EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ª VARA DO JUIZADO
ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE ___________
Autos n.º _______________________ _____________, através de seu proprietá rio _______________, e de sua advogada vem, apresentar resposta, na forma de CONTESTAÇÃ O, na presente Açã o que lhe move ________________, já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, de acordo com os fatos que passa a expor: 1. DO MÉ RITO De fato a parte Autora deu entrada no dia _______, em um aparelho celular modelo________, para trocar a tela. No dia _________ o autor recebeu o aparelho em perfeitas condiçõ es de uso, conforme recibo anexo, com garantia de 3 meses para defeitos na peça. Dois dias depois, o autor compareceu à loja demandada com a tela trincada, solicitando a troca da peça de forma gratuita em razã o da garantia dada. Ocorre que a garantia cobre apenas, nã o estã o incluídos defeitos decorrentes de mau uso. Evidentemente que o celular sofreu uma queda, situaçã o esta que é de culpa exclusiva do consumidor, nã o tendo qualquer responsabilidade a parte ré. Nesse sentido: APELAÇÃ O CÍVEL. AÇÃ O DE INDENIZAÇÃ O POR DANOS MORAIS E MATERIAIS. COMPRA DE COMPUTADOR QUE, POSTERIORMENTE, APRESENTA DEFEITO. PROCEDÊ NCIA PARCIAL NA ORIGEM. ILEGITIMIDADE PASSIVA DO VENDEDOR. PESSOA QUE FAZ PARTE DA CADEIA DE FORNECEDORES DO PRODUTO. PREFACIAL AFASTADA. MÉ RITO. APELANTE QUE ALMEJA A RESPONSABILIZAÇÃ O DA EMPRESA QUE PRESTOU ASSISTÊ NCIA TÉ CNICA NO APARELHO. IMPOSSIBILIDADE. DEVER DE RESPONDER PELOS VÍCIOS DE FABRICAÇÃ O QUE CABE APENAS AO FABRICANTE E AO VENDEDOR (ART. 18 DO CDC). DANOS MORAIS. ABALO ANÍMICO NÃ O VERIFICADO. SITUAÇÃ O RETRATADA QUE CONSTITUI APENAS MEROS ABORRECIMENTOS COTIDIANOS, IMPASSÍVEIS DE INDENIZAÇÃ O. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. (TJSC, Apelaçã o Cível n. 2012.014164-0, de Sã o José, rel. Des. Odson Cardoso Filho, j. 04-10-2012). É importante ressaltar que a Autora nã o menciona em qualquer passagem de sua petiçã o a existência de qualquer situaçã o vexató ria ou de exposiçã o ao ridículo. Revelando, assim, tã o somente a ocorrência de descontentamento ou insatisfaçã o com a situaçã o o que por si só nã o enseja indenizaçã o por danos morais. CONSUMIDOR. VÍCIO NO PRODUTO. CELULAR. LAUDO TÉ CNICO COMPROVANDO A ORIGEM DO DEFEITO POR ATO EXCLUSIVO DO CONSUMIDOR. MAU USO. TELA TRINCADA POR POSSÍVEL QUEDA. EXCLUSÃ O DA GARANTIA. ALEGAÇÃ O DA AUTORA DE QUE O PRODUTO FOI ENCAMINHADO À ASSISTÊ NCIA SEM ESTAR COM A TELA QUEBRADA NÃ O FOI COMPROVADA NOS AUTOS. INOBSERVÂ NCIA AO Ô NUS PROBATÓ RIO QUE INCUMBIA À AUTORA, NA FORMA DO ART. 373, I, DO CPC/15. Sentença mantida. Recurso improvido. (Recurso Cível Nº 71006284608, Quarta Turma Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator: Ricardo Pippi Schmidt, Julgado em 14/10/2016). (TJ-RS - Recurso Cível: XXXXX RS, Relator: Ricardo Pippi Schmidt, Data de Julgamento: 14/10/2016, Quarta Turma Recursal Cível, Data de Publicaçã o: Diá rio da Justiça do dia 19/10/2016) Apelaçã o. Bem mó vel. Celular. Restituiçã o de valor pago e indenizaçã o por danos morais. Queda do aparelho. Evento incontroverso. Exclusã o da garantia. Danos morais. Nã o configurados. Sentença reformada. Recurso provido. (TJ-SP - APL: XXXXX20158260529 SP XXXXX-78.2015.8.26.0529, Relator: Walter Cesar Exner, Data de Julgamento: 27/04/2017, 36ª Câ mara de Direito Privado, Data de Publicaçã o: 27/04/2017) RECURSO INOMINADO. CONSUMIDOR. RESTITUIÇÃ O DO VALOR PAGO OU SUBSTITUIÇÃ O DO PRODUTO. VÍCIO NO PRODUTO. MAU USO DO EQUIPAMENTO EVIDENCIADO. LAUDO DA ASSISTÊ NCIA TÉ CNICA AUTORIZADA APONTANDO DIVERSOS DANOS NA PARTE EXTERNA DO APARELHO. SITUAÇÃ O NÃ O COBERTA PELA GARANTIA. PARECER TÉ CNICO QUE PREVALECE, À MÍNGUA DE OUTRAS PROVAS QUE INFIRMEM AS CONCLUSÕ ES DO LAUDO. EXCLUSÃ O DA RESPONSABILIDADE DO FORNECEDOR. 1. Cuidam-se os autos de açã o, na qual narrou o autor que adquiriu um celular, modelo GALAXY J1 ACE, que meses depois apresentou defeito. Levado à assistência técnica, o conserto foi negado, em razã o da constataçã o de que houve uso indevido do aparelho, culminando na perda da garantia. 2. A par do conjunto probató rio, embora se trate de clá ssica relaçã o de consumo, com inversã o do ô nus da prova, nã o é dispensado o dever da parte autora de fazer prova quanto ao fato constitutivo de seu direito, nos termos do inciso I do artigo 373 do CPC, o que nã o foi observado nos autos. 3. Partindo-se desse ponto, nã o se pode fundamentar um juízo de procedência, exclusivamente a partir das alegaçõ es da parte demandante, sobretudo quando existe um laudo técnico atestando o uso inadequado do produto, contendo as correspondentes fotografias que avalizam as conclusõ es do laudo. Verifica-se... do laudo acostado à s fls. 11/13, que o aparelho celular estava com diversos danos na parte externa, inclusive com a tela frontal trincada, sendo plausível concluir, até mesmo pelo pouco tempo de uso (onze meses), que tenha sido utilizado ou manuseado de forma inadequada, ou ainda, que tenha sofrido uma queda. 4. Nã o foi produzida qualquer prova de que o problema reclamado tenha outra origem. Vale dizer que o laudo foi apresentado por profissional da assistência técnica especializada, que analisou o produto em todas suas especificidades, cuja idoneidade deve ser presumida, à míngua de outros elementos que infirmem o que foi constatado. 5. Logo, diagnosticado que o problema apresentado no produto decorre de manuseio inadequado, a situaçã o autoriza a exclusã o da responsabilidade do fornecedor pela avaria, em razã o da ausência de nexo causal, pressuposto bá sico da responsabilidade civil, descabendo a devoluçã o do valor pago. 6. Nesse sentido: RECURSO INOMINADO. AÇÃ O RESCISÓ RIA E INDENIZATÓ RIA. CONSUMIDOR. VÍCIO DO PRODUTO. APARELHO CELULAR. CONSTATAÇÃ O DE MAU USO. TELA TRINCADA. SITUAÇÃ O NÃ O COBERTA PELA GARANTIA. LAUDO TÉ CNICO. IMPOSSIBILIDADE DE RESTITUIÇÃ O DO VALOR PAGO PELO PRODUTO. DANOS MORAIS NÃ O CONFIGURADOS. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO. (Recurso Cível Nº... XXXXX, Terceira Turma Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator: Cleber Augusto Tonial, Julgado em 23/11/2017) 7. Sentença mantida. RECURSO DESPROVIDO. UNÂ NIME. (Recurso Cível Nº 71007339435, Segunda Turma Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator: Elaine Maria Canto da Fonseca, Julgado em 20/06/2018). (TJ-RS - Recurso Cível: XXXXX RS, Relator: Elaine Maria Canto da Fonseca, Data de Julgamento: 20/06/2018, Segunda Turma Recursal Cível, Data de Publicaçã o: Diá rio da Justiça do dia 27/06/2018) Como se verifica, a Ré nã o praticou qualquer açã o ou omissã o ilícita apta a gerar sua responsabilizaçã o. A Ré somente efetuou a entrega do novo aparelho e em nenhum momento o recebeu novamente. Assim, a Ré nã o pode ser responsabilizada por qualquer suposto dano moral causado a Autora, pois nã o praticou qualquer conduta causadora do dano. Registra-se que a Ré sempre atuou de forma transparente, integra e de boa-fé; nã o causou qualquer dano a Autora e em nenhum momento recebeu qualquer quantia da mesma. Desta forma, no que se refere ao pedido de indenizaçã o por Dano Moral, a Ré nã o pode ser responsabilizada. A Ré nã o praticou qualquer conduta dolosa ou culposa causadora de dano a Autora, a indenizaçã o por danos morais nã o se presta ao ressarcimento de qualquer abalo ou descontentamento que os cidadã os comuns possam sofrer no diaadia, como no presente caso, mas somente nas hipó teses em que fique comprovado um profundo transtorno que afete os direitos da personalidade. Portanto, somente pode ser reputado como dano moral a dor, o vexame, a humilhaçã o ou o sofrimento que, fugindo dos padrõ es da normalidade, interfira de tal forma no comportamento psicoló gico do individuo, causando-lhe afliçõ es, angú stias e total desequilíbrio de seu bem estar. 2. DA IMPOSSIBILIDADE DE INVERSÃ O DO Ô NUS DA PROVA Sabe-se perfeitamente que o ô nus da prova é invertido no processo civil a favor do consumidor quando verossímil for sua alegaçã o ou quando hipossuficiente for o mesmo. Entretanto, essa inversã o nã o o isenta de provar, nos casos em que pleiteia reparaçã o de danos, sejam esses morais ou patrimoniais, os fatos constitutivos de seu direito, ou seja, deve provar que o dano realmente existiu e que há nexo de causalidade entre a atividade da prestadora de serviços e o dano. 3. DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS Diante de todo o exposto, requer a Vossa Excelência: a) que a presente Açã o seja julgada totalmente improcedente quanto aos pedidos constantes na exordial. Protesta demonstrar o alegado por todos os meios de prova legalmente admitidos, requerendo, de logo a juntada posterior de documentos que se façam necessá rios, oitiva de testemunhas, exames periciais, o depoimento pessoal da Autora, e outras provas que o caso exija. Termos em que, Pede Deferimento Cidade, 30 de novembro de 2018.