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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA


GABINETE DA DESEMBARGADORA INEZ MARIA B. S. MIRANDA

SEGUNDA CÂMARA CRIMINAL - SEGUNDA TURMA


APELAÇÃO Nº 0315945-68.2015.8.05.0080
COMARCA DE ORIGEM: FEIRA DE SANTANA
PROCESSO DE 1º GRAU: 0315945-68.2015.8.05.0080
APELANTE: ROMÁRIO DO NASCIMENTO DA SILVA
DEFENSORA PÚBLICA: TÂMIRES ARIEL LIMA CARDOSO
APELADO: MINISTÉRIO PÚBLICO
PROMOTOR(A): ANDRÉ LUIS LAVIGNE MOTA
RELATORA: INEZ MARIA B. S. MIRANDA

APELAÇÃO CRIMINAL. TRÁFICO DE DROGAS.


NEGATIVA DE AUTORIA. DECISÃO
CONDENATÓRIA RESPALDADA NO ACERVO
PROBATÓRIO. RECURSO CONHECIDO E
IMPROVIDO.
Provada a autoria delitiva do crime de tráfico de drogas pela
convergência do inquérito policial com as provas produzidas
em juízo, impõe-se a condenação.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos da apelação criminal nº


0315945-68.2015.8.05.0080, da comarca de Feira de Santana, em que figuram como
recorrente Romário do Nascimento da Silva e recorrido o Ministério Público.

Acordam os Desembargadores integrantes da Segunda Turma julgadora


da Segunda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, à
unanimidade de votos, em conhecer e negar provimento ao recurso, na esteira das
razões explanadas no voto da Relatora.

Salvador, em O) de mA ATO de 2020.

INEZ MARIA B. S. MIRANDA


PRESIDENTE E RELATORA

PROCURADOR(A) DE JUSTIÇA

(08) Apelação nº 0315945-68.2015.8.05.0080 l


RELATÓRIO

Adoto, como próprio, o relatório constante da sentença de fls. 86/88,

acrescentando que esta julgou procedente a denúncia para condenar o Apelante


como incurso nas sanções previstas no art. 33, caput, da Lei Federal nº 11.343/06,
aplicando-lhe a pena de 06 (seis) anos de reclusão, cumulada com o pagamento de
600 (seiscentos) dias-multa, no valor unitário de 1/30 (um trigésimo) do salário
mínimo vigente à época dos fatos, em regime inicial fechado.

Irresignada, a defesa do Réu manejou a presente apelação, com suas


razões colacionadas às fls. 92/102, por meio das quais pleiteou a absolvição “haja
vista não haver provas suficientes para condenação, nos termos do art. 386, VII,

CPP ”, devendo prevalecer a máxima in dubio pro reo.

Em sede de contrarrazões, o Ministério Público pugnou pelo


improvimento do recurso. (fls. 106/110).

A Procuradoria de Justiça, às fls. 13/17 dos autos físicos, opinou pelo


conhecimento e improvimento do apelo.

E o relatório.

VOTO

Trata-se de apelação interposta contra a sentença que condenou o réu


Romário do Nascimento da Silva como incurso nas penas previstas no art. 33, caput,
da Lei Federal nº 11.343/06.

Presentes os pressupostos processuais de admissibilidade, conheço do


apelo.

Consta da denúncia que, no dia 20 de julho de 2015, prepostos da polícia


militar encontravam-se em ronda pelo conjunto José Ronaldo, quando avistaram, em
frente à casa de nº 192, em atitude suspeita, o Denunciado, o qual tentou empreender
fuga para não ser abordado, correndo para dentro da referida residência, sendo,
entretanto, perseguido e interceptado pelos policiais. Ato contínuo, em diligência,
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encontraram um frasco plástico contendo 45 (quarenta e cinco) pedras de crack,
embaladas individualmente, destinados à comercialização, além da quantia de R$
29,00 (vinte e nove reais).

Processado e julgado, o Recorrente foi condenado à pena privativa de


liberdade de 06 (seis) anos de reclusão, cumulada com o pagamento de 600
(seiscentos) dias-multa, no valor unitário de 1/30 (um trigésimo) do salário mínimo
vigente à época dos fatos, em regime inicial fechado.

Inconformada, a defesa manejou a presente apelação pleiteando sua


absolvição, sob o argumento de que a autoria delitiva não restou comprovada nos
autos.

Não se discute materialidade e autoria delitivas, eis que comprovadas


por meio dos Laudos de fls. 18 e 32, pelo Auto de Exibição e Apreensão de fl. 15,
bem como pelos depoimentos das testemunhas inguiridas na instrução, corroboradas
com as demais informações trazidas pelo inquérito policial.

Registre-se que os depoimentos dos agentes públicos, autores da prisão


em flagrante, em Juízo, demonstraram pertinência e unicidade fática entre si,
corroborando a tese acusatória, senão vejamos:

“(...) que estávamos em ronda quando visualizaram o senhor


Romário, em atitude suspeita, ele estava bastante nervoso;
que ele ainda se encontrava na rua; que se aproximaram a
fim de realizar uma abordagem de rotina, quando ele correu,
adentrando em uma residência, local aonde ele morava
segundo o mesmo; que tinha um muro em que ele tentou
fugir, mas foi alcançado pelos policias; que na residência foi
encontrada a quantidade de droga citada; que acredita ser
crack e que a mesma estava fracionada; que é um local

aonde há muita solicitação da comunidade em decorrência


pelo tráfico; que o que chamou atenção foi o fato de ele estar
muito nervoso (...)” (SD/PM Leandro Odillon Costa das
Mercês, mídia à fl. 07 dos autos físicos); BA

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“(...) que estavam em ronda, na localidade do Zé Ronaldo,
no momento que visualizou um indivíduo em uma atitude
suspeita, pois, quando ele avistou a guarnição empreendeu
fuga; que fizeram o acompanhamento; que ele entrou em
uma casa; que dentro da casa localizaram a substância, o

crack; que ele foi localizado em um terreno já nas


proximidades do terreno; que ele entrou na casa, fugiu por
este terreno; que pegaram ele a posteriori; que ele negou a
propriedade da droga; que nunca ouviu falar do acusado
antes do fato (...)” (SD/PM Ednaldo Pereira Medeiros,
mídia à fl. 07 dos autos físicos).

Sobre os fatos, o Recorrente ao ser ouvido na delegacia, à fl. 10, embora

tenha negado a propriedade das drogas apreendidas, assim como o fato de que não
teria tentado correr da polícia, relatou que já foi preso uma vez por tráfico e outra
por homicídio e que encontrava-se em liberdade condicional. Noutro eito, durante o
curso do processo, teve sua prisão relaxada, deixando de informar seu novo
endereço, razão pela qual foi decretada sua revelia e, por conseguinte, não foi
interrogado perante a Autoridade Judiciária.

Não há como afastar a conclusão de que o Recorrente incorreu na prática


do art. 33 da Lei nº 11.343/06. Destaque-se que a guarnição só efetuou a prisão do
Apelante em face da realização de ronda na localidade em que o mesmo se
encontrava, conhecida pelo alto índice de tráfico de drogas, fato este que veio a se
justificar com a localização e apreensão de 45 (quarenta e cinco) pedras de crack,
embaladas individualmente, destinados à comercialização, além da quantia de R$
29,00 (vinte e nove reais), conforme atesta o Auto de Exibição e Apreensão de fl. 15
e os Laudos de fls. 18 e 32, demonstrando que o fato em espeque não foi isolado em
sua vida e corporifica a tese acusatória.

Com efeito, a defesa do Apelante não se desincumbiu de refutar as


acusações que recafram sobre o Réu, nem mesmo uma versão capaz de desacreditar
os depoimentos prestados pelos policiais militares, não podendo, desta forma, tê-la
como verdadeira, atraindo para si a necessidade de comprovar o quanto alegado, em

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face do quanto preconizado no art. 156 do CPP.

Assim, estando à sentença recorrida em sintonia com o conjunto

probatório, mantenho sua condenação nas sanções previstas no caput, art. 33 da Lei
11.343/2006.

Por não ter sido objeto de impugnação, nada a alterar em relação à pena
aplicada, uma vez que nenhum vício auferível em benefício do Réu foi detectado.

Ante o exposto, conheço e nego provimento ao recurso, mantendo a

sentença recorrida in totum.

É como voto.

Sala de Sessões, em (O de winvo de 2020.

INEZ MARIA B. S. MIRANDA


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