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QUANDO É QUE OS SINISTROS SÃO CONSIDERADOS ACIDENTES DE TRABALHO?

Talvez não saiba, mas se tiver um acidente a caminho da sua empresa, ou no regresso
a casa, esse acidente é considerado acidente de trabalho!

Por outras palavras, qualquer sinistro decorrido no local de trabalho ou no tempo


de trabalho é considerado um acidente de trabalho – contabilizando-se como tempo de
trabalho o tempo de deslocação de e para o sítio onde vai prestar a atividade
profissional.

Nestas condições, se o sinistro produzir de forma direta ou indireta, lesões


corporais, perturbação funcional ou uma doença, e se estas tiverem como
consequência uma redução na capacidade de trabalho ou a morte (em situações mais
graves), o sinistro é considerado acidente de trabalho.

Sistematizando, consideram-se acidentes de trabalho todos os sinistros que


aconteçam:

a) no local e tempo de trabalho, ou seja, durante o período normal em que


desempenha as suas funções, o período anterior e posterior dedicado à preparação
para a atividade profissional, e também os tempos de pausa obrigatórios;

b) no percurso de ida e de volta do local onde é prestada a atividade laboral;

c) no desempenho de quaisquer tarefas não solicitadas pelo empregador, mas que


ainda assim possam trazer benefícios económicos para o mesmo;

d) no local de trabalho e fora deste, na qualidade de representante dos


trabalhadores e para exercer o direito de reunião;

e) durante a participação em formações que decorram no local habitual de trabalho


ou fora deste, sempre que a frequência das mesmas seja autorizada pela sua entidade
patronal;

f) no local onde é realizado o pagamento do salário e durante o tempo que aí


necessitar de permanecer para esse mesmo efeito;

g) nos locais onde deve dirigir-se para receber cuidados médicos devido a um
acidente de trabalho ocorrido previamente;

h) na execução de actividades solicitadas ou autorizadas pelo seu empregador, mesmo


que estas decorram fora do local ou tempo de trabalho;

i) durante o período concedido por lei ao trabalhador para procurar um novo


emprego. Deste período beneficiam os trabalhadores cujo processo de cessação do
vínculo laboral esteja a decorrer.

SEGURO DE ACIDENTES DE TRABALHO


A legislação portuguesa prevê a subscrição de um seguro de acidentes de trabalho
como forma de proteger a segurança e saúde dos trabalhadores. Desta forma, todos os
trabalhadores portugueses estão protegidos por uma apólice que cobre a prestação de
cuidados médicos, bem como o pagamento de indemnizações por incapacidades, sejam
estas temporárias ou permanentes.

O SEGURO É IGUAL EM QUALQUER CIRCUNSTÂNCIA?


Sejam quais forem as circunstâncias em que os acidentes de trabalho ocorrem,
independentemente de serem causados por atuação culposa do empregador – por
exemplo, caso o empregador não assegure condições de proteção para os trabalhadores
em contexto de trabalho exposto a riscos – ou não, o trabalhador está abrangido
pelo seguro de acidentes de trabalho contratado pela empresa, devendo esta
responder solidariamente pelo pagamento da indemnização prevista na lei.

A lei que regulamenta a reparação de Acidentes de Trabalho e Doenças Profissionais


é a Lei n.º 98/2009 de 4 de setembro. No entanto, isto não significa que a entidade
patronal não possa vir a ser chamada à responsabilidade.

O SEGURO MUDA EM FUNÇÃO DO MOTIVO DO ACIDENTE?


Dependendo dos motivos que causaram o acidente, o grau de indemnização, varia. Se
se apurar que na origem do acidente esteve uma ação culposa do empregador, a
indemnização abrange a totalidade dos prejuízos, patrimoniais e não patrimoniais,
sofridos pelo trabalhador e os seus familiares, conforme estipulado no artigo 18º
nº 1 da Lei 98/2009 de 4 de setembro.

PARTICIPAÇÃO ELETRÓNICA DE ACIDENTES DE TRABALHO


Todas as empresas, excetuando aquelas que têm menos de 10 trabalhadores
(microempresas), os trabalhadores independentes e os profissionais de serviço
doméstico, estão obrigadas a fazer a participação eletrónica dos acidentes de
trabalho.

Esta participação deve ser efetuada por meio informático no prazo de 24 horas a
partir da data em que teve conhecimento do acidente, e deve ser feita pelo
empregador para a respetiva seguradora. Se o empregador não cumprir esta obrigação,
incorre numa contra-ordenação grave. Pode fazer a participação electrónica de
acidentes de trabalho aqui no link abaixo:

https://pat.apseguradores.pt

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