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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___VARA DO JUIZADO


ESPECIAL CIVEL DA COMARCA DE BAURU/SP

AÇÃO INDENIZATÓRIA DE CONTRATO

DE SERVIÇOS NÃO CUMPRIDO COM

RESTITUIÇÃO DE VALORES PAGOS C/C

DANOS MORAIS

Nome, brasileiro, divorciado, advogado, portador do RG n° 00000-00 e CPF. n°


000.000.000-00, residente e domiciliado na cidade de Bauru/SP, por seu advogado e
bastante procurador que esta subscreve, vem, respeitosamente, perante Vossa
Excelência, propor a presente AÇÃO INDENIZATÓRIA DE CONTRATO DE SERVIÇOS NÃO
CUMPRIDO COM RESTITUIÇÃO DE VALORES PAGOS C/C DANOS MORAIS em face da
Nome-ME, NOME FANTASIA "LINKPLUS INTERNET"/ "BRASIL LINK PLUS", pessoa
jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ n° 00.XXXXX/0000-00, estabelecida na
cidade de Bauru/SP, na EndereçoCEP 00000-000, pelos fatos e fundamentos a seguir
expostos:

DOS FATOS

O requerente contratou em data de 06 de Maio, último, junto a requerida serviços de


INTERNET BANDA LARGA COM FIBRA OPTICA ULTRA VELOCIDADE, com velocidade de
250 MB, pelo prazo de um ano de fidelidade, com valor mensal de R$ 00.000,00,
acrescido da taxa de instalação importe de R$ 00.000,00, anexo (Doc. 01).

É certo afirmar, que o requerente anteriormente aos serviços contratados utilizava a


internet banda larda prestados pela empresa VIVO S A , que apesar da velocidade ser
menor jamais ficou sem os serviços de internet, até porque utiliza diariamente desses
serviços em seus estudos, bem como também no seu trabalho, anexo (Doc.02).

Ocorre que, tornou-se impraticável a utilização do serviço de internet, devido a


constantes e escandalosas falhas no serviço prestado pela requerida, tendo em vista
que além da velocidade contratada sem muito inferior a contratada, era normal a
queda do sinal, conforme testes de velocidade anexos, (Docs. 03/05).

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Com a rescisão do contrato celebrado com a empresa VIVO S A , o requerente está a


mercê das vontades da requerida que não está cumprindo com o avençado no
contrato, melhor esclarecendo, caso o requerente pretenda rescindir o contrato terá
que pagar uma multa e ainda ter seu nome lançado no cadastro de inadimplentes.
Cumpre ressaltar ainda, que a empresa VIVO S A, apesar do requerente ser cliente
antigo da empresa será obrigado aguardar um prazo de três (03) meses para ter seu
contrato novamente reestabelecido o que de um certo moto lhe trará prejuízo
irreparáveis.

Desta feita, provocado pela inércia da requerida e pela má prestação dos seus serviços,
o requerente certamente será obrigado aguardar o prazo estipulado pela empresa
VIVO S A, de forma suprir às suas necessidades e de atenuar a omissão da contratada.

Não obstante, diante do exposto apresentado, para a sua surpresa do requerente a


requerida exigiu a aquisição de um aparelho modem que seja compatível com as suas
necessidades, ou seja, além dos valores já combinados e pagos terá que investir em
um outro equipamento que supostamente resolverá seus problemas o que de um
certo modo é inadmissível, até porque a requerida prometeu em suas propagandas
internet de alta velocidade, inclusive suscitando em seus panfletos que: " A INTERNET
QUE SUA FAMILIA MERECE", anexo (Doc. 06).

Porém, no caso em tela verifica-se que, de acordo com o artigo 58 da resolução


632/2014 da ANATEL, não pode o requerente suportar o ônus contratual, quando a
responsabilidade contratual fora quebrada pela parte requerida não fornecendo os
serviços contratados.

O prejuízo causado ao requerente é cristalino, eis que está sendo privado de utilizar os
serviços contratados, em razão da péssima qualidade do serviço de internet. Feitas
essas referências e, apesar de ambos os serviços, é inequívoca a culpa atribuída à
Empresa Promovida, restando-nos pelo reconhecimento dos danos morais e materiais
suportados pelo requerente, tudo em sintonia com a melhor doutrina e jurisprudência.

Desta forma, deve ser responsabilizada civilmente, a parte requerida pela má


prestação de serviços (inclusive de serviços essenciais), tendo privado a parte
demandante, por longos períodos e de maneira reiterada e frequente, de utilizar os
serviços contratados, essenciais no regular desempenho de suas atividades diárias
pessoais e profissionais.

Portanto, nas razões acima explanadas, bem como na exposição jurídica que se segue
vem o requerente pleitear indenização por danos morais e materiais.

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DOS DIREITOS

O Código de Defesa do Consumidor define, de maneira bem nítida, que consumidor é


toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como
destinatário final, além de resguardar o direito do hipossuficiente, senão vejamos:

"Art. 4°: A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento
das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a
proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem
como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes
princípios:

(...)

III- harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e


compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de desenvolvimento
econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a
ordem econômica (art. 170 , V da CF/88 ) sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas
relações entre consumidores e fornecedores ."

O requerente é pessoa de boa-fé, possui conduta ilibada e honesta que sempre arcou
assiduamente com as suas mensalidades para com a antiga prestadora de serviços de
acesso à internet VIVO S A, em contrapartida, a requerida se comprometeu que o
requerente poderia cancelar os serviços e contratar sua empresa que ficaria
satisfatório com o acesso à rede mundial de internet, sob os termos estipulados pela
ANATEL , porém, o que ocorre é que a acionada deixou de cumprir com sua obrigação
de fornecer um serviço de qualidade desde a instalação dos serviços.

Das Resoluções - Anatel. Devolução dos valores referente ao serviço de internet. A


Resolução n° 574, de 28 de outubro de 2011 -

Destarte, a Anatel estabelece que, sempre que as prestadoras oferecerem serviços de


conexão à Internet, elas devem respeitar os padrões mínimos de qualidade definidos
na regulamentação. Entre as obrigações técnicas, está a de velocidade de conexão,
medida de duas formas:

1. A velocidade da conexão não deve ser inferior a 40% da velocidade que foi ofertada
ao cliente, no caso em epígrafe a internet mínima entregue a parte autora não chegava
nem a 30% da velocidade contratada, conforme comprovado em testes anexos.

2. Considerando todas as conexões à Internet, a média mensal da velocidade não deve


ser inferior a 80% da velocidade ofertada ao cliente.

Outrossim, o Regulamento Geral de Direitos do Consumidor de Serviços de


Telecomunicações - RGC, a resolução n° 632,

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de 7 de março de 2014, estabelece em seu art. 3°, I, que os consumidores dos serviços
abrangidos por este regulamento tem direito o acesso e fruição dos serviços dentro
dos padrões de qualidade e regularidade previstos na regulamentação, e conforme as
condições ofertadas e contratadas, senão vejamos:
Art. 3° O Consumidor dos serviços abrangidos por este Regulamento tem direito, sem
prejuízo do disposto na legislação aplicável e nos regulamentos específicos de cada
serviço:

I - ao acesso e fruição dos serviços dentro dos padrões de qualidade e regularidade


previstos na regulamentação, e conforme as condições ofertadas e contratadas;

Ademais, o art. 58, parágrafo único, da resolução n° 632, de 7 de março de 2014, a


ANATEL, prevendo a possibilidade da fornecedora sopesar onerosas condições aos
consumidores, tal como a fidelização sob pena de multa, senão vejamos:

Parágrafo único. É vedada a cobrança prevista no caput na hipótese de rescisão em


razão de descumprimento de obrigação contratual ou legal por parte da Prestadora,
cabendo a ela o ônus da prova da não-procedência do alegado pelo Consumidor .

Dessa forma, não há o que se falar em multa de fidelidade do caso em apreço, tendo
em vista que a requerida descumpriu a obrigação contratual.

Portanto, a cobrança da multa por fidelidade é indevida. Requer a restituição em


dobro dos valores pagos referente a instalação dos serviços que não serão utilizados
por outra empresa.

Do inadimplemento obrigacional. Dos Danos Morais e Materiais

Estabelece o art. 14 do Código de Defesa do Consumidor que "o fornecedor de serviços


responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos
causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços".

O direito à indenização por danos materiais e morais encontra-se expressamente


consagrado em nossa Carta Magna , como se vê pela leitura de seu artigo 5° , incisos V
e X , os quais transcrevo: "É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo,
além da indenização por dano material, moral ou à imagem" (artigo 5° , inciso V , CF ).

"São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,


assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral, decorrente de sua
violação" (artigo 5° , inciso X , CF ).

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É correto que, antes mesmo do direito à indenização material e moral ter sido erigido à
categoria de garantia constitucional, já era previsto em nossa legislação
infraconstitucional, bem como, reconhecido pela Justiça.

O comando constitucional do art. 5°, V e X, também é claro quanto ao direito da parte


autora à indenização dos danos morais sofridos. É um direito constitucional.
Consoante entendimento do ordenamento jurídico pátrio, todo aquele que causar
dano a outrem, seja por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência
comete ato ilícito, ocasionando por consequência a obrigação de reparação do
respectivo dano.

O valor a ser arbitrado a título de indenização por dano moral compete ao prudente
arbítrio do magistrado, que de acordo com os parâmetros preconizados pela doutrina
e jurisprudência, quer sejam: ato ilícito, extensão do dano, e situação econômica das
partes, estabelecerá o valor a ser indenizado, ou seja, pago pelo agente causador do
dano.

No mesmo sentido, o art. 6 , inciso VI , do CDC , expõe que são direitos do consumidor
"a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos
e difusos". Dessa forma, frente aos ditames legais e aos fatos narrados, é claro o dever
da requerida em indenizar a autora. E quanto a este dever legal, assim leciona o
saudoso professor da Universidade de São Paulo, Nome (Curso de Direito Civil. 1a ed.
Rio de Janeiro: Forense, 1994, p. 561):

O lesionamento a elementos integrantes da esfera jurídica alheia acarreta ao agente a


necessidade de reparação dos danos provocados. É a responsabilidade civil, ou
obrigação de indenizar, que compele o causador a arcar com as consequências
advindas da ação violadora, ressarcindo os prejuízos de ordem moral ou patrimonial,
decorrente de fato ilícito próprio, ou de outrem a ele relacionado .

Sobre o caso, não se pode aceitar que a má prestação do serviço de forma contínua
seja um mero aborrecimento do cotidiano como as operadoras de sinal de internet
costumam argumentar. Em circunstâncias como a relatada, o transtorno, o incomodo
exagerado, o sentimento de impotência do requerente diante da requerida e do seu
agir abusivo e ilícito, extrapola os limites do aceitável como aborrecimento do
cotidiano e caracteriza, sem dúvidas, o dano pessoal, justificando, portanto, a
indenização.

Nesse mesmo contexto, disciplinando a matéria que versa sobre a ocorrência de um


ato ilícito gerador de um dano, seja ele moral ou material e o seu correlato dever de
indenizar, merecem especial atenção o artigo 186 e artigo e 927, ambos do CC,
vejamos:

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"Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato
ilícito".

"Art. 927. Aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo".

Ademais, além das leis positivadas no nosso ordenamento jurídico, os costumes


também são fontes de direito e devem servir para delinear as condutas dos cidadãos
na sociedade. A doutrina confirmada pela jurisprudência entende que a
responsabilização civil exige o dano, havendo o dever de indenizar na medida de sua
extensão e este deve ser certo, - entenda-se: possível, real, aferível.

Assim, o caso em comento dá ensejo à indenização. No entanto, não se mostra


necessário a comprovação dos dissabores ocasionados, uma vez que se trata de dano
in re ipsa , o qual independe de prova efetiva, bastando os fatos alegados e os
transtornos daí decorrentes.

Ante as situações jurídicas e fáticas já expostas, importante é trazer à análise os


seguintes julgados, que se amoldam ao caso presente e dão guarida ao direito da
autora:

CONSUMIDOR. INTERNET. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. DANO MORAL


CONFIGURADO. NECESSIDADE DE INTIMAÇÃO PARA CUMPRIMENTO DA SENTENÇA,
NÃO SE OPERANDO DE FORMA AUTOMÁTICA (ART. 475-J, CPC ). SENTENÇA
PARCIALMENTE REFORMADA. Dano moral configurado, em face do desrespeito da
empresa, com relação ao usuário. O autor trouxe aos autos os diversos números de
protocolo que comprovam as inúmeras tentativas de solucionar o problema através da
via administrativa, o que não foi possível em razão do descaso da ré. Situação que
ultrapassa o mero dissabor do cotidiano, devendo o autor ser indenizado. (...). (TJ-RS -
Recurso Cível: (00)00000-0000 RS, Relator: Cleber Augusto Tonial, Data de Julgamento:
12/12/2013, Terceira Turma Recursal Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia
16/12/2013).

CONSUMIDOR. CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO DE INTERNET. FALHA NA


PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. DEMORA NA SOLUÇÃO DO PROBLEMA. INTERVENÇÃO DO
PROCON. ESSENCIALIDADE DO SERVIÇO. DANOS MORAIS OCORRENTES. Considerando
a essencialidade do serviço de internet na atualidade e a ausência do serviço por mais
de um mês, sem justificativa (após vários pedidos de restabelecimento do serviço,
inclusive, com intervenção no PROCON), agride direito personalíssimo do consumidor,
ensejando o dever de indenizar. A indenização, no caso em tela, tem como escopo
reparar ou minimizar os transtornos sofridos pelo autor, os quais não podem ser tidos
como meros dissabores, uma vez que extrapolaram o limite razoável para o desfecho
esperado. (...). (TJ-RS - Recurso Cível: (00)00000-0000 RS, Relator: Lusmary Fatima
Turelly da Silva, Data

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de Julgamento: 21/08/2014, Terceira Turma Recursal Cível, Data de Publicação: Diário


da Justiça do dia 25/08/2014)

APELAÇÃO CÍVEL - EMPRESA DE TELEFONIA E DE INTERNET - FALHA NA PRESTAÇÃO


DOS SERVIÇOS - DESCUMPRIMENTO CONTRATUAL E COBRANÇAS INDEVIDAS -
COMPROVAÇÃO - DANOS MORAIS - CONFIGURADOS - AUMENTO - POSSIBILIDADE -
FIXAÇÃO RAZOÁVEL E PROPORCIONAL - HONORÁRIOS DE ADVOGADO - MAJORAÇÃO -
CABIMENTO - PERCENTUAL MÁXIMO - IMPOSSIBILIDADE - CAUSA SEM MAIOR
COMPLEXIDADE. - Caracterizada a falha na prestação de serviços de internet que
impediu o consumidor adimplente de utilizar-se do serviço contratado, há que se
reconhecer o direito à indenização por danos morais. - O valor da indenização deve ser
fixado com prudência, segundo os princípios da razoabilidade e proporcionalidade,
mostrando-se apto a reparar, adequadamente, o dano suportado pelo ofendido,
servindo, ainda, como meio de impedir que o condenado reitere a conduta ilícita.(...).
(TJ-MG - AC: XXXXX00033573001 MG, Relator: Evandro Lopes da Costa Teixeira, Data
de Julgamento: 21/08/2014, Câmaras Cíveis / 17a CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação:
02/09/2014).

Portanto, diante do caráter disciplinar da indenização, bem como do poderio


econômico da empresa demandada, das circunstâncias do evento e da gravidade do
dano causado ao requerente, mostra-se justo e razoável a condenação da acionada em
danos morais num quantum indenizatório de R$ 00.000,00.

Da repetição de indébito em dobro

O consumidor cobrado indevidamente faz jus à repetição de indébito em dobro,


podendo esse crédito equivaler ao valor integral ou apenas ao excesso pleiteado.
Dispõe o art. 42 , do CDC :

Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição


do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção
monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável".

Segundo Almeida (2005, p. 167 ), a repetição de indébito constitui espécie de punitives


damages , ou seja, "indenização fixada com o intuito de punir o agente da conduta
causadora do dano cujo ressarcimento é autorizado pela lei em favor da vítima".

Portanto, a repetição de indébito em dobro não objetiva tão somente a restituição da


quantia paga indevidamente, mas a imposição da sanção civil, a fim de que o
fornecedor seja punido em razão da sua prática abusiva.

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Com relação ao efetivo pagamento, leciona Nome (2005, p. 546) que "[...] para ter
direito a repetir o dobro, é preciso que a cobrança seja indevida e que tenha havido
pagamento pelo consumidor".

Nesse mesmo sentido, é de suma importância trazer a baliza uma apelação, onde
estabelece que a cobrança de multa por fidelidade é indevida, entendimento da
Décima Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS da Relatora: Munira Hanna,
vejamos:

APELAÇÃO. RESCISÃO DE CONTRATO. SERVIÇO DE ACESSO À INTERNET. BANDA LARGA


3G. MÁ PRESTAÇÃO DE SERVIÇO. CLÁUSULA DE FIDELIZAÇÃO. COBRANÇA DE MULTA.
REPETIÇÃO DE INDÉBITO. O serviço não foi executado de forma regular pela empresa
de telefonia, apresentando inconstância severa na velocidade. Cabia à apelada
demonstrar de forma cabal que o consumidor estava acessando de forma contínua e
regular o serviço de banda larga 3G, o que não ocorreu no caso em tela. Outrossim, a
responsabilidade é da fornecedora do serviço, tal como preceitua o art. 14 do CDC , e
tal responsabilidade é objetiva. Dessa forma, a multa de fidelidade é indevida, pois o
serviço contratado de internet não funcionou, ou seja, tornou-se inútil ao fim a que se
destinava, frustrando as expectativas do apelante ao adquirir um modem com
velocidade de banda larga. O apelante não efetuou o pagamento dos valores
constantes na fatura, sendo indevida a restituição dos valores em dobro. Não
preenchido os requisitos do art. 42 , do CDC . APELO PARCIALMENTE PROVIDO.
(Apelação Cível N° (00)00000-0000, Décima Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do
RS, Relator: Munira Hanna, Julgado em 11/04/2013) (TJ-RS - AC: (00)00000-0000 RS,
Relator: Munira Hanna, Data de Julgamento: 11/04/2013, Décima Sexta Câmara Cível,
Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 15/04/2013)

No caso em apreço, a parte autora tinha contratado o serviço de internet de 50 Mbps,


no entanto, conforme demonstrado nas provas anexas, nunca obteve a velocidade da
conexão mínima exigida pela ANATEL de 40% da velocidade.

Ademais, o requerente será obrigado a contratar novos serviços o que de um certo


modo lhe trará despesas e mais prejuízos, fazendo jus a uma indenização por dano
material no importe de R$ 00.000,00, quantia essa simbólica diante tantos transtornos,
dissabores e constrangimentos.

DO PEDIDO

Ante tudo o que foi exposto, requer:

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a) A concessão do benefício da justiça gratuita, uma vez que, o requerente não possui
meios para arcar com as custas do processo. Fundamenta seus pedidos nos artigos 98
e seguintes do CPC e art. 5° , LXXIV da Constituição Federal ;

b) A citação da requerida, para que, querendo, conteste os fatos narrados, devendo


comparecer em audiência a ser designada por este juízo, sob pena de confissão e
aplicação dos efeitos da revelia;

c) que seja determinada a inversão do ônus da prova em favor do requerente,


consoante disposição do artigo 6° , inciso VIII , do CDC;

d) que ao final sejam julgado TOTALMENTE PROCEDENTE o pedido da presente


demanda, condenando a requerida na reparação dos danos morais e materiais
experimentados pelo requerente, conforme toda narrativa fática, nos valores
especificados abaixo:
e) Seja a requerida condenada ao pagamento no valor de R$ 00.000,00, a título de
dano material;

f) Requer, ainda, a condenação a título de DANOS MORAIS, diante do caráter


disciplinar da indenização, bem como do poderio econômico da empresa demandada,
das circunstâncias do evento e da gravidade do dano causado a autora valor de R$
00.000,00.

g) Oportunamente, requer que a condenação pecuniária seja acrescida de correção


monetária a partir da data do arbitramento, conforme Súmula 392 do STJ, e juros
legais incidindo desde o evento danoso, como preceitua a Súmula 54 do STJ.

Requer provar a veracidade dos fatos aqui alegados por todos os meios de provas em
direito admitidos, especialmente prova testemunhal com o depoimento pessoal do
representante legal da requerida.

Dá-se à causa o valor de R$ 00.000,00, para efeito de custas e de alçada.

Nestes termos,

Pede Deferimento.

Bauru/SP, 27 de Maio de 2020.

Nome S ALMEIDA

00.000 OAB/UF

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