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FELIPE BATISTA COELHO DE ARAUJO.

20181101313;
GUILHERME PANNO VIEIRA. 20182101348;
GUSTAVO HENRIQUE QUINTANILHA JARDIM PINTO.
20151113476
5h

EXMO. SR. JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CÍVEL DA COMARCA DO ESTADO DO RIO


DE JANEIRO

Processo: XXX

CONDOMÍNIO UBÁ, representado por seu síndico, MARCELO


RODRIGUES, já devidamente qualificado nos autos de ação indenizatória, movida por
JOÃO, já devidamente qualificado na inicial, vem, por meio de seu patrono infra-
assinado, propor:
CONTESTAÇÃO

pelos motivos e fatos que passa a expor.

1. DOS FATOS

O autor, supostamente, andava na calçada do condomínio réu,


onde morava, quando fora atingido na cabeça por um pote de vidro lançado da janela
do apto 601 do edifício do condomínio réu. Em decorrência do impacto, o autor
desmaiou, sendo socorrido por transeuntes que contataram o Corpo de Bombeiros,
que o transferiu, de imediato, via ambulância, para o Hospital Municipal X.

No hospital, o autor foi internado e submetido a exames e, em


seguida, a uma cirurgia para acabar com a hemorragia interna sofrida. O autor
permaneceu internado por 30 dias.

Após os fatos, o autor retornou ao Hospital X, sendo constatado


a necessidade de realização de nova cirurgia, em decorrência de uma infecção no
crânio causada por uma gaze cirúrgica deixada no seu corpo por ocasião da primeira
cirurgia. Nesse tempo, o autor ficou mais um período internado.

Destarte, o autor ingressou com ação indenizatória em face do


Condomínio Ubá, requerendo a compensação dos danos sofridos, alegando que a
integralidade dos danos é consequência da queda do pote de vidro do condomínio, no
valor total de R$ 30 mil, a título de lucros cessantes, e 50 salários mínimos a título de
danos morais, pela violação de sua integridade física.
FELIPE BATISTA COELHO DE ARAUJO. 20181101313;
GUILHERME PANNO VIEIRA. 20182101348;
GUSTAVO HENRIQUE QUINTANILHA JARDIM PINTO.
20151113476
5h
2. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

2.1 DA ILEGITIMIDADE PASSIVA

O autor, por meio desta ação, deseja obter indenização. Ocorre


que, nos fatos, o réu não é parte legitima para se encontrar no polo passivo desta
demanda, tendo em vista que o fato se deu, exclusivamente, por parte do morador do
referido apartamento, ou seja, trata-se de unidade autônoma, nos termos do art. 938
do CC, in verbis:

“Art. 938. CC. Aquele eu habitar prédio, ou parte


dele, responde pelo dano proveniente das coisas
que dele caírem ou forem lançadas em lugar
indevido.”

Por fim, nota-se que, in casu, a parte legitima a ingressar no


polo passivo da demanda é o dono do apartamento 601 (proprietário ou possuidor), e
não o condomínio.

2.2 DA IMPOSSIBILIDADE DO RÉU INDENIZAR

É axiomático que houve um equívoco por parte do autor e seu


patrono, tendo em vista que, conforme citado anteriormente, o réu não contribuiu para
a ocorrência dos fatos.

Em relação aos danos sofridos na segunda cirurgia a qual o autor


fora submetido, o réu, novamente, não contribuiu para sua ocorrência, tendo em vista
que se trata de imperícia médica, ou seja, erro médico (gaze cirúrgica deixada no
seu corpo por ocasião da primeira cirurgia).

Tendo em vista os fatos demonstrados, a equipe do Hospital


Municipal X, em decorrência da má prestação do serviço. Ou seja, tal equipe deveria
figurar no polo passivo, tendo em vista que a inicial afirma que o autor estava
trabalhando e que, alguns dias depois da primeira cirurgia, se sentiu mal. Nesse
diapasão, temos o art. 403 do CC:

“Art. 403. CC. Ainda que a inexecução resulte de


dolo do devedor, as perdas e danos só incluem os
prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito
dela direto e imediato, sem prejuízo do prejuízo
disposto na lei processual.”

Por fim, requer que seja reconhecida a ausência do dever de


indenizar em relação ao fatos demandados, tendo em vista que não houve sequer
culpa deste. Destarte, deve ser acolhida a preliminar, resultando na prolação da
sentença terminativa que extingue o processo sem julgamento do mérito nos termo do
art. 267, VI do CPC.
FELIPE BATISTA COELHO DE ARAUJO. 20181101313;
GUILHERME PANNO VIEIRA. 20182101348;
GUSTAVO HENRIQUE QUINTANILHA JARDIM PINTO.
20151113476
5h

3. DOS PEDIDOS

Ante ao exposto, requer a Vossa Excelência:

 Acolha a manifestação de ilegitimidade da parte e que, por


conseguinte se extinga o processo sem resolução do mérito;
 Que a presente demanda seja julgado improcedente em todos os
termos;
 A condenação do autor nas custas processuais e honorários
advocatícios a serem arbitrados;
 A produção de todos os meios de provas disponíveis em direito;

N. Termos,
E. Deferimento.
Rio de Janeiro, dia de mês de ano.

___________________________________________
ADVOGADO - OAB/RJ

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