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Escola Histórica do Direito
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A Escola Histórica do Direito foi uma escola de pensamento jurídico - precursora do
positivismo normativista que apareceria com a Jurisprudência dos conceitos - que
surgiu nos territórios alemães no início do século XIX e exerceu forte influência
em todos os países de tradição romano-germânica.
Antecedentes
Ver artigo principal: História do direito
No século XVIII, o pensamento jurídico foi dominado pelo jusnaturalismo de cunho
racionalista, também conhecido como jusracionalismo iluminista. Este pensamento
defendia a primazia do direito natural e concebia este direito como universal e
imutável, sendo possível o seu conhecimento através da razão. Assim, vários
autores, como Pufendorf, estabeleceram "sistemas de direito natural", deduzidos
pela razão a partir da natureza das coisas e da própria razão. Entretanto, esses
sistemas acabavam por se mostrar extremamente particulares, dependendo de uma razão
solipsista.[2]
Com o advento das revoluções liberais, no final deste século e início do seguinte,
aqueles burgueses que destronavam a tradição absolutista - erguida sobre um acordo
entre clero (direito canônico), nobreza (direito consuetudinário) e o rei (direito
estatal de matriz romana), com pouco espaço para a burguesia - tratavam de
legislar, positivando aquele direito que lhes conferia "direitos naturais". Tal
aconteceu na França com o Código Napoleônico, em 1804, o que deu origem a chamada
Escola da exegese[nota 1].[2]
Origens
Friedrich Carl von Savigny, reagiu ao ensaio de Anton Friedrich Justus Thibaut em
"Da vocação da nossa época para a legislação e a jurisprudência" (em alemão: "Vom
Beruf unserer Zeit für Gesetzgebung und Rechtswissenschaft") defendendo que o
Direito não seria um produto da razão, mas antes das crenças comuns de um povo
(posteriormente Friedrich Carl von Savigny se referiu ao "espírito do povo"),
manifestação histórica e, partindo dessa perspectiva, negou o acerto de codificação
do direito civil defendida por Anton Friedrich Justus Thibaut e deu um novo impulso
à crítica do jusnaturalismo iluminista.[10]
Conteúdo
Importância e crítica
A escola Histórica do Direito logrou fazer recuar o movimento jusnaturalismo
iluminista. Porém, do ponto de vista científico, a Escola Histórica do Direito não
foi capaz de combater com substância o pensamento jusnaturalista, pelo contrário,
quem logrou levar essa crítica científica a cabo foi Immanuel Kant.
Por outro lado, ao negar que o Direito poderia ser produzido por outras forças que
não o "espírito do povo", a Escola Histórica do Direito idealizou a formação do
Direito. O Direito não é apenas um produto cultural, mas também um produto de
disputas de interesses. Nesse último sentido Karl Marx polemizou a função político-
conservadora da escola Histórica do Direito em seu "Para a Crítica da Filosofia do
Direito de Hegel" afirmando ter sido ela "uma escola que legitima a infâmia de hoje
pela infâmia de ontem".[12] Partindo do pensamento histórico da Escola Histórica do
Direito os seguidores romanistas de Friedrich Carl von Savigny, como Georg
Friedrich Puchta e Bernhard Windscheid, desenvolveram um método jurídico baseado na
lógica conhecido como jurisprudência dos conceitos (em alemão
Begriffsjurisprudenz).
Ver também
Notas
Referências
Bibliografia
Última modificação há 2 anos por Hererightnow
PÁGINAS RELACIONADAS
Friedrich Carl von Savigny
Anton Friedrich Justus Thibaut
Disputa sobre codificação
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