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A PALAVRA DA VÍTIMA NO

PROCESSO PENAL
PROFESSOR: Klisman França Barbosa

@francaklisman

@deltapradelta
CPP
Art. 6º. Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a
autoridade policial deverá:
(...)
IV – ouvir o ofendido.

Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do
inquérito serão remetidos ao juízo competente, onde aguardarão a
iniciativa do ofendido ou de seu representante legal, ou serão entregues
ao requerente, se o pedir, mediante translado.
CPP
Capítulo V – Do ofendido

Art. 201. Sempre que possível, o ofendido será qualificado e


perguntado sobre as circunstâncias da infração, quem seja ou
presuma ser o seu autor, as provas que possa indicar, tomando-se
por termo suas declarações.

§1º Se, intimado para esse fim, deixar de comparecer sem motivo
justo, o ofendido poderá ser conduzido à presença da autoridade.
CPP
Capítulo V – Do ofendido

§2º O ofendido será comunicado dos atos processuais relativos ao


ingresso e à saída do acusado da prisão, à designação de data para
audiência e à sentença e respectivos acórdãos que o mantenham ou
modifiquem.

§4º Antes do início da audiência e durante a sua realização, será


reservado espaço separado para o ofendido.
CPP
Capítulo V – Do ofendido

§6º O juiz tomará as providências necessárias à preservação da


intimidade, vida privada, honra e imagem do ofendido, podendo,
inclusive, determinar o segredo de justiça em relação aos dados,
depoimentos e outras informações constantes dos autos a seu
respeito para evitar sua exposição aos meios de comunicação.
CPP
Art. 400. Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no
prazo máximo de 60 (sessenta dias), proceder-se-á à tomada de
declarações do ofendido, à inquirição das testemunhas arroladas
pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no
art. 222 deste Código, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às
acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-
se, em seguida, o acusado.
CPP
Das testemunhas

Art. 203. A testemunha fará, sob palavra de honra, a promessa de dizer a


verdade do que souber e Ihe for perguntado, devendo declarar seu nome,
sua idade, seu estado e sua residência, sua profissão, lugar onde exerce
sua atividade, se é parente, e em que grau, de alguma das partes, ou
quais suas relações com qualquer delas, e relatar o que souber,
explicando sempre as razões de sua ciência ou as circunstâncias pelas
quais possa avaliar-se de sua credibilidade.
Se a testemunha mentir?
Falso testemunho ou falsa perícia

Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como


testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo
judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo
arbitral:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Se a vítima mentir?
Calúnia

Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como


crime:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.


Se a vítima mentir?
Comunicação falsa de crime ou de contravenção

Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de


crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.


Se a vítima mentir?
Denunciação caluniosa

Art. 339. Dar causa à instauração de inquérito policial, de procedimento


investigatório criminal, de processo judicial, de processo administrativo disciplinar,
de inquérito civil ou de ação de improbidade administrativa contra alguém,
imputando-lhe crime, infração ético-disciplinar ou ato ímprobo de que o sabe
inocente:

Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.


A vítima mente?
Intencionalmente:

Fatos de natureza civil


Fatos passionais
Má-fé
Medo ou arrependimento

Não intencional:

Envolvimento emocional com o fato e interesse no deslinde da investigação


Falibilidade da memória diante da alta tensão
Crimes às escuras
Violência doméstica e familiar contra a mulher

Lavratura de APF
Requerimento de medidas protetivas de urgência

Crimes sexuais

Crimes patrimoniais

Reconhecimento pessoal.
Jurisprudência
STJ

“2. A jurisprudência desta Corte Superior é no sentido de que, em crimes de natureza sexual, à
palavra da vítima deve ser atribuído especial valor probatório, quando coerente e verossímil, pois, em
sua maior parte, são cometidos de forma clandestina, sem testemunhas e sem deixar
vestígios. (...)” AgRg no AREsp 1594445 / SP

“2. Nos crimes patrimoniais como o descrito nestes autos, a palavra da vítima é de extrema
relevância, sobretudo quando reforçada pelas demais provas dos autos.” AgRg no AREsp
1250627/SC

“3. A jurisprudência desta Corte é assente no sentido de que, em se tratando de crimes praticados
no âmbito doméstico, a palavra da vítima tem valor probante diferenciado, desde que corroborada
por outros elementos probatórios, tal como ocorrido na espécie.” AgRg no AREsp 1495616/AM
Caso concreto.
Noticiado roubo -> Encontro do veículo -> Autor apresenta uma
versão aos policiais militares -> Vítima presta declarações e
participa de reconhecimento pessoal -> Interrogatório do acusado -
> Prisão em flagrante

Vítima retorna ao Distrito -> Novas declarações -> Desfecho


(Relatório final, MP e TJ)

Importância da palavra da vítima x Cotejo com o acervo probatório.

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