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4. Se se tratar de substâncias ou preparações compreen- As penas previstas nos artigos 4.º, 5.º e 6.º da presente
didas na tabela IV, a pena é a de prisão maior de 2 a lei são aumentadas nos seus mínimos de metade da dife-
8 anos. rença entre os seus limites mínimo e máximo se:
4. Verificadas as condições referidas no número ante- 2. Na sentença condenatória pela prática de crime
rior, pode a autoridade competente para a investigação soli- previsto no artigo 13.º da presente lei e independentemente
citar que a autoridade administrativa que concedeu a da interdição de profissão ou actividade, pode ser decretado
autorização de abertura ordene o encerramento do estabele- o encerramento do estabelecimento ou lugar público onde
cimento, por período não superior a 5 anos. os factos tenham ocorrido, pelo período de 1 a 5 anos.
3. O disposto nos números anteriores tem lugar ainda b) em 30% para o Ministério da Saúde, visando a
que nenhuma pessoa possa ser punida pelo facto. implementação de estruturas de consulta, trata-
mento e reinserção de tóxicos-dependentes;
ARTIGO 19.º
(Perda de coisas ou direitos relacionados com o facto) c) em 20% para o Orçamento Geral do Estado.
1. Toda a recompensa dada ou prometida aos agentes de
2. Não são alienados os bens, objectos ou instrumentos
uma infracção prevista no presente diploma, para eles ou
declarados perdidos a favor do Estado, que pela sua natu-
para outrem, é perdida a favor do Estado.
reza ou característica possam vir a ser utilizados na prática
2. São também perdidos a favor do Estado, sem prejuí- de outras infracções, devendo ser destruídos no caso de não
zo dos direitos de terceiros de boa fé, os objectos, direitos e oferecerem interesse criminalístico, científico ou didáctico.
vantagens que, através da infracção, tiverem sido directa-
mente adquiridos pelos agentes, para si ou para outrem. 3. Na falta de convenção internacional os bens ou pro-
dutos apreendidos a solicitação de autoridades de Estado
3. O disposto nos números anteriores aplica-se aos di- estrangeiro ou os fundos provenientes da sua venda são
reitos, objectos ou vantagens obtidas mediante transacção repartidos entre o Estado requerente e o Estado requerido,
ou troca com os direitos, objectos ou vantagens directa- na proporção de metade.
mente conseguidos por meio da infracção.
CAPÍTULO III
4. Se a recompensa, os direitos, objectos ou vantagens Consumo e Tratamento
referidos nos números anteriores não puderem ser apropria-
dos em espécie, a perda é substituída pelo pagamento ao ARTIGO 23.º
Estado do respectivo valor. (Consumo)
tratamento ou assistência no interesse do paciente, dos seus 2. O organismo encarregue da reinserção social do
familiares ou da comunidade, para as quais não disponha tóxico-dependente procede de modo idêntico na esfera das
de meios. suas atribuições.
ARTIGO 25.º
(Atendimento e tratamento de consumidores) 3. Após a recepção da informação referida nos números
anteriores, o tribunal pronuncia-se, se o entender necessá-
O Ministério da Saúde desenvolve, através dos serviços
rio, sobre a situação processual do visado.
respectivos, as acções necessárias à prestação de atendi-
mento a tóxicos-dependentes ou outros consumidores que
CAPÍTULO IV
se apresentem espontaneamente e fiscaliza as condições Legislação Subsidiária
em que as entidades privadas atendem e tratam os tóxicos-
-dependentes. ARTIGO 29.º
(Legislação penal)
ARTIGO 26.º
(Suspensão da pena e obrigação de tratamento) Na falta de disposição específica da presente lei são
aplicáveis, subsidiariamente, as disposições da parte geral
1. Se o arguido tiver sido condenado pela prática do cri-
do Código Penal e respectiva legislação complementar.
me previsto no artigo 23.º da presente lei, ou de outro que
com ele se encontre numa relação directa de conexão e ti-
ver sido considerado tóxico-dependente, pode o tribunal ARTIGO 30.º
(Aplicação da lei penal angolana)
suspender a execução da pena de acordo com a lei geral,
sob condição, para além de outros deveres ou regras de Para efeitos do presente diploma, a lei penal angolana é
conduta que se mostrarem adequadas, de se sujeitar volun- ainda aplicável a factos cometidos fora do território nacio-
tariamente a tratamento ou a internamento em estabeleci- nal:
mento apropriado, o que comprova pela forma e no tempo
que o tribunal determinar. a) quando praticados por estrangeiros, desde que o
agente se encontre em Angola e não seja extra-
2. Se durante o período de suspensão da execução da ditado;
pena o tóxico-dependente culposamente não se sujeitar ao b) quando praticados a bordo de navio contra o qual
tratamento ou ao internamento ou deixar de cumprir qual- as autoridades angolanas tenham sido autoriza-
quer dos outros deveres ou regras de conduta impostos pelo das a ter acesso, inspeccionar ou a tomar, em
tribunal, aplica-se o disposto na lei penal para a falta de caso de descoberta de provas de envolvimento
cumprimento desses deveres ou regra de conduta. no tráfico ilícito, as medidas apropriadas em
relação ao navio, às pessoas e à carga a bordo.
3. Revogada a suspensão, o cumprimento da pena tem
lugar, de preferência, em zona apropriada do estabeleci-
ARTIGO 31.º
mento prisional, sendo prestada a assistência médica neces- (Medidas respeitantes à menores)
sária.
Cabe a autoridade competente a aplicação das medidas
ARTIGO 27.º
(Tóxico-dependente em prisão preventiva ou em cumprimento previstas neste diploma quando a pessoa à elas sujeitas é
de pena de prisão) menor, nos termos da legislação especial de menores.
Se o estado de tóxico-dependente é detectado quando a
pessoa se encontra detida, em prisão preventiva ou em ARTIGO 32.º
(Legislação processual penal)
cumprimento de pena, os serviços policiais ou prisionais
comunicam o facto ao Ministério Público a fim de promo- Na falta de disposição específica do presente diploma,
ver as medidas adequadas, sem prejuízo das que a urgência são aplicáveis subsidiariamente as normas do Código de
da situação justificar. Processo Penal e legislação complementar.
CAPÍTULO V
ARTIGO 28.º
(Tratamento no âmbito de processo pendente)
Disposições Especiais de Processo
1. Sempre que o tratamento, em qualquer das modalida-
des seguidas, decorra no âmbito de um processo pendente ARTIGO 33.º
(Investigação criminal)
em tribunal, o médico ou o estabelecimento enviam, de três
em três meses, se outro período não for fixado, uma infor- 1. A investigação do tráfico ilícito de plantas, substân-
mação sobre a evolução da pessoa a ele sujeita, com respei- cias e preparações compreendidas nas tabelas anexas ao
to pela confidencialidade da relação terapêutica, podendo presente diploma é de competência exclusiva da Polícia de
sugerir as medidas que entendam convenientes. Investigação Criminal.
I SÉRIE — N.º 32 — DE 6 DE AGOSTO DE 1999 715
recursos atenta a especialidades de cada uma e a sua colo- 1. Sempre que o crime imputado for de tráfico de droga,
cação no terreno. desvio de precursores, conversão, transferência ou dissimu-
ARTIGO 34.º lação de bens ou produtos ou ainda de associação crimi-
(Cooperação internacional)
nosa e o arguido se encontrar preso preventivamente, ao
No tocante a extradição, auxílio judiciário mútuo, exe- examinar os pressupostos da prisão preventiva, a autorida-
cução de sentenças penais estrangeiras e transmissão de de competente toma especialmente em conta os recursos
processos criminais, aplicam-se os tratados, convenções e económicos do arguido utilizáveis para suportar a quebra
acordos a que Angola se vinculou e subsidiariamente o dis- da caução e o perigo de continuação da actividade crimi-
posto na Convenção das Nações Unidas contra o tráfico ilí- nosa, em termos nacionais e internacionais.
cito de estupefacientes e substâncias psicotrópicas
de 1988. 2. Antes de se pronunciar sobre a subsistência dos pres-
supostos da prisão preventiva, a autoridade competente
ARTIGO 35.º
(Conduta não punível) recolhe informação actualizada que possa interessar ao
reexame daqueles pressupostos.
1. Não é punível a conduta do agente de investigação
criminal que, para fins de investigação e sem revelação da ARTIGO 39.º
sua qualidade e identidade, aceitar directamente ou por (Prestação de informações e apresentação de documentos)
intermédio de um terceiro a entrega de estupefacientes ou
1. Podem ser pedidas informações e solicitada a apre-
substâncias psicotrópicas.
sentação de documentos respeitantes a bens, depósitos
2. O relato de tais factos é junto ao processo no prazo ou quaisquer outros valores pertencentes a indivíduos sus-
máximo de 24 horas. peitos ou arguidos da prática de crimes previstos nos arti-
ARTIGO 36.º gos 4.º a 6.º, 8.º e 11.º da presente lei, com vista a sua
(Buscas e apreensões) apreensão e perda para o Estado.
1. As autoridades competentes devem proceder de ime- 2. A prestação de tais informações ou a apresentação
diato a buscas aos lugares públicos ou meios de transporte dos documentos, quer se encontrem em suporte manual ou
sempre que haja suspeita de que aí se pratiquem infracções informático, não podem ser recusados por quaisquer entida-
previstas no presente diploma, efectuando as revistas pes- des públicas ou privadas, nomeadamente pelas institui-
soais e as vistorias de bagagens que se mostrem necessárias ções bancárias, financeiras ou equiparadas, por sociedades
e as apreensões respectivas. civis ou comerciais, bem como por quaisquer repartições
2. As diligências em casa habitada ou suas dependên- de registo ou fiscais, desde que o pedido se mostre indivi-
cias fechadas são efectuadas nos termos das leis de dualizado e suficientemente concretizado.
processo. 3. O pedido a que se referem os números anteriores é
ARTIGO 37.º
formulado pelo magistrado competente.
(Revista e perícia)
Os sais das substâncias inscritas na presente tabela Importando definir, de forma global, os procedimentos
em todos os casos em que a existência desses sais seja a seguir pelas restantes entidades com intervenção na
possível. execução deste diploma.