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DIREITO CONSTITUCIONAL PROF.

RODRIGO MENEZES

Art. 5º, caput


Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

Garante a inviolabilidade
dos direitos a:
Destinatários:
VIda
PF
Liberdade ¨Brasileiros Dir. Privado
PJ
Dir. Público
Obs.:
Obs Os direitos e garantias individuais são cláusulas pétreas, Igualdade &
estejam ou não no art. 5º (art. 60, § 4º) PF
SEgurança (jurídica) ¨Estrangeiros
STF: “(...) as limitações materiais (...) não significam a intangibilidade literal da
PJ
residentes (ou
ou não)
não
respectiva disciplina na Constituição originária, mas apenas a proteção do PROpriedade
núcleo essencial dos princípios e institutos cuja preservação nelas se no Brasil
protege." (ADI 2.024-MC, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ 01/12/00)

Direito à Vida Princípio da Igualdade ou Isonomia


D O direito à vida não abrange só o direito de não ser morto Igualdade Formal Igualdade Material
(respeito à integridade física), mas também o direito de ter
uma vida digna (respeito à integridade moral); D Visa o tratamento de todos DVisa tratar igualmente os iguais e
da mesma forma desigualmente os desiguais, na
D O direito à vida impede a eutanásia (boa morte); medida de suas desigualdades
D A CF protege todas as formas de vida, inclusive a uterina D Direito de 1ª geração
D Direito de 2ª geração
(em regra o aborto é crime – arts. 124 a 126, Código Penal); D Art. 5º, caput da CF/88
DEx.: Art. 5º, I; Art. 7º, XX; Art. 40
D É legítima a pesquisa usando células-tronco de embriões
humanos produzidos por fertilização in vitro e não utilizados,
Igualdade na lei Igualdade perante a lei
respeitados os requisitos da Lei 11.105/05 (STF, ADI 3.510).
D O direito a vida é o mais fundamental de todos os direitos, já D Vincula o legislador DVincula o aplicador da lei
que é pré-requisito para a existência dos demais; D Atinge a elaboraç
elaboração da lei DAtinge a atuação do poder público
D O direito à vida não é absoluto! A CF admite a pena de morte D A lei deve respeitar o DOs agentes estatais devem aplicar a
em caso de guerra declarada (art. 5º, XLVII, “a”). Admite-se o princípio da igualdade lei de forma igualitária
aborto se a gravidez resulta de estupro ou se não há outro D Evita a criação de lei DEvita a prática de atos ilegais e
meio de salvar a vida da gestante (art. 128, CP); inconstitucional inconstitucionais

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Princípio da Igualdade ou Isonomia Princípio da Igualdade ou Isonomia
JURISPRUDÊNCIAS DO STF: JURISPRUDÊNCIAS DO STF:
¨ Discriminações previstas na própria CF não violam este princípio; ¨ STF: “Concurso público. Lei 7.289/1984 do Distrito Federal.
¨ O princípio da isonomia, que se reveste de auto-aplicabilidade, não é Limitação de idade apenas em edital. Impossibilidade. A fixação do
suscetível de regulamentação ou de complementação normativa. limite de idade via edital não tem o condão de suprir a exigência
constitucional de que tal requisito seja estabelecido por lei." (RE
¨ Lei pode estabelecer distinções razoáveis entre pessoas em razão de 559.823-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 27-11-07, 2ª
sexo, idade, condição física, condição econômica, etc.; Turma, DJE de 1º-2-08).
¨ A LEI (não o edital) pode estabelecer critérios diferenciados de ¨ STF: "O limite de idade para a inscrição em concurso público só se
admissão em cargo público (sexo, idade, altura, capacidade física, legitima em face do art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser
escolaridade, etc.), se a natureza e as atribuições do cargo exigirem; justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido."
¨ O Poder Judiciário não pode, sob pretexto de restabelecer o (Súmula 683)
princípio da isonomia, estender vantagens a um grupo não ¨ STF: "Concurso público. (...) Prova de títulos: exercício de funções
contemplado pela lei. públicas. Viola o princípio constitucional da isonomia norma que
¨ Ofende o princípio da isonomia o Estatuto do Pessoal da Empresa estabelece como título o mero exercício de função pública." (ADI
estrangeira que concede vantagens exclusivamente aos empregados 3.443, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 8-9- 05, Plenário, DJ
de sua nacionalidade. de 23-9-05).
¨ É constitucional a lei que prevê prazos diferenciados para contestar ¨ STF: "Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa,
ou recorrer quando a parte for a Fazenda Pública ou o Ministério aumentar vencimentos de servidores públicos sob fundamento de
Público. isonomia." (Súmula 339)

Princípio da Igualdade ou Isonomia Princípio da Legalidade


¨IGUALDADE ENTRE OS SEXOS Art. 5º, I; ¨ Base do Estado Democrático de Direito;
Art. 3º, IV; ¨ Protege o povo ao impor limites ao poder arbitrário do Estado;
Art. 7º, XVIII, XIX e XX;
♂H = M♀ Art. 40, § 1º, III;
¨ Só por lei podem ser criadas obrigações para as pessoas;
Art. 143, § 2º;
Direitos e Legalidade Ampla Legalidade Estrita
Art. 201, § 7º;
obrigações
Art. 226, § 5º
¨ STF:
STF: Particular – art. 5º
5º, II Poder Pú
Público – art. 37
D A adoção de critérios diferenciados para o licenciamento dos
militares temporários, em razão do sexo, não viola o princípio da
isonomia.
Pode fazer tudo que a lei não proíbe Só pode fazer o que a lei permite
D Não afronta o princípio da isonomia a adoção de critérios distintos
para a promoção de militares do sexo feminino e masculino.
D Inconstitucionalidade da diferença de critério de admissão Princípio da Reserva Legal – ocorre quando a CF, caso a caso, exige lei
considerado o sexo – artigo 5º, inciso I, e § 2º do artigo 39 da Carta formal ou ato normativo com força de lei para tratar de determinados temas.
Federal. A exceção corre à conta das hipóteses aceitáveis, tendo em Ex.: art. 5º, VI, VII, VIII, XII, XIII, XV, XVIII, XXIV, XXVI, XXVII, XXVIII, XXIX,
vista a ordem sócio-constitucional. XXXII, XXXIII, XXXVIII, XXXIX, etc.
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Princípio da Reserva Legal Princípio da Reserva Legal

Reserva Legal Absoluta Reserva Legal Relativa


Reserva Legal Simples Reserva Legal Qualificada

A CF, apesar de exigir lei,


A Constituiç
Constituição limita-
limita-se a A CF exige lei, com permite que esta fixe tão-
tão-
A CF alé
além de exigir “lei”
lei” somente parâmetros de atuaç
atuação
exigir “lei”
lei” para regular para regular determinada exclusão, portanto, de
para o órgão administrativo, que
determinada maté
matéria maté
matéria, fixa as condiç
condições qualquer outra fonte poderá
poderá complementá
complementá-la por ato
ou os fins que devem ser infralegal infralegal,
infralegal, sempre, poré
porém,
perseguidos pela norma respeitados os limites ou
legal. requisitos estabelecidos pela
Ex.: art. 5º, VI, VII, VIII, XV, legislaç
legislação
XVIII, XXIV, XXVI, XXVII,
XXVIII, XXIX, XXXII, XXXIII,
XXXVIII, XXXIX. Ex.: "a lei regulará", "a lei
Ex.: art. 5º
5º, XII, XIII, LX.
disporá", "a lei criará", a lei Ex.: "nos termos da lei", "no
poderá definir", etc prazo da lei", "na forma da lei",
"com base na lei", "nos limites da
lei", "seguindo critérios da lei".

(Art. 5º
5º, IV, V,
Art. 5º, III Liberdade de Expressão IX, X, XIV)

IV meio
¨Ninguém será submetido a: do pensamento ¨ por qualquer forma ANONIMATO
IX
física das atividades:
@ tortura Não é admitida
psicológica Dintelectual CENSURA em nenhuma hipótese
Dartística ou (art. 220,§ 2º)
Dcientífica licença
desumano Dde comunicaç
comunicação STF:
STF garantia de
@ tratamento
preservação da
degradante XIV liberdade de
garante o acesso à informaç ão,
informação, informação;
resguardado o sigilo da fonte não se confunde
STF: “Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado com privilégio de
receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte quando necessário ao exercício profissional* ordem pessoal.
do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena
de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de *STF
STF: “Os jornalistas (...) não se expõem ao poder de indagação
nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da do Estado ou de seus agentes e não podem sofrer (...)
responsabilidade civil do Estado.” (Súmula Vinculante nº 11) a imposição de qualquer sanção penal, civil ou administrativa"

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(Art. 5º
5º, IV, V, (Art. 5º
5º, IV, V,
Liberdade de Expressão IX, X, XIV) Liberdade de Expressão IX, X, XIV)

¨LIBERDADE DE EXPRESSÃO E LIMITAÇÕES – STF: ¨LIBERDADE DE EXPRESSÃO E SUAS LIMITAÇÕES

D“A liberdade de expressão constitui-se em direito fundamental V agravo


Direito de resposta PROPORCIONAL
do cidadão, envolvendo o pensamento, a exposição de fatos (ofensa)
atuais ou históricos e a crítica.” (HC 83.125, Rel. Min. Marco
além da indenizaç
indenização pelos danos:
danos
Aurélio, em 16-9-03, 1ª Turma, DJ de 7-11-03)
D material (prejuízo financeiro comprovável)
D“O direito à livre expressão não pode abrigar, em sua D moral (lesão à honra - constrangimento)
abrangência, manifestações de conteúdo imoral que implicam D à imagem (reputação denegrida) * A proteç
proteção a
ilicitude penal”. (HC 82.424, Rel. p/ o ac. Min. Maurício Corrêa, em intimidade, vida
X
17-9-03, Plenário, DJ de 19-3-04) São invioláveis*: privada, honra e
imagem deve se
D“Limitações à liberdade de manifestação do pensamento, pelas D intimidade PF dar na medida
suas variadas formas. Restrição que há de estar explícita ou D vida privada em
em caso
caso
das e inversamente
D honra de
de violação
violação
implicitamente prevista na própria Constituição.” (ADI 869, Rel. PJ proporcional à
p/ o ac. Min. Maurício Corrêa, em 4-8-99, Plenário, DJ de 4-6-04) D imagem sua exposiç
exposição

Márcia X: ESCOLA BASE – SP - 1994 O CASO


DANIELA CICARELLI
Quadro "desenhando
com terços" - 2006

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(Art. 5º
5º, IV, V, (Art. 5º
5º, IV, V,
Liberdade de Expressão IX, X, XIV) Liberdade de Expressão IX, X, XIV)

¨JURISPRUDÊNCIAS: ¨JURISPRUDÊNCIAS:

DSTF: “O fato de a Convenção de Varsóvia revelar, como regra, a


DSTJ: "A pessoa jurídica pode sofrer dano moral" (Súmula 227)
indenização tarifada por danos materiais não exclui a relativa
aos danos morais. Configurados esses pelo sentimento de
DSTF: "A pessoa jurídica pode ser sujeito passivo do crime de desconforto, de constrangimento, aborrecimento e humilhação
difamação; não porém, de injúria (...). E assim o é apenas decorrentes do extravio de mala, cumpre observar a Carta
Política da República – incisos V e X do artigo 5º, no que se
porque, à pessoa jurídica, não se pode negar reputação e boa sobrepõe a tratados e convenções ratificados pelo Brasil.”
fama, que não constituem atributos da honra subjetiva - como (RE 172.720, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 6-2-96, 2ª
Turma, DJ de 21-2-97).
na injúria - mas sim da honra objetiva." (Decisão unânime da
DSTJ: A indenização tarifada da Convenção de Varsóvia não se
2a. Turma do STF, em que foi relator o Sr. Ministro Francisco aplica aos fatos ocorridos na vigência do CDC (REsp 257297
Rezek, in RTJ-113/90, vol. 113, julho de 1985) SP, Rel. Min. Humberto Gomes de Barros, Julgamento:
14/02/2005, Órgão Julgador: T3, DJ 14.03.2005 p. 317)

Variações da Liberdade de Expressão Variações da Liberdade de Expressão


(Art. 5º
5º, VI, VII, VIII) (Art. 5º
5º, VI, VII, VIII)
VI VIII
IMPERATIVO DE CONSCIÊNCIA ESCUSA OU OBJEÇÃO DE CONSCIÊNCIA
filosófica D Ocorre quando alguém invoca imperativo de consciência como
de consciência justificativa para não cumprir uma obrigaç
política obrigação legal a todos imposta
Liberdade de crença D É admitida pela CF, mas caberá à lei fixar uma prestação alternativa
religiosa
D Poderá levar a privação de direitos se houver DUPLA RECUSA
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo
assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, Ninguém será privado de direitos* por imperativo de consciência
na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; EXCEÇÃO: DUPLA RECUSA
não cumprimento não cumprimento de
VII PRESTAÇÃO DE ASSISTÊNCIA RELIGIOSA de obrigação legal prestação alternativa
a todos imposta fixada em lei
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de
assistência religiosa nas entidades civis e militares de * Privação de direitos: perda (doutrina) ou suspensão (doutrina e CPP, art.
internação coletiva; 438; Lei 8.239/91, art. 4º, §2º; Resolução TSE nº 21.538, art. 53, II, “b”)
dos direitos políticos (art.15, IV)

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Inviolabilidade relativa do domicílio Inviolabilidade relativa do domicílio
(Art. 5º
5º, XI) (Art. 5º
5º, XI)
casa ASILO INVIOLÁVEL DO INDIVÍDUO casa ABRANGÊNCIA DA EXPRESSÃO “CASA”
(Código Penal, art. 150)

REQUISITOS PARA PENETRAR NA CASA: § 4º A expressão “casa”


casa” compreende:
I - qualquer compartimento habitado;
STF:
STF casa é qualquer II - aposento ocupado de habitação coletiva;
A QUALQUER HORA SOMENTE DURANTE O DIA compartimento não III - compartimento não aberto ao público, onde
aberto ao público que alguém exerce profissão ou atividade.
regra consentimento
Em regra: ¨ determinação judicial alguém ocupa para § 5º - Não se compreendem na expressão "casa":
dos moradores (há reserva jurisdicional, ou seja, a fins de moradia ou
I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação
CF reserva ao judiciário o poder trabalho.
Exceç
Exceções: coletiva, enquanto aberta, salvo a restrição do § 4º, II;
impor esta restrição ao direito II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero.
¨flagrante delito fundamental, com a exclusão de
ou qualquer outro órgão ou autoridade)
¨desastre
ou * Dia (1): período compreendido
entre o amanhecer e o pôr do sol Trailer*
¨prestação de socorro Escritório ou
ou * Dia (2): das 6h às 20h Barraca Consultório Quarto de
Motor-Home*
profissional Hotel/Motel
*fora da via pública

Inviolabilidade relativa do domicílio Inviolabilidade relativa do domicílio


(Art. 5º
5º, XI) (Art. 5º
5º, XI)
STF:
STF: “O Tribunal iniciou julgamento de inquérito em que se imputa a
magistrados (Ministro do STJ, dois membros do TRF da 2ª Região e um juiz Afirmou-se que a Constituição, no seu art. 5º, X e XI, garante a
do TRT da 15ª Região) e outros (um procurador regional da República e um inviolabilidade da intimidade e do domicílio dos cidadãos, sendo
advogado, este irmão do aludido Ministro do STJ) a suposta prática dos equiparados a domicílio, para fins dessa inviolabilidade, os escritórios de
crimes de quadrilha, corrupção passiva e prevaricação (...). Alega o advocacia, locais não abertos ao público, e onde se exerce profissão (...), e
Ministério Público Federal que os denunciados compõem, em níveis que o art. 7º, II, da Lei n. 8.906/94 expressamente assegura ao advogado a
diversos, uma organização criminosa voltada à exploração ilegal das inviolabilidade do seu escritório, ou local de trabalho, de seus arquivos e
atividades de bingos e máquinas caça-níqueis no Estado do Rio de Janeiro dados, de sua correspondência, e de suas comunicações, inclusive
(...). Afastou-se (...), a preliminar de ilicitude das provas obtidas mediante telefônicas ou afins, salvo caso de busca ou apreensão determinada por
instalação de equipamento de captação acústica e acesso a documentos no magistrado e acompanhada de representante da OAB. Considerou-se,
ambiente de trabalho do último acusado, porque, para tanto, a autoridade,
entretanto, que tal inviolabilidade cederia lugar à tutela constitucional de
adentrara o local três vezes durante o recesso e de madrugada. Esclareceu-
se que o relator, de fato, teria autorizado, com base no art. 2º, IV, da Lei n. raiz, instância e alcance superiores quando o próprio advogado seja
9.034/95, o ingresso sigiloso da autoridade policial no escritório do acusado, suspeito da prática de crime concebido e consumado, sobretudo no âmbito
para instalação dos referidos equipamentos de captação de sinais do seu escritório, sob pretexto de exercício da profissão. Aduziu-se que o
acústicos, e, posteriormente, determinara a realização de exploração do sigilo do advogado não existe para protegê-lo quando cometa crime, mas
local, para registro e análise de sinais ópticos. Observou-se, de início, que proteger seu cliente, que tem direito à ampla defesa, não sendo admissível
tais medidas não poderiam jamais ser realizadas com publicidade alguma, que a inviolabilidade transforme o escritório no único reduto inexpugnável
sob pena de intuitiva frustração, o que ocorreria caso fossem praticadas de criminalidade. Continua >>
durante o dia, mediante apresentação de mandado judicial. Continua >>

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Inviolabilidade relativa do domicílio Art. 5º, XII
(Art. 5º
5º, XI)
É INVIOLÁVEL O SIGILO:
Enfatizou-se que os interesses e valores jurídicos, que não têm caráter
absoluto, representados pela inviolabilidade do domicílio e pelo poder-dever D das correspondências
de punir do Estado, devem ser ponderados e conciliados à luz da
proporcionalidade quando em conflito prático segundo os princípios da D das comunicações telegráficas
concordância. Não obstante a equiparação legal da oficina de trabalho com
o domicílio, julgou-se ser preciso recompor a ratio constitucional e indagar, D dos dados (comunicação de dados)
para efeito de colisão e aplicação do princípio da concordância prática, qual
D das comunicações telefônicas*
o direito, interesse ou valor jurídico tutelado por essa previsão. Tendo em
*interceptação, escuta
vista ser tal previsão tendente à tutela da intimidade, da privatividade e da
Requisitos para a violaç
violação:
ão: ou grampo telefônico
dignidade da pessoa humana, considerou-se ser, no mínimo, duvidosa, a
equiparação entre escritório vazio com domicílio stricto sensu, que
pressupõe a presença de pessoas que o habitem. De toda forma, concluiu-
concluiu- ¨ juiz (MP, CPI, polícia)
(reserva jurisdicional)
se que as medidas determinadas foram de todo lí lícitas por encontrarem se faltar
suporte normativo explícito e guardarem precisa justificação lógico-jurídico qualquer PROVA inadmissí
inadmissível
¨lei (nº 9.296/96)
constitucional, já que a restriç
restrição conseqü
conseqüente não aniquilou o nú núcleo do um dos ILÍ
ILÍCITA nos processos
direito fundamental e está, segundo os enunciados em que desdobra o requisitos (art. 5º, LVI)
princípio da proporcionalidade, amparada na necessidade da promoção de ¨crime (investigação
ou processo criminal)
fins legítimos de ordem pública.” (Inq 2.424-QO-QO, Rel. Min. Cezar Peluso,
julgamento em 19 e 20-11-08, Plenário, Informativo 529)

Art. 5º, XII Art. 5º, XII


¨ INVIOLABILIDADE DAS COMUNICAÇÕES TELEFÔNICAS INVIOLABILIDADE Essa
D das correspondências inviolabilidade
STF: D das comunicações telegráficas é absoluta?
DAntes da Lei 9296/96 era ilícita a interceptação telefônica, ainda D dos dados (comunicação de dados) NÃO!
NÃO!
que autorizada por juiz (HC 74.586);
*Esses direitos podem ser restringidos pelo legislador ou pelo
DDados obtidos em interceptação de comunicações telefônicas e
Judiciá
Judiciário, por meio de uma ponderaç
ponderação de interesses,
em escutas ambientais, judicialmente autorizadas para produção
de prova em investigação criminal ou em instrução processual desde que haja razoabilidade/proporcionalidade!
penal, podem ser usados em procedimento administrativo
¨ INVIOLABILIDADE DAS CORRESPONDÊNCIAS:
CORRESPONDÊNCIAS:
disciplinar, contra a mesma ou as mesmas pessoas em relação às
quais foram colhidos, ou contra outros servidores cujos D STF:
STF “A administração penitenciária, com fundamento em razões de
supostos ilícitos teriam despontado à colheita dessa prova. segurança pública, de disciplina prisional ou de preservação da ordem
(Inq 2.424-QO); jurídica, pode, sempre excepcionalmente, e desde que respeitada a
norma inscrita no art. 41, par. único, da Lei nº 7.210/84, proceder à
DNão há interceptação telefônica quando a conversa é gravada por interceptação da correspondência remetida pelos sentenciados, eis
um dos interlocutores, ainda que com a ajuda de um repórter. que a cláusula tutelar da inviolabilidade do sigilo epistolar não pode
(RE 453.562-AgR) constituir instrumento de salvaguarda de práticas ilícitas.” (HC 70.814)

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Art. 5º, XII Art. 5º, X – Proteção à privacidade


¨ INVIOLABILIDADE DA COMUNICAÇ
COMUNICAÇÃO DE DADOS:
DADOS: FSigilo (dos dados) bancário, fiscal e telefônico:
D Lei 9.296/96:
9.296/96: O disposto nesta Lei aplica-se à interceptação do fluxo de
comunicações em sistemas de informática e telemática.
Quem pode determinar a quebra?
D Comunicaç
Comunicação de dados (art. 5º
5º, XII) ≠ Dados (art. 5º
5º, X):
X)
ΠSTF:
STF: “Não se questiona que a apreensão dos computadores da empresa
do recorrente se fez regularmente, na conformidade e em cumprimento Poder Judiciário Ministério Público
de mandado judicial. Não há violação do art. 5º, XII, da Constituição (em processos judiciais bancário (regra: NÃO, salvo se
que, conforme se acentuou na sentença, não se aplica ao caso, pois não ou administrativos) envolver verbas públicas)
fiscal
houve ‘quebra de sigilo das comunicações de dados (interceptação
Fisco – Receita Federal
das comunicações), mas sim apreensão de base física na qual se CPI´s telefônico (em processo adm. instaurado
encontravam os dados, mediante prévia e fundamentada decisão (por maioria absoluta:
ou procedimento fiscal em curso)
judicial’." (RE 418.416) princípio da colegialidade)
Ou seja, embora os dados sejam invioláveis (art. 5º, X) é possível a
apreensão de computadores com ordem judicial fundamentada.
STF: a quebra do sigilo, por ser uma medida excepcional de
STF:
Œ O art. 5º, XII não garante a inviolabilidade dos dados bancários, restrição à intimidade (art. 5º, X), deve ser sempre devidamente
fiscais e telefônicos, que são protegidos pelo art. 5º, X, que trata da fundamentada e determinada com razoabilidade/proporcionalidade.
inviolabilidade da intimidade e privacidade.

Art. 5º, X – Proteção à privacidade Art. 5º, X – Proteção à privacidade


FSigilo (dos dados) bancário, fiscal e telefônico: FSigilo (dos dados) bancário, fiscal e telefônico:
STF: Mandado de Segurança. Sigilo bancário. Instituição financeira ...5. Não cabe ao Banco do Brasil negar, ao Ministério Público,
executora de política creditícia e financeira do Governo Federal. informações sobre nomes de beneficiários de empréstimos
Legitimidade do Ministério Público para requisitar informações e
documentos destinados a instruir procedimentos administrativos de concedidos pela instituição, com recursos subsidiados pelo erário
sua competência. 2. Solicitação de informações, pelo Ministério federal, sob invocação do sigilo bancário, em se tratando de
Público Federal ao Banco do Brasil S/A, sobre concessão de requisição de informações e documentos para instruir procedimento
empréstimos, subsidiados pelo Tesouro Nacional, com base em plano administrativo instaurado em defesa do patrimônio público. Princípio
de governo, a empresas do setor sucroalcooleiro. 3. Alegação do
da publicidade, ut art. 37 da Constituição. 6. No caso concreto, os
Banco impetrante de não poder informar os beneficiários dos
aludidos empréstimos, por estarem protegidos pelo sigilo bancário, empréstimos concedidos eram verdadeiros financiamentos públicos,
previsto no art. 38 da Lei nº 4.595/1964, e, ainda, ao entendimento de porquanto o Banco do Brasil os realizou na condição de executor da
que dirigente do Banco do Brasil S/A não é autoridade, para efeito do política creditícia e financeira do Governo Federal, que deliberou
art. 8º, da LC nº 75/1993. 4. O poder de investigação do Estado é sobre sua concessão e ainda se comprometeu a proceder à
dirigido a coibir atividades afrontosas à ordem jurídica e a garantia do
equalização da taxa de juros, sob a forma de subvenção econômica
sigilo bancário não se estende às atividades ilícitas. A ordem jurídica
confere explicitamente poderes amplos de investigação ao Ministério ao setor produtivo, de acordo com a Lei nº 8.427/1992. 7. Mandado de
Público - art. 129, incisos VI, VIII, da Constituição Federal, e art. 8º, segurança indeferido (MS 21.729-4/DF)
incisos II e IV, e § 2º, da Lei Complementar nº 75/1993. ...

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Art. 5º, X – Proteção à privacidade Art. 5º, X – Proteção à privacidade


>STF: “Inexistência de ofensa ao art. 5º, incs. X, XII e LVI,
da CF. Precedentes. Como gravação meramente clandestina,
que se não confunde com interceptação, objeto de vedação
Ele grava Ela não sabe
constitucional, é lícita a prova consistente no teor de
gravação de conversa telefônica realizada por um dos
GRAVAÇÃO CLANDESTINA
interlocutores, sem conhecimento do outro, se não há causa
STF:
STF é lícita se houver justa razão para a gravação legal específica de sigilo nem de reserva da conversação,
(razoabilidade/proporcionalidade)
sobretudo quando se predestine a fazer prova, em juízo ou
¨ Gravação para se defender de acusação injusta inquérito, a favor de quem a gravou.” (RE 402.717-PR, Min.
¨ Gravação para defesa do consumidor
EX.: Rel. Cezar Peluso, julgamento em 02.12.2008, DJe de
¨ Gravação de ameaças, extorsões, etc
¨ Gravação de conversa com agente público no 13.02.2009)
exercício da função ou em razão dela

Liberdade de exercí
exercício profissional (Art. 5º
5º, XIII) Liberdade de exercí
exercício profissional (Art. 5º
5º, XIII)

XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão,


STF:
STF:
atendidas as qualificações profissionais que (se) a lei estabelecer; D Trata-se de norma de eficácia contida;
D Constitui ilegalidade reparável pela via do habeas corpus fazer com
que alguém responda pelo exercício ilegal de uma profissão que
Regra: pode-se exercer qualquer atividade profissional, ainda não foi regulamentada (HC 92.183, em 18-3-08);
sem restrições
D O Decreto-lei 972/69, que regulamentava a profissão de jornalismo,
não foi recepcionado pela CF/88 (RE 511.961, em 17-6-09);
D A exigência de especificidade, no âmbito da qualificação, para a
feitura de concurso público não contraria o art. 5º, XIII da CF, desde
que prevista em lei e consentânea com os diplomas regedores do
exercício profissional (MS 21.733);
Exceç a lei pode restringir o exercício de determinadas
Exceção: D É inadmissível a interdição de estabelecimento como meio coercitivo
atividades, exigindo qualificaç
qualificações profissionais para cobrança de tributo (Súm. 70);
D É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo
para pagamento de tributos (Súm. 323);
D Não é lícito à autoridade proibir que o contribuinte em débito adquira
estampilhas, despache mercadorias nas alfândegas e exerça suas
ADVOGADO DENTISTA ENFERMEIRA MÉDICO ARQUITETO
atividades profissionais (Súm. 547).

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Liberdade de Locomoç
Locomoção (Art. 5º
5º, XV) Direito de Reunião (Art. 5º
5º, XVI)
(Direito de ir, vir e permanecer)
Todos pacífica
em locais Requisitos
podem sem armas
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de abertos ao para a
reunir-se público prévio aviso
paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, reunião
nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; não frustrar outra
DReunião: direito coletivo e direito individual de expressão coletiva
Locomoç
Locomoção no Territó
Território Nacional: ¨STF:
STF “A liberdade de reunião constitui uma das mais importantes
DEm tempo de paz: livre conquistas da civilização, enquanto fundamento das modernas
democracias políticas. A restrição ao direito de reunião estabelecida
(mas não é absoluta, p.ex.:art. 5º, LXI) pelo Decreto distrital 20.098/99 (Art. 1º - Fica vedada a realização de
DEm tempo de guerra: restrita manifestações públicas, com a utilização de carros, aparelhos e objetos
sonoros na Praça dos Três poderes, Esplanada dos Ministérios e Praça
do buriti e vias adjacentes.), a toda evidência, mostra-se inadequada,
Entrada, permanência ou saí saída: desnecessária e desproporcional quando confrontada com a vontade
da Constituição.” “... não vejo nenhum problema em se realizar uma
D Livre a qualquer pessoa com seus bens, reunião pública, imensa, perante o Hospital de Base, mas, silenciosa.
mas a lei pode criar restriç
restrições Isso não teria nenhum problema. Agora, seria absolutamente contrário
(p. ex.: visto, tributos) à possibilidade desta reunião ser sonora, porque, aí, é um direito que
deve ser assegurado, o direito dos internados(...)" (ADI 1.969)

Liberdade de Associação Liberdade de Associação


(Art. 5º
5º, XVII a XXI) (Art. 5º
5º, XVII a XXI)
F Liberdade de Associação:
Entidades podem judicial
Ninguém será forçado a
¨ Plena „ p/ fins lícitos associar-se ou manter-se associativas representar
¨ Vedada „ caráter paramilitar associado extrajudicialmente
se
F Criaç
Criação de associações e de cooperativas:
(na forma da lei) expressamente* seus filiados
¨ Independe de autorização
autorizadas
¨É vedada a interferência Estatal no funcionamento

¨ STF:
STF A autorização para que as entidades associativas tenham
F Interferência excepcional nas associações legitimidade para representar seus filiados judicialmente tem que
ser expressa, sendo necessário a juntada de instrumento de
suspensão das atividades dissolução compulsória mandato ou de ata da assembléia geral com poderes específicos,
não bastando previsão genérica constante em seu estatuto.
decisão judicial dec. jud. transitada em julgado (RE 233.297-DF, rel. Min. Octavio Gallotti, 20.4.99)

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OBS.:
OBS.:Para
Para defesa do Estado e das Instituiç
restriç
Instituições Democrá
Democráticas pode haver
restrições a determinados direitos fundamentais, por decreto
Inviolabilidade da Propriedade
presidencial aprovado pelo Congresso Nacional (arts. 136 a 141) (Art. 5º
5º, XXII ao XXXI)

Estado de Defesa Estado de Sítio


D restrições aos direitos de D suspensão da liberdade de reunião;
reunião, ainda que exercida D restrições ao sigilo da correspondência
no seio das associações; e das comunicações;
D restrições ao sigilo de D restrições à prestação de informações;
correspondência, de D restrições à liberdade de imprensa,
comunicação telegráfica radiodifusão e televisão;
e telefônica; D requisição de bens e intervenção nas DIREITO DEVER
empresas de serviços públicos;
D ocupação e uso temporário
D detenção em edifício não destinado a
de bens e serviços públicos, acusados ou condenados por crimes
na hipótese de calamidade comuns (p.ex.: quartéis militares);
pública. propriedade urbana:
D obrigação de permanência em art. 182, § 2º
localidade determinada;
D busca e apreensão em domicílio; individual função social
* No estado de sítio-guerra: + restrições (art. 5º, XXII) (art. 5º, XXIII) propriedade rural:
que se demonstrem necessária e art. 186
razoáveis e que respeitem o núcleo
essencial dos direitos.

Inviolabilidade da Propriedade Inviolabilidade da Propriedade


¨ JURISPRUDÊNCIAS DO STF:
Função Social da Propriedade Imobiliária
D“O proprietário do prédio vizinho não ostenta o direito de
¨Propriedade Urbana: A propriedade urbana cumpre sua função impedir que se realize edificação capaz de tolher a vista
(art. 182, § 2º) social quando atende às exigências desfrutada a partir de seu imóvel, fundando-se, para isso, no
fundamentais de ordenação da cidade direito de propriedade.” (RE 145.023)
expressas no plano diretor.
D“O direito de edificar é relativo, dado que condicionado à
¨Propriedade Rural: Deve atender aos seguintes requisitos: função social da propriedade (...).” (RE 178.836)
(art. 186) D“O direito de propriedade não se reveste de caráter absoluto,
I - aproveitamento racional e adequado; eis que, sobre ele, pesa grave hipoteca social, a significar que,
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e descumprida a função social que lhe é inerente (CF, art. 5º,
preservação do meio ambiente; XXIII), legitimar-se-á a intervenção estatal na esfera dominial
III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho; privada, observados, contudo, para esse efeito, os limites, as
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos formas e os procedimentos fixados na própria Constituição da
trabalhadores. República.” (ADI 2.213-MC)

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Formas constitucionais de Desapropriação – art. 5º, XXIV


intervenção do Estado na propriedade
¨ JURISPRUDÊNCIAS DO STF:
DESAPROPRIAÇÃO EXPROPRIAÇÃO REQUISIÇÃO ADM.
(art. 5º, XXIV) (art. 243) (art. 5º, XXV)
D“Na desapropriação, direta ou indireta, a taxa dos juros
Requi- O que

Transferência compensatórios é de 12% (doze por cento) ao ano.” (SÚM. 618)


é?

Confisco Uso compulsório


compulsória
D“Não contraria a Constituição o art. 15, § 1º, do Decreto-Lei
Necessidade pública Cultivo ilegal 3365/1941” (SÚM. 652)
sitos

Utilidade pública de plantas Iminente perigo Decreto-Lei 3365/41 (Desapropriação por utilidade pública):
Interesse social psicotrópicas público “Art. 15. Se o expropriante alegar urgência e depositar quantia
JUSTA e PRÉVIA arbitrada de conformidade com o art. 685 do Código de
em DINHEIRO Processo Civil, o juiz mandará imití-lo provisoriamente na
posse dos bens; § 1º A imissão provisória poderá ser feita,
Indenização

Exceç
Exceções:
ões: só na CF: POSTERIOR,
DESAPROPRIAÇÕES-
independente da citação do réu, mediante o depósito (...).”
SANÇÕES
Não há
(quando a propriedade urbana ou
se houver danos D“A inexistência de qualquer indenização sobre a parcela de
rural não atende a sua função cobertura vegetal sujeita a preservação permanente implica
social: indenização em títulos da
dívida pública ou agrária, respect., violação aos postulados que asseguram o direito de
- arts. 182, §4º, III e 184, caput) propriedade e a justa indenização.” (RE 267.817)

Desapropriação – art. 5º, XXIV Proteção à pequena propriedade


rural, definida em lei - art. 5º
5º, XXVI
¨ JURISPRUDÊNCIAS DO STF:
PEQUENA
D“A circunstância de o Estado dispor de competência para criar PROPRIEDADE se for trabalhada pela família
reservas florestais não lhe confere, só por si, (...) a RURAL
prerrogativa de subtrair-se ao pagamento de indenização
compensatória ao particular, quando a atividade pública,
SERÁ
SERÁ para pagamento de débitos
decorrente do exercício de atribuições em tema de direito
florestal, impedir ou afetar a válida exploração econômica do IMPENHORÁ
IMPENHORÁVEL decorrentes da atividade produtiva
imóvel por seu proprietário.” (RE 134.297)
D"Caracterizado que a propriedade é produtiva, não se opera a ¨ STF:
STF “Impenhorabilidade da pequena propriedade rural de exploração
familiar (CF, art. 5º, XXVI): aplicação imediata. A norma que torna
desapropriação-sanção — por interesse social para os fins de impenhorável determinado bem desconstitui a penhora anteriormente
reforma agrária.” (MS 22.193) efetivada, sem ofensa de ato jurídico perfeito ou de direito adquirido
D“A ação de desapropriação indireta tem caráter real e não do credor: precedentes sobre hipótese similar. A falta de lei anterior
ou posterior necessária à aplicabilidade de regra constitucional —
pessoal, traduzindo-se numa verdadeira expropriação às sobretudo quando criadora de direito ou garantia fundamental —,
avessas, tendo o direito à indenização que daí nasce o mesmo pode ser suprida por analogia: donde, a validade da utilização, para
fundamento da garantia constitucional da justa indenização viabilizar a aplicação do art. 5º, XXVI, CF, do conceito de 'propriedade
nos casos de desapropriação regular.” (ADI 2.260-MC) familiar' do Estatuto da Terra.” (RE 136.753)

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Proteção à propriedade imaterial Proteção à propriedade imaterial


XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
utilização, publicação ou reprodução de suas obras, a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à
transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades
desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras
utilizar
exclusividade que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e
publicar a às respectivas representações sindicais e associativas;
pr a p ós
reproduzir zo o
autor ão da
m i s s a l ei l ei proteção
direito de arena
ns d da voz
tra razo
p
lo
pe
domí
domínio
proteção da imagem
público

¨STF: Pela execução de obra musical por artistas remunerados é devido


herdeiros direito autoral, não-exigível quando a orquestra for de amadores. Súm. 386

Proteção à propriedade imaterial Direito de Herança


XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio
temporário para sua utilização, bem como proteção às criações
industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a
XXX - é garantido o direito de herança;
outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o
desenvolvimento tecnológico e econômico do País;
@ arts. 1784 a 2027, Código Civil de 2002

Autores de ¨ STF:
STF: "A sucessão regula-se por lei vigente à data de sua
inventos Privilé
Privilégio temporá
temporário abertura, não se aplicando a sucessões verificadas antes
industriais para sua utilização do seu advento a norma do art. 227, § 6º, da Carta de 1988,
que eliminou a distinção, até então estabelecida pelo
Código Civil (art. 1.605 e § 2º), entre filhos legítimos e
filhos adotivos, para esse efeito. Discriminação que, de
Criaç
Criações industriais resto, se assentava em situações desiguais, não afetando,
Propriedade das marcas portanto, o princípio da isonomia." (RE 163.167)
Proteção
Nomes de empresas
Outros signos distintivos

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Direito de Herança Defesa do Consumidor - art. 5º, XXXII


XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei,
País será regulada pela lei brasileira em benefício do a defesa do consumidor;
cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes
seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus“;
¨STF:
STF:
D “As instituições financeiras estão, todas elas, alcançadas pela
estrangeiro sucessão incidência das normas veiculadas pelo Código de Defesa do
possui bens causa mortis Consumidor. ‘Consumidor’, para os efeitos do Código de Defesa do
no Brasil Consumidor, é toda pessoa física ou jurídica que utiliza, como
destinatário final, atividade bancária, financeira e de crédito”.
(ADI 2.591-ED)
(de cujus)

herdeiros
Morreu

D “Em face da atual Constituição, para conciliar o fundamento da livre


iniciativa e do princípio da livre concorrência com os da defesa do
¨ Regra:
Regra será aplicada a lei do domicílio consumidor e da redução das desigualdades sociais, em
do de cujus (art. 10, § 2º, LICC) conformidade com os ditames da justiça social, pode o Estado, por
¨ Exceç ão se o de cujus tiver cônjuge
Exceção: via legislativa, regular a política de preços de bens e de serviços,
ou filhos brasileiros será usada a lei abusivo que é o poder econômico que visa ao aumento arbitrário
Processo de dos lucros.” (ADI 319-QO)
Inventário mais benéfica para eles.

Direito de receber informações Direito de Petição (Art. 5º


5º, XXXIV, “a”)
art. 5º
5º, XXXIII
¨É assegurado a todos (brasileiros e estrangeiros), sem taxas:
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos
informações de seu interesse particular, ou de interesse dever de
D Direito de Petiç
Petição aos Poderes Públicos
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob responder
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo individuais (prazo razoável)
seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; ¬ em defesa de direitos coletivos
gerais
ilegalidade
¨REGRA: órgãos públicos são obrigados a particular ¬ contra
abuso de poder
prestar informações de interesse coletivo
geral
*Petiç
Petição: pedido de providências (reclamação, solicitação, denúncia).
¨EXCEÇÃO: podem ser negadas as
informações declaradas da sociedade œTem caráter informal
sigilosas para segurança œDispensa advogado
do Estado
œDeve ser escrita e assinada

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Direito de Certidão (Art. 5º


5º, XXXIV, “b”) Petição - Certidão (Art. 5º
5º, XXXIV)
¨ JURISPRUDÊNCIAS DO STF:
¨É assegurado a todos (brasileiros e estrangeiros), sem taxas:
D “O direito de petição, presente em todas as Constituições brasileiras,
qualifica-se como importante prerrogativa de caráter democrático.
Trata-se de instrumento jurídico-constitucional posto à disposição
D A obtenção de certidões nas Repartições Públicas dever de de qualquer interessado – mesmo daqueles destituídos de
fornecer personalidade jurídica –, com a explícita finalidade de viabilizar a
¬para defesa de direitos (em 15 dias: defesa, perante as instituições estatais, de direitos ou valores
Lei 9.051/95) revestidos tanto de natureza pessoal quanto de significação
¬para esclarecimento de situações coletiva.” (ADI 1.247-MC)
de interesse pessoal D “O direito à certidão traduz prerrogativa jurídica, de extração
constitucional, destinada a viabilizar, em favor do indivíduo ou de
*Certidão:
Certidão: é um documento, com fé pública, ou seja, presunção de uma determinada coletividade (como a dos segurados do sistema de
veracidade, que declara a existência ou inexistência de um ato ou fato. previdência social), a defesa (individual ou coletiva) de direitos ou o
esclarecimento de situações. A injusta recusa estatal em fornecer
Pressupostos para exercer o direito de certidão: certidões, não obstante presentes os pressupostos legitimadores
dessa pretensão, autorizará a utilização de instrumentos processuais
Œ legítimo interesse; adequados, como o mandado de segurança” (RE 472.489-AgR)
Œ ausência de sigilo; D “Extração de certidões, em repartições públicas, condicionada ao
Œ esclarecimentos relativos aos fins e razões do pedido; recolhimento da ‘taxa de segurança pública’. Violação à alínea b do
Œ existência das informações requeridas nos registros públicos. inciso XXXIV do 5º da CF." (ADI 2.969)

Princípio da Inafastabilidade da Princípio da Inafastabilidade


Tutela Jurisdicional da Jurisdição
(Princípio do acesso à Justiça - art.
rt. 5º
5º, XXXV) Em regra, não é necessário o prévio acesso à via administrativa

EXCEÇÕES
Habeas Data Conflitos Desportivos
Havendo lesão ou (art. 8º, par. único da Lei 9.507/97) (art. 217, §§ 1º e 2º da CF/88)
ameaça aos seus D
direitos (litígios) de ireit 1º - Pedido de informaç
informações ou 1º - Processo administrativo
aç o
ão retificaç
retificações na via administrativa na Justiça Desportiva

TITULARES Recusa ou demora administrativa Esgotado o prazo de 60 dias ou


DE DIREITOS não satisfeito com a decisão
(PF e PJ)
2º - Ação de habeas data 2º - Ação Judicial
FXXXV - a lei não excluirá da apreciação do
JUIZ
Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;

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Princípio do Acesso à Jurisdição Princípio do Acesso à Jurisdição


Jurisprudências do STF Jurisprudências do STF
¨A Justiça Arbitral é constitucional e não cabe recurso ao Judiciário ¨Exigência de depósito prévio para ingressar com ação:

"Lei de Arbitragem (L. 9.307/96): (...) constitucionalidade declarada pelo “É inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito de
plenário, considerando o Tribunal, por maioria de votos, que a admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda discutir a
exigibilidade de crédito tributário”. (Súmula Vinculante nº 28)
manifestação de vontade da parte na cláusula compromissória, quando
da celebração do contrato, e a permissão legal dada ao juiz para que ¨Taxas e custas judiciais – tem que ter limite sobre o valor da causa
substitua a vontade da parte recalcitrante em firmar o compromisso não
Viola a garantia constitucional do acesso à jurisdição a cobrança de taxas e
ofendem o artigo 5º, XXXV, da CF." (SE 5.206-AgR, em 12-12-01) custas em valores excessivos, calculados sem limite sobre o valor da
¨A inconstitucionalidade da obrigatoriedade da C.C.P. causa, por impossibilitar o acesso de muitos à Justiça. (Súm. 667, STF)
¨Restrições razoáveis ao acesso à Justiça – constitucionalidade
A exigência da CLT (art. 625-D) de que as demandas trabalhistas passem
por uma fase administrativa obrigatória na Comissão de Conciliação A exigência constitucional e legal de requisitos para o acesso à justiça,
Prévia antes do ingresso no Poder Judiciário viola o Princípio do como a observância das regras de competência, os prazos processuais,
Acesso à Justiça, devendo ser assegurado o imediato acesso ao Poder os pressupostos processuais, as condições da ação e, como regra, a
Judiciário (ADI 2.139-MC e ADI 2.160-MC, em 23-10-09) necessidade de assistência de advogado, não violam o princípio da
inafastabilidade da jurisdição.

Princípio do Acesso à Jurisdição Direito de Ação X Direito de Recurso


Jurisprudências do STF ¨ O duplo grau de jurisdição, do qual decorre o direito de ter sua
pretensão analisada por um órgão jurisdicional de instância
¨Multa para recursos protelatórios – constitucionalidade superior ao que originariamente apreciou a causa, não
"A possibilidade de imposição de multa, quando manifestamente consubstancia garantia fundamental dos indivíduos, nem
inadmissível ou infundado o agravo, encontra fundamento em razões de decorrente do direito de acesso ao Judiciário, nem da ampla
caráter ético-jurídico, pois, além de privilegiar o postulado da lealdade defesa e do contraditório, admitindo-se, portanto, instâncias
processual, busca imprimir maior celeridade ao processo de únicas de julgamento, sem possibilidade de recurso.
administração da justiça, atribuindo-lhe um coeficiente de maior ¨ STF:
STF: “A Emenda Constitucional 45/04 atribuiu aos tratados e convenções
racionalidade, em ordem a conferir efetividade à resposta jurisdicional internacionais sobre direitos humanos, desde que aprovados na forma
do Estado.” (AI 567.171, em 3-12-08) prevista no § 3º do art. 5º da Constituição Federal, hierarquia
constitucional. Contudo, não obstante o fato de que o princípio do duplo
¨Tutela Jurisdicional - abrangência grau de jurisdição previsto na Convenção Americana de Direitos
“A garantia constitucional alusiva ao acesso ao Judiciário engloba a Humanos tenha sido internalizado no direito doméstico brasileiro, isto
entrega da prestação jurisdicional de forma completa, emitindo o não significa que esse princípio revista-se de natureza absoluta. A própria
Estado-juiz entendimento explícito sobre as matérias de defesa veiculadas Constituição Federal estabelece exceções ao princípio do duplo grau de
pelas partes.” (RE 172.084, em 29-11-94) jurisdição. Não procede, assim, a tese de que a Emenda Constitucional
45/04 introduziu na Constituição uma nova modalidade de recurso
“Não há confundir negativa de prestação jurisdicional com decisão inominado, de modo a conferir eficácia ao duplo grau de jurisdição.”
jurisdicional contrária à pretensão da parte." (AI 135.850-AgR, em 23-4-91). (STF, AI 601832 AgR / SP, Rel. Min. Joaquim Barbosa, em 17-03-2009)

PROF. RODRIGO MENEZES Página 21 DIREITO CONSTITUCIONAL


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OBS.: PODER JUDICIÁRIO Princípio do Juiz Natural


ÓRGÃOS:
LIII - ninguém será processado nem sentenciado
senão pela autoridade competente;

XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;

¨ Devem ser respeitadas, rigorosamente, as regras de


2º grau competência definidas na Constituição e nas leis;
(2ª instância)
¨ São vedados os juízos ou tribunais de exceção
(aqueles criados ou designados para julgar a causa
1º grau
ex post facto – juízos ou tribunais ad hoc);
(1ª instância)
¨ Visa garantir a independência e a imparcialidade do órgão
julgador.

Princípio do Juiz Natural Tribunal do Júri


Jurisprudências do STF XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a
¨ “Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido organização que lhe der a lei, assegurados:
processo legal a atração por continência ou conexão do processo a) a plenitude de defesa;
do co-réu ao foro por prerrogativa de função de um dos
denunciados”. (Súm. 704) b) o sigilo das votações;
¨ “A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal fixou entendimento c) a soberania dos veredictos;
no sentido de que a concentração de vários processos que versem d) a competência para o julgamento dos
sobre a mesma matéria em um mesmo órgão julgador não ofende o crimes dolosos contra a vida;
princípio do juiz natural.” (AI 753.445-AgR, em 8-9-09)
¨ “Juiz natural de processo por crimes dolosos contra a vida é o ¨ O Júri é organizado pelo Cód. Proc. Penal - arts. 406 a 497;
Tribunal do Júri. Mas o local do julgamento pode variar, conforme as
normas processuais, ou seja, conforme ocorra alguma das ¨A plenitude de defesa refere-se ao réu, que poderá se utilizar
hipóteses de desaforamento previstas no art. 424 do C.P.P., que não de todos os meios legais para se defender (art. 5º, LV);
são incompatíveis com a Constituição anterior nem com a atual (de
1988) e também não ensejam a formação de um 'Tribunal de ¨O sigilo das votações significa: voto secreto e
exceção'.” (HC 67.851, em 24-4-90) incomunicabilidade dos jurados.

PROF. RODRIGO MENEZES Página 22 DIREITO CONSTITUCIONAL


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Tribunal do Júri Princípio da Segurança Jurídica


¨A soberania dos veredictos impõe que a decisão seja dada
(Art. 5º
5º, XXXVI, XXXIX e XL)
pelo Júri e impede que o Juiz-Presidente a desconsidere. Conjunto de condições que tornam possível às pessoas o
STF:
STF A soberania dos veredictos não impede que a lei institua conhecimento antecipado e reflexivo das conseqüências
recurso contra as decisões do Tribunal do Júri (HC 88.707, 9-9-08) diretas de seus atos e de seus fatos à luz da liberdade
reconhecida (Jorge Reinaldo Vanossi)
¨Crimes dolosos contra a vida: arts. 121 a 126, Código Penal
STF:
STF: A competência para o processo e julgamento de latrocínio é XXXVI - A lei (superveniente) não prejudicará:
do juiz singular e não do Tribunal do Júri. (Súmula 603)
¨Direito Adquirido ( ≠ expectativa de direito)
STF: O foro por prerrogativa de função previsto na CF prevalece
STF:
sobre a competência do Tribunal do Júri (HC 70.581, em 21-9-93). ª É o que resulta da reunião de todos os seus elementos aquisitivos.
ª É o que já está apto a ser exercido (art.6º, §2º, LICC).
STF: A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece
STF:
sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido ¨Ato Jurídico Perfeito
exclusivamente pela Constituição estadual. (Súmula 721) ª Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei
STF: O envolvimento de co-réus em crime doloso contra a vida,
STF: vigente ao tempo em que se efetuou (art. 6º, §1º, LICC).
havendo em relação a um deles foro especial por prerrogativa de ¨Coisa Julgada
função, previsto constitucionalmente, não afasta os demais do juiz ª É a decisão judicial de que já não caiba recurso (art. 6º, §3º, LICC)
natural, ut art. 5º, XXXVIII, alínea d, da Constituição. (HC 73.235)

Princípio da Segurança Jurídica Princípio da Segurança Jurídica


Jurisprudências principais do STF Jurisprudências do STF
@ O disposto no artigo 5º, XXXVI, se aplica a toda e qualquer lei
infraconstitucional, sem qualquer distinção entre lei de direito @Súmula Vinculante nº
nº 1
público e lei de direito privado, ou entre lei de ordem pública e lei “Ofende a garantia constitucional do ato jurídico perfeito a decisão
dispositiva. (ADI 493, em 25-6-92) que, sem ponderar as circunstâncias do caso concreto,
@ O princípio insculpido no inciso XXXVI do art. 5º da Constituição desconsidera a validez e a eficácia de acordo constante de termo de
não impede a edição, pelo Estado, de norma retroativa (lei ou adesão instituído pela Lei Complementar nº 110/2001”.
decreto) em benefício do particular. (RE 184.099, em 10-12-96)
@Normas Constitucionais
@ A garantia da irretroatividade da lei (art. 5º, XXXVI), não é invocável
pela entidade estatal que a tenha editado. (Súmula 654) “As normas constitucionais federais é que, por terem aplicação
imediata, alcançam os efeitos futuros de fatos passados
@ Não há direito adquirido a regime jurídico. (ex.: Estatuto, FGTS) (retroatividade mínima), e se expressamente o declararem podem
@ Não se pode invocar ato jurídico perfeito contra mudança do padrão alcançar até fatos consumados no passado (retroatividades média e
monetário; máxima). Não assim, porém, as normas constitucionais estaduais
que estão sujeitas à vedação do artigo 5º, XXXVI, da Carta Magna
@ Uma nova Constituição, desde que expressamente, pode prejudicar Federal, inclusive a concernente à retroatividade mínima que ocorre
direito adquirido, ato jurídico perfeito e coisa julgada.
com a aplicação imediata delas”. (AI 258.337-AgR, em 6-6-00)

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Princípio da Segurança Jurídica Princípio da Segurança Jurídica


Jurisprudências do STF Jurisprudências do STF
@Contratos
@Normas Constitucionais
"Os contratos – que se qualificam como atos jurídicos perfeitos (RT
“A supremacia jurídica das normas inscritas na Carta Federal não 547/215) – acham-se protegidos, em sua integralidade, inclusive
permite, ressalvadas as eventuais exceções proclamadas no quanto aos efeitos futuros, pela norma de salvaguarda constante do
art. 5º, XXXVI, da Constituição da República. A incidência imediata
próprio texto constitucional, que contra elas seja invocado o direito
da lei nova sobre os efeitos futuros de um contrato preexistente,
adquirido”. (ADI 248, em 18-11-93) precisamente por afetar a própria causa geradora do ajuste
negocial, reveste-se de caráter retroativo (retroatividade injusta de
“Asseverou-se que a eleição é processo político aperfeiçoado, de grau mínimo), achando-se desautorizada pela cláusula
acordo com as normas jurídicas vigentes em sua preparação e constitucional que tutela a intangibilidade das situações jurídicas
realização, e que as eleições de 2008 constituiriam processo definitivamente consolidadas." (AI 292.979-ED, em 19-11-02)
político juridicamente perfeito, guardando inteira coerência com a @Mudanç
Mudança de polí
política salarial
garantia de segurança jurídica que resguarda o ato jurídico perfeito,
“O STF fixou jurisprudência no sentido de que a legislação
de modo expresso e imodificável até mesmo pela atuação do superveniente que altera a política salarial fixada em norma coletiva
constituinte reformador (CF, artigos 5º, XXXVI, 60, § 4º, IV).” (ADI de trabalho não viola o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a
4.307-REF-MC, em 11-11-09, Plenário, Informativo 567) coisa julgada.” (RE 593.126-AgR, em 10-2-09)

Princípio da Segurança Jurídica Princípio da Segurança Jurídica


Jurisprudências do STF Jurisprudências do STF
@Servidor pú
público @Servidor pú
público
“O entendimento firmado por esta Corte de que a contagem do "Conversão de licença-prêmio em tempo de serviço: direito
tempo de serviço prestado por servidor público federal ex-celetista, adquirido na forma da lei vigente ao tempo da reunião dos
desde que comprovadas as condições insalubres, periculosas ou requisitos necessários para a conversão." (RE 394.661, 20-9-05)
penosas, em período anterior à Lei 8.112/1990, constitui direito @Taxaç
Taxação dos inativos
adquirido para todos os efeitos também deve ser aplicado aos
servidores públicos estaduais ex-celetistas.” (AI 598.630-AgR, em “Servidor público. Proventos de aposentadoria e pensões. Sujeição
12-5-09). à incidência de contribuição previdenciária. Ofensa a direito
adquirido no ato de aposentadoria. Não ocorrência. Contribuição
“Gratificação incorporada aos proventos por força de norma social. Exigência patrimonial de natureza tributária. Inexistência de
vigente à época da inativação não pode ser suprimida por lei norma de imunidade tributária absoluta.” (ADI 3.105, em 18-8-04).
posterior.” (RE 538.569-AgR, em 3-2-09)
@FGTS
“Cessada a atividade que deu origem à gratificação extraordinária,
cessa igualmente a gratificação, não havendo falar em direito "O FGTS não tem natureza contratual, mas, sim, estatutária, por
adquirido, tampouco, em princípio da irredutibilidade dos decorrer da Lei e por ela ser disciplinado. Assim, é de aplicar-se a
vencimentos.” (RE 338.436, em 2-9-08) ele a firme jurisprudência desta Corte no sentido de que não há
direito adquirido a regime jurídico." (RE 226.855, em 31-8-00)
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Princípio da Segurança Jurídica Princípio da Segurança Jurídica


Jurisprudências do STF Jurisprudências do STF
@Esfera penal e processual @Esfera penal e processual
LEP - Lei 7.210, Art. 127. O condenado que for punido por falta “É de se preservar a coisa julgada quanto à decisão extintiva da
grave perderá o direito ao tempo remido, começando o novo punibilidade do acusado, ainda que a sentença haja sido proferida
por juízo incompetente para o feito." (HC 89.592, em 18-12-06)
período a partir da data da infração disciplinar.
“A decisão que determina o arquivamento do inquérito policial,
“Há orientação pacificada no STF no sentido de que o cometimento quando fundado o pedido do Ministério Público em que o fato nele
de falta grave, durante a execução da pena privativa de liberdade, apurado não constitui crime, mais que preclusão, produz coisa
implica a perda dos dias remidos pelo trabalho, inexistindo motivo julgada material, que – ainda quando emanada a decisão de juiz
absolutamente incompetente –, impede a instauração de processo
para se cogitar de eventual violação a direito adquirido (...), bem que tenha por objeto o mesmo episódio.” (HC 83.346, em 17-5-05).
como não há possibilidade de limitação da pena a apenas 30 dias
@Mudanç
Mudanças na economia
(...). A perda do direito ao benefício da remição dos dias trabalhados
em decorrência da falta grave não atenta contra o princípio da “Com relação à caderneta de poupança, há contrato de adesão
entre o poupador e o estabelecimento financeiro, não podendo,
individualização da pena (...), bem como não viola dos princípios da portanto, ser aplicada a ele, durante o período para a aquisição da
isonomia e da dignidade da pessoa humana.” (HC 94.497, 2-9-08) correção monetária mensal já iniciado, legislação que altere, para
menor, o índice dessa correção.” (RE 202.584, em 17-9-96).

Princípio da Segurança Jurídica Princípio da Segurança Jurídica


Jurisprudências do STF Jurisprudências do STF
@Mudanç
Mudanças na economia @Retroatividade da lei
"O plano Bresser representou alteração profunda nos rumos da "O princípio da irretroatividade ‘somente’ condiciona a atividade
economia e mudança do padrão monetário do país. Os contratos jurídica do Estado nas hipóteses expressamente previstas pela
fixados anteriormente ao plano incorporavam as expectativas Constituição, em ordem a inibir a ação do Poder Público
inflacionárias e, por isso, estipulavam formas de reajuste de valor eventualmente configuradora de restrição gravosa (a) ao status
nominal. O congelamento importou em quebra radical das libertatis da pessoa (CF, art. 5º, XL), (b) ao status subjectionais do
expectativas inflacionárias e, por conseqüência, em desequilíbrio contribuinte em matéria tributária (CF, art. 150, III, a) e (c) a
econômico-financeiro dos contratos. A manutenção íntegra dos ‘segurança’ jurídica no domínio das relações sociais (CF, art. 5º,
pactos importaria em assegurar ganhos reais não compatíveis com XXXVI). Na medida em que a retroprojeção normativa da lei ‘não’
a vontade que deu origem aos contratos. A tablita representou a gere e ‘nem’ produza os gravames referidos, nada impede que o
conseqüência necessária do congelamento como instrumento para Estado edite e prescreva atos normativos com efeito retroativo. As
se manter a neutralidade distributiva do choque na economia. O leis, em face do caráter prospectivo de que se revestem, devem,
decreto-lei, ao contrário de desrespeitar, prestigiou o princípio da ‘ordinariamente’, dispor para o futuro. O sistema jurídico-
proteção do ato jurídico perfeito (art. 5º XXXVI, da CF) ao constitucional brasileiro, contudo, ‘não’ assentou, como postulado
reequilibrar o contrato e devolver a igualdade entre as partes absoluto, incondicional e inderrogável, o princípio da
contratantes." (RE 141.190, em 14-9-05, Plenário) irretroatividade." (ADI 605-MC, em 23-10-91, Plenário)

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Princípio da Segurança Jurídica Princípio da Segurança Jurídica


XXXIX – Princípio da Anterioridade da Lei Penal XL – Princípio da Irretroatividade da Lei Penal
Princípio da Reserva Legal A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu.
Não há crime sem lei anterior que o defina,
Jurisprudências do STF
nem pena sem prévia cominação legal.
D Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo
Lei:
Lei Fato:
Fato Tício matou Mévio das execuções a aplicação de lei mais benigna. (SÚM. 611)
Código Penal D A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime
Art. 121. Matar alguém: Tício cometeu permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da
crime e estará
Pena - reclusão, sujeito à pena continuidade ou da permanência. (SÚM. 711)
de 6 a 20 anos
D Não-retroatividade da lei mais benigna para alcançar pena já
Fato: cumprida. (RE 395.269-AgR, em 10-2-04)
Fato Caio invadiu Lei XYZ:
XYZ Caio não cometeu
crime e não estará D A cláusula constitucional inscrita no art. 5º, XL, da Carta Política —
computador Art. 111. Invadir
sujeito à pena, que consagra o princípio da irretroatividade da lex gravior — incide,
computador alheio
alheio pois a lei entrou
no âmbito de sua aplicabilidade, unicamente, sobre as normas de
Pena - detenção, em vigor depois
de 1 a 3 anos do fato direito penal material. (AI 177.313-AgR-ED, em 18-6-96)

Os crimes no art. 5º Princípio da Intranscendência da Pena


XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória (Princí
(Princípio da Personificaç
Personificação da Pena,
dos direitos e liberdades fundamentais; Princí
Princípio da Responsabilidade Pessoal)
Art. 5º, XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado,
INAFIANÇÁVEIS

XLII - RACISMO podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do


perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos
IMPRESCRITÍVEIS
sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do
XLIV - “GOLPE” patrimônio transferido;

PENA @ intransmissível
XLIII - T T T H* GRAÇA OU ANISTIA
OBRIGAÇÕES @ transmissíveis aos sucessores
*Na Tortura, no Terrorismo, no Tráfico de drogas e nos crimes até
até o limite da herança
Hediondos, respondem os mandantes, os executores e aqueles que,
podendo evitá-los, se omitirem. @ STF:
STF “Vulnera o princípio da incontagibilidade da pena a decisão
judicial que permite ao condenado fazer-se substituir, por terceiro
@ STF: A proibição de liberdade provisória mediante fiança não veda o absolutamente estranho ao ilícito penal, na prestação de serviços à
relaxamento da prisão processual por excesso de prazo. (Súm. 697) comunidade.” (HC 68.309, em 27-11-90)

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Penas permitidas e penas proibidas Direitos do Preso (art. 5º, XLVIII a L)
XLVIII – a pena será cumprida em estabelecimentos distintos,
Art. 5º, XLVI - A lei regulará a Art. 5º, XLVII - não haverá de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do
individualização da pena e penas: apenado;
adotará, entre outras, as
seguintes: XLIX – é assegurado aos presos o respeito à integridade física
a) de morte, salvo em caso e moral;
a) privação ou restrição da de guerra declarada, nos
liberdade; termos do art. 84, XIX; @ STF:
STF "Morte de detento por colegas de carceragem. Indenização por
b) perda de bens; danos morais e materiais. Detento sob a custódia do Estado.
b) de caráter perpétuo; Responsabilidade objetiva. Teoria do Risco Administrativo.
c) multa; c) de trabalhos forçados; Configuração do nexo de causalidade em função do dever
constitucional de guarda (art. 5º, XLIX). Responsabilidade de reparar
d) prestação social alternativa; d) de banimento; o dano que prevalece ainda que demonstrada a ausência de culpa
e) suspensão ou interdição de dos agentes públicos." (RE 272.839, em 1º-2-05).
e) cruéis;
direitos;
L – às presidiárias serão asseguradas condições para que
possam permanecer com seus filhos durante o período de
amamentação;

Conceitos importantes Conceitos importantes


é a transferência de um indivíduo de um Estado para é a entrega de um brasileiro ou estrangeiro ao
outro, a pedido deste, para que nele seja julgado ou Entrega Tribunal Penal Internacional para ser processado e
Extradição
cumpra pena por crime de sua competência. Trata-se de julgado (art. 5º, §4º).
ato bilateral.
Exemplo:
Exemplo: 3º) Pedido de extradição
Entrega
Entrega
Itália Brasil
1º) Crime Crime grave Tribunal Penal
Brasil 4º)
4º) Extradição
Extradição de alcance Internacional
internacional
STF
+
Pres.Rep.

2º) Fugiu

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Conceitos importantes Extradição (Art. 5º
5º, LI e LII / Lei 6.815/80)
é a retirada compulsória do estrangeiro do Brasil, pela
Expulsão ¨ Brasileiro Nato F NUNCA!
prática atos que atentem contra à ordem jurídica brasileira.
é a retirada compulsória do estrangeiro do Brasil devido a
Deportação ¨ Brasileiro Naturalizado F em regra NÃO, salvo:
irregularidades na sua entrada ou permanência.
seria a retirada compulsória e unilateral de um brasileiro F por crime comum antes da naturalização ou
Banimento
do país por algum ato aqui praticado. É pena vedada na CF
F por tráfico de drogas (a qualquer tempo)
Exemplo: Expulsão
Expulsão Deportação
Deportação
político ou
¨ Estrangeiro F pode , salvo: por crime de opinião
Estrangeiro
violou a ordem Estrangeiro D STF:
STF A extradição somente será deferida pelo STF, tratando-se de crimes
jurídica brasileira “clandestino” puníveis com morte ou prisão perpétua, se o Estado requerente assumir
perante o Governo brasileiro, o compromisso de comutá-la em pena não
Brasil superior à duração máxima admitida na lei penal do Brasil (30 anos, art. 75,
CP), eis que os pedidos extradicionais estão necessariamente sujeitos à
autoridade hierárquico-normativa da CF. (Ext 633, em 28-8-96)
D STF:
STF “Não impede a extradição a circunstância de ser o extraditando casado
com brasileira ou ter filho brasileiro.” (SÚM. 421)

Extradição (Art. 5º
5º, LI e LII / Lei 6.815/80) Princípio do Devido Processo Legal
Caso “Cesare Battisti”
Battisti” LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus
bens sem o devido processo legal;
¨ STF:
STF: “O Tribunal, por maioria, acolheu questão de ordem, suscitada
nos autos de extradição executória formulada pelo Governo da Itália
a liberdade
contra nacional italiano condenado à pena de prisão perpétua pela Protege contra restrições arbitrárias
prática de quatro homicídios naquele país, a fim de retificar a ata do os bens
julgamento do aludido feito, para que conste que o Tribunal, por
maioria, reconheceu que a decisão de deferimento da extradição não FDPL em seu aspecto material (substantive due process)
vincula o Presidente da República, nos termos dos votos proferidos
Constitui limite aos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário no sentido de
pelos Ministros Cármen Lúcia, Joaquim Barbosa, Carlos Britto, Marco
que seus atos devem ser justos, dotados de razoabilidade (proporcionalidade)
Aurélio e Eros Grau. (...) Na presente assentada, tendo em conta, e de racionalidade, devendo guardar um real e substancial nexo com o
sobretudo, os esclarecimentos prestados pelo Min. Eros Grau quanto objetivo que se quer atingir.
aos fundamentos de seu voto, concluiu-se que o que decidido pela
maioria do Tribunal teria sido no sentido de que a decisão do FDPL em seu aspecto formal (procedural due process)
Supremo que defere a extradição não vincula o Presidente da Garante às pessoas um procedimento judicial justo, ou seja, o acesso ao
República, o qual, entretanto, não pode agir com discricionariedade, Judiciário com todas as garantias inerentes ao processo (ampla defesa, etc.)
ante a existência do tratado bilateral firmado entre o Brasil e a Itália.”
(Ext 1.085-QO, em 16-12-09). ¨STF: os princípios da razoabilidade e proporcionalidade estão implícitos na
cláusula constitucional do devido processo legal substantivo ou material.

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Princ. do contraditório e ampla defesa Princ. do contraditório e ampla defesa


(Art. 5º
5º, LV) Súmulas Vinculantes do STF
Contraditó
Contraditório Ampla Defesa @ É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo
“Informação + Reação” Autodefesa - direito à produção de aos elementos de prova que, já documentados em procedimento
É o direito a se manifestar em provas lícitas e úteis ao processo investigatório realizado por órgão com competência de polícia
sentido contrário, o que traz uma Defesa técnica – direito à defesa por judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa. (SV 14)
paridade de armas para as partes pessoa habilitada (nos proc. judiciais)
@ A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo
disciplinar não ofende a Constituição. (SV 5)
F Litigantes (contendores) em proc. judicial ou adm.
¨Destinatários F Acusados em geral @ Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o
F Indiciados em Inquérito Policial ? contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar
anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o
@ STF: “O STF tem assegurado a amplitude do direito de defesa em interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de
sede de inquéritos policiais, em especial no que concerne ao concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão. (SV 3)
exercício do contraditório e ao acesso de dados e documentos já
produzidos no âmbito das investigações criminais”. @ É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de
(HC 92.599-BA, 18-3-2008, Rel. Min. Gilmar Mendes) dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administ.. (SV 21)

Princ. do contraditório e ampla defesa Princ. do contraditório e ampla defesa


Jurisprudências do STF Jurisprudências do STF
¨Aplicaç
Aplicação do Princí
Princípio no âmbito da Administraç
Administração Pú
Pública: ¨Aplicaç
Aplicação do Princí
Princípio no âmbito judicial:
@ Não há ofensa à garantia do contraditório e da ampla defesa, inerente
@ No processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas
ao devido processo legal, quando, em procedimento administrativo, o
interessado, notificado, deixa, sem justa causa, de apresentar defesa a sua deficiência só o anulará se houver prova de prejuízo para o réu.
no prazo legal. (RMS 26.027-AgR, em 2-6-09) (Súmula 523)
@ Descabe ter-se como necessário o contraditório em inquérito
@ É imprescindível a intimação pessoal do defensor público para sessão
administrativo. O instrumento consubstancia simples sindicância
visando a, se for o caso, instaurar processo administrativo no qual de julgamento, por força do disposto em lei. Precedentes da Corte.(...)”
observado o direito de defesa. (RE 304.857, em 24-11-09) (HC 92.569, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 11-3-08, 1ª
@ A ausência de processo administrativo ou a inobservância aos Turma, DJE de 25-4-08)
princípios do contraditório e da ampla defesa tornam nulo o ato de
demissão de servidor público, seja ele civil ou militar, estável ou não. @ Para o acusado exercer, em plenitude, a garantia do contraditório,
(RE 513.585, em 17-6-08). torna-se indispensável que o órgão da acusação descreva, de modo
@ Embora a Administração esteja autorizada a anular seus próprios atos preciso, os elementos estruturais que compõem o tipo penal, sob
quando eivados de vícios que os tornem ilegais (Súm. 473, STF), não pena de se devolver, ilegitimamente, ao réu, o ônus (que sobre ele não
prescinde do processo administrativo, com obediência aos princípios
incide) de provar que é inocente. (HC 84.580, em 25- 8-09)
constitucionais da ampla defesa e do contraditório. (AI 710.085-AgR)
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Princ. do contraditório e ampla defesa Princ. do contraditório e ampla defesa


Jurisprudências do STF Jurisprudências do STF
¨Aplicaç
Aplicação do Princí
Princípio no âmbito judicial: ¨Aplicaç
Aplicação do Princí
Princípio nas Relaç
Relações Privadas:
@ A prisão antes do trânsito em julgado da condenação somente pode @ As associações privadas que exercem função predominante em
determinado âmbito econômico e/ou social, mantendo seus
ser decretada a título cautelar. A ampla defesa, não se a pode associados em relações de dependência econômica e/ou social,
visualizar de modo restrito. Engloba todas as fases processuais, integram o que se pode denominar de espaço público, ainda que não-
inclusive as recursais de natureza extraordinária. (HC 94.408, 10-2-09) estatal. A União Brasileira de Compositores – UBC, sociedade civil
sem fins lucrativos, integra a estrutura do ECAD e, portanto, assume
@ Não constitui cerceamento de defesa o indeferimento de diligências posição privilegiada para determinar a extensão do gozo e fruição dos
requeridas pela defesa, se foram elas consideradas desnecessárias direitos autorais de seus associados. A exclusão de sócio do quadro
social da UBC, sem qualquer garantia de ampla defesa, do
pelo órgão julgador a quem compete a avaliação da necessidade ou contraditório, ou do devido processo constitucional, onera
conveniência do procedimento então proposto. (HC 76.614, 12.6.98) consideravelmente o recorrido, o qual fica impossibilitado de perceber
os direitos autorais relativos à execução de suas obras. A vedação
@ O acusado, embora preso, tem o direito de comparecer, de assistir e das garantias constitucionais do devido processo legal acaba por
de presenciar, sob pena de nulidade absoluta, os atos processuais, restringir a própria liberdade de exercício profissional do sócio. O
caráter público da atividade exercida pela sociedade e a dependência
notadamente aqueles que se produzem na fase de instrução do do vínculo associativo para o exercício profissional de seus sócios
processo penal, que se realiza, sempre, sob a égide do contraditório. legitimam, no caso concreto, a aplicação direta dos direitos
(HC 86.634, em 18-12-06). fundamentais concernentes ao devido processo legal, ao contraditório
e à ampla defesa (art. 5º, LIV e LV, CF/88). (RE 201.819, 11-10-05)

Vedação de provas ilícitas - Art. 5º


5º, LVI Princípio da Presunção da Inocência
ou da Não-Culpabilidade - Art. 5º, LVII
LVI - são inadmissíveis, no processo,
as provas obtidas por meios ilícitos; LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em
julgado de sentença penal condenatória;
¨Código de Processo Penal, com redação dada pela Lei 11.690/08:
F Presunç
Presunção da inocência:
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do
“Culpado”
Culpado” só após o trânsito em julgado de sentença penal
processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação
condenatória (este princípio restringe-se à esfera penal);
a normas constitucionais ou legais.
¨O ônus da prova é do Estado – ninguém é obrigado a se auto-
§ 1º São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas,
incriminar (nemo tenetur se detegere). Direito ao silêncio/mentir.
salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e
outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte ¨In dubio pro reo – na dúvida, o julgador deve favorecer o réu;
independente das primeiras.
@STF: As diversas formas de prisão (flagrante delito, temporária,
§ 2º Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo preventiva) não violam o princípio da presunção da inocência;
os trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução @STF: A condenação passível de recurso não justifica, por si só,
criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova. a prisão do condenado.

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Princípio da Presunção da Inocência Princípio da Presunção da Inocência


Jurisprudências do STF Jurisprudências do STF
@ Viola o princípio constitucional da presunção da inocência a exclusão @ Não há dúvida de que são independentes as instâncias penal e
de candidato de concurso público que responde a inquérito ou ação administrativa, só repercutindo aquela nesta quando ela se manifesta
penal sem trânsito em julgado da sentença condenatória. pela inexistência material do fato ou pela negativa de sua autoria.
(RE 559.135-AgR, em 20-5- 08). Assim, a Administração Pública, para punir por falta disciplinar que
também pode configurar crime, não está obrigada a esperar a decisão
@ Inexistência de violação do princípio da presunção da inocência no
fato de a lei não permitir a inclusão de oficial militar no quadro de judicial, até porque ela não pune pela prática de crime, por não ter
acesso à promoção em razão de denúncia em processo criminal competência para impor sanção penal, mas pela ocorrência de
(RE 459.320-AgR, em 22-4-08) infração administrativa que pode, também, ser enquadrada como
delito. Por outro lado, e em razão mesmo dessa independência de
@ Estatuto do desarmamento. Insusceptibilidade de liberdade provisória instâncias, o princípio constitucional de que ‘ninguém será
quanto aos delitos elencados nos arts. 16, 17 e 18. considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal
Inconstitucionalidade reconhecida, visto que o texto magno não condenatória’ (art. 5º, LVII) não se aplica ao âmbito administrativo para
autoriza a prisão ex lege, em face dos princípios da presunção de
impedir que a infração administrativa que possa também caracterizar
inocência e da obrigatoriedade de fundamentação dos mandados de
crime seja apurada e punida antes do desfecho do processo criminal.
prisão pela autoridade judiciária competente. (ADI 3.112, em 2-5-07).
(MS 21.545, em 11-3-93)

Identificação Criminal - Art. 5º, LVIII Ação Penal Privada


Subsidiária da Pública (Art. 5º
5º, LIX)
LVIII - o civilmente identificado não será
submetido a identificação criminal, salvo nas ¨Ação Penal:
hipóteses previstas em lei; @Privada (exceção) ÖOfendido ou Representante ÖQueixa

@Pública (regra) ÖMinistério Público ÖDenúncia (art. 129, I, CF)


DREGRA: apenas identificação civil
não denunciou
ªSe o MP ficar inerte não requisitou diligências
não pediu arquivamento
DEXCEÇÃO: identificação criminal
(datiloscópica e/ou fotográfica): Ação Privada ÖOfendido ou Representante ÖQueixa
Subsidiária da Pública
J se não apresentar identificação civil ou
J nos casos previstos em lei (Lei 12.037/09) LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação
pública, se esta não for intentada no prazo legal;

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Princípio da Publicidade A prisão e o preso (Art. 5º
5º, LXI a LXVI e LXXV)

¨Flagrante delito (arts. 301 e 302, CPP)


D REGRA: todos os julgamentos do Poder Judiciário HIPÓTESES
¨Ordem Judicial (escrita e fundamentada)
serão públicos, sob pena de nulidade (art. 93, IX). DE
¨Transgressão militar
D EXCEÇÃO: a lei pode estabelecer restrições à publicidade PRISÃO: ¨Crime propriamente militar definidos em lei
(segredo de justiça, limitação de acesso à audiência apenas
à partes e seus advogados, ou apenas à estes) quando a Juiz competente
defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem, desde PRISÃO ¨prisão ilegal: LXV (relaxa imediatamente)
comunicação
que não prejudique o interesse público à informação. E ¨prisão legal: LXVI (liberdade provisória?)
imediata
LOCAL
Art. 93, IX - todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão Família ou pessoa indicada
públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade,
podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e ¨será informado dos seus direitos (inclusive o de ficar calado)
a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação PRESO ¨terá assistência da família e de advogado pela prisão
do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse ¨tem direito a identificação dos responsáveis pelo interrogatório
público à informação;
Art. 5º, LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais O Estado ¨o condenado por erro judiciário
quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
indenizará ¨o preso além do tempo fixado na sentença

Prisão civil por dívida - art. 5º, LXVII Gratuidades Constitucionais – art. 5º
GRATUIDADES DESTINATÁRIOS
Não haverá prisão civil por dívida, SALVO:
F por inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia; os que comprovarem
( não pagamento intencional e sem justificativa) LXXIV assistência jurídica integral
insuficiência de recursos
F depositário infiel.
¨STF:
STF: A Convenção Americana sobre Direitos Humanos – Pacto de São
José da Costa Rica , tratado internacional em matéria de direitos humanos registro civil de nascimento e os reconhecidamente
ratificado pelo Brasil, goza de status normativo supralegal e torna LXXVI
certidão de óbito pobres, na forma da lei
inaplicável a legislação infraconstitucional com ele conflitante, seja ela
anterior ou posterior ao ato de ratificação. Assim, como esse tratado só
admite a possibilidade de prisão civil do devedor de alimentos e,
conseqüentemente, não admite a possibilidade de prisão civil do depositário
habeas-corpus e habeas-data,
infiel, essa hipótese de prisão torna-se inviável no Brasil, já que houve
e, na forma da lei,
derrogação das leis que regulamentavam este tipo de prisão. LXXVII todos
os atos necessários ao
¨STF:
STF: É ilí
ilícita a prisão civil de depositá
depositário infiel, qualquer que seja a exercício da cidadania.
modalidade do depó
depósito (Sú
(Súmula Vinculante 25)

PROF. RODRIGO MENEZES Página 32 DIREITO CONSTITUCIONAL


DIREITO CONSTITUCIONAL PROF. RODRIGO MENEZES

Dispositivos incluí
incluídos pela EC nº
nº 45/2004 Dispositivos incluí
incluídos pela EC nº
nº 45/2004
FPrincípio da Celeridade Processual F Submissão do Brasil ao TPI
LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional
assegurados a razoável duração do processo e os meios que a cuja criação tenha manifestado adesão.
garantam a celeridade de sua tramitação.
¨ Já previa o ADCT, no art. 7º, que “O Brasil propugnará pela formação
FHierarquia dos Tratados Internacionais de um tribunal internacional dos direitos humanos”;
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos ¨ O TPI, com sede em Haia, foi criado em 17/7/1998 pelo Estatuto de
que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em Roma do Tribunal Penal Internacional (tratado internacional assinado
2 turnos, por 3/5 dos votos dos respectivos membros, serão por 120 países);
equivalentes às emendas constitucionais. ¨ O Brasil assinou o tratado em 7/2/2000 e o ratificou em 25/9/2002;
” sobre DH ¨ Estabelece o tratado que o TPI será uma instituição permanente, com
Pirâmide hierá
hierárquica:
rquica ” aprovados: jurisdição sobre as pessoas responsáveis pelos crimes de maior
2 casas do CN
normas constituc. CF e EC ≈ Trat. Inter. 2 turnos de votação gravidade com alcance internacional (crime de genocídio, crimes
3/5 dos membros contra a humanidade, crimes de guerra e crime de agressão) e será
t.
ns

normas supralegais Trat. Internacionais sobre DH complementar às jurisdições penais nacionais, ou seja, somente
cora

atuará quando o Estado soberano se mostre incapaz ou sem


normas legais (...) Lei ordinária ≈ Trat. Internacionais
inf

disposição política para processar esses crimes.


n.

normas infralegais

PROF. RODRIGO MENEZES Página 33 DIREITO CONSTITUCIONAL


19/8/2010

DIREITO CONSTITUCIONAL

1) HABEAS CORPUS – art. 5º, LXVIII


1) habeas corpus – art. 5º, LXVIII
A) FINALIDADE: proteger a LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO
2) habeas data – art.
art 5º
5 , LXXII
ilegalidade ou
JUDICIAIS 3) mandado de segurança – art. 5º, LXIX e LXX CONTRA

r
(ações especiais) abuso de poder

b
4) mandado de injunção – art. 5º, LXXI
5) ação popular – art. 5º, LXXIII

.
om
B) ESPÉCIES DE HC:
a. HC PREVENTIVO ((“salvo conduto”))

.c
⇒ Impetrado em caso de AMEAÇA à liberdade de locomoção

l
6) direito de petição – art. 5º, XXXIV, “a”

a
ADMINISTRATIVOS b.HC REPRESSIVO OU LIBERATÓRIO (“alvará de soltura”)
7) direito de certidão – art. 5º, XXXIV, “b”

t u
⇒ Impetrado em caso de LESÃO à liberdade de locomoção

v ir
r s o
c u
o n
c
1) HABEAS CORPUS – art. 5º, LXVIII 1) HABEAS CORPUS – art. 5º, LXVIII
C) CARACTERÍSTICAS E OBSERVAÇÕES SOBRE O HC:

w . D) CABIMENTO OU DESCABIMENTO DO HC, SEGUNDO O STF:

w
a.É uma ação
ç de natureza p
penal e rito especial;
p
a HC restringe
a. restringe-se
se a proteção da liberdade de locomoção
b.Pode ser usado para invalidar prisão de natureza civil;

w
c.É regulamentado pelo Código de Processo Penal (arts. 647 a 667); ⇒“Pena de demissão. (...) O habeas corpus visa a proteger a liberdade de
d.Tem prioridade judicial sobre todas as ações; locomoção — liberdade de ir, vir e ficar — por ilegalidade ou abuso de
e.Dispensa advogado e formalidades: poder, não podendo ser utilizado para proteção de direitos outros.”
(STF, DJ 27/06/03, HC 82.812, Rel. Min. Carlos Velloso, em 03/06/03).
⇒Não precisa ser datilografado;
⇒Pode ser escrito à mão em qualquer folha de papel; b. HC e Desentranhamento de prova ilícita em procedimento penal –
⇒Pode ser impetrado via fax
fax, desde que se compareça no prazo para ratificar; cabimento
bi t
⇒Deve ser escrito e assinado.
f.É gratuito (art. 5º, LXXVII); ⇒ “Admissibilidade, em tese, do habeas corpus para impugnar a inserção de
provas ilícitas em procedimento penal e postular o seu desentranhamento:
g.Não há dilação probatória no HC, as provas devem ser pré-constituídas
sempre que, da imputação, possa advir condenação a pena privativa de
⇒“A via estreita do habeas corpus não comporta dilação probatória, exame
aprofundado de matéria fática ou nova valoração dos elementos de prova. Habeas liberdade (...)” (STF, DJ 14/12/01, HC 80949/RJ, Min. Rel. Sepúlveda
corpus denegado.” (STF, DJE de 23/05/08, HC 93.291, Rel. Min. Menezes Direito, em 18/03/08) Pertence, julgamento em 30/10/01) grifo nosso

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1
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DIREITO CONSTITUCIONAL

1) HABEAS CORPUS – art. 5º, LXVIII 1) HABEAS CORPUS – art. 5º, LXVIII
D) CABIMENTO OU DESCABIMENTO DO HC, SEGUNDO O STF: D) CABIMENTO OU DESCABIMENTO DO HC, SEGUNDO O STF:
d. HC e excesso de p
prazo da p
prisão – cabimento
c. HC e Quebra
Q b de d Sigilo
Si il – cabimento
bi t
⇒“Liberdade provisória. Excesso de prazo. Conhecimento de ofício da
⇒ Habeas corpus: admissibilidade: decisão judicial que, no curso do

r
matéria. Constrangimento ilegal. Extensão de liberdade provisória. O
inquérito policial, autoriza quebra de sigilo bancário. Se se trata de

b
Tribunal tem admitido conhecer da questão do excesso de prazo quando

.
processo penal ou mesmo de inquérito policial, a jurisprudência do STF
esta se mostra gritante, mesmo que o tribunal recorrido não a tenha
admite o habeas corpus, dado que de um ou outro possa advir
examinado.” (RHC 83.177, Rel. Min. Nelson Jobim, em 28-10-03, DJ de

om
condenação a pena privativa de liberdade, ainda que não iminente, cuja
19-3-04)
aplicação poderia vir a ser viciada pela ilegalidade contra o qual se volta a
i
impetração
t ã da d ordem.
d N
Nessa li h não
linha, ã é de d recusar a idoneidade
id id d do d

c
e. HC ex officio – cabimento

.
habeas corpus, seja contra o indeferimento de prova de interesse do réu

l
ou indiciado, seja, o deferimento de prova ilícita ou o deferimento inválido ⇒Os juízes e os tribunais têm competência para expedir de ofício ordem de

a
de prova lícita: nessa última hipótese, enquadra-se o pedido de habeas habeas corpus, quando no curso de processo verificarem que alguém sofre

u
corpus contra a decisão - alegadamente não fundamentada ou carente de ou está na iminência de sofrer coação ilegal. (art. 654, § 2º, CPP)

r t
justa causa - que autoriza a quebra do sigilo bancário do paciente. (STF, ⇒“denegou-se o pedido formulado, porém, concedeu-se habeas corpus de

i
DJ 08/10/1999, HC 79191, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, em 04/05/1999) ofício.” (STF, Inf. 503, HC 89.665, Rel. Min. Cármen Lúcia, em 22/04/08)

ov
u r s
n c
1) HABEAS CORPUS – art. 5º, LXVIII

. co 1) HABEAS CORPUS – art. 5º, LXVIII

w
D) CABIMENTO OU DESCABIMENTO DO HC, SEGUNDO O STF: D) CABIMENTO OU DESCABIMENTO DO HC, SEGUNDO O STF:

w
f HC e Trancamento do Inquérito ou da Ação Penal – cabimento
f. h. HC e Condenação à prestação alternativa pecuniária - cabimento
⇒"O trancamento de inquérito policial pela via do habeas corpus, segundo ⇒"Habeas corpus: cabimento quanto à condenação à pena de prestação

w
pecuniária, dado que esta, diversamente da pena de multa, se descumprida
pacífica jurisprudência desta Casa, constitui medida excepcional só injustificadamente, converte-se em pena privativa de liberdade (CP, art. 44, § 4º)."
admissível quando evidente a falta de justa causa para o seu (STF, DJ de 14-10-05, HC 86.619, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, em 27-9-05)
prosseguimento, seja pela inexistência de indícios de autoria do delito,
i. HC e Prisão militar – descabimento com ressalvas
seja pela não comprovação de sua materialidade, seja ainda pela
⇒ A Constituição estabelece que não caberá "habeas-corpus" em relação a
atipicidade da conduta do investigado." (STF, HC 90.580, Rel. Min. Ricardo
punições disciplinares militares (CF, Art. 142 § 2
2º).
).
Lewandowski, em 24-4-07, DJ de 11-5-07)..
⇒ Segundo o STF, esse dispositivo constitucional impede que o Judiciário aprecie o
g. HC e Pena de Multa – descabimento mérito da punição, ou seja, impede apreciação dos aspectos fáticos da medida
punitiva militar e se houve ou não injustiça por parte da autoridade, por exemplo.
⇒“Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa, ⇒Entretanto, o Poder Judiciário pode julgar habeas corpus para apreciação do
ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena cumprimento dos pressupostos legais de admissibilidade da punição, quais sejam:
pecuniária seja a única cominada”. (SÚM. 693, STF) a hierarquia, o poder disciplinar, o ato ligado a função e a pena susceptível de ser
aplicada disciplinarmente.

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DIREITO CONSTITUCIONAL

1) HABEAS CORPUS – art. 5º, LXVIII 1) HABEAS CORPUS – art. 5º, LXVIII
E) PARTES E) PARTES NO HC:

a. IMPETRANTE (SUJEITO ATIVO – é o titular da ação):

r
⇒ Qualquer pessoa física (natural) ou pessoa jurídica

b
→ A PF não precisa ter qualquer tipo de capacidade

.
→ Absolutamente incapaz pode impetrar
HC

om
→ Analfabeto pode impetrar desde que alguém assine a rogo
→ Estrangeiro pode impetrar HC desde que escrito em português
IMPETRANTE IMPETRADO
IMPETRADO*

c
→ PF pode impetrar em benefício próprio ou de terceiro

.
(Sujeito Ativo, (Sujeito Passivo,

l
Legitimado Ativo) Legitimado Passivo) → PJ pode somente pode impetrar HC em favor de PF

a
PACIENTE
(Beneficiário) *Autoridade Coatora ⇒ O Ministério Público (em favor de PF, desde que ela aceite)

ri tu
⇒ A Defensoria Pública (em favor de PF)
*Obs.: Juízes e Tribunais não impetram HC, mas podem concedê-lo de ofício

ov
u rs
n c
1) HABEAS CORPUS – art. 5º, LXVIII

. co 2) HABEAS DATA – art. 5º, LXXII

w
E) PARTES NO HC: A) FINALIDADES:

w
a Assegurar o CONHECIMENTO de INFORMAÇÕES SOBRE a
a.
b. PACIENTE (BENEFICIÁRIO): pessoa do IMPETRANTE;

w
b. RETIFICAR DADOS sobre a pessoa do impetrante;
⇒ Qualquer pessoa física (natural) c. COMPLEMENTAR ou JUSTIFICAR dados sobre a pessoa do
impetrante (Lei 9.507/97).

B) ESPÉCIES DE HD:
b IMPETRADO (SUJEITO PASSIVO – Autoridade
b. A t id d C Coatora):
t ) a. NÃO cabe HD PREVENTIVO
b. Somente cabe HD REPRESSIVO
⇒ Autoridade pública (Juízes, Tribunais, Delegados, etc.) ⇒ “A prova do anterior indeferimento do pedido de informação de dados pessoais,
ou da omissão em atendê-lo, constitui requisito indispensável para que se
⇒ Particular – pessoa privada (Diretor de Clínica ou Hospital, etc.) concretize o interesse de agir no habeas data. Sem que se configure situação
prévia de pretensão resistida, há carência da ação constitucional do habeas
data". (STF, RHD 22/DF, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 1º/9/95)

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2) HABEAS DATA – art. 5º, LXXII 2) HABEAS DATA – art. 5º, LXXII
C) CARACTERÍSTICAS E OBSERVAÇÕES SOBRE O HD: D) PARTES NO HD:
a IMPETRANTE (SUJEITO ATIVO – é o titular da ação):
a.
a. É ação civil de rito especial;
⇒ Qualquer pessoa física (natural) ou pessoa jurídica

r
b. É regulamentado pela Lei 9.507/97;

b
b. BENEFICIÁRIO:

.
c. São gratuitos o procedimento administrativo para acesso a ⇒ O próprio impetrante*

om
informações e retificação de dados e para anotação de justificação, *É parte legítima para impetrar habeas data o cônjuge sobrevivente na defesa de interesse do
Falecido (STJ, DJ 28/02/08, HD-147/DF - Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, em 12/12/07)
ç de habeas data ((art. 21 da Lei 9.507/97 c/c art. 5º,
bem como a ação

.c
LXXVII); c. IMPETRADO (SUJEITO PASSIVO – Autoridade Coatora):

l
⇒ Entidades Governamentais (Administração Direta ou Indireta)

a
d. Tem prioridade sobre todos os atos judiciais, exceto sobre as
⇒ Entidades privadas de caráter público

u
ações de HC e MS (art. 19 da Lei 9.507/97).

t
¾ Considera-se de caráter público todo registro ou banco de dados contendo informações

r
que sejam ou que possam ser transmitidas a terceiros ou que não sejam de uso privativo

i
do órgão ou entidade produtora ou depositária das informações (art.1º, p.ú., L.9.507/97).

ov
u r s
n c
3) MANDADO DE SEGURANÇA – art. 5º, LXIX e LXX

. co 3) MANDADO DE SEGURANÇA – art. 5º, LXIX e LXX

w
A) FINALIDADE: proteger a DIREITO LÍQUIDO E CERTO* B) ESPÉCIES DE MS:

w
habeas corpus a MS PREVENTIVO
a.
contra ato de

w
não amparado por ⇒ Impetrado em caso de AMEAÇA (JUSTO RECEIO)
habeas data autoridade**
b.MS REPRESSIVO
*DIREITO LÍQUIDO E CERTO é aquele escorado em fatos comprovados ⇒ Impetrado em caso de LESÃO
de plano mediante prova documental pré-constituída e inequívoca.
9 O direito de requerer MS extinguir-se-á decorridos o prazo
9 A controvérsia quanto à matéria de direito não impede a concessão do MS
(Súm. 625, STF), desde que os fatos estejam claramente comprovados na
decadencial de 120 dias contados da ciência,
ciência pela interessado,
interessado
petição inicial, pois caberá ao juiz, na sentença, afirmar ou não a existência do do ato a ser impugnado (art. 23, Lei 12.016/09 e Súm. 632, STF).
direito.
9 Nesse caso, ainda caberá a defesa do direito por meio de ação
**ATO DE AUTORIDADE é toda manifestação ou omissão do poder judicial ordinária.
público ou de seus delegados, no desempenho de suas funções ou a 9 Pedido de reconsideração na via administrativa não interrompe o
pretexto de exercê-las. prazo para o mandado de segurança. (Súm. 630, STF)

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3) MANDADO DE SEGURANÇA – art. 5º, LXIX e LXX 3) MANDADO DE SEGURANÇA – art. 5º, LXIX e LXX
C) CARACTERÍSTICAS E OBSERVAÇÕES SOBRE O MS: D) CABIMENTO OU NÃO DE MS:
a É uma ação de natureza civil e rito especial;
a. D Não cabe MS contra lei em tese – Súm. 266, STF;
A lei em tese, de conteúdo meramente normativo, genérico e abstrato, não

r
b. Pode ser utilizada contra ato de autoridade no âmbito criminal;
lesa, por si só qualquer direito individual.

b
c. É regulamentado pela Lei 12.016/09;

.
Porém, as chamadas leis (ou decretos) de efeitos concretos são, plena e
d. Tem prioridade sobre todos as ações judiciais, exceto sobre HC; imediatamente, atacáveis pela via do MS. Por “leis de efeitos concretos”

om
entende-se aquelas que são desprovidas de generalidade e abstração, que já
e. Não é gratuito (há custas processuais); regulam concretamente certas situações, com destinatários certos ou

c
determinados. Enfim, são todas as leis “meramente formais”, que têm forma

.
f. Não há dilação probatória no MS, as provas devem ser pré-constituídas;

l
de lei (pois aprovadas pelos órgãos legislativos) mas conteúdo de ato
⇒ “Os fatos articulados na inicial devem vir demonstrados mediante os documentos

a
administrativo (pois, desprovidas de normatividade, generalidade e abstração,
próprios, viabilizando-se requisição quando se encontrarem em setor público.” visam a regular situações específicas). Ex.: lei que concede isenção de

u
(RMS 26.744, Rel. Min. Marco Aurélio, em 13-10-09, 1ª Turma, DJE de 13-11-09).

t
tributos; lei que proíbe o exercício de determinada atividade individual;

r
⇒ Tem caráter subsidiário, só é cabível se não houver outro instrumento

i
decreto que desapropria um imóvel; decreto de exoneração de um servidor;
efetivo para a proteção do direito líquido e certo. decreto de nomeação de um servidor etc.

ov
u r s
n c
3) MANDADO DE SEGURANÇA – art. 5º, LXIX e LXX

. co 3) MANDADO DE SEGURANÇA – art. 5º, LXIX e LXX

w
D) CABIMENTO OU NÃO DE MS: D) CABIMENTO OU NÃO DE MS:

w
D Não cabe MS contra decisão judicial com trânsito em julgado – D O mandado de segurança não substitui a ação popular.

w
art. 5º, III da Lei 12.016/09 e Súm. 268, STF Súm. 101, STF

D Não cabe MS contra decisões judiciais recorríveis, se o recurso tiver D O mandado de segurança não é substitutivo de ação de cobrança.
efeito suspensivo – art. 5º, II da Lei 12.016/09 e Súm. 267, STF Súm 269, STF;

D Não cabe MS contra ato administrativo recorrível (se houver recurso D Concessão de mandado de g ç
segurança não produz
p efeitos
com efeito suspensivo e livre de caução) – Art. 5º, I da Lei 12.016/09. patrimoniais em relação a período pretérito, os quais devem ser
Exceção: cabe contra omissão da autoridade – Súm. 429, STF;
reclamados administrativamente ou pela via judicial própria.

D Não cabe MS contra atos interna corporis de órgãos colegiados Súm. 271, STF
(STF, MS 24.356-2, Rel. Min. Carlos Velloso, em 13.02.2003)

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3) MANDADO DE SEGURANÇA – art. 5º, LXIX e LXX 3) MANDADO DE SEGURANÇA – art. 5º, LXIX e LXX
E) PARTES NO MS INDIVIDUAL: E) PARTES NO MS INDIVIDUAL:
a IMPETRANTE (SUJEITO ATIVO – é o titular da ação):
a. b BENEFICIÁRIO:
b. BENEFICIÁRIO
D Qualquer pessoa física (natural) ou pessoa jurídica;

r
D O próprio impetrante
D Universalidades reconhecidas por lei (o espólio, a massa falida, o

. b
condomínio, sociedade de fato etc.) c. IMPETRADO (SUJEITO PASSIVO – Autoridade Coatora):
D Órgãos públicos, dotados de capacidade processual na defesa de

om
D Autoridade Pública de qualquer dos Poderes dos entes federativos
suas prerrogativas e atribuições;

c
D Agentes Políticos na defesa de suas prerrogativas e atribuições. STF “Praticado o ato por autoridade,
STF: a toridade no exercício
e ercício de competência

l .
delegada, contra ela cabe o mandado de segurança ou a medida
STF: "A jurisprudência do Supremo pacificou entendimento no sentido de judicial.” (Súmula 510)

a
que a desistência, no mandado de segurança, não depende de

ri tu
aquiescência do impetrado. Essa regra aplica-se também aos casos em D Agente de PJ privada no exercício de atribuições do Poder Público
que a desistência é parcial. Precedentes." (RE 318.281-AgR, Rel. Min. Eros
Grau, julgamento em 14-8-07, 2ª Turma, DJ de 21-9-07). *Os atos praticados como mera pessoa privada, sem a natureza de ato do

v
Poder Público, não se sujeitam à proteção do mandado de segurança.

rs o
c u
o n
c
3) MANDADO DE SEGURANÇA – art. 5º, LXIX e LXX 3) MANDADO DE SEGURANÇA – art. 5º, LXIX e LXX
F) PARTES NO MS COLETIVO:

w .
w
a.IMPETRANTE ((SUJEITO ATIVO – é o titular da ação):
ç )
1) Partido político com representação no Congresso Nacional, na defesa
MS INDIVIDUAL MS COLETIVO

w
de seus interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade
partidária; ⇒ Defesa de direito próprio ⇒ Defesa de direito alheio
2) Organização Sindical, Entidade de Classe ou Associação legalmente
constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 ano, em defesa de ⇒ Legitimação ordinária ⇒ Legitimação extraordinária
direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros
ou associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às
suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial. INTERESSE
b.BENEFICIÁRIOS:
D Qualquer pessoa (se impetrado por partido), membros ou associados.
c. IMPETRADO (SUJEITO PASSIVO – Autoridade Coatora):
D Os mesmos do MS INDIVIDUAL

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DIREITO CONSTITUCIONAL

3) MANDADO DE SEGURANÇA – art. 5º, LXIX e LXX 3) MANDADO DE SEGURANÇA – art. 5º, LXIX e LXX
G) JURISPRUDÊNCIAS IMPORTANTES DO MSC: G) JURISPRUDÊNCIAS IMPORTANTES DO MSC:
⇒ “A impetração
p ç de mandado de segurança
g ç coletivo ppor entidade de classe
⇒ “A associação regularmente constituída e em funcionamento,
funcionamento pode postular
em favor dos associados independe da autorização destes.” (Súm.629, STF)
em favor de seus membros ou associados, não carecendo de autorização
⇒ "A entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança ainda

r
especial em assembléia geral, bastando a constante do estatuto. Mas como
quando a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva

b
é próprio de toda substituição processual, a legitimação para agir está

.
categoria." (Súm. 630, STF)
condicionada à defesa dos direitos ou interesses jurídicos da categoria que
⇒ "Legitimidade do sindicato para a impetração de mandado de segurança
representa.” (STF, RE 141.733, Rel. Min. Ilmar Galvão, julgamento em 7-3-95,

om
coletivo independentemente da comprovação de um ano de constituição e
DJ de 1º-9-95)
funcionamento." (STF, RE 198.919, Rel. Min. Ilmar Galvão, em 15-6-99, DJ de
24 9 99)
24-9-99) ⇒ “O objeto

c
bj t dod mandadod d de d segurança coletivo
l ti será
á um direito
di it dos
d

.
⇒ "A legitimação das organizações sindicais, entidades de classe ou

l
associados, independentemente de guardar vínculo com os fins próprios da
associações, para a segurança coletiva, é extraordinária, ocorrendo, em tal entidade impetrante do writ, exigindo-se, entretanto, que o direito esteja

a
caso, substituição processual. CF, art. 5º, LXX. Não se exige, tratando-se de compreendido nas atividades exercidas pelos associados, mas não se

u
segurança coletiva, a autorização expressa aludida no inciso XXI do art. 5º

t
exigindo que o direito seja peculiar, próprio, da classe.” (STF, MS 22.132,

r
da Constituição, que contempla hipótese de representação." (STF, RE 193.382,

i
Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 28-6-96, DJ de 20-9-96). No mesmo sentido: Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 21-8-96, DJ de 18-10-96)

v
RE 182.543, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 29-11-94, DJ de 7-4-95.

r s o
c u
o n
c
4) MANDADO DE INJUNÇÃO – art. 5º, LXXI 4) MANDADO DE INJUNÇÃO – art. 5º, LXXI

w
A) FINALIDADE: suprir a falta de norma regulamentadora que
. C) CARACTERÍSTICAS E OBSERVAÇÕES SOBRE O MI:

w
torne inviável o exercício de direitos e liberdades

w
constitucionais e de prerrogativas inerentes à nacionalidade, a. É uma ação de natureza civil e rito especial;
à soberania e à cidadania.
b. Não possui lei específica. Aplica-se, no que couber, o rito legal do
MS (art. 24, par. único da Lei 8.038/90).
B) ESPÉCIES DE MI:
a. NÃO cabe MI PREVENTIVO c. Tem prioridade judicial, exceto sobre HC, MS e HD;
b. Somente cabe MI REPRESSIVO
d. Não é gratuito (há custas processuais);
⇒ Só é cabível diante de falta de norma que inviabilize o exercício
de direitos, liberdades e prerrogativas constitucionais.

PROF.RODRIGO MENEZES

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DIREITO CONSTITUCIONAL

4) MANDADO DE INJUNÇÃO – art. 5º, LXXI 4) MANDADO DE INJUNÇÃO – art. 5º, LXXI
D) PARTES NO MI INDIVIDUAL: E) PARTES NO MI COLETIVO (STF: cabe MIC por analogia ao MSC):

a. IMPETRANTE (SUJEITO ATIVO – é o titular da ação):


a.IMPETRANTE (SUJEITO ATIVO – é o titular da ação):

r
Qualquer pessoa física (natural) ou pessoa jurídica.
⇒ Os mesmos do MS COLETIVO

b
9 “Somente tem legitimidade ativa para a ação o titular do direito ou

.
liberdade constitucional, ou de prerrogativa inerente à nacionalidade,
à soberania e à cidadania, cujo exercício esteja inviabilizado pela b.BENEFICIÁRIOS:

om
ausência da norma infraconstitucional regulamentadora.”
(STF, DJ de 23-4-99, MI 595-AgR, Rel. Min. Carlos Velloso, em 17-3-99) ⇒ Os mesmos do MS COLETIVO

.c
b. BENEFICIÁRIO:

l
c. IMPETRADO (SUJEITO PASSIVO):

a
O próprio impetrante
⇒ Os mesmos do MI INDIVIDUAL

u
c. IMPETRADO (SUJEITO PASSIVO):

r t

i
Autoridade ou Órgão Público omisso em regulamentar o dispositivo
constitucional.

ov
u r s
n c
4) MANDADO DE INJUNÇÃO – art. 5º, LXXI

. co 4) MANDADO DE INJUNÇÃO – art. 5º, LXXI

w
F) EFEITOS DO MANDADO DE INJUNÇÃO, SEGUNDO O STF: F) EFEITOS DO MANDADO DE INJUNÇÃO, SEGUNDO O STF:

w
“O
O Tribunal concluiu julgamento de três mandados de injunção
D Declaração da mora legislativa;

w
impetrados, respectivamente, pelo Sindicato dos Servidores Policiais
D Ciência ao legislador omisso; Civis do Espírito Santo - SINDIPOL, pelo Sindicato dos Trabalhadores
D Fixação de prazo para regulamentação; em Educação do Município de João Pessoa - SINTEM, e pelo Sindicato
D Viabilização do direito enquanto ausente a norma regulamentadora, dos Trabalhadores do Poder Judiciário do Estado do Pará - SINJEP,
podendo ter eficácia inter partes ou erga omnes. em que se pretendia fosse garantido aos seus associados o exercício
do direito de greve previsto no art. 37, VII, da CF (...). O Tribunal, por
9 Os dois primeiros efeitos, atendiam ao posicionamento tradicional do STF, maioria, conheceu dos mandados de injunção e propôs a solução para
que, em casos excepcionais, admitiu a fixação de prazo.
a omissão legislativa com a aplicação, no que couber, da Lei 7.783/89,
9 Atualmente, o STF tem admitido a regulação provisória de imediato, se
que dispõe sobre o exercício do direito de greve na iniciativa privada.
constatada ausência de norma regulamentadora que inviabilize o
exercícios de direitos, liberdades e prerrogativas constitucionais ...

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DIREITO CONSTITUCIONAL

4) MANDADO DE INJUNÇÃO – art. 5º, LXXI 4) MANDADO DE INJUNÇÃO – art. 5º, LXXI
F) EFEITOS DO MANDADO DE INJUNÇÃO, SEGUNDO O STF: F) EFEITOS DO MANDADO DE INJUNÇÃO, SEGUNDO O STF:
“No
No MI 670/ES e no MI 708/DF prevaleceu o voto do Min. Min Gilmar “Os servidores públicos são,
são seguramente,
seguramente titulares do direito de
Mendes. Nele, inicialmente, teceram-se considerações a respeito da greve. Essa é a regra. Ocorre, contudo, que entre os serviços

r
questão da conformação constitucional do mandado de injunção no
públicos há alguns que a coesão social impõe sejam prestados

. b
Direito Brasileiro e da evolução da interpretação que o Supremo lhe
plenamente, em sua totalidade. Atividades das quais dependam a
tem conferido. Ressaltou-se que a Corte, afastando-se da orientação

om
inicialmente perfilhada no sentido de estar limitada à declaração da manutenção da ordem pública e a segurança pública, a
existência da mora legislativa
g para a edição
p ç de norma administração da Justiça --- onde as carreiras de Estado, cujos

.c
regulamentadora específica, passou, sem assumir compromisso com membros exercem atividades indelegáveis, inclusive as de exação

l
o exercício de uma típica função legislativa, a aceitar a possibilidade tributária --- e a saúde pública não estão inseridos no elenco dos

a
de uma regulação provisória pelo próprio Judiciário. (MI 712, Rel. Min. servidores alcançados por esse direito”. (Rcl 6568-SP, Rel. Min.

t u
Eros Grau, MI 708, Rel. Min. Gilmar Mendes, e MI 670, Rel. p/ o ac. Min.
Eros Grau, julgamento em 21.05.2009)

ir
Gilmar Mendes, julgamento em 25-10-07, Informativo 485)

ov
u r s
n c
4) MANDADO DE INJUNÇÃO – art. 5º, LXXI

. co 5) AÇÃO POPULAR – art. 5º, LXXIII

w
F) EFEITOS DO MANDADO DE INJUNÇÃO, SEGUNDO O STF:
A) FINALIDADE: anular atos lesivos à (ao):

w
"Mandado
Mandado de injunção — Natureza.
Natureza Há ação mandamental e não D moralidade administrativa

w
simplesmente declaratória de omissão. A carga de declaração não é
D meio ambiente 1) público
objeto da impetração, mas premissa da ordem a ser formalizada. 2) de entidade de que o Estado participe
D patrimônio
Mandado de injunção — Decisão — Balizas. Tratando-se de processo 3) histórico
4) cultural
subjetivo, a decisão possui eficácia considerada a relação jurídica nele B) ESPÉCIES DE AP:
revelada. Aposentadoria — Trabalho em condições especiais —
a. AP PREVENTIVA
Prejuízo à saúde do servidor — Inexistência de lei complementar —
Artigo 40, § 4º, da Constituição Federal. Inexistente a disciplina ⇒ Impetrada em caso de AMEAÇA de lesão
específica da aposentadoria especial do servidor, impõe-se a adoção, b. AP REPRESSIVA
via pronunciamento judicial, daquela própria aos trabalhadores em
⇒ Impetrada em caso de LESÃO efetiva
geral — artigo 57, § 1º, da Lei n. 8.213/91." (MI 721, Rel. Min. Marco
Aurélio, julgamento em 30-08-07, DJ de 30-11-07)

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DIREITO CONSTITUCIONAL

5) AÇÃO POPULAR – art. 5º, LXXIII 5) AÇÃO POPULAR – art. 5º, LXXIII
D) PARTES NA AP:
C) CARACTERÍSTICAS E OBSERVAÇÕES SOBRE A AP:
a IMPETRANTE (SUJEITO ATIVO – é o titular da ação):
a.
a. É uma ação de natureza civil e rito especial;
⇒ Qualquer CIDADÃO

r
9

b
b. É regulamentada pela Lei 4.717/65; Cidadão é o brasileiro (nato ou naturalizado) que esteja no gozo dos seus

.
direitos políticos, ou seja, que tenha título de eleitor e esteja em dia com
c. Não possui prioridade judicial; suas obrigações eleitorais, o que pode ocorrer a partir dos dezesseis anos

om
de idade.
d. Embora tenha o nome de ação popular é indispensável 9 “Pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação popular.”

c
capacidade postulatória (advogado) para impetrar ação (Súmula 365, STF)

l .
popular; b. BENEFICIÁRIOS:

a
⇒ Toda a sociedade

ri tu
e. O autor fica isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência, SALVO, comprovada má-fé. c. IMPETRADO (SUJEITO PASSIVO):

v
Qualquer pessoa que esteja envolvida no ato lesivo.

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c u
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REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS (JUDICIAIS) Prof. Rodrigo Menezes
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS OU LEGITIMIDADE ATIVA LEGITIMIDADE PASSIVA
OBJETIVO OSERVAÇÕES IMPORTANTES
GARANTIAS CONSTITUCIONAIS ( QUEM PODE INGRESSAR ) ( CONTRA QUEM IGRESSA )

HABEAS CORPUS QUALQUER PESSOA, 1- GRATUITO ( ART. 5º, LXXVII);


( HC ) PROTEGER A LIBERDADE DE
INDEPENDENTEMENTE DE QQ AUTORIDADE PÚBLICA OU 2- NÃO NECESSITA DE ADVOGADO;
LOCOMOÇÃO CONTRA
TIPO DE CAPACIDADE. PESSOA PRIVADA 3- BENEFICIÁRIO: QQ. PESSOA FÍSICA.
* PREVENTIVO ( AMEAÇA ) ILEGALIDADE OU ABUSO DE
EXCETO: MAGISTRADO NA ( AUTORIDADE COATORA ) 4- NÃO CABERÁ EM RELAÇÃO A PUNIÇÕES
* REPRESSIVO OU LIBERATÓRIO (LESÃO) PODER ( ART. 5º, XV )
QUALIDADE DE JUIZ. DISCIPLINARES MILITARES(ART. 142, § 2º, CF)

ASSEGURAR O CONHECIMENTO
1- GRATUITO ( Art. 5º, LXXVII);
DE INFORMAÇÇÕES E RETIFI- ENTIDADES GOVERNAMENTAIS
2- STF: DEVE-SE PRIMEIRAMENTE E
CAÇÃO DE DADOS SOBRE A QUALQUER PESSOA FÍSICA OU OU PESSOAS JURÍDICAS
HABEAS DATA OBRIGATORIAMENTE TER HAVIDO A
PESSOA DO IMPETRANTE JURÍDICA, NACIONAL OU PRIVADAS QUE TENHAM
( HD ) RECUSA OU DEMORA ADMINISTRATIVA.
CONSTANTE DE REGISTROS OU ESTRANGEIRA REGISTROS OU BANCOS DE
3- SOMENTE INFORMAÇÕES SOBRE À
BANCOS DE DADOS DE CARÁTER DADOS DE CARÁTER PÚBLICO
PESSOA DO IMPETRANTE.
PÚBLICO

MANDADO DE SEGURANÇA
AUTORIDADE PÚBLICA OU
INDIVIDUAL
PROTEGER DIREITO LÍQUÍDO E QUALQUER PESSOA FÍSICA OU AGENTE DE PESSOA JURÍDICA NO TEM CARÁTER SUBSIDIÁRIO,
( MS INDIVIDUAL )
CERTO, NÃO AMPARADO POR JURÍDICA, NACIONAL OU EXERCÍCIO DE ATRIBUIÇÕES DO SOMENTE CABERÁ M.S. QUANDO NÃO
HC OU HD ESTRANGEIRA PODER PÚBLICO. COUBER HABEAS CORPUS OU HABEAS DATA
* PREVENTIVO (JUSTO RECEIO)
( AUTORIDADE COATORA )
* REPRESSIVO (LESÃO)
1) PARTIDO POLÍTICO COM IDEM AO MS INDIVIDUAL
REPRESENTAÇÃO NO CN; +
MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO
2) ORGANIZAÇÃO SINDICAL, TUTELA DE DIREITO COLETIVO, DOS
( MS COLETIVO )
3) ENTIDADE DE CLASSE E MEMBROS OU ASSOCIAIADOS, NÃO
IDEM AO MS INDIVIDUAL IDEM AO MS INDIVIDUAL
4)ASSOCIAÇÃO: CABENDO AQUI, TUTELA DE DIREITO
* PREVENTIVO (JUSTO RECEIO)
*LEGALMENTE CONSTITUÍDA e PRÓPRIO DO PARTIDO POLÍTICO OU DA
* REPRESSIVO (LESÃO)
*EM FUNCIONAMENTO HÁ ORGANIZAÇÃO SINDICAL, ENTIDADE DE
PELO MENOS 01 ANO. CLASSE OU ASSOCIAÇÃO.
SUPRIR A FALTA DE NORMA OBS: SOMENTE SE REFERE À OMISSÃO DE
REGULAMENTADORA QUE REGULAMENTAÇÃO DE NORMA
TORNE INVIÁVEL O EXERCÍCIO
QUALQUER PESSOA FÍSICA OU AGENTE OU ÓRGÃO PÚBLICO QUE CONSTITUCIONAL.
MANDADO DE INJUNÇÃO DE DIREITOS E LIBERDADES
JURÍDICA, NACIONAL OU FOI OMISSO NA ELABORAÇÃO DA EXEMPLOS: Art. 5º, VI,VII / Art. 7º, XI / Art. 7º,
( MI ) CONSTITUCIONAIS E DAS
ESTRANGEIRA NORMA REGULAMENTADORA. XXVII / Art.37, VI.
PRERROGATIVAS INERENTES À
NACIONALIDADE, À EFEITOS (STF): VIABILIZAÇÃO DO DIREITO
SOBERANIA E À CIDADANIA ATÉ SER FEITA A NORMA FALTANTE.

MANDADO DE INJUNÇÃO COLETIVO


IDEM AO MI OS MESMO DO MS COLETIVO IDEM AO MI IDEM AO MI
( MI COLETIVO )

PROTEÇÃO: 1- REGRA: O AUTOR FICA ISENTO DE CUSTAS


1) AO PATRIMÔNIO PÚBLICO OU JUDICIAIS E DO ÔNUS DA SUCUMBÊNCIA.
AÇÃO POPULAR DE ENTIDADE DE QUE O QUALQUER CIDADÃO EXCEÇÃO: COMPROVADA MÁ-FÉ
( AP ) ESTADO PARTICIPE; PESSOAS PÚBLICAS OU PRIVADAS,
(AQUELE QUE ESTEJA EM AUTORIDADES, FUNCIONÁRIOS 2- NÃO PODE IMPETRAR AP:
2) À MORALIDADE
* PREVENTIVA (AMEAÇA) PLENO GOZO DOS SEUS OU ADMINISTRADORES. * PESSOA JURÍDICA;
ADMINISTRATIVA;
* REPRESSIVA (LESÃO) DIREITOS POLÍTICOS) * ESTRANGEIRO ( Art. 14, § 2º, CF );
3) AO MEIO AMBIENTE;
4) AO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E * PERDA OU SUSPENSÃO DOS DIREITOS
CULTURAL POLÍTICOS (ART. 15 DA CF)
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS – ESQUEMAS DO LIVRO
DIREITO CONSTITUCIONAL ESQUEMATIZADO - PROF. PEDRO LENZA

REMÉDIO CONSTITUCIONAL PREVISÃO NAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS

D 1891: art.72§22
D EC n.1/26: restrição à “Teoria brasileira do HC”
D 1934: art.113,n.23
D 1937:art.122,n.16
Habeas Corpus D 1946:art.141,§23
D 1967:art.150,§20
D AI-5,de 13.12.1968: restrição da amplitude do HC
D EC n 1/69:art.153,§20
D 1988:art.5º, LXVIII

D 1934:art.113,n.33
D 1946:art.141,§24
Mandado de Segurança D 1967:art.150,§21
D EC n.1/69:art.153,§21
D 1988:art.5º, LXVIII

Mandado de Segurança Coletivo D 1988:art.5º, LXX

Mandado de injunção D 1988:art.5º, LXXI

Habeas Data D 1988:art.5º, LXXII

D 1934:art.113,n.38
D 1946:art.5.141,§38
Ação Popular D 1967:art.150,§31
D EC n.1/69:art.153,§31
D 1988:art.5º,LXXIII

HISTÓRICA DO HABEAS CORPUS NO CONSTITUCIONALISMO BRASILEIRO


DISPOSITIVO CONTEÚDO/CARACTERÍSTICA

Antes da Constituição de 1824,referido decreto fixava providências


Decreto n.114,de 23.05.1821 para a garantia da liberdade individual, proibindo prisões
arbitrárias(Alvará de D.Pedro I).

Não havia previsão expressa da garantia do HC na Constituição do


Constituição de 1824
Império de 1824.

Muito embora não houvesse previsão expressa da garantia do HC, a


Constituição de 1824 tutelou a liberdade de
Constituição de 1824
locomoção(art.179,VI,VIII,IX) e também vedou qualquer hipótese de
prisão arbitrária.
Código Criminal, de 16.12.1830 Pela primeira vez no ordenamento jurídico brasileiro tivemos a
(arts.183-188) previsão expressa da terminologia habeas Corpus.

Código de Processo Criminal de Primeira


Instância(lei n.127,de 29.11.1832 arts. 340- Previsão expressa da garantia do HC.
345)
Ampliou ao assegurar a impetração do HC também para beneficiar
Lei n.2.033,de 20.09.1871 (art.18)
estrangeiros.
Pela primeira vez tivemos a constitucionalização do HC: “Dar-se-á o
habeas corpus sempre que o indivíduo sofrer ou se achar em iminente
Constituição de 1891 (art.72,§22)
perigo de sofrer violência ou coação por ilegalidade ou abuso de
poder”.
EC. N.1, de 03.09.1926, à CF/1891
“Dar-se-á o habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar em
(restrição da “Teoria Brasileira do HC”:
iminente perigo de sofrer violência por meio de prisão ou
nova redação ao art.72,§22,restringindo o
constrangimento ilegal em sua liberdade de locomoção”.
remédio à liberdade de locomoção)

“Dar-se-á o habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar


ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de
locomoção,por ilegalidade ou abuso de poder. Nas transgressões
Constituição de 1934 (art.113, n.23) disciplinares não caberá habeas corpus.”
Também restrito à liberdade de locomoção, muito embora não
expressa, já que é na CF/34 que surge, pela primeira vez, o mandado
de segurança individual.

“Dar-se-á o habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar na


Constituição de 1937 (art.122,n.16) iminência de sofrer violência ou coação ilegal, na sua liberdade de ir
e vir, salvo nos casos de punição disciplinar.”

“Dar-se-á o habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar


ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de
Constituição de 1946 (art.141,§23)
locomoção,por ilegalidade ou abuso de poder. Nas transgressões
disciplinares não cabe habeas corpus.”

“Dar-se-á o habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar


Constituição de 1967 (art.150,§20) ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de
(redação idêntica à CF/46) locomoção,por ilegalidade ou abuso de poder. Nas transgressões
disciplinares não caberá habeas corpus.”

AI-5, de 13.12.1968 (art.10) “Fica suspensa a garantia de habeas corpus, nos casos de crimes
(perdurou até a sua revogação pela EC políticos, contra a segurança nacional, a ordem econômica e social e a
n.11, de 17.10.1978) economia popular”.

“Dar-se-á o habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar


EC n.1/69 (art.153,§20) ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de
(redação idêntica à da Const./67) locomoção,por ilegalidade ou abuso de poder. Nas transgressões
disciplinares não caberá habeas corpus.”
Conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar
Constituição de 1988 (art.5º, LXVIII) ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de
locomoção,por ilegalidade ou abuso de poder”.
“Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares
Constituição de 1988 (Art.142,§2º)
militares”.
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS – ESQUEMAS DO LIVRO
DIREITO CONSTITUCIONAL ESQUEMATIZADO - PROF. PEDRO LENZA

HISTÓRIA DO MANDADO DE SEGURANÇA NO CONSTITUCIONALISMO BRASILEIRO

DISPOSITIVO CONTEÚDO/CARACTERÍSTICA
“Dar-se-á mandado de segurança para defesa do direito ,certo e
incontestável, ameaçado ou violado por ato manifestamente
Constituição de 1934 inconstitucional ou ilegal de qualquer autoridade. O processo será o
(art.113, n.23) mesmo do habeas corpus, devendo ser sempre ouvida a pessoa de
direito público interessada. O mandado não prejudica as ações petitórias
competentes.” (regulamentação pela Lei n.191, de 16.01.1936)
Não havia previsão expressa da garantia do “MS” na Constituição de
1937. A doutrina e a jurisprudência, contudo, encontravam na Lei
Constituição de 1937
n.191/36 os instrumentos contra os atos ilegais e violadores de direito
individual.
“Para proteger direito líquido e certo não amparado por habeas corpus,
Constituição de 1946 conceder-se-á mandado de segurança, seja qual for a autoridade
(art.141,§24) responsável pela ilegalidade ou abuso de poder”. (regulamentação pela
Lei n.1.533, de 31.12.1951, vigente até hoje com algumas modificações)
“Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito individual
Constituição de 1967
líquido e certo não amparado por habeas corpus, seja qual for a
(art.150,§21)
autoridade responsável pela ilegalidade ou abuso de poder”.
“Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito individual
EC n.1/69 (art.153,§21)
líquido e certo não amparado por habeas corpus, seja qual for a
(redação idêntica à Const./67)
autoridade responsável pela ilegalidade ou abuso de poder”.
“Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito individual
líquido e certo não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando
Constituição de 1988
o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade
(art.5º, LXIX)
pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do
Poder Público.

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