Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CONTRATOS
Conceito e espécies
Aceitação é a concordância com os termos da proposta. É
manifestação de vontade imprescindível para que se repute
concluído o contrato, pois, somente quando o oblato se
converte em aceitante e faz aderir a sua vontade à do
proponente, a oferta se transforma em contrato. A aceitação
consiste, portanto, “na formulação da vontade concordante do
oblato, feita dentro do prazo e envolvendo adesão integral à
proposta recebida”.
FASES DE FORMAÇÃO
Para produzir o efeito de aperfeiçoar o contrato a aceitação
deve ser pura e simples.
Se apresentada “fora do prazo, com adições, restrições, ou
modificações, importará nova proposta ” (CC, art. 431),
comumente denominada contraproposta. Como a proposta
perde a força obrigatória depois de esgotado o prazo
concedido pelo proponente, a posterior manifestação do
solicitado ou oblato também não obriga o último, pois
aceitação não temos e, sim, nova proposta. O mesmo se pode
dizer quando este não aceita a oferta integralmente,
introduzindo-lhe restrições ou modificações.
FASES DE FORMAÇÃO
ACEITAÇÃO
Espécies de aceitação:
a) Expressa: decorre de declaração do aceitante, manifestando
a sua anuência;
b) Tácita: decore de sua conduta, reveladora do consentimento.
O art. 432 do Código Civil menciona duas hipóteses de
aceitação tácita, em que se reputa concluído o contrato, não
chegando a tempo a recusa: a) quando “o negócio for
daqueles em que não seja costume a aceitação expressa”; b)
ou quando “o proponente a tiver dispensado”.
FASES DE FORMAÇÃO
ACEITAÇÃO
Hipóteses de inexistência de força vinculante da aceitação
a) Se a aceitação, embora expedida a tempo, por motivos
imprevistos, chegar tarde ao conhecimento do proponente (CC,
art. 430, primeira parte)
b) Se antes da aceitação, ou com ela, chegar ao proponente a
retratação do aceitante – Dispõe, com efeito, o art. 433 do
Código Civil que se considera “inexistente a aceitação, se antes
dela ou com ela chegar ao proponente a retratação do
aceitante ”. Verifica-se que a lei permite também a retratação da
aceitação.
FASES DE FORMAÇÃO
MOMENTO DA CONCLUSÃO DO CONTRATO
Contratos entre presentes:
A proposta poderá estipular ou não prazo para a aceitação.
HIPOTESES:
Se o policitante não estabelecer nenhum prazo, esta deverá
ser manifestada imediatamente, sob pena de a oferta perder a
força vinculativa.
Se, no entanto, a policitação estipulou prazo, a aceitação
deverá operar-se dentro nele, sob pena de desvincular-se o
proponente.
FASES DE FORMAÇÃO
MOMENTO DA CONCLUSÃO DO CONTRATO
IMPORTANTE:
Se o contrato for realizado inter praesentes nenhum
problema haverá, visto que as partes estarão vinculadas na
mesma ocasião em que o oblato aceitar a proposta. Nesse
momento caracterizou-se o acordo recíproco de vontades e, a
partir dele, o contrato começará a produzir efeitos jurídicos.
NOTA:
É aquele em que não há intervalo na comunicação, ou seja,
considera-se formado no exato instante em que a proposta é
aceita. Exemplos o telefone, o MSN, a videoconferência etc.
FASES DE FORMAÇÃO
MOMENTO DA CONCLUSÃO DO CONTRATO
Contratos entre ausentes
A dificuldade para se precisar em que momento se deve considerar
formado o contrato aparece na avença inter absentes, efetivado por
correspondência epistolar (carta ou telegrama) ou telegráfica, com ou
sem a intervenção dos serviços de correio.
Quando o contrato é celebrado entre ausentes, por correspondência
(carta, telegrama, fax, radiograma, e-mail etc.) ou intermediários, a
resposta leva algum tempo para chegar ao conhecimento do proponente
e passa por diversas fases.
FASES DE FORMAÇÃO
MOMENTO DA CONCLUSÃO DO CONTRATO
➢ Momento em que a convenção se reputa concluída:
TEORIA DA INFORMAÇÃO OU DA COGNIÇÃO:
é o da chegada da resposta ao conhecimento do policitante, que se
inteira de seu teor. Tem o inconveniente de deixar ao arbítrio do
proponente abrir a correspondência e tomar conhecimento da
resposta positiva. Não basta a correspondência ser entregue ao
destinatário.
Aperfeiçoamento do contrato: se dará somente no instante em que
o policitante abri-la e tomar conhecimento do teor da resposta.
FASES DE FORMAÇÃO
MOMENTO DA CONCLUSÃO DO CONTRATO
TEORIA, A DA DECLARAÇÃO OU DA AGNIÇÃO:
subdivide-se em três: a) da declaração propriamente dita; b)
da expedição; e c) da recepção.
Para a teoria da declaração propriamente dita, o instante da
conclusão coincide com o da redação da correspondência
epistolar. Obviamente, tal entendimento não pode ser aceito,
porque, além da dificuldade de se comprovar esse momento, o
consentimento ainda permanece restrito ao âmbito do
aceitante, que pode destruir a mensagem em vez de remetê-
la.
FASES DE FORMAÇÃO
MOMENTO DA CONCLUSÃO DO CONTRATO
Para a teoria da expedição: não basta a redação da resposta, sendo
necessário que tenha sido expedida, isto é, saído do alcance e controle
do oblato. É considerada a melhor, embora não seja perfeita, porque
evita o arbítrio dos contraentes e afasta dúvidas de natureza probatória.
A teoria da recepção exige mais: que, além de escrita e
expedida, a resposta tenha sido entregue ao destinatário.
Distingue-se da teoria da informação porque esta exige não só
a entrega da correspondência ao proponente, como também
que este a tenha aberto e tomado conhecimento de seu
teor.
FASES DE FORMAÇÃO
MOMENTO DA CONCLUSÃO DO CONTRATO
O art. 434 do Código Civil acolheu expressamente a teoria da
expedição, ao afirmar que os contratos entre ausentes tornam-
se perfeitos desde que a aceitação é expedida.
“Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a
aceitação é expedida, exceto:
I - no caso do artigo antecedente; (inexistente a aceitação se
ocorrer a retratação do aceitante)
II - se o proponente se houver comprometido a esperar resposta;
III - se ela não chegar no prazo convencionado”.
FASES DE FORMAÇÃO
Lugar da celebração do contrato
Dispõe o art. 435 do Código Civil:
“Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi proposto”
DIREITO INTERNACIONAL:
Quando da apuração do foro competente e, no campo do direito internacional,
na determinação da lei aplicável.
Art. 9º, § 2º, da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, que “a
obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em que residir o
proponente ”. Aplica-se aos casos em que os contratantes residem em países
diferentes e assumiu maior importância com o recrudescimento dos contratos
formados pela Internet.
NOTA: dentro da autonomia da vontade, podem as partes eleger o foro
competente (foro de eleição) e a lei aplicável à espécie.
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
Os contratos agrupam-se em diversas categorias, suscetíveis
de subordinação a regras peculiares. É importante distingui-
las, pois o conhecimento de suas particularidades é de
indubitável interesse prático.
Desse modo, os contratos classificam-se em diversas
modalidades, subordinando-se a regras próprias ou afins,
conforme as categorias em que se agrupam.
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
a) Quanto aos efeitos, em unilaterais, bilaterais e plurilaterais;
gratuitos e onerosos. Os últimos subdividem-se em
comutativos e aleatórios, e estes, em aleatórios por natureza e
acidentalmente aleatórios.
b) Quanto à formação, em paritários, de adesão e contratos-
tipo.
c) Quanto ao momento de sua execução, em de execução
instantânea, diferida e de trato sucessivo ou em prestações.
d) Quanto ao agente, em personalíssimos ou intuitu personae
e impessoais; individuais e coletivos.
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
e) Quanto ao modo por que existem, em principais,
acessórios ou adjetos e derivados ou subcontratos.
f) Quanto à forma, em solenes ou formais e não solenes ou
de forma livre; consensuais e reais.
g) Quanto ao objeto, em preliminares ou pactum de
contrahendo e definitivos.
h) Quanto à designação, em nominados e inominados,
típicos e atípicos, mistos, coligados e união de contratos.
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
A B
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
1.Contratos unilaterais, bilaterais e plurilaterais:
Unilaterais:
São os contratos que criam obrigações unicamente para uma
das partes, como a doação pura, por exemplo. Segundo
ORLANDO GOMES, o contrato “é unilateral se, no momento em que
se forma, origina obrigação, tão somente, para uma das partes
– ex uno latere.
Exemplos de contratos unilaterais: o mútuo, o comodato, o
depósito, a doação.
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
Bilaterais: são os contratos que geram obrigações para
ambos os contratantes, como a compra e venda, a locação, o
contrato de transporte etc.
Essas obrigações são recíprocas, sendo por isso
denominados sinalagmáticos, da palavra grega sinalagma,
que significa reciprocidade de prestações.
Exemplo: o art. 481 do Código Civil, um dos contraentes se
obriga a transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-
lhe certo preço em dinheiro. A obrigação de um tem por causa
a do outro.
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
NOTA IMPORTANTE:
Requisito que caracterizar a bilateralidade:
Não é necessário que essas prestações sejam equivalentes,
segundo um critério objetivo, basta que cada parte veja na
prestação da outra uma compensação suficiente à sua própria
prestação.
Não é necessário, todavia, que todas as prestações sejam
estabelecidas com esse nexo de reciprocidade e equivalência,
bastando que o sejam as obrigações principais, podendo haver
obrigações acessórias (devolver as coisas ao término do contrato)
ou deveres de conduta (dar informações) apenas de uma das
partes.
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
PLURILATERAIS:
São os contratos que contêm mais de duas partes.
CUIDADO:
Na compra e venda, mesmo que haja vários vendedores e
compradores, agrupam-se eles em apenas dois polos: o
ativo e o passivo.
Se um imóvel é locado a um grupo de pessoas, a avença
continua sendo bilateral, porque todos os inquilinos
encontram-se no mesmo grau.
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
Plurilaterais:
Nos contratos plurilaterais ou plúrimos:
Existem várias partes, como ocorre no contrato de
sociedade, em que cada sócio é uma parte. Assim também
nos contratos de consórcio.
Característica dos contratos plurilaterais: é a rotatividade
de seus membros.
A sua principal característica consiste no fato de que,
mediante a sua realização, as partes perseguem um fim
comum.
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
DISTINÇÃO ENTRE CONTRATOS UNILATERAIS E
BILATERAIS
a) a exceptio non adimpleti contractus e a cláusula resolutiva
tácita somente se amoldam ao contrato bilateral, que requer
prestações simultâneas, não podendo um dos contratantes,
antes de cumprir sua obrigação, exigir o implemento da do
outro (CC, art. 476, primeira parte);
b) Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos
contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode
exigir o implemento da do outro.
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
Verifica-se, do exposto, que o contratante pontual
pode:
a) permanecer inerte e defender-se, caso acionado, com
a exceptio non adimpleti contractus;
b) ou pleitear a resolução do contrato, com perdas e
danos, provando o prejuízo sofrido;
c) ou, ainda, exigir o cumprimento contratual, quando
possível a execução específica;
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
DISTINÇÃO ENTRE CONTRATOS UNILATERAIS E
BILATERAIS
b) a teoria dos riscos só é aplicável ao contrato bilateral, no
qual se deverá apurar qual dos contraentes sofrerá as
consequências da perda da coisa devida ou da impossibilidade
da prestação;
c) no contrato bilateral pode uma das partes recusar-se à
prestação que lhe incumbe, se, depois de concluído o contrato,
sobrevier ao outro contratante diminuição em seu patrimônio
capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação pela qual
se obrigou (art. 477 CC).
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
Categoria intermediária: a do contrato bilateral imperfeito.
É denominado o unilateral que, por circunstância acidental,
ocorrida no curso da execução, gera alguma obrigação para o
contratante que não se comprometera.
Pode ocorrer com o depósito e o comodato quando, por exemplo,
surgir para o depositante e o comodante, no decorrer da execução,
a obrigação de indenizar certas despesas realizadas pelo
comodatário e pelo depositário.
Também é assim considerado aquele contrato que, já na sua
celebração, atribui prestações às duas partes, mas não em
reciprocidade (o comodante tem a obrigação de propiciar ao
comodatário o gozo da coisa, e este, a de restituí-la, como
estatuem os arts. 579 e s. do CC).
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
IMPORTANTE:
O contrato bilateral imperfeito subordina-se ao regime dos
contratos unilaterais porque aquelas contraprestações não
nascem com a avença, mas de fato eventual, posterior à sua
formação, não sendo, assim, consequência necessária de sua
celebração.
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
Contratos gratuitos ou benéficos e onerosos
Estes tipos de contratos estão diretamente relacionados às
vantagens patrimoniais que podem produzir.
Gratuitos ou benéficos:
Conceito:
são aqueles em que apenas uma das partes aufere benefício
ou vantagem.
Exemplo: como sucede na doação pura, no comodato, no
reconhecimento de filho etc. Para a outra há só obrigação,
sacrifício.
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
Contratos onerosos:
Conceito
Ambos os contraentes obtêm proveito, ao qual, porém, corresponde
um sacrifício. São dessa espécie quando impõem ônus e, ao
mesmo tempo, acarretam vantagens a ambas as partes, ou seja,
sacrifícios e benefícios recíprocos.
Exemplo: a compra e venda, a locação e a empreitada, por
exemplo. Na primeira, a vantagem do comprador é representada
pelo recebimento da coisa, e o sacrifício, pelo pagamento do preço.
Para o vendedor, o benefício reside no recebimento deste, e o
sacrifício, na entrega da coisa.
Ambos buscam um proveito, ao qual corresponde um sacrifício.
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
CONTRATOS COMUTATIVOS E ALEATÓRIOS
Comutativos:
São os de prestações certas e determinadas. As partes
podem antever as vantagens e os sacrifícios, que geralmente
se equivalem, decorrentes de sua celebração, porque não
envolvem nenhum risco.
Ideia de comutatividade:
Observa-se a equivalência das prestações;
Regra dos contratos onerosos – equilíbrio entre ônus e bônus;
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
NOTA:
Regra: equivalência objetiva;
Equivalência subjetiva: existente apenas no espírito dos
contraentes, e não necessariamente na realidade. visto que
cada qual é juiz de suas conveniências e interesses.
Contrato comutativo: é oneroso e bilateral.
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
Contratos aleatórios por natureza
Conceito:
é o bilateral e oneroso em que pelo menos um dos contraentes
não pode antever a vantagem que receberá, em troca da
prestação fornecida.
Caracteriza-se, ao contrário do comutativo, pela incerteza,
para as duas partes, sobre as vantagens e sacrifícios que dele
podem advir. É que a perda ou lucro dependem de um fato
futuro e imprevisível.
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
São exemplos dessa subespécie os contratos:
de jogo, de aposta e seguro.
IMPORTANTE:
o contrato de seguro é comutativo.
O segurado o celebra para se acobertar contra qualquer
risco.
Para a seguradora é SEMPRE ALEATÓRIO, pois o
pagamento ou não da indenização depende de um fato
eventual.
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
Contratos acidentalmente aleatórios
São tipicamente comutativos, como a compra e venda, que, em razão
de certas circunstâncias, tornam-se aleatórios.
Espécies:
a) venda de coisas futuras;
o risco pode referir-se:
a.1) à própria existência da coisa (art. 458 do CC/2002);
b.2) à sua quantidade (art. 459 CC/2002)
b) venda de coisas existentes mas expostas a risco. (arts. 460 e 461
CC 2002).
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
QUANTO À FORMAÇÃO
Contratos paritários
são aqueles do tipo tradicional, em que as partes discutem
livremente as condições, porque se encontram em situação de
igualdade (par a par). Ocorre a fase de negociações preliminares,
na qual as partes, encontrando-se em pé de igualdade, discutem as
cláusulas e condições do negócio.
Contratos de adesão
São os que não permitem essa liberdade, devido à preponderância
da vontade de um dos contratantes, que elabora todas as
cláusulas.
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
São exemplos de contratos de adesão:
os contratos de seguro, de consórcio, de transporte, e os
celebrados com as concessionárias de serviços públicos
(fornecedoras de água, energia elétrica etc.)
NOTA:
No contrato de adesão deparamos com uma restrição mais
extensa ao tradicional princípio da autonomia da vontade.
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
Código de Defesa do Consumidor (Lei n. 8.078/90).
Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela
autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou
serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu
conteúdo.
§ 1º A inserção de cláusula no formulário não desfigura a natureza de adesão do
contrato.
§ 2º Nos contratos de adesão admite-se cláusula resolutória, desde que a alternativa,
cabendo a escolha ao consumidor, ressalvando-se o disposto no § 2º do artigo anterior.
§ 3o Os contratos de adesão escritos serão redigidos em termos claros e com
caracteres ostensivos e legíveis, cujo tamanho da fonte não será inferior ao corpo doze,
de modo a facilitar sua compreensão pelo consumidor. (Redação dada pela nº 11.785,
de 2008)
§ 4º As cláusulas que implicarem limitação de direito do consumidor deverão ser
redigidas com destaque, permitindo sua imediata e fácil compreensão.
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
O art. 47 do Código do Consumidor estatui que as cláusulas
contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao
consumidor.
Já de há muito a jurisprudência vem proclamando que, nos
contratos de adesão em geral, na dúvida, a interpretação
deve favorecer o aderente, porque quem estabelece as
condições é o outro contratante, que tem a obrigação de ser
claro e de evitar dúvidas.
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
Contratos de adesão ligado negócios jurídicos diversos das
relações de consumo:
Código Civil dispôs sobre o contrato de adesão em dois
dispositivos.
Prescreve, com efeito, o art. 423:
“Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou
contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao
aderente”.
Por sua vez, proclama o art. 424 do mesmo diploma:
“Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a
renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do
negócio”.
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
QUANTO À FORMAÇÃO
Contrato-tipo
(também denominado contrato de
massa, em série ou por formulários)
Aproxima-se do contrato de adesão porque é
apresentado por um dos contraentes, em fórmula
impressa ou datilografada, ao outro, que se limita a
subscrevê-lo.
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
QUANTO À FORMAÇÃO
Contrato-tipo:
Características:
1. Não lhe é essencial a desigualdade econômica dos
contratantes;
2. Admite discussão sobre o seu conteúdo (preenchidos pelo
concurso de vontades;
3. As cláusulas não são impostas por uma parte à outra, mas
apenas pré-redigidas.
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
Quanto ao momento de sua execução
Contratos de execução instantânea ou imediata:
Os que se consumam num só ato, sendo cumpridos
imediatamente após a sua celebração (ex. compra e
venda à vista).
Contratos de execução diferida:
São os que devem ser cumpridos também em um só ato
mas em momento futuro (Exemplo: entrega, em
determinada data, do objeto alienado).
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
Quanto ao momento de sua execução
Contratos de trato sucessivo ou de execução continuada:
- São os que se cumprem por meio de atos reiterados (ex.:
prestação de serviços e compra e venda a prazo).
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
Relevância dessa classificação
a) O princípio da onerosidade excessiva só se aplica aos
contratos de execução continuada ou diferida (art. 478, CC);
b) O da simultaneidade das prestações só se aplica aos de
execução instantânea;
c) Nos contratos execução instantânea, a nulidade ou
resolução por inadimplemento reconduz as partes ao estado
anterior, enquanto nos de execução continuada são
respeitados os efeitos produzidos, não sendo possível restituí-las
ao statu quo ante.
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
QUANTO AO AGENTE
Contratos personalíssimos ou intuitu personae:
São os celebrados em atenção às qualidades pessoais de
um dos contraentes. Por essa razão, o obrigado não pode
fazer-se substituir por outrem, pois essas qualidades (culturais,
profissionais, artísticas etc.) tiveram influência decisiva no
consentimento do outro contratante.
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
QUANTO AO AGENTE
Contratos impessoais:
São aqueles cuja prestação pode ser cumprida,
indiferentemente, pelo obrigado ou por terceiro. O importante
é que seja executada, pois o seu objeto não requer qualidades
especiais do devedor.
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
QUANTO AO AGENTE
Contrato individual:
As vontades são individualmente consideradas, ainda que
envolva várias pessoas. Na compra e venda, por exemplo,
pode uma pessoa contratar com outra ou com um grupo de
pessoas.
Nos contratos coletivos perfazem-se pelo acordo de
vontades entre duas pessoas jurídicas de direito privado,
representativas de categorias profissionais, sendo
denominados convenções coletivas.
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
QUANTO AO AGENTE
Contrato coletivo no âmbito do Direito de Empresa:
celebrado por pessoas jurídicas representativas de
determinadas indústrias ou sociedades empresárias, destinado
a inibir a concorrência desleal, a incentivar a pesquisa, a
desenvolver a cooperação mútua etc..
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
QUANTO AO MODO POR QUE EXISTEM
Contratos principais:
São os que têm existência própria e não dependem, pois, de
qualquer outro (compra e venda, locação etc.).
Acessórios: são os que têm sua existência subordinada à do
contrato principal (cláusula penal, fiança etc.).
Os contratos acessórios seguem o destino do principal. Assim,
nulo este, nulo será também o negócio acessório. A recíproca,
todavia, não é verdadeira (CC, art. 184).
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
QUANTO AO MODO POR QUE EXISTEM
CONTRATOS DERIVADOS OU SUBCONTRATOS:
são os que têm por objeto direitos estabelecidos em outro
contrato, denominado básico ou principal (sublocação e
subempreitada, p. ex.).
Têm em comum com os acessórios o fato de que ambos são
dependentes de outro. Diferem, porém, pela circunstância de o
derivado participar da própria natureza do direito versado no
contrato-base.
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
QUANTO À FORMA
Contratos solenes:
São os que devem obedecer à forma prescrita em lei para se
aperfeiçoar.
ATENÇÃO:
Quando a forma é exigida como condição de validade do
negócio, este é solene e a formalidade é ad solemnitatem,
isto é, constitui a substância do ato (escritura pública na
alienação de imóvel, testamento etc.)
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
QUANTO À FORMA
Não solenes:
são os contratos de forma livre. Basta o consentimento para a
sua formação. Como a lei não reclama nenhuma formalidade
para o seu aperfeiçoamento, podem ser celebrados por
qualquer forma, inclusive a verbal.
NOTA:
Em regra, os contratos têm forma livre, salvo expressas
exceções.