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Aula XIV – ACEITAÇÃO – FORMAÇÃO DOS CONTRATOS

Proposta
Espécies de
Manifestação de
Vontade
Aceitação

Obs: Conforme se denota do quadro esquemático acima, para que ocorra a formação
de um contrato, onde obrigatoriamente deve haver no mínimo duas pessoas, faz-se
necessário que ocorra duas manifestações de vontade, a primeira é a proposta, que
deve constar os elementos essenciais do contrato e vincula o proponente, e a segunda
é a aceitação, que perfaz o contrato e também vincula o aceitante.

CONCEITO DE ACEITAÇÃO: Também batizada pela doutrina como oblação, traduz-se


na manifestação de vontade imprescindível para que se repute concluído o contrato,
pois, somente quando o oblato se converte em aceitante e faz aderir a sua vontade ao
do proponente, a oferta se transforma em contrato.

Ex: JOÃO querendo vender seu veiculo faz uma proposta a MARCOS de vende-lo pelo
preço a vista no valor de R$ 30.000,00 reais, para que ocorra a aceitação MARCOS
deve manifestar sua vontade nesse sentido, dizendo que aceita nos exatos termos.

CARACTERISTICA DA ACEITAÇÃO: A principal característica da aceitação, é que a


mesma vincula o aceitante nos termos da oferta, concluindo o contrato. Desta
maneira, assim como a proposta a aceitação também vincula o aceitante.
Requisitos da Aceitação e Contraproposta: Para que a aceitação produza efeitos no
sentido de aperfeiçoar o contrato, ela deve ser PURA E SIMPLES, ou seja, de forma
integral a oferta feita, qualquer modificação deverá ser entendida como uma contra
proposta. A oblação deve ser feita de forma integral a proposta, para que assim possa
ser considerada aceitação.

Art. 431. A aceitação fora do prazo, com adições, restrições,


ou modificações, importará nova proposta.

Desdobramento da contraproposta: não ocorrendo a aceitação integral converte-se a


aceitação parcial em contra proposta, oportunidade em que, é o proponente que dará
sua aceitação ou não. Dessa maneira as figuras mudam de papeis, pois quem antes era
apenas proponente vira também aceitante com a contra proposta.

EPÉCIES DE ACEITAÇÃO:

Expressa
Espécies de
Aceitação
Tácita

ACEITAÇÃO EXPRESSA: é a mais comum, e decorre da declaração de vontade do


aceitante, manifestando a sua anuência. Expressa não significa apenas aquela feita por
escrito, é também considerada manifestação expressa a decorrente da fala ou
gesto/expressão que inexoravelmente demonstre que a parte aderiu a oferta pelo seu
aceite.
Ex: Um aperto de mãos. A assinatura em um contrato.

ACEITAÇÃO TÁCITA: trata-se de espécie de aceitação menos comum, porém válida, e


decorre da conduta do agente reveladora do consentimento. Apesar de tácita também
deve ser inexorável. Nesse sentido o artigo 432 trás em seu bojo duas hipóteses de
manifestação tácita.

Art. 432. Se o negócio for daqueles em que não seja costume a


aceitação expressa, ou o proponente a tiver dispensado,
reputar-se-á concluído o contrato, não chegando a tempo a
recusa

A) Quando o negócio for daqueles que não seja costume a aceitação expressa:

é aquele caso em que um fornecedor costuma remeter os seus produtos a


determinado empresário ou comerciante, e este, sem confirmar os pedidos, efetua os
pagamentos, instaura-se a praxe comercial. Contudo se o comerciante não mais quiser
a mercadoria deverá avisar com antecedência o fornecedor.

B) Quando o proponente a tiver dispensado:

É aquele caso em que o turista remete um email de reserva para determinado hotel,
reservando acomodações, informando a chegada e sua saída, se não receber aviso
contrário, considera-se concluído o negócio.

HIPÓTESES DE NÃO VINCULAÇÃO DA ACEITAÇÃO: há duas hipóteses, em que apesar


de ter sido emitido a declaração de aceitação a mesma não acarretará em vinculação,
a saber:

1 ° Hipótese: Art. 430 primeira parte:

Art. 430. Se a aceitação, por circunstância imprevista, chegar tarde


ao conhecimento do proponente, este comunicá-lo-á imediatamente
ao aceitante, sob pena de responder por perdas e danos.

Trata-se da hipótese em que embora expedida no prazo, a aceitação chegou


tardiamente ao conhecimento de quem fez a proposta (policitante), quando este,
estando liberado em virtude do atraso involuntário, já celebra negócio com outra
pessoa, a circunstância deverá ser, sob pena de responder por perdas e danos,
IMEDIATAMENTE COMUNIDACA AO ACEITANTE, que tem razões para supor que o
contrato esteja concluído e pode realizar despesas que repute necessárias ao seu
cumprimento.

2° Hipótese:

Art. 433. Considera-se inexistente a aceitação, se antes


dela ou com ela chegar ao proponente a retratação do
aceitante

Trata-se do caso de retratação da aceitação. Neste caso, a declaração da vontade, que


continha a aceitação, desfez-se, antes que o proponente pudesse tomar qualquer
deliberação no sentido da conclusão do contrato.

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