam
ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência de qualquer encargo
trabalhista e previdenciário.                (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
§ 3º - Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada pelo
cliente ao empregado, como também o valor cobrado pela empresa, como serviço ou
adicional, a qualquer título, e destinado à distribuição aos
empregados.              (Redação dada pela Lei nº 13.419, de 2017)
§ 4º - Consideram-se prêmios as liberalidades concedidas pelo empregador
em forma de bens, serviços ou valor em dinheiro a empregado ou a grupo de
empregados, em razão de desempenho superior ao ordinariamente esperado no
exercício de suas atividades.”              (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

DA ALTERAÇÃO DA CTPS
Conforme o exposto no tópico anterior, deve ser retificado na CTPS o valor do
salário-mínimo fixo mais as gorjetas recebidas, para fazer constar a real
remuneração percebida pelo autor, na forma do § 1º do artigo 29 da CLT.

“Art. 29 - O empregador terá o prazo de 5 (cinco) dias úteis para anotar na CTPS,
em relação aos trabalhadores que admitir, a data de admissão, a remuneração e as
condições especiais, se houver, facultada a adoção de sistema manual, mecânico ou
eletrônico, conforme instruções a serem expedidas pelo Ministério da
Economia.            (Redação dada pela Lei nº 13.874, de 2019)

§ 1º - As anotações concernentes à remuneração devem especificar o salário,


qualquer que seja sua forma de pagamento, seja êle em dinheiro ou em utilidades,
bem como a estimativa da gorjeta.”

DA DEVOLUÇÃO DO DESCONTO DE CONTRIBUIÇÃO SINDICAL


De acordo com os artigos 578, 579 e 582 da CLT, o desconto de contribuição
sindical está condicionado à autorização prévia e expressa do reclamante, o que não
ocorreu no caso, portanto é devida a devolução do indevido desconto de
contribuição realizado no período laboral.

“Art. 578.  As contribuições devidas aos sindicatos pelos participantes das
categorias econômicas ou profissionais ou das profissões liberais representadas pelas
referidas entidades serão, sob a denominação de contribuição sindical, pagas,
recolhidas e aplicadas na forma estabelecida neste Capítulo, desde que prévia e
expressamente autorizadas.                     (Redação dada pela Lei nº 13.467, de
2017)

Art. 579.  O desconto da contribuição sindical está condicionado à autorização


prévia e expressa dos que participarem de uma determinada categoria econômica ou
profissional, ou de uma profissão liberal, em favor do sindicato representativo da
mesma categoria ou profissão ou, inexistindo este, na conformidade do disposto
no art. 591 desta Consolidação.                       (Redação dada pela Lei nº 13.467,
de 2017)

Art. 582.  Os empregadores são obrigados a descontar da folha de pagamento


de seus empregados relativa ao mês de março de cada ano a contribuição sindical dos
empregados que autorizaram prévia e expressamente o seu recolhimento aos
respectivos sindicatos.                (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

§ 1º Considera-se um dia de trabalho, para efeito de determinação da


importância a que alude o item I do Art. 580, o equivalente:                 (Redação
dada pela Lei nº 6.386, de 9.12.1976)

a) a uma jornada normal de trabalho, se o pagamento ao empregado for feito por


unidade de tempo;                   (Redação dada pela Lei nº 6.386, de 9.12.1976)

b) a 1/30 (um trinta avos) da quantia percebida no mês anterior, se a


remuneração for paga por tarefa, empreitada ou comissão.                      (Redação
dada pela Lei nº 6.386, de 9.12.1976)

§ 2º Quando o salário for pago em utilidades, ou nos casos em que o empregado


receba, habitualmente, gorjetas, a contribuição sindical corresponderá a 1/30 (um trinta
avos) da importância que tiver servido de base, no mês de janeiro, para a contribuição
do empregado à Previdência Social.                    (Redação dada pela Lei nº 6.386,
de 9.12.1976).”

DAS HORAS EXTRAS E REFLEXOS

São devidas as horas extras com adicional de 50% pelo excesso de jornada
das 8 horas diárias ou 44 horas semanais, por trabalhar entre 18h e 3h30, conforme
o artigo 7º, XIII e XVI da CRFB/88 e artigos 58 e 59 da CLT.

DO PAGAMENTO DAS HORAS EXTRAS RELATIVO AOS 20 MINUTOS


Conforme o artigo 71, § 4º da CLT, cabe o pagamento de 20 minutos de horas
extras com adicional de 50% a título indenizatório, durante o horário de trabalho,
pelo intervalo intrajornada desrespeitado de 1(uma) hora.

“Art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas,


é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será,
no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário,
não poderá exceder de 2 (duas) horas.

§ 1º - Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto, obrigatório


um intervalo de 15 (quinze) minutos quando a duração ultrapassar 4 (quatro) horas.

§ 2º - Os intervalos de descanso não serão computados na duração do trabalho.

§ 3º - O limite mínimo de uma hora para repouso ou refeição poderá ser reduzido
por ato do Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio, quando ouvido o Serviço de
Alimentação de Previdência Social, se verificar que o estabelecimento atende
integralmente às exigências concernentes à organização dos refeitórios, e quando os
respectivos empregados não estiverem sob regime de trabalho prorrogado a horas
suplementares.

§ 4o - A não concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada


mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o
pagamento, de natureza indenizatória, apenas do período suprimido, com
acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora
normal de trabalho.”                   (Redação dada pela Lei nº 13.467, de
2017)         (Vigência)

DO PAGAMENTO DO ADICIONAL NOTURNO

Conforme fora narrado, cabe o pagamento do adicional noturno de 20% em


relação a jornada cumprida a partir das 22H até 3h30, com base no artigo 73 da
CLT.

“Art. 73 - Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho


noturno terá remuneração superior a do diurno e, para esse efeito, sua remuneração
terá um acréscimo de 20 % (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora
diurna.                (Redação dada pelo Decreto-lei nº 9.666, de 1946)

§ 1º - A hora do trabalho noturno será computada como de 52 minutos e 30


segundos.                 (Redação dada pelo Decreto-lei nº 9.666, de 1946)

§ 2º - Considera-se noturno, para os efeitos deste artigo, o trabalho executado


entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia seguinte.               (Redação dada
pelo Decreto-lei nº 9.666, de 1946)

DO PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA PARA REINTEGRAÇÃO AO


EMPREGO EM DECORRENCIA DA ESTABILIDADE PROVISÓRIA
O artigo 300 do CPC c/c os artigos 769 e 889 da CLT, estabelece que será
concedida a tutela de urgência quando presentes os elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.

Por seu turno o Tribunal Superior do Trabalho emitiu a IN 39 de 2016 que


direcionou no sentido de ser plenamente aplicável as normas de tutela de urgência e
evidencia ao Processo do Trabalho, conforme artigo 3º inciso VI.

Diante disso, com base nos artigos 21, II, a), e 118 da Lei nº 8.213/91, é devida
a reintegração no emprego pela estabilidade não observada em razão do acidente
do trabalho.

“Art. 21 - Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei:

II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em


conseqüência de:

a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou


companheiro de trabalho;

Art. 118 - O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo
mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após
a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção de
auxílio-acidente.”

DA SÚMULA Nº 378 DO TST

ESTABILIDADE PROVISÓRIA. ACIDENTE DE TRABALHO. ART. 118


DA LEI Nº 8.213/91. CONSTITUCIONALIDADE. PRESSUPOSTOS.
(CONVERSÃO DAS ORIENTAÇÕES JURISPRUDENCIAIS NºS 105 E 230 DA
SDI-1 - RES. 129/2005, DJ 20.04.2005)

I - É constitucional o artigo 118 da Lei nº 8.213/1991 que assegura o


direito à estabilidade provisória por período de 12 meses após a cessação do
auxílio-doença ao empregado acidentado. (ex-OJ nº 105 da SBDI-1 - inserida
em 01.10.1997).

II - São pressupostos para a concessão da estabilidade o afastamento


superior a 15 dias e a conseqüente percepção do auxílio-doença acidentário,
salvo se constatada, após a despedida, doença profissional que guarde relação
de causalidade com a execução do contrato de emprego. (primeira parte - ex-
OJ nº 230 da SBDI-1 - inserida em 20.06.2001).

Assim, presentes os requisitos ensejadores da tutela de urgência, quais sejam


probabilidade do direito e perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo, na
forma do artigo 300 do Código de Processo Civil, roga seja Inaudita altera pars
determinada a imediata reintegração ao quadro de motoboy da reclamante perante a
reclamada, retornando ao seu labor na mesma localidade que vinha a exercer sua
profissão, até o término de sua estabilidade.

DO DANO MATERIAL

Conforme fora narrado, amparado pelos artigos 186 e 927 do CC, o autor, após
o ataque dos cães de guarda do cliente, sendo mordido e arranhado pelos animais,
teve de gastar o valor de RS 30,00 com vacina antirrábica por recomendação
médica, pois não sabia se os cães eram vacinados, portanto, cabe o pagamento de
indenização pelo gasto com a vacina antirrábica.

“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou


imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral,
comete ato ilícito.

Art. 927 - Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo.”

DO DANO MORAL

Amparado pelo artigos 223-A a 223-G da CLT, requer a condenação a título de


indenização pelo dano moral decorrente do acidente de trabalho.

“Art. 223-A.  Aplicam-se à reparação de danos de natureza extrapatrimonial


decorrentes da relação de trabalho apenas os dispositivos deste
Título.                  (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

  Art. 223-B.  Causa dano de natureza extrapatrimonial a ação ou omissão que


ofenda a esfera moral ou existencial da pessoa física ou jurídica, as quais são as
titulares exclusivas do direito à reparação.                  (Incluído pela Lei nº 13.467,
de 2017)

 Art. 223-C.  A honra, a imagem, a intimidade, a liberdade de ação, a autoestima,


a sexualidade, a saúde, o lazer e a integridade física são os bens juridicamente
tutelados inerentes à pessoa física.                   (Incluído pela Lei nº 13.467, de
2017)

  Art. 223-D.  A imagem, a marca, o nome, o segredo empresarial e o sigilo da


correspondência são bens juridicamente tutelados inerentes à pessoa
jurídica.                (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

  Art. 223-E.  São responsáveis pelo dano extrapatrimonial todos os que tenham
colaborado para a ofensa ao bem jurídico tutelado, na proporção da ação ou da
omissão.               (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
  Art. 223-F.  A reparação por danos extrapatrimoniais pode ser pedida
cumulativamente com a indenização por danos materiais decorrentes do mesmo ato
lesivo.                (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

§ 1o  Se houver cumulação de pedidos, o juízo, ao proferir a decisão,


discriminará os valores das indenizações a título de danos patrimoniais e das
reparações por danos de natureza extrapatrimonial.                (Incluído pela Lei nº
13.467, de 2017)

§ 2o  A composição das perdas e danos, assim compreendidos os lucros


cessantes e os danos emergentes, não interfere na avaliação dos danos
extrapatrimoniais.                    (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

  Art. 223-G.  Ao apreciar o pedido, o juízo considerará:                  (Incluído


pela Lei nº 13.467, de 2017)

I - a natureza do bem jurídico tutelado;                      (Incluído pela Lei nº


13.467, de 2017)

II - a intensidade do sofrimento ou da humilhação;                      (Incluído pela


Lei nº 13.467, de 2017)

III - a possibilidade de superação física ou psicológica;                      (Incluído


pela Lei nº 13.467, de 2017)

IV - os reflexos pessoais e sociais da ação ou da omissão;                    


(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

V - a extensão e a duração dos efeitos da ofensa;                         (Incluído


pela Lei nº 13.467, de 2017)

VI - as condições em que ocorreu a ofensa ou o prejuízo


moral;                    (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

VII - o grau de dolo ou culpa;                      (Incluído pela Lei nº 13.467, de


2017)

VIII - a ocorrência de retratação espontânea;                      (Incluído pela Lei


nº 13.467, de 2017)

IX - o esforço efetivo para minimizar a ofensa;                   (Incluído pela Lei nº


13.467, de 2017)

X - o perdão, tácito ou expresso;                  (Incluído pela Lei nº 13.467, de


2017)

XI - a situação social e econômica das partes envolvidas;                   (Incluído


pela Lei nº 13.467, de 2017)

XII - o grau de publicidade da ofensa.”                   (Incluído pela Lei nº


13.467, de 2017)
Vale ressaltar que o reclamante fora demitido indevidamente, tendo em vista
ser detentor de estabilidade (artigo 118 da Lei 8.213/91), o mesmo sofreu forte abalo
psíquico, por não possuir os recursos básicos para a sua sobrevivência e de sua
família, o que gerou situação vexatória, perante seus credores e a própria
sociedade, sendo levado ao desespero, vítima que foi de aflições e angústias,
intoleráveis para qualquer ser humano.

Resta patente que a reclamada procurou mecanismos para burlar as leis


trabalhistas e previdenciárias, dificultando a percepção dos diretos do trabalhador.
Assim, apenas condenar a reclamada a pagar o que deve, não estaria esse juízo
fazendo justiça completa, pois houve dano moral que deve ser reparado.

Quando se fala em direito a reparação de danos morais, deve-se entender


tratar-se de direitos constitucionalmente protegidos, não só como garantia individual
do cidadão, mas, como fundamento do Estado Democrático, como dispõe
sabiamente o art. 1º da Constituição da República.

O intuito desta reparação é o de compensar o lesado pelos danos sofridos, pois


impossível é a sua reposição, uma vez que se trata de lesão a bens jurídicos
intangíveis a qualquer ação humana.

Ante o legislador constituinte, o Prof. Wilson Mello da Silva, em sua obra “O


Dano Moral e sua Reparação”, datada de 1955, com a singular ótica dos grandes
juristas, assim definiu o DANO MORAL:

“(...) Danos morais são lesões sofridas pelo sujeito físico ou pessoa natural de direito
em seu patrimônio ideal, entendendo-se por patrimônio ideal, em contraposição a patrimônio
material, o conjunto de tudo aquilo que não seja suscetível de valor econômico. Danos
morais, pois, seriam, exemplificadamente, os decorrentes das ofensas à honra, ao decorro,
à paz interior de cada qual, às crenças íntimas, aos sentimentos afetivos de qualquer
espécie, à liberdade, à vida, à integridade corporal (...)”

Magistralmente, Pontes de Miranda, na sua monumental obra Tratado de


Direito Privado, Tomo XXII, p. 181 afirma:

“Sempre que há dano, isto é, desvantagem, no corpo, na psique, na vida, na


saúde, na honra, no nome, no crédito, no bem estar, ou no patrimônio, nasce o
Direito à indenização”

Mestre Carvalho dos Santos é incisivo:

“Todo ato ilícito é danoso e cria para o agente a obrigação de reparar o dano causado”
(Código Civil Brasileiro Interpretado, 5ª Ed. V. III, p. 331)

DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE

Conforme o narrado, e amparado pelo art. 193, § 4º da CLT, devido o


reclamante trabalhar de motocicleta, cabe o pagamento de adicional de
periculosidade no montante de 30% sobre o salário básico.
“Art. 193. São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da
regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por
sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de
exposição permanente do trabalhador a:                 (Redação dada pela Lei nº
12.740, de 2012)

I - inflamáveis, explosivos ou energia elétrica;                 (Incluído pela Lei nº


12.740, de 2012)

II - roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de


segurança pessoal ou patrimonial.                  (Incluído pela Lei nº 12.740, de 2012)

§ 1º - O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um


adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de
gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa.                 (Incluído
pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)

§ 2º - O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que porventura


lhe seja devido.                   (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)

§ 3º Serão descontados ou compensados do adicional outros da mesma natureza


eventualmente já concedidos ao vigilante por meio de acordo coletivo.              
(Incluído pela Lei nº 12.740, de 2012)

§ 4o  São também consideradas perigosas as atividades de trabalhador em


motocicleta.”                  (Incluído pela Lei nº 12.997, de 2014)

IV – DOS PEDIDOS

Diante do exposto, querer:

a) Seja concedido o benefício da gratuidade de justiça;

b) Seja concedida a tutela de urgência, Inaudita altera pars, para determinar a


imediata reintegração do reclamante aos quadros de funcionário da reclamada, na
função de motoboy, com a percepção do mesmo salário e na mesma localidade em
que exercia sua profissão;

c) Seja declarada a nulidade da demissão ocorrida em 20/09/2019;

d) Seja declarada a estabilidade do contrato de trabalho, decorrente do auxílio-


doença por acidente de trabalho, nos moldes do artigo 118 da Lei n.º 8.213/91;

e) Seja alterada a CTPS do reclamante passando a constar o valor de salário


mais gorjeta no total de R$ _____

f) Seja condenado ao pagamento das seguintes verbas:

f.1) pagamento de horas extras no valor de R$ ____


f.2) pagamento da hora extra relativo aos 20 minutos não gozadas no intervalo
intrajornada no valor de R$ _____

f.3) pagamento do adicional noturno no valor de R$ _____

f.4) pagamento de dano material no valor de R$ 30,00 (trinta reais)

f.5) pagamento de dano moral no valor de R$ ____

f.6) pagamento do adicional de periculosidade no valor de R$______.

g) Seja realizada a notificação citatória do reclamado para querendo contestar a


presente, sob pena de revelia e confissão ficta quanto a matéria de fato, e ao final
sejam julgados procedentes todos os pedidos contidos na exordial.

V – DAS PROVAS

Requer a produção de todos os meios de prova em direito admissíveis,


especialmente documental, testemunhal e depoimento pessoal da Reclamada, sob
pena de confissão, e especialmente a pericial, na forma dos artigos 369 do CPC c/c
195, § 2º da CLT.

VI – DO VALOR DA CAUSA

Dá-se a causa o valor de R$ ____

Rio de Janeiro, 26 de abril de 2023

Nome do advogado

OAB

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