ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

PODER JUDICIÁRIO
TURMAS RECURSAIS

CDB
Nº 71005099890 (N° CNJ: 0033500-76.2014.8.21.9000)
2014/CÍVEL

RECURSO INOMINADO. CONSUMIDOR. AÇÃO DE

INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E
MORAIS. VÍCIO APARENTE. APARELHO CELULAR
ADQUIRIDO COM AVARIAS. NÃO
OPORTUNIZAÇÃO DA REPARAÇÃO DO VÍCIO
PELA ASSISTÊNCIA TÉCNICA. INAPLICABILIDADE
DOS ARTIGOS 18, § 1º E 49 DO CDC. AUSÊNCIA
DE INTERESSE PROCESSUAL. CARÊNCIA DA
AÇÃO. DANOS MORAIS INOCORRENTES.
SENTENÇA MANTIDA.
1. Narra a autora que adquiriu um aparelho
celular com vícios aparentes (arranhões na
tela). Alegou que não obteve êxito em resolver
o problema junto à loja requerida. Postulou a
restituição do valor pago pelo produto, bem
como indenização por danos morais, em
decorrência da conduta ofensiva do preposto
da requerida Magazine Luiza S/A.
2. Não há provas de que a autora tenha
oportunizado a realização de reparos no
aparelho pela assistência técnica autorizada,
conforme disposto no artigo 18, § 1º, do CDC.
3. O prazo de 07 dias para desistência da
compra aplica-se tão somente nos casos em
que a contratação ocorrer fora do
estabelecimento comercial, conforme
expressamente previsto no artigo 49 da CDC,
hipótese que não se coaduna com a tese
inicial.
4. Sendo assim, resta caracterizada a falta de
interesse de agir em relação às corrés
Magazine Luiza S.A. e LG do Brasil S.A.
5. Quanto ao pedido de indenização por danos
morais, não comprovada a conduta ilícita por
parte do preposto da empresa ré, Eduardo
Santos Fraga, tampouco a ocorrência de dano
moral. Assim, não há que se falar em dever
indenizatório.
6. Sentença mantida por seus próprios
fundamentos, na esteira do artigo 46 da Lei n.º
9.099/95.
RECURSO IMPROVIDO.

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RECURSO INOMINADO SEGUNDA TURMA RECURSAL

CÍVEL
Nº 71005099890 (N° CNJ: 0033500- COMARCA DE RIO GRANDE
76.2014.8.21.9000)

ESTER LAURA DA SILVA OLIVEIRA RECORRENTE

MAGAZINE LUIZA S/A RECORRIDO

LG DO BRASIL S/A RECORRIDO

EDUARDO SANTOS FRAGA RECORRIDO

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos.

Acordam os Juízes de Direito integrantes da Segunda Turma
Recursal Cível dos Juizados Especiais Cíveis do Estado do Rio Grande do
Sul, à unanimidade, em NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.
Participaram do julgamento, além da signatária, os eminentes
Senhores DRA. VIVIAN CRISTINA ANGONESE SPENGLER
(PRESIDENTE) E DR. ROBERTO BEHRENSDORF GOMES DA SILVA.
Porto Alegre, 08 de abril de 2015.

DR.ª CINTIA DOSSIN BIGOLIN,

Relatora.

RELATÓRIO
(Oral em Sessão.)

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VOTOS
DR.ª CINTIA DOSSIN BIGOLIN (RELATORA)
Eminentes colegas.
Conheço do recurso inominado interposto pela parte autora,
pois preenchidos os pressupostos de admissibilidade.
A sentença merece ser confirmada por seus próprios
fundamentos, o que se faz na forma do artigo 46 da Lei n.º 9.099/95:

“Art. 46. O julgamento em segunda instância constará

apenas da ata, com a indicação suficiente do
processo, fundamentação sucinta e parte dispositiva.
Se a sentença for confirmada pelos próprios
fundamentos, a súmula do julgamento servirá de
acórdão”.

Nesse sentido:

CONSUMIDOR. REPARAÇÃO DE DANOS. MICRO-

ONDAS. VÍCIO DE QUALIDADE. NECESSIDADE DE
OPORTUNIZAÇÃO DE CONSERTO NO PRAZO
LEGAL. PRODUTO NÃO ENCAMINHADO À
ASSISTÊNCIA TÉCNICA. ART. 18, § 1º DO CÓDIGO
DE DEFESA DO CONSUMIDOR. AUSÊNCIA DE
INTERESSE DE AGIR. PRECEDENTES DAS
TURMAS RECURSAIS CÍVEIS. Não havendo a autora
oportunizado à ré o conserto do bem no prazo previsto
no art. 18, § 1º do Código de Defesa do Consumidor,
descabe sejam - a comerciante ou a fabricante -
obrigadas à troca do produto. Assim, não respeitado
pela demandante o trintídio legal, descabe a
condenação das rés à substituição do produto ou a
desconstituição dos débitos referente às prestações a
que se comprometeu a demandante, impondo-se, de
ofício, a extinção da demanda, por ausência de
interesse de agir. PROCESSO EXTINTO, DE OFÍCIO.
RECURSO PREJUDICADO. (Recurso Cível Nº
71005311899, Primeira Turma Recursal Cível, Turmas

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2014/CÍVEL

Recursais, Relator: Marta Borges Ortiz, Julgado em

24/03/2015)

Diante do exposto, o voto é no sentido de NEGAR

PROVIMENTO AO RECURSO.
Sucumbente, arcará a parte recorrente/autora com o
pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios, estes
fixados em R$ 800,00, ao patrono da parte adversa, considerando que, caso
fixado sobre o valor da causa, seria ínfimo o valor ao procurador. Contudo,
fica suspensa a exigibilidade em face da concessão da assistência judiciária
gratuita (fl. 79).
É o voto.

DRA. VIVIAN CRISTINA ANGONESE SPENGLER (PRESIDENTE) - De

acordo com o(a) Relator(a).
DR. ROBERTO BEHRENSDORF GOMES DA SILVA - De acordo com o(a)
Relator(a).

DRA. VIVIAN CRISTINA ANGONESE SPENGLER - Presidente - Recurso

Inominado nº 71005099890, Comarca de Rio Grande: "NEGARAM
PROVIMENTO AO RECURSO. UNÂNIME."

Juízo de Origem: JUIZADO ESPECIAL CIVEL RIO GRANDE - Comarca de

Rio Grande