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Processo: xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
I. DOS FATOS
JONATHAN RODRIGUES DO PRADO foi incurso no tipo penai previsto no artigo 155, §4°,
incisos I e IV (rompimento de obstáculo e concurso de duas ou mais pessoas), do Código Penal.
4. O Indigitado fora citado pessoalmente (mov. 69.2) e por meio do seu defensor
nomeado (mov. (74.1), apresentou resposta à acusação no mov. 79.1.
7. Em suas alegações finais o Ministério Público pugnou, nos temos da denúncia pela
condenação do Réu.
II. DO DIREITO
II. I DA ABSOLVIÇÃO POR NEGATIVA DE AUTORIA
Em que pese o labor despendido pelo ilustre representante ministerial, da análise detida dos
autos verifica-se que suas alegações não merecem prosperar, conforme será demonstrado.
Em se procedendo uma análise imparcial da prova gerada pela demanda, tem-se, como dado
irrefutável, que a mesma é manifestamente anêmica e deficiente, para ancorar um juízo
condenatório em face do acusado.
Que levantou do local onde estava com os policias apontando o facho de luz das suas lanternas
para o seu rosto e que até aquele momento não sabia o que estava acontecendo.
Que não viu e nem sabe quem possivelmente tenha praticado o delito. Afirmou ainda não saber
onde fica localizada a clinica onde ocorreu o furto e que anda com as roupas sujas por ser
morador de rua. Negou que tivesse passado perto do local ou saido de algum mato.
Por sua vez o policial xxxxxxxxxxxxxxxx que participou das diligencias, arrolado como
testemunha em sua inquirição afirmou que ao chegar ao local do fato avistou dois indivíduos
correndo em direções opostas; que já conhecia o indigitado de outras ocorrências e que devido
às características pode constatar que se tratava dele a pessoa que correu em sentido à praça das
Américas.
O policial EDxxxxxxxxxxxxxxxxx por sua vez afirmou em sua inquirição que ao chegar ao
local dos fatos avistou o indigitado saindo de um lote ao lado e que após constatarem o
arrombamento saíram em diligencia em direção a Rua Estados Unidos, local para onde o
indigitado havia se deslocado e que não encontrou ele com nenhum objeto furtado.
A Vitima, ao ser inquirida afirmou não conhecer o réu e de nuca tê-lo visto antes, e que só
ficou sabendo da ocorrência após ter sido avisada pela própria policia.
Vale lembrar que no momento da abordagem policial, o réu informou que estava na praça para
pernoitar já que era morador de rua e não tinha qualquer envolvimento com o ocorrido.
Conforme se destaca, nem os policias nem a vitima puderam informar categoricamente que
tenha sido o indigitado que adentrou ao estabelecimento pro meio de rompimento para furtar os
artigos ali localizados.
Podemos nos basear dessa absolvição, seguindo o principio da presunção de inocência (indubio
pro reo) que nas palavras do doutrinador Heleno Claudio Fragoso que em sua obra
Jurisprudencial Criminal preconiza:
“Nenhuma pena pode ser aplicada sem a mais completa certeza dos
fatos. A pena, disciplinar ou criminal, atinge a dignidade, a honra e a
estima da pessoa, ferindo-a gravemente no plano moral, além de
representar a perda dos bens ou interesses materiais”.
Nos termos do art. 386, IV do Código de Processo Penal brasileiro, deverá o juiz absolver o
Réu sempre que restar comprovada a sua não participação no cometimento da infração penal.
Com efeito, o indigitado, ao ser ouvido em audiência, negou veementemente a acusação que
lhe foi feita, afirmando não ter participado do furto mencionado na denuncia. Afirmou que na
hora do fato estava na praça, local onde foi localizado pelos policias desde próximo das
20h00min.
Ressalta-se que o interrogatório do Réu é considerado de prova defesa, devendo também ser
sopesado por Vossa Excelência por ocasião da sentença. No presente caso, resta, pois, a palavra
do Réu e das testemunhas, que devam prevalecer, tendo em vista a ausência de outros
elementos de convicção, atendendo-se ao principio do “in dubio pro reo”.
Em relação à acusação que lhe é imposta,o Réu é inocente. Para a sua cpondcenação a prova da
autoria deve ser plana e convincente ao passo que para a absolvição basta a duvida,
Logo, a defesa reputa necessário que seja reconhecido o principio consatitucional do indubio
pro reo, na medida em que hã duvidas maiis que razoáveis acerca dos fatos e que estas devem
militar sempre a favor do acusa,
Neste ínterim resta ponderam que há muito a palavra dos policias deixou de ser suficiente para
base condenatória em vista de que a fé pública de sua palavras sequer é observada pelo
ordenamento Constitucional e sua aplicabilidade serve apenas ao âmbito administrativo, jamais
pode se sobrepor ao principio constitucional supracitado de presunção de inocência que por
obvio descamba no brocardo de que na duvida, permanece o beneficio ao Réu.
Dessa forma, deve o Réu ser absolvido por não existirem elementos de prova suficientes para
condená-lo e não há provas de sua autoria, nos moldes do art. 386, incisos IV e V do Código
penal.
A vitima, proprietária dos bens furtados, sequer viu o cometimento dos fatos, por obvio não
reconhece o acusado com autor, condição que também deve ser levado em consideração pelo
nobre julgador ao proferir a decisão. O réu por sua vez, reitera-se, afirmou de forma categórica
não ter participado do fato e não conhecer quem o praticou e consigo sequer foi encontrado
qualquer objeto oriundo do furto que lhe é imputado.
È certo que o art. 38, VII, prevê que o Juiz absolverá o réu quando não existir prova suficiente
para a condenação. Repisa-se, neste caso, deve haver ainda observância e respeito ao principio
do “in dubio pero reo”, o quel preceitua que havendo duvida razoável, esta deve ser utilizada
em favor do acusado, sendo ele, portanto, absolvido.
Diante do exposto, a defesa requer a absolvição do Réu, ante a insuficiência probatória quanto
ao delito de furto qualificado, em vista da fragilidade dos depoimentos e elementos de provas
contidos nos autos.
Consta nos autos que o Réu teria ao adentrar no estabelecimento, rompido a porta e a janela dos
fundos para acessar os objetos furtados.
Por sua vez. A qualificadora prevista no inciso I do § 4º, do arti 155 do Código Penal, exige,
para a sua incidência, da realização de laudo pericial que promova a materialidade do crime, no
entanto o laudo acostado no mov. 55.1 é inconclusivo, de modo que não serve para lastro
probatório.
Observa-se no documento que a porta dos fundo onde, em tese por onde teria o Reua acessado
o imóvel esta intacta. Por sua vez, a janela ao lado se encontr aberta e tambçe intacta de modo
que se leva a crer que para que o acesso ocorresse, não foi necessário o rompimento de
qualquer obstáculo.
A desordem no local se dá pela própria natureza do delito, onde o punguista, para encontrar
objetos de valor, acaba por vasculhar todos os cantos e todas do local.
Nos autos em questão deixou-se de observar o mandamentoe legal de modo que o exame
perical em questão não foi realizado para com=nstatar de fat o arrombamento do estabeleciento.
Ou seja, não se pode presumir que de fato hopuyve arrombamento no loical, se não há certeza.
“É indispensável para a configuração da qualificadora o dano, nãos endo ciente que tenha a
coisa sido removida removida, forçada, retirada. Por isso, e por e por restarem vestígios de
destruição ou rompimenmto, exige-se para o reconhecimento da causa de aumento de pena o
exame pericial. Não pode ser ele substituído por simples laudo de exame do local ou vistoria”
(MIRABETE,Julio Fabrini CÓDIGO PENAL INTERPRETADO. São Paulo: Atlas, 2005).
Evidente que a qualificadora prevista no art. 155, §4º, I do Código Penal não merece prosperar,
pois o crime de furto em caso de rompimento deixa vestígios e para sua comprovação,
imprescindível a realização de pericia técnica para comprovar se houve o rompimento do
obstáculo de fato, sendo, dsta forma, inviável a aplicvação da qualificadora supraexcitada.
De acordo com o art. 155, §1º do Código Penalç, aplica-se a qualçificadora de repouso noturno
quanod o crime é cometido em horário noturno, no entanto, a doutrina e decisões judicial
recentes afrimam que existindo sistema de segurança, agenentes de vigilância ou terceiros que
exerça vigilancioa sobre o local de ocorrência do delito é passival o afstamento da
qualificadora.
Portanto, a aplicabilidade de causa de aumento deo repopuso noturnoi, somento deve ser
aplicada quando não houver qualquer vigilância ou indícios de vigilância sob o local do bem, o
que nçai é o caso, tendo em vista que o sistema de segurança foi eficaz de modo a evitar a
conclusão do delido.
Desta forma, a causa de aumento acima deve ser afastada, conforme entendimento
jurisprudencial.
Conforme art. 158 do Código Penal, quando existir vestígios, é indispensável o exame pericial
2. Em sede policial o condutor ARI FERNANDO HIGLER quando interrogado pela autoridade
policial (mov. 1.5) afirmou que foi acionado pela central para atender suposta pratica de roubo
e que ao chegar ao local, o suspeito já havia sido contido por populares e que estava sob a
custódia de seu comandante, sendo que apenas concluiu os procedimentos necessários.
4. Feitas as buscas pessoais, o suspeito fora conduzido pela equipe para a delegacia de policia
Civil (15ª SDP). Confeccionado o boletim de ocorrência, encaminhado o flagranteado ao
DEPEN o plantonista recusou o recebimento em vista de que foi observado escoriações no
braço do conduzido ocorridas durante a fuga.
5. Inquirida (mov. 1.14), a vítima EZEQUIAS DE ARRUDA DOS SANTOS indagou que no
dia dos fatos, por volta das 20h00min ao chegar à sua residência foi atropelado pela bicicleta
conduzida pelo suspeito. Com o choque caiu, derrubando seu celular; ao se levantar foi
agredido com um chute e um soco no rosto. Que o agressor e suposto autor do delito pegou seu
aparelho celular que havia caído e correu.
6. Aduz que correu atrás do indigitado com intuito de recuperar seu bem e que durante a
perseguição gritou pedindo socorro aos transeuntes sendo que um deles conseguiu conte-lo.
8. Interrogado, o indigitado TIAGO GODOIS, que aparentava estar sob o efeito de drogas,
afirmou à autoridade policial que havia roubado da vitima o celular para fazer uso de drogas.
10. . Denunciado no mov. 35.1 com incurso nas sanções do artigo 157, caput do Código Penal,
assim narra a exordial apresentada pela ilustre Presentante do Ministério Público:
11. Recebida a denúncia pelo judiciário (mov. 40.1), o Réu fora intimado, (mov. 60.0) por meio
de defensor devidamente nomeado (mov. 59.1); apresentou resposta a acusação (mov.62.2), nos
termo dos artigos 396 39-A, arrolando-se como testemunhas, as mesmas arroladas pela
Ilustríssima Presentante do Ministério Público.
II. DO MÉRITO
14. Trata-se de Ação Penal na qual o Ministério Público pugna pela condenação do Acusado
pela prática do delito tipificado no caput do art. 180 do Código Penal, e artigo 33 da Lei
11.346/06:
15. Em que pese o labor despendido pela ilustre representante ministerial, da análise detida dos
autos verifica-se que as alegações apresentadas não merecem prosperar, conforme será
demonstrado.
III. DO PEDIDO
41. Seja desclassificada a conduta de roubo, artigo 157, caput do Código Penal, para a conduta
descrita no artigo 155, caput do mesmo Código;
42. Caso a tese de desclassificação para o delito de furto, artigo 155, caput do Código Penal
seja acatada, requer ainda o reconhecimento da atenuante da confissão, contida no artigo 65,
inciso III, alínea “a” do mesmo Código;
42. Contudo, não sendo este o entendimento de Vossa Excelência, requer subsidiariamente, seja
desclassificada a conduta de roubo consumado, artigo 157 caput para a conduta tentada, nos
termos do artigo 14, inciso II c/c artigo 157, também do Código Penal;
44. Por fim; que sejam arbitrados os honorários a este humilde defensor às custas do Estado do
Paraná.
Termos em que,