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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA

COMARCA xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx - ESTADO DO PARANÁ.

“Quem só direito sabe, nem direito sabe”.

Processo: xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, devidamente qualificado nos autos epigrafados, por intermédio de


seu advogado devidamente nomeado por este Juízo (mov. 74.1), vem mui respeitosamente a
Vossa Excelência, com fulcro nos artigos 403, § 3º do Código de Processo Penal, apresentar
suas ALEGAÇÕES FINAIS, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.

I. DOS FATOS

JONATHAN RODRIGUES DO PRADO foi incurso no tipo penai previsto no artigo 155, §4°,
incisos I e IV (rompimento de obstáculo e concurso de duas ou mais pessoas), do Código Penal.

2. Segundo consta da exordial acusatória o Réu,

No dia 21 de janeiro de 2023, por volta de 00h45min, durante o


repouso noturno1 , nas dependências do estabelecimento comercial
denominado Clínica Bem Estar (clínica de fisioterapia), localizado na
Rua Brasília, 99, Jardim América, nesta cidade e Comarca de Assis
Chateaubriand/PR, o denunciado JONATHAN RODRIGUES DO
PRADO e outro indivíduo não identificado até o momento, com
vontades livres e conscientes, agindo dolosamente, com inequívocos
ânimos de assenhoreamento definitivo, em comunhão de vontades e
conjugação de esforços, mediante rompimento de obstáculo,
consubstanciado no arrombamento de uma janela de vidro nos fundos
do estabelecimento, em cima de uma porta de metal, conforme auto de
levantamento de local de furto de mov. 55.1, subtraíram, para si, coisas
alheias móveis, consistentes em um jaleco branco, avaliado em R$
50,00 (cinquenta reais), um adorno de cerâmica cromado, avaliado em
R$ 100,00 (cem reais), dois carregadores de celular, avaliados em R$
60,00 (sessenta reais) e uma Smart TV, marca LG, modelo 32”, cor
branca com detalhes cinza, avaliada em R$1.000,00 (mil reais),
conforme auto de apreensão de mov. 1.7 e 52.1 – fls. 19/20 e avaliação
de mov. 52.1 – fls. 34/35, os quais se encontravam no interior do citado
estabelecimento comercial, pertencentes à vítima Silmara Brito dos
Santos.

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3. A denúncia foi recebida por este Juízo em 31/01/2023 (mov. 65.1).

4. O Indigitado fora citado pessoalmente (mov. 69.2) e por meio do seu defensor
nomeado (mov. (74.1), apresentou resposta à acusação no mov. 79.1.

5. Em audiência de instrução e julgamento foram inquiridas a vítima e os milicianos que


diligenciaram durante a ocorrência e interrogado o
Réu (mov. 100.1 e seguintes).

7. Em suas alegações finais o Ministério Público pugnou, nos temos da denúncia pela
condenação do Réu.

8. Em síntese, são os fatos.

II. DO DIREITO
II. I DA ABSOLVIÇÃO POR NEGATIVA DE AUTORIA

Em que pese o labor despendido pelo ilustre representante ministerial, da análise detida dos
autos verifica-se que suas alegações não merecem prosperar, conforme será demonstrado.

Em se procedendo uma análise imparcial da prova gerada pela demanda, tem-se, como dado
irrefutável, que a mesma é manifestamente anêmica e deficiente, para ancorar um juízo
condenatório em face do acusado.

Observe-se, por relevantíssimo que o Réu durante seu interrogatório em audiência de


instrução optou pro falar, quando poderia ficar em silêncio e de forma categórica e
convincente negou a prática dos atos delituosos que lhes são imputados.
Afirmou que no dia dos fatos foi abordado em uma praça da cidade pelo policias, local onde
pernoitava naquela ocasião em decorrência de que se encontrava em situação de rua, próximo
das 00hs quando se preparava para dormir.

Que levantou do local onde estava com os policias apontando o facho de luz das suas lanternas
para o seu rosto e que até aquele momento não sabia o que estava acontecendo.

Que não viu e nem sabe quem possivelmente tenha praticado o delito. Afirmou ainda não saber
onde fica localizada a clinica onde ocorreu o furto e que anda com as roupas sujas por ser
morador de rua. Negou que tivesse passado perto do local ou saido de algum mato.

Por sua vez o policial xxxxxxxxxxxxxxxx que participou das diligencias, arrolado como
testemunha em sua inquirição afirmou que ao chegar ao local do fato avistou dois indivíduos
correndo em direções opostas; que já conhecia o indigitado de outras ocorrências e que devido
às características pode constatar que se tratava dele a pessoa que correu em sentido à praça das
Américas.

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Que com o indigitado não foi encontrado nenhum objeto oriundo do delito; que o local onde o
indigitado foi encontrado é local onde pessoas em situação de risco costuma a pernoitar.

O policial EDxxxxxxxxxxxxxxxxx por sua vez afirmou em sua inquirição que ao chegar ao
local dos fatos avistou o indigitado saindo de um lote ao lado e que após constatarem o
arrombamento saíram em diligencia em direção a Rua Estados Unidos, local para onde o
indigitado havia se deslocado e que não encontrou ele com nenhum objeto furtado.

Que ao chegarem na praça das Américas encontraram o indigitado com as mesmas


características da pessoa avistada no local dos fato. A ser indagado pela defesa o porquê de a
equipe não ter abordado o indigitado no local do , já que havia sido informada pela central da
ocorrência do fato o policial afirmou que antes optaram por averiguar o estabelecimento

A Vitima, ao ser inquirida afirmou não conhecer o réu e de nuca tê-lo visto antes, e que só
ficou sabendo da ocorrência após ter sido avisada pela própria policia.

Vale lembrar que no momento da abordagem policial, o réu informou que estava na praça para
pernoitar já que era morador de rua e não tinha qualquer envolvimento com o ocorrido.

Conforme se destaca, nem os policias nem a vitima puderam informar categoricamente que
tenha sido o indigitado que adentrou ao estabelecimento pro meio de rompimento para furtar os
artigos ali localizados.

Podemos nos basear dessa absolvição, seguindo o principio da presunção de inocência (indubio
pro reo) que nas palavras do doutrinador Heleno Claudio Fragoso que em sua obra
Jurisprudencial Criminal preconiza:

“Nenhuma pena pode ser aplicada sem a mais completa certeza dos
fatos. A pena, disciplinar ou criminal, atinge a dignidade, a honra e a
estima da pessoa, ferindo-a gravemente no plano moral, além de
representar a perda dos bens ou interesses materiais”.

Nos termos do art. 386, IV do Código de Processo Penal brasileiro, deverá o juiz absolver o
Réu sempre que restar comprovada a sua não participação no cometimento da infração penal.

Com efeito, o indigitado, ao ser ouvido em audiência, negou veementemente a acusação que
lhe foi feita, afirmando não ter participado do furto mencionado na denuncia. Afirmou que na
hora do fato estava na praça, local onde foi localizado pelos policias desde próximo das
20h00min.

Ressalta-se que o interrogatório do Réu é considerado de prova defesa, devendo também ser
sopesado por Vossa Excelência por ocasião da sentença. No presente caso, resta, pois, a palavra
do Réu e das testemunhas, que devam prevalecer, tendo em vista a ausência de outros
elementos de convicção, atendendo-se ao principio do “in dubio pro reo”.

Em relação à acusação que lhe é imposta,o Réu é inocente. Para a sua cpondcenação a prova da
autoria deve ser plana e convincente ao passo que para a absolvição basta a duvida,

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consagradno o principio “ indubio pro reo” contido no artigo 386, V do Código de Processo
penal.

Logo, a defesa reputa necessário que seja reconhecido o principio consatitucional do indubio
pro reo, na medida em que hã duvidas maiis que razoáveis acerca dos fatos e que estas devem
militar sempre a favor do acusa,

Neste ínterim resta ponderam que há muito a palavra dos policias deixou de ser suficiente para
base condenatória em vista de que a fé pública de sua palavras sequer é observada pelo
ordenamento Constitucional e sua aplicabilidade serve apenas ao âmbito administrativo, jamais
pode se sobrepor ao principio constitucional supracitado de presunção de inocência que por
obvio descamba no brocardo de que na duvida, permanece o beneficio ao Réu.

Dessa forma, deve o Réu ser absolvido por não existirem elementos de prova suficientes para
condená-lo e não há provas de sua autoria, nos moldes do art. 386, incisos IV e V do Código
penal.

DA INSUFUCICIÊNCIA DE PROVA PARA A CONDENAÇÃO

A exordial acusatória do insigne Ministério Público resumiu-se a denunciar o Réu, lastreado


por mero relato da vitima e dos policiais arrolados como testemunhas, pelo crime de furto
qualificado, tipificado no art. 155,§4, incisos I e IV do Código Penal.

É possível observar dos depoimentos colhidos durante a audiência de instrução e julgamento, a


fragilidade no conjunto probatório que se sustenta ada acusação. Com efeito, apenas três
testemunhas fora ouvidas, sendo duas delas, policiais militares que não presenciaram os fatos e
cujo depoimento foi ainda mais relativizado em detrimento do principio Constitucional da
presunção de inocência que jamais pode sucumbir a mero principio ordinário extraído do
direito administrativo que dentro do processo penal se pondera à teratologia jurídica.

A vitima, proprietária dos bens furtados, sequer viu o cometimento dos fatos, por obvio não
reconhece o acusado com autor, condição que também deve ser levado em consideração pelo
nobre julgador ao proferir a decisão. O réu por sua vez, reitera-se, afirmou de forma categórica
não ter participado do fato e não conhecer quem o praticou e consigo sequer foi encontrado
qualquer objeto oriundo do furto que lhe é imputado.

È certo que o art. 38, VII, prevê que o Juiz absolverá o réu quando não existir prova suficiente
para a condenação. Repisa-se, neste caso, deve haver ainda observância e respeito ao principio
do “in dubio pero reo”, o quel preceitua que havendo duvida razoável, esta deve ser utilizada
em favor do acusado, sendo ele, portanto, absolvido.

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No presente caso, observa-se a fragilidade e insuficiência de provas testemunhais e matérias
produzidas. Neste sentido, é a a Jurisprudência do Tribunal de justiça do Paraná, vejamos:

APELAÇÃO CRIMINAL – CRIME DE FURTO MAJORADO PELO


REPOUSO NOTURNO, NA FORMA TENTADA (ARTIGO 155, § 1º,
C/C O ARTIGO 14, INCISO II, AMBOS DO CÓDIGO PENAL) –
SENTENÇA CONDENATÓRIA – RECURSO DA DEFESA – PLEITO
DE JUSTIÇA GRATUITA. NÃO CONHECIMENTO. COMPETÊNCIA
DO JUÍZO DA EXECUÇÃO. PRETENSÃO DE REFORMA E
ABSOLVIÇÃO – ACOLHIMENTO – ELEMENTOS CONDUCENTES
AO CONVENCIMENTO SOBRE A INTENÇÃO DO RÉU NA
CONDUTA IMPUTADA NÃO VERIFICADOS – DÚVIDA
INVENCÍVEL – AUSÊNCIA DE PROVAS SUFICIENTES PARA
CONDENAÇÃO - INCIDÊNCIA DO PRINCÍPIO DO IN DUBIO PRO
REO – COROLÁRIO DA PREVISÃO CONSTITUCIONAL DA
PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA – SENTENÇA REFORMADA, COM A
ABSOLVIÇÃO DO APELANTE, NA FORMA DO ARTIGO 386,
INCISO VII DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL – RECURSO
CONHECIDO E PROVIDO.
(TJPR - 4ª Câmara Criminal - 0008324-84.2022.8.16.0131 - Pato
Branco - Rel.: SUBSTITUT SANSON CORAT - J. 26.06.2023)

Diante do exposto, a defesa requer a absolvição do Réu, ante a insuficiência probatória quanto
ao delito de furto qualificado, em vista da fragilidade dos depoimentos e elementos de provas
contidos nos autos.

DA EXCUSÃO DA QUALIFICADORA DE ROMPIMENTO DE OBSTÁCULO

Consta nos autos que o Réu teria ao adentrar no estabelecimento, rompido a porta e a janela dos
fundos para acessar os objetos furtados.

Por sua vez. A qualificadora prevista no inciso I do § 4º, do arti 155 do Código Penal, exige,
para a sua incidência, da realização de laudo pericial que promova a materialidade do crime, no
entanto o laudo acostado no mov. 55.1 é inconclusivo, de modo que não serve para lastro
probatório.

Observa-se no documento que a porta dos fundo onde, em tese por onde teria o Reua acessado
o imóvel esta intacta. Por sua vez, a janela ao lado se encontr aberta e tambçe intacta de modo
que se leva a crer que para que o acesso ocorresse, não foi necessário o rompimento de
qualquer obstáculo.

A desordem no local se dá pela própria natureza do delito, onde o punguista, para encontrar
objetos de valor, acaba por vasculhar todos os cantos e todas do local.

Não obstante, para restar configurada a qualificadora do rompimento de obstáculo, se faz


imprescindível, nos termos do Código Penal, a realização do laudo pericial.Conforme art. 158

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do Cógigo Penal, quando existir vestigiosm e indispe3nsavel o exame pericial, somente um
laudo pericial pode constatar se houve ou não arrombamento em um local de crime.

Nos autos em questão deixou-se de observar o mandamentoe legal de modo que o exame
perical em questão não foi realizado para com=nstatar de fat o arrombamento do estabeleciento.
Ou seja, não se pode presumir que de fato hopuyve arrombamento no loical, se não há certeza.

Neste sentido, a doutrina de Mirabete se manifesta pela necessidade real do rompimento do


obstáculo, de modo que a desordem do local não é suficiente para a confirmação da
qualificadora por rompimento de obstáculo. Vejamos:

“É indispensável para a configuração da qualificadora o dano, nãos endo ciente que tenha a
coisa sido removida removida, forçada, retirada. Por isso, e por e por restarem vestígios de
destruição ou rompimenmto, exige-se para o reconhecimento da causa de aumento de pena o
exame pericial. Não pode ser ele substituído por simples laudo de exame do local ou vistoria”
(MIRABETE,Julio Fabrini CÓDIGO PENAL INTERPRETADO. São Paulo: Atlas, 2005).

De acordo com entendimento do STJ, tratando-se de furto qualificado por rompimento de


obstáculo, torna-se indispensável a realização de pericia para sua comprovação:

PENAL. HABEAS CORPUS. FURTO QUALIFICADO. ROMPIMEORT


DE OBSTÁCULO. PERICIA TECNICA. NECESSIDADE. 1 O
entendimento desta Corte é no sentido de que para incidir a qualificadora
prevista no art. 155, §4º, inciso I do Código Penal é indispensável a realização
de pericia, a fim de se constatar o rompimento. (...) STJ – HC XXXXX/MS –
grifo nosso.

Diante do exposto, e nos moldes do entendimento do Superior tribunal de Justiça, não é


possível considerar como agravante conduta que sequer foi cometida pelo acusado na infração
penal ora analisada, uma vez que não foi realizada pericia no local.

Evidente que a qualificadora prevista no art. 155, §4º, I do Código Penal não merece prosperar,
pois o crime de furto em caso de rompimento deixa vestígios e para sua comprovação,
imprescindível a realização de pericia técnica para comprovar se houve o rompimento do
obstáculo de fato, sendo, dsta forma, inviável a aplicvação da qualificadora supraexcitada.

DO AFASTAMETNO DA MAJORANTE DE REPOUSO NOTURNO

De acordo com o art. 155, §1º do Código Penalç, aplica-se a qualçificadora de repouso noturno
quanod o crime é cometido em horário noturno, no entanto, a doutrina e decisões judicial
recentes afrimam que existindo sistema de segurança, agenentes de vigilância ou terceiros que
exerça vigilancioa sobre o local de ocorrência do delito é passival o afstamento da
qualificadora.

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Alem disso, é valido mencionar que o caso abordado se trata de furto tentado, tendo em vista
que o delito não se consumou por ocasião do disparo do alarme do sistema de segurança
instalado no local do crime. Alem disso denota-se que a tantativa se deu em horário noturno,
mas não sem ausência de segurança, tendo em vista que o çlocal do delito se encontra em área
comercial o que possibilitou que a vizinhança pudesse a tempo, acionar a policia.

ASSIM, NÃO É POSSIVEL AFIRMAR QUE o agente tenha se prevalecido da escuridão da


noite e do repouso noturno para praticar o furto em discussão.

Sabe-se que a razão de ser dessa circunstancia majorante e justamenteo o cometimento do


crime durante o repouso noturni com ausência de vigilância ou segurança, o que não se
vislumbra nesta hipótese.

Portanto, a aplicabilidade de causa de aumento deo repopuso noturnoi, somento deve ser
aplicada quando não houver qualquer vigilância ou indícios de vigilância sob o local do bem, o
que nçai é o caso, tendo em vista que o sistema de segurança foi eficaz de modo a evitar a
conclusão do delido.

Desta forma, a causa de aumento acima deve ser afastada, conforme entendimento
jurisprudencial.

Conforme art. 158 do Código Penal, quando existir vestígios, é indispensável o exame pericial

2. Em sede policial o condutor ARI FERNANDO HIGLER quando interrogado pela autoridade
policial (mov. 1.5) afirmou que foi acionado pela central para atender suposta pratica de roubo
e que ao chegar ao local, o suspeito já havia sido contido por populares e que estava sob a
custódia de seu comandante, sendo que apenas concluiu os procedimentos necessários.

3. No mesmo sentido, o condutor DANILO DO NASCIMENTO afirmou em sua inquirição


(mov. 1.7) que sua equipe fora acionada pela central para fazer atendimento de um suposto
roubo em via pública e que ao chegar ao local o suspeito já havia sido contido pelos populares e
se encontrava sob a custódia do coordenador da unidade “CPU”.

4. Feitas as buscas pessoais, o suspeito fora conduzido pela equipe para a delegacia de policia
Civil (15ª SDP). Confeccionado o boletim de ocorrência, encaminhado o flagranteado ao
DEPEN o plantonista recusou o recebimento em vista de que foi observado escoriações no
braço do conduzido ocorridas durante a fuga.

5. Inquirida (mov. 1.14), a vítima EZEQUIAS DE ARRUDA DOS SANTOS indagou que no
dia dos fatos, por volta das 20h00min ao chegar à sua residência foi atropelado pela bicicleta
conduzida pelo suspeito. Com o choque caiu, derrubando seu celular; ao se levantar foi
agredido com um chute e um soco no rosto. Que o agressor e suposto autor do delito pegou seu
aparelho celular que havia caído e correu.

6. Aduz que correu atrás do indigitado com intuito de recuperar seu bem e que durante a
perseguição gritou pedindo socorro aos transeuntes sendo que um deles conseguiu conte-lo.

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Afirmou ainda que devido às agressões sofridas, lesionou o pulso, e ficou com marcas na
panturrilha e no rosto. Depoimento este que fora confirmado em audiência de instrução.

7. As testemunhas arroladas pelo Ministério Público replicaram o mesmo conteúdo apresentado


anteriormente em sede policial.

8. Interrogado, o indigitado TIAGO GODOIS, que aparentava estar sob o efeito de drogas,
afirmou à autoridade policial que havia roubado da vitima o celular para fazer uso de drogas.

9. Posteriormente, fora apresentado à autoridade judiciária nos termos do artigo 310, § 4º do


Código de Processo Penal e artigo 19 da Resolução 329/2020 do CNJ para a realização da
audiência de custodia com a homologação da prisão em flagrante e a sua conversão em prisão
preventiva nos termos do artigo 310, inciso II do mesmo Código Processual.

10. . Denunciado no mov. 35.1 com incurso nas sanções do artigo 157, caput do Código Penal,
assim narra a exordial apresentada pela ilustre Presentante do Ministério Público:

“No dia 22 de março de 2021, por volta das 19h45min,


aproximadamente, na Rua Humberto de Campos, 235, bairro
Coqueiral, nesta cidade e comarca de Cascavel/PR, o denunciado
TIAGO GODOIS, agindo de forma livre e consciente, ciente da ilicitude
e reprovabilidade de sua conduta e com vontade de realizá-la,
objetivando subtrair para si, coisa alheia móvel com ânimo de
assenhoramento definitivo, mediante emprego de violência, utilizando-
se de uma bicicleta, deliberadamente, ‘atropelou’, por trás, o pedestre
EZEQUIAS DE ARRUDA DOS SANTOS derrubando-o ao solo, e
quando o mesmo tentou se levantar, o Denunciado o empurrou e o
agrediu com chute e um soco no rosto, inclusive produzindo em citada
vítima lesões corporais de natureza leve (escoriações/entorse), e então
desta subtraiu, um aparelho de telefone celular marca Apple modelo
Iphone 6, cor prata, avaliado em aproximadamente R$ 1.000,00 (mil
reais), conforme auto de avaliação (evento 1.16), o qual caiu ao chão
quando do atropelamento, ato continuo empreendeu fuga do local de
bicicleta, porém foi cerca de cinco quadras após alcançado por
populares e vítima que o detiveram até a chegada dos policiais, sendo o
aparelho recuperado conforme autos de exibição e apreensão e de
entrega (eventos 1.8 e 1.17)”.

11. Recebida a denúncia pelo judiciário (mov. 40.1), o Réu fora intimado, (mov. 60.0) por meio
de defensor devidamente nomeado (mov. 59.1); apresentou resposta a acusação (mov.62.2), nos
termo dos artigos 396 39-A, arrolando-se como testemunhas, as mesmas arroladas pela
Ilustríssima Presentante do Ministério Público.

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12. Presentes as partes e as testemunhas, bem como o Judiciário, o Ministério Público e a
defesa, deu-se inicio à instrução colhendo-se as provas para a instrução com a inquirição das
testemunhas arroladas e o interrogatório do acusado Em sede de alegações finais, o Ministério
Público (mov. 113.1) pugnou pela condenação do acusado, com incurso nas penas do artigo
157 caput, do Código Penal.

13. Em apertada síntese, este o breve relato.

II. DO MÉRITO

14. Trata-se de Ação Penal na qual o Ministério Público pugna pela condenação do Acusado
pela prática do delito tipificado no caput do art. 180 do Código Penal, e artigo 33 da Lei
11.346/06:

Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem,


mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la,
por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:

Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.

15. Em que pese o labor despendido pela ilustre representante ministerial, da análise detida dos
autos verifica-se que as alegações apresentadas não merecem prosperar, conforme será
demonstrado.

II. I DESCLASSIFICAÇÃO DO CRIME DE ROUBO PARA FURTO SIMPLES E DA


AUSÊNCIA DE LESÃO CORPORAL DA VÍTIMA
16. O crime de furto, previsto no artigo 155 do Código Penal, é aquele cuja ação incriminada
consiste em subtrair coisa (tirar, retirar, surrupiar, tirar às escondidas), subordinando-a ao seu
poder de disposição. Embora a clandestinidade seja, em regra, elemento inerente à subtração,
não é elemento constitutivo do tipo penal, uma vez que a referida subtração pode ocorrer de
forma manifesta.
17. Contudo, para a concretização dessa infração penal é insuficiente que o agente subtraia
coisa alheia móvel, sendo indispensável que o faça, para si ou para outrem e que a coisa
subtraída seja alheia. Desta forma, a tipificação do crime de furto materializa-se com a
subtração da coisa móvel, pertencente a outrem, orientada pela intenção do agente do
assenhoramento, próprio ou de terceiros.
18. O crime de roubo, por sua vez, durante muito tempo foi tratado como se fosse uma espécie
de furto qualificado pelo emprego de violência ou grave ameaça contra a pessoa (furto
violento), haja vista que ambos tratam da subtração de coisa alheia móvel. Entretanto, com o
advento do Código Penal em vigor, recebeu um tipo penal próprio (artigo 157).

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19. Neste, a ação incriminadora também é a de subtrair para si ou para outrem coisa alheia
móvel. Entretanto, ao contrário do furto, aqui tal subtração é realizada mediante grave ameaça
ou violência à pessoa ou, ainda, depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à
impossibilidade de resistência.
20. A violência elemento estrutural do crime de roubo é distinta da violência do furto
qualificado (art. 155, § 4º, inciso I do Código Penal). Neste, a violência é empregada contra a
coisa, ao passo que no primeiro, a violência ocorre sobre a pessoa. Ou seja, exige-se que a
violência seja empregada contra a vítima.
21. Logo, o termo “violência” significa a força física, material, com a finalidade de vencer a
resistência da vítima. Não é indispensável que a violência empregada seja irresistível, bastando
que seja idônea para coagir a vítima, colocá-la em pânico, amedrontá-la, suficiente, enfim, para
minar sua capacidade de resistência.
22. Assim, nos casos em que ocorre a subtração mediante violência exclusiva sobre a coisa
(subtração “por arrebatamento” ou caso dos “cavalos doidos”), isto é, quando a vítima não
sofre lesão corporal em decorrência da ação de arrebatar a coisa, o crime será o de furto.
23. Isso porque, a finalidade do agente ao esbarrar na vítima, visando arrebatar-lhe os bens, não
é intimidá-la para levar a efeito a subtração, ao contrário do que ocorre com o crime de roubo,
no qual a violência é empregada pelo agente com a finalidade de subjugar a vítima, permitindo-
lhe, com isso, a subtração dos bens que lhe pertencem. Logo, havendo comprometimento da
integridade física da vítima (lesão corporal), o delito será o de roubo.
Vejamos os seguintes entendimentos jurisprudenciais:
“EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL. ROUBO. DESCLASSIFICAÇÃO
PARA FURTO. IMPOSSIBILIDADE. EMPREGO DE VIOLÊNCIA
CONTRA A PESSOA. APLICAÇÃO DA PENA. AVALIAÇÃO DAS
CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS DO ARTIGO 59 DO CÓDIGO
PENAL. RAZOABILIDADE. CONFISSÃO PARCIAL. ATENUANTE
CONFIGURADA. A subtração da coisa por arrebatamento, que
poderia induzir à desclassificação do delito de roubo para o crime de
furto, só pode ser admitida quando a violência é empregada
exclusivamente contra a coisa, sem ensejar risco à integridade física da
vítima (...)” (TJMG – Apelação Criminal nº 0094296-
73.2015.8.13.0479 – Rel. Des. Júlio César Gutierrez – dj. 06/07/2016).
“EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL. ROUBO SIMPLES.
ARREBATAMENTO. VIOLÊNCIA CONTRA A COISA.
DESCLASSIFICAÇÃO PARA FURTO. POSSIBILIDADE. PRINCÍPIO
DA INSIGNIFICÂNCIA. INAPLICABILIDADE. PRIVILÉGIO.
RECONHECIMENTO. REDIMENSIONAMENTO PENA.
PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA ESTATAL VERIFICADA.
EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE. 1. Se a violência foi empregada
contra o objeto e não contra a pessoa e inexiste prova de lesões na
vítima, a desclassificação do roubo para o furto na modalidade de

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arrebatamento se impõe (...)” (TJMG – Apelação Criminal nº 1223772-
96.2011.8.13.0024 – Rel. Des. Marcílio Eustáquio Santos – dj.
21/01/2016).
24. Dadas as observações pertinentes inobstante se observa, não haver nos autos qualquer prova
que indique que o Réu tenha empregado violência ou grave ameaça contra à vitima ou tenha lhe
ofendido a integridade. Em que pese às declarações de vitima de que foi derrubada, de que
levou um chute e um soco no rosto e de que tenha deslocado o pulso com a suposta queda, não
reitera-se, não há nos autos nenhuma prova capaz de demonstrar o alegado. A denúncia,
inclusive, nem se quer faz menção a respeito do exame de corpo de delito que deveria ter sido
realizado.
25. A respeito do tema, deve-se observar o disposto nos artigos 158 e 159 do CPP. Vejamos:
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o
exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a
confissão do acusado.
Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados
por perito oficial, portador de diploma de curso superior.
26. Os polícias por sua vez, ainda que relatem em seus depoimentos durante a condução, em
fase inquisitorial e também durante a instrução processual que a vítima fora agredida, apenas
replicam o que lhes foi passado na diligencia, já que não presenciaram de fato o momento que
ocorreram as supostas agressões.
27. Deveriam, inclusive terem alocado como testemunha dos fatos os tais transeuntes que
seguraram o Réu, mas não o fizeram. A primeira falha procedimental, enfraquece o depoimento
prestado pelos policiais, já que conforme dito, não presenciaram os fatos, já a segunda
enfraquece a própria acusação pois ao deixar de arrolar as testemunhas que efetivamente
presenciaram o ocorrido o Ministério Público abre mão de prova que possivelmente poderia
solucionar a lide.
28. Ainda que durante sua inquirição em sede policial (mov. 1.14) tente demonstrar na
gravação, frisa-se, supostos hematomas, o que se observa na verdade é que a vitima não possui
qualquer sinal de agressão. Data vênia, para quem a princípio fora lançada ao chão (asfalto)
abruptamente e levou um soco na face (parte do corpo consideravelmente sensível) é de se
presumir que no mínimo algum indício de agressão se “consolidasse” por alguns dias, o que
não ocorre o presente caso.
29. Seu celular inclusive, apreendido no (mov. 1.9) corrobora para a tese apresentada de que
não houve agressão, pois assim como a vitima, não mostra qualquer indício de que tenha caído
ao chão, conforme afirmado por ela. É de se constatar que se realmente houvesse caído no
asfalto, o objeto teria no mínimo arranhões provenientes do choque ocasionado pela queda.
Mas não, aparelho tão sensível e obsoleto que é, que ao escorregar das mãos já parte a tela ao
meio, não sofreu qualquer dano.
30. Por outro lado, se destaca do atendimento médico juntado no mov. 1.12 que o Réu ao cair
durante a fuga, após a prática do furto, diferentemente do que ocorre com a vitima, apresentou

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escoriações provenientes da queda. Ou seja, não se pode renegar o obvio, a vitima jamais
sofreu qualquer agressão, jamais foi lançada ao chão com seu celular, portanto evidencia-se,
ainda que inicialmente não possa parecer, que o delito efetivamente praticado foi o de furto e
não o relatado por ela e capitulado na denúncia.
31. Portanto Excelência, não resta duvidas de que o delito praticado pelo Réu fora o de furto,
exposado no artigo 155 caput do Código Penal, conforme por ele mesmo confessado, e não o
capitulado pelo Digníssima Presentante do Ministério Publico na denuncia. A acusação é
frágil, desprovida de elementos quem ensejariam a condenação postulada na peça inicial.
32. Nestes termos, levando-se em consideração que todos os indícios corroboram com a tese
apresentada pelo Réu e de que a dúvida paira em seu favor, o simples fato de a vitima alegar,
sem qualquer lastro probatório que foi agredida não pode servir da azo a fundamentar um edito
condenatório nos termos solicitados na denuncia, REQUER a Vossa Excelência a
desclassificação para o delito de furto.

II. II DA DESCLASSIFICAÇÃO DO DELITO DE ROUBO TENTADO


33. Contudo, caso descartada a tese ora sustentada de que o acusado não praticou o delito que
lhe fora imputado, mas sim o delito de furto, artigo 155 caput do Código Penal, de modo que
não tivera nenhum liame com o delito em espécie, o que se diz apenas por argumentar,
imperiosa se faz a desclassificação da imputação formulada, para o delito de roubo tentado.
34. Para a classificação do crime de roubo é imprescindível que o bem saia da esfera de
vigilância da vitima, e, ao mesmo tempo, ocorra à transferência do domínio àquele que tenha
obtido a sua posse. É o que se observa do precedente juntado abaixo, senão vejamos:
“FURTI QUALIFICADO – AGENTE SURPREENDIDO PO
POLICIAIS QUANDO SAIA DA RESIDENCIA, ABANDONANDO A
RES FURTIVA DESCLASSIFICAÇÃO PARA TENTATIVA DE FURTO
– Admissibilidade: tendo sido surpreendido logo depois de estar na
posse da coisa subtraída, admissível a desclassificação para tentativa
de furto. Recurso não provido” (TJSP, APL 55188720078260272 SP).
35. Pois bem, conforme narrativa constante da denúncia, bem como as declarações da vitima e
das testemunhas, o denunciado fora imediatamente abordado por transeuntes que passavam
pelo local, sem assumir a posse tranquila do bem em discussão. Portanto, tem-se em tela uma
simples e pura tentativa de furto, conforme precedentes do Supremo Tribunal Federal sobre o
tema:
“Se o agente foi imediatamente perseguido e preso em flagrante,
retomado o bem, não se efetivou a subtração da coisa à esfera de
vigilância do dono, tratando-se, pois, de crime tentado” (RT 592/448).
36. Hungria indica na edição dos Comentários ao Código Penal de 1940, que o momento
consumativo do delito de roubo é o da subtração patrimonial.

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"Se após o emprego da violência pessoal não puder o agente, por
circunstâncias alheias à sua vontade, executar a subtração, mesmo o
ato inicial da apprenhensio rei, o que se tem a reconhecer é a simples
tentativa." (HUNGRIA, 1955, p.58).
37. HELENO FRAGOSO, por sua vez, também afirma que a consumação do crime de roubo se
dá com a efetiva subtração, remetendo sua explicação ao capítulo do delito de furto. Para o
professor, a ação típica do delito é subtrair, que significa
"(...) tirar a coisa do poder de fato de alguém, para submetê-la ao
próprio poder de disposição [...]" ou, citando lição de
MEZGER, "(...) o rompimento do fato alheio sobre a coisa e o
estabelecimento de um novo." (FRAGOSO, 1986, p.265).
38. Em que pese o atual entendimento ser contrario à tese aqui levantada, resta evidente, não se
pode admitir que determinado crime, material como é, não possa ser admitida à tentativa. O
Artigo 14, inciso II do Código Penal por sua vez é claro, prescrevendo que o delito é tentado
quando iniciada a execução, não se consuma por circunstancias alheias à vontade do agente.

39. Portanto, considerando a inexistência dos elementos indispensáveis à configuração do


crime de roubo, tem-se por necessária a aplicação do que dispõe a lei estritamente exposta, a
fim de desclassificar o delito imputado ao Réu para o delito de roubo na modalidade tentada,
nos termos do artigo 14, inciso II do Código Penal.

III. DO PEDIDO

40. Diante de tudo quanto foi exposto, requer-se:

41. Seja desclassificada a conduta de roubo, artigo 157, caput do Código Penal, para a conduta
descrita no artigo 155, caput do mesmo Código;

42. Caso a tese de desclassificação para o delito de furto, artigo 155, caput do Código Penal
seja acatada, requer ainda o reconhecimento da atenuante da confissão, contida no artigo 65,
inciso III, alínea “a” do mesmo Código;

42. Contudo, não sendo este o entendimento de Vossa Excelência, requer subsidiariamente, seja
desclassificada a conduta de roubo consumado, artigo 157 caput para a conduta tentada, nos
termos do artigo 14, inciso II c/c artigo 157, também do Código Penal;

43. Seja a pena aplicada em seu mínimo legal, concedendo;

44. Por fim; que sejam arbitrados os honorários a este humilde defensor às custas do Estado do
Paraná.

Termos em que,

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pede e espera deferimento.
Cascavel, datado e assinado eletronicamente.
CLÉCIO GÓES
OAB/PR 85559

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