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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉ GIO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃ O.
Processo:.................................
........................................, já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, por seu
patrono signatá rio, vem com o devido respeito à presença de Vossa Excelência, nã o se
conformando com v. Acó rdã o de id ........................, interpor tempestivamente com fulcro no
art. 896, a, da Consolidaçã o das Leis do Trabalho, o presente
RECURSO DE REVISTA
pelos fundamentos jurídicos expostos nas razõ es abaixo.
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RAZÕES DO RECURSO DE REVISTA
Processo nº. .........................................
Originá rio do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Regiã o
Recorrente: ...................................................
Recorridos: ...................................................
....................................................
EGRÉGIO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO
Em que pese à reconhecida cultura dos eminentes Desembargadores da .............. Turma do
Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Regiã o e à proficiência com que os mesmos exercem o
mister judicante, há de ser reformada a decisã o ora recorrida, porquanto proferida em
completa dissonâ ncia para com as normas aplicá veis à espécie, inviabilizando, assim, a
realizaçã o da Justiça.
I - Preliminarmente
DA EXISTÊNCIA DE TRANSCEDÊNCIA JURÍDICA
(CLT, art. 896-A, § 1º, inc. IV)
O Recorrente, em obediência aos ditames do art. 896-A, § 1º, inc. IV, da Consolidação das
Leis do Trabalho c/c art. 247, § 1º, inc. II, do Regimento Interno do Tribunal Superior
do Trabalho, em preliminar ao exame do mérito, ora demonstra, fundamentadamente, que
a presente causa possui transcendência jurídica, com reflexos no aspecto de interpretaçã o
da legislaçã o trabalhista, tendo em vista que, como demonstrado na petiçã o de
interposiçã o, o Tribunal regional julgou DIFERENTE do entendimento da eminente Corte.
1 - Pressupostos recursais
(juízo ad quem )
O Recurso de Revista em comento atende aos pressupostos recursais.
O Recorrente, pois, adota e ratifica todos os fundamentos avocados da petiçã o de
interposiçã o deste Recurso, cujas linhas se direcionaram a evidenciar ao juízo a quo dos
motivos do conhecimento/recebimento do presente Recurso.
Nã o há razõ es para transcrever todos os fundamentos antes lançados, especialmente em
respeito ao princípio do aproveitamento dos atos processuais.
2 - Inexiste pretensão de reexame de fatos e provas
Não incidência da Súmula 126 TST
Há necessidade de apontarmos argumentos no que concerne à ausência de pretensã o, na
hipó tese, de reexame de fatos e provas.
É consabido que, a esta Corte, descabe revolver o acervo probató rio já delineado e
minuciado no Tribunal de Origem (TST, Sú mula 126). Restringe-se à s questõ es de direito,
bem sabemos, má xime por ser, com respeito aos recursos, unicamente voltado à queles de
natureza extraordiná ria. É dizer, visa, tã o só , nessas hipó teses, revisar a correta aplicaçã o
do direito ( CLT, art. 896).
Todavia, importa ressaltar um quadrante de argumentos, ocorridos neste processo, que,
em princípio, possa aparentar reaná lise de provas. Nã o será esse o propó sito, certamente.
O que se busca, aqui, é sanar uma inarredá vel falha, do Tribunal de piso, do ensejo do
acó rdã o guerreado, quando, equivocadamente, dera uma qualificaçã o jurídica desacertada.
Nesse compasso, o acó rdã o atacado revela incorreçã o quando nã o condenou a 2ª Recorrida
(................................) à responsabilidade subsidiá ria. Com efeito, nessas circunstâ ncias, emerge
inescusá vel necessidade de revaloraçã o do direito aplicado.
Por esse â ngulo, por ter-se, na hipó tese, o desígnio ú nico relativo à incorreta qualificaçã o
jurídica, trata-se, por isso, indubitavelmente de examinar-se matéria de direito.
Com esse enfoque, bom lembrar o magistério de Mauro Schiavi:
O Recurso de Revista, como já salientado, nã o tem por objeto reapreciar matéria fá tica, ou a
justiça da decisã o, pois se trata de recurso eminentemente técnico. Não obstante, muitas
vezes, é difícil separar o que é matéria fática ou o que matéria de direito, pois o
próprio Direito do Trabalho é essencialmente um direito que depende da realidade
dos fatos (princípio da primazia da realidade). Desse modo, pensamos que a vedaçã o
para o TST, no Recurso de Revista, consiste em reapreciar a matéria fá tica, mas nã o dar
nova qualificaçã o jurídica aos fatos tidos por verossímeis no acó rdã o proferido pelo
Tribunal Regional – por exemplo [ ... ] (Ê nfase acrescentada)
De mais a mais, igual pensamento aduz Carlos Augusto Marcondes de Monteiro Oliveira,
ad litteram:
Constitui questão de direito, outrossim, a qualificação jurídica dos fatos apurados.
Não pode haver dúvida a propósito desse ponto, porque ao qualificar
incorretamente os fatos acaba o juiz por aplicar à situação verificada lei diversa da
que a deveria reger, incorrendo naquilo que os franceses chamam ‘violation de la loi
par fausse aplication’. O erro ocorre, portanto, não no esclarecimento dos fatos, mas
na aplicação da norma. Típica caso de erro de direito. A doutrina é firme no particular,
bastando citar Chiovenda, que ressalta: ‘Nã o constitui questã o de fato ou juízo de fato, mas
de direito, a concernente à natureza jurídica de um fato, a saber, se um fato considerado
como verdadeiro é ou nã o regulado por determinada norma’. Compreende-se com
facilidade, aliá s, tal conclusã o, importante apenas ter presente, como lembra Marty, autor
de célebre monografia sobre a distinçã o entre fato e direito, que: ‘par I´identification d´une
certaine situation de fait avec une notion légale, toute qualification entraine indirectement
une définition de cette notion’. Assim, o enquadramento dos fatos da causa induz, de
modo necessário, a definição do conceito estabelecido pela norma legal aplicada,
constituindo, portanto, operação tipicamente jurídica, passível de controle mediante
recurso de revista [ ... ] (Destaque nosso)
2.1. Quanto à aplicação equivocada do direito
Excelências, restou comprovado nos autos que, a defesa da 2ª Recorrida foi totalmente
genérica, no que concerne em a mesma nã o ter impugnado que o Recorrente lhe prestou
serviços, mas somente ateve-se em alegar de forma descabida que o Recorrente nunca teria
sido empregado da 1ª Recorrida e fez elucubraçõ es no sentido de que o Recorrente jamais
teria prestado serviços à 2ª Recorrida, pois a sua funçã o nã o abarca a atividade fim da
mesma.
E ante à revelia da 1ª Recorrida, da defesa genérica da 2ª Recorrida e o Contrato de
Prestaçã o de Serviços apresentado pela pró pria 2ª Recorrida, caberia o Acó rdã o Turmá rio
aplicar a responsabilidade subsidiá ria à 2ª Recorrida em consonâ ncia com jurisprudência
sedimentada desta prestigiada Corte, conforme ut infra:
TST – RECURSO DE REVISTA RR 206769720145040015 (TST)
Data de publicaçã o: 06/09/2019
EMENTA
CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. O
Tribunal Regional, ao declarar a responsabilidade subsidiá ria da segunda reclamada pelos
créditos deferidos ao reclamante, por ter sido tomadora de seus serviços, prestados
mediante terceirização, decidiu em conformidade com jurisprudência sedimentada por
meio da Sú mula 331, IV, do TST. Diante dessas premissas, a responsabilidade subsidiá ria da
reclamada, empresa tomadora de serviços, está em sintonia com o entendimento firmado
pelo STF no julgamento ADPF 324 e do RE 958252, no sentido de que a terceirizaçã o entre
pessoas jurídicas distintas deve ser considerada lícita, mantida, a responsabilidade
subsidiá ria da empresa contratante. Recurso de revista nã o conhecido. RECONHECIMENTO
DE VÍNCULO DE
EMPREGO COM A PRIMEIRA RECLAMADA. REVELIA E CONFISSÃ O FICTA DA PRIMEIRA
RECLAMADA. O Regional manteve a decisã o de
origem, a qual, ante a revelia e confissã o ficta da primeira reclamada e a apresentação de
defesa genérica pela segunda reclamada, considerou
verdadeiras as alegaçõ es contidas na inicial quanto à existência do vínculo de emprego
reconhecido na origem. Asseverou, ainda, que nã o foram produzidas
provas em sentido contrá rio. Assim, ante o quadro fá tico descrito pelo Tribunal Regional,
não há falar em ofensa aos arts. 818 da CLT e 373, I, doCPC/1973, porque o
reconhecimento do vínculo de emprego e a condenaçã o ao pagamento das verbas
rescisó rias advieram da constataçã o de que a
presunçã o de veracidade decorrente da revelia e da confissã o ficta da Reclamada MFG
EMPREITEIRA LTDA nã o foi elidida pela reclamada CONSTRUTORA OAS S .A. Ó bice da
Sú mula 126 do TST. Recurso de revista nã o
conhecido. VERBAS RESCISÓ RIAS. O Tribunal Regional decidiu em conformidade com o
item VI da Sú mula 331 do TST ao declarar que a responsabilidade subsidiá ria da
Reclamada abrange todas as verbas
decorrentes da condenaçã o referentes ao período da prestaçã o de serviços. Recurso de
revista nã o conhecido. HORAS EXTRAS.... (Grifos nosso)
Fonte:C:/Users/Escrit%C3%B3rio%202/Downloads/RR-20676-97_2014_5_04_0015.pdf
(Art. 896, § 8º da CLT)
3 - Violação de norma federal
(art. 818 da CLT e art. 333, inciso I, do CPC de 1973/art. 373, inciso I, do CPC em vigor)
Excelências, como bem enfatizado na petiçã o de interposiçã o do presente Recurso, a Corte
Regional violou flagrantemente dispositivos de Leis federais (art. 818 da CLT e art. 333,
inciso I, do CPC de 1973/art. 373, inciso I, do CPC em vigor) ao entender que nã o restou
caracterizada à responsabilidade subsidiá ria da tomadora dos serviços (2ª Recorrida) sem
levar em consideraçã o as três peculiaridades da presente casuística (apresentaçã o do
Contrato de prestaçã o de serviços; Revelia da 1ª Recorrida e defesa genérica da 2ª
Recorrida), dando ensejo dessa maneira à interposiçã o do presente Recurso de Revista.
CONCLUSÃO
Pelo exposto e pelo que mais dos autos constam, requer-se o processamento e o
provimento do presente Recurso de Revista para que o v. acó rdã o de id ....................... seja
reformado, no sentido de reconhecer a flagrante responsabilidade subsidiá ria da 2ª
Recorrida (.....................................), por ser essa a mais fina e cristalina JUSTIÇA!
Termos em que
Pede provimento.
Rio de Janeiro, 12 de abril de 2022.
OAB/RJ