Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
III. Réplica
V. Parecer preliminar
VII. Julgamento
Código de Ética e Disciplina, art. 57:
O processo disciplinar da OAB é regido por três diplomas principais: Lei
8.906/1994 (Estatuto da Advocacia e da OAB), Regulamento Geral do
EAOBA e Código de Ética e Disciplina. Subsidiariamente, ou seja, quando
tais regramentos são omissos, é aplicável a legislação processual penal, por
força do art. 68 do Estatuto.
Não é permitida denúncia anônima no processo disciplinar
(CED, art. 55, §2º), seguindo preceito constitucional (art. 5º, IV),
que elenca entre os direitos fundamentais do indivíduo a livre
manifestação do pensamento, porém com a ressalva de
vedação ao anonimato.
A condução de eventuais testemunhas, em regra, é de
responsabilidade das partes, podendo haver, excepcionalmente, a
notificação pela própria OAB, mas tal hipóteses só ocorrerá se a
parte, ao apresentar o respectivo rol, assim o requerer, por motivo
devidamente justificado (CED, art. 59, §4º).
Admissibilidade – ato de verificação dos requisitos de
admissibilidade da representação, contidos no artigo 57 e incisos do
Código de Ética e Disciplina da OAB, pelo relator instrutor ou pela
Comissão de Admissibilidade (art. 58, §§ 3º e 7º, CED).
Defesa prévia – alegação escrita, apresentada pelo representado, na
qual, ainda antes da fase probatória, defende-se dos fatos que lhe são
imputados. Trata-se de manifestação imprescindível, sob pena de
nulidade. O prazo para a apresentação é de 15 (quinze) dias úteis,
contados da data do recebimento da notificação pela parte, em
endereço constante de seu cadastro perante a Seccional.
Indeferimento liminar da representação – ato privativo do Presidente do
Conselho Seccional da OAB, que se materializa por meio de decisão
monocrática, proferida após a apresentação de defesa prévia pelo
advogado representado e após o despacho saneador proferido pelo relator
instrutor, indicando ao Presidente a inexistência de qualquer infração às
normas ético-disciplinares, sopesados os termos e elementos da
representação e da defesa prévia, pondo fim ao processo disciplinar (art.
73, § 2º, do EAOAB).
Parecer de admissibilidade – opinião manifestada pelo membro da Comissão
de Admissibilidade acerca da satisfação dos requisitos constantes no art. 57 e
seus incisos, do CED, observado o disposto no art. 58, § 3º do CED.
Prazo – lapso de tempo para a prática de ato processual, que será comum de 15
(quinze) dias (art. 69, caput, do EAOAB); os prazos, nos casos de notificação
pessoal ou comunicação por ofício reservado, contam-se a partir do dia útil
imediato ao recebimento da notificação (art. 69, parágrafo primeiro, do
EAOAB); nos casos de publicação de despacho ou decisão no Diário Eletrônico
da OAB (DEOAB), iniciam-se no primeiro dia útil seguinte à respectiva
publicação (art. 69, parágrafo segundo, do EAOAB). Os prazos são contados
apenas em dias úteis (Resolução 09/2016).
Prescrição quinquenal – perecimento da pretensão punitiva (ou seja,
perda do poder punitivo da OAB), pelo decurso do período de 05 (cinco)
anos, contado da data da constatação oficial do fato punível em tese (art.
43, caput, do EAOAB). Por constatação oficial dos fatos se considera a data
em que a Ordem dos Advogados do Brasil toma conhecimento dos fatos
supostamente praticados pelo advogado, seja por meio de representação,
por remessa de documentos por autoridades públicas, ou ainda por
declarações prestadas oralmente, reduzidas a termo. Nesse sentido, está a
orientação da Súmula 01/2011-COP.
Razões
finais/Alegações finais – manifestação
escrita, oferecida pelas partes, após o encerramento
da fase probatória, nas quais sustentam suas
respectivas alegações. Trata-se de manifestação
imprescindível do representado, sob pena de
nulidade absoluta do processo disciplinar. Assim, em
caso de inércia da parte representada que tenha sido
devidamente intimada para tanto, deve o relator do
processo disciplinar designar defensor dativo, a fim
de que apresente as devidas razões/alegações finais
(art. 59, § 8º, do CED).
Caso 1: infrações art. 34, XX e XXI, EOAB
Em 20 de maio de 2013, o Requerente oferece representação
em face do advogado requerido, declarando que, em 1º de
fevereiro de 2013, o mesmo teria se apropriado da totalidade
de valores decorrentes de crédito de ação trabalhista,
juntando, em seu socorro, documentação comprobatória do
alegado, inclusive cópia de procuração e respectivo alvará. A
notificação do denunciado operou-se por edital, em 22 de
novembro de 2018, quando foi nomeado defensor dativo. O
que poderia ser sustentado na defesa prévia? Se, após a
instauração do processo disciplinar, o requerido prestasse as
devidas contas e devolvesse os valores indevidamente
retidos, poderia ser absolvido pelo TED?
Caso 2: infração art. 34, XXII, EOAB
O Juiz da 1º Vara Cível da Comarca de Alagoinhas trouxe ao
conhecimento da OAB que o advogado representado teria
retido indevidamente os autos do processo X, por 3 (três)
meses, sem justificativa. Para corroborar suas assertivas,
juntou cópia dos editais de publicação no DOE dos
despachos que solicitaram a respectiva devolução, realizados
em 2 (dois) momentos distintos, e uma certidão do
serventuário da vara, declarando o lapso temporal que o
processo esteve em carga. Nomeado defensor dativo, não
havendo prescrição a ser arguída, quais os argumentos que
poderiam ser utilizados na defesa prévia?
Defensoria dativa - TED - OAB/BA 20
POSSÍVEL GABARITO CASO 2
Pontos a serem enfrentados:
Caso 3: infrações art. 34, IX e XI, EOAB
Caio, Tício e Mévio fizeram representação junto à OAB, sob a
alegação segundo a qual sua advogada, contratada para
ajuizar e dar andamento à ação possessória em curso na Vara
Única da Comarca de Chorrochó, teria abandonado a causa,
renunciando os poderes que lhe foram outorgados através
de procuração válida, fato que, por si só, lhes ocasionou
prejuízo, haja vista a improcedência da demanda. Alegam,
ainda, que não foram consultados quanto à referida
renúncia. Nomeado defensor dativo, não havendo prescrição
a ser arguída, quais os argumentos que poderiam ser
utilizados na defesa prévia?
Defensoria dativa - TED - OAB/BA 22
POSSÍVEL GABARITO CASO 3
OBS: EOAB, art. 5º, § 3º, c/c art. 112, NCPC, o advogado que renunciar ao
mandato deverá continuar a representar o constituinte durante os 10 dias
seguintes da comunicação da renúncia, salvo se substituído antes do
término deste prazo.
Defensoria dativa - TED - OAB/BA 23
RESOLUÇÃO DE CASOS CONCRETOS
Caso 4: suspensão preventiva (art. 70, § 3º, EOAB)
A Câmara de Vereadores do município de Xique-xique ofereceu
representação em face do denunciado, cuja inscrição principal é na
seccional de Sergipe, com pedido de suspensão preventiva, sob a
alegação segundo a qual referido advogado teria praticado a
infração descrita no art. 34, XXV, EOAB, caracterizando conduta
incompatível com a advocacia, cujo ato, além de prejudicar a
comunidade local, gerou repercussão prejudicial à classe. Informa
que os fatos ocorreram há um ano, mas, por desídia do servidor
responsável, não houve, naquela oportunidade, o imediato
processamento junto a esta Autarquia (OAB). Nomeado defensor
dativo, quais os argumentos que poderiam ser utilizados em
defesa do requerido?
A publicidade ética do advogado consiste na veiculação da
informação, sem a intenção de a qualificar, e de modo que
atinja apenas seus clientes, ou no caso das redes sociais atuais,
aqueles que se inclinaram em receber os avisos (curtidas,
ativação de notificações, preenchimento de mailings).
Já a propaganda para o advogado fera a ética, pois qualifica o
trabalho desenvolvido. Ex.: os melhores pareceres, alto índice
de ganho de ações, o melhor escritório de advocacia do
Nordeste, etc.
Portanto, sob o ponto de vista ético-disciplinar, ao passo que a
publicidade veicula a informação sem qualificá-la, a
propaganda qualifica a informação veiculada e é proibida pelo
regramento ético-disciplinar da OAB, tanto pelo Estatuto da
OAB, quanto por seu Código de Ética e Disciplina.
O que são?
De uma maneira singela, são anúncios em forma de textos simples; a
maneira mais conhecida em que se encontram é nos mecanismos de busca.
No topo dos resultados, aparecem alguns sites em destaque, com
identificação que se tratam de anúncios, inclusive em redes sociais.
O “problema”
Opções que sempre aparecem no TOPO das listas → são sempre as mais
procuradas, quer pelo falso entendimento de que seriam “as melhores” ou,
ainda, pela visão equivocada por serem “as mais frequentadas”. Este
procedimento tem um CUSTO envolvido.
O que os torna reprováveis?
Tratam-se de práticas mercantis e visam captação de clientela (art. 39,
Código de Ética). Neste linha de raciocínio, ainda é proibida distribuição de
malas diretas, panfletos ou formas assemelhadas de publicidade (art. 40, VI,
CED, c/c art. 6º, “c”, Provimento 94/2000, CFOAB).
A utilização do serviço de anúncio de texto do Google
Adds não viola norma deontológica da profissão,
pois, nesta modalidade de anúncio, somente são
alcançadas pessoas que procuram pelos serviços
advocatícios.
Por outro lado, a utilização de anúncios gráficos, de
vídeos e de aplicativos do Google Adds contraria
normas deontológicas da advocacia, pois, por força
deles, a publicidade gerada alcança pessoas que não
estão procurando serviços de advogados.
Defensoria dativa - TED - OAB/BA 28
BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE RECURSOS
A interposição de recurso não está sujeita a custas, taxas ou
emolumentos.
O prazo para interposição de qualquer recurso é de 15 (quinze)
dias úteis, devendo-se observar o termo inicial de fluência,
conforme prescrito no artigo 139 do Regulamento Geral do
EAOAB. É idêntico o prazo para apresentação de contrarrazões.
Para efeito do prazo recursal, levar-se-á em conta o dia em que
o recurso foi postado na cidade de origem, e não aquele em que
foi protocolizado na Seccional de destino ou no Conselho
Federal.
O juízo de admissibilidade é do Relator do órgão julgador a que
se dirige o recurso, não sendo permitido ao órgão recorrido
deixar de receber o recurso (§ 1º do art. 138 do RG).
Defensoria dativa - TED - OAB/BA 29
BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE RECURSOS
Das decisões proferidas pelo Conselho Seccional, quando não
forem tomadas por unanimidade, cabe recurso ao Conselho
Federal. Das decisões unânimes, cabe recurso apenas quando for
explicitamente demonstrada a contrariedade a dispositivo da Lei n.
8.906/94, do Regulamento Geral, do Código de Ética e Disciplina e
dos Provimentos do Conselho Federal; ou, ainda, quando
demonstrada analiticamente divergência entre a decisão do
Conselho Seccional e precedente de órgão julgador do Conselho
Federal ou de outro Conselho Seccional.
Da decisão do Presidente que não receber o recurso, cabe recurso
voluntário ao próprio órgão julgador (art. 140, parágrafo único, do
Regulamento Geral), sendo que, nesta hipótese, o recurso será
distribuído por prevenção ao Relator do processo, devendo estar
limitado à impugnação dos fundamentos adotados pela decisão
monocrática de indeferimento liminar, não se admitindo inovação
de tese recursal.
Defensoria dativa - TED - OAB/BA 30
BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE RECURSOS
As penalidades aplicadas, uma vez transitada em julgado
a decisão, deverão ser comunicadas, pelo órgão julgador,
a todas as Seccionais e Tribunais de Ética e Disciplina,
bem como ao Conselho Federal, que manterá cadastro
atualizado pertinente. As penas de suspensão e exclusão
deverão, ainda, ser comunicadas às autoridades
judiciárias da sede de atuação do punido.
Entre os dias 20 e 31 de dezembro, e durante o período de
recesso do Conselho da OAB que proferiu a decisão
recorrida (janeiro), os prazos processuais são suspensos,
reiniciando-se no primeiro dia útil após o seu término
(art. 139, § 3º do Regulamento Geral).
Defensoria dativa - TED - OAB/BA 31
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA