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Nome: Janrye

Acordam os Juízes de Direito integrantes da Quarta Turma Recursal Cível dos Juizados Especiais
Cíveis do Estado do Rio Grande do Sul, à unanimidade, em NEGAR PROVIMENTO AO
RECURSO INOMINADO.
Participaram do julgamento, além do signatário (Presidente), os eminentes Senhores DR. LUIS
ANTONIO BEHRENSDORF GOMES DA SILVA E DR. JERSON MOACIR GUBERT.
GRASSI CONFECÇÕES - ME em face da sentença (fls.
92/95) que julgou parcialmente procedente a ação indenizatória movida contra WM ALARMES
LTDA.
fim de evitar tautologia e propiciar melhor entendimento da demanda que deu origem ao recurso,
adoto o relatório da sentença hostilizada: Trata-se de ação indenizatória por danos materiais e
morais, avaliados em R$ 11.817,83 decorrentes de arrombamento da loja de CLEUSA M.
Alega que não foi comunicada do arrombamento e que não foi averiguado o interior da loja pela
empresa de monitoramento requerida, sendo furtados inúmeras roupas e produtos de perfumaria.
contraria a tese da autora alegando que, no momento do disparo do alarme em 10.02.2019,
compareceu no estabelecimento e que não constatou sinais visíveis de arrombamento nem a falta de
mercadorias, já que loja é toda envidraçada e a fechadura é recuada, não possuindo as chaves de
acesso ao local.
Defende que é apenas uma empresa de monitoramento de alarmes e não uma seguradora, e a
inocorrência de danos morais.
Ao final, assim restou decidido: RS ANTE O EXPOSTO, forte no artigo 487, I do Código de
Processo Civil, opino pela PARCIAL PROCEDÊNCIA DOS PEDIDOS, condenando a empresa ré
ao pagamento de indenização material prevista contratualmente no valor de R$ 1.575,00 (hum mil
quinhentos e setenta e cinco reais), que deverá ser corrigida pelo
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(PROCESSO ELETRÔNICO) OABM No 71009423617 (No CNJ: 0024544-61.2020.8.21.9000)
2020/CÍVEL IGP-M desde a data do evento danoso, 11.02.2019, fl.
23, mais a incidência de juros legais de 1% ao mês desde a data da citação, fl.
98/107) a autora pretende a reforma da sentença, sustentando que a prova colhida durante a
instrução é robusta para comprovar que possuía no estabelecimento mercadorias que superam o
valor da condenação.
Sustenta, também, a ocorrência de dano moral, tendo em vista a perda de mercadorias que vinha
adquirindo desde o inverno a fim de obter lucro na alta temporada.
Requer o provimento do recurso para julgar totalmente procedente a ação.
Concedida a gratuidade judiciária e recebido o recurso (fl.
123), sem contrarrazões, os autos vieram para julgamento.
sentença hostilizada deve ser confirmada pelos próprios fundamentos, a teor do disposto no art.
pretensão recursal é o deferimento total do valor pleiteado a título de indenização por dano
material, bem como a concessão de indenização por dano moral em razão da situação narrada na
inicial.
Quanto ao dano material, para vingar integralmente a pretensão da autora, deveria ela ter feito a
prova do efetivo dano experimentado, ônus do qual não se desincumbiu, nos termos do art.
Com efeito, os documentos apresentados pela autora a dar amparo à pretensão, não se prestam
para tanto, pois não há prova segura do que havia no estoque do estabelecimento no momento do
arrombamento.
(PROCESSO ELETRÔNICO) OABM No 71009423617 (N° CNJ: 0024544-61.2020.8.21.9000)
2020/CÍVEL Assim, andou bem a sentença ao deferir a indenização com base na cláusula
contratual livremente ajustada pelas partes.
No tocante ao dano moral, melhor sorte não tem a recorrente, pois o mero descumprimento
contratual não dá amparo a tal pretensão e não logrou ela demonstrar situação excepcional de
afronta a direito de personalidade.
situação dos autos situa-se na esfera do mero dissabor do descumprimento contratual a que todos
estão sujeitos.
Desse modo, a sentença deve ser mantida pelos próprios fundamentos.
Diante do exposto, voto por.negar provimento ao recurso.
Condeno a recorrente ao pagamento das custas processuais e honorários do procurador da parte
adversa, que fixo em 10% sobre o valor corrigido da causa, a teor do disposto no art.
55, da Lei no 9.099/95.
Suspensa a exigibilidade em face da gratuidade judiciária concedida.
DR. OYAMA ASSIS BRASIL DE MORAES - Presidente - Recurso Inominado no 71009423617,
Comarca de Tramandaí: "NEGARAM PROVIMENTO AO RECURSO.
PODER, UDICIÁRIO RS ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA Juízo: Vara Adjunta do JEC - Tramandaí Processo: 9002261-
31.2019.8.21.0073 Tipo de Ação: Responsabilidade Civil :: Indenização por Dano Material Autor:
CLEUSA M.
GRASSI CONFECCOES - ME Réu: WM ALARMES LTDA Local e Data: Tramandaí, 12 de
dezembro de 2019 PROPOSTA DE SENTENÇA Vistos, etc.
Trata-se de ação indenizatória por danos materiais e morais, avaliados em R$ 11.817,83
decorrentes de arrombamento da loja de CLEUSA M.
Alega que não foi comunicada do arrombamento e que não foi averiguado o interior da loja pela
empresa de monitoramento requerida, sendo furtados inúmeras roupas e produtos de perfumaria.
contraria a tese da autora alegando que, no momento do disparo do alarme em 10.02.2019,
compareceu no estabelecimento e que não constatou sinais visíveis de arrombamento nem a falta de
mercadorias, já que a loja é toda envidraçada e a fechadura é recuada, não possuindo as chaves de
acesso ao local.
Defende que é apenas uma empresa de monitoramento de alarmes e não uma seguradora, e a
inocorrência de danos morais.
requerente comprovou o arrombamento do estabelecimento com o Boletim de Ocorrência às fls.
Embora a empresa requerida não possuísse as chaves de acesso ao interior da loja, fato este
confirmado pela requerente na instrução processual, não foi constatado o arrombamento do
estabelecimento pela requerida com a visita in loco após o disparo do alarme.
Isso também restou confirmado pelo depoimento do atendente plantonista da requerida naquela
data, fl.
Com isso, de certa forma se vislumbra falha na prestação de serviço, com fulcro no artigo 14, § 1o,
I e Il do Código de Defesa ao Consumidor, na medida em que o serviço de monitoramento
eletrônico não evitou o arrombamento e consequente furto dos pertences do interior da loja
requerente, conforme Boletim de Ocorrência, fls.
23/24, corroborado pela ausência de comunicação à requerente sobre o arrombamento ocorrido.
De qualquer sorte, merece prosperar parcialmente o pedido de indenização por danos materiais dos
bens furtados, e não dos valores demonstrados pela notas fiscais de compra dos produtos às fls.
Isso se justifica porque impossível mensurar o que ainda guarnecia o estoque da loja e aquilo que já
havia sido vendido, aliada à inexistência de relatório de bens que não foi elaborado pela requerente,
já que permaneceu em branco, fl.
cláusula 7a do contrato de prestação de serviços de monitoramento eletrônico, fls.
19/21, evidencia que no caso de arrombamento devidamente comprovado por Boletim de
Ocorrência mais a presença da Brigada Militar, assim atendido pela requerente, a Assinado
eletronicamente por Cristiane Elisabeth Stefanello Scherer Confira autenticidade em
https://www.tjrs.jus.br/verificadocs, informando 0000940191538.
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JUSTIÇA contratada/requerida pagará a contratante/requerente o valor máximo de quinze vezes o
valor do monitoramento atual (R$ 105,00, conforme cláusulas 3a, alínea be 4a) se ultrapassados
cinco minutos do arrombamento até a chegada do preposto da empresa ao local.
Assim, logra êxito parcialmente o pedido de indenização material do valor de R$ 1.575,00,
conforme previsto contratualmente nas cláusulas 7a, 3a, alínea be 4a do contrato de prestação de
serviço, fls.
19/21, ante a ausência de verificação do arrombamento pela requerida, tudo em atenção à boa-fé
exigida dos contratantes pelo artigo 422 do Código Civil, e por não ser a requerida uma empresa
seguradora.
Por fim, o dano moral não restou configurado, pois aqui não pode ser presumido.
Por se tratar do pedido de uma Micro-empresa, pessoa jurídica de direito privado - CLEUSA M.
GRASSI CONFECÇÕES ME - Beleza Pura, não houve comprovação de ofensa à honra objetiva
(ao nome, reputação ou imagem do estabelecimento).
Abalo ao patrimônio não se traduz em dano moral, tratando-se de mero descumprimento contratual,
sem ofensas aos atributos da personalidade da parte autora, de acordo com o artigo 52 do Código
Civil: Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade;
5 do Encontro dos Juizados Especiais Cíveis do Estado, de maio de 2005, em Gramado: O
descumprimento ou a má execução dos contratos só gera danos morais de forma excepcional,
quando violarem os direitos da personalidade.
ANTE O EXPOSTO, forte no artigo 487, I do Código de Processo Civil, opino pela PARCIAL
PROCEDÊNCIA DOS PEDIDOS, condenando a empresa ré ao pagamento de indenização material
prevista contratualmente no valor de R$ 1.575,00 (hum mil quinhentos e setenta e cinco reais), que
deverá ser corrigida pelo IGP-M desde a data do evento danoso, 11.02.2019, fl.
23, mais a incidência de juros legais de 1% ao mês desde a data da citação, fl.
Custas e honorários advocatícios sem condenação, em conformidade com o art.
Tramandaí, 12 de dezembro de 2019 Erika Rodrigues Lammel Degrazia - Juiz Leigo Assinado
eletronicamente por Cristiane Elisabeth Stefanello Scherer Confira autenticidade em
https://www.tjrs.jus.br/verificadocs, informando 0000940191538.
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JUSTIÇA Juízo: Vara Adjunta do JEC - Tramandaí Processo: 9002261-31.2019.8.21.0073 Tipo
de Ação: Responsabilidade Civil :: Indenização por Dano Material Autor: CLEUSA M.
GRASSI CONFECCOES - ME Réu: WM ALARMES LTDA Local e Data: Tramandaí, 12 de
dezembro de 2019 SENTENÇA HOMOLOGATÓRIA Nos termos do art.
40 da Lei no 9.099/95, homologo a proposta de decisão, para que produza efeitos como
sentença.Sem custas e honorários, na forma da Lei.As partes consideram-se intimadas a partir da
publicação da decisão, caso tenha ocorrido no prazo assinado;
do contrário, a intimação terá de ser formal.

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