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A declaração negocial (art. 217º CC) exige comunicação e vontade, o que significa que
a declaração é uma ação humana voluntária; que a declaração envolve uma
exteriorização da vontade, que pode ser feita de diversas formas. É um ato destinado a
produzir certos efeitos cujo conteúdo essencial foi querido pelo autor, não é apenas uma
comunicação informativa, mas visa um fim negocial. Sem um destes componentes não
se pode considerar haver negócio nem declaração negocial (visto que o negócio se
baseia na declaração negocial).
Falta e vícios da vontade:
- Declaração emitida sobre reserva mental (art. 244º) -O autor diz uma coisa, mas a
pensar noutra, voluntariamente-declaração válida.
- Incapacidade acidental (art. 457º) - declaração não é nula mas anulável
- Declaração emitida em erro (art. 247º) - divergência não intencional entre o que o
autor disse e aquilo que queria.
- Falta de consciência da declaração e coação física (art. 446º)
- Erro na transmissão da declaração- art.450º
Tipos de declarações negociais expressas e tácitas:
Art. 217º/1: a declaração é expressa quando dita pelo autor por meio direito (palavras
ou escrito) e tácita quando se deduz de factos (positivos ou inequívocos) que com toda
probabilidade a relevem pelo art. 234º.
A natureza formal de uma declaração pode ser tacitamente emitida (art. 217º/2), requer-
se que a forma prescrita tenha sido observada quanto aos factos de que deduza a
declaração em causa. - Só é legitimo descobrir declarações negociais, ainda que tácitas,
quando haja uma verdadeira vontade dirigida aos efeitos (fim negocial) e minimamente
exteriorizada de modo indireto.
Declarações entre presentes e ausentes: ou as partes estão em contacto direto uma
com a outra ou não (direto- quando é possível obter resposta imediata)
Silêncio- art. 218º- O silêncio é nullum, ou seja, não tem qualquer valor negocial
declarativo, exceto em situações em que tal valor lhe seja atribuído pela lei, uso ou
convenção (quando as partes declaram que o silêncio vale como declaração)
Eficácia da declaração negocial art. 224º:
Declarações recipiendas- se a declaração tiver um destinatário determinado
(declaratário)
Declarações não recipiendas- se a declaração não tiver um destinatário ex: oferta ao
publico
CAPACIDADE DO DECLARATÁRIO CONHECER A DECLARAÇÃO:
o Declaração não recipienda é eficaz, isto é, produz efeitos a partir do momento em
que a vontade do autor se manifesta adequada.
o Declaração recipienda torna-se eficaz a partir do momento da chegada da declaração
ao seu destinatário, ou seja, dele conhecida.
o Declaração considerada eficaz quando esta não for conhecida pelo destinatário por
sua culpa (art. 224º/2)
o Se a declaração não for conhecida pelo destinatário sem sua culpa é considera
ineficaz segundo o art. 224º/3.
Teorias quanto a este tema:
- Teoria da expedição: declaração eficaz a partir do momento que seja enviada pelo seu
autor ex: A envia uma carta a X, logo a partir do momento do envio da carta torna-se
eficaz
- Teoria da receção: declaração produz efeitos a partir do momento em que seja recebida
pelo destinatário, ou seja, entra na esfera jurídica do destinatário. Ex: a partir do
momento em que a carta entra na caixa do correio de X.
- Teoria do conhecimento: a declaração produz efeitos a partir do momento em que é
conhecida pelo destinatário ex: X abre a carta ou A dá conhecimento do envio da carta a
X