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Thiago Pereira Camargo Comelli R.

A: 1811400386

EXCELENTÍSSIMO SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 2ª


VARA CÍVEL DA COMARCA DO ESTADO DO RIO DE
JANEIRO

CONDOMÍNIO BOSQUE DAS ARARAS, neste ato,


representado pelo seu síndico, MARCELO RODRIGUES, já
devidamente qualificado nos autos de ação indenizatória,
movida por JOÃO, também já devidamente qualificado na
inicial, pelo rito ordinário, vem por seu advogado legalmente
constituído (procuração em anexo), com endereço profissional
(endereço completo) para fins do artigo 39, I, do CPC, vem
respeitosamente perante vossa excelência propor em tempo
hábil sua:

DA CONTESTAÇÃO

I- PRELIMINARMENTE
CARÊNCIA DE AÇÃO POR ILEGITIMIDADE PASSIVA
Planeja o autor obter indenização, contudo o condomínio não é
parte legitima para se encontrar no polo passivo desta
demanda, uma vez que, tem-se o conhecimento de que tal pote
foi lançado do apartamento 601, logo é parte individualizada,
tratando-se, portanto, de unidade autônoma como dispõe o
artigo 938 do código civil:

“Art. 938. CC. Aquele eu habitar prédio, ou parte dele,


responde pelo dano proveniente das coisas que dele
caírem ou forem lançadas em lugar indevido.”
Logo, não restam duvidas que a parte legitima para estar no
polo passivo da demanda precisa ser o dono do apartamento
601, unidade autônoma, seja ele proprietário ou possuidor, e
não o condomínio, uma vez que, só comportaria legitimidade
passiva caso fosse impossível de reconhecer de qual
apartamento o pote foi lançado.

II- DA SINTESE DOS FATOS


João andava pela calçada da rua onde morava, no RJ, alegou
que foi atingido por um pote de vidro lançado da janela do
apartamento 601 do condomínio bosque das araras. Foi
relatado em sua petição inicial que desmaiou com o impacto,
sendo socorrido por pessoas que passavam na rua, que
acionaram o corpo de bombeiros que o levou para o hospital
Municipal X. João foi atendido e passou por procedimento
cirúrgico para estagnar a hemorragia interna sofrida.

Passados alguns dias João comenta que passou mal, e teve de


retornar ao hospital do município X, e foi descoberto que
devido há um erro médico ele deveria submeter-se a uma nova
cirurgia para retirar uma gaze esquecida pelo médico dentro do
seu corpo, por ocasião da primeira cirurgia, que veio a causar-
lhe uma infecção. Dito isso, alega o requerido na inicial que
sofreu danos, requerendo o pagamento de lucros cessantes,
tanto pelo tempo em que ficou sem trabalhar em decorrência
da primeira cirurgia quanto pelo da segunda, porém não lhe
comporta direito, além disso, requer também danos morais.

III- DO MÉRITO
Vencida a preliminar anteriormente suscitada, é imperioso o
conhecimento da improcedência da obrigação de indenização
do autor em relação aos danos sofridos em decorrência da
segunda cirurgia pela qual João foi submetido, ao passo que os
danos que foram produzidos por essa cirurgia foram
consequência de um equívoco médico, cometido por um ato
falho da equipe cirúrgica do hospital do municio X, devendo
este ser demandado, e não propriamente dito em relação da
queda do pote de vidro, uma vez que o próprio na inicial afirma
que estava melhor e até mesmo trabalhando, e que somente
alguns dias depois da primeira cirurgia se sentiu mal,
descobrindo que foi devido ao erro médico. Nestes termos,
vejamos o que dispõe a legislação civil acerca desse tipo de
situação:

“Art. 403. CC. Ainda que a inexecução resulte de dolo


do devedor, as perdas e danos só incluem os prejuízos
efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direto e
imediato, sem prejuízo do prejuízo disposto na lei
processual.”
Embora sob o ponto de vista material o evento esteja
relacionado, a queda do pote de vidro que foi lançado do
apartamento 601, unidade individualizada do condomínio
bosque das araras, apenas deve ser atribuído aos resultados
sofridos do primeiro evento, isto é, os lucros cessantes no valor
de R$ 20 mil. Porém, como esse valor foi atribuído pelo autor
na inicial, o procedimento correto seria nomear um perito em
juízo, cabendo a este averiguar se o valor foi corretamente
calculado.

IV- DOS PEDIDOS


Diante do exposto requer a vossa excelência:

1) O acolhimento da preliminar de decadência de ação por


ilegitimidade passiva, com a consequente extinção do processo
sem analise do mérito;

2) Julgar parcialmente os pedidos do autor, alegados na inicial;

3) A condenação do autor aos honorários advocatícios fixados


em 20%;

V- DAS PROVAS
Requer a produção de todas as provas admitidas em direito, na
amplitude do artigo 332 do CPC, em especial prova:

Documental
Testemunhal
Perícia
Laudo médico

Nestes termos,

Pede deferimento

Assis, 07 de julho de 2021

Advogado
OAB/CE nº XXXXX

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