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 – DOS FATOS
1 - Conforme consta dos autos, o apelante foi processado e
condenado pela prática do delito de roubo em sua forma simples,
previsto no artigo 157, caput, do CP, à pena concreta e definitiva de
04 (quatro) anos de reclusão, a ser cumprida em regime
inicialmente aberto.

2 - A defesa, entretanto, após minunciosa análise do contexto


probatório, entende que houve error in judicando por parte do
juízo a quo, tendo em vista que a essência do processo, na verdade,
indica a necessidade de:
a) Preliminarmente, declarar nula a sentença proferida pelo
juízo a quo, tendo em vista que não apreciou a tese defensiva de
desclassificação de roubo para furto e;
b) No mérito, é caso de se reconhecer a desclassificação do delito
de roubo para o delito de furto, previsto no artigo 155, caput,
do CP.

Senão vejamos.

II – PRELIMINARMENTE
Da nulidade da sentença por não enfrentamento das teses
defensivas – Violação aos artigo 8º, item 1, da C. A. D. H.;
artigo 5º, incisos LIV e LV, e 93, inciso IX, ambos da
CF/88, e artigos 381 e 403, ambos do CPP.
3 – Conforme se verifica dos autos, o apelante, por meio de sua
defesa técnica, na oportunidade das alegações finais, apresentou
tese de desclassificação, visando que o delito no qual se via
processado, que era de roubo (art. 157, CP), findasse retipificado
para o de furto (art. 155, CP), tendo inclusive referido pedido sido
relatoriado pelo juízo da instância singela quando da prolação da
sentença condenatória, verbis:
Em alegações finais, o Ministério Público requereu a condenação
do acusado nos termos da denúncia. Por sua vez, a defesa
pugnou pela desclassificação para o crime de furto, com
a aplicação da pena mínima.
Fls. 100 dos autos
4 – Entretanto, na parte da fundamentação da sentença, o juízo
não fez absolutamente nenhuma apreciação acerca do pleito
defensivo. Dito de outro modo, sentenciou o processo sem avaliar
os argumentos da defesa.

5 – Na sentença ora combatida, consta tão somente o seguinte, que


segue transcrito a seguir:

MATERIALIDADE: A materialidade do delito está comprovada


pelas peças do Inquérito Policial (fl. 24/42), mais precisamente
pelo Boletim de Ocorrência (fls. 31/32) e pelas provas orais
constantes dos autos.
AUTORIA: Quanto à autoria, esta restou inconteste na pessoa
do acusado APARÍCIO RODRIGUES DE CASTRO.
Indagada em sede judicial, a testemunha NERO CÉSAR DE
SOUZA FERNANDES, policial militar, afirmou o seguinte:
Que lembra pouca coisa; Que lembra que o acusado pegou a
bolsa; Que ele foi encontrado em frente a NOVESA; Que lembra
que a vítima era uma senhora de idade; Que os populares que
interceptaram o acusado.
A vítima ROSA MARIA DE CASTRO, ouvida em juízo, disse:
Que a depoente vinha da aula, e ao chegar perto da sua rua, o
acusado puxou a alça da bolsa da depoente; Que segurou
impedindo a subtração; Que ele puxou novamente com mais
força, e acabou derrubando a depoente, Que machucou os
joelhos; Que o celular da depoente caiu no chão; Que ele fugiu e a
depoente pediu por socorro; Que um casal que passava no

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momento o seguiu de carro; Que conseguiram capturar o
acusado e recuperaram a bolsa; Que o filho da depoente ligou
para um amigo dele que é policial; Que depois da chegada dos
policiais, foram para a Delegacia.
Como se vê, testemunha e vítima narraram os fatos de forma
coerente com as provas e com a confissão do réu, feita na
delegacia, restando comprovada a autoria do fato delituoso
praticado por ele. 

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