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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA VARA DO

JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE VOTORANTIM-SP

Processo n° XXXXX-00.0000.0.00.0000

Nome, já devidamente qualificado no processo em questão, neste ato representado


por sua advogada, vem perante esse juízo apresentar EMENDA INICIAL, bem como que
passe a constar a inicial pelos seguintes termos conforme abaixo:

Nome, brasileiro, convivente em união estável, desempregado, inscrito no RG n°


00000-00 e CPF. n° 000.000.000-00, residente e domiciliado na EndereçoCEP 00000-
000, Estado de São Paulo, por suas advogadas infra-assinadas, conforme procuração
anexa, endereço constante no instrumento mandato, vem, respeitosamente, perante
Vossa Excelência, propor a presente

AÇÃO INDENIZATÓRIA DE CONTRATO DE SERVIÇOS NÃO CUMPRIPRIDO COM


RESTITUIÇÃO DE VALORES PAGOS C/C DANOS MORAIS

em face da Nome , pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ


n°00.XXXXX/0000-00, com sede no endereço de EndereçoCEP 00000-000, pelos fatos e
fundamentos a seguir expostos:

1 - DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
Conforme os artigos 98 e seguintes do Código de Processo Civil e art. 5°, LXXIV da
Constituição Federal, a Autora requer a concessão da gratuidade da justiça, por ser
economicamente hipossuficiente e não poder arcar com as custas processuais sem
prejuízo do seu próprio sustento e da sua família. 2- DOS FATOS

A parte autora contratou o serviço de telefone e internet na data de 08 de janeiro de


2018.

Inicialmente o Requerente contratou o plano de mídia net home, de 10Mb, no entanto


no ano de 2020 o sinal de internet começou a apresentar falhas constates, chegando a
ficar 4 dias sem o sinal de internet em outubro do respectivo ano, além do sinal ficar
caindo e ser inconstante.

Motivo pelo qual o requerente entrou em contato com a empresa ré (dia 29 de


setembro 2020) e solicitou o aumento na velocidade da internet, passando para 50
Mb, onde pagaria R$ 00.000,00 por mês.

Ocorre que, mesmo com a troca do plano o sinal de internet se mostrou insatisfatório,
tendo em vista que o sinal caia frequentemente, não atingia a velocidade contratada, o
que prejudicava a vida do requerente, uma vez que frequenta curso on-line e com a
internet nessa situação o mesmo não conseguia assistir as aulas.
Tornando-se impraticável a utilização do serviço de internet, foram constantes e
escandalosas falhas no serviço prestado pela demandada, tendo em vista que não era
entregue a velocidade contratada e se quer o sinal se mantinha estável.

Desde o início de 2020, a má prestação do serviço mostrou- se contínua e habitual, de


maneira inadvertida e injustificável.

A parte autora fez inúmeras reclamações na esperança de que seus problemas fossem
solucionados o que nunca logrou êxito.

Cumpre ressaltar que, a parte autora sempre foi cliente da requerida, prestadora de
serviço de telefonia fixa e da internet todo esse tempo cumpriu rigorosamente com a
sua obrigação contratual, pagando em dia os valores devidos em contraprestação aos
serviços contratados, inclusive, para não entrar no rol dos maus pagadores, tendo
inclusive pago faturas cobradas a mais erroneamente emitidas pela requerida,
conforme faturas anexas.

No entanto, Excelência, o mesmo não se pode afirmar em relação à requerida, uma


vez que os serviços que foram prestados a parte autora, foram de péssima qualidade,
em total desrespeito ao que fora de livre vontade acordado entre as partes,
ocasionando diversos transtornos no âmbito moral e material, situação que em si
enseja a responsabilidade civil da ré e propicia necessária indenização para compensar
os danos sofridos pelo requerente.

Desta feita, provocado pela inercia da requerida e pela má prestação dos serviços, a
requerente se viu obrigada a contratar um novo plano de internet, de forma suprir às
suas necessidades e de atenuar a omissão da contratada. Deste modo, requereu junto
com uma outra empresa que fosse a instalação de um novo ponto de internet.

No dia 13 de outubro devido ao descontentamento com o fornecimento de internet,


que simplesmente não funcionava, o requerente solicitou o cancelamento.

Não obstante, diante do exposto apresentado, para a sua surpresa fora cobrada multa
por quebra de contrato no valor de R$ 00.000,00, tendo em vista a quebra do contrato
por parte desta, fora informado que o contrato somente seria cancelado mediante o
pagamento da multa.

Porém, no caso em tela verifica-se que, de acordo com o artigo 58 da resolução


632/2014 da ANATEL, não pode o requerente suportar o ônus contratual, quando a
responsabilidade contratual fora quebrada pela parte requerida.

O prejuízo causado a parte autora é cristalino, eis que foi privada de utilizar os serviços
contratados, em razão da péssima qualidade do serviço de internet. Feitas essas
referências e, apesar de ambos os serviços, é inequívoca a culpa atribuída à Empresa
Promovida, restando-nos pelo reconhecimento dos danos morais e materiais
suportados pela parte Autora, tudo em sintonia com a melhor doutrina e
jurisprudência.
Desta forma, deve ser responsabilizada civilmente, a parte requerida pela má
prestação de serviços (inclusive de serviços essenciais), tendo privado a parte
demandante, por longos períodos e de maneira reiterada e frequente, de utilizar os
serviços contratados, essenciais no regular desempenho de suas atividades diárias
pessoais e profissionais (tendo em vista que o requerente está fazendo curso
profissionalizante para ingressa no mercado de trabalho).

No mais, seque o link com o vídeo que demostra por duas sequencias diferentes de
dias, que a internet não funcionava.

https://drive.google.com/file/d/18xjVLUYV8ojXF48GAIurq RAYOInZPVi9/view?
usp=sharing

https://drive.google.com/file/d/191YBBcuS1dDI6QYMZmP QVC5nxY0Fyvem/view?
usp=sharing

Portanto, nas razões acima explanadas, bem como na exposição jurídica que se segue
vem a parte autora pleitear indenização por danos morais e materiais.

3- DOS DIREITOS
O Código de Defesa do Consumidor define, de maneira bem nítida, que consumidor é
toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como
destinatário final, além de resguardar o direito do hipossuficiente, senão vejamos:

"Art. 4°: A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento
das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a
proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem
como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes
princípios:

(...)

III- harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e


compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de desenvolvimento
econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a
ordem econômica (art. 170, V da CF/88) sempre com base na boa- fé e equilíbrio nas
relações entre consumidores e fornecedores."

A parte autora é pessoa de boa-fé, conduta ilibada e honesta que sempre arcou
assiduamente com as suas mensalidades para com a prestadora de serviços de acesso
à internet, em contrapartida, a prestadora se comprometeu a franquiar de forma
satisfatória o acesso à rede mundial de internet, sob os termos estipulados pela
ANATEL, porém, o que ocorre é que a acionada deixou de cumprir com sua obrigação
de fornecer um serviço de qualidade, bem como incialmente contratado.

3.1 Do cancelamento
Tendo em vista o mal funcionamento da rede de internet, que não supre a
necessidade do Autor e tão pouco tem estabilidade, ficando por dias sem conexão.

Faz-se necessário o cancelamento do contrato, uma vez que o mesmo não funciona da
maneira que deveria.

O autor por diversas vezes solicitou o cancelamento do mesmo junto a empresa ré, no
entanto a ré condiciona o cancelamento ao pagamento da multa já mencionada, multa
essa indevida.

Dessa maneira requer o cancelamento do contrato, por ser medida de justiça!

3.2 Das Resoluções - Anatel. Devolução dos valores referente ao serviço de internet

A Resolução n° 574, de 28 de outubro de 2011 - Anatel estabelece que, sempre que as


prestadoras que oferecerem serviços de conexão à Internet, elas devem que respeitar
os padrões mínimos de qualidade definidos na regulamentação. Entre as obrigações
técnicas, está a de velocidade de conexão, medida de duas formas:

1. A velocidade da conexão não deve ser inferior a 40% da velocidade que foi ofertada
ao cliente.

2. Considerando todas as conexões à Internet, a média mensal da velocidade não deve


ser inferior a 80% da velocidade ofertada ao cliente.

Outrossim, o Regulamento Geral de Direitos do Consumidor de Serviços de


Telecomunicações - RGC, a resolução n° 632, de 7 de março de 2014, estabelece em
seu art. 3°, I, que os consumidores dos serviços abrangidos por este regulamento tem
direito o acesso e fruição dos serviços dentro dos padrões de qualidade e regularidade
previstos na regulamentação, e conforme as condições ofertadas e contratadas, senão
vejamos:

Art. 3° O Consumidor dos serviços abrangidos por este Regulamento tem direito, sem
prejuízo do disposto na legislação aplicável e nos regulamentos específicos de cada
serviço:

I - ao acesso e fruição dos serviços dentro dos padrões de qualidade e regularidade


previstos na regulamentação, e conforme as condições ofertadas e contratadas;

Ademais, o art. 58, parágrafo único, da resolução n° 632, de 7 de março de 2014, a


ANATEL, prevendo a possibilidade da fornecedora sopesar onerosas condições aos
consumidores, tal como a fidelização sob pena de multa, senão vejamos:

Parágrafo único. É vedada a cobrança prevista no caput na hipótese de rescisão em


razão de descumprimento de obrigação contratual ou legal por parte da Prestadora ,
cabendo a ela o ônus da prova da não-procedência do alegado pelo Consumidor.
Dessa forma, não há o que se falar em multa do caso em apreço, tendo em vista que a
acionada descumpriu a obrigação contratual.

Portanto, a cobrança da multa é indevida. Requer o cancelamento do serviço


contratado Mídia Net home, sem que seja cobrada a multa de R$ 00.000,00, MULTA
ESSA INDEVIDA.

3.3 Do inadimplemento obrigacional. Dos Danos Morais e Materiais

Estabelece o art. 14 do Código de Defesa do Consumidor que "o fornecedor de serviços


responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos
causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços".

O direito à indenização por danos materiais e morais encontra-se expressamente


consagrado em nossa Carta Magna, como se vê pela leitura de seu artigo 5°, incisos V e
X, os quais transcrevo: "É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo,
além da indenização por dano material, moral ou à imagem" (artigo 5°, inciso V, CF).

"São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,


assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral, decorrente de sua
violação" (artigo 5°, inciso X, CF).

É correto que, antes mesmo do direito à indenização material e moral ter sido erigido à
categoria de garantia constitucional, já era previsto em nossa legislação
infraconstitucional, bem como, reconhecido pela Justiça.

O comando constitucional do art. 5°, V e X, também é claro quanto ao direito da parte


autora à indenização dos danos morais sofridos. É um direito constitucional.

Consoante entendimento do ordenamento jurídico pátrio, todo aquele que causar


dano a outrem, seja por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência
comete ato ilícito, ocasionando por consequência a obrigação de reparação do
respectivo dano.

O valor a ser arbitrado a título de indenização por dano moral compete ao prudente
arbítrio do magistrado, que de acordo com os parâmetros preconizados pela doutrina
e jurisprudência, quer sejam: ato ilícito, extensão do dano, e situação econômica das
partes, estabelecerá o valor a ser indenizado, ou seja, pago pelo agente causador do
dano.

No mesmo sentido, o art. 6, inciso VI, do CDC, expõe que são direitos do consumidor "a
efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e
difusos". Dessa forma, frente aos ditames legais e aos fatos narrados, é claro o dever
da requerida em indenizar a autora. E quanto a este dever legal, assim leciona o
saudoso professor da Universidade de São Paulo, Nome (Curso de Direito Civil. 1a ed.
Rio de Janeiro: Forense, 1994, p. 561):
O lesionamento a elementos integrantes da esfera jurídica alheia acarreta ao agente a
necessidade de reparação dos danos provocados. É a responsabilidade civil, ou
obrigação de indenizar, que compele o causador a arcar com as consequências
advindas da ação violadora, ressarcindo os prejuízos de ordem moral ou patrimonial,
decorrente de fato ilícito próprio, ou de outrem a ele relacionado.

Sobre o caso, não se pode aceitar que a má prestação do serviço de forma contínua
seja um mero aborrecimento do cotidiano como as operadoras de sinal de internet
costumam argumentar. Em circunstâncias como a relatada, o transtorno, o incomodo
exagerado, o sentimento de impotência da autora diante da requerida e do seu agir
abusivo e ilícito, extrapola os limites do aceitável como aborrecimento do cotidiano e
caracteriza, sem dúvidas, o dano pessoal, justificando, portanto, a indenização, além
de prejudicar o requerente em seu curso online.

Nesse mesmo contexto, disciplinando a matéria que versa sobre a ocorrência de um


ato ilícito gerador de um dano, seja ele moral ou material e o seu correlato dever de
indenizar, merecem especial atenção o artigo 186 e artigo e 927, ambos do CC,
vejamos:

"Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato
ilícito".

"Art. 927. Aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará- lo".

Ademais, além das leis positivadas no nosso ordenamento jurídico, os costumes


também são fontes de direito e devem servir para delinear as condutas dos cidadãos
na sociedade.

A doutrina confirmada pela jurisprudência entende que a responsabilização civil exige


o dano, havendo o dever de indenizar na medida de sua extensão e este deve ser
certo, - entenda-se: possível, real, aferível.

Assim, o caso em comento dá ensejo à indenização. No entanto, não se mostra


necessário a comprovação dos dissabores ocasionados, uma vez que se trata de dano
in re ipsa , o qual independe de prova efetiva, bastando os fatos alegados e os
transtornos daí decorrentes.

Ante as situações jurídicas e fáticas já expostas, importante é trazer à análise os


seguintes julgados, que se amoldam ao caso presente e dão guarida ao direito da
autora:

CONSUMIDOR. INTERNET. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. DANO MORAL


CONFIGURADO. NECESSIDADE DE INTIMAÇÃO PARA CUMPRIMENTO DA SENTENÇA,
NÃO SE OPERANDO DE FORMA AUTOMÁTICA (ART. 475-J, CPC). SENTENÇA
PARCIALMENTE REFORMADA. Dano moral configurado, em face do desrespeito da
empresa, com relação ao usuário. O autor trouxe aos autos os diversos números de
protocolo que comprovam as inúmeras tentativas de solucionar o problema através da
via administrativa, o que não foi possível em razão do descaso da ré. Situação que
ultrapassa o mero dissabor do cotidiano, devendo o autor ser indenizado. (...). (TJ-RS -
Recurso Cível: (00)00000-0000 RS, Relator: Nome, Data de Julgamento:

12/12/2013, Terceira Turma Recursal Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia
16/12/2013).

CONSUMIDOR. CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO DE INTERNET. FALHA NA


PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. DEMORA NA SOLUÇÃO DO PROBLEMA. INTERVENÇÃO DO
PROCON. ESSENCIALIDADE DO SERVIÇO. DANOS MORAIS OCORRENTES. Considerando
a essencialidade do serviço de internet na atualidade e a ausência do serviço por mais
de um mês, sem justificativa (após vários pedidos de restabelecimento do serviço,
inclusive, com intervenção no PROCON), agride direito personalíssimo do consumidor,
ensejando o dever de indenizar. A indenização, no caso em tela, tem como escopo
reparar ou minimizar os transtornos sofridos pelo autor, os quais não podem ser tidos
como meros dissabores, uma vez que extrapolaram o limite razoável para o desfecho
esperado. (...). (TJ-RS - Recurso Cível: (00)00000-0000 RS, Relator: Nome, Data de
Julgamento: 21/08/2014, Terceira Turma Recursal Cível, Data de Publicação: Diário da
Justiça do dia 25/08/2014) APELAÇÃO CÍVEL - EMPRESA DE TELEFONIA E DE INTERNET -
FALHA NA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS - DESCUMPRIMENTO CONTRATUAL E
COBRANÇAS INDEVIDAS - COMPROVAÇÃO - DANOS MORAIS - CONFIGURADOS -
AUMENTO - POSSIBILIDADE - FIXAÇÃO RAZOÁVEL E PROPORCIONAL - HONORÁRIOS DE
ADVOGADO - MAJORAÇÃO - CABIMENTO - PERCENTUAL MÁXIMO - IMPOSSIBILIDADE -
CAUSA SEM MAIOR COMPLEXIDADE. - Caracterizada a falha na prestação de serviços
de internet que impediu o consumidor adimplente de utilizar-se do serviço contratado,
há que se reconhecer o direito à indenização por danos morais. - O valor da
indenização deve ser fixado com prudência, segundo os princípios da razoabilidade e
proporcionalidade, mostrando-se apto a reparar, adequadamente, o dano suportado
pelo ofendido, servindo, ainda, como meio de impedir que o condenado reitere a
conduta ilícita. (...). (TJ-MG - AC: XXXXX00033573001 MG, Relator: Nome, Data de
Julgamento: 21/08/2014, Câmaras Cíveis / 17a CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação:
02/09/2014).

Portanto, diante do caráter disciplinar da indenização, bem como do poderio


econômico da empresa demandada, das circunstâncias do evento e da gravidade do
dano causado ao autor, mostra-se justo e razoável a condenação da acionada em
danos morais num quantum indenizatório de R$ 00.000,00 (dez mil).

3.4 Da repetição de indébito em dobro

O consumidor cobrado indevidamente faz jus à repetição de indébito em dobro ,


podendo esse crédito equivaler ao valor integral ou apenas ao excesso pleiteado.
Dispõe o art. 42, do CDC:
Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição
do indébito , por valor igual ao dobro do que pagou em excesso , acrescido de correção
monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável".

Segundo Almeida (2005, p. 167), a repetição de indébito constitui espécie de punitives


damages , ou seja, "indenização fixada com o intuito de punir o agente da conduta
causadora do dano cujo ressarcimento é autorizado pela lei em favor da vítima".

Portanto, a repetição de indébito em dobro não objetiva tão somente a restituição da


quantia paga indevidamente, mas a imposição da sanção civil, a fim de que o
fornecedor seja punido em razão da sua prática abusiva."

Nesse mesmo sentido, é de suma importância trazer a baliza uma apelação, onde
estabelece que a cobrança de multa por fidelidade é indevida, entendimento da
Décima Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS da Relatora: Munira Hanna,
vejamos:

APELAÇÃO. RESCISÃO DE CONTRATO. SERVIÇO DE ACESSO À INTERNET. BANDA LARGA


3G. MÁ PRESTAÇÃO DE SERVIÇO. CLÁUSULA DE FIDELIZAÇÃO. COBRANÇA DE MULTA.
REPETIÇÃO DE INDÉBITO. O serviço não foi executado de forma regular pela empresa
de telefonia, apresentando inconstância severa na velocidade. Cabia à apelada
demonstrar de forma cabal que o consumidor estava acessando de forma contínua e
regular o serviço de banda larga 3G, o que não ocorreu no caso em tela. Outrossim, a
responsabilidade é da fornecedora do serviço, tal como preceitua o art. 14 do CDC, e
tal responsabilidade é objetiva. Dessa forma, a multa de fidelidade é indevida, pois o
serviço contratado de internet não funcionou, ou seja, tornou-se inútil ao fim a que se
destinava, frustrando as expectativas do apelante ao adquirir um modem com
velocidade de banda larga. O apelante não efetuou o pagamento dos valores
constantes na fatura, sendo indevida a restituição dos valores em dobro. Não
preenchido os requisitos do art. 42, do CDC. APELO PARCIALMENTE PROVIDO.
(Apelação Cível N° (00)00000-0000, Décima Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do
RS, Relator: Munira Hanna, Julgado em 11/04/2013) (TJ-RS - AC: (00)00000-0000 RS,
Relator: Munira Hanna, Data de Julgamento: 11/04/2013, Décima Sexta Câmara Cível,
Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 15/04/2013)

O autor realizou o pagamento das seguintes faturas: dia 30/10/2020 (comprovante


anexo), no valor de R$ 00.000,00/09/2020 - R$ 00.000,00/08/2020- R$
00.000,00/07/2020- R$ 00.000,00/06/2020 - R$ 00.000,00/05/2020- R$
00.000,00/04/2020- R$ 00.000,00/02/2020 -R$ 00.000,00, todos pagos a mais
indevidamente, sendo que o valor de inicialmente contratado era de R$ 00.000,00,
somado ao valor R$ 00.000,00 referente a multa, fazendo jus a repetição de indébito.

Ademais, a cobrança indevida consubstancia violação ao dever anexo de cuidado e,


portanto, destoa do parâmetro de conduta determinado pela incidência do princípio
da boa-fé objetiva.

Portanto, requer a repetição de indébito sob o valor de R$ 00.000,00 .


4- DO PEDIDO
Ante tudo o que foi exposto, requer:

a) A concessão do benefício da justiça gratuita, uma vez que, o Autor não possui meios
para arcar com as custas do processo. Fundamenta seus pedidos nos artigos 98 e
seguintes do CPC e art. 5°, LXXIV da Constituição Federal;

b) A citação da Ré, para que, querendo, conteste os fatos narrados, devendo


comparecer em audiência a ser designada por este juízo, sob pena de confissão e
aplicação dos efeitos da revelia.

c) que seja determinada a inversão do ônus da prova em favor da parte autora,


consoante disposição do artigo 6°, inciso VIII, do CDC.

d) que ao final sejam julgados TOTALMENTE PROCEDENTES os pedidos da presente


demanda, condenando a empresa acionada ao cancelamento do contrato e a
reparação dos danos morais e materiais experimentados pela Autora e o
cancelamento da multa cobrada no valor de R$ 00.000,00, conforme toda narrativa
fática, nos valores especificados abaixo:

e) Seja a requerida condenada ao pagamento no valor de R$ 00.000,00 pela repetição


de indébito .

f) Requer, ainda, a condenação a título de DANOS MORAIS, diante do caráter


disciplinar da indenização, bem como do poderio econômico da empresa demandada,
das circunstâncias do evento e da gravidade do dano causado a autora valor de R$
00.000,00.

g) Oportunamente, requer que a condenação pecuniária seja acrescida de correção


monetária a partir da data do arbitramento, conforme Súmula 392 do STJ, e juros
legais incidindo desde o evento danoso, como preceitua a Súmula 54 do STJ.

h) Requer a condenação da empresa Ré ao pagamento de custas e honorários


sucumbenciais.

Requer provar a veracidade dos fatos aqui alegados por todos os meios de provas em
direito admitidos, especialmente prova testemunhal.

Dá-se à causa o valor de R$ 00.000,00 (treze mil, quinhentos e oitenta e dois reais e
dezoito centavos)

Nestes termos, Pede Deferimento.

Votorantim/SP, 25 de novembro de 2020.

Nome 00.000 OAB/UF


Nome 00.000 OAB/UF

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