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Registro: 2018.0000966999
ACÓRDÃO
APELAÇÃO Nº 1003681-18.2018.8.26.0361
VOTO Nº 24029
EMENTA
AÇÃO INDENIZATÓRIA FURTO ESTACIONAMENTO
PROVAS SUFICIENTES PARA COMPROVAÇÃO DO FURTO
INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA RESPONSABILIDADE
DO FORNECEDOR RISCO DA ATIVIDADE DEVER DE
GUARDA CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
DANOS MATERIAIS COMPROVADOS
1 Trata-se de nítida relação de consumo. Em decorrência disso, é
possível a inversão do ônus da prova (CDC, art. 6º, VIII),
incumbindo ao réu trazer aos autos provas capazes de infirmar as
alegações de fato do autor. Nesse sentido, poderia o réu ter trazido
registros audiovisuais captados no dia dos fatos, ou, ao menos,
pleiteado a produção de prova oral de algum funcionário que
trabalhou neste dia. Entretanto, não o fez. Diante disso, presumem-
se verdadeiras as alegações de fato do autor, de modo que deve ser
reconhecido o nexo causal entre os danos e a falha no dever de
vigilância.
2 As provas trazidas pelo autor (Boletim de Ocorrência e notas
fiscais demonstrando a compra de produtos no estabelecimento do
réu no dia dos fatos) são suficientes, à luz do conjunto probatório,
para afirmar seguramente que houve o nexo de causalidade e os
danos alegados. Precedentes;
3 - Apesar de a atividade-fim do réu não ser a guarda de veículos,
este, ao colocar tal espaço à disposição dos clientes, assumiu os
riscos de eventuais danos envolvendo os bens localizados dentro
dos veículos. Nesse sentido, aliás, o C. Superior Tribunal de
Justiça editou enunciado da súmula nº 130: “A empresa responde,
perante o cliente, pela reparação de dano ou furto de veículo
ocorridos em seu estabelecimento”. Portanto, indiscutível o dever
de indenizar.
RECURSO PROVIDO
PODER JUDICIÁRIO 3
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Seção de Direito Privado
APELAÇÃO Nº 1003681-18.2018.8.26.0361
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Vistos.
Houve contrarrazões (fls. 121/128), porém o réu pediu para que sejam
desentranhadas dos autos (fls. 129), juntando novas contrarrazões (fls. 130/137).
É a síntese do necessário.
Trata-se de ação indenizatória por danos materiais, na qual o autor alega que
seu sócio, o Sr. Felipe Augusto Garcia de Souza, havia estacionado veículo do autor em
estacionamento disponibilizado pelo réu, e, na ocasião, houve danificação da fechadura do
veículo e furto do estepe.
PODER JUDICIÁRIO 4
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Seção de Direito Privado
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Pois bem.
Essa conclusão já foi adotada por esta C. 30ª Câmara de Direito Privado, em
julgado de relatoria do I. Des. Andrade Neto:
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PROVIDO EM PARTE
No voto, o I. Des. Rel. Andrade Neto reafirma a tese aqui defendida de que o
Boletim de Ocorrência e as notas fiscais demonstrando a compra no dia dos fatos são
suficientes para comprovar as alegações de fato do autor, desde que o réu não traga aos
autos provas capazes de infirmá-las:
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