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REPÚBLICA DE ANGOLA

ASSEMBLEIA NACIONAL

LEI Nº________/_________

DE______DE________

A Polícia Nacional de Angola é um órgão do Sistema de Segurança


Nacional e, face a este facto, o seu funcionamento deve conformar-se à
nova realidade sócio-política e económica do País, para que cumpra com as
atribuições que lhe são incumbidas nos termos da Constituição da
República de Angola e da lei, bem como das Convenções Internacionais de
que Angola seja signatária;

Considerando que o actual regime especial de carreiras da Polícia


Nacional de Angola encontra-se desajustado do contexto, no que respeita à
realidade funcional da Corporação, tendo em conta o estágio de
desenvolvimento alcançado;

Considerando que a Polícia Nacional de Angola não dispõe de um


diploma legal que estabeleça de forma sistematizada a vida profissional do
seu pessoal, desde o ingresso até a passagem à reforma;
Havendo necessidade de estabelecer os princípios, as regras e as
formalidades legais que regem a Carreira Policial;

A Assembleia Nacional aprova, por mandato do povo, nos termos


das disposições combinadas da alínea j) do artigo 164.º e da alínea d) do n.º
2 do artigo 166.º, todos da Constituição da República de Angola, a
seguinte:
LEI DA CARREIRA E DA FUNÇÃO POLICIAL

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Artigo 1.º
(Objecto)
A presente Lei estabelece as normas gerais e específicas referentes ao
ingresso, regime especial de carreiras, direitos, deveres, regalias e outros
incentivos concedidos ao pessoal militarizado da Polícia Nacional de
Angola, bem como de licenciamento à reforma.

Artigo 2.º
(Âmbito de aplicação)
A presente Lei aplica-se exclusivamente ao pessoal militarizado da PNA,
designado por polícia, no exercício das suas funções.

Artigo 3.º
(Definições)
Para efeitos do previsto na presente Lei, entende-se por:
a) Comissão normal de serviço – a prestação de serviço de natureza
policial, na Casa de Segurança do Presidente da República, no
Ministério do Interior, nas Forças Armadas Angolanas, nos Serviços
de Segurança, nas Missões Diplomáticas e Consulares, nas
Instituições Policiais Internacionais;
b) Comissão especial de serviço – a prestação de serviço de natureza
não policial, em órgãos do Estado;
c) Carreira – o conjunto hierarquizado de postos, em cada classe
relativo a determinada forma de prestação de serviço e a que
corresponde o exercício de cargos e o desempenho de funções
diferentes entre si;
d) Cargo policial – o lugar fixado na estrutura orgânica da PNA que
corresponde ao desempenho de funções organicamente definidas e
cujo preenchimento é adequado ao posto, serviço, especialidade ou
classe policial, de acordo com os níveis de responsabilidade e
qualificações exigidas;
e) Despromoção – Consiste na baixa do posto que ostenta para outro
imediatamente inferior;
f) Desgraduação – Consiste na baixa do posto que ostenta por
graduação para outro inferior;
g) Efectividade de serviço – O efectivo exercício de funções próprias
na PNA, sem interrupção;
h) Graduação – Consiste na ascensão excepcional e temporária, do
pessoal militarizado, a um posto superior ao que ostenta, por
inerência de funções;
i) Inactividade temporária – a situação de impedimento temporário
do pessoal militarizado no activo, por razões de saúde, formação,
disciplinares ou criminais;
j) Patenteamento – o acto de atribuição do primeiro posto ao pessoal
com funções policiais e constitui o ingresso na respectiva classe da
carreira;
k) Posto – a posição que na respectiva classe o pessoal militarizado
ocupa no âmbito da carreira policial, fixada de acordo com o
conteúdo e qualificação da função;
l) Progressão na carreira – consiste na promoção do pessoal
militarizado aos diferentes postos policiais que implica mudança de
remuneração, direitos e deveres;
m) Promoção – o acto de atribuição do posto policial imediatamente
superior, proporcionando assim uma ascensão na hierarquia policial;
n) Relação hierárquica – o sistema estratificado de correlação entre o
poder de comando, direcção e chefia que compete ao superior e o
dever de obediência que recai sobre o subordinado.
Artigo 4.º
(Polícia)
1- Considera-se polícia o profissional militarizado da PNA, armado,
uniformizado, sujeito à hierarquia de comando, integrado nas classes de
oficial, subchefe e agente e que, satisfazendo as características da condição
policial, ingressou nesta força de segurança, nela se encontra vinculado,
com carácter de permanência e prossegue as atribuições da Corporação,
nomeadamente no domínio da segurança pública, investigação criminal e
administração.

2- O polícia, no exercício das suas funções, é agente da autoridade da


força pública, autoridade e órgão de polícia criminal, quando legalmente
não lhe deva ser atribuída outra qualidade.

Artigo 5.º
(Condição policial)
1- A condição policial define as bases gerais a que obedece o
exercício de direitos e o cumprimento de deveres pelo polícia em qualquer
situação.
2- A condição policial caracteriza-se:
a) Pela subordinação ao interesse público;
b) Pela defesa da legalidade democrática, da segurança interna e dos
direitos fundamentais dos cidadãos, nos termos da Constituição e da
lei;
c) Pela sujeição aos riscos decorrentes do cumprimento das missões da
PNA, se necessário com sacrifício da própria vida;
d) Pela subordinação à hierarquia de comando na PNA;
e) Pela sujeição a um regulamento disciplinar próprio, à lei dos crimes
e de justiça penal, militares;
f) Pela disponibilidade permanente para o serviço, bem como para a
formação e para o treino, ainda que com sacrifício dos interesses
pessoais;
g) Pela restrição ao exercício de direitos, nos termos previstos na
Constituição e na lei;
h) Pela adopção, em todas as situações, de uma conduta pessoal e
profissional conforme aos princípios éticos e deontológicos da
função policial;
i) Pela consagração de direitos especiais em matéria de compensação
do risco, saúde, higiene e segurança no trabalho, na carreira e na
formação.
3- O polícia assume o compromisso público de respeitar a
Constituição e as demais leis da República de Angola, de fidelidade ao
poder político, e obriga-se a cumprir os regulamentos e as determinações a
que deva respeito, nos termos da lei.
Artigo 6.º
(Juramento de bandeira)
1- O instruendo que não tenha prestado juramento de bandeira no
momento da sua admissão, presta-o em cerimónia pública, perante a
Bandeira Nacional, mediante a seguinte fórmula de declaração solene:
«Como cidadão da República de Angola, enquadrado nas fileiras das
Forças Armadas Angolanas:
Juro à Bandeira da República de Angola, comprometendo-me
perante a pátria e o Governo, ser militar honesto, valente,
disciplinado e vigilante, respeitar o povo e todo o seu património,
guardar no mais rigoroso sigilo, os segredos militares e do Estado.
Juro servir as Forças Armadas Angolanas, cumprir e fazer cumprir,
incondicionalmente as leis da República, os deveres militares e as
ordens dos comandantes e chefes.
Juro, defender e ser fiel à minha pátria e estar sempre pronto a
lutar, pela defesa e salvaguarda da sua soberania e integridade
territorial, mesmo com o sacrifício da própria vida;
Juro combater em qualquer parte do território Nacional sem ceder
perante o inimigo nem atraiçoar os meus camaradas, mesmo sob
ameaça de morte ou captura;
Juro estudar com dedicação a arte militar, cuidar dos bens militares
e do património do Estado.
Se eu violar este meu juramento à Bandeira, que seja severamente
punido, nos termos da Lei Militar, e que para mim se dirija o ódio de
todo povo Angolano».
2- Sem prejuízo do juramento colectivo, a título individual, o
instruendo assina o Termo de Juramento de Bandeira, para efeito de registo
e arquivo no respectivo processo individual.
Artigo 7.º
(Juramento de fidelidade)
1- O polícia após a frequência com aproveitamento nos cursos de
ingresso na Corporação, presta juramento de fidelidade em cerimónia
pública e perante a Bandeira da República, nos termos previstos na
presente lei e regulamentação aplicável, em obediência à seguinte
formulação:
«Juro, por minha honra, como cidadão angolano e como polícia da
República de Angola respeitar e fazer respeitar a Constituição da
República de Angola e demais leis; cumprir as ordens e deveres da
condição policial, de acordo com as leis e regulamentos; actuar
estritamente de acordo com a autoridade de que estiver investido; observar
as normas de conduta profissional e boas práticas policiais; tratar o
cidadão com moderação, firmeza, imparcialidade, correcção, cortesia e
urbanidade; contribuir para o prestígio da Corporação e exercer as
minhas funções policiais exclusivamente ao serviço do interesse público.».
2- Sem prejuízo do juramento colectivo no acto de encerramento do
curso, o polícia presta juramento a título individual e assina o Termo de
Fidelidade, para efeito de registo e arquivo no respectivo processo
individual.
Artigo 8.º
(Compromisso de honra)
1- O polícia nomeado e empossado num cargo, no acto de posse presta o
legal compromisso de honra, conforme o previsto no presente diploma, e
nos seguintes termos:
«Eu, _________________________________, juro pela minha honra,
servir a pátria Angolana, cooperar na realização dos fins superiores do
Estado; defender os princípios fundamentais da ordem estabelecida na
Constituição; respeitar as Leis e dedicar ao serviço público todo meu zelo;
inteligência e aptidão, combater e abdicar da corrupção e do nepotismo.
Se eu violar o compromisso ora assumido, que seja responsabilizado
disciplinar e criminalmente, nos termos da Constituição e das demais leis
em vigor na República de Angola.»
2- O polícia presta o juramento a título individual e assina o
Compromisso de Honra, para efeito de registo e arquivo no respectivo
processo individual.
Artigo 9.º
(Forma de tratamento entre polícias)
1- Sem prejuízo do disposto em outros diplomas aplicáveis, na sua
actividade quotidiana, os polícias tratam-se pelo Posto ou Função, seguido
do Nome.
2- O polícia reformado é tratado pelo Posto, seguido do Nome e da
expressão «na reforma».
3- O estudante em fase de estágio, no último ano do curso de
licenciatura em ciências policiais, é tratado por Aspirante, seguido do
nome.
4- O estudante do curso superior de ciências policiais, do 1.º ao
penúltimo ano, é tratado por Cadete, seguido do nome.
5- O polícia que frequenta cursos de especialização, promoção ou
capacitação nos estabelecimentos de ensino da PNA, é tratado por
Formando, seguido do nome.
6- O candidato admitido para a formação militar até à conclusão do
curso básico de polícia, é tratado por Instruendo, seguido do nome.

CAPÍTULO II

DEVERES E DIREITOS DO POLÍCIA

SECÇÃO I
Deveres, Incompatibilidades e Regime Vinculável
Artigo 10.º
(Regime geral)

1- O polícia está sujeito aos deveres e goza dos direitos previstos na


lei geral para os demais trabalhadores que exercem funções públicas, sem
prejuízo do disposto na presente Lei e no Regulamento Sobre o Regime
Disciplinar do Pessoal da Polícia Nacional, bem como em outros diplomas
legais especialmente aplicáveis.

2- No exercício das suas funções o polícia está exclusivamente ao


serviço do interesse público, nos termos da lei.

Artigo 11.º
(Defesa da Pátria)
O polícia cumpre prontamente as missões que lhe forem legalmente
cometidas para a defesa da Pátria, se necessário, com o sacrifício da própria
vida.

Artigo 12.º
(Deveres profissionais gerais)

1- Sem prejuízo do disposto na Constituição da República de


Angola, no Estatuto Orgânico da Polícia Nacional e no Regulamento Sobre
o Regime Disciplinar do Pessoal da Polícia Nacional, o polícia deve
dedicar-se ao serviço com toda a lealdade, zelo, obediência, competência,
integridade de carácter e espírito de bem servir, utilizando e desenvolvendo
de forma permanente a sua aptidão e formação profissionais adquiridas na
PNA ou outras adquiridas a título particular.

2- Cessa o dever de obediência sempre que o cumprimento das


ordens ou instruções impliquem a prática de qualquer crime ou infracção
disciplinar.

3- O polícia, ainda que se encontre fora do período normal de


trabalho e da área de jurisdição onde exerça funções, deve tomar as
providências cautelares e urgentes, dentro da sua esfera de competência, até
à intervenção da autoridade policial competente, para evitar a prática ou
para descobrir os agentes de qualquer crime de que tenha conhecimento.

4- O polícia que tenha conhecimento de factos relativos a crimes


deve comunicá-los imediatamente ao seu superior hierárquico e ao órgão
de polícia criminal competente para a investigação.

Artigo 13.º
(Deveres especiais)

São deveres especiais do polícia, no exercício das suas funções, os


seguintes:

a) Garantir a protecção das vítimas de crimes, a vida e integridade


física dos detidos ou das pessoas que se achem sob sua custódia ou
protecção, no estrito respeito da honra e dignidade da pessoa
humana;
b) Actuar sem discriminação em razão de ascendência, sexo, raça,
língua, território de origem, religião, convicções políticas ou
ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou
orientação sexual;
c) Exibir previamente prova da sua qualidade quando, não fardado,
aplicar medidas de polícia ou emitir qualquer ordem ou mandado
legítimo;
d) Observar estritamente, e com a diligência devida, a tramitação, os
prazos e requisitos exigidos pela lei sempre que proceda à detenção
de alguém;
e) Actuar com a decisão e a prontidão necessárias, quando da sua
actuação dependa impedir a prática de um dano grave, imediato e
irreparável, observando os princípios da adequação, da necessidade,
da oportunidade e da proporcionalidade na utilização dos meios
disponíveis;
f) Agir com a determinação exigível, mas sem recorrer à força mais do
que o estritamente necessário para cumprir uma tarefa legalmente
exigida ou autorizada;
g) Usar os meios coercivos adequados, necessários e proporcionais para
a reposição da legalidade, da ordem, da segurança e da tranquilidade
públicas, quando estes se mostrem indispensáveis, legítimos e
suficientes ao eficiente cumprimento das suas funções e estejam
esgotados os meios de persuasão menos gravosos;
h) Recorrer ao uso de armas de fogo, como medida extrema, quando tal
se afigure absolutamente necessário, adequado, proporcional e exista
comprovadamente perigo para a sua vida ou de terceiros e nos
demais casos previstos na lei.
Artigo 14.º
(Segredo de justiça e profissional)

1- A realização de actos processuais de investigação criminal e/ou


de coadjuvação das autoridades judiciárias pelo polícia está sujeita ao
segredo de justiça nos termos da lei.

2- Nos termos do número anterior, o polícia no exercício das suas


funções está vinculado ao segredo de justiça, devendo garantir o seu
integral cumprimento, sob pena de incorrer numa pena disciplinar ou
criminal, nos termos da legislação específica.

Artigo 15.º
(Dever de disponibilidade permanente)

1- O polícia deve manter permanente disponibilidade para o serviço,


ainda que com sacrifício dos interesses pessoais, salvo por razões
devidamente justificadas.

2- O polícia é obrigado a comunicar e a manter permanentemente


actualizados o local da sua residência habitual e as formas de contacto.

Artigo 16.º
(Aptidão física e psíquica para o serviço)

1- Em serviço, o polícia deve manter sempre as necessárias


condições físicas e psíquicas exigíveis ao cumprimento integral da missão.

2- Para efeitos do número anterior, em serviço, o polícia pode ser


submetido a exames médicos, a testes ou outros meios apropriados, com
vista à detecção de consumo excessivo de bebidas alcoólicas, bem como ao
consumo de substâncias psicotrópicas.

3- Os procedimentos atinentes à execução dos exames referidos no


número anterior são fixados por despacho conjunto dos Ministros do
Interior e da Saúde.

Artigo 17.º
(Incompatibilidade de funções)
1- O polícia está sujeito ao regime geral de incompatibilidade e
impedimentos de funções públicas e privadas aplicáveis aos funcionários
públicos, sem prejuízo do disposto no artigo seguinte.

2- Sem prejuízo do disposto no número anterior e no Regulamento


Sobre o Regime Disciplinar do Pessoal da Polícia Nacional, consideram-se
incompatíveis à função policial, nomeadamente:
a) Fazer parte de corpos directivos de quaisquer agremiações sem a
prévia autorização superior;
b) Praticar actividades políticas ou com elas relacionadas, durante o
tempo de permanência no serviço activo da PNA;
c) Promover, autorizar ou tomar parte em manifestações, devendo
como tal serem considerados quaisquer protestos ou manifestações.
Artigo 18.º
(Acumulação de funções)

1- O polícia está sujeito ao regime geral de acumulação de funções


públicas aplicáveis aos funcionários e agentes públicos.

2- A acumulação de funções no âmbito da PNA pode ser


determinada, a título excepcional, por Decreto Presidencial, por Despacho
fundamentado do Ministro do Interior ou do Comandante-Geral da PNA.

3- O Despacho que determinar a acumulação de funções deve


constar em Ordem de Serviço.

Artigo 19.º
(Regime de continências e honras policiais)

1- O polícia está sujeito a um regime de continências e honras


policiais específico.

2- As normas relativas à ordem unida, à apresentação e ao aprumo


do polícia são aprovadas em regulamento próprio.
3- Não havendo as normas referidas nos números anteriores,
aplicam-se, com as devidas adaptações, os regulamentos das Forças
Armadas Angolanas.

Artigo 20.º
(Regime deontológico e disciplinar)

O polícia rege-se por código deontológico próprio e está sujeito a regime


disciplinar especial, regulados por diplomas próprios.

Artigo 21.º
(Uso de fardamento e armamento)

1- O polícia exerce a sua função devidamente fardado e, sempre que


necessário, armado.

2- Sem prejuízo do disposto no número anterior, para o exercício de


funções que pela sua natureza ou especialidade o determinem, o uso de
fardamento pode ser dispensado.

3- Os tipos, as formas de dispensa de utilização, bem como as


características do fardamento são aprovados em regulamento próprio.

Artigo 22.º
(Utilização de equipamentos e meios)

O polícia utiliza os equipamentos, o armamento e outros meios fornecidos


ou autorizados pela PNA necessários à eficaz e eficiente execução das
tarefas de que está incumbido e zela pela respectiva guarda, segurança e
conservação.

Artigo 23.º
(Identificação do polícia)

1- O polícia considera-se identificado quando devidamente fardado.


2- Sem prejuízo do número anterior, em serviço e fardado, o polícia
deve exibir a placa, contendo o Número de Identificação Policial (NIP) e,
sempre que a sua identificação seja solicitada ou as circunstâncias do
serviço o exijam, deve exibir prontamente a carteira de identificação
profissional, para certificar a sua qualidade.

3- Quando não fardado, em acções públicas, o polícia identifica-se


através da carteira de identificação profissional.

4- O Instruendo, o Cadete e o Aspirante devem usar passe de


identificação próprio.

5- A farda e os meios de identificação referidos nos números


anteriores são aprovados em regulamento próprio.

SECÇÃO II
Direitos

Artigo 24.º
(Direitos, liberdades e garantias)

O polícia goza dos direitos, liberdades e garantias reconhecidos aos demais


cidadãos, estando o seu exercício sujeito às restrições previstas na
Constituição da República de Angola, na presente Lei, bem como em
outros diplomas legais especialmente aplicáveis.

Subsecção I

Direitos Especiais

Artigo 25.º
(Livre trânsito e direito de acesso)

Ao polícia, quando devidamente identificado, em acto ou missão de


serviço, deve ser facultada a entrada livre em locais públicos ou onde seja
permitido acesso ao público mediante o pagamento de uma taxa, a
realização de certa despesa ou apresentação de identificação civil, para
actos de fiscalização, de prevenção e outros legalmente permitidos.

Artigo 26.º
(Utilização de meios de transporte)

1- O polícia, quando devidamente identificado e em missão de


serviço, tem direito à utilização gratuita dos transportes públicos colectivos
rodoviários, ferroviários, fluviais e marítimos, em todo o território
nacional.

2- O regime de utilização dos transportes públicos colectivos pelo


polícia é objecto de Decreto Executivo Conjunto dos Ministros do Interior,
dos Transportes e das Finanças.

Artigo 27.º
(Cartão de identificação profissional)

1- O Instruendo e o Aspirante que terminam o curso de formação de


ingresso na Corporação adquirem o estatuto de agente de autoridade e
recebem o cartão de identificação profissional, que os identifica como tal,
emitido pelo Órgão de Recursos Humanos da PNA.

2- O cartão de identificação profissional a que se refere o número


anterior não substitui o bilhete de identidade de cidadão nacional e deve
conter, obrigatoriamente, a situação profissional do respectivo titular.

3- O modelo do cartão de identificação profissional é aprovado por


despacho do Comandante-Geral da PNA.

Artigo 28.º
(Fardamento)

1- O polícia tem direito ao uso de fardamento legalmente previsto


para o exercício da sua função.

2- No momento do ingresso na Polícia Nacional de Angola, o


polícia tem direito a uma dotação inicial de fardamento, nos termos do
Regulamento de Uniformes de Uso Exclusivo da Polícia Nacional.

3- Periodicamente, visando garantir o necessário atavio, o polícia


deverá comparticipar na aquisição do respectivo fardamento.
4- A comparticipação referida no número anterior é garantida
mediante o acréscimo de um subsídio de atavio ao salário base do polícia,
nos termos previstos na presente lei.

5- Sem prejuízo do disposto no número anterior, o polícia que seja


designado para o cumprimento de missões internacionais pode beneficiar
de uma dotação de fardamento complementar a ser assegurada pela PNA,
nos moldes a definir por Despacho do Comandante-Geral da PNA.

6- O polícia demitido da Corporação faz o espólio do fardamento


que usava para o exercício da função policial.

Artigo 29.º
(Porte e uso de arma de fogo)

1- O polícia tem direito ao porte e uso de arma de fogo e munições de


qualquer tipo, atribuídos pela PNA, independentemente de licença, sendo
no entanto obrigado ao respectivo manifesto, nos termos da lei, quando as
mesmas sejam de sua propriedade.

2- O polícia tem direito a uma arma de fogo de uso individual e


respectivas munições, nos moldes a definir por Despacho do Comandante-
Geral da PNA.

3- O polícia na condição de reforma ou que tenha sido demitido da


Corporação faz o espólio do armamento que lhe tenha sido atribuído para o
exercício da função policial.

4- O direito a que se refere o número 1 é suspenso ou restringido, por


despacho fundamentado do Comandante-Geral da PNA, devendo a arma e
munições serem entregues na respectiva unidade ou serviço, nas seguintes
situações:
a) Quando tenha sido aplicada medida judicial de interdição do uso de
armas ou medida disciplinar de desarmamento;
b) Sob licença ilimitada;
c) Durante o cumprimento de medida ou pena disciplinar de suspensão
ou medida de coação de suspensão do exercício de funções, salvo se,
por razões fundamentadas, puder estar em causa a sua segurança e
integridade física;
d) Por motivos de saúde, nomeadamente quando existam fundados
indícios de perturbação psíquica ou mental;
e) Quando o polícia tenha revelado falta de aptidão nas provas práticas
periódicas para o efeito;
f) Quando existam fundados indícios de se encontrar permanentemente
sob a influência de bebidas alcoólicas, de estupefacientes, de
substâncias psicotrópicas, ou de outros produtos de efeitos análogos;
g) Quando por razões devidamente fundamentadas por Despacho do
Comandante-Geral da PNA se revelar inconveniente a atribuição de
arma de fogo, conforme referido no número 1 do presente artigo.
5- Na situação prevista na alínea d) do número anterior, o polícia ao
qual tenham sido retiradas a arma e munições, como medida cautelar, pode
submeter-se à avaliação de um médico, no sentido de obter o respectivo
parecer, que ateste a sua condição psíquica e mental.
Artigo 30.º
(Poder de autoridade)

1- O polícia está investido do poder de autoridade nos termos definidos


no Código de Processo Penal e em outros diplomas legais aplicáveis.

2- O polícia que desempenhe funções de comando, direcção ou chefia


exerce o poder de autoridade inerente a essas funções, bem como a
correspondente competência disciplinar.

3- O exercício dos poderes de autoridade implica a responsabilidade


dos actos que por si ou por sua ordem forem praticados.

Artigo 31.º
(Incapacidade física)

É aplicável ao polícia o regime geral em vigor para os portadores de


deficiência, com as devidas adaptações.
Artigo 32.º
(Aumento do tempo de serviço)

1- O polícia, enquanto se mantiver em serviço de carácter operacional,


para efeitos de contagem de tempo para a reforma, beneficia de um
aumento de 15% em relação a todo o tempo de serviço efectivo prestado na
PNA.

2- São excluídas do disposto no número anterior as situações em que o


polícia:

a) Cumpra pena, sanção acessória ou medida de coacção, por motivos


criminais ou disciplinares, não conciliáveis com o exercício de
funções policiais;
b) Permaneça suspenso de funções, nos termos previstos no
Regulamento Sobre o Regime Disciplinar do Pessoal da Polícia
Nacional.

Artigo 33.º
(Direito à habitação)

1- O Comandante-Geral da PNA, o 2.º Comandante-Geral, o


Comandante Provincial, o 2º Comandante Provincial, o Comandante
Municipal, o 2º Comandante Municipal, o Comandante de Esquadra e o
Chefe do Posto de Comando da Esquadra têm direito à habitação por conta
do Estado.

2- O polícia tem direito à habitação por conta do Estado quando, por


razões de serviço, tenha sido transferido para uma localidade que dista a
mais de 50 km do local de residência habitual.

3- Cessa o direito referido no número anterior tão logo o beneficiário se


encontre numa condição diferente da que proporcionou o direito.
4- Não sendo possível a satisfação do direito referido no número 2
deste artigo, o polícia beneficia de um subsídio de residência
correspondente a 50% do respectivo salário base.

5- Sem prejuízo do referido nos números anteriores, o polícia pode


beneficiar de residência, em função da disponibilidade existente e de
acordo com o plano de habitação previamente concebido e aprovado pelo
Comandante-Geral da PNA.

Artigo 34.º
(Patrocínio judiciário)

1- O polícia tem direito a patrocínio judiciário em todos os processos


crimes ou cíveis em que seja arguido ou réu e os factos tenham ocorridos
em missão de serviço.

2- Para efeitos do número anterior, considera-se em serviço o polícia


nas seguintes circunstância:

a) No trajecto de casa para o serviço e vice-versa;

b) Em cumprimento de um dever superiormente orientado, bem como em


qualquer situação e lugar em que a circunstância obriga a sua
intervenção.

3- O patrocínio judiciário é solicitado ao Comandante-Geral da PNA


pelo titular do respectivo Órgão a que pertence o polícia, ou a requerimento
deste.

Artigo 35.º
(Imunidades)

Os Oficiais Comissários da Polícia Nacional de Angola gozam de


imunidades nos termos previstos na lei.

Artigo 36.º
(Regime de detenção e reclusão)

1 -O cumprimento da prisão preventiva e das penas e medidas privativas de


liberdade do polícia ocorrem em cela específica de unidade policial ou de
estabelecimento penitenciário comum ou especial, em regime de separação
dos demais detidos ou presos.

2 – A condução e transporte do polícia detido ou preso são igualmente


feitos em regime de separação dos demais detidos ou presos.

Artigo 37.º
(Outros direitos subjacentes ao exercício de funções)

1- Para o integral cumprimento das suas missões e atribuições, o polícia


tem o direito de requisitar o auxílio das autoridades administrativas,
policiais e fiscais, quando as necessidades do serviço o exijam.

2- O polícia tem o direito de ser indemnizado, nos termos da lei, por


danos materiais ou pessoais decorrentes de actos criminosos de que seja
vítima no exercício das suas funções ou em consequência das mesmas.

Subsecção II
Recompensas, Subsídios e Incentivos
Artigo 38.º

(Recompensas)

Nos termos do Regulamento sobre o Regime Disciplinar do Pessoal da


Polícia Nacional e demais legislação aplicável, pelo seu comportamento
profissional, pode ser concedido ao polícia:
a) Elogio;
b) Louvor;
c) Licença de prémio;
d) Promoção por distinção;
e) Condecorações.
Artigo 39.º

(Subsídio de instalação por colocação, transferência ou deslocação)

O polícia pode, mediante despacho fundamentado por motivo de serviço,


ser transferido ou deslocado para localidade diferente da que constitui a sua
residência habitual, tendo direito:

a) A um subsídio de instalação de montante líquido correspondente a


30 dias de ajudas de custo;
b) Ao pagamento das despesas de transporte de até quatro membros do
seu agregado familiar para a viagem de ida.
Artigo 40.º

(Subsídio de isolamento)

O polícia com perfil para o exercício de funções de execução, técnicas, de


comando e chefia na PNA, destacado ou transferido para áreas recônditas
do território nacional, fora das sedes municipais, em situações especiais de
penosidade e integração social, tem direito a um subsídio de isolamento
equivalente a 15% do salário base mensal.
Artigo 41.º

(Subsídio de risco)

O polícia integrado nas carreiras especiais da PNA previstas na presente


Leitem direito a subsídio de risco correspondente a 30% do salário base
mensal.

Artigo 42.º

(Subsídio de risco elevado)

1- O pessoal navegante das especialidades policiais de pilotagem,


fronteiras e fiscal aduaneira tem direito a subsídio de risco elevado
correspondente a 10% do salário base, acumulável com o subsídio previsto
ao anterior.
2- O subsídio previsto no número anterior beneficia o pessoal
mergulhador das especialidades policiais de fronteiras e fiscal aduaneira.
3- Para efeitos do disposto nos números anteriores é considerado
pessoal ao qual seja atribuída tal categoria nos termos do respectivo
Estatuto ou Regulamento orgânico.

Artigo 43.º

(Subsídio de comando operacional de forças)

1- O polícia nomeado para o exercício de funções de comando


operacional a distintos níveis da PNA tem direito a um subsídio
correspondente a 10% do salário base mensal, atendendo a sua permanente
disponibilidade e outros condicionalismos inerentes à função de comando.

2- O subsídio referido no número 1 deste artigo não é acumulável


com o previsto no artigo seguinte.

Artigo 44º

(Subsídio de direcção e chefia)

O polícia nomeado para o exercício de funções de direcção e chefia tem


direito a subsídio de 5% do salário base mensal.

Artigo 45.º

(Subsídio de representação)

Os Oficiais Comissários da PNA que exerçam cargos de comando, direcção


e chefia têm direito a subsídio de representação correspondente a 10% do
salário base mensal, independentemente de vencer pelo posto ou função.

Artigo 46.º

(Subsídio de exposição directa e indirecta a agentes biológicos,


químicos e radioactivos)

1- O polícia da Unidade Antiterrorismo, bem como o pessoal com


atribuições técnicas médicas, de enfermagem, de diagnóstico ou
terapêutica, têm direito a subsídio de exposição directa e indirecta a agentes
biológicos, químicos e radioactivos, correspondente a 10% do salário base
mensal.
2- O polícia que preste serviço de apoio hospitalar tem direito a
subsídio de exposição indirecta a agentes biológicos, químicos e
radioactivos, correspondente a 5% do salário base mensal.
Artigo 47.º
(Subsídio de atavio)

O polícia beneficia de um suplemento remuneratório semestral, visando a


garantia da comparticipação periódica na aquisição do fardamento, nos
seguintes termos:

a) Para Oficiais Comissários, 30% do salário base do Subcomissário;

b)Para Oficiais Superiores, 30% do salário base do Intendente;

c) Para Oficiais Subalternos, Subchefes e Agentes, 100% do salário


base do Agente.

Artigo 48.º

(Subsídio de alimentação)

1- O polícia beneficia de um suplemento remuneratório, que visa


compensar as limitações de deslocação à residência para as necessárias
refeições diárias, decorrentes da condição e natureza do serviço policial,
permanente e obrigatório, estabelecido nos seguintes termos:

a) Para os Comissários, 8% do salário base mensal;

b) Para os Subcomissários, 9% do salário base mensal;

c) Para os Oficiais Superiores, 10% do salário base mensal;

d) Para os Oficias Subalternos, 12% do salário base mensal;

e) Para os Subchefes, 15% do salário base mensal;

f) Para os Agentes, 35% do salário base mensal.

2- Não beneficia do subsídio referido no número anterior o polícia que


se encontre:

a) Em gozo de férias;
b) Em comissão de serviço;

c) Inactividade temporária;

d) Fora de actividade.

Artigo 49.º

(Subsídio de turno)

1- O polícia que exerce a sua função em regime de turno permanente


beneficia de um suplemento remuneratório de 10% ao salário base mensal
e, o que exerce em regime de turno diário e parcial beneficia de um
suplemento remuneratório de 5% ao salário base mensal.
2- O disposto no número anterior inclui igualmente o pessoal médico da
PNA que faz banco.

Artigo 50.º
(Subsídio de patrulha)

1- O polícia que efectue missões de patrulhamento tem direito a um


subsídio, que visa compensar as limitações, restrições e responsabilidades
resultantes das condições especiais do trabalho de vigilância em prol da
segurança das pessoas e bens, da manutenção da ordem e tranquilidade
públicas, bem como da atenuação dos efeitos de calamidades e desastres.
2- Para efeitos do estabelecido no número anterior, o polícia que
efectue patrulhamento em regime permanente e directo, beneficia de um
suplemento remuneratório de 30% do salário base mensal e, os oficiais da
PNA que exercem funções de comando e supervisão da actividade de
patrulhamento, em regime de turno diário e parcial, beneficiam de um
suplemento remuneratório de 10% do salário base mensal.
3- O direito ao subsídio de patrulha depende da integração do polícia
em escala de serviço aprovada pelo Comandante do órgão respectivo.

Artigo 51.º
(Critérios de atribuição)

1- Independentemente de usufruir do salário pela função ou pelo posto, o


polícia beneficia dos subsídios previstos na presente Lei.
2- Terminada a condição funcional do polícia que confere o direito à
percepção dos subsídios previstos no número anterior, cessa o usufruto do
referido direito.

Subsecção III

Regalias
Artigo 52.º

(Regalias para oficiais comissários)

1.- Os oficiais comissários em exercício de funções, para além dos


subsídios e recompensas genéricas previstos na presente lei e demais
legislação, beneficiam de:

a) Transporte distribuído pelo serviço para uso em tempo integral;


b) Combustível e manutenção periódica da viatura;
c) Governanta;
d) Cozinheiro;
e) Motorista;
f) Segurança.
2.- Para efeitos do previsto nas alíneas c) e d) do número anterior, são
celebrados contracto de trabalho com o respectivo pessoal nos termos
previstos na Lei Geral do Trabalho.
Subsecção IV
Regime de Remuneração
Artigo 53.º
(Remunerações)
1- O polícia está sujeito ao regime remuneratório especial, estabelecido
na presente Lei.

2- As remunerações e subsídios do polícia no activo não sofrem


redução de qualquer espécie, salvo em situações de faltas injustificadas,
descontos legais, licença sem vencimento ou aplicação da pena de multa.

Artigo 54.º
(Tabela de remunerações)

1- A remuneração do polícia obedece a uma tabela salarial indiciária


própria e específica.

2- A tabela salarial indiciária deve compreender os postos da carreira, o


índice salarial do pessoal militarizado da PNA e as posições remuneratórias
que expressam a antiguidade no posto policial.

3- As posições remuneratórias devem corresponder ao salário base do


pessoal militarizado da PNA, acrescido de percentagens por antiguidade de
2 anos no mesmo posto.

4- O valor constante da 1ª posição remuneratória deve corresponder ao


salário base dos distintos postos da carreira policial e, os valores
subsequentes devem resultar do acréscimo de percentagens por antiguidade
de 2 anos no mesmo posto, com base nas seguintes percentagens:

a) 5% para os Oficiais;

b) 10% para os Subchefes e Agentes.

5- Os cadetes de instituições superiores de ensino policial, admitidos


por concurso público beneficiam de subsídio de frequência do ensino
superior policial, que deve constar da tabela indiciária.

6- Os instruendos beneficiam de subsídio de instrução constante da


tabela indiciária.

7- A tabela de remunerações a ser estabelecida nos moldes


referenciados nos números anteriores deste artigo visa salvaguardar, em
termos remuneratórios, a antiguidade no posto e compensar as situações de
falta de promoção do polícia por inexistência de vagas ou por outros
motivos que condicionem a ascensão do polícia.

8- A tabela salarial indiciária referida nos números anteriores deste


artigo é aprovada por Decreto Presidencial.

Artigo 55.º

(Ajudas de custo)
A atribuição de ajudas de custo ao polícia obedece ao regime geral da
Administração Pública sobre a matéria.
Subsecção V
Protecção Social e Benefícios Sociais

Artigo 56.º
(Protecção social)

1- Ao polícia aplica-se o regime de protecção social dos funcionários


do Ministério do Interior, abrangendo, designadamente a pensão de
reforma, protecção na doença, na maternidade, nos riscos profissionais,
acidentes e doença profissional, na invalidez e velhice, na morte e
compensação dos encargos familiares, bem como outras formas de
assistência e apoio social, nos termos fixados em diploma próprio.

2- O benefício da protecção social referida no número anterior obriga a


inscrição do polícia no sistema de protecção social correspondente à sua
qualidade.

3- Os descontos para os Serviços Sociais da PNA e para a Caixa de


Protecção Social do MININT são obrigatórios, nos termos da legislação
aplicável.

4- A adesão ao Cofre de Previdência do Pessoal da Polícia Nacional é


facultativa.

Artigo 57.º
(Acção social e assistência médica)

1- O polícia e seus familiares têm direito a acção social complementar,


através dos Serviços Sociais da PNA, nos termos previstos em regulamento
próprio, aprovado pelo Comandante-Geral da PNA.

2- Sem prejuízo do disposto no número anterior, o polícia e seus


familiares beneficiam de assistência médica, medicamentosa e hospitalar,
bem como de meios auxiliares de diagnóstico, nos termos fixados em
diploma próprio.
3- O polícia pode ter direito à assistência médica e medicamentosa em
hospitais de referência, mediante convénios estabelecidos com a PNA,
desde que voluntariamente se inscreva e desconte mensalmente o valor
correspondente ao estabelecido nos convénios.

4- O polícia e seus familiares até ao 2.º grau têm direito ao seguro de


saúde, nos termos de convénios a estabelecer com empresas seguradoras ou
directamente com instituições hospitalares.

SECÇÃO III
Férias, Faltas e Licenças

Artigo 58.º
(Férias)

O polícia está sujeito ao regime de férias aplicável aos funcionários e


agentes da Administração Pública, com as especificidades constantes do
presente Estatuto e demais legislação aplicável.

Artigo 59.º
(Licenças)
Independentemente da forma de prestação de serviço, ao Polícia no activo
pode ser concedido os seguintes tipos de licença:

a) Por doença;
b) Por parto;
c) Por nascimento de filho;
d) Por casamento, bodas de prata e de ouro;
e) Por luto;
f) Por mérito;
g) Para estudos;
h) Registada;
i) Ilimitada.

Artigo 60.º
(Licença por doença)
1. A licença por doença é concedida mediante a apresentação de
atestado médico passado por instituição hospitalar da Polícia Nacional ou
das Forças Armadas Angolanas com uma duração nunca superior a (30)
trinta dias.
2. A licença por doença tem a duração máxima de (30) trinta dias
seguidos ou (90) noventa dias a serem atribuídos de forma interpolada, em
períodos de (30) trinta dias, findo os quais o polícia é submetido à Junta
Médica, a fim de ser avaliado e determinada a sua aptidão para o serviço
policial activo.
3. A licença por junta médica é concedida em conformidade com a lista
das afecções médicas para determinar o grau de aptidão para a permanência
no serviço activo da Polícia Nacional.

Artigo 61.º
(Licença por parto)
1. O polícia do sexo feminino no activo tem direito a uma licença de
(90) noventa dias por parto, (60) sessenta dos quais a seguir ao parto,
podendo os restantes (30) trinta dias ser gozados total ou parcialmente
antes ou depois do parto.
2. Por solicitação do polícia do sexo feminino no activo, as suas férias
podem ser acumuladas com a licença de parto.
3. Sem prejuízo do disposto nos números anteriores, são aplicáveis ao
polícia do sexo feminino no activo, em matéria de licença por parto, as
disposições constantes da lei geral.
Artigo 62.º
(Licença por nascimento de filho)
1. O polícia do sexo masculino no activo tem direito a uma licença de
(5) cinco dias por nascimento de filho, podendo ser gozados seguidos ou
interpolados, entre o dia do nascimento, inclusive, e os quinze dias
imediatos.
2. A licença por motivo de nascimento de filho, deve ser participada no
mesmo dia em que ocorreu, ou excepcionalmente, no dia seguinte e
justificada por escrito, logo que o polícia se apresente ao serviço.

Artigo 63.º
(Licença de casamento, bodas de prata e de ouro)
1. A pedido do polícia no activo é concedida:
a) Por casamento, uma licença de (6) seis dias seguidos, incluindo o dia
do casamento;
b) Por ocasião das bodas de prata ou de ouro, uma licença de (3) três dias
seguidos.
2. O pedido para a concessão da licença expressa na alínea a), deve ser
apresentado com uma antecedência mínima de (30) trinta dias.
3. A confirmação do casamento é efectuada através da certidão,
necessária ao averbamento no respectivo processo individual.

Artigo 64.º
(Licença por luto)

1. A licença por luto é concedida ao polícia:


a) Por (8) oito dias úteis, por falecimento de cônjuge, de parente ou afim
no 1º grau da linha recta;
b) Por (4) quatro dias úteis, por falecimento de parente ou afim em
qualquer outro grau da linha recta e até ao 4º grau da linha colateral;
c) Por (3) três dias úteis, por falecimento de qualquer outra pessoa que
comprovadamente viva com o polícia em comunhão de mesa e
habitação.
2. No acto de apresentação ao serviço pode ser exigida a prova de
falecimento que justificou a concessão da licença.
Artigo 65.º
(Licença por mérito)
1. A licença por mérito é concedida ao polícia que se tenha evidenciado no
desempenho das suas funções com destaque, pelos altos valores morais
cívicos e intelectuais, aptidão militar ou capacidade de mando ou chefia.
2. A licença por mérito destina-se a recompensar o polícia de qualquer
posto, tendo a duração não superior a 15 dias e podendo ser interrompida
por imperiosa necessidade de serviço.

Artigo 66.º
(Licença para estudos)
1. A licença para estudos pode ser concedida por tempo integral ou
parcial, a requerimento do interessado para efeitos de frequência de curso
de nível superior em estabelecimento de ensino nacional ou estrangeiro,
estranho à Polícia Nacional, no seu interesse e de que resulte valorização
profissional e técnica do polícia.
2. A licença para estudos pode ser concedida, apenas, ao polícia no activo.
3. O polícia no activo na situação de licença para estudos deve
apresentar, na data que lhe for determinada, o documento comprovativo do
aproveitamento académico.
4. A licença para estudos é cancelada sempre que o órgão da Polícia
Nacional responsável orientação metodológica da formação e do ensino
considere insuficiente o aproveitamento académico do polícia.
5. A licença para estudos é concedida sem perda de vencimentos.
Artigo 67.º
(Licença registada)
1. A licença registada pode ser concedida por um período não superior
a (6) seis meses, seguidos ou interpolados, ao polícia no activo que a
requeira e lhe seja deferida, por cada período de (5) cinco anos.
2. Ao polícia no activo pode ser concedida licença registada, quando o
requeira, por tempo não superior a (3) três meses, seguidos ou interpolados,
por cada período de (3) três anos, dependendo a sua concessão de não
existir inconveniente para o serviço e devendo a prestação de serviço ser
prolongada por igual período.
3. Ao polícia no activo pode, excepcionalmente, ser concedida licença
registada, quando a requeira, até (15) quinze dias em cada ano civil, para
comparência em estabelecimentos de ensino onde deve realizar exames,
desde que já não tenha direito a outra licença, devendo o interessado
comprovar a data de comparência às provas por documento passado pelo
estabelecimento de ensino respectivo.
4. O polícia no activo, que por motivo de acidente ou doença não
obtenha aproveitamento na instrução policial básica, é submetido a novo
período de preparação no curso seguinte, entrando de licença registada até
à data de início do mesmo.
5. O polícia no activo na situação de licença registada não tem direito a
qualquer remuneração.

Artigo 68.º
(Licença ilimitada)
1. A licença ilimitada pode ser concedida por um período não inferior a
um ano, ao polícia no activo que a requeira.
2. A licença ilimitada apenas pode ser concedida ao polícia que tenha
prestado pelo menos (8) oito anos de serviço policial no activo após
ingresso na Corporação.
3. A licença cessa (90) noventa dias depois do polícia apresentar o
respectivo requerimento ou, antes deste prazo, a seu pedido, se tal for
autorizado.
4. O polícia não pode permanecer na situação de licença ilimitada, por
mais de (10) dez anos, seguidos ou interpolados, após os quais passa à
reforma.
5. O polícia na situação de licença ilimitada, não tem direito a qualquer
remuneração.

Artigo 69.º
(Regime de faltas)
Relativamente às faltas, o polícia está sujeito ao regime geral da
administração pública, ao Regulamento Disciplinar da PNA e às leis dos
Crimes Militares e de Justiça Militar.

Artigo 70.º
(Ausência por motivo de instalação)

1- O polícia que seja transferido ou deslocado para uma outra


localidade diferente da que constitui a sua residência habitual, tem direito a
5 dias de ausência justificada ao serviço para efeitos de instalação.

2- O direito referido no número anterior é exercido obrigatoriamente no


período imediatamente posterior à data fixada para a apresentação.

CAPÍTULO III
REGIME DE CARREIRAS
SECÇÃO I
Pressupostos da Carreira
Artigo 71.º
(Princípios gerais)
O desenvolvimento da carreira profissional da PNA orienta-se pelos
seguintes princípios:
a) Princípio do primado da valorização profissional – valorização da
formação profissional conducente à completa entrega à missão;
b) Princípio da universalidade – aplicável a todo o polícia;
c) Princípio do profissionalismo – capacidades que exigem
conhecimentos técnicos e formação científica e humanística,
segundo padrões éticos institucionais, e supõe a obrigação de
aperfeiçoamento contínuo, tendo em vista o desempenho das funções
com eficiência;
d) Princípio da igualdade de oportunidades – idênticas perspectivas de
acesso e progressão nas carreiras;
e) Princípio do equilíbrio – gestão integrada dos recursos humanos
existentes de forma a ser obtido o equilíbrio entre os quadros e a
coerência do efectivo global da PNA;
f) Princípio da flexibilidade – adaptação atempada à inovação e às
transformações de crescente complexidade decorrentes do progresso
científico, técnico, operacional e organizacional, com emprego
flexível do pessoal;
g) Princípio da compatibilidade – possibilidade de harmonizar os
interesses da PNA com as vontades e interesses individuais;
h) Princípio da credibilidade – transparência dos métodos e critérios a
aplicar.

Artigo 72.º
(Objectivo da carreira)
O desenvolvimento da carreira profissional visa:
a) A promoção do polícia aos diferentes postos obedece aos princípios
mencionados no artigo anterior, aos interesses da PNA e aos anseios
pessoais de valorização;
b) Um percurso profissional caracterizado pela sucessão de funções de
complexidade e responsabilidade diferentes, nas quais o desempenho
profissional do polícia possa ser considerado base de polivalência
funcional.
Artigo 73.º
(Desenvolvimento da carreira)
1- O desenvolvimento da carreira do polícia verifica-se de acordo com
as qualificações, formação, a antiguidade e o mérito revelados no seu
desempenho profissional, observada a satisfação das condições gerais e
especiais de promoção e as necessidades do serviço da PNA.
2- O desenvolvimento da carreira deve possibilitar a permanência nos
diferentes postos que a constituem, nos termos do disposto no presente
Estatuto, de forma a permitir a aquisição diversificada de competências.

Artigo 74.º
(Requisitos gerais de admissão)
Podem concorrer para admissão na PNA os cidadãos que obedeçam aos
seguintes requisitos gerais:
a) Ser cidadão angolano;
b) Possuir entre 18 a 25 anos de idade;
c) Ter no mínimo 1.65m de altura, para os candidatos do sexo
masculino e 1.60m para os candidatos de sexo feminino;
d) Ter a situação militar regularizada;
e) Possuir como habilitações literárias mínimas a 12ª classe do ensino
geral;
f) Possuir boa sanidade física e mental comprovada pela inspecção
médica;
g) Não ter antecedentes criminais;
h) Possuir boas qualidades morais e comportamento cívico aceitável;
i) Tendo cumprido o serviço militar obrigatório, não ter sido julgados
como incapazes para o serviço policial;
j) Não tenham prestado serviço militar nas Forças Armadas como
oficiais.

Artigo 75.º
(Condições especiais de admissão)
Sem prejuízo das condições gerais, as condições especiais de admissão de
candidatos aos cursos de acesso à PNA são estabelecidas por Decreto
Presidencial.
SECÇÃO II
Carreira Policial, Composição e Princípios do seu Desenvolvimento
Artigo 76.º
(Carreira policial)

A carreira policial é o conjunto hierarquizado de postos, em cada categoria,


relativo a determinada forma de prestação de serviço a que corresponde o
exercício de cargos e o desempenho de funções diferenciadas entre si.

Artigo 77.º
(Composição da carreira)

A carreira específica da PNA agrupa-se hierarquicamente de forma


decrescente nas seguintes classes:

a) Oficiais;

b) Subchefes;

c) Agentes.

Artigo 78.º
(Composição da subclasse de oficiais)

1.- A classe de oficiais é composta pelas seguintes Subclasses:

a) Oficiais Comissários;

b) Oficiais Superiores;

c) Oficiais Subalternos.

2.- A classe de oficiais Comissários compreende:

a) Comissário Geral;

b) Comissário-Chefe;
c) Comissário;

d) Subcomissário.

3.- A classe de oficiais superiores compreende:

a) Superintendente-Chefe;

b) Superintendente;

c) Intendente.

4.- A classe de oficiais subalternos compreende:

a) Inspector-Chefe;

b) Inspector;

c) Subinspector.

Artigo 79.º
(Composição da subclasse de Subchefes e Agentes)

1.- A classe de Subchefes compreende:


a) 1º Subchefe;
b) 2º Subchefe;
c) 3º Subchefe.
2.- A classe de Agentes compreende:
a) Agente de 1ª classe;
b) Agente de 2ª classe;
c) Agente.
Artigo 80º
(Princípios do desenvolvimento da carreira)

O desenvolvimento da carreira policial rege-se pelos seguintes princípios


orientadores:
a) Da valorização policial, que consiste em dar primazia à adequada
formação do polícia, permitindo uma valorização humana e
profissional indispensável à sua progressão na carreira;
b) Da universalidade, que consiste na aplicação de princípios,
procedimentos e mecanismos adstritos à carreira, à todo o polícia,
consoante a sua forma de prestação de serviço;
c) Do profissionalismo, que consiste em valorizar a capacidade de acção e
de completa entrega à missão, a qual exige os necessários
conhecimentos técnico-científicos e princípios humanos, e que
pressupõe a obrigação de um aperfeiçoamento contínuo e
progressivo;
d) Da igualdade de oportunidades, que consiste em proporcionar
semelhantes perspectivas de carreira relativamente à formação e a
promoção, consoante a forma de prestação de serviço;
e) Do equilíbrio, que consiste em procurar atingir uma gestão integrada
dos recursos humanos e financeiros para a satisfação das necessidades
orgânicas da Polícia Nacional;
f) Da transparência, que consiste em providenciar uma ampla difusão dos
métodos e critérios a aplicar ao desenvolvimento da carreira;
g) Da flexibilidade, que consiste em permitir uma oportuna adaptação à
eventuais transformações ou modificações na Instituição Policial,
decorrentes do progresso científico, técnico, operacional e
organizacional.

SECÇÃO III
Patenteamento, Progressão, Promoção e Graduação
Artigo 81.º
(Patenteamento)

O patenteamento é o acto de atribuição ao polícia do primeiro posto e


constitui o ingresso do mesmo na respectiva categoria e carreira.
Artigo 82.º
(Formas de Provimento)
O provimento nas carreiras faz-se por progressão, promoção ou graduação.

Artigo 83.º

(Progressão)
1 - A progressão nas carreiras faz-se através de concurso e da frequência
com aproveitamento num curso específico de formação.

2 - A progressão na carreira respeita as qualificações, antiguidade e o


mérito revelado no desempenho profissional pelo polícia, observadas as
condições gerais e especiais de promoção e as necessidades orgânicas da
PNA.

3 - A progressão pode processar-se horizontalmente por uma mera


ascensão nos escalões remuneratórios.

CAPÍTULO IV

CONDIÇÕES E MODALIDADES DE PROMOÇÃO

Artigo 84.º

(Condições de promoção)

1. A promoção constitui o acto de atribuição do posto policial


imediatamente superior ao que ostenta, proporcionando-lhe assim uma
ascensão na hierarquia do pessoal militarizado da Polícia Nacional de
Angola.
2. O Polícia tem de satisfazer, para ser promovido, as condições gerais
e especiais de promoção, salvo os casos previstos neste diploma.
3. A promoção deve respeitar a ordem de cursos e, dentro do mesmo
curso, por ordem decrescente da classificação obtida, salvo os casos
previstos neste diploma.

Artigo 85.º
(Condições gerais de promoção)
1. As condições gerais de promoção comuns a todo o polícia, são as
seguintes:
a) Cumprimento dos deveres do polícia;
b) Desempenho com aptidão das funções do seu posto;
c) Possuir as qualidades e capacidades intelectuais e profissionais
requeridas para o posto imediato;
d) Possuir aptidão física e psíquica adequada ao desempenho de funções
do posto imediato;
e) Existência de vaga no respectivo quadro especial, correspondente ao
posto para o qual o polícia vai ascender;
f) Não impender sobre o polícia processo disciplinar ou criminal em
curso.
2. As condições definidas nas alíneas b), c) e d), resultam de uma
avaliação contínua e periódica a definir em regulamento próprio.

Artigo 86.º
(Condições especiais de promoção)

As condições especiais de promoção próprias de cada posto são as fixadas


na presente lei e em legislação complementar, podendo abranger:
a) Tempo mínimo de permanência no posto, consoante a forma de
prestação de serviço;
b) Frequência de curso de promoção com aproveitamento ou de estágio
com informação favorável;
c) Desempenho de determinadas funções ou exercício de determinados
cargos essenciais;
d) Outras condições de natureza técnica específica para o respectivo
posto ou quadro especial a ser definido em regulamentação
complementar.
Artigo 87.º

(Modalidades de promoção)
As modalidades de promoção são as seguintes:
a) Por diuturnidade;
b) Por antiguidade;
c) Por escolha;
d) Por distinção;
e) A título excepcional.

Artigo 88.º
(Promoção por diuturnidade)

A promoção por diuturnidade consiste no acesso ao posto imediato,


independentemente de existência de vaga, desde que decorrido o tempo
mínimo de permanência fixado para o posto, consoante a forma de
prestação de serviço e satisfeitas as demais condições de promoção.

Artigo 89.º
(Promoção por antiguidade)
1. A promoção por antiguidade consiste no acesso ao posto imediato,
mediante a existência de vaga, desde que satisfeitas as condições gerais e
especiais de promoção e respeitando a antiguidade relativa no posto.
2. Para efeitos de promoção, não conta como antiguidade no posto, o
tempo decorrido nas situações de inactividade do polícia por motivos de
licença registada ou ilimitada.

Artigo 90.º
(Promoção por escolha)
1. A promoção por escolha consiste no acesso ao posto imediato,
mediante a existência de vaga, desde que satisfeitas as condições gerais e
especiais de promoção, nos termos previstos o presente Estatuto e
independentemente da ordem do curso ou antiguidade relativa no posto que
o polícia ostenta.
2. O processo de escolha baseia-se na apreciação do mérito, absoluto e
relativo, tendo em vista ordenar no respectivo posto o polícia considerado
como competente e que se revele com maior aptidão para o desempenho de
funções inerentes ao posto superior imediato.
3. A promoção por escolha, decorrente da ordenação do polícia em
listas de promoção, deve ser objecto de fundamentação expressa,
subordinada a juízos de valor precisos e objectivos, com base nos seguintes
critérios de avaliação:
a) A qualidade do desempenho de funções do avaliado no actual e, no
mínimo, no posto anterior;
b) A natureza, as condições e as exigências particulares das funções
exercidas;
c) As potencialidades demonstradas para o exercício de funções de posto
superior;
d) A qualidade do desempenho de funções do posto superior, quando
tenha ocorrido;
e) As avaliações individuais periódicas e extraordinárias;
f) Registo disciplinar;
g) A frequência de cursos e ou estágios de formação, qualificação,
actualização e especialização, e respectivas classificações;
h) A participação em actividades operacionais e de campanha, em
situações de conflito ou crise e em actividades de treino operacional e
técnico;
i) A aptidão física;
j) A antiguidade no posto e na carreira, sem prejuízo do disposto no
artigo anterior.
4. As instruções para a execução dos critérios de avaliação referidos no
número anterior são estabelecidas por Despacho do Comandante Geral da
Polícia Nacional.

Artigo 91.º
(Promoção por distinção)
1. A promoção por distinção consiste no acesso ao posto imediatamente
superior, independentemente de estarem ou não reunidas as condições de
promoção.
2. A promoção por distinção premeia excepcionais virtudes policiais e
dotes de comando, direcção ou chefia, demonstrados em campanha ou em
acções que tenham contribuído para a glória da Pátria ou para o prestígio da
Polícia Nacional de Angola.
3. O polícia promovido por distinção a um posto para o qual é exigido
curso de habilitação ou promoção, deve frequentá-lo sob a forma de
estágio.
4. A promoção por distinção pode ter lugar a título póstumo.

Artigo 92.º
(Promoção a título excepcional)
1. A promoção a título excepcional consiste no acesso ao posto
imediatamente superior, independentemente de estarem ou não reunidas as
condições de promoção, tendo lugar nos seguintes casos específicos:
a) Por qualificação do polícia como deficiente da Polícia Nacional;
b) Por reabilitação em consequência de procedência de recurso em
processo criminal ou disciplinar.
2. A promoção a título excepcional pode ter lugar a título póstumo.
3. A promoção a título excepcional é regulada em diploma próprio.

Artigo 93.º
(Circunstâncias impeditivas à promoção)
Constituem circunstâncias impeditivas à promoção:
a) Falta dos requisitos constantes do artigo anterior;
b) Pré-reforma que não reúna os requisitos para promoção;
c) Condição de inactividade.
Artigo 94.º

(Efeitos da promoção e patenteamento irregulares)

1 - Os efeitos da promoção ou do patenteamento cessam sempre que se


comprove ter havido irregularidade no provimento ao respectivo posto.

2 - A arguição do provimento irregular no posto prescreve decorridos 2


anos contados da data da promoção ou patenteamento viciados.

3 - Se o vício tiver enquadramento criminal a prescrição do


procedimento obedece aos prazos previstos na legislação penal.

Artigo 95.º

(Anulação de promoção ou de patenteamento irregular)

1. A anulação de promoção ou patenteamento irregular é da competência


da entidade com competência para a promoção ou patenteamento nos
termos do presente Estatuto e da lei.

3. Sempre que as irregularidades que dão origem à promoção ou ao


patenteamento ou promoção não são imputadas ao polícia beneficiado e
tendo este ostentado a nova patente ou posto, o processo é submetido a
apreciação do Conselho Superior de Quadros para anulação ou ratificação
do acto, conforme o caso.

4. No prazo de (90) noventa dias, se o Conselho Superior de Quadros não


se pronunciar, com a notificação escrita ao interessado sobre a anulação ou
ratificação do acto tido como irregular, o acto é considerado ratificado.
5. O polícia irregularmente promovido ou patenteado, cujo acto seja
administrativamente anulado, pode impugná-lo por via de recurso
contencioso nos termos da lei.
Artigo 96.º

(Despromoção)

1- A despromoção ocorre em função de uma pena disciplinar ou


criminal imposta ao polícia.

2- O polícia despromovido ocupa o primeiro lugar na lista de


antiguidade do posto para o qual foi despromovido.

Artigo 97.º

(Graduação)

1- A graduação tem sempre um carácter excepcional e temporário e


ocorre nos casos de exercício de cargos ou desempenho de funções
indispensáveis por inerência de serviço.

2- A graduação pode ser de até um máximo de dois graus acima do


posto que o polícia ostenta.

3- A graduação só é permitida a partir da classe de oficiais superiores.

4- Não poderá haver graduação sobre a graduação.

5- O decurso de três anos com o posto resultante da graduação,


converte-a automaticamente em promoção, sem mais formalidades, cuja
antiguidade se reporta a data da graduação.

6- Os oficiais graduados a dois postos, decorridos três anos na função


são promovidos no posto imediatamente superior a que ostentava à data da
graduação.

Artigo 98.º

(Cessação da Graduação)
1- A graduação cessa por força da exoneração da função que a motivou
antes do decurso de três anos.

2- A cessação da graduação implica, sem prejuízo dos já adquiridos, a


perda dos direitos inerentes ao posto em que havia sido graduado.

Artigo 99.º

(Competências para promoção, graduação e patenteamento)

A promoção, graduação e patenteamento nos postos policiais compete:

a) Ao Presidente da República e Comandante-em-Chefe das FAA, os


da classe de Oficiais Comissários, sob proposta do Comandante-
Geral da PNA;

b) Ao Comandante-Geral da PNA, os das classes de Oficiais


Superiores, Subalternos, Subchefes e Agentes, sob proposta do chefe
do respectivo órgão e parecer do órgão de Recursos Humanos da
Corporação.

Artigo 100.º

(Competência para despromoção, desgraduação e anulação de


patenteamento)

A despromoção, desgraduação e anulação de patenteamento é da


competência das entidades com competência para promoção, graduação e
patenteamento, nos termos do presente diploma e demais legislação
aplicável.

Artigo 101.º
(Vaga)
1 - As vagas abrem-se quando ocorrer alguma das seguintes situações:
a) Falecimento;
b) Demissão;
c) Reforma;
d) Exoneração;
e) Aumento da estrutura orgânica;
f) Fora de actividade.
2 – Diploma próprio regula a cedência de quotas de admissão para
preenchimento de vagas em decorrência das situações referidas nas alíneas
a), b) e c) do número anterior.
SECÇÃO I
Situações em Relação ao Serviço

Artigo 102.º

(Situações do Polícia)

O polícia em relação ao serviço pode encontrar-se numa das seguintes


situações:
a) Em efectividade;

b) Em comissão normal de serviço;

c) Em comissão especial de serviço;

d) Em inactividade temporária;

e) Pré-reforma;

f) Fora de actividade.

Artigo 103.º
(Inactividade temporária)
O polícia encontra-se em situação de inactividade temporária nos seguintes
casos:
a) Por motivo de doença, quando o impedimento exceda 12 meses e a
junta médica, por razões justificadas e fundamentadas não encontre
ainda condições de se pronunciar quanto à sua capacidade ou
incapacidade definitivas;
b) Cumprimento de pena de prisão, por motivos criminais ou
disciplinares;
c) Por motivo de estudo no interesse da PNA, fora dos estabelecimentos
de ensino policial, desde que lhe seja concedida licença por um período
máximo de 5 anos;
d) Adido.
Artigo 104.º
(Fora de actividade)
Considera-se fora de actividade, o polícia que se encontre numa das
seguintes situações:
a) Comissão especial de serviço;
b) Licença registada ou ilimitada;
c) Em cumprimento de pena de prisão;
d) Na reforma.
Artigo 105.º
(Adido)
1- Considera-se adido o polícia que se encontre numa das seguintes
situações:
a) Em inactividade temporária, por motivo de doença, quando o
impedimento exceda 12 meses e a junta médica, por razões
justificadas, não se encontre ainda em condições de se pronunciar
quanto a sua capacidade ou incapacidades definitivas;
b) Em inactividade temporária, por motivos criminais ou disciplinares,
sempre que o cumprimento da pena, sanção assessoria ou medida de
coação não sejam conciliáveis com o exercício de funções policiais;
c) Em efectividade, mas na condição de pré-reforma;
2. Considera-se ainda na condição de adido o polícia que:
a) Represente ou participe em missões de cooperação policial
internacional e em representação do país em organismos e
instituições internacionais, por período superior a 12 meses;
b) Desempenhe cargos ou funções junto de representações diplomáticas
angolanas no estrangeiro;
c) Aguarde o preenchimento de vaga, cujo preenchimento pode resultar
na sua promoção.

SECÇÃO II
Pré-Reforma e Reforma Antecipada
Artigo 106.º

(Situação de pré-reforma)

1- A pré-reforma é a situação na qual pode encontrar-se o polícia


dois anos antes de atingir o limite de idade de reforma.

2-A passagem à situação de pré-reforma visa genericamente criar as


condições técnicas e materiais para a gestão do processo de reforma
condigna do polícia e de novas admissões na PNA.

Artigo 107.º

(Regime da situação de pré-reforma)

1- O polícia em situação de pré-reforma encontra-se em efectividade de


serviço, podendo exercer funções moderadas compatíveis com o seu estado
físico ou intelectual, em conformidade com os respectivos conhecimentos e
experiência e com as necessidades e conveniência de serviço, não lhe
podendo ser cometidas funções de comando, direcção ou chefia.

2- O polícia pode permanecer na situação de pré-reforma, por um


período máximo de dois anos, findo o qual passa à situação de reforma.

3- Na situação de pré-reforma, o polícia continua sujeito ao regime de


incompatibilidades e conserva os mesmos direitos e regalias que o pessoal
no activo, com excepção dos seguintes:
a) Direito de ocupação de vaga no quadro de pessoal policial;
b) Direito de progressão na carreira.

4- O polícia na situação de pré-reforma tem direito a auferir um salário


de acordo com o posto que ostenta.

5- O regime disciplinar aplicado ao polícia na situação de pré-reforma é


o mesmo que o aplicado ao polícia no activo.

Artigo 108.º

(Situação de reforma antecipada)

1 - A reforma antecipada é a situação na qual pode encontrar-se o


polícia que, por conveniência ou inconveniência da Corporação, ou
interesse pessoal, a sua condição se revela incompatível com a
continuidade do exercício de funções policiais, desde que se verifique uma
das seguintes condições:

a) Seja declarado, pela junta médica, com incapacidade total ou parcial


permanente para o exercício das correspondentes funções policiais;

b) Apresente evidentes sinais exteriores de debilidades físicas ou


mentais devidamente comprovadas por relatório do médico
assistente que manifestamente ponham em causa a sua imagem
pessoal ou da instituição ou susceptíveis de inviabilizar a relação
funcional;

c) Independentemente do tempo de serviço, seja julgado física ou


psiquicamente incapaz para o serviço, mediante parecer da Junta de
Saúde, nos casos em que a incapacidade seja resultante de acidente
ocorrido em serviço ou doença adquirida ou agravada em serviço, ou
por outros motivos profissionais;
d) Tenha completado 30 anos de serviço e tenha cometido infracção
disciplinar incompatível com a continuidade do exercício de funções
policiais, passível de demissão compulsiva, tendo em conta o bom
trabalho prestado anteriormente ao Estado;

e) Não se aplica o previsto na alínea anterior caso a infracção


disciplinar também constitua crime.

2- A passagem à situação de reforma antecipada depende de proposta do


órgão de Recursos Humanos da PNA e consequente despacho da entidade
competente nos termos da lei.

Subsecção I
Reforma
Artigo 109.º
(Definição)
1- Reforma é a situação de aposentação para a qual transita o polícia que
preencha as condições previstas na presente Lei.
2- O polícia é licenciado à reforma por atingir o limite de idade ou por
tempo de serviço prestado ao Estado.
Artigo 110.º
(Condições de licenciamento à reforma)
1- É licenciado à reforma o polícia na situação de activo que:
a) Atinja 65 anos de idade, para os oficiais comissários;
b) Atinja 55 anos de idade, para os demais oficiais, subchefes e agentes
da Corporação;
c) Requeira a passagem à reforma, depois de completados 30 anos de
serviço;
d) Seja colocado compulsivamente fora do quadro, por efeito de sanção
disciplinar ou criminal;
e) Seja julgado incapaz para o exercício de funções policiais por Junta
de Saúde;
f) Tenha completado no máximo dois anos na situação de pré-reforma.
2- A decisão de licenciamento à reforma a que se
refere o número anterior é da competência:
a) Do Presidente da República e Comandante-em-Chefe das FAA, para
os oficiais comissários;
b) Do Comandante-Geral da PNA, para os oficiais superiores,
subalternos, subchefes e agentes

Artigo 111.º
(Protecção na reforma)
O polícia na situação de reforma tem direito à pensão de reforma,
assistência médica e medicamentosa e apoio social.

Subsecção II
Postos e Requisitos para Progressão na Carreira Policial

Artigo 112.º
(Comissário-Geral)
1- O posto de Comissário-Geral é reservado ao Comandante-Geral da
PNA.
2- O Comissário-Geral exerce funções de Comandante-Geral da PNA,
nos termos da legislação em vigor.
Artigo 113.º
(Comissário-Chefe)
1- Ascende ao posto de Comissário-Chefe o Comissário que reúna
cumulativamente os seguintes requisitos:
a) Tenha revelado apreciáveis qualidades de comando e direcção,
aliadas a reconhecidos dotes de carácter, lealdade, bom senso e saber
profissional;
b) Tenha servido na categoria de Comissário, com bom comportamento
num período mínimo de quatro anos.
2- O Comissário-Chefe tem as seguintes funções:
a) Comando ou Direcção de 2.º, 3.º ou 4.º graus, nos termos da tabela
de correspondência classe/função;
b) Coordenar as actividades dos órgãos sob sua dependência e
responder perante o Comissário-Geral.

Artigo 114.º
(Comissário)

1- Ascende ao posto de Comissário, o Subcomissário que reúna


cumulativamente os seguintes requisitos:

a) Tenha revelado apreciáveis qualidades de comando, direcção e


chefia, aliadas a reconhecidos dotes de carácter, lealdade, bom senso
e saber profissional;
b) Tenha servido no posto de Subcomissário, com bom comportamento
num período mínimo de quatro anos;
2- O Comissário tem as seguintes funções:
a) Comando ou Direcção do 4.º grau, nos termos da tabela de
correspondência classe/função;
b) Exercer quaisquer outras funções que superiormente lhe sejam
determinadas.
Artigo 115.º
(Subcomissário)

1- Ascende ao posto de Subcomissário, o


Superintendente-Chefe que reúna cumulativamente os seguintes requisitos:

a) Tenha revelado apreciáveis qualidades de comando e direcção,


aliadas a reconhecidos dotes de carácter, lealdade, bom senso e saber
profissional;

b) Tenha servido no posto de Superintendente-Chefe, com bom


comportamento num período mínimo de quatro anos;

c) Possua Curso de Comando e Direcção;

d) Não tenha sofrido sanção penal inibidora do exercício da função.

2- O Subcomissário tem as seguintes funções:


a) Comando ou Direcção do 4.º grau, nos termos da tabela de
correspondência classe/função;
b) Exercer quaisquer outras funções que superiormente lhe sejam
determinadas.

Artigo 116.º
(Superintendente-Chefe)

1- Ascende ao posto de Superintendente-Chefe, o


Superintendente que cumulativamente possua os seguintes requisitos:

a) Tenha servido no mínimo três anos, com bom comportamento, no


posto de Superintendente;

b) Tenha revelado mérito e competência profissional na condução de


forças ou serviços policiais.

2- O Superintendente-Chefe exerce genericamente as seguintes funções:

a) Comando, Chefia ou Função Técnica Especializada do 1.º grau, nos


termos da tabela de correspondência classe/função;
b) Direcção de estruturas de órgãos centrais ou provinciais não
previstos na alínea anterior.

Artigo 117.º

(Superintendente)

1- Ascende ao posto de Superintendente, o Intendente que


cumulativamente possua os seguintes requisitos:

a) Tenha servido no mínimo três anos, com bom comportamento, no


posto de Intendente;
b) Tenha revelado mérito e competência profissional na condução de
forças ou serviços policiais.
2- O Superintendente exerce genericamente as seguintes funções:
a)Comando, Chefia e Função Técnica Especializada do 1.º grau, nos
termos da tabela de correspondência classe /função;
b) Exercer outras funções que lhe forem superiormente determinadas.

Artigo 118.º
(Intendente)
1- Ascende ao posto de Intendente o Inspector-Chefe que
cumulativamente possua os seguintes requisitos:
a) Possua o Curso de Promoção a Oficial Superior;
b) Tenha servido no mínimo quatro anos, com bom comportamento, no
posto de Inspector-Chefe;
c) Tenha revelado mérito e competência profissional na condução de
forças ou serviços policiais.
2- O Intendente exerce genericamente as seguintes funções:
a) Comando, Chefia e Função Técnica Especializada do 1.º grau, nos
termos da tabela de correspondência classe/função;
b) Exercer outras funções que lhe forem superiormente determinadas.

Artigo 119.º
(Inspector-Chefe)
1- Ascende ao posto de Inspector-Chefe, o Inspector que
cumulativamente possua os seguintes requisitos:
a) Tenha um mínimo de três anos de serviço no posto de Inspector e
bom comportamento;
b) Tenha revelado apreciáveis qualidades, aliadas a reconhecidos dotes
de carácter, lealdade, bom senso e saber profissional.
2- O Inspector-Chefe tem genericamente as seguintes funções:
a) Comando, Chefia e Função Técnica Especializada do 2.º grau, nos
termos da tabela de correspondência classe/função;
b) Exercer outras funções que lhe forem superiormente determinadas.
Artigo 120.º
(Inspector)
1- Ascende ao posto de Inspector o Subinspector que
cumulativamente reúna os seguintes requisitos:
a) Tenha servido um mínimo de três anos no posto de Subinspector;
b) Tenha demonstrado bom comportamento no posto anterior;
2- Podem ainda ascender ao posto de Inspector, os efectivos das
PNA que tenham concluído o curso superior de ciências policiais.

3- O Inspector tem genericamente as seguintes funções:


a) Comando, Chefia e Função Técnica Especializada do 2.º grau, nos
termos da tabela de correspondência classe/função;
b) Exercer outras funções que lhe forem superiormente determinadas.

Artigo 121.º
(Subinspector)

1- Ascende ao posto de Subinspector o 1.º Subchefe que


cumulativamente reúna os seguintes requisitos:

a) Possua o Curso de Promoção à Oficial Subalterno;

b) Tenha um mínimo de quatro anos no posto de 1º Subchefe;


c) Tenha bom comportamento.

2- Podem ainda ascender ao posto de Subinspector, os 2.º e 3.º Subchefes e


os Agentes, com um mínimo de três anos de serviço, detentores do grau
de licenciatura em outras áreas de interesse para a PNA, e que tenham
frequentado o curso de Oficial Subalterno.

3- O Subinspector, para além das seguintes funções, desempenha


genericamente as aquelas constantes da tabela de correspondência
posto/função:

a) Comando, Chefia e Função Técnica Especializada do 2.º grau, nos


termos da tabela de correspondência classe/função;

b) Outras funções que lhe forem superiormente determinadas.

Artigo 122.º

(1º Subchefe)

1- Ascende ao posto de 1º Subchefe, o 2.º Subchefe que


cumulativamente reúna os seguintes requisitos:

a) Tenha no mínimo três anos de serviço no posto de 2.º Subchefe;

b) Tenha bom comportamento no posto anterior;

c) Tenha capacidade para chefiar homens.

2- O 1.º Subchefe tem as seguintes funções:

a) Operacional, técnica e administrativo, nos termos da tabela de


correspondência classe/função;

b) Exercer funções administrativas de base e outras que lhe forem


superiormente determinadas.

Artigo 123.º

(2.º Subchefe)

1- Ascende ao posto de 2.º Subchefe, o 3.º Subchefe que


cumulativamente possua os seguintes requisitos:
a) Tenha no mínimo três anos de serviço no posto de 3º Subchefe;

b) Tenha bom comportamento;

c) Tenha capacidade para chefiar homens.

2- O 2.º Subchefe tem genericamente as seguintes funções:

a) Operacional, técnica e administrativo, nos termos da tabela de


correspondência classe/função;

b) Pode Exercer funções administrativas de base e outras que lhe forem


superiormente determinadas.

Artigo 124.º
(3º Subchefe)
1- Ascende ao posto de 3.º Subchefe o agente de 1.ª classe que
cumulativamente possua os seguintes requisitos:
a) Possua o Curso de Promoção a Subchefe;
b) Tenha no mínimo três anos de serviço no posto de Agente de 1.ª
Classe;
c) Tenha bom comportamento no posto inferior;
d) Tenha capacidade para chefiar homens.
2- O 3.º Subchefe tem genericamente as seguintes funções:
a) Operacional, técnica e administrativo, nos termos da tabela de
correspondência classe/função;

b) Pode Exercer funções administrativas de base e outras que lhe forem


superiormente determinadas.

Artigo 125.º

(Agente de 1ª Classe)

1- Ascende ao posto de Agente de 1ª Classe o Agente de


2ª Classe que reúna cumulativamente os seguintes requisitos:

a) Tenha no mínimo três anos no posto de Agente de 2ª Classe;


b) Tenha bom comportamento.
2- O Agente de 1ª Classe exerce as funções operacionais e administrativas
de base, conforme a tabela de correspondência classe/função.

Artigo 126.º

(Agente de 2ª Classe)

1- Ascende ao posto de Agente de 2ª Classe o Agente que


cumulativamente reúna os seguintes requisitos:

a) Tenha no mínimo três anos de serviço no posto inferior;

b) Tenha bom comportamento no posto inferior.

2- O Agente de 2.ª Classe exerce as funções operacionais e


administrativas de base, conforme a tabela de correspondência
classe/função.

Artigo 127.º

(Agente)

1- Ascende ao posto de Agente o instruendo que tenha frequentado com


aproveitamento o curso básico de ordem pública, prestado juramento de
Bandeira e assinado o respectivo termo de compromisso de fidelidade;

2- O Agente exerce as funções operacionais e administrativas de base,


conforme a tabela de correspondência classe/função.

Artigo 128.º

(Forma de acesso às classes e progressão nos postos)

O acesso às classes de oficiais, subchefes e agentes faz-se mediante a


frequência do respectivo curso habilitador do exercício de funções daqueles
níveis de competências, conforme previsto na presente Lei, e a ascensão
aos distintos postos dentro da classe faz-se por contagem de tempo de
permanência no posto anterior.

Subsecção III
Cargos e Funções Policiais e Exercício de Autoridade

Artigo 129.º
(Cargo policial)
1. Considera-se cargo policial o lugar fixado na estrutura orgânica de
Órgão da Polícia Nacional de Angola, que corresponde ao desempenho de
funções organicamente definidas e cujo preenchimento é adequado a classe
de polícia, de acordo com o nível de responsabilidade e qualificação
exigida.
2. É ainda considerado cargo policial o lugar existente em qualquer
organismo do Estado ou em organismo internacional a que corresponda
funções de natureza policial e cujo preenchimento é adequado a classe de
polícia correspondente ao fixado na tabela de hierarquização dos Órgãos da
Polícia Nacional de Angola.

Artigo 130.º
(Funções policiais)

1- Consideram-se funções policiais as que implicam o exercício de


competências legalmente estabelecidas para o Polícia.

2- Os cargos e as funções referidas nos números anteriores classificam-se


em:
a) Função de Comando e Direcção do 1.º, 2.º, 3.º e 4.º graus;
b) Função de Comando, Chefia e Função Técnica Especializada do 1.º e
2.º graus;
c) Função de especialista operacional, técnica e administrativa;
d) Função básica de polícia.
3- A função de Comando traduz-se no exercício da autoridade que é
conferida a um polícia para dirigir, coordenar e controlar comandos,
unidades, subunidades e forças constituídas;

4- A função de Direcção e Chefia traduz-se no exercício da autoridade


que é conferida a um polícia para dirigir, chefiar, coordenar órgãos
centrais, provinciais e estabelecimentos de ensino policial da PNA.
5- A assessoria, enquadrada na função de Comando, Chefia e Função
Técnica Especializada, consiste na prestação de apoio e assessoria ao
comandante ou director de órgão policial e traduz-se, nomeadamente, na
elaboração de estudos, informações, directivas, planos, pareceres e
propostas, tendo em vista a preparação e a difusão da tomada de decisão e a
supervisão da sua execução.

6- A função técnica especializada consiste na execução de tarefas de


pendor técnico qualificado que garantam a realização das atribuições dos
distintos órgãos da PNA.

Artigo 131.º
(Cargo de classe inferior)

O polícia não pode ser nomeado para cargo a que corresponda classe
inferior à sua, nem estar subordinado ao polícia de menor posto.

Artigo 132.º
(Cargo de classe superior)

1- O polícia nomeado para o cargo a que corresponda classe superior à


sua é investido, enquanto nessa situação, da respectiva autoridade,
remuneração base e demais suplementos correspondentes ao cargo que
ocupar.

2- A nomeação a que se refere o número anterior tem carácter excepcional


e provisório.

3- O polícia que exerce o cargo por indicação, passado 6 meses da data


de indicação, é nomeado no respectivo cargo, caso se mantenha a
circunstância que motivou a indicação.

Artigo 133.º
(Formação e função)

1- O exercício das funções policiais referidas nos


artigos anteriores, depende da frequência dos seguintes cursos:

a) Curso de Comando e Direcção;

b) Curso de Promoção a Oficial Superior;


c) Curso de Promoção a Oficial Subalterno;

d) Curso de Promoção a Subchefe;

e) Curso Básico de Polícia.

2- As modalidades e critérios de acesso aos


concursos e cursos mencionados no número anterior são definidos em
regulamento próprio aprovado pelo Comandante-Geral da PNA.

Artigo 134.º
(Curso de Comando e Direcção)

1.- O Curso de Comando e Direcção confere competências aos candidatos à


Classe de Oficial Comissário e aos Oficiais desta classe que não tenham
frequentado tal curso, habilitando-os ao exercício de funções de comando e
direcção de órgãos Centrais e Comandos Provinciais da Corporação.

2.- O Curso de Comando e Direcção é ministrado em instituições de ensino


superiores policial.

Artigo 135.º
(Curso de Promoção a Oficial Superior)

1.- O Curso de Promoção a Oficial Superior confere competências aos


Inspector-chefe e aos Oficiais Superiores que não a tenham frequentado
com aproveitamento, habilitando-os ao exercício de funções técnicas e
operacionais da Classe de oficial superior.

2.- O Curso de Promoção a Oficial Superior é ministrado em instituições de


ensino superiores policial.

Artigo 136.º
(Curso de Promoção a Oficial Subalterno)

1.- O Curso de Promoção a Oficial Subalterno habilita o 1º Subchefe à


ascensão à Classe de Oficial Subalterno e o capacita ao exercício de
funções técnicas e operacionais desta classe.

2.- O Curso de Promoção a Oficial Subalterno é ministrado em instituições


de ensino superiores policial.
Artigo 137.º
(Curso de Promoção a Subchefe)

1.- O Curso de Promoção a Subchefe habilita o Agentes de 1ª Classe à


ascensão à Classe de Subchefe e o capacita ao exercício de funções
especializadas desta classe.

2.- O Curso de Promoção a Subchefe é ministrado em instituições de


ensino básico policial.

Artigo 138.º
(Curso Básico de Polícia)

1.- O Curso Básico de Polícia capacita os candidatos admitidos em


concurso público ao exercício de funções específicas da classe de Agente
de Polícia.

2.- O Curso básico de Polícia é ministrado em instituições de ensino básico


policial.

Artigo 139.º
(Correspondência classe/função)
A correspondência entre as classes e as funções referidos nos artigos desta
subsecção constam da Tabela de Correspondência Classe/Função, anexa à
presente Lei, da qual faz parte integrante.
Artigo 140.º
(Exercício da autoridade policial)
Ao exercício da autoridade policial decorrente das leis e regulamentos,
implica a correspondente responsabilidade que não é possível delegar,
sendo o Comandante, Director ou Chefe o único responsável, em todas as
circunstâncias, pela forma como as unidades, forças, estabelecimentos e
órgãos subordinados cumprem as missões que lhes são confiadas.

Artigo 141.º
(Docente de instituições de ensino policial)
1.- O polícia que exerce a função de docente em instituição de ensino
superior policial deve ser enquadrado na respectiva classe de acordo com a
tabela de correspondência classe/função da PNA, e pertence à categoria de
professor universitário, nos termos estabelecidos pelo Estatuto da Carreira
Docente do Ensino Superior, aplicável aos docentes do regime geral.
2.- O polícia que exerce a função de docente ou de instrutor em instituição
de ensino básico policial deve ser enquadrado na respectiva Classe de
acordo com a tabela de Correspondência Classe/Função da PNA.

CAPÍTULO V
RECRUTAMENTO E INGRESSO

SECÇÃO I

Recrutamento e Ingresso

Artigo 142.º
(Recrutamento)

O recrutamento para o ingresso na carreira policial é feito entre os cidadãos


que satisfaçam os requisitos gerais de admissão constantes no artigo 74.º,
mediante requerimento dirigido ao Comandante-Geral da PNA.

Artigo 143.º
(Ingresso)

1- O ingresso na carreira policial faz-se:


a) Na classe de agente:
i. Mediante recrutamento, por concurso público,
para a frequência de curso básico ministrado numa Escola Básica de
Polícia;
ii. Mediante recrutamento de praças, a partir das
Forças Armadas Angolanas, para a frequência do curso básico de
polícia ministrado na Escola Prática de Ordem Pública.

b) Na classe de subchefe, mediante recrutamento de sargentos, a partir


das Forças Armadas Angolanas, para o curso básico de polícia
ministrado numa Escola Básica de Polícia;
c) Na classe de oficial, mediante recrutamento por concurso público
para a frequência de curso superior de Polícia.
2- A modalidade de ingresso prevista no ponto i da alínea a) do
número anterior, faz-se no 1º posto da classe de Agente.

3- A modalidade de ingresso prevista no ponto ii da alínea a) e na


alínea b) do nº 1 deste artigo faz-se pela reconversão de patentes das FAA
para a PNA.

4- Sem prejuízo do disposto na alínea c) do nº 1 deste artigo, a


PNA pode, se necessário, recrutar excepcionalmente técnicos superiores
para áreas que exigem qualificação técnica profissional diferente das
ministradas nas instituições de ensino policial.

5- Os técnicos a que se refere o número anterior ingressam nos


quadros da PNA, no posto de Subinspector, após conclusão do Curso de
Oficial Subalterno, com a duração de um ano lectivo, ministrado numa
instituição superior de ensino policial, a fim de adquirirem formação e
aptidões na componente policial.

6- Os ingressos referidos nesta Secção fazem-se em regime de


contrato de trabalho a termo certo de um ano, celebrado entre a PNA e o
agente administrativo, após o término do curso correspondente.

7- Decorrido o período probatório referido no número anterior,


senão houver incompatibilidades, a admissão passa a ser definitiva,
mediante despacho do Comandante-Geral da PNA.

8- O anúncio do concurso público referente ao ingresso na PNA


faz-se mediante edital, que estabelece os critérios, número de vagas,
requisitos, posto para o qual se concorre, a descrição das funções a exercer
e a remuneração correspondente à função, e é divulgado pelos meios de
comunicação públicos legalmente estabelecidos.

SECÇÃO II
Hierarquia e Antiguidade

Artigo 144.º
(Princípio geral)
O polícia rege-se pelo princípio da hierarquia que, para efeitos do presente
estatuto, consiste num sistema estratificado de correlação entre o poder de
comando, direcção e chefia que compete ao superior e o dever de
obediência que recai sobre o subordinado, e tem por finalidade estabelecer
as relações de autoridade e de subordinação entre os policias, determinadas
pelo respectivo posto, antiguidade, função e precedência.
Artigo 145.º
(Hierarquia policial)
1- A hierarquia policial exprime-se pelos respectivos postos,
antiguidade, função e precedência.
2- A escala hierárquica policial é organizada por ordem decrescente das
respectivas classes e, dentro destas, por antiguidade.
3- Dentro da hierarquia policial não pode o polícia de posto superior
subordinar-se a outro de posto inferior.
Artigo 146.º
(Hierarquia em cerimónias)
Em actos e cerimónias oficiais de caris policial, militar ou civil os polícias
colocam-se por ordem hierárquica de postos e antiguidades, respeitando-se,
porém, as precedências que estejam consignadas na lei, de acordo com as
funções exercidas ou cargos desempenhados pelos presentes.

Artigo 147.º
(Antiguidade no posto)

1- A antiguidade nos postos é reportada à data fixada na respectiva


ordem de patenteamento ou promoção, contando igualmente para quem se
ache na situação de graduado há mais de três anos.

2- Os polícias que tenham frequentado com aproveitamento os cursos


de acesso às distintas classes da carreira policial são ordenados de forma
decrescente com base na classificação obtida nos respectivos cursos.

3- O ordenamento referido no número anterior serve de base na escolha


para o preenchimento das vagas existentes, bem como prioridade na
escolha para promoção ao posto imediato em caso de limitação de quotas
de promoção.
4- O ordenamento referido no número anterior serve de base na escolha
para o preenchimento das vagas existentes, bem como prioridade na
escolha para promoção ao posto imediato em caso de limitação de quotas
de promoção.

Artigo 148.º
(Publicação das lista de antiguidade)
1. As listas de antiguidade dos Oficiais e Subchefes e Agentes da
Polícia Nacional de Angola, no activo ou reforma, são publicadas
anualmente.
2. As listas de antiguidade dos polícias no activo são elaboradas por
categorias, quadros especiais, por postos e antiguidade relativa.

Artigo 149.º
(Inscrição na lista de antiguidade)
1. O polícia no activo ocupa um lugar na Lista de antiguidade do órgão
a que pertence, devendo o órgão central responsável pelos recursos
humanos, publicar a lista geral de antiguidade de todo o pessoal
militarizado da Polícia Nacional de Angola.
2. Dentro do mesmo quadro especial, os polícias promovidos na mesma
data e ao mesmo posto são ordenados por ordem decrescente, respeitando a
ordem da sua inscrição na lista de antiguidades desse posto.
3. A inscrição na lista de antiguidade no posto de ingresso é feita por
ordem decrescente de classificação no respectivo curso ou concurso de
ingresso.
4. Em caso de igualdade de classificação, a inscrição na lista de
antiguidades obedece aos seguintes critérios de ordenação:
a) Maior graduação anterior;
b) Maior tempo de serviço policial no activo;
c) Maior idade.
Artigo 150.º
(Alteração na Antiguidade)
1. Sempre que na lista de antiguidade a colocação de um polícia no
activo seja alterada, a data da sua nova antiguidade deve constar do
documento que determina essa alteração.
2. Quando o polícia é promovido a um posto na mesma data e havendo
alteração do ordenamento anterior, deve constar expressamente do
documento oficial de promoção.
Artigo 151.º
(Contagem do tempo de serviço)

1- Para efeitos de contagem de tempo de serviço,


considera-se o tempo de serviço prestado nos órgãos da administração
directa do Estado, no cumprimento de serviço militar e nas empresas e
institutos públicos, até à data de admissão na PNA.

2- A prova de existência e duração dos períodos de


trabalho referidos no número anterior é feita por meio de certificado de
contagem de tempo de serviço, ou por certidão de extracto do registo
biográfico, devidamente assinado e autenticado pela entidade empregadora.

3- A suspensão de contagem de tempo de serviço ocorre


nas seguintes situações:

a) Licença ilimitada nos termos da lei;

b) Ausências motivadas por condenação pelo tribunal que impeça o


polícia prestar a sua actividade laboral, imputadas e transitadas em
julgado.

SECÇÃO III
Nomeações e Colocações
Artigo 152.º
(Princípios gerais)
A nomeação e colocação do polícia obedecem aos seguintes princípios:
a) Primado da satisfação das necessidades e interesses do serviço;
b) Satisfação das condições especiais de promoção;
c) Aproveitamento da capacidade profissional, avaliada em função da
competência revelada e da experiência adquirida;
d) Conciliação, na medida do possível, dos interesses pessoais com os
do serviço.
Artigo 153.º
(Tipos de colocação)
A colocação do polícia para o exercício de quaisquer funções profissionais
desempenhadas em comissão normal processa-se por conveniência de
serviço ou por convite.
Artigo 154.º
(Colocação por conveniência de serviço)
1- A colocação por conveniência de serviço processa-se com vista ao
exercício de determinado cargo e função própria do posto.
2- Para efeito do número anterior são abrangidos os polícias que
satisfaçam os requisitos técnicos e profissionais exigidos para o exercício
de determinados cargos ou funções.
3- A colocação por conveniência de serviço pode ainda ocorrer por
motivos cautelares e tem por finalidade retirar do local onde presta serviço
o polícia cuja permanência ou desempenho profissional acarrete manifesto
prejuízo para o próprio, para a imagem da PNA ou para o cumprimento da
missão.
Artigo 155.º
(Colocação por convite)
1- A colocação por convite tem carácter excepcional, e de acordo com a
especificidade dos órgãos, os titulares destes podem formular convites
directos aos profissionais da Corporação para ocupar uma vaga existente no
respectivo quadro de pessoal, processando-se independentemente de
qualquer imposição.
2- A colocação referida no número anterior resulta da satisfação dos
interesses do serviço e tem em conta as qualificações técnicas, as
qualidades pessoais do polícia e as exigências do cargo ou das funções a
desempenhar.

Artigo 156.º
(Normas de colocação)
As normas sobre a colocação dos efectivos policiais são estabelecidas por
despacho do Comandante-Geral da PNA.

CAPÍTULO VI
REGIME DE TRABALHO

Artigo 157.º
(Serviço permanente)

1- O serviço da PNA é de carácter permanente e obrigatório.

2- Sem prejuízo do regime normal de trabalho, o polícia não pode


recusar-se, sem motivo justificado, a comparecer no seu posto de trabalho
ou a nele permanecer para além desse período, nem eximir-se de
desempenhar qualquer missão de serviço, desde que compatível com o seu
posto.

Artigo 158.º
(Horário e duração semanal de trabalho)

1- Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, o horário de trabalho é


fixado nos termos do regime geral, com as especificidades constantes na
presente Lei.

2- Para além do horário normal de funcionamento dos serviços, sempre


que o estado de segurança ou circunstâncias especiais o exijam, o polícia
pode ser chamado a qualquer hora para cumprimento do seu dever, bem
como podem ser constituídos piquetes, em número e dimensão adequados à
situação.

3- As regras relativas à apresentação ao serviço do pessoal militarizado


da PNA, sujeito a trabalho por turnos e que execute piquetes, são fixadas
por despacho do Comandante-Geral, visando harmonizar os diferentes
horários de serviço às necessidades específicas de segurança.

4- O horário de referência para o polícia é de 37 horas semanais e 7


horas e 30 minutos diários.
5- O disposto no número anterior não prejudica, em caso algum, o
dever de disponibilidade permanente ao serviço da PNA.

Artigo 159.º
(Regime de turnos)

1- Considera-se trabalho por turnos qualquer modo de organização e


realização do trabalho em equipa em que o polícia ocupe sucessivamente os
mesmos postos de trabalho, a um determinado período e ritmo, incluindo o
ritmo rotativo, que pode ser do tipo contínuo ou descontínuo.

2- A actividade de patrulhamento, visando a vigilância e segurança


pública das pessoas e de bens, bem como os serviços de manutenção de
equipamentos essenciais, e outros necessários à execução da actividade
operacional, administrativa e técnica policial são realizadas em regime de
turnos.

3- O regime de turnos caracteriza-se pela sujeição a uma escala de


serviço, com rotatividade de horários.

4- Os turnos relativos ao serviço de patrulha são de 4 períodos de 6


horas cada um.

5- O regime de turnos é permanente quando o trabalho é prestado de


forma rotativa contínua nos sete dias da semana, com intervalos de folga
estabelecidos.

6- O regime de turnos é diário e parcial quando prestado pelo polícia


que exerce funções de supervisão e controlo.

7- A duração de trabalho de cada turno não pode ultrapassar as 6 horas,


salvo nos casos excepcionais autorizados por despacho do Comandante-
Geral da PNA.

8- O direito ao subsídio de turno previsto só tem lugar desde que se


verifiquem cumulativamente os seguintes requisitos:

a) Estar o agente policial integrado em escala de serviço aprovada;


b) Ao longo dos 7 dias da semana, um dos turnos ser total ou
parcialmente coincidente com o período nocturno.
9- Para efeitos da alínea do número anterior, considera-se:
a) Período nocturno, o período que decorre entre as 19 e as 7 horas do
dia seguinte;
b) Turno parcialmente coincidente com o período nocturno, aquele em
que pelo menos duas horas do turno se realizam no período referido
na alínea anterior.

10- Sem prejuízo do previsto nos números anteriores, podem ser


considerados turnos de 24 horas de serviço com folga de 48 horas para as
actividades de guarda e guarnição, segurança estática, segurança dinâmica,
serviços de saúde, operadores de rádio e outras actividades operacionais
administrativas e técnicas que exigem a permanência do pessoal em
serviço.

11- O disposto nos números anteriores não é aplicável ao polícia


integrado em missões internacionais.

Artigo 160.º
(Limites de idade para o serviço de patrulha e trabalhos no período
nocturno)

1- No caso de incapacidade em razão da idade, devem os superiores


hierárquicos competentes atribuir ao polícia trabalho e horário compatíveis
com o seu estado e condição física.

2 – O polícia que complete 50 anos de idade é dispensado do serviço de


patrulha, bem como de trabalhos no período nocturno.
3- O requerimento de dispensa de trabalho por turnos de serviço em
período nocturno deve ser dirigido ao titular do órgão central ou provincial
de colocação.

CAPÍTULO VII
ENSINO E FORMAÇÃO
Artigo 161.º
(Ensino)
O ensino ministrado nos estabelecimentos de ensino da PNA tem como
finalidade a habilitação profissional do polícia, a aprendizagem de
conhecimentos adequados à evolução da ciência e tecnologia, bem como ao
seu desenvolvimento cultural.
Artigo 162.º
(Estabelecimentos de ensino policial)

1- Os estabelecimentos de ensino policial estão previstos no Estatuto


Orgânico da PNA e ministram cursos de ingresso, superior de polícia, de
especialização e promoção nas carreiras de Oficial, Subchefe e Agente de
polícia.

2- Os cursos referidos no número anterior, bem como os respectivos


ingressos, regem-se por regulamento próprio a aprovar pelo Comandante
Geral da Polícia Nacional.

Artigo 163.º
(Formação policial)

1- A formação policial é o processo mediante o qual os polícias adquirem e


desenvolvem capacidades e competências para o exercício da sua
actividade profissional e do qual resulta a adopção de atitudes e
comportamentos adequados e adaptados aos conteúdos funcionais dos
respectivos postos, abrangendo componentes de natureza técnico-policial,
científica, cultural e de aptidão física.

2- A PNA deve propiciar ao polícia, a formação contínua adequada às


capacidades individuais e interesses do serviço.

3- A formação policial integra as seguintes vertentes:

a) Cursos de formação inicial, que habilitam ao ingresso nas carreiras


de oficial e agente de polícia;

b) Cursos de promoção, que habilitam o polícia com os conhecimentos


técnico-policiais necessários ao exercício de funções de níveis e
responsabilidades mais elevados, e que são condição especial de
admissão aos procedimentos concursais de acesso ao posto imediato;
c) Cursos de especialização, que corresponde a formação que visa
conferir, desenvolver ou aprofundar conhecimentos e aptidões
profissionais relativamente a determinada área técnica ou de saber e
que habilita o exercício de funções especializadas, nomeadamente
nas subunidades de Trânsito, de Investigação Criminal, Fiscal
Aduaneira, de Guarda Fronteira e outras que como tal sejam
classificadas pelo Comando Geral da PNA;

d) Cursos de formação de oficiais para o exercício de funções de


Direcção, Chefia e Técnica Especializada;

e) Formação contínua ou cursos de actualização, que correspondem as


restantes acções formativas a que os polícias estão sujeitos e que
visam a valorização profissional e pessoal através de uma
permanente actualização e aperfeiçoamento profissionais.

4- O polícia que frequenta o curso superior ministrado no ISCPC obriga-se


a prestar serviço na PNA por um período de 5 anos.

5- O polícia que requeira a desvinculação antes de decorrido o prazo a que


se refere o número anterior é obrigado a indemnizar previamente a PNA
pelos encargos da formação ministrada.

Artigo 164.º
(Admissão aos cursos de formação inicial)

1- São admitidos para os cursos de formação inicial os candidatos, que


satisfazendo as condições gerais e especiais de admissão, foram aprovados
nas respectivas provas de admissão, por ordem decrescente da classificação
obtida, até ao limite dos lugares disponíveis fixados para o concurso.
2 - Para efeitos do número anterior, consideram-se cursos de formação
inicial aqueles que habilitam o ingresso nas classes de oficial e de agente de
polícia.

3 - O regime de admissão e frequência dos cursos de formação inicial é


aprovado mediante Decreto Presidencial.

Artigo 165.º
(Regime dos cursos de promoção e de especialização)
O regime de admissão e frequência dos cursos de promoção e de
especialização é estabelecido por despacho do Comandante-Geral da PNA,
tendo em conta:

a) As necessidades da PNA;

b) Aptidões reveladas pelos candidatos;

c) As modalidades de promoção fixadas para o acesso ao posto


superior;

d) A posição do polícia na lista da antiguidade do posto a que pertence.

Artigo 166.º
(Admissão aos cursos de formação de oficial de polícia)

1- Os candidatos que, satisfazendo as condições gerais e especiais de


admissão e obtendo aproveitamento nas provas de admissão, são admitidos
para o curso de licenciatura em ciências policiais ministrado em instituição
superior de ensino policial, na condição de cadete.
2- O curso de licenciatura em ciências policiais é ministrado em instituição
superior de ensino policial, e tem a duração de cinco anos, durante o qual o
candidato adquire a condição de cadete durante o 1º, 2º, 3º e 4º ano.
3- Após passagem com aproveitamento para o quinto e 5º ano, o cadete
adquire a condição de Aspirante e é admitido em regime probatório de um
ano na Corporação, mediante a celebração de um contrato de trabalho a
termo certo.
4- Decorrido o regime probatório referido no número anterior, se não
houver incompatibilidades o Aspirante é patenteado ao posto de Inspector-
chefe.
5- O Aspirante que não dê provas de poder vir a ser um agente de
autoridade disciplinado, competente, digno e respeitável é, mediante
proposta fundamentada do Director do estabelecimento de ensino,
imediatamente dispensado do curso por despacho do Comandante-Geral da
PNA.
6- O Cadete ou Aspirante que adquira a qualidade de arguido em processo-
crime, durante o curso de formação, é excluído do mesmo, pelo
Director do estabelecimento de ensino.
Artigo 167.º
(Regulamentação do ensino)
As normas reguladoras da administração e gestão do ensino policial
ministrado em Escolas Básicas de Polícia são estabelecidas por
regulamento próprio a aprovar pelo Comandante-Geral da PNA.

CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES FINAIS

Artigo 168.º
(Avaliação de desempenho)
O Sistema de avaliação do desempenho do polícia é regulado por diploma
próprio.

Artigo 169.º
(Formas de tratamento)

As formas de tratamento, continências e honras policiais, bem como e as


demais normas de cerimonial militar, constam de diploma próprio.

Artigo 170.º

(Legislação subsidiária)

São subsidiariamente aplicáveis todas as disposições da legislação


complementar em vigor, que regem o funcionamento da Polícia Nacional
de Angola.

Artigo 171.º
(Revogação)

São revogadas todas as normas que contrariem o disposto na presente Lei.

Artigo 172.º
(Entrada em vigor)

A presente Lei entra em vigor a partir da data da sua publicação.

Vista e aprovada pela Assembleia Nacional, em Luanda,


aos______de___________de 2019.
O Presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos
Santos.

Promulgada aos_______de___________de 2019.-

Publique-se.

O Presidente da República, João Manuel Gonçalves Lourenço.

REPÚBLICA DE ANGOLA
ASSEMBLEIA NACIONAL
Lei n.º _______/_______

de________de_______

BASES DA ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DA POLÍCIA


NACIONAL DE ANGOLA

A Polícia Nacional de Angola é uma instituição permanente, regular e


apartidária, organizada na base da hierarquia e da disciplina, incumbida da
protecção e asseguramento do País, no estrito respeito pela Constituição e pelas
leis, bem como pelas convenções internacionais de que Angola seja parte.

Para a prossecução das tarefas e missões inerentes ao asseguramento policial do


País, a Polícia Nacional de Angola deve dispor uma base legal que legitime a sua
actuação enquanto Corporação que detém forças militarizadas e armas de vários
tipos e calibres.

Convindo dotar a Polícia Nacional de Angola de uma Lei de Bases sobre a sua
organização e funcionamento, tendo em atenção a sua natureza de organismo
militarizado, que tem por objecto a manutenção da segurança pública e o
combate à criminalidade;

Nestes termos, ao abrigo das disposições combinadas da alínea b) do artigo 161º,


da alínea j) do artigo 164º e da alínea c) do nº2 do artigo 166º da Constituição da
República, a Assembleia Nacional aprova, por mandato do povo, a seguinte:
LEI DE BASES DA ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DA
POLÍCIA NACIONAL DE ANGOLA

CAPÍTULO I
NATUREZA, ATRIBUIÇÕES E SÍMBOLOS

Artigo 1.º
(Objecto)

A presente lei estabelece as bases gerais da organização e do funcionamento da


Polícia Nacional de Angola, abreviadamente designada por PNA, bem como os
seus princípios reitores.

Artigo 2.º
(Definição e natureza)

A PNA é uma força militarizada, uniformizada e armada, com natureza de força


de segurança pública, dotada de capacidade jurídica, de autonomia operacional,
administrativa, financeira e patrimonial.

Artigo 3.º
(Missão e âmbito territorial)

1 – A PNA tem por missão, no âmbito do sistema de segurança nacional,


assegurar a legalidade democrática, garantir a segurança interna e os direitos dos
cidadãos, bem como colaborar na execução da política de defesa nacional, nos
termos da Constituição e da lei.

2 – A PNA exerce a sua missão em todo o território nacional, podendo a mesma


ser prosseguida fora do território nacional, desde que superiormente mandatada
para o efeito.

Artigo 4.º
(Organização hierárquica e territorial da PNA)

1 – A PNA está organizada hierarquicamente em todos os níveis da sua estrutura,


estando o pessoal militarizado sujeito à hierarquia de comando e o pessoal civil
sujeito às regras de hierarquia da função pública.

2 – A PNA adopta uma organização única para todo o território Nacional.

Artigo 5.º
(Dependência)
A PNA, enquanto força de segurança, está sob dependência directa do Presidente
da República, na qualidade de Comandante-em-Chefe das Forças Armadas
Angolanas.

Artigo 6.º
(Tutela)

1 – A PNA, enquanto órgão especial da Administração Pública, está sob tutela do


departamento ministerial incumbido de estabelecer as políticas de segurança
pública e as directrizes estratégicas emanadas pelo Titular do Poder Executivo,
no domínio da prevenção e combate à criminalidade.

2 – Para efeitos do número anterior, no âmbito do seu pelouro, a tutela consiste


na definição de políticas de segurança pública e directrizes estratégicas relativas
à prevenção e combate à criminalidade, bem como na realização de inspecções,
inquéritos, sindicâncias e auditorias para verificar o cumprimento das leis e
regulamentos por parte da PNA.

Artigo 7.º
(Atribuições)

1 – Em situações de normalidade constitucional as atribuições da PNA são


genericamente as seguintes:

a) Garantir a Segurança Pública, através de acções de prevenção primária,


prevenção geral e repressão da criminalidade comum, a manutenção e
reposição da ordem pública, a tranquilidade e salubridade públicas, a
prevenção rodoviária, o normal funcionamento das instituições
democráticas, visando a segurança das pessoas e bens, e a promoção de
um estado de paz social e convivência pacífica entre os cidadãos;

b) Investigar Crimes, para a prevenção e repressão da criminalidade comum,


prevenção e outras formas de manifestação da criminalidade organizada
transnacional, determinação dos agentes do crime, reunir as provas,
instruir os correspondentes processos, bem como coadjuvar as autoridades
judiciárias no exercício da acção penal;

c) Prevenir e reprimir ilícitos de mera ordenação social no âmbito das


transgressões administrativas, nomeadamente sobre sossego, salubridade
pública e outras infracções administrativas;
d) Garantir a Segurança e Protecção, no que se refere às altas entidades
nacionais e estrangeiras, às missões diplomáticas e aos objectivos
económicos e estratégicos nacionais;

e) Licenciar, controlar e fiscalizar actividades em matéria de armas,


munições e explosivos, de segurança privada e de outras actividades nos
termos da lei.

2 – Em situações de anormalidade constitucional as atribuições da PNA são as


previstas na Constituição da República de Angola, em legislação própria, bem
como na legislação de defesa nacional e das Forças Armadas Angolanas,
relativamente aos estados de emergência, de sítio e de guerra.

3 – O Estatuto Orgânico da PNA desenvolve as atribuições referidas nos números


anteriores.

Artigo 8.º
(Princípios da actuação policial)

A PNA exerce a sua actividade em estrita observância aos seguintes princípios:

a) Princípio da legalidade;

b) Princípios da proporcionalidade, da necessidade e da adequação;

c) Princípio da igualdade;

d) Princípios da boa-fé;

e) Princípios da imparcialidade e da neutralidade;

f) Princípio da probidade administrativa;

g) Princípio da colaboração com os particulares;

h) Princípio da aproximação dos serviços aos cidadãos;

i) Princípio da prossecução do interesse público;

j) Princípios da integridade e da responsabilidade;

k) Princípios da cortesia e da urbanidade;

l) Princípios da reserva e da discrição;

m) Princípio da parcimónia;
n) Princípio da lealdade às instituições e entidades públicas e aos superiores
interesses do Estado;

o) Princípio da participação comunitária;

p) Princípio da eficácia e da eficiência;

q) Princípio da comunicação;

r) Princípio da gratuitidade.

Artigo 9.º
(Estandarte nacional)

A PNA e as suas unidades de polícia, incluindo as unidades destinadas a cumprir


missões fora do território nacional, e os estabelecimentos de ensino policial, têm
direito ao uso do estandarte nacional.

Artigo 10.º
(Símbolos)
1 – A PNA tem direito a brasão de armas, bandeira heráldica, hino e ao uso de
galhardete, aprovados por Decreto Presidencial.

2 – As unidades e os estabelecimentos de ensino policial têm direito a brasão de


armas, bandeiras heráldicas e ao uso de galhardete, aprovados por despacho do
Comandante-Geral da PNA.

CAPÍTULO II
ORGANIZAÇÃO EM GERAL

Artigo 11.º
(Constituição da PNA)

1 – A PNA é constituída por:

a) Comando Geral;

b) Órgãos de Apoio Consultivo;

c) Serviços de Apoio Instrumental;

d) Serviços de Apoio Técnico;

e) Serviços e Unidades Centrais;


f) Comandos Provinciais.

2 – A estrutura orgânica e funcional da PNA é regulada em diploma próprio.

3 – A organização e o funcionamento dos órgãos, serviços de apoio e unidades da


PNA regem-se pelos respectivos regulamentos internos aprovados pelo
Comandante Geral da PNA.

4 – As regras de criação, estruturação, organização e extinção dos serviços e


unidades dependentes dos órgãos centrais e comandos provinciais da PNA são
estabelecidas por decreto presidencial.

Artigo 12.º
(Comandante-Geral da PNA)

1 - O Comandante-Geral da PNA é a mais alta autoridade na hierarquia da


Corporação e responde perante o Presidente da República, na qualidade de
Comandante-em-Chefe das Forças Armadas Angolanas, pela actividade policial
em todos os domínios.

2 - O Comandante-Geral da PNA é o responsável pela actividade policial em


todos os seus domínios, perante o departamento ministerial responsável pela área
de segurança interna.

3 - O Comandante-Geral da PNA é nomeado e exonerado pelo Presidente da


República, na qualidade de Comandante-em-Chefe das Forças Armadas
Angolanas.

4- O Comandante-Geral da PNA é coadjuvado por Segundos-Comandantes


Gerais.

SECÇÃO I
ÓRGÃOS DA PNA

Artigo 13.º
(Órgãos de Apoio Consultivo)

Aos Órgãos de Apoio Consultivo incumbe em geral o exercício de funções de


análise e assistência com vista a auxiliar o Comandante-Geral da PNA, os Chefes
e os Comandantes aos distintos níveis, na definição dos planos e programas
periódicos, anuais e plurianuais da Corporação, bem como na avaliação dos
respectivos resultados.

Artigo 14.º
(Serviços de Apoio Instrumental)

Aos Serviços de Apoio Instrumental incumbe o apoio directo e pessoal ao titular


do Comando Geral da PNA e seus adjuntos.

Artigo 15.º
(Serviços de Apoio Técnico)

Aos Serviços de Apoio Técnico incumbe assistir e apoiar na especialidade todos


os órgãos da Corporação aos distintos níveis, bem como executar as actividades
específicas inerentes a sua natureza.

Artigo 16.º
(Serviços e Unidades Centrais)

Os Serviços e Unidades Centrais são incumbidos de funções operacionais de


preparação, condução, execução directa e controlo das atribuições da PNA, no
âmbito das suas competências.

Artigo 17.º
(Comandos Provinciais)

Os Comandos Provinciais são incumbidos da execução das atribuições da PNA


ao nível dos territórios correspondentes.

Artigo 18.º
(Níveis de comando)

1 – A PNA compreende os seguintes níveis de comando:

a) Comando Geral;

b) Comando Provincial;

c) Comando Municipal;

d) Esquadras Policiais;

e) Postos Policiais.

2 – Sem prejuízo do previsto no número anterior, o Comandante-Geral da PNA


pode criar outros níveis de comando de âmbito local.
Artigo 19.º
(Hierárquia, postos e carreira)

1 – O pessoal militarizado da PNA integra as classes de Oficiais, Subchefes e


Agentes.

2 – A classe de oficiais subdivide-se em sub-classes de Oficias Comissários,


Superiores e Subalternos.

3 – Diplomas próprios regulam os postos, distintivos e a carreira do pessoal


militarizado da PNA.

Artigo 20.º
(Estatuto orgânico)

O Estatuto Orgânico da PNA é regulado por Decreto Presidencial.

CAPÍTULO III
ADMISSÃO E PROVIMENTO

Artigo 21.º
(Regime do pessoal)

A PNA é constituída por pessoal militarizado e por pessoal civil do regime geral
da administração pública.

Artigo 22.º
(Forma de ingresso)

1 – A admissão de pessoal militarizado na PNA faz-se mediante a frequência


com aproveitamento de curso policial em estabelecimentos de ensino da PNA.

2 – A admissão de pessoal civil na PNA faz-se mediante concurso público nos


termos da legislação aplicável ao regime geral da função pública.

3 – Para efeitos de frequência dos cursos adequados ao ingresso na carreira


policial, são apenas admitidos os candidatos que reúnam os requisitos previstos
em lei própria.

Artigo 23.º
(Promoção de pessoal)

O pessoal da PNA, independentemente do posto ou categoria que ostenta, é


promovido nos termos de legislação própria.
Artigo 24.º
(Funções específicas)

As funções específicas do pessoal militarizado da PNA determinam-se pela


natureza do órgão, do cargo ou da actividade que exerça.

Artigo 25.º
(Contagem de tempo de serviço)

1 – A contagem de tempo de serviço do pessoal militarizado da PNA é definida


em lei própria.

2 – A contagem de tempo de serviço do pessoal civil da PNA é definida nos


termos do regime geral da função pública.

3 – Para a contagem de tempo de serviço do pessoal militarizado da PNA deve


ser tido em consideração aquele que eventualmente o pessoal tenha dedicado ao
cumprimento do serviço militar obrigatório.

Artigo 26.º
(Regime disciplinar)

1 – Em matéria disciplinar o pessoal militarizado está sujeito ao disposto no


Regulamento sobre o Regime Disciplinar do Pessoal da PNA.

2 - Em matéria disciplinar o pessoal civil está sujeito ao regime geral da função


pública.

Artigo 27.º
(Provimento)

O provimento do pessoal da PNA é feito nos termos previstos na lei.

CAPÍTULO IV
AUTORIDADES E ÓRGÃOS DE POLÍCIA

Artigo 28.º
(Comandantes e agentes de força pública)

1 – O pessoal militarizado da PNA é considerado agente da força pública e de


autoridade quando lhe não deva ser atribuído qualidade superior.
2 – O pessoal militarizado da PNA no exercício do comando de forças tem a
categoria de comandante de força pública.

3 – Considera-se força pública, para efeitos do número anterior, o efectivo de


dois ou mais agentes em missão de serviço.

4 – O comando e planeamento das acções operacionais, de forças e meios da


PNA, nomeadamente, formaturas, operações e demais acções policiais, são da
competência do Comandante-Geral da PNA ou de outros comandantes aos
distintos níveis da hierarquia de comando da Corporação.

Artigo 29.º
(Autoridades de polícia)

1 – São consideradas autoridades de polícia:

a) O Comandante-Geral da PNA;

b) O 2.º Comandante-Geral;

c) O Inspector da PNA;

d) Os Oficiais Comissários da PNA;

e) Os comandantes das unidades e subunidades até ao nível de Posto


Policial;

f) Outros oficiais da PNA, quando no exercício de funções de comando ou


chefia.

2 – Compete às autoridades de polícia referidas no número anterior determinar a


aplicação das medidas de polícia previstas na lei.

Artigo 30.º
(Órgãos e autoridades de polícia criminal)

1 – A PNA enquanto instituição é considerada órgão de polícia criminal.

2 – Consideram-se ainda órgãos de polícia criminal da PNA, todo o pessoal


militarizado ao qual incumbe a prática de actos ordenados pelas autoridades
judiciárias ou previstos na legislação processual penal.

3 – Consideram-se autoridades de polícia criminal, as entidades referidas no n.º 1


do artigo anterior.
4 – Enquanto autoridades de polícia criminal, e sem prejuízo da organização
hierárquica, o pessoal militarizado da PNA actua sob a direcção e na dependência
funcional da autoridade judiciária competente.

5 – Os actos determinados pelas autoridades judiciárias são realizados pelo


pessoal para esse efeito designados pela respectiva cadeia de comando, no âmbito
da sua autonomia técnica e táctica.

CAPÍTULO V
MEDIDAS CAUTELARES, DE POLÍCIA E MEIOS DE COAÇÃO

SECÇÃO I
MEDIDAS CAUTELARES

Artigo 31.º
(Comunicação da notícia do crime)

1 – O pessoal militarizado da PNA que tiver notícia de um crime, por


conhecimento próprio ou mediante denúncia, deve transmitir ao Ministério
Público.

2 – Em caso de urgência, a transmissão a que se refere o número anterior pode


ser feita por qualquer meio de comunicação para o efeito disponível, incluindo a
comunicação oral, que deve ser sempre seguida de comunicação escrita.

Artigo 32.º
(Providências cautelares quanto aos meios de prova)

1 – O pessoal militarizado da PNA, mesmo antes de receber ordem da autoridade


judiciária competente para proceder à investigação, pratica os actos cautelares
necessários e urgentes para assegurar os meios de prova.

2 – Para efeitos do disposto no número anterior, compete ao pessoal militarizado,


nomeadamente:

a) Proceder a exames dos vestígios do crime, em especial às diligências


previstas na legislação processual penal, assegurando a manutenção do
estado das coisas e dos lugares;

b) Colher informações das pessoas que facilitem a descoberta dos agentes do


crime e a sua reconstituição;
c) Proceder a apreensões no decurso de revistas ou buscas em caso de
urgência ou perigo na demora, bem como adoptar as medidas cautelares
necessárias à conservação ou manutenção dos objectos apreendidos.

3 – Mesmo após a intervenção da autoridade judiciária, cabe ao pessoal


militarizado da PNA assegurar novos meios de prova de que tiver conhecimento,
sem prejuízo de dever dar deles notícia imediata àquela autoridade.

Artigo 33.º
(Identificação de suspeito e pedido de informações)

1 – O pessoal militarizado da PNA pode proceder à identificação de qualquer


pessoa encontrada em lugar público, aberto ao público ou sujeito à vigilância
policial, sempre que sobre ela recaiam fundadas suspeitas da prática de crime, da
pendência de processo de extradição ou de expulsão, de que tenha penetrado ou
permaneça irregularmente no território nacional ou de haver contra si mandado
de detenção.

2 – Antes de proceder à identificação, o pessoal militarizado da PNA deve provar


a sua qualidade de agente de autoridade, comunicar ao suspeito as circunstâncias
que fundamentam a obrigação de identificação e indicar os meios por que este se
pode identificar.

3 – O suspeito pode identificar-se mediante a apresentação de um dos seguintes


documentos:

a) Bilhete de identidade ou passaporte, no caso de ser cidadão angolano;

b) Título de residência, bilhete de identidade, passaporte ou documento que


substitua o passaporte, no caso de ser cidadão estrangeiro.

4 – Na impossibilidade de apresentação de um dos documentos referidos no


número anterior, o suspeito pode identificar-se mediante a apresentação de
documento original, ou cópia autenticada, que contenha o seu nome completo, a
sua assinatura e a sua fotografia.

5 – Quando o suspeito não for portador de nenhum dos documentos referidos nos
números anteriores, o agente de polícia deve:

a) Pedir ao cidadão que procure, imediatamente, comunicar-se com os seus


familiares ou pessoa de sua confiança com o intuito de levarem os seus
documentos de identificação ao local onde se encontra;
b) Deslocar-se, acompanhado do cidadão, ao local onde se encontram os seus
documentos de identificação, quando não for possível a identificação nos
termos da alínea anterior; ou

c) Promover a identificação através de reconhecimento da sua identidade por


uma pessoa próxima e idónea identificada que garanta e ateste a
veracidade dos dados pessoais do suspeito, quando não for possível a
identificação nos termos das alíneas anteriores.

6 – Na impossibilidade de identificação, o pessoal militarizado da PNA pode


conduzir o suspeito à unidade policial mais próxima e compeli-lo a permanecer
ali pelo tempo estritamente indispensável à realização de recolha de provas
dactiloscópicas, fotográficas ou de natureza análoga e convidando o identificando
a indicar residência onde possa ser encontrado e receber comunicações.

7 – Os actos de identificação levados a cabo nos termos do número anterior são


sempre reduzidos a auto e as provas de identificação dele constante são
conservadas pelo tempo estritamente necessário, nos termos da lei.

8 – O pessoal militarizado da PNA pode pedir ao suspeito, bem como a quaisquer


pessoas, informações relativas a um crime, a descoberta dos seus autores e sobre
os meios de prova susceptíveis de se perderem antes da intervenção da autoridade
judiciária.

Artigo 34.º
(Revistas e buscas urgentes)

1 – Em caso de urgência ou de perigo na demora da autorização da autoridade


judiciária competente, o pessoal militarizado da PNA pode proceder:

a) À revista de suspeitos detidos em flagrante ou fora do flagrante delito, ou


quando hajam fundadas suspeitas de que alguém oculta na sua posse
objectos relacionados com a prática de um crime ou que possam servir
para a respectiva prova e que, de outro modo, poder-se-iam perder

b) À busca, salvo tratando-se de busca domiciliária, sempre que haja


suspeita fundada para crer que em qualquer lugar, reservado ou não
acessível ao público, se encontram objectos relacionados com a prática de
um crime ou que possam servir para a respectiva prova, ou que uma
pessoa que deva ser presa ou detida nos termos da lei;

c) Outras situações em que a lei permita a realização de revistas e buscas


cautelares.
2 – As revistas e as buscas efectuadas nos termos do número anterior devem, sob
pena de nulidade, ser comunicadas imediatamente à autoridade judiciária
competente para a correspondente apreciação e validação, nos termos da
legislação processual penal.

Artigo 35.º
(Detenção em flagrante delito)

Em caso de flagrante delito, por crime punível com pena de prisão, o pessoal
militarizado da PNA pode proceder à detenção de qualquer pessoa, nos termos da
legislação processual penal.

Artigo 36.º
(Detenção fora de flagrante delito)

As autoridades de polícia criminal da PNA podem ordenar a detenção fora de


flagrante delito, sem prejuízo do disposto na legislação processual penal,
cumulativamente quando:

a) Se tratar de caso em que é admissível a prisão preventiva;

b) Existirem elementos que tornem fundado o receio de fuga ou de


continuação da actividade criminosa.

SECÇÃO II
MEDIDAS DE POLÍCIA

Artigo 37.º
(Medidas de polícia)

1 – No âmbito das suas atribuições, a PNA aplica as medidas de polícia previstas


na lei, podendo impor restrições ou fazer uso de meios de coação estritamente
proporcionais, adequados e necessários para o efeito.

2 – São medidas de polícia:

a) A identificação de pessoas suspeitas que se encontrem ou circulem em


lugar público, aberto ao público ou sujeito à vigilância policial;

b) A evacuação ou determinação de abandono temporário de locais ou de


meios de transporte por razões de perigo eminente;
c) A remoção de objectos, veículos ou outros obstáculos colocados em locais
públicos sem autorização, que impeçam ou condicionem a liberdade de
circulação de pessoas e bens em condições de segurança;

d) A condução à unidade policial mais próxima de pessoas cuja vida ou a


integridade física esteja em perigo, ou de pessoas que possam pôr em
causa a integridade física ou a vida de terceiros;

e) A interdição temporária de acesso e circulação de pessoas e meios de


transporte em vias terrestres, fluviais ou marítimas, por razões de
segurança.

3 – São medidas especiais de polícia:

a) A algemagem, por razões de segurança, de pessoas detidas ou presas nos


termos da legislação penal e processual penal;

b) A realização de buscas em viatura, lugar público, aberto ao público ou


sujeito à vigilância policial, para detectar a presença de armas, substâncias
ou engenhos explosivos ou pirotécnicos, objectos proibidos ou
susceptíveis de gerar actos de violência, pessoas procuradas ou em
situação irregular no território nacional ou privadas da sua liberdade, no
âmbito das acções previstas na alínea h) deste número;

c) As revistas preventivas à entrada de recintos desportivos, de locais onde se


realizam actividades recreativas ou culturais, ou de outros locais sujeitos à
vigilância policial, de pessoas que tenham de participar ou pretendam
assistir a qualquer acto processual, de pessoas que entrem em viaturas
policiais ou nas respectivas unidades, na qualidade de suspeitos, para
evitar a entrada e permanência de objectos proibidos ou que pela sua
natureza podem perigar a vida ou a integridade física de terceiros, no
âmbito das acções previstas na alínea h) deste número;

d) A apreensão temporária de armas, munições, explosivos e substâncias ou


objectos proibidos, perigosos ou sujeitos a licenciamento administrativo
prévio;

e) A dispersão de aglomerações ou neutralização de acções que visem uma


eminente perturbação da ordem pública;

f) A realização de acções de fiscalização em estabelecimentos e outros locais


públicos ou abertos ao público, nos termos da lei;

g) A vistoria ou instalação de equipamentos de segurança;


h) A realização de operações policiais no âmbito da prevenção e combate à
criminalidade, ou noutros domínios da segurança pública.

i) O encerramento temporário de paióis, depósitos ou fábricas de armamento


ou explosivos e respectivos componentes;

j) A revogação ou suspensão de autorizações emitidas aos estabelecimentos


referidos na alínea anterior;

k) O encerramento temporário de estabelecimentos destinados à venda de


armas ou explosivos;

l) A revogação ou suspensão de autorizações emitidas aos estabelecimentos


referidos na alínea anterior;

4 – O pessoal militarizado da PNA, quando não uniformizado, e que nos termos


da lei aplicar medida de polícia ou emitir qualquer ordem ou mandado legítimo,
deve previamente exibir prova da sua qualidade de agente de autoridade.

Artigo 38.º
(Limites às medidas de polícia)

As medidas de polícia só são aplicáveis nos termos e condições previstos na lei,


sempre que tal se revele necessário e adequado, pelo período de tempo que se
revele razoável para garantir a segurança ou a protecção de pessoas e bens.

Artigo 39.º
(Aplicação urgente de medidas de polícia)

1 – Em casos de demora na obtenção da ordem da autoridade de polícia


competente, por motivos de urgência ou de perigo eminente, a aplicação das
medidas de polícia previstas nas alíneas a) a d) do n.º 2 e nas alíneas a) a e) do n.º
3, ambos do artigo 37.º, pode ser determinada por agentes da força pública
presentes no local, devendo nesse caso ser imediatamente comunicada à
autoridade de polícia competente.

2 – Salvo em casos de urgência e de perigo de demora, a aplicação das medidas


de polícia previstas nas alíneas h) a l) do n.º 3 do artigo 37.º é previamente
autorizada pelo Magistrado do Ministério Público competente.

Artigo 40.º
(Comunicação ao ministério público)
1 – A aplicação das medidas de polícia previstas nas alíneas h) a l) do n.º 3 do
artigo 37.º da presente lei é, sob pena de nulidade, comunicada ao Magistrado do
Ministério Público, competente, no prazo máximo de 48 horas.

2 – Não é aplicável o disposto no número anterior no caso de a aplicação da


medida de polícia ter sido previamente autorizada pelo Magistrado do Ministério
Público.

3 – Não podem ser utilizadas em processo penal as provas recolhidas no âmbito


das medidas de polícia que não tiverem sido objecto de autorização prévia ou
validação pelo Magistrado do Ministério Público competente.

SECÇÃO III
MEIOS DE COAÇÃO

Artigo 41.º
(Utilização de meios coercivos)

Nos termos da lei, o pessoal militarizado da PNA pode fazer uso dos meios
coercivos de que dispõem nas circunstâncias seguintes:

a) Para efectuar a captura ou impedir a fuga de pessoa suspeita de haver


cometido crime punível com pena de prisão ou que faça uso ou disponha
de armas de fogo, armas brancas ou engenhos ou substâncias explosivas,
radioactivas ou próprias para a fabricação de gases tóxicos ou asfixiantes;

b) Para efectuar a captura de pessoas evadidas de estabelecimentos prisionais


ou que sejam destinatárias de mandado de detenção pela prática de crime a
que corresponda pena de prisão ou impedir a fuga de qualquer pessoa
legalmente preso ou detido;

c) Para libertar reféns ou pessoas raptadas ou sequestradas;

d) Para suster ou impedir atentado contra instalações do Estado, de utilidade


pública, social, ou contra aeronave, navio, comboio, veículo de transporte
colectivo de passageiros ou veículo de transporte de bens perigosos;

e) Para abate de animais que constituam perigo para as pessoas ou bens ou


que, gravemente feridos, não possam com êxito ser imediatamente
assistidos;

f) Como meio de alarme ou pedido de socorro, numa situação de


emergência, quando outros meios não possam ser utilizados com a mesma
finalidade;
g) Quando a reposição e manutenção da ordem e tranquilidade públicas
assim o exijam.

Artigo 42.º
(Limites ao uso de meios coercivos)

1 – O nível adequado e razoável de emprego dos meios coercivos deve ser


sempre avaliado segundo regras de prudência, moderação e bom senso, com base
nos princípios da proporcionalidade, adequação e necessidade, dependendo das
condições específicas que caracterizam determinada situação, tendo em conta,
entre outros factores, a gravidade da infracção, os intervenientes não policiais, os
agentes da PNA e outros factores envolventes.

2 – Nos termos do número anterior, o uso de meios coercivos pelo pessoal


militarizado da PNA deve consubstanciar um razoável equilíbrio entre o grau de
ameaça e o respectivo nível de força adequado para neutralizar ameaça actual e
ilícita.

3 – Para efeito do presente artigo, entende-se por grau de ameaça o nível de


perigo resultante da possibilidade de ocorrência de acções violentas, ou de acções
violentas já concretizadas, por infractores, dirigidas ao agente da PNA ou à
terceiro.

4 – Entende-se por nível de força o tipo de reacção que assegurando dentro do


possível os interesses legalmente protegidos, se revela necessário para anular
determinado grau de ameaça.

5 – Sem prejuízo do disposto nos números anteriores, os meios coercivos e o


respectivo uso são determinados em diploma próprio.

CAPÍTULO VI
COOPERAÇÃO E REQUISIÇÃO DE SERVIÇOS

Artigo 43.º
(Cooperação e colaboração com entidades públicas e privadas)

1 – A PNA, sem prejuízo das prioridades legais da sua actuação, coopera com os
demais órgãos do Sistema Nacional de Segurança e colabora com as autoridades
públicas e privadas, nos termos da lei.

2 – Sem prejuízo do cumprimento da sua missão e da legislação aplicável, o


pessoal militarizado da PNA pode, mediante autorização, prestar colaboração a
outras entidades públicas ou privadas que a solicitem, para garantir a segurança
de pessoas e bens ou para a prestação de outros serviços no âmbito da segurança
pública mediante pedidos concretos que lhe sejam formulados, os quais são
sujeitos à decisão casuística.

3 – As autoridades da administração central e local, os serviços públicos e as


demais entidades públicas ou privadas devem prestar à PNA a colaboração que
legitimamente lhes for solicitada para o exercício das suas funções.

Artigo 44.º
(Requisição de forças e execução de ordens judiciárias)

1 – As autoridades judiciárias e administrativas podem requisitar à PNA a


actuação de forças para a garantia da ordem e tranquilidade públicas, ou no
âmbito do cumprimento de outras medidas legalmente determinadas.

2 – A requisição de forças é apresentada junto da autoridade de polícia


territorialmente competente, indicando a natureza do serviço a desempenhar e o
motivo ou a ordem que as justifica.

3 – As forças requisitadas actuam no quadro das suas competências e de forma a


cumprirem a sua missão, mantendo total subordinação aos comandos de que
dependem.

4 – As autoridades judiciárias podem solicitar à PNA a execução de ordens por si


emitidas.

Artigo 45.º
(Comissão de serviço especial)

1 – A PNA pode manter pessoal militarizado em organismos de interesse


público, em comissão de serviço, em condições definidas em diploma próprio.

2 – Por despacho do responsável do departamento ministerial da área de


segurança interna, o pessoal da PNA pode ser nomeado em comissão de serviço
para organismos internacionais ou países estrangeiros, em função dos interesses
nacionais e dos compromissos assumidos no âmbito da cooperação internacional,
nos termos legalmente estabelecidos.

3 – Para efeitos de ordem pública, o pessoal referido no n.º 1 deste artigo cumpre
as directivas do comando com jurisdição na respectiva área.

4 – Mediante solicitação a PNA pode ainda prestar serviços especiais, que após
serem autorizados por despacho do responsável do departamento ministerial da
área de segurança interna, são remunerados pelos respectivos requisitantes nos
termos da lei.

CAPÍTULO VII
DIREITOS E DEVERES GERAIS

SECÇÃO I
DIREITOS

Artigo 46.º
(Armamento e fardamento)

1 – O pessoal militarizado da PNA tem direito à posse, porte e uso de armas de


qualquer calibre, sendo obrigado ao seu manifesto quando sejam de sua
propriedade.

2 – O pessoal militarizado da PNA tem direito ao uso de uniformes e insígnias


específicas da sua condição profissional.

3 – O pessoal referido nos números anteriores não pode fazer uso, por qualquer
modo, das armas que lhe estiverem distribuídas e nem servir-se da qualidade de
agente de autoridade, do cargo que exerce ou da função que desempenha, para
prática de actos ilícitos.

4 – Diplomas próprios regulam o uso das armas de fogo e dos uniformes pelo
efectivo militarizado da PNA.

Artigo 47.º
(Direito de acesso à local público ou privado)

1 – O pessoal militarizado da PNA, em acto ou missão de serviço, tem livre


acesso em todos os lugares onde se realizem reuniões públicas ou onde seja
permitido o acesso público mediante o pagamento de uma taxa, a realização de
certa despesa ou apresentação do bilhete de ingresso.

2 – Os órgãos da administração central e local, os serviços públicos e as demais


entidades públicas ou privadas devem prestar ao agente de autoridade a
colaboração que legitimamente lhes for solicitada para o exercício das suas
funções.

Artigo 48.º
(Utilização de meios de transporte público)
O pessoal militarizado da PNA, quando em serviço, tem direito ao uso gratuito
de meios de transporte públicos, rodoviários, marítimos e fluviais.

Artigo 49.º
(Condecorações e distinções)

1 – O pessoal militarizado e civil da PNA que se destaquem por actos,


comportamentos ou feitos notáveis, tem direito à outorga de condecorações,
títulos e distinções, em vida ou a título póstumo.

2 – As regras de outorga de condecorações, títulos e distinções são estabelecidos


em regulamento próprio a aprovar por Decreto Presidencial.

Artigo 50.º
(Imunidades)

1 – Os Oficiais Comissários PNA gozam de imunidades nos termos da presente


Lei e demais legislação aplicável.

2 – Sem prejuízo do previsto no número anterior, os Oficiais Comissários da


PNA não podem ser presos sem culpa formada ou detidos, excepto em flagrante
delito por crime doloso punível com pena de prisão maior ou qualquer outra
privativa de liberdade superior a dois anos, devendo neste caso o detido ser
presente imediatamente ao Procurador-Geral da República para interrogatório e
solicitação de autorização para manutenção da detenção ao Presidente da
República, na qualidade de Comandante em Chefe das FAA.

3 – Os Oficiais Comissários da PNA são julgados em primeira instância por


feitos criminais pelo Tribunal Supremo.

Artigo 51.º
(Outros direitos)

Os demais direitos do pessoal da PNA são regulados em diploma próprio, sem


prejuízo do previsto na presente lei.

SECÇÃO II
DEVERES

Artigo 52.º
(Deveres profissionais)
1 – O pessoal militarizado da PNA, ainda que se encontre fora do horário normal
de trabalho e da área de jurisdição do local onde exerça funções, deve tomar, até
à intervenção da autoridade de polícia competente, as necessárias providências,
dentro da sua esfera de competência, para evitar a prática de crimes, descobrir e
capturar os seus agentes.

2 - O pessoal militarizado que tenha conhecimento de factos relativos a crimes


deve comunicá-los imediatamente à entidade competente.

Artigo 53.º
(Segredo profissional)

Todo pessoal da PNA, independentemente da natureza das suas funções, está


sujeito ao segredo profissional, nos termos da lei.

Artigo 54.º
(Outros deveres)

Os demais deveres do pessoal da PNA são regulados em diploma próprio, sem


prejuízo do previsto na presente lei.

CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES FINAIS

Artigo 55.º
(Receitas)

Constituem receitas da PNA:

a) As dotações atribuídas pelo Orçamento do Estado;

b) O produto da venda de publicações e as quantias cobradas por actividades


ou serviços prestados;

c) Os juros dos depósitos bancários;

d) As receitas próprias consignadas à PNA;

e) Os saldos das receitas consignadas;

f) Quaisquer outras receitas que lhe sejam atribuídas por lei, contrato ou a
outro título.

Artigo 56.º
(Despesas)
Constituem despesas da PNA as que resultem de encargos decorrentes do
funcionamento dos seus órgãos e serviços e da actividade operacional, na
prossecução das atribuições que lhe estão cometidas.

Artigo 57.º
(Objectos que revertem a favor da PNA)

1 – Os objectos apreendidos pela PNA que venham a ser declarados perdidos a


favor do Estado revertem a seu favor quando:

a) Possuam interesse criminalístico, histórico, documental ou museológico;

b) Se trate de meios de transportes rodoviários, fluviais e marítimos, trate de


armas, munições, viaturas, equipamentos de telecomunicações e
informática, ou outros com interesse para a PNA.

2 – A utilidade dos objectos a que se refere o número anterior opera-se


automaticamente no prazo de 90 dias.

Artigo 58.º
(Dia comemorativo)

1 – O dia comemorativo da PNA é o 28 de Fevereiro.

2 – Todos os serviços e unidades da PNA têm direito a um dia festivo para


comemoração da respectiva efeméride.

Artigo 59.º
(Dúvidas e omissões)

As dúvidas e omissões resultantes da interpretação e aplicação da presente lei são


resolvidas pela Assembleia Nacional.

Artigo 60º
(Norma revogatória)

É revogada toda a legislação que contrarie o previsto na presente lei.

Artigo 61.º
(Entrada em vigor)

A presente lei entra em vigor à data da sua publicação.


Vista e aprovada pela Assembleia Nacional, em Luanda,
aos.......de.....................de...........

O Presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos.

Promulgada em ..........de.......................de..............................

Publique-se

O Presidente da República, João Manuel Gonçalves Lourenço.

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