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ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉ GIO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃ O.
Processo:.................................
........................................, já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, por seu
patrono signatá rio, vem com o devido respeito à presença de Vossa Excelência, nã o se
conformando com v. Acó rdã o de id ........................, interpor tempestivamente com fulcro no
art. 896, a, da Consolidaçã o das Leis do Trabalho, o presente
RECURSO DE REVISTA
pelos fundamentos jurídicos expostos nas razõ es abaixo.

Inicialmente, destaca-se que no presente Recurso os requisitos de admissibilidade foram


atendidos conforme a Instruçã o Normativa nº 40/2016 do TST.
PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS
Tempestivo o recurso (decisao publicada em 31.03.2022 (quinta-feira)) – id ..............;
recurso interposto em 12/04/2022 (terça-feira).
Regular a representaçã o processual – id .....................
Recorrente é beneficiá rio da justiça gratuita – id .................
PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS
DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO / FORMAÇÃ O, SUSPENSÃ O E EXTINÇÃ O DO
PROCESSO / CONDIÇÕ ES DA AÇÃ O.

- violação literal de disposição de lei federal;


- violaçõ es dos arts. 832 da CLT, 489 do CPC de 2015 e 93, IX, da CF/1988;
- divergência jurisprudencial.
Pugna o Recorrente a reforma do v. acó rdã o para que seja reconhecida a responsabilidade
subsidiá ria da recorrida - ..........................................
DOS REQUISITOS DE CONHECIMENTO DO PRESENTE RECURSO
PREQUESTIONAMENTO (Art. 896, § 1º, I da CLT)
Para que o presente Recurso de Revista seja conhecido, o Recorrente indica abaixo o trecho
da decisã o recorrida que consubstancia o prequestionamento da controvérsia objeto do
aludido recurso (Embargos de Declaraçã o – ID .....................) e de forma explícita e
fundamentada, violaçã o literal de disposiçã o de lei federal:
EMENTA
A responsabilidade - de natureza subsidiá ria - que recai sobre
o tomador de serviços decorre de ter ele se aproveitado da
força de trabalho dos empregados do prestador dos serviços -
evitando, assim, fosse o primeiro obrigado a contratar
empregados em nome pró prio para executar o trabalho de que
necessitaria. Mas inexistindo prova de ter o empregado do
prestador de serviços trabalhado para o tomador dos serviços,
aquela responsabilidade nã o opera efeitos (pois nã o teria
ocorrido relaçã o de trabalho entre o indivíduo e o tomador dos
serviços).
Ou seja Excelência o acó rdã o retro nã o considerou como prova o Contrato de Prestaçã o de
Serviços (ID .....................) juntado pela pró pria tomadora dos serviços (..................................),
contrariando dessa forma entendimento sedimentado pelo colendo TST, o que foi objeto
dos Embargos de Declaraçã o (ID ..........................), cujo pronunciamento sobre essa questã o
que também foi veiculada no recurso ordiná rio foi a de que “apenas a existência de
contrato entre o tomador dos serviços e o prestador dos serviços nada significa”.
Essa decisã o Excelência nã o deve prosperar, é o que veremos mais adiante.
VIOLAÇÃO A DISPOSITIVO DE LEI FEDERAL (Art. 896, § 1º, II da CLT)
É bastante oportuna a transcriçã o do trecho do acó rdã o recorrido (ID .............................) que
consubstanciou violaçã o literal de disposiçã o de lei federal:
“ ...
Ao reclamante incumbiria demonstrar esse fato, constitutivo do direito - à declaraçã o da
responsabilidade subsidiá ria da segunda reclamada - que ele pretenderia exercer em face
dos supostos "tomadores" dos seus serviços (art. 818 da CLT e art. 333, inciso I, do CPC de
1973/art. 373, inciso I, do CPC em vigor).
...” (Sublinhado nosso)
O v. Acó rdã o ora guerreado, como depreende-se da ementa acima e do trecho retro, nã o se
atentou ao fato de que a 1ª Recorrida foi revel e a 2ª Recorrida apresentou contrato de
prestaçã o de serviços da contratante e defesa totalmente genérica e consequentemente
nã o adotou, explicitamente, tese a respeito da responsabilidade subsidiá ria ante a essas
particularidades do caso vertente.
Sendo assim Excelência, o Acó rdã o regional de id ..................... violou literal disposiçã o de leis
federais (arts. 818 da CLT e 373, I, doCPC/2015) e dissonou do entendimento pacífico do
colendo TST, ao considerar que o Recorrente nã o se desincumbiu de seu ô nus de provar
fato constitutivo de seu direito, no que tange à comprovaçã o da responsabilidade
subsidiá ria da 2ª Recorrida mesmo ante à revelia da 1ª Recorrida e apresentaçã o pela
pró pria tomadora dos serviços do contrato de prestaçã o de serviços e da defesa da 2ª
Recorrida completamente genérica, contrariando, repita-se, julgado recente do Colendo
Tribunal Superior do Trabalho, conforme ut infra:
TST – RECURSO DE REVISTA RR 206769720145040015 (TST)
Data de publicaçã o: 06/09/2019
EMENTA
CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. O
Tribunal Regional, ao declarar a responsabilidade subsidiá ria da segunda reclamada pelos
créditos deferidos ao reclamante, por ter sido tomadora de seus serviços, prestados
mediante terceirização, decidiu em conformidade com jurisprudência sedimentada por
meio da Sú mula 331, IV, do TST. Diante dessas premissas, a responsabilidade subsidiá ria da
reclamada, empresa tomadora de serviços, está em sintonia com o entendimento firmado
pelo STF no julgamento ADPF 324 e do RE 958252, no sentido de que a terceirizaçã o entre
pessoas jurídicas distintas deve ser considerada lícita, mantida, a responsabilidade
subsidiá ria da empresa contratante. Recurso de revista nã o conhecido. RECONHECIMENTO
DE VÍNCULO DE
EMPREGO COM A PRIMEIRA RECLAMADA. REVELIA E CONFISSÃ O FICTA DA PRIMEIRA
RECLAMADA. O Regional manteve a decisã o de
origem, a qual, ante a revelia e confissã o ficta da primeira reclamada e a apresentação de
defesa genérica pela segunda reclamada, considerou
verdadeiras as alegaçõ es contidas na inicial quanto à existência do vínculo de emprego
reconhecido na origem. Asseverou, ainda, que nã o foram produzidas
provas em sentido contrá rio. Assim, ante o quadro fá tico descrito pelo Tribunal Regional,
não há falar em ofensa aos arts. 818 da CLT e 373, I, doCPC/1973, porque o
reconhecimento do vínculo de emprego e a condenaçã o ao pagamento das verbas
rescisó rias advieram da constataçã o de que a
presunçã o de veracidade decorrente da revelia e da confissã o ficta da Reclamada MFG
EMPREITEIRA LTDA nã o foi elidida pela reclamada CONSTRUTORA OAS S .A. Ó bice da
Sú mula 126 do TST. Recurso de revista nã o
conhecido. VERBAS RESCISÓ RIAS. O Tribunal Regional decidiu em conformidade com o
item VI da Sú mula 331 do TST ao declarar que a responsabilidade subsidiá ria da
Reclamada abrange todas as verbas
decorrentes da condenaçã o referentes ao período da prestaçã o de serviços. Recurso de
revista nã o conhecido. HORAS EXTRAS.... (Grifos nosso)
Fonte:C:/Users/Escrit%C3%B3rio%202/Downloads/RR-20676-97_2014_5_04_0015.pdf
(Art. 896, § 8º da CLT)
DO CABIMENTO DO RECURSO DE REVISTA
Importante lembrar que, o art. 896, caput da CLT diz que, “Cabe Recurso de Revista para
Turma do Tribunal Superior do Trabalho das decisõ es proferidas em grau de recurso
ordiná rio, em dissídio individual, pelos Tribunais Regionais do Trabalho, quando:
“c) proferidas com violação literal de disposição de lei federal ou afronta direta e
literal à Constituiçã o Federal. ... (Grifos nã o no original)”
É flagrante Excelência o “Error in Judicando” do acó rdã o regional de id 2bd54fc que,
diferentemente da 6ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Regiã o que aplicou a
responsabilidade subsidiá ria da tomadora dos serviços pela apresentaçã o do Contrato de
Prestaçã o de Serviços, pela revelia da empresa contratante e pela defesa genérica da
tomadora dos serviços, cujo julgado segue anexo com o presente Recurso, foi exatamente
isso Excelência que ocorreu in casu, sendo essa Decisã o brilhante corroborada pela 2ª
Turma do egrégio TST com a relatoria da eminente Ministra MARIA HELENA MALLMANN,
cuja transcriçã o parcial da ementa é muito pertinente neste momento:
PROCESSO Nº TST-RR-20676-97.2014.5.04.0015
“CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS.
RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. O Tribunal Regional, ao declarar a
responsabilidade subsidiária da segunda reclamada pelos créditos deferidos ao
reclamante, por ter sido
tomadora de seus serviços, prestados
mediante terceirização, decidiu em conformidade com jurisprudência sedimentada
por meio da Súmula 331, IV,do TST. Diante dessas premissas, a
responsabilidade subsidiária da reclamada, empresa tomadora de serviços, está em
sintonia com o entendimento firmado pelo STF no julgamento ADPF 324 e do RE
958252, no sentido de que a terceirização entre pessoas jurídicas distintas deve ser
considerada lícita, mantida, a responsabilidade subsidiária da empresa contratante.
Recurso de revista
nã o conhecido.
RECONHECIMENTO DE VÍNCULO DE EMPREGO COM A PRIMEIRA RECLAMADA.
REVELIA E CONFISSÃO FICTA DA PRIMEIRA RECLAMADA.
O Regional manteve a decisã o de origem, a qual, ante a revelia e confissão ficta da
primeira reclamada e a apresentação de defesa genérica pela segunda reclamada,
considerou verdadeiras as alegações contidas na inicial quanto à existência do
vínculo de emprego reconhecido na origem. Asseverou, ainda, que não foram
produzidas provas em sentido contrário. Assim, ante o quadro fático descrito pelo
Tribunal Regional, não há falar em ofensa aos
arts. 818 da CLT e 373, I, do CPC/1973, porque o reconhecimento do vínculo de
emprego e a condenação ao pagamento das verbas rescisórias advieram da
constatação de que a presunção de veracidade decorrente da revelia e da confissão
ficta da Reclamada MFG EMPREITEIRA LTDA não foi elidida pela reclamada
CONSTRUTORA OAS S.A. Óbice da Súmula 126 do TST. Recurso de revista não
conhecido.
VERBAS RESCISÓRIAS. O Tribunal Regional decidiu em conformidade com o item VI da
Sú mula 331 do TST ao declarar que a responsabilidade subsidiá ria da Reclamada abrange
todas as verbas decorrentes da condenaçã o referentes ao período da prestaçã o de serviços.
Recurso de revista não conhecido.
Este documento pode ser acessado no endereço eletrô nico http://www.tst.jus.br/validador
sob có digo 10026568310E77CAEC.
Dessa forma o acó rdã o regional de id ................ violou frontalmente literal dispositivo de lei
federal ao considerar que o Recorrente ofendeu os seguintes dispositivos: art. 818 da CLT e
art. 333, inciso I, do CPC de 1973/art. 373, inciso I, do CPC em vigor. Pois nã o teria logrado
êxito em comprovar que o Recorrente prestou serviços para a 2ª Recorrida.
DAS RAZÕES DO PEDIDO DE REFORMA
A Corte Regional equivocou-se ao entender que a 2ª Recorrida negou a prestaçã o de
serviços pelo Recorrente, uma vez que a contestaçã o de id .................. alegou sim que o
mesmo nunca teria sido funcioná rio da 1ª Recorrida, o que foi elidido pelos documentos de
id”s ................/..................... e pela confissã o ficta da Contratante ante a sua revelia, mas em
nenhum momento a 2ª Recorrida NEGOU veementemente que o Recorrente nã o teria lhe
prestado serviços, mas somente ponderou que pela ló gica a mesma nã o teria tomado os
serviços do Recorrente, pois a funçã o do mesmo nã o se enquadraria na atividade fim da 2ª
Recorrida, o que nã o é verdade, pois é cediço que a 2ª Recorrida contrata empresas de
escolta armada para transportar seu vultoso numerá rio, haja vista que a mesma faz parte
do Grupo Pã o de Açú car (GPA) que arrecada BILHÕ ES anualmente.
Diante da defesa genérica da 2ª Recorrida e da revelia da 1ª Recorrida, caberia aos
Desembargadores da ...... Turma do TRT 1ª Regiã o reconhecerem a responsabilidade
subsidiá ria da mesma, tendo em vista que, a pró pria 2ª Recorrida apresentou o Contrato de
Prestaçã o de Serviços (id ...................) entre a Contratante e a Tomadora dos Serviços
- ..................................., como é o entendimento sedimentado do Colendo TST, vejamos:
TST – RECURSO DE REVISTA RR 206769720145040015 (TST)
Data de publicaçã o: 06/09/2019
EMENTA
CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. O
Tribunal Regional, ao declarar a responsabilidade subsidiá ria da segunda reclamada pelos
créditos deferidos ao reclamante, por ter sido tomadora de seus serviços, prestados
mediante terceirização, decidiu em conformidade com jurisprudência sedimentada por
meio da Sú mula 331, IV, do TST. Diante dessas premissas, a responsabilidade subsidiá ria da
reclamada, empresa tomadora de serviços, está em sintonia com o entendimento firmado
pelo STF no julgamento ADPF 324 e do RE 958252, no sentido de que a terceirizaçã o entre
pessoas jurídicas distintas deve ser considerada lícita, mantida, a responsabilidade
subsidiá ria da empresa contratante. Recurso de revista nã o conhecido. RECONHECIMENTO
DE VÍNCULO DE
EMPREGO COM A PRIMEIRA RECLAMADA. REVELIA E CONFISSÃ O FICTA DA PRIMEIRA
RECLAMADA. O Regional manteve a decisã o de
origem, a qual, ante a revelia e confissã o ficta da primeira reclamada e a apresentação de
defesa genérica pela segunda reclamada, considerou
verdadeiras as alegaçõ es contidas na inicial quanto à existência do vínculo de emprego
reconhecido na origem. Asseverou, ainda, que nã o foram produzidas
provas em sentido contrá rio. Assim, ante o quadro fá tico descrito pelo Tribunal Regional,
não há falar em ofensa aos arts. 818 da CLT e 373, I, doCPC/1973, porque o
reconhecimento do vínculo de emprego e a condenaçã o ao pagamento das verbas
rescisó rias advieram da constataçã o de que a
presunçã o de veracidade decorrente da revelia e da confissã o ficta da Reclamada MFG
EMPREITEIRA LTDA nã o foi elidida pela reclamada CONSTRUTORA OAS S .A. Ó bice da
Sú mula 126 do TST. Recurso de revista nã o
conhecido. VERBAS RESCISÓ RIAS. O Tribunal Regional decidiu em conformidade com o
item VI da Sú mula 331 do TST ao declarar que a responsabilidade subsidiá ria da
Reclamada abrange todas as verbas
decorrentes da condenaçã o referentes ao período da prestaçã o de serviços. Recurso de
revista nã o conhecido. HORAS EXTRAS.... (Grifos nosso)
Dessarte, o Recorrente, ex vi legis, por fim, solicita que Vossa Excelência determine que as
Recorridas se manifestem acerca do presente Recurso (CLT, art. 900) e, depois de
cumpridas as formalidades legais, seja ordenada a remessa dos autos, com as Razõ es
anexas, ao Colendo Tribunal Superior do Trabalho.
Respeitosamente, pede deferimento.
Rio de Janeiro, 12 de abril de 2022.
OAB/RJ
ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA

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RAZÕES DO RECURSO DE REVISTA
Processo nº. .........................................
Originá rio do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Regiã o
Recorrente: ...................................................
Recorridos: ...................................................
....................................................
EGRÉGIO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO
Em que pese à reconhecida cultura dos eminentes Desembargadores da .............. Turma do
Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Regiã o e à proficiência com que os mesmos exercem o
mister judicante, há de ser reformada a decisã o ora recorrida, porquanto proferida em
completa dissonâ ncia para com as normas aplicá veis à espécie, inviabilizando, assim, a
realizaçã o da Justiça.

I - Preliminarmente
DA EXISTÊNCIA DE TRANSCEDÊNCIA JURÍDICA
(CLT, art. 896-A, § 1º, inc. IV)
O Recorrente, em obediência aos ditames do art. 896-A, § 1º, inc. IV, da Consolidação das
Leis do Trabalho c/c art. 247, § 1º, inc. II, do Regimento Interno do Tribunal Superior
do Trabalho, em preliminar ao exame do mérito, ora demonstra, fundamentadamente, que
a presente causa possui transcendência jurídica, com reflexos no aspecto de interpretaçã o
da legislaçã o trabalhista, tendo em vista que, como demonstrado na petiçã o de
interposiçã o, o Tribunal regional julgou DIFERENTE do entendimento da eminente Corte.
1 - Pressupostos recursais
(juízo ad quem )
O Recurso de Revista em comento atende aos pressupostos recursais.
O Recorrente, pois, adota e ratifica todos os fundamentos avocados da petiçã o de
interposiçã o deste Recurso, cujas linhas se direcionaram a evidenciar ao juízo a quo dos
motivos do conhecimento/recebimento do presente Recurso.
Nã o há razõ es para transcrever todos os fundamentos antes lançados, especialmente em
respeito ao princípio do aproveitamento dos atos processuais.
2 - Inexiste pretensão de reexame de fatos e provas
Não incidência da Súmula 126 TST
Há necessidade de apontarmos argumentos no que concerne à ausência de pretensã o, na
hipó tese, de reexame de fatos e provas.
É consabido que, a esta Corte, descabe revolver o acervo probató rio já delineado e
minuciado no Tribunal de Origem (TST, Sú mula 126). Restringe-se à s questõ es de direito,
bem sabemos, má xime por ser, com respeito aos recursos, unicamente voltado à queles de
natureza extraordiná ria. É dizer, visa, tã o só , nessas hipó teses, revisar a correta aplicaçã o
do direito ( CLT, art. 896).
Todavia, importa ressaltar um quadrante de argumentos, ocorridos neste processo, que,
em princípio, possa aparentar reaná lise de provas. Nã o será esse o propó sito, certamente.
O que se busca, aqui, é sanar uma inarredá vel falha, do Tribunal de piso, do ensejo do
acó rdã o guerreado, quando, equivocadamente, dera uma qualificaçã o jurídica desacertada.
Nesse compasso, o acó rdã o atacado revela incorreçã o quando nã o condenou a 2ª Recorrida
(................................) à responsabilidade subsidiá ria. Com efeito, nessas circunstâ ncias, emerge
inescusá vel necessidade de revaloraçã o do direito aplicado.
Por esse â ngulo, por ter-se, na hipó tese, o desígnio ú nico relativo à incorreta qualificaçã o
jurídica, trata-se, por isso, indubitavelmente de examinar-se matéria de direito.
Com esse enfoque, bom lembrar o magistério de Mauro Schiavi:
O Recurso de Revista, como já salientado, nã o tem por objeto reapreciar matéria fá tica, ou a
justiça da decisã o, pois se trata de recurso eminentemente técnico. Não obstante, muitas
vezes, é difícil separar o que é matéria fática ou o que matéria de direito, pois o
próprio Direito do Trabalho é essencialmente um direito que depende da realidade
dos fatos (princípio da primazia da realidade). Desse modo, pensamos que a vedaçã o
para o TST, no Recurso de Revista, consiste em reapreciar a matéria fá tica, mas nã o dar
nova qualificaçã o jurídica aos fatos tidos por verossímeis no acó rdã o proferido pelo
Tribunal Regional – por exemplo [ ... ] (Ê nfase acrescentada)
De mais a mais, igual pensamento aduz Carlos Augusto Marcondes de Monteiro Oliveira,
ad litteram:
Constitui questão de direito, outrossim, a qualificação jurídica dos fatos apurados.
Não pode haver dúvida a propósito desse ponto, porque ao qualificar
incorretamente os fatos acaba o juiz por aplicar à situação verificada lei diversa da
que a deveria reger, incorrendo naquilo que os franceses chamam ‘violation de la loi
par fausse aplication’. O erro ocorre, portanto, não no esclarecimento dos fatos, mas
na aplicação da norma. Típica caso de erro de direito. A doutrina é firme no particular,
bastando citar Chiovenda, que ressalta: ‘Nã o constitui questã o de fato ou juízo de fato, mas
de direito, a concernente à natureza jurídica de um fato, a saber, se um fato considerado
como verdadeiro é ou nã o regulado por determinada norma’. Compreende-se com
facilidade, aliá s, tal conclusã o, importante apenas ter presente, como lembra Marty, autor
de célebre monografia sobre a distinçã o entre fato e direito, que: ‘par I´identification d´une
certaine situation de fait avec une notion légale, toute qualification entraine indirectement
une définition de cette notion’. Assim, o enquadramento dos fatos da causa induz, de
modo necessário, a definição do conceito estabelecido pela norma legal aplicada,
constituindo, portanto, operação tipicamente jurídica, passível de controle mediante
recurso de revista [ ... ] (Destaque nosso)
2.1. Quanto à aplicação equivocada do direito
Excelências, restou comprovado nos autos que, a defesa da 2ª Recorrida foi totalmente
genérica, no que concerne em a mesma nã o ter impugnado que o Recorrente lhe prestou
serviços, mas somente ateve-se em alegar de forma descabida que o Recorrente nunca teria
sido empregado da 1ª Recorrida e fez elucubraçõ es no sentido de que o Recorrente jamais
teria prestado serviços à 2ª Recorrida, pois a sua funçã o nã o abarca a atividade fim da
mesma.
E ante à revelia da 1ª Recorrida, da defesa genérica da 2ª Recorrida e o Contrato de
Prestaçã o de Serviços apresentado pela pró pria 2ª Recorrida, caberia o Acó rdã o Turmá rio
aplicar a responsabilidade subsidiá ria à 2ª Recorrida em consonâ ncia com jurisprudência
sedimentada desta prestigiada Corte, conforme ut infra:
TST – RECURSO DE REVISTA RR 206769720145040015 (TST)
Data de publicaçã o: 06/09/2019
EMENTA
CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. O
Tribunal Regional, ao declarar a responsabilidade subsidiá ria da segunda reclamada pelos
créditos deferidos ao reclamante, por ter sido tomadora de seus serviços, prestados
mediante terceirização, decidiu em conformidade com jurisprudência sedimentada por
meio da Sú mula 331, IV, do TST. Diante dessas premissas, a responsabilidade subsidiá ria da
reclamada, empresa tomadora de serviços, está em sintonia com o entendimento firmado
pelo STF no julgamento ADPF 324 e do RE 958252, no sentido de que a terceirizaçã o entre
pessoas jurídicas distintas deve ser considerada lícita, mantida, a responsabilidade
subsidiá ria da empresa contratante. Recurso de revista nã o conhecido. RECONHECIMENTO
DE VÍNCULO DE
EMPREGO COM A PRIMEIRA RECLAMADA. REVELIA E CONFISSÃ O FICTA DA PRIMEIRA
RECLAMADA. O Regional manteve a decisã o de
origem, a qual, ante a revelia e confissã o ficta da primeira reclamada e a apresentação de
defesa genérica pela segunda reclamada, considerou
verdadeiras as alegaçõ es contidas na inicial quanto à existência do vínculo de emprego
reconhecido na origem. Asseverou, ainda, que nã o foram produzidas
provas em sentido contrá rio. Assim, ante o quadro fá tico descrito pelo Tribunal Regional,
não há falar em ofensa aos arts. 818 da CLT e 373, I, doCPC/1973, porque o
reconhecimento do vínculo de emprego e a condenaçã o ao pagamento das verbas
rescisó rias advieram da constataçã o de que a
presunçã o de veracidade decorrente da revelia e da confissã o ficta da Reclamada MFG
EMPREITEIRA LTDA nã o foi elidida pela reclamada CONSTRUTORA OAS S .A. Ó bice da
Sú mula 126 do TST. Recurso de revista nã o
conhecido. VERBAS RESCISÓ RIAS. O Tribunal Regional decidiu em conformidade com o
item VI da Sú mula 331 do TST ao declarar que a responsabilidade subsidiá ria da
Reclamada abrange todas as verbas
decorrentes da condenaçã o referentes ao período da prestaçã o de serviços. Recurso de
revista nã o conhecido. HORAS EXTRAS.... (Grifos nosso)
Fonte:C:/Users/Escrit%C3%B3rio%202/Downloads/RR-20676-97_2014_5_04_0015.pdf
(Art. 896, § 8º da CLT)
3 - Violação de norma federal
(art. 818 da CLT e art. 333, inciso I, do CPC de 1973/art. 373, inciso I, do CPC em vigor)
Excelências, como bem enfatizado na petiçã o de interposiçã o do presente Recurso, a Corte
Regional violou flagrantemente dispositivos de Leis federais (art. 818 da CLT e art. 333,
inciso I, do CPC de 1973/art. 373, inciso I, do CPC em vigor) ao entender que nã o restou
caracterizada à responsabilidade subsidiá ria da tomadora dos serviços (2ª Recorrida) sem
levar em consideraçã o as três peculiaridades da presente casuística (apresentaçã o do
Contrato de prestaçã o de serviços; Revelia da 1ª Recorrida e defesa genérica da 2ª
Recorrida), dando ensejo dessa maneira à interposiçã o do presente Recurso de Revista.
CONCLUSÃO
Pelo exposto e pelo que mais dos autos constam, requer-se o processamento e o
provimento do presente Recurso de Revista para que o v. acó rdã o de id ....................... seja
reformado, no sentido de reconhecer a flagrante responsabilidade subsidiá ria da 2ª
Recorrida (.....................................), por ser essa a mais fina e cristalina JUSTIÇA!
Termos em que
Pede provimento.
Rio de Janeiro, 12 de abril de 2022.
OAB/RJ

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