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Seminário VII IBET – Contibuições

Questão 01

De acordo com o Prof. Paulo de Barros Carvalho, as contribuições são tributos,


devendo sua instituição ou alteração de quaisquer de seus critérios normativos ser
realizada com integral observância do regime jurídico tributário.

A possibilidade de instituição de contribuições pela União encontra fulcro no art.


149 da CRFB/1988. O referido artigo prescreve três âmbitos de atuação da União
através das contribuições, quais sejam, (i) sociais, (ii) intervenção no domínio
econômico e (iii) de interesse das categorias profissionais ou econômicas.As
contribuições são espécies tributárias, estando, assim, subordinadas ao regime
Constitucional e infraconstitucional concernente aos tributos.

Questão 02

a) Não é possível a criação de contribuição com a utilização de materialidade


atribuída constitucionalmente a impostos, tendo em vista que o legislador
deve respeitar a competência atribuída aos Estados, Municípios e ao
Distrito Federal, assim como os princípios constitucionais em geral e,
sobretudo, os que se referem ao direito tributário.

Questão 03

No caso específico das contribuições, a regra-matriz de incidência (norma de


conduta) deve prever, expressamente, não só a materialidade, mas também a
finalidade e a destinação do produto de sua arrecadação, em respeito à norma
constitucional de competência.1

1
ZOMER, Silvia Regina. Reflexões sobre o critério constitucional da destinação na conformação da regra-
matriz de incidência tributária das contribuições especiais . In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XIV, n. 92,
set 2011. Disponível em: <
http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=10268
É possível a aplicação de medidas de controle no plano fático, na hipótese deos
valores arrecadados a título de contribuição não forem aplicados na destinação
prescrita em lei. Dentre as possibilidades, encontra-se: impugnação
administrativa, mandado de segurança repressivo e, ação de anulação de crédito
tributário. Como causa de pedir, teriam em comum a destinação diversa daquela
prevista na norma instituidora do tributo ou na norma orçamentária.2

Questão 04

a) Salário é o valor contratualmente previsto, correspondente a


contraprestação da atividade laboral exercida pelo trabalhador. O conceito
de rendimentos do trabalho corresponde a remuneração auferida em uma
ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos que lhe
são pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês,
destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive
as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os
adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços
efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou
tomador de serviços, nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de
convenção ou de acordo coletivo de trabalho ou de sentença normativa.3
b)

Parcela Incidência
Serviços extraordinários (horas extras) Incide em virtude do caráter
remuneratório da parcela.
Terço Constitucional Não incidência decorrente do caráter
apenas indenizatório da parcela.
Férias indenizadas Não incidência decorrente de previsão
legal (art. 28, §9°, d da Lei 8.212/91).
Aviso prévio indenizado Não incidência decorrente do caráter
remuneratório, mas, sim, indenizatório

2
Idem.
3
http://idg.receita.fazenda.gov.br/acesso-rapido/tributos/contribuicoes-previdenciarias-pf
da parcela.
Adicional de insalubridade Incide em virtude do caráter
remuneratório da parcela.
Adicional de periculosidade Incide em virtude do caráter
remuneratório da parcela.
Adicional noturno Incide em virtude do caráter
remuneratório da parcela.
Auxílio-educação
Auxílio-creche Não incide, conforme previsão da Lei
8.212/91.
Auxílio-doença Não incidência em decorrência da
inexistência do caráter de
contraprestação da parcela.
Salário-maternidade Incidência decorrente de previsão legal
(art. 28, §2°, d da Lei 8.212/91).
Prêmio assiduidade Ganhos eventuais e não integrados ao
salário não integram a base da
contribuição (art. 28, par. 9º., “e”, “7”,
da Lei 8212/91)
Vale transporte Conforme entendimento do STF, o
vale transporte tem natureza
estritamente indenizatória, não
incidindo, assim, a contribuição em
tela.
Descanso remunerado

Questão 05

a) De acordo com a lição do Professor Paulo de Barros Carvalho em Direito


Tributário, Linguagem e Método, receita é o acréscimo patrimonial que
adere definitivamente ao patrimônio da pessoa jurídica, nã a integrando
quaisquer entradas provisórias, representadas por importâncias que se
encontrem em seu poder de forma temporária, sem pertencer-lhe em
caráter definitivo. A Lei n. 12.973/2014 estabeleceu que integra o conceito
de receita bruta também os tributos sobre ela incidentes. Isso significa que
a base de cálculo do PIS e da Cofins cumulativos será a partir de 2015 a
receita bruta considerando os tributos sobre ela incidentes, inclusive o
ICMS, agora, por disposição expressa da lei.
b) De acordo com o entendimento do CARF, que tem sido adotado pelos
diversos operadores do direito, “o conceito de insumo para o sistema não
cumulativo do PIS é o próprio, sendo que deve ser considerado insumo
aquele que for utilizado direta ou indiretamente pelo contribuinte na
produção/fabricação de produtos/serviços; for indispensável para a
formação do produto/serviço final e for relacionado ao objeto social do
contribuinte.

Questão 07

a) Corresponde a espécie de tributo setorial, que tem alcance sobre diversos


ramos específicos da atividade econômica. Devem observar os princípios
norteadores da atividade econômica, quais sejam: soberania nacional;
propriedade privada, função social da propriedade; livre concorrência;
redução da desigualdade, bem como os demais estabelecidos pelo art. 170,
I a IX da CF.

B e C) A destinação do produto da arrecadação das Cides deve ser destinado à


intervenção no setor econômico quando a lei que a instituiu preveja
expressamente essa possibilidade. Todavia, considerando o caráter extrafiscal
dessas contribuições, pois constituem instrumentos autorizados à União
voltados ao direcionamento do comportamento dos particulares, nos diversos
segmentos do domínio econômico, o produto da arrecadação pode ser
destinado para desenvolvimento de setor econômico, de maneira mais
abrangente. É o que ocorre com oo CIDE royalties, por exemplo, que é
devida pela pessoa jurídica detentora de licença de uso ou adquirente de
conhecimentos tecnológicos, bem como aquela signatária de contratos que
impliquem transferência de tecnologia, firmados com residentes ou
domiciliados no exterior. Essa aquisição de conhecimento pode ser relativa a
qualquer ramo científico ou tecnológico, todavia, a destinação da referida
exação se direciona ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (FNDCT), criado pelo Decreto-Lei nº 719/1969, e restabelecido
pela Lei nº 8.172/1991. Isto significa que a vinculação direta entre o
contribuinte e o benefício proporcionado pelas receitas tributárias arrecadadas
é prescindível, conforme já assentou o entendimento do STF.

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