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1 - DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
2- DOS FATOS
Após a compra da 500 megas de Internet banda-larga pela empresa NET, ocorre que,
tornou-se impraticável a utilização do serviço de internet, foram constantes e
escandalosas falhas no serviço prestado pela demandada, tendo em vista que não era
entregue a velocidade contratada, conforme testes de velocidade anexos.
Cumpre ressaltar que, a parte autora sempre foi cliente da requerida, NET, prestadora de
serviço de telefonia fixa e da internet todo esse tempo cumpriu rigorosamente com a sua
obrigação contratual, pagando em dia os valores devidos em contraprestação aos
serviços contratados, inclusive, para não entrar no rol dos maus pagadores já efetuou o
pagamento da multa que fora enviada indevidamente.
No entanto, Excelência, o mesmo não se pode afirmar em relação à requerida, uma vez
que os serviços que foram prestados a parte autora, sobretudo nos meses que
antecederam ao término do contrato, foram de péssima qualidade, em total desrespeito
ao que fora de livre vontade acordado entre as partes, ocasionando diversos transtornos
no âmbito moral e material, situação que em si enseja a responsabilidade civil da ré e
propicia necessária indenização para compensar os danos sofridos pelo requerente.
Desta feita, provocado pela inércia da requerida e pela má prestação dos serviços, o
requerente se viu obrigado a contratar um novo plano de internet, de forma suprir às
suas necessidades e de atenuar a omissão da contratada. Deste modo, requereu junto
com uma outra empresa que fosse feita a portabilidade dos serviços.
O prejuízo causado a parte autora é cristalino, eis que foi privado de utilizar os serviços
contratados, em razão da péssima qualidade do serviço de internet. Feitas essas
referências e, apesar de ambos os serviços, é inequívoca a culpa atribuída à Empresa
Promovida, restando-nos pelo reconhecimento dos danos morais e materiais suportados
pela parte Autora, tudo em sintonia com a melhor doutrina e jurisprudência.
Desta forma, deve ser responsabilizada civilmente, a parte requerida pela má prestação
de serviços (inclusive de serviços essenciais), tendo privado a parte demandante, por
longos períodos e de maneira reiterada e frequente, de utilizar os serviços contratados,
essenciais no regular desempenho de suas atividades diárias pessoais e profissionais.
Portanto, nas razões acima explanadas, bem como na exposição jurídica que se segue
vem a parte autora pleitear indenização por danos morais e materiais.
3- DOS DIREITOS
“Art. 4º: A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento
das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a
proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como
a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios:
(...)
O autor é pessoa de boa-fé, conduta ilibada e honesto que sempre arcou assiduamente
com as suas mensalidades para com a prestadora de serviços de acesso à internet, em
contrapartida, a prestadora se comprometeu a franquiar de forma satisfatória o acesso à
rede mundial de internet, sob os termos estipulados pela ANATEL, porém, o que ocorre
é que a acionada deixou de cumprir com sua obrigação de fornecer um serviço de
qualidade, bem como incialmente contratado.
3.1 Das Resoluções – Anatel. Devolução dos valores referente ao serviço de internet
1. A velocidade da conexão não deve ser inferior a 40% da velocidade que foi ofertada
ao cliente, no caso em epígrafe a internet mínima entregue a parte autora não
chegava nem a 30% da velocidade contratada, conforme comprovado em testes
anexos.
Art. 3º O Consumidor dos serviços abrangidos por este Regulamento tem direito, sem
prejuízo do disposto na legislação aplicável e nos regulamentos específicos de cada
serviço:
Dessa forma, não há o que se falar em multa de fidelidade do caso em apreço, tendo em
vista que a acionada descumpriu a obrigação contratual.
É correto que, antes mesmo do direito à indenização material e moral ter sido erigido à
categoria de garantia constitucional, já era previsto em nossa legislação
infraconstitucional, bem como, reconhecido pela Justiça.
Consoante entendimento do ordenamento jurídico pátrio, todo aquele que causar dano a
outrem, seja por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência comete ato
ilícito, ocasionando por consequência a obrigação de reparação do respectivo dano.
O valor a ser arbitrado a título de indenização por dano moral compete ao prudente
arbítrio do magistrado, que de acordo com os parâmetros preconizados pela doutrina e
jurisprudência, quer sejam: ato ilícito, extensão do dano, e situação econômica das
partes, estabelecerá o valor a ser indenizado, ou seja, pago pelo agente causador do
dano.
No mesmo sentido, o art. 6, inciso VI, do CDC, expõe que são direitos do
consumidor "a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais,
individuais, coletivos e difusos". Dessa forma, frente aos ditames legais e aos fatos
narrados, é claro o dever da requerida em indenizar a autora. E quanto a este dever
legal, assim leciona o saudoso professor da Universidade de São Paulo, Carlos Alberto
Bittar (Curso de Direito Civil. 1ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 1994, p. 561):
Nesse mesmo contexto, disciplinando a matéria que versa sobre a ocorrência de um ato
ilícito gerador de um dano, seja ele moral ou material e o seu correlato dever de
indenizar, merecem especial atenção o artigo 186 e artigo e 927, ambos do CC,
vejamos:
“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato
ilícito”.
“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo”.
Ademais, além das leis positivadas no nosso ordenamento jurídico, os costumes também
são fontes de direito e devem servir para delinear as condutas dos cidadãos na
sociedade.
Com relação ao efetivo pagamento, leciona Luiz Antônio Rizzatto Nunes (2005, p. 546)
que “[...] para ter direito a repetir o dobro, é preciso que a cobrança seja indevida e
que tenha havido pagamento pelo consumidor”.
Nesse mesmo sentido, é de suma importância trazer a baliza uma apelação, onde
estabelece que a cobrança de multa por fidelidade é indevida, entendimento da Décima
Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS da Relatora: Munira Hanna, vejamos:
a) A concessão do benefício da justiça gratuita, uma vez que, o autor não possui meios
para arcar com as custas do processo. Fundamenta seus pedidos nos artigos 98 e
seguintes do CPC e art. 5º, LXXIV da Constituição Federal;
b) A citação da Ré, para que, querendo, conteste os fatos narrados, devendo comparecer
em audiência a ser designada por este juízo, sob pena de confissão e aplicação dos
efeitos da revelia.
c) que seja determinada a inversão do ônus da prova em favor da parte autora, consoante
disposição do artigo 6º, inciso VIII, do CDC.
Requer provar a veracidade dos fatos aqui alegados por todos os meios de provas em
direito admitidos, especialmente prova testemunhal.
Nestes termos,
Pede Deferimento.