Você está na página 1de 8

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO ___ JUIZADO

ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE NITERÓI DO TRIBUNAL ESTADUAL


DO RIO DE JANEIRO/RJ.

Roberto, brasileiro, (estado civil), (profissão), inscrito(a) no CPF sob o nº


(XXXXXXXXX-XX) e no RG nº (XXXXXXXX-X), residente e domiciliado(a) à
(endereço completo), e-mail (informar), vem a presença de Vossa Excelência propor a
presente:

AÇÃO INDENIZATÓRIA DE CONTRATO DE SERVIÇOS NÃO


CUMPRIPRIDO COM RESTITUIÇÃO DE VALORES PAGOS C/C DANOS
MORAIS

em face da XXXXXXXX, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ nº


XXXXXXXX, com sede no endereço de Rua XXXXXXXXX, pelos fatos e
fundamentos a seguir expostos:

1 - DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA

Conforme os artigos 98 e seguintes do Código de Processo Civil e


art. 5º, LXXIV da Constituição Federal, o autor requer a concessão da gratuidade da
justiça, por ser economicamente hipossuficiente e não poder arcar com as custas
processuais sem prejuízo do seu próprio sustento e da sua família.

2- DOS FATOS

A parte autora contratou o serviço de internet da NET.

Após a compra da 500 megas de Internet banda-larga pela empresa NET, ocorre que,
tornou-se impraticável a utilização do serviço de internet, foram constantes e
escandalosas falhas no serviço prestado pela demandada, tendo em vista que não era
entregue a velocidade contratada, conforme testes de velocidade anexos.

Desde quando contratada a empresa Ré, a má prestação do serviço mostrou-se contínua


e habitual, de maneira inadvertida e injustificável. A parte autora fez inúmeras
reclamações que geraram diversos números de protocolos (anexos), inclusive, foram
realizadas visitas técnicas na residência e efetuadas a troca do modem por 4 vezes na
esperança de que seus problemas fossem solucionados e nunca logrou êxito.

Cumpre ressaltar que, a parte autora sempre foi cliente da requerida, NET, prestadora de
serviço de telefonia fixa e da internet todo esse tempo cumpriu rigorosamente com a sua
obrigação contratual, pagando em dia os valores devidos em contraprestação aos
serviços contratados, inclusive, para não entrar no rol dos maus pagadores já efetuou o
pagamento da multa que fora enviada indevidamente.

No entanto, Excelência, o mesmo não se pode afirmar em relação à requerida, uma vez
que os serviços que foram prestados a parte autora, sobretudo nos meses que
antecederam ao término do contrato, foram de péssima qualidade, em total desrespeito
ao que fora de livre vontade acordado entre as partes, ocasionando diversos transtornos
no âmbito moral e material, situação que em si enseja a responsabilidade civil da ré e
propicia necessária indenização para compensar os danos sofridos pelo requerente.

Desta feita, provocado pela inércia da requerida e pela má prestação dos serviços, o
requerente se viu obrigado a contratar um novo plano de internet, de forma suprir às
suas necessidades e de atenuar a omissão da contratada. Deste modo, requereu junto
com uma outra empresa que fosse feita a portabilidade dos serviços.

O prejuízo causado a parte autora é cristalino, eis que foi privado de utilizar os serviços
contratados, em razão da péssima qualidade do serviço de internet. Feitas essas
referências e, apesar de ambos os serviços, é inequívoca a culpa atribuída à Empresa
Promovida, restando-nos pelo reconhecimento dos danos morais e materiais suportados
pela parte Autora, tudo em sintonia com a melhor doutrina e jurisprudência.

Desta forma, deve ser responsabilizada civilmente, a parte requerida pela má prestação
de serviços (inclusive de serviços essenciais), tendo privado a parte demandante, por
longos períodos e de maneira reiterada e frequente, de utilizar os serviços contratados,
essenciais no regular desempenho de suas atividades diárias pessoais e profissionais.

Portanto, nas razões acima explanadas, bem como na exposição jurídica que se segue
vem a parte autora pleitear indenização por danos morais e materiais.

3- DOS DIREITOS

O Código de Defesa do Consumidor define, de maneira bem nítida, que consumidor é


toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como
destinatário final, além de resguardar o direito do hipossuficiente, senão vejamos:

“Art. 4º: A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento
das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a
proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como
a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios:

(...)

III- harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e


compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de desenvolvimento
econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem
econômica (art. 170, V da CF/88) sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas relações
entre consumidores e fornecedores.”

O autor é pessoa de boa-fé, conduta ilibada e honesto que sempre arcou assiduamente
com as suas mensalidades para com a prestadora de serviços de acesso à internet, em
contrapartida, a prestadora se comprometeu a franquiar de forma satisfatória o acesso à
rede mundial de internet, sob os termos estipulados pela ANATEL, porém, o que ocorre
é que a acionada deixou de cumprir com sua obrigação de fornecer um serviço de
qualidade, bem como incialmente contratado.

3.1 Das Resoluções – Anatel. Devolução dos valores referente ao serviço de internet

A Resolução nº 574, de 28 de outubro de 2011 – Anatel estabelece que, sempre que as


prestadoras com mais de 50 mil assinantes (como é o caso da empresa Ré) oferecerem
serviços de conexão à Internet, elas devem que respeitar os padrões mínimos de
qualidade definidos na regulamentação. Entre as obrigações técnicas, está a de
velocidade de conexão, medida de duas formas:

1. A velocidade da conexão não deve ser inferior a 40% da velocidade que foi ofertada
ao cliente, no caso em epígrafe a internet mínima entregue a parte autora não
chegava nem a 30% da velocidade contratada, conforme comprovado em testes
anexos.

2. Considerando todas as conexões à Internet, a média mensal da velocidade não deve


ser inferior a 80% da velocidade ofertada ao cliente.

Outrossim, o Regulamento Geral de Direitos do Consumidor de Serviços de


Telecomunicações – RGC, a resolução nº 632, de 7 de março de 2014, estabelece em
seu art. 3º, I, que os consumidores dos serviços abrangidos por este regulamento tem
direito o acesso e fruição dos serviços dentro dos padrões de qualidade e regularidade
previstos na regulamentação, e conforme as condições ofertadas e contratadas, senão
vejamos:

Art. 3º O Consumidor dos serviços abrangidos por este Regulamento tem direito, sem
prejuízo do disposto na legislação aplicável e nos regulamentos específicos de cada
serviço:

I - ao acesso e fruição dos serviços dentro dos padrões de qualidade e regularidade


previstos na regulamentação, e conforme as condições ofertadas e contratadas;

Ademais, o art. 58, parágrafo único, da resolução nº 632, de 7 de março de 2014, a


ANATEL, prevendo a possibilidade da fornecedora sopesar onerosas condições aos
consumidores, tal como a fidelização sob pena de multa, senão vejamos:

Parágrafo único. É vedada a cobrança prevista no caput na hipótese de rescisão em


razão de descumprimento de obrigação contratual ou legal por parte da
Prestadora, cabendo a ela o ônus da prova da não-procedência do alegado pelo
Consumidor.

Dessa forma, não há o que se falar em multa de fidelidade do caso em apreço, tendo em
vista que a acionada descumpriu a obrigação contratual.

Portanto, a cobrança da multa por fidelidade é indevida. Requer a restituição simples


dos valores pagos referente a Vivo Fibra 50 nos meses de março a julho, conforme
tabela abaixo.

3.2 Do inadimplemento obrigacional. Dos Danos Morais e Materiais

Estabelece o art. 14 do Código de Defesa do Consumidor que "o fornecedor de serviços


responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados
aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços".

O direito à indenização por danos materiais e morais encontra-se expressamente


consagrado em nossa Carta Magna, como se vê pela leitura de seu artigo 5º,
incisos V e X, os quais transcrevo: "É assegurado o direito de resposta, proporcional ao
agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem" (artigo 5º,
inciso V, CF).

"São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,


assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral, decorrente de sua
violação" (artigo 5º, inciso X, CF).

É correto que, antes mesmo do direito à indenização material e moral ter sido erigido à
categoria de garantia constitucional, já era previsto em nossa legislação
infraconstitucional, bem como, reconhecido pela Justiça.

O comando constitucional do art. 5º, V e X, também é claro quanto ao direito da parte


autora à indenização dos danos morais sofridos. É um direito constitucional.

Consoante entendimento do ordenamento jurídico pátrio, todo aquele que causar dano a
outrem, seja por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência comete ato
ilícito, ocasionando por consequência a obrigação de reparação do respectivo dano.

O valor a ser arbitrado a título de indenização por dano moral compete ao prudente
arbítrio do magistrado, que de acordo com os parâmetros preconizados pela doutrina e
jurisprudência, quer sejam: ato ilícito, extensão do dano, e situação econômica das
partes, estabelecerá o valor a ser indenizado, ou seja, pago pelo agente causador do
dano.

No mesmo sentido, o art. 6, inciso VI, do CDC, expõe que são direitos do
consumidor "a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais,
individuais, coletivos e difusos". Dessa forma, frente aos ditames legais e aos fatos
narrados, é claro o dever da requerida em indenizar a autora. E quanto a este dever
legal, assim leciona o saudoso professor da Universidade de São Paulo, Carlos Alberto
Bittar (Curso de Direito Civil. 1ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 1994, p. 561):

O lesionamento a elementos integrantes da esfera jurídica alheia acarreta ao agente a


necessidade de reparação dos danos provocados. É a responsabilidade civil, ou
obrigação de indenizar, que compele o causador a arcar com as consequências advindas
da ação violadora, ressarcindo os prejuízos de ordem moral ou patrimonial, decorrente
de fato ilícito próprio, ou de outrem a ele relacionado.
Sobre o caso, não se pode aceitar que a má prestação do serviço de forma contínua seja
um mero aborrecimento do cotidiano como as operadoras de sinal de internet costumam
argumentar. Em circunstâncias como a relatada, o transtorno, o incomodo exagerado, o
sentimento de impotência da autora diante da requerida e do seu agir abusivo e ilícito,
extrapola os limites do aceitável como aborrecimento do cotidiano e caracteriza, sem
dúvidas, o dano pessoal, justificando, portanto, a indenização.

Nesse mesmo contexto, disciplinando a matéria que versa sobre a ocorrência de um ato
ilícito gerador de um dano, seja ele moral ou material e o seu correlato dever de
indenizar, merecem especial atenção o artigo 186 e artigo e 927, ambos do CC,
vejamos:

“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato
ilícito”.

“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo”.

Ademais, além das leis positivadas no nosso ordenamento jurídico, os costumes também
são fontes de direito e devem servir para delinear as condutas dos cidadãos na
sociedade.

A doutrina confirmada pela jurisprudência entende que a responsabilização civil exige o


dano, havendo o dever de indenizar na medida de sua extensão e este deve ser certo, –
entenda-se: possível, real, aferível.

Assim, o caso em comento dá ensejo à indenização. No entanto, não se mostra


necessário a comprovação dos dissabores ocasionados, uma vez que se trata de dano in
re ipsa, o qual independe de prova efetiva, bastando os fatos alegados e os transtornos
daí decorrentes.

Ante as situações jurídicas e fáticas já expostas, importante é trazer à análise os


seguintes julgados, que se amoldam ao caso presente e dão guarida ao direito da autora:

CONSUMIDOR. INTERNET. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. DANO


MORAL CONFIGURADO. NECESSIDADE DE INTIMAÇÃO PARA
CUMPRIMENTO DA SENTENÇA, NÃO SE OPERANDO DE FORMA
AUTOMÁTICA (ART. 475-J, CPC). SENTENÇA PARCIALMENTE
REFORMADA. Dano moral configurado, em face do desrespeito da empresa, com
relação ao usuário. O autor trouxe aos autos os diversos números de protocolo que
comprovam as inúmeras tentativas de solucionar o problema através da via
administrativa, o que não foi possível em razão do descaso da ré. Situação que
ultrapassa o mero dissabor do cotidiano, devendo o autor ser indenizado. (...). (TJ-
RS - Recurso Cível: XXXXX RS, Relator: Cleber Augusto Tonial, Data de Julgamento:
12/12/2013, Terceira Turma Recursal Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do
dia 16/12/2013).
CONSUMIDOR. CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO DE INTERNET.
FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. DEMORA NA SOLUÇÃO DO
PROBLEMA. INTERVENÇÃO DO PROCON. ESSENCIALIDADE DO SERVIÇO.
DANOS MORAIS OCORRENTES. Considerando a essencialidade do serviço de
internet na atualidade e a ausência do serviço por mais de um mês, sem
justificativa (após vários pedidos de restabelecimento do serviço, inclusive, com
intervenção no PROCON), agride direito personalíssimo do consumidor,
ensejando o dever de indenizar. A indenização, no caso em tela, tem como escopo
reparar ou minimizar os transtornos sofridos pelo autor, os quais não podem ser
tidos como meros dissabores, uma vez que extrapolaram o limite razoável para o
desfecho esperado. (...). (TJ-RS - Recurso Cível: XXXXX RS, Relator: Lusmary
Fatima Turelly da Silva, Data de Julgamento: 21/08/2014, Terceira Turma Recursal
Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 25/08/2014)

APELAÇÃO CÍVEL - EMPRESA DE TELEFONIA E DE INTERNET - FALHA NA


PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS - DESCUMPRIMENTO CONTRATUAL E
COBRANÇAS INDEVIDAS - COMPROVAÇÃO - DANOS MORAIS -
CONFIGURADOS - AUMENTO - POSSIBILIDADE - FIXAÇÃO RAZOÁVEL E
PROPORCIONAL - HONORÁRIOS DE ADVOGADO - MAJORAÇÃO -
CABIMENTO - PERCENTUAL MÁXIMO - IMPOSSIBILIDADE - CAUSA SEM
MAIOR COMPLEXIDADE. - Caracterizada a falha na prestação de serviços de
internet que impediu o consumidor adimplente de utilizar-se do serviço
contratado, há que se reconhecer o direito à indenização por danos morais. - O
valor da indenização deve ser fixado com prudência, segundo os princípios da
razoabilidade e proporcionalidade, mostrando-se apto a reparar, adequadamente,
o dano suportado pelo ofendido, servindo, ainda, como meio de impedir que o
condenado reitere a conduta ilícita.(...). (TJ-MG - AC: XXXXX00033573001 MG,
Relator: Evandro Lopes da Costa Teixeira, Data de Julgamento: 21/08/2014, Câmaras
Cíveis / 17ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 02/09/2014).

Portanto, diante do caráter disciplinar da indenização, bem como do poderio econômico


da empresa demandada, das circunstâncias do evento e da gravidade do dano causado ao
autor, mostra-se justo e razoável a condenação da acionada em danos morais
num quantum indenizatório de R$ XXXXX .

3.4 Da repetição de indébito em dobro

O consumidor cobrado indevidamente faz jus à repetição de indébito em dobro,


podendo esse crédito equivaler ao valor integral ou apenas ao excesso pleiteado. Dispõe
o art. 42, do CDC:

Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à


repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido
de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável”.

Segundo Almeida (2005, p. 167), a repetição de indébito constitui espécie de punitives


damages, ou seja, “indenização fixada com o intuito de punir o agente da conduta
causadora do dano cujo ressarcimento é autorizado pela lei em favor da vítima”.

Portanto, a repetição de indébito em dobro não objetiva tão somente a restituição da


quantia paga indevidamente, mas a imposição da sanção civil, a fim de que o fornecedor
seja punido em razão da sua prática abusiva.

Com relação ao efetivo pagamento, leciona Luiz Antônio Rizzatto Nunes (2005, p. 546)
que “[...] para ter direito a repetir o dobro, é preciso que a cobrança seja indevida e
que tenha havido pagamento pelo consumidor”.

Nesse mesmo sentido, é de suma importância trazer a baliza uma apelação, onde
estabelece que a cobrança de multa por fidelidade é indevida, entendimento da Décima
Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS da Relatora: Munira Hanna, vejamos:

APELAÇÃO. RESCISÃO DE CONTRATO. SERVIÇO DE ACESSO À INTERNET.


BANDA LARGA 3G. MÁ PRESTAÇÃO DE SERVIÇO. CLÁUSULA DE
FIDELIZAÇÃO. COBRANÇA DE MULTA. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. O serviço
não foi executado de forma regular pela empresa de telefonia, apresentando
inconstância severa na velocidade. Cabia à apelada demonstrar de forma cabal que o
consumidor estava acessando de forma contínua e regular o serviço de banda larga 3G,
o que não ocorreu no caso em tela. Outrossim, a responsabilidade é da fornecedora do
serviço, tal como preceitua o art. 14 do CDC, e tal responsabilidade é objetiva. Dessa
forma, a multa de fidelidade é indevida, pois o serviço contratado de internet não
funcionou, ou seja, tornou-se inútil ao fim a que se destinava, frustrando as
expectativas do apelante ao adquirir um modem com velocidade de banda larga. O
apelante não efetuou o pagamento dos valores constantes na fatura, sendo indevida a
restituição dos valores em dobro. Não preenchido os requisitos do art. 42, do CDC.
APELO PARCIALMENTE PROVIDO. (Apelação Cível Nº 70040479842, Décima
Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Munira Hanna, Julgado em
11/04/2013) (TJ-RS - AC: XXXXX RS, Relator: Munira Hanna, Data de Julgamento:
11/04/2013, Décima Sexta Câmara Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia
15/04/2013)

No caso em apreço, a parte autora tinha contratado o serviço de internet banda-larga de


500 megas, no entanto, conforme demonstrado nas provas anexas, nunca obteve a
velocidade da conexão mínima exigida pela ANATEL de 40% da velocidade.

Ainda assim, realizou o pagamento da fatura do dia XX/XX/XXXX (comprovante


anexo), onde R$ XXXXX fora pago indevidamente.

Ademais, a cobrança indevida consubstancia violação ao dever anexo de cuidado e,


portanto, destoa do parâmetro de conduta determinado pela incidência do princípio da
boa-fé objetiva.

Portanto, requer a repetição de indébito sob o valor pago em excesso de R$ XXXXX.


4- DO PEDIDO

Ante tudo o que foi exposto, requer:

a) A concessão do benefício da justiça gratuita, uma vez que, o autor não possui meios
para arcar com as custas do processo. Fundamenta seus pedidos nos artigos 98 e
seguintes do CPC e art. 5º, LXXIV da Constituição Federal;

b) A citação da Ré, para que, querendo, conteste os fatos narrados, devendo comparecer
em audiência a ser designada por este juízo, sob pena de confissão e aplicação dos
efeitos da revelia.

c) que seja determinada a inversão do ônus da prova em favor da parte autora, consoante
disposição do artigo 6º, inciso VIII, do CDC.

d) que ao final sejam julgados TOTALMENTE PROCEDENTES os pedidos da


presente demanda, condenando as empresas acionadas a reparação dos danos morais e
materiais experimentados pelo autor, conforme toda narrativa fática, nos valores
especificados abaixo:

e) Seja a requerida condenada ao pagamento no valor de XXXX

f) Requer, ainda, a condenação a título de DANOS MORAIS, diante do caráter


disciplinar da indenização, bem como do poderio econômico da empresa demandada,
das circunstâncias do evento e da gravidade do dano causado ao autor valor de R$
XXXX.

g) Oportunamente, requer que a condenação pecuniária seja acrescida de correção


monetária a partir da data do arbitramento, conforme Súmula 392 do STJ, e juros legais
incidindo desde o evento danoso, como preceitua a Súmula 54 do STJ

Requer provar a veracidade dos fatos aqui alegados por todos os meios de provas em
direito admitidos, especialmente prova testemunhal.

Dá-se à causa o valor de R$ XXXX (valor por extenso).

Nestes termos,

Pede Deferimento.

MARIA EDUARDA ARAÚJO DOS SANTOS


OAB/RJ

Você também pode gostar