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AO JUÍZO DA ___VARA CIVIL DA COMARCA DO ESTADO DE SÃO

PAULO-SP

Requerente: MANOEL DA SILVA

Agravado: FILISTEU DA SILVA

MANOEL DA SILVA, devidamente qualificado nos autos da ação em epígrafe, vem a


presença desse juízo, por intermédio de seu advogados infra-assinado, com
fundamentos nos artigos 1.009 e SS do CPC interpor

RECURSO DE APELAÇÃO

em face da sentença proferida na demanda em que o apelante litiga com FILISTEU DA


SILVA, devidamente qualificado, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

Requer, outrossim, que seja a parte recorrida devidamente intimada para apresentar
contrarrazões e, depois do prazo, com ou sem elas, sejam os autos remetidos no
Tribunal de Justiça de São Paulo-SP, independentemente do juízo de admissibilidade do
recurso.

Termos em que pede e aguarda deferimento.

São Paulo, 16 de junho de 2023

Advogados

Bel. Alan Almeida Guimarães

Advogado

OAB n° XXX

Bel. Ana Cláudia Benevides Fonseca


Advogada

OAB n° XXX

Bel. Ana Emília Magrinelli Lisboa Ataíde

Advogada

OAB n° XXX

Bel. César Fernando da Silva e Silva

Advogado

OAB n° XXX

Bel. Eduardo Santana Cotrim

Advogado

OAB n° XXX
RAZÕES RECURSAIS

Apelante: Manoel da Silva

Apelado: Filisteu da silva

Processo de origem nº 100000-57.2023.8.26.0000, Vara Cívil da Comarca de São


Paulo-Sp

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO,

I - DA SÍNTESE DA DEMANDA

Consoante se infere da análise das Certidões de Óbito, Trício da silva, faleceu no dia 25
de março de 2022, com 82 anos de idade, na capital do estado em virtude de
complicações respiratórias. O inventariado na constância do casamento não teve filhos e
não deixou testamento. Apesar de não ter esposa e nem filhos, possui um irmão vivo e
sobrinhos.

O falecido possuía cinco irmãos mas apenas um está vivo, o apelado Filisteu da Silva.
Os irmãos são: Filisteu da Silva, Maria José da Silva, Arvorino da Silva, Sebastiana da
Silva e Jurandir da Silva. Destes, apenas Filisteu está vivo.

a) Maria José da Silva, falecida, deixou os seguintes filhos: Débora Alves, Lívia
Alves e Sandra Alves.

b) Arvorino da Silva, falecido, deixou os seguintes filhos: Manoel da Silva,


Paulo da Silva, José da Silva e André da Silva.

c) Sebastiana da Silva, falecida, deixou os seguintes filhos: Antônio Muniz,


Pedro Muniz, João Muniz e Isabel Muniz.

d) Jurandir da Silva, falecido, deixou os seguintes filhos: Arthur da Silva, Victor


da Silva, Eduardo da Silva e Enzo da Silva.
Em relação a patrimônio deixou a casa onde residia na cidade de São Paulo, com área
de 300 m², no valor de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), com matrícula no Cartório
de Registro de Imóveis de São Paulo, sob nº 1245645-X; um veículo Fiat Strada, 1.4,
ano 2020, cor prata, placa XXX-1234, no valor de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais); e,
por fim, em conta corrente individual nº123456, Ag. 2710 no banco Bradesco a quantia
de R$ 44.000,00 (quarenta e quatro mil reais).

Determinar a divisão dos bens deixados pelo falecido Sr. Tício da Silva da seguinte
forma:

a) A casa localizada na Rua C, nº 169, Bairro Jardim Carmélia, na cidade de São


Paulo, com área de 300 m², avaliada em R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), será
dividida entre Filisteu da Silva, Manoel da Silva, Paulo da Silva, José da Silva,
André da Silva, Débora Alves, Lívia Alves, Sandra Alves, Antônio Muniz, Pedro
Muniz, João Muniz, Isabel Muniz, Arthur da Silva, Victor da Silva, Eduardo da
Silva e Enzo da Silva, todos com direito a 1/15 (um quinze avos) do imóvel;

b) O veículo Fiat Strada, 1.4, ano 2020, cor prata, placa XXX-1234, no valor de R$
80.000,00 (oitenta mil reais), será dividido igualmente entre Filisteu da Silva,
Manoel da Silva, Paulo da Silva, José da Silva, André da Silva, Débora Alves, Lívia
Alves, Sandra Alves, Antônio Muniz, Pedro Muniz, João Muniz, Isabel Muniz,
Arthur da Silva, Victor da Silva, Eduardo da Silva e Enzo da Silva, todos com
direito a 1/15 (um quinze avos) do veículo;

c) O saldo em conta corrente individual nº 123456, Ag. 2710, no banco Bradesco, no


valor de R$ 44.000,00 (quarenta e quatro mil reais), será destinado a Filisteu da
Silva, exclusivamente pois este cuidou do pai até o seu falecimento;

No entanto, como será demonstrado a seguir, a sentença não merece prosperar, devendo
ser reformada.

II - DO CABIMENTO DO RECURSO

No caso em tela a sentença foi proferida nos autos da ação monitória oposta, o que
permite sua impugnação por meio do presente recurso de apelação, conforme arts.1009
e 702,§9º, do CPC.
Fica claro que o ora apelante, Manoel, tem legitimidade e interesse recursais pois é parte
vencida, nos moldes do artigo 996, do CPC.

Conforme será demostrado a seguir, a sentença foi omissa por não ter enfrentado os
argumentos da causa para se chegar a uma conclusão justa e razoável, o que significa
dizer que, a sentença ora impugnada é passível de ser anulada, consoante o art. 489,§1
IV do CPC, bem como os arts 11 do CPC e 93, IX da Constituição Federal.

Além disso, ficará igualmente demostrado o “error in judicando” da sentença que


deveria ter constituído o título executivo nos termos dos arts. 702, § 8, do CPC.

O presente recurso de apelação é tempestivo, visto que é interposto no prazo de 15 dias


úteis, a contar da publicação da sentença, no dia 04 de maio de 2023, nos termos do arts
1003, §5º e 219 do CPC.

A regularidade formal do recurso está obedecida, nos moldes do art. 1010 do CPC, com
petição escrita endereçada ao juízo “ a quo” e razões do recurso a esse Tribunal
também, impede salientar que não há desistência, renuncia ou preclusão lógica que
impeça ou extinga o direito do recorrente, a luz dos arts 998 a 1000 do CPC.

Diante do exposto e preenchido os requisitos de admissibilidade, passa-se ao mérito.

De início, é importante considerar que a impugnada não se atentou ao dever de


fundamentação estampado no artigo 489, do CPC, bem como no art. 11 do mesmo
diploma legal, ou ainda no art. 93, IX, da CF, diante da falta de fundamentação deve ser
tal sentença anulada.

Quanto a partilha dos bens, os autos do processo revela que a divisão dos bens não foi
correta, ora se o esposto no art. 702 do CPC, não for obedecido a lei processual impõe
ao julgador rejeitar tal alegação, conforme está posto no §3º do art.702 do mesmo texto.
A isso não se atentou o julgador “a quo”.

III - RAZÕES DA REFORMADA

A r. Sentença proferida, pelo juiz a quo na Ação de Partilha de Bens, não se coadunou
com a devida divisão dos bens, pois o Sr. Flisteu da Silva, único irmão vivo do Sr.
Ticio, permaneceu com o valor total de R$ 44.000,00 (Quarenta e quatro mil reais) cuja
justificativa era de que havia cuidado do inventariante, na condição de filho, fato este
que não condiz com a realidade. Conforme previsão legal do Código Civil/2002, nos
artigos citados abaixo, o apelante é herdeiro por direito de representação na linha de
sucessão colateral, sendo filho de um dos irmãos falecidos do inventariado, devendo
herdar sua quota-parte de todo patrimonio, visto que,

Art. 1.840. Na classe dos colaterais, os mais próximos excluem os


mais remotos, salvo o direito de representação concedido aos filhos de
irmãos.

Art. 1.853. Na linha transversal, somente se dá o direito de


representação em favor dos filhos de irmão do falecido, quando com
irmãos deste concorrerem.

Art. 1.854. Os representantes só podem herdar, como tais, o que


herdaria o representado, se vivo fosse.

Sendo assim, salvo o direito de representação concedido a todos os sobrinhos, requer o


apelante que a divisão de bens seja reformada na sentença, garantindo o direito de
representação de forma a não prejudicar nenhum dos herdeiros, diante da sentença
proferida.

IV - DOS PEDIDOS

Posto isso, requer o apelante

1. O recebimento do presente recurso de apelação, com sua devida autuação e


processamento regular;

2. A intimação da parte contrária para, querendo, apresentar contrarrazões;

3. O envio dos autos ao Egrégio Tribunal de Justiça, para que seja realizada a análise e o
julgamento do presente recurso;

4. A reforma da sentença proferida, para que sejam corrigidas as questões de direito


equivocadamente decididas, garantindo-se assim a justiça no presente caso;

Nestes Termos, requer deferimento.

São Paulo, 16 de junho de 2023.

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