Você está na página 1de 122

Lei Orgânica e

Regimento Interno
Tribunal de Contas do Distrito Federal
Professor: Marcelo Aragão
FICHA TÉCNICA DO MATERIAL
grancursosonline.com.br

CÓDIGO:
1972023471

TIPO DE MATERIAL:
E-book

NOME DO ÓRGÃO:
Tribunal de Contas do Distrito Federal

ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO:
7/2023
Sumário

LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO DO TRIBUNAL DE CONTAS DO

DISTRITO FEDERAL .........................................................................................................4

1. NATUREZA, COMPETÊNCIAS E JURISDIÇÃO DO TCDF.......................................5

2. ORGANIZAÇÃO DO TCDF.........................................................................................34

3. DELIBERAÇÕES E JURISPRUDÊNCIA (Título III do RI-TCDF)................................54

4. PROCESSO EM GERAL............................................................................................64

5. JULGAMENTO DE CONTAS......................................................................................76

6. RECURSOS NO TCDF...............................................................................................113

7. DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS (ART. 291 A 304 DO RI-TCDF)............120


LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO DO


TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL
PROF. MARCELO ARAGÃO

Olá, prezado aluno,

Este material é um e-book da Lei Orgânica (LO-TCDF) e do Regimento Interno do Tri-


bunal de Contas do Distrito Federal (RI-TCDF), contendo comentários, destaques e dicas
importantes para a prova.
O material trata das disposições contidas na Lei e no Regimento Interno do Tribunal de
forma consolidada e organizadas nos seguintes capítulos:

1) Natureza, competências e jurisdição do TCDF.


2) Organização do Tribunal.
3) Deliberações e jurisprudência.
4) Processo em geral do TCDF.
5) Julgamento de contas.
6) Fiscalização.
7) Recursos.
8) Disposições gerais e transitórias do RI.

Um grande abraço e bons estudos!

Prof. Marcelo Aragão

www.grancursosonline.com.br 4
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

1. NATUREZA, COMPETÊNCIAS E JURISDIÇÃO DO TCDF

1.1. NATUREZA E COMPETÊNCIAS

Conforme os art. 1º de sua Lei Orgânica (LO-TCDF – Lei Complementar do DF n. 1, de


9 de maio de 1994) e de seu Regimento Interno (RI-TCDF), o Tribunal de Contas do Distrito
Federal é órgão de controle externo e, nos termos da Constituição Federal, da Lei Orgânica
do Distrito Federal e da Lei Complementar do DF n. 1/1994, a ele compete:

1.1.1 APRECIAR AS CONTAS ANUAIS DO GOVERNADOR, FAZER SOBRE ELAS


UM RELATÓRIO ANALÍTICO E EMITIR PARECER PRÉVIO

De acordo com o inciso I do art. 78 da Lei Orgânica do DF, compete ao TCDF apreciar
as contas anuais do governador, fazer sobre elas relatório analítico e emitir parecer prévio
no prazo de sessenta dias, contados do seu recebimento da Câmara Legislativa.
Essa competência é reproduzida no inciso I do art. 1º da LO-TCDF, estabelecendo que
compete ao TCDF apreciar as contas anuais do governador, fazer sobre elas relatório analí-
tico e emitir parecer prévio, nos termos do art. 37 da referida Lei.
Como vimos, trata-se de uma função consultiva do Tribunal de Contas, consistente
na emissão de parecer prévio sobre as contas prestadas anualmente pelo governador do
Distrito Federal.
De acordo com o inciso XVII do art. 100 da LO-DF, compete ao governador do DF pres-
tar anualmente à Câmara Legislativa, no prazo de sessenta dias após a abertura da sessão
legislativa, as contas referentes ao exercício anterior. Como consequência, o chefe do Poder
Executivo tem até meados do mês de abril de cada ano para dirigir suas contas anuais ao
Poder Legislativo.
Recebidas as contas pela Câmara Legislativa, elas são remetidas ao TCDF para que
este as aprecie, elaborando parecer prévio, acompanhado de relatório analítico, no prazo
de sessenta dias a contar do recebimento. Realizada a consulta no Tribunal e consignadas
suas conclusões, as contas do governador são, finalmente, devolvidas à Câmara Legisla-
tiva. Antes de serem julgadas, porém, submetem-se a exame pela comissão competente da
Câmara, a que se refere o § 4º do art. 150 da LO-DF, que emite parecer sobre as contas do
Governador do Distrito Federal.
Logo, podemos traçar o seguinte esquema para ilustrar de forma didática o processo de
apreciação das contas do governador do DF pelo TCDF e o julgamento pelo Poder Legislativo:

1) Iniciada a sessão legislativa, o governador envia as contas referentes ao ano ante-


rior à Câmara Legislativa. No DF, o prazo de envio é de sessenta dias contados da
abertura da sessão legislativa.

www.grancursosonline.com.br 5
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

2) Em caso de omissão na prestação de contas, caberá à Câmara Legislativa do DF


tomar as contas anuais do governador.
3) Uma vez recebidas pelo Poder Legislativo, as contas são enviadas ao TCDF para que
este emita, no prazo de sessenta dias, seu parecer prévio sobre as contas de governo.
Note que não há prazo para que o Poder Legislativo envie as contas ao TCDF.
4) O TCDF, então, envia seu parecer prévio ao Poder Legislativo para apreciação e
julgamento das contas.
5) Antes do julgamento pela CLDF, as contas são submetidas a exame pela comissão
competente da Câmara, a que se refere o § 4º do art. 150 da LO-DF, que emite
parecer sobre as contas do governador.

Logo, o parecer prévio do TCDF é um elemento técnico que subsidia a decisão política
do Poder Legislativo e não vincula a decisão do parlamento, que poderá deliberar contraria-
mente ao parecer emitido pelo TCDF. É por isso que o parecer, embora conclusivo, é dito
como prévio. Já a manifestação pela comissão instituída no âmbito do Legislativo é elabo-
rada em forma de parecer.
Apresento a seguir três observações importantes sobre o processo de apreciação das
contas e emissão de parecer prévio pelo TCDF:

1) O STF já decidiu no mérito pela inconstitucionalidade do caput do art. 56 e de todo


o art. 57 da LRF, de tal forma que o TCDF somente emite parecer prévio sobre as
contas do governador, não cabendo emitir parecer prévio sobre as contas do presi-
dente da Câmara Legislativa.
2) Caso constate alguma irregularidade ao apreciar as contas do governador do
estado, não cabe ao TCDF aplicar sanção ao governador. Seu papel é opinativo,
propondo a forma de julgamento ao Poder Legislativo e, quando for o caso, poderá
conter ressalvas, determinações e recomendações, que as justifiquem.
3) É cabível o direito de defesa em parecer prévio. Esse é entendimento do STF.
Embora a LO-TCDF e o RI-TCDF não prevejam a possiblidade de pedido de ree-
xame do parecer prévio emitido pelo tribunal, já aconteceu em mais de uma opor-
tunidade de os chefes do Executivo apresentarem recursos, que foram admitidos
com base no at. 5º, LV, da CF.

O Regimento Interno do TCDF define prazos e o rito para a apreciação das contas do
governador pelo Tribunal.
De acordo com o parágrafo único do art. 220, até a última sessão ordinária do mês
de setembro, o plenário designará, entre os conselheiros efetivos, o relator das contas a
serem prestadas pelo governador, relativas ao exercício subsequente. Portanto, a cada ano
define-se, geralmente por sorteio, qual conselheiro será o relator das contas do governador.

www.grancursosonline.com.br 6
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

Já o art. 221 do RI estabelece que, concluída a versão preliminar do relatório analítico,


o relator encaminhará cópia:
I – ao presidente, aos conselheiros e aos auditores;
II – ao Ministério Público junto ao Tribunal de Contas do Distrito Federal para se mani-
festar no prazo de cinco (05) dias úteis;
III – após a manifestação do Ministério Público, ao governador do Distrito Federal e,
se for o caso, ao governador anterior responsável e ao presidente da Câmara Legislativa do
Distrito Federal, para, querendo, apresentar os esclarecimentos que julgar necessários, no
prazo de cinco (05) dias úteis do seu recebimento.

Esgotado o prazo a que se refere o inciso III acima, o relator dará continuidade à elabo-
ração do relatório analítico e do projeto de parecer prévio com base nos dados e elementos
disponíveis.
As manifestações intempestivas não serão conhecidas, sendo encaminhadas à Câmara
Legislativa do Distrito Federal ao final do processo.
O relator distribuirá um exemplar da versão final do relatório analítico com as conclu-
sões, as ressalvas, as determinações e as recomendações, se existentes, ao presidente, aos
conselheiros, aos auditores e ao Ministério Público Especial junto ao TCDF, em até 48 horas
antes da sessão de apreciação das contas.
A forma de apresentação das contas anuais prestadas pelo governador, conforme esta-
belece o art. 100, XVII, da Lei Orgânica do Distrito Federal, será disciplinada em ato norma-
tivo próprio.
Na falta de qualquer dos documentos que devem integrar a prestação de contas, o Tri-
bunal o requisitará, devendo fixar prazo para a entrega e registrar o fato no relatório analítico,
hipótese em que o prazo previsto no caput do art. 220 somente começará a fluir a partir do
dia seguinte ao do recebimento dos documentos requisitados.
O relatório analítico e o parecer prévio serão elaborados com base nos dados e ele-
mentos disponíveis, caso os documentos requisitados não sejam entregues até a data fixada,
devendo a Câmara Legislativa ser informada sobre esse fato.
O relator poderá dispensar a remessa de demonstrativos que estejam disponíveis em
sistema eletrônico de processamento de dados acessível ao Tribunal.

www.grancursosonline.com.br 7
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

Atenção quanto às hipóteses de parecer com proposta de não aprovação das contas!
De acordo com o art. 223 do RI-TCDF, o Tribunal emitirá parecer prévio no sentido de não
serem aprovadas as contas anuais prestadas pelo governador do Distrito Federal quando
constatar irregularidades consideradas graves, em especial quando:

• as aplicações em ações e serviços públicos de saúde ou em manutenção e desenvolvi-


mento do ensino não observarem os limites mínimos estabelecidos nos art. 198, § 2º, e
212 da Constituição Federal e nas demais normas correlatas;
• não forem atingidas as metas fiscais ou cumpridos quaisquer dos limites máximos de
despesas com pessoal, da dívida e do endividamento públicos, incluindo-se a contrata-
ção de operação de crédito e a concessão de garantias, exigidos na Constituição Fede-
ral, na Lei Complementar n. 101/2000, e em demais normas afetas à matéria;
• forem constatadas falhas ou impropriedades que comprometam gravemente a correção
e exatidão de que devem estar revestidos os procedimentos de natureza orçamentária,
financeira, patrimonial e contábil referentes às contas prestadas, inclusive no que se
refere à elaboração dos balanços orçamentário, financeiro e patrimonial, das demons-
trações das variações patrimoniais e das demais demonstrações contábeis integrantes
da prestação de contas, em conformidade com as normas aplicáveis à matéria;
• as contas não forem organizadas e encaminhadas pelo governador do Distrito Federal
com os elementos previstos na Lei Complementar n. 1/1994, e no Regimento, de modo
que tal inobservância venha obstaculizar as análises necessárias à elaboração do rela-
tório analítico e emissão do parecer prévio pelo Tribunal;
• constatados outros fatores, pela gravidade e repercussão negativa que venham a ter
sobre os resultados das gestões orçamentária, financeira, patrimonial, contábil e fiscal
realizadas.

O parecer, favorável ou não à aprovação das contas, conforme o caso, quanto às falhas,
omissões, infrações e outras irregularidades, poderá conter ressalvas, determinações e
recomendações, que as justifiquem.

1.1.2 JULGAR AS CONTAS DE GESTÃO

O primeiro aspecto a ser destacado é que o julgamento das contas dos gestores públi-
cos ou daqueles que causarem prejuízo ao erário público é uma competência própria (pri-
vativa) do Tribunal de Contas, não cabendo qualquer participação ou revisão por parte do
Poder Legislativo.
No julgamento das contas, os TCs poderão julgá-las regulares, regulares com ressal-
vas ou irregulares, aplicando, neste caso, as sanções cabíveis previstas em lei. Como já
sabemos, o julgamento das contas pelos TCs é de natureza administrativa e não judicial.

www.grancursosonline.com.br 8
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

Esse julgamento alcança, como já vimos, toda pessoa física ou jurídica, pública ou
privada, que utilize, arrecade, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou
pelos quais a União (bem como estados, DF e municípios) responda, ou que, em nome
desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.
Vale notar que, além das contas ordinárias ou anuais dos gestores públicos, o Tribunal
de Contas julga as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregulari-
dade de que resulte prejuízo ao erário público, mesmo que não seja administrador público.
Essas contas são as chamadas tomadas de contas especiais, que são aquelas ins-
tauradas quando se verificar a ocorrência de desfalque ou desvio de bens ou outra irregula-
ridade de que resulte prejuízo para a Fazenda Pública, ou, ainda, quando se verificar que
o responsável pela aplicação dos recursos públicos não prestou contas no prazo e na forma
fixados nos normativos do Tribunal de Contas e dos órgãos de controle interno.

A LO-TCDF estabelece que o Tribunal de Contas julgará as contas dos seguintes ges-
tores e responsáveis:

• dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores da admi-


nistração direta e indireta ou que estejam sob sua responsabilidade, incluídos os das
fundações e sociedades instituídas ou mantidas pelo Poder Público do Distrito Federal,
bem como daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que
resulte prejuízo ao erário;
• dos dirigentes ou liquidantes de empresas incorporadas, extintas, liquidadas ou sob
intervenção ou que, de qualquer modo, venham a integrar, provisória ou definitivamente,
o patrimônio do Distrito Federal ou de outra entidade da administração indireta;
• daqueles que assumam obrigações de natureza pecuniária em nome do Distrito Fede-
ral ou de entidade da administração indireta;
• dos dirigentes de entidades dotadas de personalidade jurídica de direito privado que
recebam contribuições, subvenções, auxílios e assemelhados, até o limite do patrimô-
nio transferido.

No julgamento de contas e na fiscalização que lhe compete, o Tribunal decidirá sobre


a legalidade, a legitimidade e a economicidade dos atos de gestão e das despesas deles
decorrentes, bem como sobre a aplicação de subvenções e a renúncia de receitas.
No capítulo 5, veremos mais acerca do processo de julgamento das contas pelo TCDF,
conforme as regras estabelecidas em sua Lei Orgânica e em seu Regimento Interno.

www.grancursosonline.com.br 9
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

1.1.3 APRECIAR, PARA FINS DE REGISTRO, ATOS DE PESSOAL

Compete ao TCDF apreciar, para fins de registro:

• a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração


direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo poder público, exce-
tuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão;
• a legalidade das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalva-
das as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório.

Pela importância para a prova, vamos esquematizar essa competência fiscalizadora


para entendermos melhor esse assunto:

PARA FINS DE O TCDF NÃO APRECIA


REGISTRO, O TCDF APRECIA A PARA FINS DE REGISTRO
LEGALIDADE

dos atos de admissão de pessoal, a as nomeações para cargo de provimento


qualquer título, na administração direta e em comissão.
indireta, incluídas as fundações instituídas
e mantidas pelo poder público.

das concessões de aposentadorias, as melhorias posteriores que não alterem


reformas e pensões. o fundamento legal do ato concessório

O Regimento Interno do TCDF regula a apreciação desses atos nos art. 260 a 263.
A autoridade administrativa responsável por ato de admissão de pessoal ou de conces-
são de aposentadoria, reforma ou pensão submeterá os dados e informações necessários ao
respectivo órgão de controle interno, que deverá emitir parecer sobre a legalidade dos referidos
atos e torná-los disponíveis à apreciação do Tribunal, na forma estabelecida em ato normativo.
Logo, repare que, antes da apreciação pelo TCDF, a documentação relativa à conces-
são do ato é enviada pelo gestor ao órgão de controle interno, que emite um parecer quanto
à legalidade para apoiar a apreciação pelo Tribunal de Contas.
Caso o TCDF considere o ato legal, determinará o seu registro. Caso o considere ilegal,
recusará o registro dos atos considerados ilegais.

– Uma vez apreciado e registrado o ato, o Tribunal pode revê-lo de ofício?

Sim. Essa decisão não produz coisa julgada. Portanto, pode o Tribunal, a vista de novos
elementos, rever de ofício o ato registrado, com a oitiva do Ministério Público e do beneficiá-
rio do ato, no prazo de até cinco anos da apreciação, se verificado que o ato viola a ordem
jurídica, ou a qualquer tempo, no caso de comprovada má-fé.

www.grancursosonline.com.br 10
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

Veja que decai o direito do Tribunal de rever o ato já registrado em cinco anos, contudo,
existe uma exceção. Caso comprovada má-fé do gestor ou do próprio servidor beneficiário,
o Tribunal pode rever o ato a qualquer tempo. De todo modo, sempre que o Tribunal decidir
rever o ato já registrado, terá de ouvir, necessariamente, o Ministério Público junto ao Tribu-
nal e o beneficiário do ato, sob pena de arguição de nulidade.

– O que acontece quando o Tribunal considera o ato ilegal e recusa o registro?

Nos termos do art. 261 do RI-TCDF, quando o Tribunal considerar ilegal ato de admis-
são de pessoal, o órgão de origem deverá, observada a legislação pertinente, adotar as
medidas regularizadoras cabíveis, fazendo cessar todo e qualquer pagamento decorrente do
ato impugnado.
O responsável que injustificadamente deixar de adotar as medidas regularizadoras, no
prazo de trinta dias, contados da ciência da decisão do Tribunal, ficará sujeito a multa e a
reparação do dano decorrente, conforme o caso.
No que concerne ao ato de concessão de aposentadoria, reforma ou pensão, uma vez
considerado ilegal, o órgão de origem fará cessar o pagamento dos proventos ou benefícios
no prazo de trinta dias, contados da ciência da decisão do Tribunal, sob pena de responsa-
bilidade solidária da autoridade administrativa omissa.
Recusado o registro do ato, por ser considerado ilegal, a autoridade administrativa res-
ponsável poderá emitir novo ato, se for o caso, escoimado das irregularidades verificadas.
Cuidado em prova, com “pegadinhas” do CEBRASPE, afirmando que o TCDF procederá à
correção e à republicação do ato ilegal. O TCDF não é gestor, portanto, não tem competência
para corrigir o ato. Essa providência cabe à autoridade administrativa responsável.
Identificada irregularidade em ato de concessão já cadastrado nos sistemas informa-
tizados do TCDF, poderá o Tribunal proceder ao exame do respectivo ato, dispensando a
manifestação do órgão de controle interno respectivo.
Será considerado prejudicado, por inépcia, o ato de admissão ou concessão que apre-
sentar inconsistências nas informações prestadas pelo órgão de pessoal que impossibilitem
sua análise, devendo ser determinado o encaminhamento de novo ato, livre de falhas.
Por fim, vale notar o que dispõe o art. 263 do RI-TCDF. O relator ou o Tribunal não
conhecerão de requerimento que lhes seja diretamente dirigido por interessado na obtenção
de quaisquer benefícios ou vantagens de caráter pessoal, devendo a solicitação ser arqui-
vada após comunicação ao requerente.

www.grancursosonline.com.br 11
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

1.1.4 AVALIAR A EXECUÇÃO DAS METAS PREVISTAS NO PLANO PLURIANUAL,


NAS DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS E NO ORÇAMENTO ANUAL

Vale notar que tanto a LO-DF quanto a LO-TCDF atribuem ao TCDF a competência
para avaliar a execução das metas previstas no Plano Plurianual, nas diretrizes orçamen-
tárias e no orçamento anual. Ocorre que essa competência também é atribuída, de forma
semelhante, ao Sistema de Controle Interno de cada Poder.
O art. 48, I, da LO-TCDF estabelece que os Poderes Legislativo e Executivo manterão,
de forma integrada, sistema de controle interno, com a finalidade de avaliar o cumprimento
das metas previstas no Plano Plurianual, a execução dos programas de governo e dos orça-
mentos do Distrito Federal.
Logo, muita atenção em prova, pois esse tema pode ser objeto de “pegadinha”
pela banca.

1.1.5 REALIZAR INSPEÇÕES E AUDITORIAS

Compete ao TCDF realizar, por iniciativa própria, da Câmara Legislativa ou de alguma


de suas comissões técnicas ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil,
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Pode-
res Executivo e Legislativo, inclusive fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo
Poder Público e administração indireta:

• da estimativa, lançamento, arrecadação, recolhimento, parcelamento e renúncia


de receitas;
• dos incentivos, transações, remissões e anistias fiscais, isenções, subsídios, benefícios
e assemelhados, de natureza financeira, tributária, creditícia e outras concedidas pelo
Distrito Federal;
• das despesas de investimento e custeio, inclusive à conta de fundo especial, de natu-
reza contábil ou financeira;
• das concessões, cessões, doações, permissões e contratos de qualquer natureza, a
título oneroso ou gratuito, e das subvenções sociais ou econômicas, dos auxílios, con-
tribuições e doações;
• de outros atos e procedimentos de que resultem variações patrimoniais.

Repare na abrangência da fiscalização. Quanto aos aspectos objetivos, ela envolve as


receitas, as despesas, as renúncias de receitas, os investimentos, os fundos, mesmo aque-
les apenas de natureza contábil, as transferências de recursos a entidades públicas e priva-
das, as concessões, permissões, PPPs etc.

www.grancursosonline.com.br 12
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

No que concerne aos aspectos subjetivos (sujeitos da ação fiscalizadora do Tribunal),


ela abrange tanto os órgãos públicos dos Poderes Executivo e Legislativo quanto as funda-
ções e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público e a administração indireta.
Veja que não compete ao TCDF fiscalizar as unidades administrativas do Poder Judi-
ciário no DF. Isso porque, nos termos do art. 21, XIII, da CF, compete à União organizar e
manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do DF e dos Territórios e a Defensoria Pública
dos Territórios. Logo, como é a União que os organiza e os mantém diretamente, o TJDFT e
o MPDFT são órgãos federais sujeitos à jurisdição do TCU, e não do TCDF.
Vale ressaltar o que dispõe o § 1º do at. 1º da LO-TCDF. Segundo o dispositivo, no jul-
gamento de contas e na fiscalização que lhe compete, o Tribunal decidirá sobre a legalidade,
a legitimidade e a economicidade dos atos de gestão e das despesas deles decorrentes,
bem como sobre a aplicação de subvenções e a renúncia de receitas.

1.1.6 FISCALIZAR AS PARTICIPAÇÕES DO DF NAS EMPRESAS

O inciso VI do art. 78 da LO-DF define que cabe ao TCDF fiscalizar as aplicações do


Poder Público em empresas de cujo capital social o Distrito Federal participe de forma direta
ou indireta, nos termos do respectivo ato constitutivo.
Preste atenção, pois existem alguns aspectos os quais podem ser objeto de cobrança
pela banca, quais sejam:

• A lei atribui competência ao TCDF para fiscalizar as aplicações em empresas de cujo


capital social o Distrito Federal participe, independentemente da participação do DF na
empresa ser majoritária ou minoritária.
• Caberá a fiscalização quando a participação se der de forma direta ou mesmo indireta,
como, por exemplo, mediante a participação no capital por alguma empresa pública ou
sociedade de economia mista do DF;
• A fiscalização do TCDF será realizada conforme dispuser o respectivo ato constitutivo
da empresa.

1.1.7 FISCALIZAR A APLICAÇÃO DE RECURSOS REPASSADOS POR CONVÊNIOS

Conforme o que estabelece o inciso VII do art. 1º da LO-TCDF, seguindo o que dispõe a
LODF, compete ao TCDF fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados ao Distrito
Federal ou pelo Distrito Federal, mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos
congêneres.
As transferências de recursos mediante convênio são transferências voluntárias para
alguma pessoa jurídica, para a execução de uma política pública de interesse de quem
repassa os recursos, no caso, o DF, e de quem recebe o recurso, geralmente uma entidade
privada, pois no DF não temos municípios.

www.grancursosonline.com.br 13
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

O art. 6º, VI, da LO-TCDF dispõe que a jurisdição do Tribunal de Contas abrange os res-
ponsáveis pela aplicação de quaisquer recursos repassados pelo Distrito Federal, mediante
convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, até o valor do repasse.
Reparou num detalhe? A lei orgânica prevê a fiscalização pelo TCDF de recursos repas-
sados voluntariamente ao Distrito Federal ou pelo Distrito Federal.
Verifica-se, portanto, que o TCDF tem competência, também, para fiscalizar a aplicação
dos recursos repassados ao DF, a exemplo dos recursos repassados pela União, via Fundo
Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE, para aplicar em programas de educa-
ção, e recursos do Fundo Nacional da Saúde – FNS, para aplicar em ações de saúde.

1.1.8 PRESTAR INFORMAÇÕES SOLICITADAS PELA CÂMARA LEGISLATIVA

De acordo com o art. 1º, VIII, da LO-TCDF, compete ao Tribunal prestar as informações
solicitadas pela Câmara Legislativa ou por qualquer de suas comissões técnicas ou de inqué-
rito sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre
resultados de auditorias e inspeções realizadas.
Trata-se da função informativa do TCDF, devendo prestar informações ao titular do
controle externo, que é a Câmara Legislativa, acerca de fiscalização contábil, financeira, orça-
mentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas.

1.1.9 APLICAR SANÇÕES A RESPONSÁVEIS

Uma das competências ou funções do TCDF é a sancionadora. Compete ao Tribunal


aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as
sanções previstas na Lei Complementar n. 01/1994 (LO-TCDF).
Vale ressaltar, contudo, que, além de sanções previstas em sua Lei Orgânica, a Lei n.
10.028/2000, a qual disciplina os crimes fiscais, em seu art. 5º, estabelece que as infrações
administrativas serão processadas e julgadas pelo Tribunal de Contas a que competir a fisca-
lização. Caso o Tribunal verifique a existência de infração, poderá aplicar multa de 30% sobre
os vencimentos do agente infrator.
As sanções previstas na LO-TCDF são as seguintes:

1.1.9.1 Multa proporcional ao débito

No caso de julgamento pela irregularidade, havendo débito, o Tribunal aplicará ao res-


ponsável a multa de até 100% do valor atualizado do dano causado ao erário, prevista no
art. 56 da LC n. 01/1994.
Pelo dispositivo, caso o Tribunal condene um responsável a ressarcir um dano causado
ao erário no valor de R$ 50.000,00, poderá aplicar-lhe uma multa de poucos reais até o limite
do débito, de R$ 50.000,00.
Havendo mais de um responsável, mesmo que solidário, a multa poderá ser superior
ao valor do débito, pois, tendo em vista o princípio da individualização da pena, cada um dos
responsáveis poderá sofrer multa equivalente a 100% do valor da condenação.

www.grancursosonline.com.br 14
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

1.1.9.2 Multa sem débito

De acordo com o art. 57 da LC n. 01/1994, o Tribunal poderá aplicar multa de até cem
UPDFs ou o equivalente em outro indexador que venha a ser adotado pelo Distrito Fede-
ral, para fins fiscais, aos responsáveis em função das seguintes hipóteses:

• contas julgadas irregulares de que não resulte débito;


• ato praticado com grave infração à norma legal ou regulamentar de natureza contábil,
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial;
• ato de gestão ilegítimo ou antieconômico de que resulte injustificado dano ao erário;
• não atendimento, no prazo fixado, sem causa justificada, de diligência do conselheiro
relator ou de decisão do Tribunal;
• obstrução ao livre exercício das inspeções e auditorias determinadas;
• sonegação de processo, documento ou informação, em inspeções ou auditorias realiza-
das pelo Tribunal;
• reincidência no descumprimento de determinação do Tribunal.

Ficará também sujeito à multa prevista no art. 57 da LO-TCDF aquele que deixar de dar
cumprimento à decisão do Tribunal, salvo motivo justificado.
Na verdade, como são diversas as hipóteses para aplicação dessa multa, podemos dizer
que são diferentes tipos de multas, sempre tendo em conta o limite estabelecido de cem
UPDFs ou o equivalente em outro indexador que venha a ser adotado pelo DF, para fins fiscais.

O Regimento Interno apresenta a seguinte gradação para as hipóteses de aplicação de


multas sem débito:

HIPÓTESE GRADAÇÃO

Contas julgadas irregulares, não havendo débito, mas


Entre cinco e cem por
comprovada qualquer das ocorrências previstas nos incisos I, II
cento do montante.
e III do art. 205 do RI (inciso I do art. 272 do RI).

Ato praticado com grave infração à norma legal ou regulamentar


Entre cinco e cem por
de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional ou
cento do montante.
patrimonial (inciso II do art. 272 do RI).

Ato de gestão ilegítimo ou antieconômico de que resulte


Entre cinco e cem por
injustificado dano ao patrimônio público (inciso III do art. 272
cento do montante.
do RI).

www.grancursosonline.com.br 15
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

Não atendimento, no prazo fixado, sem causa justificada, à


Entre cinco e cinquenta
diligência determinada pelo relator ou Tribunal (inciso IV do art.
por cento do montante.
272 do RI).

Obstrução ao livre exercício das auditorias e inspeções Entre vinte e oitenta por
determinadas (inciso V do art. 272 do RI). cento do montante.

Sonegação de processo, documento ou informação, em auditoria Entre vinte e oitenta por


ou inspeção (inciso VI do art. 272 do RI). cento do montante.

Descumprimento de decisão do Tribunal, salvo motivo Entre vinte e cem por


satisfatoriamente justificado (inciso VII do art. 272 do RI). cento do montante.

Reincidência no descumprimento de decisão do Tribunal (inciso Entre cinquenta e cem


VIII do art. 272 do RI). por cento do montante.

Inobservância de prazos fixados no Regimento, incluídos os de


Entre cinco e trinta por
entrega de processo ou outros documentos que devem ser
cento do montante.
remetidos ao Tribunal (inciso IX do art. 272 do RI).

A atualização do montante ao qual serão aplicados os percentuais para o cálculo das


multas será feita, anualmente, mediante portaria da Presidência do Tribunal.
Nos casos em que ficar demonstrada a inadequação da multa aplicada com funda-
mento nos incisos IV, V, VI, VII ou IX, o Tribunal poderá revê-la, de ofício, diminuindo seu
valor ou tornando-a sem efeito.
A multa aplicada com fundamento nos incisos IV, V, VI, VII ou VIII prescinde de prévia audi-
ência dos responsáveis, desde que a possibilidade de sua aplicação conste da comunicação do
despacho ou da decisão descumprida ou do ofício de apresentação da equipe de fiscalização.
As multas, em qualquer caso, deverão ser recolhidas ao Tesouro do Distrito Federal,
sendo os respectivos comprovantes encaminhados ao Tribunal, até a criação de fundo espe-
cífico do Tribunal.
Aos débitos decorrentes de multa aplicada pelo Tribunal, aplica-se o disposto no art.
212 do Regimento: serão atualizados monetariamente desde a ocorrência do dano até a data
da imputação, na forma da legislação do Distrito Federal, estando sujeitos ao tratamento
dispensado aos créditos vencidos de natureza não tributária, se decorrentes de ato doloso.
Chamo a sua atenção para duas dessas hipóteses. A primeira é quanto ao julgamento
das contas irregulares, porém, sem que haja débito.

www.grancursosonline.com.br 16
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

A outra hipótese que merece certa atenção é a multa por valor quando houver ato de
gestão ilegítimo ou antieconômico de que resulte injustificado dano ao erário.

– A questão é a seguinte: ora, se houve injustificado dano ao erário, não seria hipótese
para se aplicar a multa do art. 56, ou seja, de até 100% do valor do débito? Por que
se aplica a multa do art. 57?

Por uma razão muito simples. Apesar de haver dano, não há débito. Somente se aplica
a multa de 100% do dano quando houver a condenação em débito. É isso mesmo! Existem
situações em que há um dano, mas não se consegue quantificá-lo em um débito. Esse é o
caso de certos atos antieconômicos, quando não é possível utilizar um critério objetivo para
quantificá-lo em débito a ser ressarcido/pago pelo responsável.
O art. 58 da LO-TCDF define que, nos casos de irregularidade ou ilegalidade constata-
dos, sem imputação de débito em que o Tribunal de Contas decidir pela dispensa de aplica-
ção de multa, deverão os respectivos votos ser publicados juntamente com a ata da sessão
em que se der o julgamento.
Nos termos do art. 59, o débito decorrente de multa aplicada pelo Tribunal, quando
pago após o seu vencimento, será atualizado monetariamente na data do efetivo pagamento.

1.1.9.3 Inabilitação para cargo/função de confiança

Nos termos do art. 60 da LO-TCDF, pode ainda o Tribunal, por deliberação exclusiva do
Plenário, no caso de contas julgadas irregulares, com ou sem débito, inabilitar o responsável
para o exercício de cargo em comissão ou função de confiança na administração pública do
DF por período entre cinco e oito anos, desde que a irregularidade seja considerada grave
pela maioria absoluta dos conselheiros.
Essa sanção será aplicada pelo Tribunal, sem prejuízo das sanções por multa (de forma
cumulativa) e das penalidades administrativas, aplicáveis pelas autoridades competentes.
Repare que a inabilitação é para o exercício de cargo comissionado ou função de
confiança, logo, não alcança cargo efetivo, e, ainda, no âmbito da administração pública do
Distrito Federal.

www.grancursosonline.com.br 17
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

Outro aspecto é que a inabilitação será de cinco a oito anos, a depender da gravidade
da irregularidade. Por isso é que a lei estabelece que o Tribunal deverá deliberar sobre a gra-
vidade da irregularidade, para depois definir se a pena será de cinco, seis, sete ou oito anos.
Por fim, a lei estabelece um quórum qualificado para aplicação da sanção, devendo ser
aplicada somente por deliberação da maioria absoluta (metade + um) dos conselheiros, ou
seja, tem de ter o voto pela sanção de pelo menos quatro conselheiros presentes à sessão.

1.1.9.4 Arresto de bens do responsável

O art. 61 da LO-TCDF prevê que o Tribunal poderá solicitar, por intermédio do Ministé-
rio Público, à Procuradoria-Geral do Distrito Federal ou aos dirigentes das entidades que lhe
sejam jurisdicionadas, as medidas necessárias ao arresto dos bens dos responsáveis julga-
dos em débito, devendo ser ouvido quanto à liberação dos bens arrestados e sua restituição.
Anoto que o arresto de bens, apesar de constar no capítulo das sanções da Lei Orgâ-
nica do Tribunal, é na verdade uma medida cautelar para garantir a execução de acórdão/
decisão condenatória do Tribunal.
O arresto de bens decorre de uma medida judicial adotada pelo órgão de advocacia jurí-
dica do ente credor. Pode ser adotada pela Procuradoria-Geral do Distrito Federal, no caso
de gestor de órgãos da administração direta ou autarquias e fundações ou ainda pelos diri-
gentes das estatais. O TCDF “solicita”, por intermédio do Ministério Público junto ao Tribunal,
à Procuradoria-Geral do DF ou aos dirigentes das entidades; ele não determina.
Ressalte-se, também, que a legislação eleitoral prevê a inelegibilidade, por um perí-
odo de cinco anos, dos responsáveis por contas julgadas irregulares. Todavia, não cabe ao
TCDF declarar a inelegibilidade. É uma sanção de competência da Justiça Eleitoral.

1.1.10 ADOÇÃO DE MEDIDAS CAUTELARES

O Regimento Interno do TCDF estabelece as seguintes medidas cautelares que podem


ser adotadas pelo tribunal:

1.1.10.1 Afastamento temporário do responsável

No início ou no curso de qualquer apuração, o Plenário, de ofício, por sugestão de uni-


dade técnica ou de equipe de fiscalização ou a requerimento do Ministério Público, determi-
nará, cautelarmente, nos termos do art. 44 da Lei Complementar n. 1/1994, o afastamento
temporário do responsável, se existirem indícios suficientes de que, prosseguindo no exer-
cício de suas funções, ele possa retardar ou dificultar a realização de auditoria ou inspeção,
causar novos danos ao erário ou inviabilizar o seu ressarcimento.

www.grancursosonline.com.br 18
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

1.1.10.2 Indisponibilidade de bens

A decretação pelo Plenário, no curso de qualquer apuração de irregularidade, da indis-


ponibilidade, por prazo não superior a um ano, dos bens do responsável, considerados
bastantes para garantir o ressarcimento dos danos em apuração, nos termos do § 2º do art.
44 da Lei Complementar n. 1/1994.
Decretada a indisponibilidade dos bens, o presidente oficiará, entre outros órgãos e enti-
dades, ao DETRAN-DF, aos juízes corregedores dos registros de imóveis e ao Banco Cen-
tral do Brasil – BACEN, solicitando as informações necessárias à concretização da medida,
podendo valer-se das declarações de bens, nos termos da Lei Distrital n. 1.836, de 14 de
janeiro de 1998, e legislação aplicável à espécie.
A Secretaria de Controle Externo competente, de posse das informações de que trata
o inciso anterior, instruirá o feito e procederá à individualização dos bens dos responsáveis,
tantos quantos necessários para garantir o ressarcimento. Identificados os bens dos respon-
sáveis, o processo será encaminhado ao relator para, ouvido o Plenário, deliberar sobre a
necessidade de se oficiar aos juízes corregedores dos registros de imóveis e ao DETRAN-
-DF, para que se procedam as anotações devidas, impossibilitando a transferência do bem,
enquanto durar a aplicação da medida.

1.1.10.3 Arresto de bens

Como visto, o Plenário poderá solicitar, por intermédio do Ministério Público junto ao
Tribunal, à Procuradoria-Geral do Distrito Federal ou, conforme o caso, aos dirigentes das
entidades que lhe sejam jurisdicionadas a adoção de medidas necessárias ao arresto dos
bens dos responsáveis julgados em débito, nos termos do art. 61 da Lei Complementar
n. 1/1994. O Tribunal deverá ser ouvido quanto à liberação e restituição dos bens arrestados.

DIFERENÇA ENTRE INDISPONIBILIDADE DOS BENS E ARRESTO DE BENS

INDISPONIBILIDADE DOS BENS ARRESTO DE BENS

É uma medida administrativa, que decorre Decorre de uma medida judicial adotada pelo
da decisão do tribunal, encaminhada aos órgão de advocacia jurídica do ente credor.
cartórios, no sentido de que não lavrem Pode ser adotada pela Procuradoria Jurídica
escritura de transferência de bens pelos no caso de gestor de órgãos da administração
responsáveis. direta ou autarquias e fundações ou ainda
Será adotada no início ou durante o curso de pelos dirigentes das estatais.
um processo, caso o tribunal entenda que Será adotada após decisão condenatória do
há risco de que os responsáveis alienem ou TC.
transfiram seus bens para terceiros. Cuidado: o TCDF “solicita” à PGDF ou aos
dirigentes das entidades; ele não “determina”.

www.grancursosonline.com.br 19
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

1.1.10.4 Suspensão de ato ou procedimento

A suspensão de ato ou procedimento impugnado, até que o Tribunal decida sobre


o mérito, em caso de urgência, de fundado receio de grave lesão ao erário, ao interesse
público, ou de risco de ineficácia da decisão de mérito.
Essa medida cautelar poderá ser adotada pelo Plenário, pelo relator, ou o presidente,
na hipótese do art. 16, XIV, do Regimento Interno. A medida cautelar poderá ser com ou sem
a prévia oitiva da parte, determinando, entre outras providências necessárias à preserva-
ção da legalidade e do patrimônio público, a suspensão do ato ou do procedimento impug-
nado, até que o Tribunal decida sobre o mérito da questão suscitada, nos termos do art. 45
da Lei Complementar n. 1/1994.
A decisão do presidente ou do relator, por despacho singular, bem como a revisão da
cautelar concedida, será submetida ao referendo do Plenário na primeira sessão subse-
quente, mesmo quando o assunto for de natureza administrativa.
Em caso de audiência obrigatória do Ministério Público junto ao Tribunal, este poderá
manifestar-se, oralmente em Plenário, antes do referendo do Tribunal.
Se o Plenário, o presidente ou o relator entender que antes de ser adotada a medida
cautelar deva o responsável ser ouvido, o prazo para a resposta será de até cinco dias
úteis. A decisão do Plenário, do presidente ou do relator que adotar a medida cautelar deter-
minará também a oitiva do responsável ou interessado, para que se pronuncie em até quinze
dias, ressalvada a hipótese anterior.
Vale lembrar que a suspensão de ato ou procedimento impugnado, mediante cautelar,
difere da sustação da execução de ato ou contrato, conforme previsão constitucional e legal,
que não é uma medida cautelar.

O quadro a seguir descreve as sanções e as medidas cautelares que podem ser aplica-
das pelo TCDF, conforme previsto em sua Lei Orgânica e seu Regimento Interno:

www.grancursosonline.com.br 20
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

SANÇÕES MEDIDAS CAUTELARES

Aplicar multa de até 100% do valor do dano em Determinar o afastamento temporário do


caso de condenação em débito. responsável, se existirem indícios suficientes
Aplicar multa de até cem UPDF ou o equivalente de que, prosseguindo no exercício de suas
em outro indexador diante de diversas funções, possa retardar ou dificultar a
hipóteses de infração. realização de auditoria ou inspeção, causar
Inabilitar o responsável para o exercício de novos danos ao erário ou inviabilizar o seu
cargo em comissão ou função de confiança na ressarcimento.
administração pública do DF por período entre Solicitar a adoção de medidas necessárias ao
cinco e oito anos. arresto dos bens dos responsáveis julgados
em débito.
Decretar, no curso de qualquer apuração
de irregularidade, da indisponibilidade, por
prazo não superior a um ano, dos bens do
responsável.
Determinar a suspensão de ato ou
procedimento impugnado, até que o Tribunal
decida sobre o mérito.

1.1.11 FISCALIZAÇÃO DE ATOS E CONTRATOS

Conforme o art. 1º da LO-TCDF, compete ao TCDF assinar prazo para que o órgão ou
entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, verificada a ilegali-
dade, devendo sustar, se não atendida, a execução do ato impugnado, comunicando a deci-
são à Câmara Legislativa, observando o disposto no art. 45 § 2º, da referida Lei.
Trata-se das competências fiscalizadora e corretiva do Tribunal de Contas.
Verificada a ilegalidade de ato ou contrato, o Tribunal, na forma estabelecida no Regi-
mento Interno, assinará prazo para que o responsável adote as providências necessárias ao
exato cumprimento da lei, fazendo indicação expressa dos dispositivos a serem observados.
No caso de ato administrativo, o Tribunal, se não atendido:
I – sustará a execução do ato impugnado;
II – comunicará a decisão à Câmara Legislativa;
III – aplicará ao responsável a multa prevista no inciso II do art. 57 da LC n. 1/1994.

No caso de contrato, veja o que dispõe o art. 45, §§ 2º e 3º da LO-TCDF:

§ 2º No caso de contrato, o Tribunal, se não atendido, comunicará o fato à Câmara


Legislativa, a quem compete adotar o ato de sustação e solicitar, de imediato, ao
Poder Executivo, as medidas cabíveis.
§ 3º Se a Câmara Legislativa ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não
efetivar as medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito
da sustação do contrato.

www.grancursosonline.com.br 21
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

Portanto, quando for contrato, o Tribunal, se não atendido, comunicará o fato à Câmara
Legislativa, a quem compete adotar o ato de sustação e solicitar, de imediato, ao Poder Exe-
cutivo, as medidas cabíveis.
Se a Câmara Legislativa ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetiva-
rem as medidas cabíveis, o Tribunal decidirá a respeito da sustação do contrato.
Cabe ressaltar que os Tribunais de Contas não sustam nem anulam contratos, mas,
como reconhecido pelo STF, podem determinar que o próprio jurisdicionado anule, sob
pena de aplicação das sanções cabíveis.

1.1.12 DEVER DE REPRESENTAR AO PODER COMPETENTE

Nos termos do inciso XVII do art. 1º do RI-TCDF, cabe ao Tribunal representar ao Poder
competente sobre irregularidades ou abusos apurados, indicando o ato inquinado.
Um exemplo do exercício dessa competência pelo TCDF é quando o Tribunal constatar
ato ilícito enquadrado como improbidade administrativa ou crime. Nesse caso, deve o Tribu-
nal representar ao Ministério Público competente para as providências investigativas e pro-
cessantes de sua competência.
Outro exemplo é o caso de o TCDF constatar uma irregularidade na gestão de recursos
públicos por administradores do DF, mas perceber que os recursos são originários do orça-
mento da União e, portanto, deve representar ao TCU para que faça as apurações pertinen-
tes e adote as providências de sua alçada.

1.1.13 DEVER DE COMUNICAR IRREGULARIDADE À CLDF

Nos termos do art. 1º, XIII, da LO-TCDF, compete ao TCDF comunicar à Câmara Legis-
lativa qualquer irregularidade verificada na gestão ou nas contas públicas, enviando-lhe
cópias dos respectivos documentos.

1.1.14 APRECIAR E APURAR DENÚNCIAS

O art. 1º, XIV, da LO-TCDF estabelece que compete ao Tribunal apreciar e apurar
denúncias sobre irregularidades e ilegalidades dos atos sujeitos a seu controle.
O art. 52 da LO-TCDF, seguindo o que dispõe a LODF, prevê importante mecanismo de
controle social, legitimando qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato
para denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas.
A denúncia será apurada em caráter sigiloso, até que se comprove a sua procedência,
e somente poderá ser arquivada após efetuadas as diligências pertinentes, mediante despa-
cho fundamentado do responsável.

www.grancursosonline.com.br 22
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

Reunidas as provas que indiquem a existência de irregularidade ou ilegalidade, serão


públicos os demais atos do processo, assegurando-se aos acusados a oportunidade de
ampla defesa.
O ar. 53 da LO-TCDF assegura ao denunciante o direito de requerer ao Tribunal cópia
dos despachos e dos fatos apurados, a qual deverá ser fornecida no prazo máximo de quinze
dias úteis, a contar do recebimento do pedido, desde que o respectivo processo de apura-
ção tenha sido concluído ou arquivado, mediante ressarcimento das respectivas despesas.
Decorrido o prazo de noventa dias úteis, a contar do recebimento da denúncia, será
obrigatoriamente fornecida a cópia dos despachos e dos fatos apurados, ainda que não este-
jam concluídas as investigações.
No resguardo dos direitos e garantias individuais, o Tribunal dará tratamento sigiloso às
denúncias formuladas, até decisão definitiva sobre a matéria.
Por fim, vale destacar a regra de que o denunciante não se sujeitará a qualquer sanção
administrativa, cível ou penal, em decorrência da denúncia, salvo em caso de comprovada
má-fé (§ 2º do art. 54 da LOTCDF).

1.1.15 EMITIR PRONUNCIAMENTO CONCLUSIVO A PEDIDO DA CÂMARA LEGIS-


LATIVA OU DE COMISSÃO COMPETENTE

Veja o que dispõe o art. 79 da LO-DF:

Art. 79. A Câmara Legislativa ou a comissão competente, diante de indícios de


despesas não autorizadas, ainda que sob forma de investimentos não progra-
mados ou de incentivos, isenções, anistias, remissões, subsídios ou benefícios
de natureza financeira, tributária ou creditícia não aprovados, poderá solicitar à
autoridade governamental responsável que, no prazo de cinco dias, preste escla-
recimentos necessários.
§ 1º Não prestados os esclarecimentos ou considerados estes insuficientes, a
Câmara Legislativa ou a comissão competente solicitará ao Tribunal de Contas
pronunciamento conclusivo sobre a matéria, no prazo de trinta dias.
§ 2º Entendendo o Tribunal de Contas irregular a despesa, a comissão competen-
te, se julgar que o gasto possa causar dano irreparável ou grave lesão à economia
pública, proporá à Câmara Legislativa sua sustação, se ainda não realizado, ou
seu reembolso devidamente atualizado monetariamente, consoante regras vigen-
tes, se já efetuado.
§ 3º O Tribunal de Contas do Distrito Federal agirá de ofício ou mediante iniciati-
va da Câmara Legislativa, do Ministério Público ou das autoridades financeiras e
orçamentárias do Distrito Federal ou dos demais órgãos auxiliares, sempre que
houver indício de irregularidade em qualquer despesa, inclusive naquela decor-
rente de contrato.

www.grancursosonline.com.br 23
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

Esses dispositivos consagram uma atuação conjunta do TCDF e do Poder Legisla-


tivo na fiscalização das despesas não autorizadas (que não tenham recebido autorização
orçamentária).
Note que a fiscalização é iniciada pela Câmara Legislativa ou por comissão competente
e, diante de indícios de despesas não autorizadas, ainda que sob forma de investimentos não
programados ou de incentivos, isenções, anistias, remissões, subsídios ou benefícios de natu-
reza financeira, tributária ou creditícia não aprovados, poderá solicitar à autoridade governa-
mental responsável que que preste esclarecimentos necessários em cinco dias (corridos).
Se o responsável não prestar os esclarecimentos ou se o órgão legislativo considerá-
-los insuficientes, a Câmara Legislativa ou a comissão competente solicitará ao Tribunal de
Contas pronunciamento conclusivo sobre a matéria, no prazo de trinta dias.
Caso o TCDF entenda irregular a despesa e a comissão competente julgar que o gasto
possa causar dano irreparável ou grave lesão à economia pública, proporá à Câmara
Legislativa sua sustação, se ainda não realizado, ou seu reembolso devidamente atuali-
zado monetariamente, consoante regras vigentes, se já efetuado.
Ainda há o disposto no § 3º do art. 79 no sentido de que o TCDF agirá de ofício ou
mediante iniciativa da Câmara Legislativa, do Ministério Público ou das autoridades financei-
ras e orçamentárias do Distrito Federal ou dos demais órgãos auxiliares, sempre que houver
indício de irregularidade em qualquer despesa, inclusive naquela decorrente de contrato.

1.1.16 DECIDIR SOBRE CONSULTA

A consulta está prevista na Lei Orgânica do Tribunal, inciso XV do art. 1º, in verbis:

XV – decidir sobre consulta que lhe seja formulada por autoridade competente, a
respeito de dúvida suscitada na aplicação de dispositivos legais e regulamentares
concernentes a matéria de sua competência, na forma estabelecida no Regimen-
to Interno.

O primeiro ponto a ser notado é que consultas devem ser formuladas por quem seja com-
petente para tanto. O segundo é a matéria sobre a qual a consulta poderá versar: dúvida na apli-
cação de dispositivos legais e regulamentares abrangidos pela jurisdição da Corte de Contas.
A consulta não poderá versar sobre fato ou caso concreto, e sua resposta tem caráter
normativo, constituindo pré-julgamento da tese (art. 1º, § 2º, da LOTCDF).

A definição de quem é legitimado para formular consulta foi delegada pela Lei Orgânica
ao Regimento Interno. De acordo com o art. 264 do RI, em caso de dúvida na aplicação de
disposição legal ou regulamentar, em matéria de sua competência, o Tribunal decidirá sobre
consultas que lhe forem formuladas pelas seguintes autoridades:

www.grancursosonline.com.br 24
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

• presidente da Câmara Legislativa;


• governador do Distrito Federal;
• secretário de governo ou autoridade equivalente;
• dirigente de órgão relativamente autônomo ou entidade da administração indireta, inclu-
ídas as fundações.

As consultas deverão versar direito em tese, indicar com precisão seu objeto e ser
acompanhadas de parecer técnico-jurídico da Administração.
A decisão sobre processo de consulta somente será tomada se presentes na sessão
pelo menos cinco conselheiros, incluindo o presidente e auditores convocados.
O Tribunal não conhecerá de consulta que não atenda aos requisitos anteriores ou verse
sobre caso concreto, devendo o processo ser arquivado após comunicação ao consulente.

CONSULTAS PERANTE O TCDF

REQUISITOS DA CONSULTA: A RESPOSTA À CONSULTA:

• Ser formulada por autoridade competente • tem caráter normativo;


• Versar sobre direito em tese. • impõe-se a todos os jurisdicionados;
• Versar sobre interpretação de dispositivos • pode sofrer controle abstrato de constitu-
constitucionais, legais e regulamentares. cionalidade;
• Ser concernente a matérias de compe- • constitui pré-julgamento da tese, mas não
tência do tribunal. do fato ou caso concreto.
• Conter indicação precisa de seu objeto.
• Ser acompanhada de parecer técni-
co-jurídico.

1.1.17 O TCDF AGIRÁ DE OFÍCIO OU POR INICIATIVA DE OUTROS ÓRGÃOS (§ 3º


do art. 1º da LO-TCDF)

Nos termos do dispositivo, o TCDF agirá de ofício ou mediante iniciativa da Câmara


Legislativa, do Ministério Público ou das autoridades financeiras e orçamentárias do Distrito
Federal ou dos demais órgãos auxiliares, sempre que houver indício de irregularidade em
qualquer despesa, inclusive naquela decorrente de contrato.

1.1.18 RECEBIMENTO DO ROL DE RESPONSÁVEIS (art. 2º da LO-TCDF)

Para o desempenho de sua competência, o Tribunal receberá, em cada exercício, o


rol de responsáveis e suas alterações, e outros documentos ou informações que considerar
necessários, na forma estabelecida no Regimento Interno. O Tribunal poderá determinar ao
Secretário de Estado supervisor da área, ou à autoridade de nível hierárquico equivalente,
que ofereça outros elementos indispensáveis ao exercício de sua competência.

www.grancursosonline.com.br 25
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

1.1.19 PODER REGULAMENTAR (art. 3º da LO-TCDF)

Ao Tribunal de Contas, no âmbito de sua competência e jurisdição, assiste o poder de


normatizar, podendo, em consequência, expedir atos e instruções sobre matéria de suas
atribuições e sobre a organização dos processos que lhe devam ser submetidos, obrigando
ao seu cumprimento, sob pena de responsabilidade.

1.1.20 COMPETÊNCIAS DE ORGANIZAÇÃO INTERNA

O art. 4º da LO-TCDF estabelece as competências de organização interna do Tribunal,


que asseguram a sua autonomia administrativa.

1.1.20.1 Eleger seu presidente, vice-presidente, o corregedor, o conselheiro-ouvi-


dor e o regente da Escola de Contas Públicas e dar-lhes posse (inciso I)

As regras para eleição do corpo diretivo do TCDF (presidente, vice-presidente, corre-


gedor, ouvidor e regente da Escola de Contas) estão previstas no art. 67 da LO-TCDF e no
art. 15 do RI-TCDF.
O Tribunal os elegerá, em escrutínio secreto, bienalmente, por maioria de votos.
Chamo a sua atenção para um aspecto muito potencial para prova, que é a duração do
mandato de presidente, vice-presidente, corregedor, ouvidor e regente da Escola de Contas.
Ele é de dois anos, com início a 1º de janeiro dos anos ímpares, não podendo haver reeleição
para mais um período. Logo, o presidente terá no máximo dois anos de glória!
É bom frisar que a eleição do presidente não garante a eleição do vice. No TCDF, não
se vota em uma chapa única com presidente e vice-presidente etc.
A eleição será realizada por voto secreto, na última sessão ordinária do mês de
dezembro dos anos pares.
Em caso de vaga eventual, a eleição ocorrerá na primeira sessão ordinária após sua
ocorrência. O eleito, nesse caso, para a vaga que ocorrer antes do término do mandato,
exercerá o cargo no período restante.
Cuidado em prova, pois somente os conselheiros titulares ou efetivos poderão par-
ticipar da eleição, ainda que no gozo de licença, férias ou outro afastamento legal. Portanto,
se um conselheiro estiver licenciado, mesmo assim ele pode enviar seu voto em envelope
lacrado que será aberto por ocasião da contagem dos votos.
O quórum para a sessão de eleição ou de deliberação pelo Pleno exige a presença
de, pelo menos, cinco conselheiros titulares, incluindo o que presidir o ato. Na falta do
quórum, deverá ser convocada nova sessão para esse fim.
Elege-se primeiro o presidente, depois o vice-presidente e, após, os demais cargos.

www.grancursosonline.com.br 26
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

Vice-presidente substitui o presidente em suas ausências ou impedimentos. As fun-


ções do corregedor são estabelecidas no Regimento Interno. Na ausência ou impedimento
do vice-presidente, o presidente será substituído pelo conselheiro mais antigo, em exercí-
cio no cargo.
O candidato que obtiver a maioria dos votos apurados será considerado eleito. Em
caso de empate, será realizada, na mesma sessão, nova eleição. Caso ainda permaneça o
empate, será considerado eleito o Conselheiro mais antigo na função (o decano do Tribunal).

ATENÇÃO
Não se procederá a nova eleição se a vaga ocorrer na presidência nos sessenta dias
antecederem ao término do mandato, caso em que o vice-presidente assumirá a presi-
dência e complementará o mandato.

1.1.20.2 Elaborar, aprovar e alterar seu Regimento Interno (inciso II)

De acordo com o art. 69 do RI-TCDF, a alteração do Regimento do Tribunal se dará por


emenda regimental e dependerá de aprovação pela maioria absoluta dos conselheiros
efetivos, à vista de proposta justificada do presidente, de conselheiro, de auditor ou do pro-
curador-geral do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas do Distrito Federal.

1.1.20.3 Elaborar sua proposta orçamentária (inciso III)

Para assegurar a autonomia orçamentária, compete exclusivamente ao TCDF elabo-


rar sua proposta orçamentária, observados os princípios estabelecidos na Lei de Diretrizes
Orçamentárias.

www.grancursosonline.com.br 27
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

1.1.20.4 Organizar seus serviços auxiliares e prover os respectivos cargos


(inciso IV)

O inciso IV do art. 4º da LO prevê que compete ao TCDF organizar seus serviços auxi-
liares e prover os respectivos cargos, ocupados aqueles em comissão preferencialmente
por servidores de carreira do próprio Tribunal, nos casos e condições que deverão ser
previstos em lei.

1.1.20.5 Propor à Câmara Legislativa a criação, transformação e extinção de


cargos e a fixação dos respectivos vencimentos (inciso V)

Repare que a iniciativa de projeto de lei relativo a criação, transformação e extinção de


cargos e à fixação dos vencimentos dos seus servidores é exclusiva do TCDF, de forma que
projeto de autoria parlamentar que verse sobre esses assuntos estará eivado de irremediável
inconstitucionalidade formal.

1.1.20.6 Conceder licença, férias e outros afastamentos a conselheiros e audito-


res (inciso VI)

Cabe ao próprio Tribunal conceder licença, férias e outros afastamentos a conselheiros


e auditores, contudo, a licença para tratamento de saúde por prazo superior a seis meses
depende de inspeção por junta médica.

1.1.20.7 Elaborar e propor à Câmara Legislativa outros projetos de lei de seu inte-
resse (inciso VII)

Mais uma competência que visa assegurar a autonomia e independência do Tribunal


de Contas. É competência exclusiva do TCDF elaborar e propor à Câmara Legislativa outros
projetos de lei de seu interesse, como, por exemplo, a iniciativa de projeto de lei para alterar
a sua lei orgânica.

1.2. JURISDIÇÃO DO TRIBUNAL

Inicialmente, é importante definirmos o que seja jurisdição. O termo jurisdição vem do


latim e é a aglutinação de JURIS + DIÇÃO. O termo JURIS significa “Direito” e o termo DIÇÃO
significa “dizer”, logo, jurisdição significa “dizer do direito”. Dessa forma, quando afirmamos
que a jurisdição do Tribunal de Contas abrange as sociedades de economia mista, estamos
afirmando que o Tribunal de Contas pode dizer o direito para aquelas sociedades.
Alguns doutrinadores entendem que é inapropriado dizer que o Tribunal de Contas possui
jurisdição, pois, segundo eles, somente o Poder Judiciário pode dizer o direito. Contudo, para
o concurso, vale o entendimento de que os Tribunais de Contas possuem uma jurisdição de
contas, ou seja, uma jurisdição própria, anômala e distinta da jurisdição tradicional.

www.grancursosonline.com.br 28
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

Essa jurisdição dos Tribunais de Contas, própria e privativa, deriva do texto constitucio-
nal: “Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove Ministros, tem sede no Dis-
trito Federal, quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o território nacional, exercendo,
no que couber, as atribuições previstas no art. 96”.
Na Constituição do DF, tem-se a seguinte regra equivalente:

Art. 82. O Tribunal de Contas do Distrito Federal, integrado por sete Conselheiros,
tem sede na cidade de Brasília, quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o
território do Distrito Federal, exercendo, no que couber, as atribuições previstas no
art. 96 da Constituição Federal.

As normas relativas à jurisdição do TCDF constam, além da LODF, dos artigos 5º e 6º


da LO-TCDF e 5º do RI-TCDF. Veja o que dispõe o art. 5º da LO-TCDF: “Art. 5º O Tribunal
de Contas do Distrito Federal tem sede na cidade de Brasília, quadro próprio de pessoal e
jurisdição em todo o território do Distrito Federal, exercendo, no que couber, as atribuições
previstas no art. 96 da Constituição Federal”.
Desse dispositivo, cabe chamar a atenção para o fato de que somente o Tribunal pode
dizer o direito, em matérias de sua competência, para as pessoas mencionadas no art. 6º
da LO-TCDF. Assim, por exemplo, não pode o Poder Judiciário adentrar ao mérito das ques-
tões afetas ao Tribunal de Contas, como já estudamos anteriormente.
Repare que a jurisdição do TCDF só abrange as matérias sujeitas à sua competência.
Por exemplo, caso um servidor desvie um recurso público, cabe ao TCDF condená-lo ao res-
sarcimento do valor subtraído, juntamente com alguma sanção prevista em lei. Não poderia
o Tribunal, contudo, condenar o servidor pelo crime de peculato, pois somente o Poder Judi-
ciário possui competência para condenar o infrator por esse tipo de crime.
O mesmo ocorre com os atos de gestão tipificados como atos de improbidade adminis-
trativa. No curso da fiscalização ou ação de controle externo, caso o TCDF identifique um ato
de gestão que possa ser qualificado como de improbidade, a conduta do responsável será
levada em consideração no julgamento administrativo das contas que compete ao TCDF,
mas a condução de inquérito com vistas à responsabilização e eventual sanção pelo ato de
improbidade administrativa em si compete ao Ministério Público, devendo o TCDF encami-
nhar as informações e os documentos que caracterizam ato de improbidade ao parquet espe-
cializado para subsidiar a adoção das medidas de sua competência.
Importante frisar que a condenação em débito pelo Tribunal de Contas e que acarreta a
obrigação de restituí-lo não é sanção. Trata-se da recomposição do erário ou dos cofres de
fundo ou de entidade da administração pública indireta, decorrente da responsabilização civil.

www.grancursosonline.com.br 29
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

Vamos ver, então, quem são as pessoas sujeitas à jurisdição do TCDF. Nos termos do
art. 6º da LO-TCDF, a jurisdição do Tribunal abrange:

• qualquer pessoa física, órgão ou entidade a que se refere o inciso II do art. 1º


desta Lei Complementar, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre
dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais o Distrito Federal responda ou
que, em nome deste, assuma obrigações de natureza pecuniária (inciso I).

Esse dispositivo estabelece o que o TCDF considera como responsáveis alcançados


pela ação fiscalizadora do tribunal. Repare que responsáveis não são apenas os administra-
dores públicos, mas também qualquer pessoa física ou jurídica, inclusive sociedades privadas,
desde que utilizem, arrecadem, guardem, gerenciem ou administrem dinheiros, bens e valores
públicos. Essas pessoas têm o dever constitucional de prestar contas dos recursos públicos.
Por esse dispositivo, qualquer órgão ou entidade pública distrital está alcançado pela
jurisdição do TCDF, incluindo-se também as autarquias especiais, as agências reguladoras e
executivas e as sociedades de economia mista.
Do mesmo modo, em uma interpretação extensiva e considerando-se as pessoas indi-
cadas nos demais incisos do mesmo artigo e que veremos na sequência, pode o TC dizer
do direito para as organizações sociais ou qualquer entidade privada que receba recursos
públicos para a sua administração.

• aqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte
dano ao erário (inciso II).

Como vimos, o inciso I estabelece a jurisdição do TCDF para todas as pessoas ou res-
ponsáveis que utilizam, arrecadam, guardam, gerenciam ou administram dinheiros, bens e
valores públicos.
Já o inciso II em comento amplia a jurisdição do Tribunal para todos aqueles que derem
causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte dano ao erário.
Pelo dispositivo, se um servidor público que não esteja na condição de gestor ou de
ordenador de despesas causar um dano ao erário, estaria alcançado pela jurisdição do
TCDF. Esse é o caso, por exemplo, de um servidor que, ao utilizar um notebook em serviço
externo, por descuido, deu causa ao extravio desse bem. Portanto, em função do dano, cabe-
ria ao TCDF dizer do direito sobre o fato ocorrido, podendo ser constituído um processo de
tomada de contas especial – TCE a ser apreciado pelo Tribunal.
Esclareço que a TCE é um processo administrativo devidamente formalizado, com rito
próprio, para apurar responsabilidade por ocorrência de dano à administração pública, com
apuração dos fatos, quantificação do dano, identificação dos responsáveis e obter o respec-
tivo ressarcimento.

www.grancursosonline.com.br 30
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

Nos termos da Resolução TCDF n. 102/1998, a autoridade administrativa competente,


sob pena de responsabilidade solidária, deverá imediatamente adotar providências com
vistas à instauração de tomada de contas especial, para apuração dos fatos, identificação
dos responsáveis e quantificação do dano, diante das seguintes situações:

• omissão no dever de prestar contas;


• não comprovação da aplicação dos recursos concedidos na forma de suprimento de
fundos ou transferidos pelo Distrito Federal mediante convênio, acordo, ajuste ou outros
instrumentos congêneres, bem como a título de subvenção, auxílio ou contribuição;
• ocorrência de desfalque ou desvio de dinheiros, bens ou valores públicos; ou
• prática de qualquer ato ilegal, ilegítimo ou antieconômico de que resulte dano ao erário.

• os dirigentes ou liquidantes das empresas encampadas ou sob intervenção ou


que de qualquer modo venham a integrar, provisória ou permanentemente, o
patrimônio do Distrito Federal ou de outra entidade pública (inciso III).

Importante nesse inciso é definir o que sejam empresas encampadas ou que estejam
sob intervenção. A encampação é instituto do Direito administrativo. A Lei n. 8.987/1995, que
dispõe sobre o regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos previsto
no art. 175 da CF define o instituto da seguinte forma:

Art. 37. Considera-se encampação a retomada do serviço pelo poder concedente


durante o prazo da concessão, por motivo de interesse público, mediante lei autoriza-
tiva específica e após prévio pagamento da indenização, na forma do artigo anterior.

Portanto, caso o poder público decida retomar a prestação de um serviço de transporte


que vinha sendo prestado, por meio de concessão, por uma determinada empresa de ônibus,
valer-se-á do instituto da encampação.
Já houve um episódio de encampação pelo governo do Distrito Federal em relação ao
Grupo Viplan, passando o DF a assumir, ainda que temporariamente, o controle e a operação
das empresas de ônibus do grupo. Assim, estão sujeitos à jurisdição do TCDF os dirigentes
ou liquidantes das empresas encampadas.
A intervenção está também disciplinada na Lei n. 8.987/1995, em seu art. 32, que prevê
a possibilidade de o poder concedente intervir na concessão, com o fim de assegurar a ade-
quação na prestação do serviço, bem como o fiel cumprimento das normas contratuais, regu-
lamentares e legais pertinentes. A intervenção far-se-á por decreto do poder concedente, que
conterá a designação do interventor, o prazo da intervenção e os objetivos e limites da medida.

www.grancursosonline.com.br 31
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

• os responsáveis por entidades dotadas de personalidade jurídica de direito pri-


vado que recebam contribuições e prestem serviço de interesse público ou social
(inciso IV).

Por esse dispositivo, está sob a jurisdição do TCDF qualquer entidade privada que
receba contribuições e preste serviço de interesse público ou social. Cuidado: repare que,
para estar sujeita à jurisdição do Tribunal de Contas, a entidade privada tem de receber con-
tribuições e prestar serviço de interesse público ou social. Portanto, são duas condições.

• todos aqueles que lhe devam prestar contas ou cujos atos estejam sujeitos à sua
fiscalização, por expressa disposição de lei (inciso V).

Como exemplo do inciso V, podemos citar as organizações sociais, que, por força de lei,
estão sujeitas à fiscalização do Tribunal de Contas e prestam contas ao Tribunal.
Eventuais fundações de apoio também são alcançadas pelo TCDF, mas dispensadas
de prestar contas anuais.

• os responsáveis pela aplicação de quaisquer recursos repassados pelo Distrito


Federal, mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres,
até o valor do repasse (inciso VI).

De acordo com o inciso VI do art. 6º da LO-TCDF, recursos do orçamento distrital repas-


sados a outros entes da federação e a entidades privadas, de forma voluntária, mediante
convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, são alcançados pelo dever de
prestar contas e pela ação fiscalizadora do TCDF.
Nesse sentido, cabe ao TCDF verificar a boa e regular aplicação desses recursos trans-
feridos voluntariamente a terceiros. Repare que essa competência fiscalizadora encontra um
limite estabelecido na lei. Deve se restringir ao valor do repasse feito pelo DF.
Anoto que as pessoas físicas ou entidades privadas, quando beneficiárias de trans-
ferência de recursos do DF, incluindo auxílios, subvenções, contribuições ou outra forma
de transferência de valores por intermédio de órgãos e entidades da administração direta,
indireta, de fundações instituídas e mantidas pelo poder público distrital e de suas entidades
paraestatais, prestarão contas ao órgão ou entidade repassador quanto à boa e regular apli-
cação de tais recursos, apresentando documentos e informações necessários à composição
das tomadas e prestações de contas dessas unidades jurisdicionadas.

www.grancursosonline.com.br 32
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

• os sucessores dos administradores e responsáveis a que se refere este artigo,


até o limite do valor do patrimônio transferido, nos termos do inciso XLV do art.
5º da Constituição Federal (inciso VII).

O inciso VII apresenta uma garantia aos herdeiros. Por esse dispositivo, os sucessores
só precisam responder por eventuais dívidas herdadas até o limite do patrimônio trans-
ferido. Assim, caso um responsável seja condenado em débito pelo Tribunal de Contas e
venha a falecer, o débito pode ser cobrado dos herdeiros e/ou sucessores, mas somente até
o montante do patrimônio transferido pelo de cujus aos herdeiros e/ou sucessores.
A reparação do dano transmite-se aos herdeiros, até o limite do patrimônio transferido,
mas não se transfere a obrigação de pagar a multa, pois é personalíssima, ante o seu cará-
ter punitivo.

• os representantes do Distrito Federal ou do poder público na Assembleia Geral


das empresas estatais e sociedades anônimas de cujo capital o Distrito Federal
ou o poder público participem, solidariamente, com os membros dos Conselhos
Fiscal e de Administração, pela prática de atos de gestão ruinosa ou liberalidade
à custa das respectivas sociedades (inciso VIII).

Esses representantes do DF estão sujeitos ao controle do TCDF na medida de seus


atos, mesmo que a participação do DF seja minoritária.
Vale ressaltar o caso da Terracap, em que a União detém 49% das ações da empresa,
sendo 51% do GDF, o que dá ao Distrito Federal o controle e a competência fiscalizadora
plena, inclusive mediante o julgamento das contas da entidade pelo Tribunal de Contas do DF.
Nas empresas em que o GDF participe de forma minoritária, o TCDF poderá responsabi-
lizar os representantes do DF nos conselhos da empresa, em caso de decisões ou atos omis-
sivos que causem prejuízo aos cofres da empresa e, por consequência, ao DF, desde que con-
figurada prática de atos de gestão ruinosa ou liberalidade à custa das respectivas sociedades.

www.grancursosonline.com.br 33
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

2. ORGANIZAÇÃO DO TCDF

2.1 COMPOSIÇÃO DO TRIBUNAL

Um dos aspectos importantes da organização do Tribunal de Contas é a sua compo-


sição, que diz respeito às regras constitucionais, legais e regimentais acerca de ministros e
conselheiros, bem como sobre a figura do auditor, também denominado de ministro ou con-
selheiro substituto. São aspectos muito cobrados em prova!

2.1.1 CONSELHEIROS NO TCDF

Conforme o art. 82 da LO-DF, o TCDF será integrado por sete conselheiros titulares/
efetivos. A Lei Complementar n. 1/1994 (LO-TCDF) reforça essa regra ao dispor no art. 62
que o Tribunal de Contas é composto de sete conselheiros.
Assim, muito cuidado em prova, pois, apesar de o Tribunal contar com auditores (con-
selheiros substitutos) e procuradores do Ministério Público junto ao Tribunal em sua organi-
zação e funcionamento, estes não compõem o TCDF. Nos exatos termos da Constituição e
da Lei, ele é composto pelos sete Conselheiros.
De acordo com o § 1º do art. 82 da LO-DF, as condições para escolha e nomeação
dos conselheiros são as seguintes:

2.1.1.1 CRITÉRIOS OBJETIVOS:

• Nacionalidade: brasileiro (nato ou naturalizado).


• Idade: mais de 35 anos e menos de 65 anos de idade.
• Mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija
os conhecimentos.

2.1.1.2 CRITÉRIOS SUBJETIVOS:

• Idoneidade moral e reputação ilibada.


• Notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de adminis-
tração pública.

Quanto aos notórios conhecimentos, note que a Constituição exige notórios conheci-
mentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros, mas no final apresenta uma alterna-
tiva mais ampla: ou de administração pública – permitindo, com isso, que o escolhido para o
cargo de conselheiro possua notórios conhecimentos apenas de administração pública. Isso
possibilita, por exemplo, que um deputado com alguns mandatos preencha as condições de
notório saber. Quem iria questionar se um parlamentar com alguns mandatos (mais de dez
anos de experiência) não possui notórios conhecimentos de administração pública?

www.grancursosonline.com.br 34
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

Seguindo, veremos como é feita a escolha dos Conselheiros. As regras são estabeleci-
das na LO-DF da seguinte forma:

§ 2º Os Conselheiros do Tribunal de Contas do Distrito Federal serão escolhidos:


I – três pelo Governador do Distrito Federal, com a aprovação da Câmara Le-
gislativa, sendo um de livre escolha, e dois alternadamente dentre auditores e
membros do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em lista tríplice pelo
Tribunal, segundo os critérios de antiguidade e merecimento;
II – quatro pela Câmara Legislativa.

No caso do TCDF, portanto, o critério de escolha é o seguinte:

Um conselheiro de livre escolha

Três pelo governador do DF, com Um conselheiro entre Auditores do TCDF


a aprovação da CLDF
Um conselheiro entre membros do
MPjTCDF

Quatro pela CLDF Quatro conselheiros de sua livre escolha

Dos quatro conselheiros que são escolhidos pela Câmara Legislativa, a escolha pode
recair em qualquer pessoa que preencha os requisitos apresentados na LO. Dessa forma, não
há necessidade de o conselheiro a ser escolhido pela CLDF ter sido deputado, por exemplo.
Ainda com relação a esses quatro conselheiros, como foram escolhidos pela CLDF,
não há necessidade de serem aprovados pela própria Câmara. Somente os escolhidos pelo
Governador, isto é, três Conselheiros, devem passar por essa aprovação prévia da Câmara
Legislativa, em votação ostensiva, após arguição em sessão pública.
Com relação aos três escolhidos pelo governador, somente um pode ser de sua livre
escolha, uma vez que os outros dois devem ser escolhidos dentre auditores (conselheiros-
-substitutos) e membros do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas, indicados em lista
tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de antiguidade e merecimento, alternadamente.
No que concerne à lista tríplice, deve-se atentar que a escolha é sempre do chefe do
Poder Executivo, não se cogitando em que deva ser escolhido o auditor ou o procurador mais
antigo ou aquele que, supostamente, seja o mais merecedor.

www.grancursosonline.com.br 35
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

Sobre o assunto, veja o que decidiu o STF no RE 179.461, avaliando um caso ocorrido
no próprio TCDF:

EMENTA - Recurso extraordinário. Conselheiro do Tribunal de Contas do Distrito


Federal. Nomeação para vaga a ser provida por auditor, mediante o critério de
antiguidade.
2. Trata-se de nomeação (provimento originário) e não de promoção (provimento
derivado), segundo resulta do art. 73, parágrafos 1º e 2º, da Constituição Federal,
aplicável aos Estados-membros e ao Distrito Federal.
3. A indicação, pelo Tribunal de Contas, ao Chefe do Poder Executivo, dos nomes
ou de auditores ou de membros do Ministério Público junto ao Tribunal, conforme
o caso, alternadamente, por antiguidade e merecimento, deve ser feita sempre em
lista tríplice, não prevalecendo o entendimento segundo o qual, quando se cogite
de nomeação pelo critério de antiguidade, o Tribunal de Contas encaminhará ao
Chefe do Poder Executivo, apenas, o nome do auditor ou membro de Ministério
Público junto à Corte de Contas mais antigo.
4. Exigindo a norma constitucional em referência lista tríplice, nesses casos, sem
distinção, quer assegurar ao Chefe do Poder Executivo a faculdade de escolher, o
que pressupõe a possibilidade de opção entre mais de um nome.
5. Não há incompatibilidade entre o critério de antiguidade e a cláusula constitu-
cional da indicação em lista tríplice.
6. Quando houver de compor a lista tríplice, por antiguidade, o Tribunal de Contas
indicará os nomes dos três mais antigos auditores ou membros do MP junto à Cor-
te, não cabendo, destarte, encaminhar, apenas, o nome do mais antigo, salvo recu-
sa pelo Tribunal, como sucede em promoção por antiguidade, hipótese esta última
que não se configura nas nomeações previstas no art. 73, § 2º, I, da Constituição.
7. No caso concreto, não houve inconstitucionalidade ou ilegalidade na nomea-
ção da litisconsorte passiva para o cargo de Conselheiro do Tribunal de Contas
do Distrito Federal. Tanto o impetrante como a litisconsorte passiva, ao lado de
um terceiro nome, compuseram a lista tríplice encabeçada pelo recorrente, mais
antigo dos três, figurando a litisconsorte passiva em terceiro lugar. Nada impedia
ao Chefe do Poder Executivo de escolher, como o fez, o nome da litisconsorte
passiva, constante da lista tríplice, indicando-a, à época, ao Senado Federal, onde
mereceu aprovação, sendo, a seguir, nomeada para o cargo de Conselheiro.
8. Alegação improcedente de ofensa ao art. 73, § 2º, I, da Constituição.
9. Recurso extraordinário não conhecido.

www.grancursosonline.com.br 36
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

Ainda, conforme asseverou o STF (MS 23968), a lista só será tríplice se houver três
candidatos aptos. Havendo apenas dois ou um candidato apto, a lista poderá ser elaborada
com menos nomes.
Uma vez escolhido o nome pelo governador, caberá à CLDF argui-lo em sessão pública
e, se for o caso, aprovar a indicação em votação ostensiva (art. 60, XVIII, da LODF).
Sendo aprovado, caberá ao governador, por meio de decreto, nomear novo conselheiro
(art. 100, XII, da LODF).
Após nomeado, o novo conselheiro será empossado pelo presidente do TCDF, nos
termos do art. 68, II, da LO-TCDF e do art. 84, III, do RI-TCDF.
Em caso de vacância, a competência para a escolha do conselheiro do Tribunal de
Contas será definida de modo que mantenha a composição estabelecida na Constituição.
Assim, se aposentar um Conselheiro indicado pela CLDF, esta caberá indicar o sucessor.
Conforme o art. 26 do RI-TCDF, os conselheiros terão os mesmos direitos, garantias,
prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos desembargadores do Tribunal
de Justiça do Distrito Federal e somente poderão aposentar-se com as vantagens do cargo
quando o tiverem exercido, efetivamente, por mais de cinco anos.
Os conselheiros farão declaração pública de bens, no ato da posse e no término do
exercício do cargo (§ 1º do art. 24 do RI-TCDF). Nos casos de crime comum e nos de respon-
sabilidade, serão processados e julgados, originariamente, pelo Superior Tribunal de Justiça
(§ 2º do art. 24 do RI-TCDF). São regidos pela Lei Orgânica da Magistratura Nacional (§ 3º
do art. 24 do RI-TCDF).
Os Conselheiros tomarão posse em sessão especial, podendo fazê-lo perante o presi-
dente nos períodos de recesso ou férias coletivas. Eles têm o prazo de trinta dias, a partir da
publicação do ato de nomeação no Diário Oficial do Distrito Federal, prorrogável por mais
60 dias, no máximo, mediante solicitação escrita, para posse e exercício no cargo.
No ato de posse, o conselheiro prestará o compromisso de bem cumprir os deveres do
cargo, em conformidade com a Constituição, as leis da República e as do Distrito Federal.
Os conselheiros terão os mesmos direitos, garantias, prerrogativas, impedimentos, ven-
cimentos e vantagens dos desembargadores do TJDFT e somente poderão aposentar-se
com as vantagens do cargo quando o tiverem exercido, efetivamente, por mais de cinco anos.
Eles gozarão das seguintes garantias e prerrogativas:

• vitaliciedade, não podendo perder o cargo senão por sentença judicial transitada
em julgado;
• inamovibilidade;
• irredutibilidade de vencimentos, observado, quanto à remuneração, o disposto nos
art. 37, XI, 150, II, 153, III e 153, § 2º, I, da Constituição Federal;
• aposentadoria.

www.grancursosonline.com.br 37
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

É vedado ao conselheiro (atenção quanto às exceções):

• exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo de magistério;


• exercer cargo técnico ou de direção de sociedade civil, associação ou fundação, de
qualquer natureza ou finalidade, salvo de associação de classe, sem remuneração;
• exercer comissão remunerada ou não, inclusive em órgãos de controle da administra-
ção direta ou indireta, ou em concessionárias de serviço público;
• exercer profissão liberal, emprego particular, comércio, ou participar de sociedade comer-
cial, exceto como acionista ou cotista sem poder de controle, direção ou administração;
• celebrar contrato com pessoa jurídica de direito público, empresa pública, sociedade
de economia mista, fundação, sociedade instituída ou mantida pelo poder público
ou empresa concessionária de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a
normas uniformes, para todo e qualquer contratante;
• receber, a qualquer título ou pretexto, participação nos processos;
• manifestar, por qualquer meio de comunicação, opinião sobre processos pendentes de
julgamento, seu ou de outrem, ou emitir juízo depreciativo sobre despachos, votos ou
sentenças de órgãos judiciais, ressalvada a crítica nos autos, em obras técnicas ou no
exercício do magistério;
• dedicar-se à atividade político-partidária.

Não podem ocupar, simultaneamente, cargos de conselheiro parentes consanguíneos


ou afins, na linha reta ou na colateral, até o segundo grau.

A antiguidade do conselheiro será determinada na seguinte ordem:


1º – pela nomeação;
2º – pela posse; e
3º – pela idade (em caso de empate nos dois critérios acima).

Os conselheiros, em suas ausências ou impedimentos, serão substituídos pelos audito-


res, por convocação do presidente, observada a ordem de antiguidade no cargo ou, se idên-
tica, a idade maior e, afinal, o maior tempo de serviço público.
Os conselheiros gozarão de férias anuais por sessenta dias.
Conceder-se-á licença a conselheiro: para tratamento de saúde; por motivo de doença
em pessoa da família; para repouso a gestante; noutros casos previstos em lei ou na Cons-
tituição Federal, compatíveis com o estatuto jurídico aplicável.
A licença para tratamento de saúde por mais de trinta dias, bem como prorrogações
que importem em licença por período ininterrupto, também superior a trinta dias, serão con-
cedidas pelo Tribunal e dependerão de inspeção médica.

www.grancursosonline.com.br 38
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

As licenças para tratamento de saúde por prazo não superior a trinta dias, ou por motivo
de doença em pessoa da família, serão concedidas pelo presidente, mediante atestado
médico, dando-se conhecimento ao Plenário.
Sem prejuízo do vencimento, remuneração ou de qualquer direito ou vantagem legal, o
conselheiro poderá afastar-se de suas funções, até oito dias consecutivos, por motivo de
casamento, falecimento do cônjuge, de companheiro, de ascendente, descendente ou irmão.
O procedimento de verificação da invalidez, para fim de aposentadoria, será iniciado a
requerimento do conselheiro ou por determinação do presidente, em cumprimento à delibe-
ração do Plenário.
Na hipótese da verificação de invalidez por determinação do Plenário, o presidente
nomeará junta integrada por três médicos, fixando o prazo para o exame e determinando a
notificação do conselheiro para, se o desejar, requerer providência no prazo de cinco dias.
Se o conselheiro estiver impossibilitado de apresentar defesa, por si ou por seu repre-
sentante legal, o presidente lhe nomeará curador à lide.
Deverá submeter-se a exame para verificação de invalidez o conselheiro que, no perí-
odo de dois anos consecutivos, houver gozado licença para tratamento de saúde por prazo
igual ou superior a seis meses e vier a requerer nova licença, para o mesmo fim, nos dois
anos subsequentes.
O Tribunal poderá determinar, por motivo de interesse público, a disponibilidade ou a
aposentadoria de conselheiro, assegurada a ampla defesa e a observância das normas rela-
tivas ao procedimento administrativo disciplinar aplicável aos magistrados.

2.1.2 AUDITORES OU CONSELHEIROS SUBSTITUTOS

No TCDF, três auditores que substituem os conselheiros, em caso de vacância, férias,


impedimentos, licenças e outros afastamentos legais. É por isso que os auditores costumam
ser chamados de conselheiros-substitutos.
Diferentemente do que ocorre com os conselheiros, o ingresso no cargo de auditor se
faz por meio de concurso de provas e títulos. Todavia, o art. 74 da Lei Orgânica do TCDF
estabelece que, para investidura no cargo de auditor, deve-se preencher os mesmos requisi-
tos exigidos para o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas, ou seja, o que está preconi-
zado no § 1º do art. 82 da LO-DF.
A LO-DF estabelece que o auditor, quando em substituição a conselheiro, terá as
mesmas garantias, prerrogativas e impedimentos do titular e, no exercício das demais
atribuições da judicatura, as de juiz de Direito da Justiça do Distrito Federal e Territórios.
Portanto, no curso normal de suas atividades dentro do TCDF, o auditor possui as
mesmas garantias, prerrogativas e impedimentos de juiz de Direito da Justiça do Distrito
Federal e Territórios, mas repare que não há previsão constitucional para ter os mesmos sub-
sídios. Contudo, quando em substituição a conselheiro titular, possui as mesmas garantias
e impedimentos do titular.

www.grancursosonline.com.br 39
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

A comprovação do efetivo exercício por mais de dez anos de cargo da carreira de Con-
trole Externo do Quadro de Pessoal dos Serviços Auxiliares do Tribunal constitui título com-
putável para efeito do concurso.
Assim como o conselheiro, o auditor também possui vitaliciedade, já que, após dois
anos de exercício, só perderá o cargo por sentença judicial transitada em julgado.
O auditor, quando em substituição a conselheiro, além das mesmas garantias e impe-
dimentos do titular, gozará, no Plenário, dos direitos e prerrogativas a este assegurados, nos
termos e hipóteses previstos no Regimento Interno. Não poderá, contudo, o auditor votar
nem ser votado nas eleições para presidente, vice-presidente e corregedor conselhei-
ro-ouvidor e regente da Escola de Contas Públicas.
O presidente convocará auditor para substituir conselheiro nas ausências superiores a
duas sessões consecutivas. Por todo o período em que o conselheiro se mantiver afastado
do exercício do cargo, o auditor permanecerá convocado, sendo-lhe asseguradas as van-
tagens da substituição durante suas ausências justificadas e impedimentos por motivo de
licença. Cessará a convocação do auditor se este entrar em gozo de férias.
Tendo processo para relatar, decorrente de pedido de vista, e ocorrendo, antes da vota-
ção, o retorno do conselheiro substituído, o auditor convocado votará, mesmo que cessada
a convocação.

Compete ao auditor, mediante convocação do presidente do Tribunal:

• exercer, no caso de vacância, as funções relativas ao cargo de conselheiro, até


novo provimento, observada a ordem de preferência;
• substituir, observada a ordem de preferência, os conselheiros em suas ausências e
impedimentos por motivo de licença, férias ou outro afastamento legal;
• substituir, observada a ordem de preferência, os conselheiros para efeito de quórum
ou para completar a composição do Plenário, sempre que estes comunicarem ao
presidente do Tribunal a impossibilidade de comparecimento à sessão.

O auditor atua, em caráter permanente, junto ao Plenário, presidindo a instrução dos


processos que lhe forem distribuídos na forma estabelecida no art. 120 do Regimento Interno,
relatando-os com proposta de decisão por escrito, a ser votada pelos conselheiros, e partici-
par da discussão sobre eles.
Quanto à relatoria, compete ao auditor relatar, preferencialmente, os processos de
tomada e prestação de contas.

www.grancursosonline.com.br 40
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

ATENÇÃO
Repare que os auditores presidem a relatoria de processos junto ao Plenário, preferencial-
mente os processos de tomada e prestação de contas. Ao relatarem seus processos, eles
participam da discussão sobre eles, mas não têm direito a voto; apresentam proposta de
decisão por escrito, a ser votada pelos conselheiros. Os auditores somente têm direito a
voto quando estão substituindo conselheiro!

Você já sabe como se dá a preferência dos conselheiros. A preferência dos auditores


será determinada, sucessivamente, pela antiguidade no cargo ou, se idêntica, a idade maior
e, ao final, o maior tempo de serviço público.
Outra regra importante é a que proíbe os auditores de exercer funções ou comis-
sões nas secretarias do Tribunal.
Vale ressaltar que a maior parte das garantias e vedações estabelecidas para os con-
selheiros também são aplicadas, no que couber, aos auditores, em particular o que dispõem
os art. 25, 26, parágrafo único, 27, 28, 29 e de 31 a 40 do Regimento Interno.

ESCOLHA, NOMEAÇÃO E POSSE DE AUTORIDADES

Autoridade Quem escolhe? Quem nomeia? Quem dá posse?

Presidente do TCDF Eleito pelos pares - Plenário

Três pelo
Conselheiros Governador e Presidente do TCDF
quatro pela CLDF

Concurso público de
Auditores Presidente do TCDF
provas e títulos

Governador do
Governador do DF
Procurador-Geral do DF, mediante lista Plenário, em sessão
MPTCDF tríplice dentre os especial
procuradores

Concurso público
Procuradores do de provas e títulos
Presidente do TCDF
MPTCDF (bacharéis em
Direito)

www.grancursosonline.com.br 41
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

DURAÇÃO DO CARGO/MANDATO

Cargo Tempo

Conselheiro Vitalício

Auditor (conselheiro substituto) Vitalício, após dois anos de exercício

Presidente, vice, corregedor, ouvidor e


Mandato de dois anos
regente da Escola

Mandato de dois anos, permitida uma


Procurador-geral do MPTCDF
recondução

2.2 ÓRGÃOS DO TRIBUNAL

O TCDF está organizado da seguinte forma:

• Colegiado: Plenário.
• Direção: presidente, vice-presidente e corregedor.
• Órgãos técnicos e administrativos: gabinetes do presidente, conselheiros, auditores,
procurador-geral do Ministério Público junto ao Tribunal e procuradores; corregedoria,
Secretaria-Geral de Controle Externo; secretarias de controle externo; núcleos de fis-
calização; consultoria jurídica; secretaria das sessões; Secretaria-Geral de Administra-
ção; Escola de Contas, ouvidoria, assessoria de comunicação, divisão de planejamento
e modernização administrativa; Divisão de Controle Interno, Divisão de Tecnologia da
Informação e Núcleo de Informações Estratégicas.

De acordo com o art. 8º do RI-TCDF, o Plenário do Tribunal, dirigido por seu presidente,
terá competência e o funcionamento regulado no Regimento Interno.
Muita atenção em prova, pois o RI prevê a possibilidade de o Tribunal de Contas divi-
dir-se em câmaras, mediante deliberação da maioria absoluta de seus membros titulares.
Atualmente, o TCDF não possui câmaras, sendo o Plenário o único órgão colegiado delibe-
rativo do Tribunal.
Integram a organização do Tribunal três auditores, como substitutos de conselheiro e
com funções permanentes definidas no Regimento.
Funciona junto ao Tribunal o Ministério Público, com as atribuições estabelecidas em lei
e no Regimento.
O Tribunal disporá de serviços auxiliares para atender às atividades de apoio técnico e
administrativo, necessárias ao exercício de sua competência.

www.grancursosonline.com.br 42
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

2.3 COMPETÊNCIAS DO PLENÁRIO DO TRIBUNAL

O art. 13 do RI-TCDF lista as diversas competências privativas do Plenário do Tribunal,


quais sejam:
I – deliberar originariamente sobre:
a) o parecer prévio e relatório analítico relativos às contas anuais prestadas pelo
Governador;
b) pedido de informação ou solicitação sobre matéria da competência do Tribunal que
lhe seja formulado pela Câmara Legislativa ou por suas comissões;
c) solicitação de pronunciamento formulada pela Câmara Legislativa ou pela comissão
competente, nos termos do § 1º do art. 79 da Lei Orgânica do Distrito Federal;
d) comunicação à Câmara Legislativa sobre irregularidade verificada na gestão ou nas
contas públicas;
e) conflito de lei ou de ato normativo do Poder Público com a Constituição Federal ou
com a Lei Orgânica do Distrito Federal, em matéria da competência do Tribunal;
f) inabilitação de responsável e adoção de medidas cautelares;
g) realização de auditorias e inspeções em unidades da Câmara Legislativa, do Tribunal
e dos Gabinetes do Governador e do Vice-Governador;
h) representação formulada por Conselheiro, Auditor e membro do Ministério Público
junto ao Tribunal;
i) denúncia ou representação apresentadas sobre irregularidade ou ilegalidade na Admi-
nistração do Distrito Federal;
j) representação ou comunicação formulada por unidade técnica ou equipe de
fiscalização;
k) auditorias ou inspeções, inclusive as solicitadas pela Câmara Legislativa ou por suas
comissões técnicas ou de inquérito;
l) relatórios de fiscalização;
m) consulta sobre matéria de competência do Tribunal;
n) matéria regimental ou de caráter normativo que lhe seja submetida pelo Presidente,
por Conselheiro, Auditor ou pelo Procurador-Geral do Ministério Público junto ao Tribunal;
o) prestação e tomada de contas, inclusive especial ou extraordinária, dos responsáveis
indicados no inciso II do art. 1º do Regimento;
p) a prestação de contas prevista no art. 81 da Lei Orgânica do Distrito Federal (contas
anuais do próprio TCDF);
q) tomada de contas especial relativa a recursos repassados pelo Distrito Federal,
mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres;
r) atos de admissão de pessoal da administração direta e indireta, incluídas as funda-
ções instituídas e mantidas pelo Distrito Federal;

www.grancursosonline.com.br 43
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

s) concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias pos-


teriores que não alterem a fundamentação legal dos atos iniciais concessórios;
t) representação ao Governador e à Câmara Legislativa;
u) matérias a que se refere o art. 2º do Regimento e outros assuntos de natureza admi-
nistrativa que lhe sejam submetidos pelo Presidente;

II – aprovar o Plano Estratégico do Tribunal e as metas de resultado;


III – julgar os recursos interpostos em face de suas decisões e as do Presidente;
IV – deliberar sobre a inclusão, alteração e cancelamento de enunciados da súmula da
jurisprudência do Tribunal;
V – aprovar os planos de fiscalização;
VI – aprovar proposta de acordo de cooperação ou de outros instrumentos similares,
objetivando o intercâmbio de informações que visem ao aperfeiçoamento dos sistemas de
controle e fiscalização;
VII – aprovar propostas que o Tribunal deva encaminhar ao Poder Executivo, referen-
tes aos projetos de que tratem do plano plurianual, das diretrizes orçamentárias e do orça-
mento anual;
VIII – elaborar a lista tríplice dos Auditores e a dos membros do Ministério Público junto
ao Tribunal para preenchimento de cargo de Conselheiro;
IX – determinar fiscalização, quando necessária à instrução de processo de natu-
reza sigilosa;
X – deliberar sobre os incidentes de suspeição ou impedimento nos termos do Regimento;
XI – deliberar, por proposta do Presidente, sobre a aplicação das penas disciplinares de
demissão e cassação de aposentadoria ou disponibilidade a servidores do Tribunal;
XII – apreciar recurso interposto em face de decisão que aplicar as penas disciplinares
a servidores do Tribunal.

De acordo com o art. 14 do RI, compete ainda ao Plenário:

• criar comissões permanentes ou temporárias e designar os seus membros, dentre con-


selheiros e auditores, para colaborar no desempenho de suas atribuições, sem prejuízo
da competência do presidente do Tribunal de também criar comissões permanentes ou
temporárias;
• apreciar questões administrativas de caráter relevante;
• deliberar sobre propostas de determinações de caráter normativo, de estudos sobre
procedimentos técnicos, bem como daqueles em que se entender necessário o exame
incidental de inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo do poder público.

www.grancursosonline.com.br 44
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

2.4 COMPETÊNCIAS DO PRESIDENTE

De acordo com a Lei Orgânica do TCDF, art. 68, compete ao presidente, dentre outras
atribuições estabelecidas no Regimento Interno:
I – dirigir o Tribunal;
II – dar posse aos conselheiros, auditores e dirigentes das unidades dos serviços auxi-
liares, na forma estabelecida no Regimento Interno;
III – expedir atos de nomeação, admissão, exoneração, demissão, remoção, dispensa,
aposentadoria e outros relativos aos servidores do Tribunal, os quais serão publicados no
Diário Oficial e no Boletim do Tribunal;
IV – movimentar as dotações e os créditos orçamentários próprios e praticar os atos
de administração financeira, orçamentária e patrimonial, necessários ao funcionamento
do Tribunal;
V – promover assistência médica e hospitalar aos membros do Plenário, autorizando as
necessárias despesas.

Nos termos do parágrafo único do mesmo artigo, os atos referidos nos incisos III, IV e
V acima poderão ser delegados, inadmitida a subdelegação.
O Regimento Interno do TCDF, em seu artigo 16, prevê 53 competências para o presi-
dente do Tribunal. Não vou listar todas aqui, mas recomendo a sua leitura. Destaco, contudo,
algumas competências que entendo muito potenciais para a prova!
Compete ao presidente convocar as sessões do Tribunal e presidi-las, resolvendo, sem
prejuízo de recurso ao Plenário, as questões de ordem e os requerimentos.

O presidente do TCDF não profere voto em processos deliberados em Plenário, porém,


existem exceções a essa regra. O presidente vota nas seguintes hipóteses:

• profere voto de desempate em processo submetido ao Plenário;


• na apreciação de inconstitucionalidade de lei ou de ato do poder público, em matéria de
competência do Tribunal;
• nas emendas ao Regimento Interno ou na interpretação de seu texto, bem como nas
decisões sobre matérias nele omissas;
• nas questões administrativas que não envolverem apreciação de ato da presidência.

Além das hipóteses excepcionais em que o presidente do TCDF vota, compete ao pre-
sidente relatar e votar quando se apreciar agravo contra despacho decisório de sua auto-
ria. Também cabe relatar matérias administrativas para deliberação pelo Plenário. Com-
pete ao presidente decidir as questões administrativas ou, quando considerá-las relevantes,
relatar ou sortear relator para submetê-las ao Plenário, nos termos do art. 120 do Regimento,
resguardada a competência da Corregedoria.

www.grancursosonline.com.br 45
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

Outra competência que gostaria de destacar é a que consta do inciso XXXV do art. 16
do RI: determinar a instauração de sindicância ou processo administrativo disciplinar e apli-
car sanções disciplinares a servidor do Tribunal, observado o disposto no inciso XI do art. 13,
que define a competência do Plenário do Tribunal para deliberar, por proposta do presidente,
sobre a aplicação das penas disciplinares de demissão e cassação de aposentadoria ou dis-
ponibilidade a servidores do Tribunal.
Atenção para o que dispõe o § 1º do artigo 16, ao permitir que o presidente delegue, na
forma da lei, todas atribuições previstas no artigo 16.
Vale destacar ainda que, dos atos e decisões administrativas do presidente que envol-
vam a apreciação de direitos e vantagens de servidor, caberá pedido de reconsideração ou
recurso ao Plenário, na forma disciplinada em resolução.
Repare que, por essa regra, caso haja processo administrativo que proponha sanção
contra um servidor do TCDF, a decisão caberá ao presidente do Tribunal, mas o servidor
poderá apresentar pedido de reconsideração ao Plenário.
Por fim, destaco que, em caráter excepcional e havendo urgência, o presidente
poderá decidir sobre matéria da competência do Tribunal, submetendo o ato à homologação
do Plenário na próxima sessão ordinária.

2.5 COMPETÊNCIA DO VICE–PRESIDENTE

São atribuições do vice-presidente:

• substituir o presidente em suas ausências e impedimentos por motivo de licença, férias


ou outro afastamento legal, e sucedê-lo, no caso de vacância, na hipótese prevista no
§ 8º do art. 15 do Regimento;
• supervisionar a edição da Revista do Tribunal e os enunciados das súmula de
jurisprudência;
• colaborar com o presidente na coordenação e supervisão das atividades de controle
externo e, quando solicitado, no exercício de suas demais funções.

A Emenda Regimental n. 7/2022 acrescentou competência ao vice-presidente para pre-


sidir o Conselho Deliberativo do programa de autogestão em saúde do Tribunal, observado o
disposto no respectivo regulamento e o seguinte:
a) assinar os atos deliberativos tomados pelo Conselho em conjunto com os demais
designados no regulamento;
b) submeter ao exame e ao crivo do Plenário, quando necessário, as deliberações refe-
rentes aos objetivos e políticas assistenciais;
c) estabelecer as diretrizes fundamentais e orientações gerais de organização, opera-
ção e administração do programa de autogestão em saúde

www.grancursosonline.com.br 46
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

d) decidir ad referendum do Conselho Deliberativo, sobre questões omissas e urgentes,


relacionadas ao funcionamento do Programa
Na ausência ou impedimento do vice-presidente, o presidente será substituído pelo
conselheiro mais antigo, em efetivo exercício do cargo (o decano do Tribunal!).

2.6 COMPETÊNCIA DO CORREGEDOR

São atribuições do corregedor:


a) exercer os encargos de correição e inspeção gerais e permanentes no Tribunal, bem
assim realizar correições e inspeções ordinárias, conforme plano anual aprovado pelo Plená-
rio, e extraordinárias em razão de fatos passíveis de constituir irregularidades;
b) verificar, no curso das correições e inspeções, a regularidade dos serviços, a obser-
vância rigorosa dos prazos do Regimento Interno e dos atos do presidente;
c) propor ao presidente a adoção de medidas para o aperfeiçoamento do controle sobre
o andamento dos processos, a fim de evitar excesso injustificado de prazos ou a excessiva
duração do processo, bem como medidas de racionalização e otimização dos serviços rela-
tivos à sua área de competência;
d) instaurar sindicâncias e processos administrativos, por iniciativa própria ou mediante
representação de membro do Plenário, do Ministério Público ou de qualquer autoridade, para
a apuração de falta grave ou invalidez de servidor do Tribunal, observado o disposto no art.
16, XXXVIII, do Regimento;
e) receber e processar reclamações contra os membros do Plenário e os servidores
do Tribunal;
f) relatar e presidir a instrução dos processos administrativos, referentes a deveres e
infrações de membros do Plenário e de servidores do Tribunal, bem como dos relativos às
matérias indicadas nos incisos I a V do artigo 20 do Regimento Interno, dando-lhes trata-
mento sigiloso, se assim o recomendarem as circunstâncias;
g) auxiliar o presidente, nas funções de fiscalização e supervisão da ordem e da disci-
plina do Tribunal e de seus serviços auxiliares, propondo-lhe providências tendentes à ime-
diata cessação de irregularidades porventura constatadas e a prática de atos de sua alçada;
h) apresentar, até a última sessão do mês de fevereiro do ano subsequente, o relatório
anual das atividades do Gabinete do Corregedor, sem prejuízo de manter o Plenário informado,
permanentemente, sobre as providências que estiverem sendo adotadas em cada caso;
i) dispor, em ato conjunto com o presidente, sobre articulação e apoio das unidades dos
serviços auxiliares no atendimento às funções afetas ao corregedor.
Para o exercício de sua função institucional, o corregedor contará com gabinete e asses-
soramento técnico, incumbido de apoiá-lo no desempenho de suas competências.

www.grancursosonline.com.br 47
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

2.7 ATRIBUIÇÕES DO CONSELHEIRO-OUVIDOR (competências recentemente


acrescidas ao Regimento pela Emenda Regimental n. 7, de 11 de maio de 2022)

São atribuições do conselheiro-ouvidor:


a) receber as demandas dirigidas à Ouvidoria, em termos de denúncia, reclamação,
sugestão, solicitação, elogio, crítica e outros, dando-lhes o devido encaminhamento, con-
forme o caso, observado o disposto no art. 1º, XIX, art. 13, I, “i”, art. 125, IV, e art. 229 do
Regimento, em razão de fatos passíveis de constituir irregularidades;
b) coordenar o processo de triagem de informações, sugestões, reclamações ou críticas
a respeito das atividades desempenhadas pelo Tribunal, encaminhando-as à presidência;
c) organizar e dirigir os serviços da Ouvidoria, supervisionando e orientando a execução
das ações relativas à sua competência, de forma a assegurar a uniformidade, a eficiência e
a qualidade dos serviços prestados;
d) defender e promover a intercomunicação ágil e dinâmica entre o usuário e o TCDF;
e) defender e representar internamente os direitos dos usuários dos serviços prestados
pelo TCDF;
f) gerenciar os recursos humanos e materiais da Ouvidoria;
g) solicitar a capacitação dos servidores da Ouvidoria, admitida a delegação de
competência;
h) acompanhar os processos de desenvolvimento e aprimoramento de sistema informa-
tizado pertinente às atividades da Ouvidoria, admitida a delegação de competência;
i) receber, aprovar e encaminhar ao presidente do Tribunal os relatórios estatísticos dos
tratamentos dados às demandas recebidas pela Ouvidoria;
j) propor a realização de seminários e cursos relativos a controle social, a transparência,
a defesa e a proteção de usuários de serviço público e a outras matérias afetas às ações da
Ouvidoria, admitida a delegação de competência;
k) dar ciência à presidência do Tribunal, sempre que a unidade responsável pelo aten-
dimento da manifestação se mantiver inerte e/ou não adotar medidas para cessar eventuais
irregularidades nos prazos estipulados;
l) promover o arquivamento, de forma fundamentada, de manifestações expressa-
mente vagas, amplas, genéricas ou inconsistentes, após o vencimento do prazo para com-
plementação;
m) encaminhar à presidência do Tribunal, a cada ano ou quando deixar o exercício da
função, relatório gerencial no qual serão divulgados os serviços prestados pela Ouvidoria e
os resultados alcançados e apresentadas propostas de melhorias à administração e às ativi-
dades de fiscalização do Tribunal e à gestão da coisa pública;
n) representar a Ouvidoria nos eventos em que participar.

www.grancursosonline.com.br 48
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

2.8 COMPETÊNCIAS DO REGENTE DA ESCOLA DE CONTAS PÚBLICAS (compe-


tências recentemente acrescidas ao Regimento pela Emenda Regimental n. 7, de 11 de
maio de 2022)

São atribuições do regente da Escola de Contas Públicas:


a) definir as orientações estratégicas e gerais para as atividades da Escola de Contas
Públicas, em consonância com o planejamento aprovado pelo Tribunal;
b) coordenar a elaboração do Plano Bianual de Capacitação;
c) submeter a proposta do Plano Bianual de Capacitação à Presidência do Tribunal,
para posterior relato da matéria à aprovação do Plenário;
d) orientar a elaboração do Projeto Político-Pedagógico;
e) opinar sobre ajustes, contratos, protocolos e termos de cooperação que envolvam a
participação da Escola de Contas Públicas;
f) fomentar a realização de ações de formação, capacitação e aperfeiçoamento profis-
sional do público interno e externo;
g) assinar os certificados de conclusão de curso, de participação em eventos, atestados
de capacidade técnica e declarações de participação como palestrante ou instrutor;
h) dar publicidade aos relatórios de atividades da Escola de Contas Públicas;
i) assinar comunicações oficiais de interesse institucional da Escola de Contas Públicas;
j) fomentar e promover a divulgação de produções técnicas e científicas;
k) promover a gestão da informação, do conhecimento e da jurisprudência do Tribunal;
l) validar e dar encaminhamento interno a propostas de súmulas enviadas à Escola de
Contas Públicas;
m) dar publicidade aos boletins de jurisprudência;
n) homologar e autorizar a divulgação dos resultados de editais de seleção promovidos
pela Escola de Contas Públicas.

2.7 SERVIÇOS AUXILIARES

Segundo a LO-TCDF, aos serviços auxiliares incumbe a prestação de apoio técnico e


a execução dos serviços administrativos do Tribunal de Contas. A organização, atribuições e
normas de funcionamento dos serviços auxiliares são as estabelecidas no Regimento Interno.
Nos termos do art. 78 da LO, são obrigações do servidor que exerce funções específi-
cas de controle externo no Tribunal de Contas:

• manter, no desempenho de suas tarefas, atitude de independência, serenidade e


imparcialidade;
• representar à chefia imediata contra os responsáveis pelos órgãos e entidades sob
sua fiscalização, em casos de falhas ou irregularidades;

www.grancursosonline.com.br 49
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

• propor a aplicação de multas, nos casos previstos no Regimento Interno;


• guardar sigilo sobre dados e informações obtidos em decorrência do exercício de
suas funções e pertinentes aos assuntos sob sua fiscalização, utilizando-os, exclusiva-
mente, para a elaboração de pareceres e relatórios destinados à chefia imediata.

Ao servidor que exerce funções de controle externo, quando credenciado pelo presi-
dente do Tribunal ou, por delegação deste, pelos dirigentes das unidades técnicas dos ser-
viços auxiliares do Tribunal, para desempenhar funções de auditorias, inspeções e diligên-
cias expressamente determinadas pelo Tribunal ou por sua presidência, são asseguradas as
seguintes prerrogativas:

• livre ingresso em órgãos e entidades sujeitos à jurisdição do Tribunal de Contas;


• acesso a todos os documentos e informações necessários à realização de
seu trabalho;
• competência para requerer, nos termos do Regimento Interno, aos responsáveis
pelos órgãos e entidades objeto de inspeções, auditorias e diligências, as infor-
mações e documentos necessários para instrução de processos e relatórios de cujo
exame esteja expressamente encarregado por sua chefia imediata.

O servidor do Tribunal, no desempenho das funções de controle externo, deve manter


rigoroso sigilo, quanto aos elementos e informações a que tiver acesso em razão do cargo.
Compete ao presidente do Tribunal promover assistência médica e hospitalar aos servi-
dores integrantes dos serviços auxiliares, autorizando as necessárias despesas.
Nenhum servidor dos serviços auxiliares do Tribunal de Contas do Distrito Federal
poderá perceber, mensalmente, a título de remuneração, proventos ou pensão, importância
superior à soma dos valores percebidos como remuneração, em espécie, a qualquer título,
por conselheiro do mesmo Tribunal. Excluem-se do teto de remuneração as vantagens pre-
vistas nos incisos II a VII do art. 61 da Lei Federal n. 8.112, de 11 de dezembro de 1990, bem
assim as vantagens de caráter pessoal de qualquer natureza.
Nos termos do Regimento Interno, os serviços auxiliares disporão de quadro de pes-
soal, com estrutura e atribuições definidas em ato específico.
Integram os serviços auxiliares:
I – a Secretaria-Geral de Controle Externo e as Secretarias de Controle Externo;
II – a Secretaria-Geral de Administração;
III – a Secretaria das Sessões;
IV – a Procuradoria-Geral do Tribunal de Contas;
V – a Consultoria Jurídica;
VI – a Escola de Contas Públicas;
VII – os Gabinetes da Presidência, dos Conselheiros, da Corregedoria, dos Auditores,
do Procurador-Geral e dos Procuradores do Ministério Público junto ao Tribunal.

www.grancursosonline.com.br 50
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

Os cargos de direção e assessoramento vinculados à área fim do Tribunal, inclusive o


de secretário-geral de Controle Externo, serão ocupados por servidores da carreira de Con-
trole Externo.
Os cargos efetivos dos serviços auxiliares serão providos por concurso público, na
forma da lei.
As funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo
efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos,
condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se às atribuições de direção,
chefia e assessoramento.

2.8 MINISTÉRIO PÚBLICO JUNTO AO TRIBUNAL DE CONTAS

2.8.1 NATUREZA DO MPC

O Ministério Público junto aos Tribunais de Contas, também denominado de Ministé-


rio Público de Contas ou Especializado, é uma instituição secular (criada em 1892), tendo
sempre exercido funções similares às do Ministério Público, porém, restritas ao âmbito do
Tribunal de Contas em que atua.
Em função da similitude de função entre ambos os Ministérios Públicos, a Constituição
de 1988 erigiu o Ministério Público de Contas a nível constitucional (art. 130), situando-o na
mesma seção do Ministério Público.
Nos termos do art. 130 da CF, aos membros do Ministério Público junto aos Tribu-
nais de Contas aplicam-se as disposições constitucionais pertinentes a direitos, veda-
ções e forma de investidura.
Na órbita processual, podemos apontar as seguintes funções ou competências do MPC:
a) promover a defesa da ordem jurídica, requerendo as medidas de interesse da Jus-
tiça, da Administração Pública e do erário;
b) comparecer às sessões do Tribunal;
c) dizer de direito, verbalmente ou por escrito, por um de seus representantes, em todos os
assuntos sujeitos à decisão do Tribunal de Contas. Vale ressaltar que cada lei orgânica define
os processos ou assuntos em que é obrigatória a audiência do MPC, sob pena de nulidade;
d) interpor, por meio de seus representantes, os recursos permitidos em lei ou previstos
no Regimento Interno, bem como suscitar Incidente de Uniformização de Jurisprudência;
e) requerer diligências, outras medidas saneadoras em curso dos processos e a adoção
de medidas cautelares;
f) promover junto ao órgão de advocacia jurídica do ente credor e às entidades dotadas
de personalidade jurídica, conforme o caso, as medidas para subsidiar a cobrança judicial
da dívida decorrente de decisão ou acórdão condenatório e do pedido de arresto de bens do
TC, remetendo-lhes as instruções e a documentação necessária para cobrança executiva;

www.grancursosonline.com.br 51
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

g) representar ao Tribunal sobre indícios de irregularidades ou ilegalidades de matérias


e pessoas sujeitas à jurisdição do TC (em síntese apertada, pode-se considerar que o Minis-
tério Público atua, nesta condição como parte, contudo seu interesse de agir no processo
abarca todo o arco do procedimento.

ATENÇÃO

Ministério Público X Ministério Público de Contas:

• O MPC não está vinculado ao MP; é um órgão com autonomia funcional que atua junto
ao respectivo Tribunal de Contas. Logo, os membros do MPC não são indicados ou
pertencem ao Ministério Público Federal ou Estadual;
• Os dois possuem a função institucional de custos legis (fiscal da lei);
• Enquanto o Ministério Público pode atuar como parte (titular da ação penal, ação civil
pública, ação de improbidade etc.); substituto processual; assistente processual (ao
lado de outro legitimado ativo, por exemplo, nos processos-crimes instaurados como
queixa); representante da parte; e custos legis (fiscal da lei), o Ministério Público junto
ao Tribunal de Contas atua processualmente como fiscal da lei (manifestando-se sobre
as questões de direito nos processos) e, excepcionalmente, como parte (ao recorrer, ao
formular representação etc.).

2.8.2 MINISTÉRIO PÚBLICO JUNTO AO TCDF

O Ministério Público junto ao TCDF, ao qual se aplicam os princípios institucionais da


unidade, da indivisibilidade e da independência funcional, compõe-se de quatro procu-
radores, nomeados pelo governador do Distrito Federal, dentre bacharéis em Direito, apro-
vados em concurso público de provas e títulos promovido pelo Tribunal, assegurada a partici-
pação da Ordem dos Advogados do Brasil em sua realização e observada, nas nomeações,
a ordem de classificação.
Pelo princípio da unidade, os procuradores integram um só órgão e a manifestação de
qualquer membro vale como posicionamento de todo o Ministério Público.
Ao mesmo tempo, o princípio da indivisibilidade assegura que os membros não
fiquem vinculados aos processos nos quais atuam, podendo ser substituídos por outros.
Ter independência funcional significa que cada membro do Ministério Público tem
inteira autonomia em sua atuação, que não está sujeito a ordens de superior hierárquico do
próprio Ministério Público ou de outra instituição.

www.grancursosonline.com.br 52
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

Dessa forma, quando diversos procuradores atuam em um mesmo processo, podem


adotar posições diferentes. Por outro lado, têm o dever de informar sobre os atos e de funda-
mentá-los. A hierarquia é considerada apenas para os atos administrativos e de gestão. Cabe
à chefia da instituição deliberar, por exemplo, sobre a estrutura e a organização do Ministério
Público, a distribuição de processos e dos recursos.
Logo, os membros do Ministério Público junto ao TCDF (MPjTCDF) não são indicados
ou pertencem ao Ministério Público Federal. O ingresso na carreira far-se-á no cargo de pro-
curador, mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a participação da OAB
em sua realização e observada, nas nomeações, a ordem de classificação. Caberá ao procu-
rador-geral baixar o edital do concurso, bem assim homologar seu resultado final.
O MPjTCDF tem por chefe o procurador-geral, que será nomeado pelo governador
do DF, em lista tríplice, entre integrantes da carreira, para exercer mandato de dois anos,
permitida uma recondução.
O procurador-geral tomará posse em sessão especial e os Procuradores, perante o
Presidente do Tribunal. Em período de recesso, o Procurador-Geral poderá ser empossado
perante o Presidente do Tribunal.
No caso de vacância da titularidade da Procuradoria-Geral, funcionará como procura-
dor-geral interino, até a posse do novo titular, o procurador indicado por seus pares sobre o
qual não recaia impedimento.
Aplicam-se aos membros do Ministério Público as disposições sobre licenças por prazo
inferior a trinta dias previstas no Regimento para os conselheiros.
Aos membros do MPjTCDF aplicam-se as disposições pertinentes a direitos, garantias,
prerrogativas, vedações, regime disciplinar e forma de investidura estabelecidos na Constitui-
ção Federal e, subsidiariamente, as da Lei Orgânica do Ministério Público do Distrito Federal.
Da mesma forma dos auditores, é vedado aos membros do Ministério Público o exercí-
cio de cargo em comissão ou função de confiança nos Serviços Auxiliares do Tribunal.
Quanto às competências do MPjTCDF, cabe destacar a competência de dizer de direito,
oralmente ou por escrito, em todos os assuntos sujeitos à decisão do Tribunal, sendo obriga-
tória a sua audiência nos processos de tomada ou prestação de contas e na apreciação
dos atos de admissão de pessoal e concessões de aposentadorias, reformas e pensões,
inclusive na fase de recurso, observado, ainda, o disposto no art. 281 do Regimento, a saber:

Art. 281. Exceto nos embargos de declaração, no agravo e no pedido de reexame


em processo de fiscalização de ato ou contrato de que trata o art. 41 da Lei Com-
plementar n. 1/94, é obrigatória a audiência do Ministério Público no exame de
mérito dos demais recursos, ainda que o recorrente tenha sido ele próprio.

www.grancursosonline.com.br 53
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

Outra competência importante do MPjTCDF é promover, junto à Procuradoria-Geral do


Distrito Federal ou, quando for o caso, perante os dirigentes de entidades da administração
indireta, incluídas as fundações, as medidas necessárias ao arresto de bens e à cobrança
judicial de débitos constituídos por decisões do Tribunal.

3. DELIBERAÇÕES E JURISPRUDÊNCIA (Título III do RI-TCDF)

3.1 DELIBERAÇÕES DO TRIBUNAL (art. 63 a 68 do RI)

Segundo o art. 63 do Regimento Interno do TCDF, as deliberações do Plenário do Tri-


bunal terão a forma de:

• regimento interno e emenda regimental;


• Resolução, quando se tratar de: a) ato administrativo que defina a estrutura, as atribui-
ções ou o funcionamento dos seus serviços auxiliares; b) outras matérias de natureza
administrativa interna que, a critério do Tribunal, devam revestir-se dessa forma;
• instrução normativa, quando se tratar de regulamentação de matéria que envolva
pessoas, órgãos ou entidades sujeitas à jurisdição do Tribunal;
• decisão normativa, quando se tratar de fixação de critério ou orientação, e não se jus-
tificar a expedição de instrução normativa;
• parecer prévio, quando se tratar de contas prestadas anualmente pelo governador. O
parecer prévio sobre as contas prestadas pelo governador será redigido pelo relator e assi-
nado por todos os conselheiros, auditores e representante do Ministério Público presentes;
• decisão;
• acórdão, nos termos do art. 24 da Lei Complementar n. 1/1994 (decisões definitivas
de julgamento de mérito das contas regulares, regulares com ressalvas ou irregulares).
O acórdão será redigido pelo relator, que o assinará juntamente com o presidente e o
representante do Ministério Público. Vencido o relator, no todo ou em parte, a redação
do acórdão caberá ao conselheiro que tenha proferido o voto vencedor.

O relatório e voto ou a proposta de decisão do relator são partes essenciais integrantes


das deliberações do Tribunal, observados os seguintes critérios:

• do relatório constarão a descrição do assunto, as sugestões da equipe de fiscalização


ou do servidor responsável pela análise do processo, o resumo do teor dos despachos
das chefias das unidades de apoio envolvidas e a síntese do parecer do Ministério
Público junto ao Tribunal;
• do voto ou proposta de decisão constarão os fundamentos utilizados e a conclusão.

www.grancursosonline.com.br 54
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

As emendas regimentais serão propostas e apreciadas na forma dos art. 69 a 71 do


Regimento, numeradas em séries distintas e em sequência e assinadas pelos conselheiros
efetivos e representante do Ministério Público presentes à sessão em que forem aprovadas.
As instruções normativas, resoluções e decisões normativas serão redigidas pelo rela-
tor ou pelo autor da proposta, assinadas pelo presidente e terão sequências numéricas e
séries distintas, acrescidas da referência do ano de sua aprovação.
O parecer prévio sobre as contas prestadas pelo governador será redigido pelo rela-
tor e assinado por todos os conselheiros, auditores e representante do Ministério Público
presentes.

3.2 ELABORAÇÃO, APROVAÇÃO E ALTERAÇÃO DE ATOS NORMATIVOS (ART. 69


A 73 DO RI)

Segundo o art. 69 do RI-TCDF, a alteração do Regimento se dará por emenda regimen-


tal e dependerá de aprovação pela maioria absoluta dos conselheiros efetivos, à vista de
proposta justificada do presidente, de conselheiro, de auditor ou do procurador-geral do MPj-
TCDF. A proposta apontará expressamente os dispositivos regimentais a serem modificados,
suprimidos ou acrescidos.
Lida em sessão administrativa, o presidente colocará em discussão e votação a prelimi-
nar da conveniência e oportunidade da emenda regimental proposta.
Admitida a preliminar, a proposta de emenda regimental permanecerá em mesa por dez
dias, para receber sugestões. Vencido o prazo, o mérito da proposta de emenda regimental e
das sugestões apresentadas irão a discussão e votação em sessão administrativa.

www.grancursosonline.com.br 55
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

Nas alterações do Regimento, será necessário observar, em especial, o seguinte:

• os dispositivos modificados conservarão a numeração;


• em caso de supressão, será essa indicada pela palavra “suprimido”;
• o acréscimo cuja matéria não se enquadrar em qualquer dos artigos figurará em dispo-
sitivo conexo.

A apresentação de projeto concernente a enunciado da súmula, instrução norma-


tiva, resolução ou decisão normativa é de iniciativa do presidente e dos conselheiros,
podendo ser ainda sugerida por auditor ou representante do Ministério Público.
O projeto com a respectiva justificação será apresentado em Plenário, competindo ao
presidente colocar em discussão e votação a preliminar de conveniência e oportunidade
da proposta.
Admitida a preliminar de conveniência e oportunidade da proposta o projeto poderá
receber sugestões dos conselheiros, dos auditores e dos procuradores do Ministério Público
junto ao Tribunal, no prazo proposto pelo relator, com a anuência do Plenário.

Projeto relativo a enunciado da súmula, instrução normativa e decisão normativa:


apreciado em sessão ordinária.
Projeto relativo a resolução: apreciado em sessão administrativa.
Projeto relativo a resolução: apreciado em sessão administrativa.

Os atos normativos serão publicados na íntegra, sem ônus, no Diário Oficial do Distrito
Federal e no Diário Oficial Eletrônico do Tribunal, à exceção de matéria de exclusivo inte-
resse do Tribunal, que será publicada apenas em boletim interno.

3.3 JURISPRUDÊNCIA (art. 74 a 78 do RI)

A súmula da jurisprudência é o enunciado que resume teses, soluções e precedentes


adotados reiteradamente pelo Tribunal ao deliberar sobre assuntos ou matérias de sua juris-
dição e competência, nos termos definidos em ato normativo próprio.
Na organização gradativa da súmula, a cargo da Secretaria das Sessões, será adotada
numeração de referência para os enunciados, aos quais se seguirá a menção dos dispositi-
vos legais e dos julgados em que se fundamentam.
Será incluído, revisto, cancelado ou restabelecido na súmula qualquer enunciado, por
proposta do presidente, de conselheiros, e ainda por sugestão de auditor ou de represen-
tante do Ministério Público junto ao Tribunal e aprovação do Plenário por maioria absoluta.

www.grancursosonline.com.br 56
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

A súmula e suas alterações serão publicadas no Diário Oficial do Distrito Federal, no


Diário Oficial Eletrônico do Tribunal e divulgadas em outro meio que vier a ser adotado no
Tribunal para essa finalidade.
A citação da súmula será feita pelo número correspondente ao seu enunciado e dispen-
sará, perante o Tribunal, a indicação de julgados no mesmo sentido.

3.4 SESSÕES DO PLENÁRIO (art. 79 a 115 do RI)

O Plenário reúne-se no período de 15 de janeiro a 15 de dezembro de cada ano, havendo


recesso no período de 16 de dezembro a 14 de janeiro, que não ocasionará a paralisação
dos trabalhos do Tribunal.
As sessões do Tribunal podem ser de cinco tipos:

• ordinárias;
• extraordinárias;
• especiais;
• reservadas; e
• administrativas.

As sessões ordinárias, extraordinárias, especiais e reservadas somente poderão ser


realizadas com o quórum de quatro conselheiros efetivos ou substitutos, inclusive o
presidente, e com a presença do representante do Ministério Público.
Na sessão destinada à eleição do presidente, do vice-presidente e do corregedor, do
conselheiro-ouvidor e do regente da Escola de Contas Públicas e nas sessões administrati-
vas será exigido quórum especial, ou seja, a presença de, pelo menos, cinco conselheiros
titulares, inclusive o que presidir o ato.
Sessões ordinárias: as sessões ordinárias serão realizadas em dias e horários defi-
nidos em ato normativo próprio, podendo ser antecipadas ou adiadas, a critério do Plenário.
A critério do Plenário, por proposta do presidente, as sessões ordinárias poderão ser
prorrogadas.
Por proposta do presidente, de conselheiro, de auditor ou de representante do Ministé-
rio Público junto ao Tribunal, aprovada pelo Plenário, a sessão ordinária poderá ser suspensa
para realização de sessão extraordinária.
De acordo com o art. 83 do RI-TCDF, as sessões ordinárias possuem uma sequência.
Primeiro ocorre a discussão e votação da ata da sessão anterior. Em seguida, ocorrem dis-
cussões de expediente. Depois passa-se à apreciação e julgamento dos processos incluídos
em pauta e, após, à apreciação e julgamento dos demais processos constantes de relação.
Por fim, são apreciados outros assuntos de interesse do Tribunal.

www.grancursosonline.com.br 57
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

Se o horário da sessão especial coincidir com o da sessão ordinária, esta poderá ter
início logo após o encerramento daquela.
O julgamento de mérito de determinadas matérias ou tipos de processo poderá também
ser realizado por meio eletrônico, nos termos e condições definidos em ato normativo.
Sessões extraordinárias: serão convocadas pelo presidente, com antecedência
mínima de 24 horas, salvo por motivo relevante ou urgente, devidamente justificado.

Sessões especiais: serão convocadas para:

• apreciação das contas prestadas pelo governador;


• solenidade de posse de conselheiro, do procurador-geral ou de auditor;
• outras solenidades, a critério do Plenário.

Se o horário da sessão especial coincidir com o da sessão ordinária, esta poderá ter
início logo após o encerramento daquela.
Sessões reservadas: serão realizadas às terças e quintas-feiras, após o encerra-
mento das demais sessões previstas, quando incluídos em pauta processos dessa natureza,
mediante convocação do presidente e sempre com a presença de, pelo menos, quatro de
seus membros titulares, inclusive o que presidir o ato. Nas sessões reservadas, serão
julgados processos cuja preservação do sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade
e do Estado ou essencial à defesa da intimidade das partes.
A apreciação de matérias em sessão sigilosa será exclusivamente com a presença dos
conselheiros, auditores, representante do Ministério Público e Secretário das sessões, bem
assim das partes e de seus representantes legais.
Sessões administrativas: serão realizadas às terças e quintas-feiras, quando incluí-
dos em pauta assuntos de natureza administrativa do Tribunal, mediante convocação do pre-
sidente e sempre com a presença de, pelo menos, cinco de seus membros titulares, inclusive
o que presidir o ato.
Em regra, as sessões serão públicas, salvo quando a preservação do sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado ou essencial à defesa da intimidade
das partes, desde que não prejudique o interesse público.
As sessões de julgamento poderão ser realizadas por meio eletrônico ou na modali-
dade de Plenário Virtual, nos termos e condições definidos em ato normativo.

www.grancursosonline.com.br 58
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

3.4.1 Funcionamento das sessões deliberativas do Plenário

O funcionamento das sessões do TCDF é regulado pelos art. 79 a 115 do Regimento


Interno. A seguir, tem-se um resumo do funcionamento das sessões do Plenário do TCDF.

3.4.1.1 Abertura da sessão

• À hora prevista, havendo número legal, o presidente declarará aberta a sessão, mencio-
nando os conselheiros, auditores e representante do Ministério Público presentes e regis-
trando eventuais ausências, para, em seguida, passar à discussão e votação de atas de
sessões anteriores, previamente disponibilizadas, preferencialmente por meio eletrônico.
• Não havendo quórum, o presidente mandará lavrar termo de presença, e a matéria a
ser apreciada ficará automaticamente transferida para a sessão imediata.

www.grancursosonline.com.br 59
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

3.4.1.2 Discussão e votação da ata da sessão anterior

• Havendo quórum, passa-se à discussão e votação da ata da sessão anterior, previa-


mente disponibilizada, preferencialmente por meio eletrônico, aos gabinetes dos conse-
lheiros, dos auditores e do representante do Ministério Público.
• As atas das sessões serão discutidas e votadas até a segunda sessão após a data de
realização, exceto as de sessões especiais, que poderá ocorrer em até quinze dias.

3.4.1.3 Expedientes

• Aprovada a ata da sessão anterior, o presidente dará conhecimento dos expedientes de


interesse do Plenário (comunicações por parte do presidente).

3.4.1.4 Relatoria dos processos

• Iniciada a fase de apreciação e julgamento, os processos serão relatados pelos con-


selheiros e, em seguida, pelos auditores, observada, em ambos os casos, a ordem
decrescente de antiguidade, salvo pedido de preferência deferido pelo Plenário.
• Terão preferência para apreciação ou julgamento os processos urgentes e na sequên-
cia aquele incluído em pauta no qual deva ser produzida sustentação oral.

3.4.1.5 Fase de discussão

• A discussão dos processos começará com a apresentação de relatório escrito, podendo


o relator antecipar o voto ou a proposta de decisão, igualmente por escrito, e prestar os
esclarecimentos solicitados no curso dos debates. A simples leitura da minuta de deci-
são não dá início à fase de votação, podendo, ainda, a matéria ser discutida.
• O presidente poderá encaminhar a discussão, aduzindo esclarecimentos e informações
que orientem o Plenário.
• Durante a discussão, a requerimento de conselheiro ou auditor, o Tribunal poderá pedir
a audiência do Ministério Público.
• Nenhum membro do Plenário poderá fazer uso da palavra sem prévia autorização do
presidente, nem interromper o orador sem a anuência deste.
• Concluído o relatório, poderá o representante do Ministério Público pedir a palavra para
alegar ou requerer o que considerar oportuno.
• Poderá, ainda, o representante do Ministério Público usar da palavra, mesmo durante
o julgamento, a pedido seu, de conselheiro ou de auditor, para prestar esclarecimentos
ou emitir pronunciamento oral.

www.grancursosonline.com.br 60
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

3.4.1.6 Pedido de vista durante a fase de discussão

• Qualquer conselheiro ou auditor convocado, antes de votar, poderá pedir vista do pro-
cesso, sendo facultado ao representante do Ministério Público fazer o mesmo, na fase
de discussão, ainda que já tenha se manifestado nos autos.
• O pedido de vista obriga a devolução dos autos à presidência, com voto ou parecer
escrito, no prazo de dez dias.
• A concessão de vista implicará a suspensão da votação já iniciada. Voltando o processo
à sessão, será reaberta a discussão e retomada a votação, dando-se a palavra, pela
ordem, a quem tenha pedido vista.
• A vista poderá se dar em mesa, durante a sessão, ficando a discussão da matéria sus-
pensa até seu pronunciamento.
• Possibilidade de antecipação de voto. Ainda durante a fase de discussão, qual-
quer conselheiro ou auditor convocado poderá antecipar seu voto, quando houver
pedido de vista.

3.4.1.7 Fase de votação

• Apresentado o processo pelo relator e não mais havendo quem queira discutir a maté-
ria, o presidente encerrará a fase de discussão e abrirá, a seguir, a fase de votação.
• Concluída a discussão, o presidente encaminhará a votação, iniciada com o voto do
relator, colhendo-se, em seguida, os votos dos demais conselheiros, na ordem decres-
cente de antiguidade.
• Nenhum conselheiro ou auditor convocado presente à sessão poderá deixar de votar,
salvo se declarar impedimento ou suspeição.
• Não poderá, ainda, participar da votação o conselheiro ou auditor convocado para subs-
tituí-lo quando um deles já houver proferido o seu voto.
• Tendo votado o relator, qualquer conselheiro poderá requerer reunião em conselho,
para melhor informar-se da matéria, a qual acontecerá em sala própria, onde só pode-
rão permanecer os conselheiros, auditores e representante do Ministério Público.

3.4.1.8 Pedido de vista durante a fase de votação

• Na fase de votação, o julgamento ou apreciação será suspenso quando houver pedido


de vista solicitado por conselheiro ou auditor convocado, que passará a funcionar como
revisor, sem prejuízo de que os demais conselheiros e auditores convocados profiram
seus votos na mesma sessão, desde que se declarem habilitados.

www.grancursosonline.com.br 61
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

• Ao dar prosseguimento à votação, serão computados os votos já proferidos pelos con-


selheiros ou auditores convocados, ainda que não compareçam ou tenham deixado o
exercício do cargo, cabendo ao presidente esclarecer a matéria e apresentar o resumo
da votação até então procedida.
• O relator, os conselheiros ou os auditores convocados que já tenham proferido seus
votos poderão modificá-los até a conclusão da apreciação e julgamento do processo.

3.4.1.9 Resultado das votações

Encerrada a votação, o presidente proclamará o resultado, que poderá ser por:

• unanimidade;
• maioria; ou
• desempate do presidente.

Votações sucessivas. Quando forem apresentadas mais de duas propostas de mérito,


dar-se-á a apuração mediante votações sucessivas, das quais participarão todos os con-
selheiros e auditores convocados que participaram da fase de discussão, observando-se o
seguinte procedimento:

• Será, desde logo, declarada vencedora a proposta de mérito que superar, em número
de votos, a soma dos votos das demais propostas.
• Não ocorrendo a hipótese acima, elimina-se a proposta menos votada entre elas e sub-
metem-se à votação as propostas que obtiverem os maiores números de votos.
• Caso existam duas ou mais propostas com o mesmo número de votos, serão colocadas
inicialmente em votação as duas propostas que mais se assemelhem, observando-se,
a seguir, o disposto acima, quanto à eliminação da proposta menos votada entre elas e
submetendo à votação as propostas que obtiverem os maiores números de votos.

3.4.1.10 Modificação do voto

• O conselheiro poderá modificar seu voto antes de proclamado pelo presidente o resul-
tado da votação.

3.4.1.11 Possibilidade de reexame de processo

• O conselheiro poderá pedir o reexame de processo julgado na mesma sessão e com o


mesmo quórum.

www.grancursosonline.com.br 62
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

3.4.1.12 Declaração de voto

• O conselheiro poderá fazer declaração de voto, protestando para que conste da ata,
apresentando-a por escrito, no prazo de 24 horas.
• A declaração de voto recebida fora do prazo, ou sem protesto prévio, será apenas jun-
tada aos autos.
• O conselheiro que apresentar voto divergente, acolhido pela maioria, deverá elaborar
declaração de voto para que conste em ata (por escrito e no prazo de 24 horas), salvo
quando a motivação do voto acolhido tenha por fundamento a instrução da unidade téc-
nica e/ou o parecer do Ministério Público.

3.4.1.13 Processos deliberados por relação

• O relator poderá submeter ao Plenário, mediante relação ou demonstrativo, os proces-


sos que não envolvam a apreciação de matéria nova ou complexa, desde que o voto
ou a proposta de decisão esteja de acordo com a instrução e, se houver, o parecer
do Ministério Público, concluindo, sem divergência, pela legalidade ou regularidade da
matéria em exame, ou adoção de medidas saneadoras.
• O relator poderá ainda incluir em relação ou demonstrativo processo com pronuncia-
mentos divergentes, nos casos em que houver entendimento prévio do Plenário permi-
tindo tal inclusão.

Encerramento da sessão. Esgotada a ordem de trabalho, o presidente declarará


encerrada a sessão.

3.5 PAUTAS DO PLENÁRIO (art. 116 do RI)

As pautas de processos passíveis de apreciação e julgamento nas sessões ordinárias,


extraordinárias, administrativas e reservadas serão organizadas pela Secretaria das Ses-
sões, sob a supervisão do presidente do Tribunal, observadas a ordem de antiguidade dos
relatores e a forma de apreciação dos processos.
Até às 14 horas do terceiro dia útil anterior à realização da respectiva sessão, os gabine-
tes dos relatores deverão fornecer à unidade referida no caput, preferencialmente mediante
sistema informatizado, as informações relativas aos processos que constituirão a pauta do
relator, observadas a forma de apreciação – por demonstrativo ou oral.
As pautas das sessões serão disponibilizadas preferencialmente em meio eletrônico,
no terceiro dia útil antecedente às sessões, aos gabinetes dos conselheiros, dos auditores e
do representante do Ministério Público junto ao Tribunal.
As pautas das sessões serão divulgadas no segundo dia útil antes da sessão, mediante
a publicação nos órgãos oficiais e a disponibilização no portal do TCDF na internet.

www.grancursosonline.com.br 63
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

A divulgação da pauta ou de seu aditamento no portal do TCDF na internet e em excerto


do Boletim do Tribunal de Contas do Distrito Federal, com a antecedência de até 48 horas da
sessão, suprirá a ausência de publicação nos órgãos oficiais.
Prescinde de publicação em órgão oficial a inclusão em pauta de processos:
I – que visem à remessa a unidades do Tribunal e ao Ministério Público junto ao TCDF;
II – que determinem medida cautelar urgente, justificadoras de sua adoção sem prévio
estabelecimento do contraditório (inaudita altera pars);
III – de natureza administrativa que digam respeito à direção, organização e propostas
de trabalho do Tribunal;
IV – relativos a embargos declaratórios ou agravo;
V – de natureza urgente, justificada pelo relator.

A pauta de processos deverá ser elaborada conforme modelo próprio.


Os processos constantes da pauta que não forem julgados na sessão permanecerão
em pauta, independentemente de nova publicação, conservada a mesma ordem, com prefe-
rência sobre os demais, ressalvadas as hipóteses listadas nos incisos acima.
A critério do Plenário ou da presidência do Tribunal, poderá ser bloqueada a inclusão de
processos em pauta já remetida à publicação.

4. PROCESSO EM GERAL

Inicialmente, aponto algumas diferenças entre o processo judicial e o processo do Tri-


bunal de Contas, este de natureza administrativa. Acerca dos sujeitos da relação processual:

PROCESSO JUDICIAL PROCESSO DO TC

Estado (julgador) Juiz ou Tribunal TC ou Ministro/Conselheiro Relator

Não há com todos os atributos


do processo judicial – A Unidade
Demandante (sujeito ativo) Autor da ação
Técnica e o Conselheiro relator
podem assumir essa feição

Responsável e interessado (não


Demandado (sujeito passivo) Réu
são réus)

Advogado Obrigatório Facultativo

Pode atuar como parte,


Fiscal da lei e, excepcionalmente,
substituto processual,
Ministério Público como parte (exemplo:
assistente processual, custo
representação)
legis (fiscal da lei)

www.grancursosonline.com.br 64
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

O título IV do RITCDF trata do processo em geral, sendo regulado nos artigos 117 a
177. A seguir, apresenta-se uma síntese dos principais aspectos regulados no título IV.

4.1 Partes do Processo

De acordo com o RI, são partes no processo do TCDF o responsável e o interessado.

Responsável Interessado

É aquele que, em qualquer etapa do processo,


É aquele assim qualificado, nos termos da
tenha reconhecida, pelo relator ou pelo Tribunal,
Constituição Federal, da Lei Orgânica do DF
razão legítima para intervir no processo. Ao
e do TCDF e respectiva legislação aplicável. O
contrário do responsável, cuja legitimação é
responsável pode ser um agente público ou
ordinária e previamente estabelecida em lei, a
um particular que tenha gerido recursos ou
legitimação do interessado é extraordinária e
bens públicos.
aberta.

As partes podem praticar os atos processuais diretamente ou por intermédio de procu-


rador regularmente constituído, ainda que não seja advogado.
Constatado vício na representação da parte, o relator fixará prazo de quinze dias para
que o responsável ou interessado promova a regularização, sob pena de serem tidos como
inexistentes os atos praticados pelo procurador, exceto no caso de juntada de documentos
que efetivamente contribuam na busca da verdade material.
Nos atos processuais, é suficiente a indicação do nome de um dos procuradores, quando
a parte houver constituído mais de um ou o constituído substabelecer a outro com reserva
de poderes. Poderá a parte indicar o procurador em cujo nome serão feitas as notificações.
A prática de atos processuais é feita diretamente pelas partes ou por meio de procura-
dor (advogado ou não!).

ATENÇÃO
Nos processos em tramitação no TCDF, não é obrigatório que a parte esteja representada
por advogado. As partes podem praticar os atos processuais diretamente ou por intermédio
de procurador regularmente constituído, ainda que não seja advogado.

4.2 Ingresso de Interessado no Processo

O art. 119 do Regimento Interno estabelece que a habilitação de interessado em pro-


cesso será efetivada mediante o deferimento, pelo relator, de pedido de ingresso formulado
por escrito e devidamente fundamentado, no qual o interessado deverá demonstrar em seu
pedido, de forma clara e objetiva, razão legítima para intervir no processo.

www.grancursosonline.com.br 65
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

O relator indeferirá o pedido que não preencher os requisitos anteriores.


O RI faculta ao interessado, na mesma oportunidade em que solicitar sua habilitação
em processo, requerer a juntada de documentos e manifestar a intenção de exercitar alguma
faculdade processual.
Ao deferir o ingresso de interessado no processo, o relator fixará prazo de até quinze
dias, contado da ciência do requerente, para o exercício das prerrogativas processuais pre-
vistas no Regimento, caso o interessado já não as tenha exercido.

4.3 Definição do Relator (Distribuição de Processos)

A distribuição de processos aos conselheiros e auditores obedecerá aos princípios da


equitatividade, da publicidade, da alternatividade e do sorteio.
A distribuição dos processos aos relatores deve ser feita mediante sorteio eletrônico de
processos, observada a regra de que os auditores devem relatar, preferencialmente, os pro-
cessos de tomada e prestação de contas.
Os procedimentos a serem observados na distribuição e sorteio de processos serão
estabelecidos em ato próprio.
Na distribuição do processo referente às contas prestadas pelo governador, será obser-
vado o sistema de rodízio, aplicando o critério da ordem decrescente de antiguidade.
Caso o conselheiro escolhido se declare impedido ou em suspeição ou venha a entrar em
licença para tratamento de saúde, será designado substituto, obedecido o mesmo critério,
sem prejuízo da designação daquele no exercício seguinte.

4.4 Etapas do Processo, Instrução e Tramitação

De acordo com o RI, são etapas do processo:

• a instrução (pelo corpo técnico do TCDF);


• o parecer do Ministério Público;
• o relatório/voto do relator;
• a apreciação e o julgamento.

Chama-se atenção para o fato de que o recurso não deve ser considerado uma etapa
do processo, mas sim uma fase processual.
O relator presidirá a instrução do processo, determinando, mediante despacho, de
ofício ou por provocação da unidade de instrução ou do Ministério Público junto ao Tribunal,
o sobrestamento do julgamento ou da apreciação, a citação, a audiência dos responsáveis,
ou outras providências consideradas necessárias ao saneamento dos autos.
O processo que apresentar pareceres discordantes, matéria complexa ou questões téc-
nico-jurídicas relevantes poderá ser levado à apreciação do Plenário.

www.grancursosonline.com.br 66
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

O relator fixará prazo de até sessenta dias para o cumprimento das diligências que
determinar, podendo o período ser superior em caso devidamente justificado.
Saneado o processo, será a matéria submetida à apreciação do Plenário, para decisão
de mérito.
Os atos do processo poderão se dar por meio eletrônico, na forma a ser disciplinada em
ato normativo.
A critério do relator e mediante delegação em portaria específica, o chefe de seu gabi-
nete poderá efetuar despachos de mero expediente ou de simples encaminhamento de
processos.

4.4.1 Processos Urgentes com Tramitação Preferencial

• Requisições de informações e de cópia de documentos ou relatórios de auditorias ou


inspeções, efetuadas pela Câmara Legislativa;
• Pedidos de informações sobre mandados de segurança ou outros procedimentos
judiciais;
• Consultas que, por natureza, exijam a imediata solução;
• Denúncias ou representações que revelem, objetivamente, a ocorrência de irregulari-
dade grave;
• Medidas cautelares;
• Casos em que o retardamento na apreciação possa representar grave prejuízo para a
Fazenda Pública;
• Recursos previstos no Regimento que tenham efeito suspensivo;
• Outros assuntos que, a critério do Plenário ou do presidente, sejam assim considerados.

4.5 Alegações de Defesa e Razões de Justificativas

As alegações de defesa serão admitidas dentro do prazo determinado na citação


ou na audiência.
Juntada de novos documentos: até o término da instrução (parecer do titular da UT),
sem prejuízo à distribuição de memorial a conselheiro, auditor ou membro do MPjTCDF, após
a inclusão do processo em pauta.
Havendo mais de um responsável pelo mesmo fato, a defesa apresentada por um deles
aproveitará a todos, mesmo ao revel, no que concerne às circunstâncias objetivas, e não
aproveitará no que diz respeito aos fundamentos de natureza exclusivamente pessoal.

4.6 Provas

As provas serão sempre apresentadas de forma documental, mesmo as declarações


de terceiros.

www.grancursosonline.com.br 67
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

São inadmissíveis no processo provas obtidas por meios ilícitos. O relator, em decisão
fundamentada, negará a juntada de provas ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou pro-
telatórias.

4.7 Pedido de Vista e de Cópia dos Autos

As partes poderão pedir vista ou cópia de peça do processo, mediante solicitação diri-
gida ao presidente ou ao relator, que poderá ser decidida pelo presidente do TCDF caso o
relator esteja de férias ou afastado.
O presidente concederá vista de processos e cópias de peças dos autos às partes até a
última decisão de mérito, podendo essa competência ser delegada mediante Portaria.
O relator decidirá mediante despacho singular sobre solicitação de vista ou de cópia de
peças do processo ainda não conhecidas pelo Plenário.
Poderão ser indeferidos os pedidos se existir motivo justo ou, estando no dia de jul-
gamento do processo, não houver tempo suficiente para a concessão de vista ou extração
de cópias.
Do despacho que indeferir pedido de vista ou cópia de peça de processo cabe agravo.

Atenção para a regra de retirada de processos do TCDF. A retirada de processo do


TCDF somente pode ser por meio advogado e pelo prazo de cinco dias.

Em caso de cópias, a parte deve ressarcir os custos.


Não será concedida vista ou fornecida cópia de peças da etapa de instrução antes de
seu término.

4.8 Sustentação Oral

A sustentação oral é a oportunidade que tem o interessado ou seu procurador de sus-


tentar, no dia do julgamento e perante o colegiado julgador, da tribuna e oralmente, as razões
de justificativas e de defesa, ou as razões de seu recurso, quando for o caso. Ou seja, é um
relevante instrumento de contraditório e ampla defesa, decorrentes do devido processo legal.
A sustentação oral será produzida após a apresentação do relatório e antes da leitura
do voto resumido do relator, desde que requerida ao Tribunal antes do início da sessão,
podendo ainda o responsável ou seu procurador manifestar essa intenção diretamente ao
presidente na própria sessão de julgamento do processo, desde que ainda não iniciada a
fase de discussão da matéria.
A data do julgamento será informada pelo Tribunal à parte ou ao seu procurador consti-
tuído com antecedência mínima de cinco dias, prazo que poderá ser dispensado no caso
de apreciação de medida cautelar.

www.grancursosonline.com.br 68
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

Quando não requerida a sustentação oral na forma exigida no regimento, a parte ou o


seu procurador constituído poderá manifestar essa intenção diretamente ao presidente
na própria sessão de julgamento presencial, desde que ainda não iniciada a fase de
discussão da matéria.
Prazo de 15 minutos. Após o pronunciamento do MPjTCU, a parte ou o seu procurador
falará uma única vez por 15 minutos (atenção: não pode ser prorrogado; até 2021, podia ser
prorrogado por + 15 min – agora é vedada a prorrogação!).
Quando houver mais de uma parte com mesmo procurador, o prazo para a susten-
tação oral será de 15 minutos. Partes com interesses opostos: cada parte fala por 10 minutos.
Quando há mais de uma parte com procuradores diferentes, o prazo será duplicado
e dividido em frações iguais entre estes, observada a ordem cronológica dos requerimentos,
sendo vedada a prorrogação. Por exemplo, se houver quatro partes com procuradores distin-
tos, cada procurador falará por 7,5 minutos (2 x 15 min/4 = 7,5 min.)
É facultado o oferecimento de memoriais com o fim exclusivo de melhor elucidar a
matéria, devendo ser apresentados em até 48 (quarenta e oito) horas da data do julgamento,
sendo vedada sua apresentação posterior.
Durante a discussão e o julgamento, pode ser concedida a palavra à parte ou a seu
procurador para estrito esclarecimento de matéria de fato.

Não se admitirá sustentação oral no julgamento de consulta e embargos de


declaração.

4.9 Arquivamento de Processo

De acordo com o art. 137 do RI, o processo será encerrado no sistema informatizado
de controle de processos, mediante despacho do dirigente da unidade técnica, nas seguintes
situações:
I – quando houver decisão do relator ou de colegiado pelo apensamento definitivo a
outro processo;
II – quando houver decisão do relator, do Tribunal ou da Presidência pelo seu encer-
ramento, após efetuadas as comunicações pertinentes e expirados os prazos dos recursos
cabíveis dotados de efeito suspensivo;
III – nos casos de decisões definitivas ou terminativas, após a adoção das providências
nelas determinadas e a efetivação das competentes comunicações;
IV – após o registro de que trata o art. 259 do Regimento Interno;
V – nos casos em que o processo tenha cumprido o objetivo para o qual foi constituído;
VI – entre outros, nos casos previstos nos art. 158, § 1º e 159 (reconhecido pelo arguido
o seu impedimento ou a sua suspeição, os autos do processo originário serão encaminhados
para redistribuição no caso de ser ele o relator e os do incidente, para arquivamento; 197, §

www.grancursosonline.com.br 69
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

3º (trancamento de contas iliquidáveis); 206, § 1º (contas iliquidáveis); 207 (ausência de pres-


supostos); 208 (economia processual e racionalização); 229, § 10 (denúncia sem observân-
cia dos requisitos); 230, § 6º representação sem observância dos requisitos (consulta sem
observância dos requisitos).
O Tribunal disciplinará, em ato normativo, os procedimentos de guarda, gerenciamento,
preservação e consulta de autos de processo. Nos processos em que seja cabível a interpo-
sição de recurso, o prazo de guarda, gerenciamento, preservação e consulta dos autos será
de, no mínimo, seis anos, a contar do trânsito em julgado.

4.10 Nulidades

A maior parte dos vícios de forma não proporciona grande repercussão processual.
Alguns podem ser simplesmente relevados e outros, corrigidos pela própria parte. Porém, em
algumas situações, o ordenamento jurídico reage à imperfeição do ato processual, negan-
do-lhe eficácia, com o objetivo de assegurar garantias para as partes, adequar-se ao devido
processo legal e conduzir um processo legítimo. Nessas situações mais extremas de vício,
impõe-se a invalidade do ato processual.

A seguir, apresento uma síntese das regras regimentais acerca da nulidade dos atos
praticados no âmbito dos processos do TCDF:

• Nenhum ato será declarado nulo se do vício não resultar prejuízo para a parte, para o
erário, para a apuração dos fatos pelo Tribunal ou para a deliberação adotada (princí-
pio do prejuízo);
• Quando puder decidir do mérito a favor da parte a quem aproveitaria a declaração de nuli-
dade, o Tribunal não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprir-lhe a falta. Não se
tratando de nulidade absoluta, considerar-se-á válido o ato que, praticado de outra forma,
tiver atingido o seu fim (princípios da verdade material e do formalismo moderado);
• A parte não poderá arguir nulidade a que haja dado causa ou para a qual tenha, de qual-
quer modo, concorrido (ninguém pode alegar a própria torpeza a seu favor);
• Conforme a competência para a prática do ato, o Tribunal ou o relator declarará a nuli-
dade de ofício, se absoluta, ou por provocação da parte ou do Ministério Público junto
ao Tribunal, em qualquer caso;
• A nulidade do ato, uma vez declarada, causará a dos atos subsequentes que dele
dependam ou sejam consequência (princípio da causalidade);
• A nulidade de uma parte do ato, porém, não prejudicará as outras que dela sejam
independentes;

www.grancursosonline.com.br 70
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

• Nos processos em que deva intervir, a falta de manifestação do Ministério Público


implica a nulidade do processo a partir do momento em que esse órgão deveria ter se
pronunciado. A manifestação posterior do Ministério Público sana a nulidade do pro-
cesso, se ocorrer antes da decisão definitiva de mérito do Tribunal, nas hipóteses em
que expressamente anuir aos atos praticados anteriormente ao seu pronunciamento
(logo, a ausência de manifestação do MPjTCDF nos autos é uma nulidade relativa,
pois pode ser suprida/sanada).

4.11 Impedimento e Suspeição

Qualquer parte do processo pode arguir exceção de impedimento ou de suspeição de


conselheiro, auditor e membro do MPjTCDF, conforme as hipóteses previstas em lei ou no
Regimento, que devem estar especificadas na petição.
O MPjTCDF tem legitimidade ativa para arguir exceção de impedimento ou suspeição.
Não constitui impedimento a participação de conselheiro ou de auditor no julgamento de
recurso interposto contra decisão decorrente de voto ou de proposta de decisão, respectiva-
mente, que tenha proferido.
Ao auditor e ao membro do MPjTCDF aplicam-se, no que couber, as hipóteses de impe-
dimento e de suspeição previstas em lei ou no Regimento.
O presidente ou o conselheiro que se encontrar ocupando a Presidência não poderá
presidir a sessão no momento da apreciação do processo no qual estiver impedido ou decla-
rada a sua suspeição.
Se o presidente ou o conselheiro que estiver presidindo a sessão se declarar impedido
ou invocar suspeição no momento do desempate, a votação será reiniciada.

4.11.1 Do Impedimento

Há impedimento do conselheiro, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo:


I – em que tenha funcionado como advogado, perito, representante do Ministério Público
ou servidor dos Serviços Auxiliares do Tribunal ou do Controle Interno;
II – cuja matéria tenha anteriormente emitido juízo de mérito;
III – quando nele estiver postulando, como advogado, o seu cônjuge, companheiro ou
qualquer parente seu, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau,
inclusive;
IV – de interesse próprio, de seu cônjuge ou de companheiro, ou parente, consanguí-
neo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;
V – de interesse de pessoa jurídica da qual seja acionista ou cotista;
VI – quando for herdeiro presuntivo ou donatário de qualquer interessado;

www.grancursosonline.com.br 71
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

VII – em que figure como interessada instituição de ensino com a qual tenha relação de
emprego ou decorrente de contrato de prestação de serviços;
VIII – em que figure como interessado cliente do escritório de advocacia de seu côn-
juge, companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o ter-
ceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório;
IX – quando promover ação contra o interessado ou seu advogado;
X – cuja matéria examinada seja objeto de Representação de sua autoria.
No caso do inciso III, o impedimento só se verifica quando o advogado já estava exer-
cendo o patrocínio da causa.
É vedada a criação de fato superveniente a fim de caracterizar impedimento do
conselheiro.
O impedimento previsto no inciso III também se verifica no caso de mandato conferido
a membro de escritório de advocacia que tenha em seus quadros advogado que individual-
mente ostente a condição nele prevista, mesmo que não intervenha diretamente no processo.
A exceção de impedimento pode ser oferecida pela parte a qualquer tempo.

4.11.2 Da Suspeição

Há suspeição do conselheiro:
I – amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados;
II – que receber presentes de pessoas que tiverem interesse no processo, antes ou
depois de iniciado, que aconselhar alguma das partes interessadas acerca do objeto do pro-
cesso ou que subministrar meios para atender às despesas do processo;
III – quando qualquer das partes interessadas for sua credora ou devedora, de seu côn-
juge ou companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive;
IV – interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes.

Poderá o conselheiro declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem necessidade
de declarar suas razões. Será ilegítima a alegação de suspeição quando:

• houver sido provocada por quem a alega;


• a parte que a alega houver praticado ato que signifique manifesta aceitação do arguido.

A exceção de suspeição deverá ser oferecida na primeira oportunidade em que couber


à parte se manifestar nos autos ou no prazo de quinze dias, contado da data em que tomar
ciência do fato que ocasionou a suspeição.

www.grancursosonline.com.br 72
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

4.11.3 Do Reconhecimento Voluntário de Impedimento ou Suspeição

A declaração voluntária de impedimento ou de suspeição pelo relator, assim entendida


aquela ocorrida antes da instauração do incidente, será feita por despacho, no qual deverá
constar a hipótese prevista em lei ou no Regimento em que se enquadra, devolvendo-se os
autos para redistribuição.
Se, durante o julgamento, conselheiro, auditor ou procurador do MPjTCDF considerar-
-se impedido ou suspeito, deverá declarar o fato verbalmente, procedendo-se ao respectivo
registro em ata e na Decisão. Nesse caso, o membro(s) não participará(ão) da discussão e
do julgamento, entendido este como a fase de apresentação dos votos.

4.11.4 Do Incidente de Impedimento e de Suspeição

Os legitimados para suscitar incidente de impedimento ou de suspeição perante o Tri-


bunal deverão fazê-lo em petição fundamentada, devidamente instruída, e dirigida ao presi-
dente ou vice-presidente, se aquele for o arguido, que atuará, conforme o caso, como relator
do incidente.
Serão constituídos autos apartados para processar o incidente, de caráter sigiloso, ainda
que o processo original não o seja, que ficarão apensados aos autos do processo original.
O incidente de exceção de impedimento ou de suspeição suspenderá o processo origi-
nário até o julgamento do incidente.
A arguição será sempre individual, não impedindo os demais Conselheiros de apreciá-
-la, ainda que também objeto de arguição no mesmo processo originário, salvo se já acolhida
a exceção.

A petição poderá ser liminarmente indeferida pelo presidente, em despacho funda-


mentado, se:
I – for manifestamente improcedente ou inepta;
II – firmada por parte ilegítima.

Se admitido o incidente, o presidente ou o vice-presidente, conforme o caso, concederá


o prazo de trinta dias para a manifestação do arguido.
Reconhecido pelo arguido o seu impedimento ou a sua suspeição, os autos do pro-
cesso originário serão encaminhados para redistribuição no caso de ser ele o relator, e os do
incidente, para arquivamento.
Não reconhecido pelo arguido o seu impedimento ou a sua suspeição, o presidente ou o
vice-presidente, conforme o caso, submeterá, no prazo de trinta dias, o incidente ao Tribunal
em sessão reservada.

www.grancursosonline.com.br 73
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

Quando levado o incidente a Plenário, ao membro do Ministério Público presente à


sessão caberá dizer de direito, verbalmente.
Caso o Tribunal decida pela existência de suspeição ou impedimento, o processo será
distribuído a novo relator ou substituído o auditor ou procurador do Ministério Público junto
ao Tribunal, conforme o caso, para atuar no processo principal, determinando-se o arquiva-
mento do incidente.
Em caso de impedimento ou suspeição do presidente, o relator do incidente será o vice-
-presidente.
A decisão que declarar a existência de impedimento ou suspeição especificará o alcance
e os respectivos efeitos.
O impedimento ou a suspeição será registrado no sistema de protocolo e acompanha-
mento processual, devendo tal condição ser anunciada pelo presidente antes da apreciação
do processo.
Descabe a interposição de recurso de decisão relativa a incidente de exceção de impe-
dimento ou de suspeição.

4.12 Comunicações

Sempre que houver indício ou configuração de irregularidade, alcance ou dano ao patri-


mônio do Distrito Federal ou de entidade de sua administração indireta, incluídas as funda-
ções, o Tribunal ordenará a citação, a audiência, a notificação ou a cientificação da parte para
que esta apresente defesa, razões de justificativa ou esclarecimentos, conforme o caso.
A citação, a comunicação de audiência ou a notificação, bem como a comunicação de
diligência e de rejeição de alegações de defesa, far-se-ão:

• mediante ciência da parte, efetivada por servidor designado, por meio eletrônico, fac-
-símile, telegrama ou qualquer outra forma, desde que fique confirmada inequivoca-
mente a entrega da comunicação ao destinatário;
• mediante carta registrada, com aviso de recebimento que comprove a entrega no
endereço do destinatário;
• por edital publicado nos órgãos oficiais, quando o seu destinatário não for localizado.

Quando a parte for representada por advogado, a comunicação deve ser dirigida ao
representante legalmente constituído nos autos.
Falecido o responsável e evidenciada a sucessão na responsabilidade de ressarci-
mento, o Tribunal ordenará a citação do cônjuge ou companheiro supérstite, dos herdeiros
ou sucessores e dos corresponsáveis por fiança ou seguro, para apresentar defesa.

www.grancursosonline.com.br 74
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

A citação, a audiência, a comunicação de diligência ou a notificação determinada, con-


forme o caso, pelo relator, pelo presidente ou pelo Plenário será expedida pela unidade téc-
nica competente dos Serviços Auxiliares do Tribunal.
No caso de adoção de medida cautelar pelo Tribunal, pelo presidente ou pelos relato-
res, as comunicações poderão ser efetivadas pelo meio mais célere possível.
Supre a falta da citação ou da audiência o comparecimento espontâneo do responsá-
vel, desde que havido após a determinação do Tribunal ou do relator prevista no inciso II ou
III do art. 198 do Regimento.

4.13 Das Certidões e Prestação de Informações

As certidões ou informações requeridas ao Tribunal por pessoa física ou jurídica, para


defesa de seus direitos ou esclarecimentos de interesse particular, coletivo ou geral, serão expe-
didas pela Presidência ou pelos dirigentes das unidades competentes dos Serviços Auxiliares,
mediante delegação, no prazo máximo de dez dias úteis a contar da autuação do requerimento.
Os requerimentos serão instruídos em caráter prioritário pelas unidades competentes,
considerando os julgados do Tribunal, o cadastro de responsáveis por contas julgadas irregu-
lares, bem como outras fontes subsidiárias, encaminhando-os à Presidência acompanhados
de minuta de certidão.

4.14 Prazos

De acordo com o art. 168 do RI, os prazos referidos no Regimento contam-se dia a dia,
a partir da data:
I – do recebimento pela parte:
a) da citação ou da comunicação de audiência;
b) da comunicação de rejeição das alegações da defesa ou das razões de justificativas;
c) da comunicação de diligência;
d) da notificação;
II – da notificação do MPjTCDF quando este atuar na condição de parte;
III – constante de documento que comprove a ciência da parte;
IV – da publicação nos órgãos oficiais, quando a parte não for localizada;
V – da publicação da decisão ou do acórdão no Diário Oficial do Distrito Federal,
nos demais casos, salvo disposição legal expressa em contrário;
VI – da circulação do Boletim Interno.
Na contagem dos prazos, salvo disposição legal em contrário, excluir-se-á o dia do
início e incluir-se-á o do vencimento. O prazo começa a correr a partir do primeiro dia em
que houver expediente no Tribunal. Se o vencimento do prazo recair em dia em que não
houver expediente, será prorrogado até o primeiro dia útil seguinte.

www.grancursosonline.com.br 75
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

Se o início ou vencimento do prazo coincidirem com o dia em que o expediente for


encerrado antes ou iniciado depois da hora normal, ou houver indisponibilidade da comuni-
cação eletrônica, o prazo será prorrogado para o primeiro dia útil seguinte.
As Secretarias de Controle Externo acompanharão, permanentemente, o cumprimento
das decisões do Plenário, bem como das determinações do presidente e dos relatores,
cabendo-lhes representar aos relatores ou à Presidência, nos casos em que não houver
relator, sobre inobservâncias ou atrasos verificados.
O relator terá o prazo de até trinta dias, contado da data do recebimento do processo
no seu Gabinete, para submetê-lo à deliberação do Plenário ou, quando for o caso, para
sobre ele decidir, mediante despacho singular, nos termos dos art. 123 e 172 do Regimento.

5. JULGAMENTO DE CONTAS

A função judicante do TCDF decorre da competência definida na LODF e na LC n.


01/1994 (LO-TCDF) de julgar as contas:

• dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores da admi-


nistração direta e indireta ou que estejam sob sua responsabilidade, incluídos os das
fundações e sociedades instituídas ou mantidas pelo poder público do Distrito Federal,
bem como daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que
resulte prejuízo ao Erário;
• dos dirigentes ou liquidantes de empresas incorporadas, extintas, liquidadas ou sob
intervenção ou que, de qualquer modo, venham a integrar, provisória ou definitivamente,
o patrimônio do Distrito Federal ou de outra entidade da administração indireta;
• daqueles que assumam obrigações de natureza pecuniária em nome do Distrito Fede-
ral ou de entidade da administração indireta;
• dos dirigentes de entidades dotadas de personalidade jurídica de direito privado que
recebam contribuições, subvenções, auxílios e assemelhados, até o limite do patrimô-
nio transferido.

O julgamento das contas dos gestores públicos ou daqueles que causarem prejuízo ao
Erário público é uma competência própria (privativa) do Tribunal de Contas, não cabendo
qualquer participação ou revisão por parte do Poder Legislativo.
Ressalta-se que o verbo julgar não possui cunho jurisdicional, exclusivo do julgamento
pelo Poder Judiciário. No julgamento das contas, os TCs poderão julgá-los regulares, regu-
lares com ressalvas ou irregulares, aplicando, neste caso, as sanções cabíveis previstas em
lei. É importante saber que o julgamento das contas pelos TCs não é de natureza jurisdicio-
nal, esta exclusiva do Poder Judiciário, e sim de natureza administrativa.

www.grancursosonline.com.br 76
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

Além das contas ordinárias ou anuais dos gestores públicos, o Tribunal de Contas julga
as tomadas de contas especiais daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregu-
laridade de que resulte prejuízo ao erário público, mesmo que não seja administrador público.
Essas contas são as chamadas tomadas de contas especiais, que são aquelas ins-
tauradas quando se verificar a ocorrência de desfalque ou desvio de bens ou outra irregula-
ridade de que resulte prejuízo para a Fazenda Pública, ou, ainda, quando se verificar que
o responsável pela aplicação dos recursos públicos não prestou contas no prazo e na forma
fixados nos normativos do TC e dos órgãos de Controle Interno.

5.1 Tomada e Prestação de Contas

O art. 179 do RI estabelece que as pessoas indicadas no art. 6º, I a VI, do Regimento
têm o dever de prestar contas e, ressalvado o disposto no inciso XXXV do art. 5º da Consti-
tuição Federal, só por decisão do Tribunal de Contas do Distrito Federal podem ser liberadas
dessa responsabilidade.
Repare que os dirigentes das entidades indicados nos incisos I a VI do art. 6º do RI têm
o dever de prestar contas anualmente ao Tribunal, e somente serão liberados dessa obriga-
ção por decisão do Poder Judiciário ou do próprio TCDF.
Vale notar que as pessoas físicas, órgãos e entidades públicas ou privadas presta-
rão contas diretamente ao órgão/entidade repassador, quanto à boa e regular aplicação de
recursos recebidos do Distrito Federal sob a forma de convênio, acordo, ajuste ou outros
instrumentos congêneres, incluindo auxílios, contribuições, subvenções ou qualquer outra
forma de transferência. O TCDF verificará essas contas quando julgar as contas dos órgãos
repassadores dos recursos.
As contas dos administradores e responsáveis serão submetidas a julgamento do Tribu-
nal, sob a forma de tomada ou prestação de contas, que poderão ser:

• Ordinárias – processos de tomada e prestação de contas anuais encaminhados pelos


gestores ao TCDF;
• Extraordinárias – processos de contas elaborados antes do encerramento do exercí-
cio em função de extinção, liquidação, dissolução, transformação, fusão, incorporação
ou desestatização de unidades jurisdicionadas;
• Especiais – processos de tomada de contas elaborados pelas autoridades administra-
tivas competentes em caso de dano ao erário.

Atenção para a seguinte norma contida na LO-TCDF:

• Nas tomadas ou prestações de contas, devem ser incluídos todos os recursos


orçamentários e extraorçamentários, geridos ou não pela unidade ou entidade.

www.grancursosonline.com.br 77
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

O órgão de controle interno competente encaminhará ou colocará à disposição do Tri-


bunal, em cada exercício, por meio de acesso a banco de dados informatizado, o rol de res-
ponsáveis e suas alterações, com a indicação da natureza da responsabilidade de cada um,
além de outros documentos ou informações necessárias, na forma prescrita em ato normativo.
As contas dos órgãos e fundos indicados no art. 254 do RI deverão ser acompanhadas
de demonstrativos que expressem as situações dos projetos e instituições beneficiadas por
renúncia de receitas, bem como do impacto socioeconômico de suas atividades.
Salvo disposição legal ou regulamentar em contrário, os processos de tomada ou pres-
tação de contas ordinária deverão ser apresentados ao Tribunal dentro dos prazos definidos
no ato normativo próprio.
Os processos de tomada ou prestação de contas ordinária conterão os elementos e
demonstrativos especificados em ato normativo, que evidenciem a boa e regular aplica-
ção dos recursos públicos e, ainda, a observância aos dispositivos legais e regulamentares
aplicáveis.
O referido ato normativo, tendo em vista a racionalização e a simplificação do exame e
do julgamento das tomadas e prestações de contas pelo Tribunal, estabelecerá também cri-
térios de formalização dos respectivos processos, tendo em vista a materialidade dos recur-
sos públicos geridos, a natureza e a importância socioeconômica dos órgãos e entidades.
O responsável que não apresentar, no prazo, prestação ou tomada de contas anual
ficará sujeito à tomada de contas especial.

5.2 Tomada de Contas Especial

Vimos que todo aquele, pessoa física ou jurídica, pública ou privada que utilize, arre-
cade, guarde ou administre dinheiros, bens e valores públicos estão sujeitos a prestação de
contas. Da mesma forma, devem prestar contas as pessoas referenciadas, quando o DF, ou
que, em nome deste, assumam obrigações de natureza pecuniária.
Sujeitam-se ainda, à jurisdição dos tribunais de contas, aqueles que derem causa
a perda, extravio ou irregularidade de que resulte prejuízo ao erário. Portanto, no
âmbito do TCDF, estão obrigados a apresentarem ou a terem as suas contas tomadas,
ainda que extraordinariamente, todo aquele que, na gestão temporária da coisa pública, de
alguma forma, cause prejuízo ao erário, por exemplo, na aplicação de recursos transferidos
mediante convênio.
A Tomada de Contas Especial (TCE) pode ser entendida como tomada de contas em
circunstâncias especiais, sendo um instrumento legal destinado a identificar eventuais preju-
ízos na guarda e aplicação de recursos públicos com vistas ao ressarcimento do Erário.
O Instituto da tomada de contas especial está disciplinado na Lei Orgânica do TCDF
(art. 9º) e no seu Regimento Interno.

www.grancursosonline.com.br 78
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

5.2.1 Pressupostos e hipóteses que ensejam a instauração da TCE

TCE é definida no artigo 9º da LO-TCDF da seguinte forma:

Art. 9º Diante da omissão no dever de prestar contas, da não comprovação da


aplicação dos recursos repassados pelo Distrito Federal, na forma prevista no
inciso VI do art. 6º desta Lei Complementar, da ocorrência de desfalque ou desvio
de dinheiros, bens ou valores públicos, ou, ainda, da prática de qualquer ato ilegal,
ilegítimo ou antieconômico de que resulte dano ao Erário, a autoridade administra-
tiva competente, sob pena de responsabilidade solidária, deverá imediatamente
adotar providências, com vista à instauração de tomada de contas especial, para
apuração dos fatos, identificação dos responsáveis e quantificação do dano.

Já o art. 187 do Regimento Interno do TCDF, alterado pela Emenda Regimental n. 4 de


15/12/2021, reza que, diante da omissão no dever de prestar contas, da não comprovação
da aplicação dos recursos repassados pelo Distrito Federal na forma prevista no inciso VI do
art. 6º da Lei Complementar n. 01/1994, da ocorrência de desfalque ou desvio de dinheiros,
bens ou valores públicos, ou, ainda, de dano ao patrimônio público resultante da prática de
ato ilegal, ilegítimo ou antieconômico, a autoridade administrativa competente deverá adotar
providências com vistas à apuração dos fatos, à identificação dos responsáveis, à quantifica-
ção do dano e à obtenção do respectivo ressarcimento ou reposição do bem.
Portanto, o administrador deve tomar as providências necessárias à instauração da
TCE nas seguintes ocorrências:

• omissão no dever de prestar contas;


• não comprovação da aplicação dos recursos repassados pelo DF;
• desfalque ou desvio de dinheiro, bens ou valores públicos;
• dano ao patrimônio público resultante da prática de ato ilegal, ilegítimo ou antieconômico.

O primeiro e principal pressuposto para a instauração de um processo de TCE é a con-


figuração de um dano ao Erário. Tal dano pode estar de fato caracterizado, como é o caso
de perda, extravio, desvio de recursos, etc., ou pode ser consequência de presunções legais.
A omissão no dever de prestar contas ou a não comprovação da boa e regular aplicação dos
recursos distritais levam à presunção de que se causou prejuízo ao Erário. O prejuízo, nesse
caso, é correspondente ao montante de recursos sem aplicação correta comprovada.
Tal consequência tem raízes no conceito de república (res publica). Surge daí o dever
constitucional de prestação de contas. Quem gerencia recursos públicos lida com recursos
alheios e deve demonstrar ao verdadeiro titular, a sociedade, o uso correto desses recursos.

prejuízo ao Erário = montante de recursos sem aplicação comprovada

www.grancursosonline.com.br 79
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

Aliada ao débito, deve estar configurada uma conduta culposa ou dolosa de um agente
público. Dessa forma, um ou mais responsáveis pelo prejuízo quantificado devem existir, e a
relação de causa e efeito entre a conduta do agente e o dano deve ficar caracterizada. Esse
responsável (ou esses responsáveis) precisa estar perfeitamente identificado, tendo em vista
que o ressarcimento aos cofres públicos será cobrado dele.

5.2.2 Objetivos da TCE

Nas definições de TCE, observamos que um procedimento de tomada de contas espe-


cial tem como objetivos básicos:

• apurar os fatos que resultaram em prejuízo ao Erário (O QUE);


• identificar e qualificar os agentes causadores do dano (QUEM e COMO);
• quantificar o prejuízo sofrido pelos cofres públicos (QUANTO).

Tais objetivos possibilitam o alcance da finalidade maior de uma TCE, que é o ressarci-
mento dos cofres públicos. Se não pela própria via administrativa da TCE, pela obtenção,
ao fim de seu julgamento, de um título executivo para cobrança judicial da dívida, consubs-
tanciado no acórdão condenatório proferido pelo Tribunal de Contas.

5.2.3 Responsável pela Instauração

A autoridade administrativa competente deve adotar providências imediatas sempre


que verificar uma hipótese ensejadora da TCE. As providências devem ser adotadas para:

• apuração dos fatos;


• identificação dos responsáveis;
• quantificação do dano;
• obtenção do ressarcimento.

Repare que a instauração de TCE é uma medida de exceção, em função do seu custo.
Nesse sentido, a legislação exige que a autoridade administrativa competente, antes da instau-
ração de TCE, adote medidas administrativas internas para regularizar a situação ou ressarcir o
dano, conforme especificado em instrução normativa, observados os princípios norteadores dos
processos administrativos, em especial o da racionalidade administrativa, do devido pro-
cesso legal, da economia processual, da celeridade, da ampla defesa e do contraditório.
Esgotadas as medidas administrativas internas sem obtenção do ressarcimento pretendido,
a autoridade administrativa competente deve providenciar a imediata instauração de tomada de
contas especial. Considera-se instaurada a tomada de contas especial a partir da autuação de
processo específico, em atendimento a determinação da autoridade administrativa competente.

www.grancursosonline.com.br 80
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

5.2.4 Omissão da Autoridade

A não adoção das providências para apuração dos fatos, identificação dos responsá-
veis, quantificação do dano e obtenção do ressarcimento é considerada grave infração à
norma legal, sujeitando a autoridade administrativa à responsabilização solidária pelo
dano ocorrido e às sanções cabíveis. Nesse caso, o Tribunal determinará a instauração
da respectiva TCE, fixando prazo para cumprimento dessa decisão.

5.2.5 Conteúdo da TCE

A tomada de contas especial instaurada por determinação da autoridade administrativa


ou do Tribunal deverá conter os elementos referidos no art. 10 da LC n. 01/1994 e os espe-
cificados em instrução normativa, sem prejuízo de outras peças que permitam ajuizamento
acerca da responsabilidade apurada.
O art. 10 da LC n. 01/1994 estabelece que integrarão a tomada ou prestação de contas,
inclusive a tomada de contas especial, dentre outros elementos estabelecidos no Regimento
Interno, os seguintes:

1) relatório de gestão;
2) relatório do tomador de contas, quando couber;
3) relatório e certificado de auditoria, com o parecer do dirigente do órgão de con-
trole interno, que consignará qualquer irregularidade ou ilegalidade constatada,
indicando as medidas adotadas para corrigir as faltas encontradas, manifestan-
do-se sobre a eficácia e a eficiência da gestão orçamentária, financeira, contábil e
patrimonial;
4) pronunciamento do Secretário de Estado supervisor da área ou da autoridade
de nível hierárquico equivalente;
5) endereço do responsável, para efeito de comunicações que se tornarem neces-
sárias.

Naturalmente o conteúdo anterior não se aplica ao processo convertido em tomada de


contas especial pelo Tribunal, sendo, nesse caso, obrigatória, entretanto, a cientificação do
secretário de Estado supervisor da área ou da autoridade equivalente.

5.2.6 Dispensa de Instauração de TCE

Conforme o art. 190 do RI-TCDF, a título de racionalidade administrativa e economia


processual, o Tribunal fixará em instrução normativa as hipóteses de dispensa de instau-
ração, de processamento e tramitação simplificados e de encerramento antecipado ou não
prosseguimento da tomada de contas especial.

www.grancursosonline.com.br 81
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

5.2.7 Conversão de Dano Apurado em Fiscalização em TCE

Nos termos do art. 191 do RI-TCDF, ao exercer as fiscalizações, se verificada a ocorrên-


cia de desfalque, desvio de bens ou outra irregularidade de que resulte dano ao patrimônio
público, o Tribunal ordenará, desde logo, a conversão da matéria em tomada de contas espe-
cial e a citação dos envolvidos para apresentarem defesa ou recolherem a quantia devida.
É condição necessária para a conversão, a elaboração de matriz de responsabilização
na forma prevista no Manual de Auditoria e demais fiscalizações do Tribunal.

5.2.8 Forma de Envio da TCE ao TCDF

Conforme o art. 192 do RI-TCDF, a TCE será comunicada e encaminhada ao Tribunal


por meio de sistema informatizado, observando a formalização, os prazos e os trâmites
especificados em instrução normativa.
Nos termos dos parágrafos 2º e 3º do art. 9º da LO-TCDF, a TCE será, desde logo,
encaminhada ao Tribunal de Contas para julgamento, se o dano causado ao Erário for
de valor igual ou superior à quantia para esse efeito fixada pelo Tribunal, em cada ano
civil, na forma estabelecida no seu Regimento Interno.
Se o dano for de valor inferior à quantia definida pelo Tribunal, a TCE será ane-
xada ao processo da respectiva tomada ou prestação de contas anual do administra-
dor ou ordenador de despesa, para julgamento em conjunto.

5.3 Julgamento das Contas e Tipos de Decisões

Depois de elaborados os processos de contas, eles são encaminhados ao TCDF para


julgamento. A decisão do TCDF em processo de prestação ou de tomada de contas, mesmo
especial, pode ser preliminar, definitiva ou terminativa.
Preliminar é a decisão adotada, antes do exame de mérito, de cunho saneador, pelo
Tribunal, proferida pelo relator ou pelo Tribunal, quando resolve sobrestar o julgamento, orde-
nar a citação ou a audiência dos responsáveis ou, ainda, determinar outras diligências neces-
sárias ao saneamento do processo.
Terminativa é a decisão, sem julgamento de mérito, pela qual o Tribunal ordena o
trancamento das contas iliquidáveis, consideradas assim aquelas que, por motivo de força
maior ou caso fortuito, comprovadamente alheio à vontade do agente, tornar impossível o
julgamento de mérito, podendo ser reaberta num prazo de cinco anos, à vista de novos ele-
mentos considerados suficientes. Após esse prazo, as contas serão encerradas.

www.grancursosonline.com.br 82
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

CASO FORTUITO OU DE FORÇA MAIOR: Fato que não se pode prever ou evitar,
que foge às forças humanas ou às forças do devedor, impedindo e impossibilitando
o cumprimento da obrigação. O artigo 393 do Código Civil equipara o caso fortuito
ao de força maior, tornando insignificante a divergência de alguns autores quanto
ao significado de uma ou de outra expressão. Por isso, são tomadas como expres-
sões de mesmo significado.

Terminativa, também, é a decisão que determina o arquivamento de uma TCE pela


ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo
ou por racionalização administrativa e economia processual.
Definitiva é a decisão, de mérito, pela qual o Tribunal julga as contas regulares, regu-
lares com ressalva ou irregulares.

De acordo com o RI-TCDF, verificada irregularidade nas contas, o relator ou o Tribunal:

• definirá a responsabilidade individual ou solidária pelo ato de gestão inquinado;


• se houver débito, ordenará a citação do responsável para que, no prazo de trinta dias,
apresente alegações de defesa ou recolha a quantia devida, ou ainda, a seu critério,
adote ambas as providências;
• se não houver débito, determinará a audiência do responsável para que, no prazo de
trinta dias, apresente razões de justificativa;
• adotará outras medidas cabíveis.

Quanto à responsabilidade solidária, o Tribunal pode condenar solidariamente com o gestor


público pessoas (físicas ou jurídicas) que não sejam agentes públicos. É o caso, por exemplo,
de uma fraude em licitação pública, mediante o conluio entre o agente público e o particular.

www.grancursosonline.com.br 83
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

Com relação à existência ou não de débito, deve-se ter muito cuidado quanto às seguin-
tes regras, pois são muito cobradas em prova, a saber:

Os débitos serão atualizados monetariamente e, caso o responsável venha a ser con-


denado pelo Tribunal, serão acrescidos de juros de mora, nos termos da legislação vigente,
devendo-se registrar expressamente essas informações no expediente citatório.

Se a defesa comprovar o indébito, o Tribunal julgará as contas regulares.


Na análise da defesa, será verificada a ocorrência de boa-fé na conduta do responsável
e a inexistência de outra irregularidade nas contas.
Comprovada a existência dos requisitos anteriores – ocorrência de boa-fé na conduta
do responsável e inexistência de outra irregularidade nas contas – e subsistindo o débito, o
Tribunal rejeitará as alegações de defesa e dará ciência ao responsável para que, em novo
e improrrogável prazo de trinta dias, recolha a importância devida.
Reconhecida pelo Tribunal a boa-fé, a liquidação tempestiva do débito atualizado mone-
tariamente saneará as contas, e, não havendo outra irregularidade nas contas, o Tribunal as
julgará regulares com ressalva e dará quitação ao responsável.
Não reconhecida a boa-fé do responsável ou havendo outras irregularidades, o Tribunal
proferirá o julgamento definitivo de mérito pela irregularidade das contas.
O esquema a seguir facilita o entendimento acerca das normas vistas anteriormente
relativas ao processo de julgamento das contas, quando há a ocorrência de débito:

www.grancursosonline.com.br 84
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

Dando sequência, veremos agora os tipos de decisões definitivas do TCDF.

www.grancursosonline.com.br 85
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

5.3.1 Prazo para Julgamento das Contas

O Tribunal julgará as tomadas e prestações de contas até o término do exercício seguinte


àquele em que lhe tiverem sido apresentadas.

5.3.2 Tipos de Decisões Definitivas (de mérito)

Ao julgar as contas de forma definitiva, o Tribunal decidirá se são regulares, regulares


com ressalva ou irregulares.

5.3.2.1 Contas Regulares

• Quando expressarem, de forma clara e objetiva, a exatidão dos demonstrativos contá-


beis, a legalidade, a legitimidade e a economicidade dos atos de gestão do responsável;
• Nesse caso, o Tribunal dará quitação plena ao responsável.

5.3.2.2 Contas Regulares com Ressalva

• Quando evidenciarem impropriedade ou qualquer outra falta de natureza formal de que


não resulte dano ao erário;
• O Tribunal dará quitação ao responsável e lhe determinará, ou a quem lhe haja
sucedido, a adoção de medidas necessárias à correção das impropriedades ou
faltas identificadas, de modo a prevenir a ocorrência de outras semelhantes;
• Contas apresentadas em desacordo com as normas legais e regulamentares aplicáveis
à matéria poderão ser julgadas regulares com ressalva, desde que se comprove, por
outros meios, a boa e regular aplicação dos recursos.

5.3.2.3 Contas Irregulares

• O TCDF deverá julgar as contas irregulares quando comprovada qualquer das seguin-
tes ocorrências: a) omissão no dever de prestar contas; b) prática de ato de gestão
ilegal, ilegítimo, antieconômico, ou infração à norma legal ou regulamentar de natureza
contábil, financeira, orçamentária, operacional ou patrimonial; c) dano ao erário decor-
rente de ato de gestão ilegítimo ao antieconômico; d) desfalque ou desvio de dinheiros,
bens ou valores públicos;
• O Tribunal poderá julgar irregulares as contas no caso de reincidência no descumpri-
mento de determinação de que o responsável tenha tido ciência, feita em processo de
tomada ou prestação de contas.

www.grancursosonline.com.br 86
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

Atenção para o que dispõe o § 4º do art. 205 do RI. Citado o responsável pela omissão
no dever de prestar contas, bem como instado a justificar essa omissão, a apresentação
posterior das contas, sem justificativa para a falta, não elidirá a respectiva irregularidade,
podendo o débito ser afastado caso a documentação comprobatória das despesas esteja de
acordo com as normas legais e regulamentares e demonstre a boa e regular aplicação dos
recursos, sem prejuízo de aplicação da multa prevista no inciso I do art. 272 do RI.
Os §§ 5º a 7º do art. 205 do RI estabelecem a consequência do julgamento das contas
pela irregularidade. Nas hipóteses de dano ao erário decorrente de ato de gestão ilegítimo
ao antieconômico e desfalque ou desvio de dinheiros, bens ou valores públicos, o Tribunal,
ao julgar irregulares as contas, fixará a responsabilidade solidária:

• do agente público que praticou o ato irregular;


• do terceiro que, como contratante ou parte interessada na prática do mesmo ato, de
qualquer modo haja concorrido para o cometimento do dano apurado.

A responsabilidade do terceiro derivará do cometimento de irregularidade que não


se limite ao simples descumprimento de obrigações contratuais ou ao não pagamento de
títulos de crédito ou da irregularidade no recebimento de benefício indevido ou pagamento
superfaturado.

www.grancursosonline.com.br 87
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

O Tribunal remeterá cópia de documentação pertinente ao órgão competente (Ministé-


rio Público, por exemplo), para ajuizamento das ações cabíveis, caso julgue as contas irre-
gulares com fundamento nas seguintes hipóteses:

• dano ao erário decorrente de ato de gestão ilegítimo ao antieconômico;


• desfalque ou desvio de dinheiros, bens ou valores públicos.

O Tribunal pode decidir sobre essa mesma providência também nas demais hipóteses
de julgamento das contas irregulares:

• omissão no dever de prestar contas;


• prática de ato de gestão ilegal, ilegítimo, antieconômico, ou infração à norma legal ou
regulamentar de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional ou patrimonial.

Quando o Tribunal julgar as contas irregulares:

5.3.2.4 Contas Iliquidáveis

As contas serão consideradas iliquidáveis quando caso fortuito ou motivo de força


maior, comprovadamente alheio à vontade do responsável, tornar materialmente impossível
o julgamento de mérito. Nesse caso, o Tribunal ordenará o trancamento das contas e o con-
sequente arquivamento do processo.
Dentro do prazo de cinco anos contados da publicação, nos órgãos oficiais, da decisão
terminativa a que se refere o § 3º do art. 197 do RI, o Tribunal poderá, à vista de novos ele-
mentos considerados suficientes, autorizar o desarquivamento do processo e determinar que
se ultime a respectiva tomada ou prestação de contas.
Transcorrido o prazo referido no parágrafo anterior sem que tenha havido nova decisão,
as contas serão consideradas encerradas, com baixa na responsabilidade do administrador.

www.grancursosonline.com.br 88
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

5.4 Execução das Decisões

A decisão definitiva na forma de Acórdão publicada nos órgãos oficiais constituirá:

Certificado de quitação plena do responsável


No caso de contas regulares
para com o erário.

Certificado de quitação com determinação, se


No caso de contas regulares com ressalva
cabível.

Obrigação de o responsável, no prazo


estabelecido no Regimento, provar, perante
o Tribunal, que recolheu aos cofres públicos
a quantia correspondente ao débito que lhe
tiver sido imputado ou da multa cominada;
Título executivo bastante para a cobrança
No caso de contas irregulares judicial da dívida decorrente do débito ou
da multa, se não recolhidos no prazo pelo
responsável;
Fundamento para que a autoridade
competente proceda à efetivação da sanção e
da medida cautelar previstas respectivamente
nos art. 60 e 61 da LO-TCDF.

A decisão do Tribunal, de que resulte imputação de débito ou cominação de multa, torna


a dívida líquida e certa e tem eficácia de título executivo.
O responsável será notificado para efetuar e provar o pagamento das dívidas decorren-
tes de imputação de débito ou cominação de multa.
Os débitos fixados pelo Tribunal serão atualizados monetariamente desde a ocorrência
do dano até a data da imputação, na forma da legislação do Distrito Federal, estando sujeitos
ao tratamento dispensado aos créditos vencidos de natureza não tributária, se decorrentes
de ato doloso.
Quando a data da ocorrência do dano for desconhecida, considerar-se-á a data estabe-
lecida no processo de apuração.
Os débitos serão recolhidos ao tesouro distrital ou à própria entidade, se vinculada à
administração indireta.
Os débitos e multas imputados pelo Tribunal poderão, a critério do interessado, ser
recolhidos de forma parcelada, nos termos da legislação do Distrito Federal aplicável aos
parcelamentos de créditos de natureza não tributária.
O recolhimento parcelado da obrigação de forma espontânea implica confissão da
dívida apurada.

www.grancursosonline.com.br 89
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

O recolhimento mensal do valor devido deverá ser efetuado:

• mediante Documento de Arrecadação (DAR) emitido a favor do tesouro distrital, no


caso de ressarcimento de dano causado a órgão da administração direta ou de multa
aplicada pelo Tribunal;
• à própria entidade prejudicada, quando se tratar de dano causado a ente da administra-
ção indireta, encaminhando-se a comprovação do recolhimento ao Tribunal.

Se o responsável for servidor público distrital, este poderá providenciar junto ao órgão
ou à entidade em que esteja lotado o desconto mensal do valor devido em folha de paga-
mento, na forma da lei.
Provado o pagamento integral, o Tribunal expedirá quitação do débito ou da multa ao
responsável, desde que o processo não tenha sido remetido para cobrança judicial.
O pagamento integral do débito ou da multa não importa em modificação do julgamento
quanto à irregularidade das contas. Uma vez julgadas irregulares as contas, não muda essa
condição, mesmo que o responsável pague o débito e a multa!
Expirado o prazo, sem manifestação do responsável, o Tribunal:

• determinará o desconto integral ou parcelado da dívida nos vencimentos, subsídio,


salário ou proventos do responsável, observados os limites previstos na legislação
pertinente;
• autorizará, alternativamente, a cobrança judicial da dívida, por intermédio do Ministério
Público junto ao Tribunal;
• providenciará a inclusão do nome do responsável no Cadastro Informativo de créditos
não quitados do setor público distrital, na forma estabelecida em ato normativo.

A decisão terminativa, acompanhada de seus fundamentos, será publicada no Diário


Oficial do Distrito Federal.

5.4.1 Inelegibilidade do Responsável

O art. 218 do RI prevê que, para os fins previstos no art. 1º, I, ‘g’, e no art. 3º da Lei
Complementar n. 135, de 04/06/2010, o Tribunal, com a devida antecedência ou quando
solicitado, enviará ao Ministério Público Eleitoral, em tempo hábil, o nome dos responsáveis
cujas contas houverem sido julgadas irregulares nos oito anos imediatamente anteriores à
época em que forem realizadas eleições no âmbito da União, dos estados, do Distrito Federal
e dos municípios, não se aplicando o envio à Justiça Eleitoral aos processos em que houver
recurso com efeito suspensivo cuja admissibilidade tenha sido reconhecida pelo relator.

www.grancursosonline.com.br 90
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

5.5. Fiscalização do TCDF

A função fiscalizatória é a mais facilmente associada à atuação dos tribunais de contas.


Isso porque a maior parte das competências das Cortes de Contas está inserida nessa função.
As fiscalizações em sentido estrito são as ações de controle externo realizadas por
meio dos instrumentos de fiscalização: auditorias, inspeções, levantamentos, acompanha-
mentos e monitoramentos, que podem derivar de solicitações externas ou da livre iniciativa
do próprio tribunal. Podemos incluir também no conjunto das competências fiscalizadoras a
apreciação das representações e denúncias.
Entre outras, relacionam-se com a função fiscalizatória do Tribunal de Contas as seguin-
tes atividades:

• fiscalizar a execução de atos e contratos;


• fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pelo Ente da Federação
mediante convênios e outros instrumentos congêneres a outros Entes ou a entida-
des privadas;
• fiscalizar a aplicação de subvenções e a renúncia de receitas;
• realizar auditorias, inspeções e outros instrumentos de fiscalização;
• apurar denúncias e representações;
• apreciar, para fins de registro, a legalidade de atos de admissão de pessoal, bem como
de concessões de aposentadorias, reformas e pensões.

5.5.1 Alcance da Fiscalização dos Tribunais de Contas

O art. 70 da CF estabelece o alcance da fiscalização da gestão pública, realizada pelos


controles externo e interno, a saber:

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial


da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade,
legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas,
será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema
de controle interno de cada Poder.

Embora o caput do art. 70 fale apenas do Congresso Nacional, que possui a titularidade
do controle externo, a fiscalização é exercida com apoio do Tribunal de Contas da União, a
quem compete também a fiscalização e algumas atribuições privativas no exercício dessa
fiscalização, como a sua realização mediante auditorias e inspeções.
Logo, as cinco espécies de fiscalização (contábil, financeira, orçamentária, operacional
e patrimonial) e os cinco aspectos a serem fiscalizados (legalidade, legitimidade, economi-
cidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas) competem de igual modo ao Sis-
tema de Controle Interno de cada Poder, ao Congresso Nacional e, em uma interpretação
extensiva, ao TCU, já que o art. 71 da CF estabelece o seu papel de auxiliar o Legislativo.

www.grancursosonline.com.br 91
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

Cabe notar a abrangência conferida pelo constituinte à fiscalização dos órgãos e enti-
dades estatais: transcende os aspectos de legalidade e não se restringe à despesa. A
fiscalização da gestão pública pode ser realizada de cinco modos: contábil, financeira, orça-
mentária, operacional e patrimonial.

5.5.1.1 Fiscalização Contábil

A fiscalização contábil está relacionada à aplicação dos recursos públicos conforme as


técnicas contábeis. Tem como propósito verificar se os fatos relacionados com a gestão dos
recursos públicos estão sendo escriturados de acordo com as normas contábeis aplicadas ao
caso. Além da conformidade dos registros, verifica-se a adequada elaboração e divulgação
dos demonstrativos contábeis – balanços.

5.5.1.2 Fiscalização Financeira

A fiscalização financeira está relacionada ao fluxo de recursos (ingressos e saídas) geri-


dos pelo administrador, independentemente de serem ou não recursos orçamentários.
Constitui objeto da fiscalização financeira a verificação da legalidade e legitimidade na
realização das despesas, observando se o gestor público cumpriu os princípios e as regras
estabelecidas para as aquisições de bens e serviços e de liquidação da despesa pública.

5.5.1.3 Fiscalização Orçamentária

A fiscalização orçamentária está relacionada à aplicação dos recursos públicos, con-


forme as leis orçamentárias, acompanhando a arrecadação dos recursos e a aplicação. Ou
seja, o seu objetivo é verificar se as receitas e despesas públicas guardam conformidade
com as peças orçamentárias: Plano Plurianual (PPA), Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)
e Lei do Orçamento Anual (LOA). Verifica se foram respeitados os limites e destinações esta-
belecidos nas leis orçamentárias.
Márcio Albuquerque e Estevão Cunha ressaltam que tal fiscalização envolve diversas
fases, não acontecendo apenas posteriormente, quando da prestação de contas ao órgão de
controle externo. Nesse sentido, o art. 77 da Lei n. 4.320/1964 estabelece que a verificação
da legalidade dos atos de execução orçamentária será prévia, concomitante e subsequente.
Por outro lado, a CF dispõe que caberá à Comissão Mista de Orçamento do Congresso
Nacional proceder ao acompanhamento e à fiscalização orçamentária, nos termos do art.
166 do texto constitucional:

Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentá-


rias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas
Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum.

www.grancursosonline.com.br 92
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

§ 1º Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados:


I – examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as
contas apresentadas anualmente pelo Presidente da República;
II – examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e
setoriais previstos nesta Constituição e exercer o acompanhamento e a fiscaliza-
ção orçamentária, sem prejuízo da atuação das demais comissões do Congresso
Nacional e de suas Casas, criadas de acordo com o art. 58.

5.5.1.4 Fiscalização Operacional

A fiscalização operacional está relacionada à verificação do bom desempenho (econo-


micidade e eficiência) e do cumprimento de metas e resultados (eficácia e efetividade) da
gestão dos recursos públicos.
Por meio dessa modalidade de fiscalização, é feito o acompanhamento da execução de
programas e projetos governamentais. É um tipo de fiscalização que tem por enfoque orien-
tar e fornecer apoio aos gestores públicos, de modo que possam otimizar a aplicação dos
recursos financeiros para atingimento das metas.
A economicidade é a minimização dos custos dos recursos utilizados na consecução
de uma atividade, sem comprometimento dos padrões de qualidade. Refere-se à capacidade
de uma instituição gerir adequadamente os recursos financeiros colocados à sua disposição.
A eficiência é definida como a relação entre os produtos (bens e serviços) gerados por
uma atividade e os custos dos insumos empregados para produzi-los em um determinado
período de tempo, mantidos os padrões de qualidade. Essa dimensão, portanto, relaciona-
-se com o conceito de economicidade e mede o esforço do processo de transformação de
insumos em produtos. Pode ser examinada sob duas perspectivas: minimização do custo
total ou dos meios necessários para obter a mesma quantidade e qualidade de produto; ou
otimização da combinação de insumos para maximizar o produto quando o gasto total está
previamente fixado. Portanto, o conceito de eficiência está relacionado ao de economicidade.
A eficácia é definida como o grau de alcance das metas programadas (de produtos e
serviços) em um determinado período de tempo, independentemente dos custos implicados.
O conceito de eficácia diz respeito à capacidade da gestão de cumprir objetivos imediatos,
traduzidos em metas de produção ou de atendimento, ou seja, a capacidade de prover bens
ou serviços de acordo com o estabelecido no planejamento das ações.
A efetividade diz respeito ao alcance dos resultados pretendidos, a médio e longo
prazo. Refere-se à relação entre os resultados de uma intervenção ou programa, em termos
de efeitos sobre a população-alvo (impactos observados), e os objetivos pretendidos (impac-
tos esperados). Trata-se de verificar a ocorrência de mudanças na população-alvo que se
poderia razoavelmente atribuir às ações do programa avaliado.

www.grancursosonline.com.br 93
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

5.5.1.5 Fiscalização Patrimonial

A fiscalização patrimonial está relacionada ao controle, salvaguarda, conservação e


alienação de bens públicos. Portanto, verifica-se o adequado controle e proteção dos bens
públicos, incluindo-se a proteção e conservação do meio ambiente. Também constitui objeto
dessa fiscalização a transferência de bens públicos para o setor privado e a concessão de uso.
No caput do artigo 70, estão especificados, ainda, os grandes critérios com que essas
auditorias serão realizadas: legalidade, legitimidade e economicidade. Assim, a análise de
gestão contábil, orçamentária, financeira, patrimonial e operacional é realizada levando-se
em conta a:
a) legalidade – aderência da aplicação dos recursos ao ordenamento jurídico (Consti-
tuição, leis, decretos, normas etc.);
b) legitimidade – pressupõe a aderência, além da legalidade, à moralidade e à ética,
ou seja, se atendeu ao interesse público. Nenhum ato pode ser legítimo se não for legal,
porém, pode ser legal e agredir a legitimidade;
c) economicidade – minimização dos custos incorridos com os gastos públicos. Deve-
-se observar se os preços dos produtos adquiridos estão de acordo com o preço de mercado;
d) aplicação de subvenções – aplicação dos recursos públicos transferidos a entida-
des públicas ou privadas para determinadas despesas ou fins;
e) renúncia de receitas – são benefícios tributários e fiscais, financeiros e creditícios
para incentivo a determinado setor ou atividade, como, por exemplo, a isenção fiscal, a redu-
ção de base de cálculo ou de alíquota de tributos.

www.grancursosonline.com.br 94
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

Em síntese, quanto aos aspectos objetivos, o controle abrange todas as atividades


administrativas desenvolvidas pelo poder público que impliquem receitas, despesas e nas-
cimento ou extinção de direitos ou obrigações, e os aspectos avaliados: legalidade, legitimi-
dade, economicidade e cumprimento de resultados de programas de trabalho.

Assim, praticam os órgãos de controle interno e externo o controle de legalidade e o


de gestão (de resultados ou operacional). Quanto ao controle de mérito do ato administra-
tivo, em regra não compete aos Tribunais, entretanto, pode o Tribunal de Contas, em certos
casos, avaliar aspectos de discricionariedade dos atos quanto à razoabilidade e à proporcio-
nalidade e outros princípios.
Os aspectos subjetivos da ação fiscalizadora estão postos no parágrafo único do art.
70 da CF. São todas as pessoas físicas, ou jurídicas, públicas ou privadas, sujeitas à jurisdi-
ção ou ao alcance do TCU, desde que UTILIZEM, ARRECADEM, GUARDEM, GERENCIEM
OU ADMINISTREM bens e valores públicos. Portanto, pessoas ou entidades privadas ou que
não pertençam à administração pública também são passíveis de serem fiscalizadas pelos
órgãos de controle, em certos casos.

5.5.2 Fiscalização no Âmbito do TCDF

A LO e o RI possuem uma série de normas que orientam o TCDF no exercício da fis-


calização contábil, financeira, orçamentária, patrimonial e operacional, que tem por objetivo
verificar a legalidade, a legitimidade e a economicidade dos atos de gestão praticados pelos
seus jurisdicionados.
As atividades de fiscalização do TCDF estão reguladas no Capítulo II do Título II da Lei
Complementar n. 01/1994 (Lei Orgânica do TCDF) e no Capítulo IV do Título V da Resolução
n. 296/2016 (Regimento Interno do TCDF).

www.grancursosonline.com.br 95
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

O art. 224 do RI estabelece a dimensão da fiscalização do TCDF, segundo o qual a fiscali-


zação dar-se-á em todos os níveis, inclusive pelo acompanhamento da execução dos projetos
e atividades e da movimentação de recursos de fundos especiais ou contábeis, com a finalidade
de avaliar os resultados quanto à eficiência e à eficácia da gestão financeira, orçamentária e
patrimonial dos órgãos e entidades jurisdicionados, bem como dos princípios da economicidade.
Segundo o art. 225 do RI, o TCDF leva em conta a peculiaridade de cada jurisdicio-
nado e a sua realidade para exercer a fiscalização, considerando os seguintes aspectos:

• a estrutura orgânica e funcional dos órgãos e entidades jurisdicionados;


• as peculiaridades das autarquias e fundações;
• os objetivos e a natureza das empresas públicas e sociedades de economia mista,
assim como as normas e métodos do setor privado que lhes regem o funcionamento;
• o exercício do controle do endividamento público, com a discriminação de suas fontes
e usos, prazos de maturação e perfil da dívida;
• a análise da aplicação dos recursos provenientes de operações de créditos.

Outra diretriz importante é estabelecida no art. 226 do RI. A ação fiscalizadora do Tribu-
nal levará em conta o grau de confiabilidade do sistema de controle interno de cada Poder e
entidade. Significa dizer que o TCDF precisa avaliar a eficácia e o grau de confiabilidade do
controle interno implantado e mantido pelos administradores, para identificar riscos e, conse-
quentemente, priorizar em seu planejamento objetos que apresentem maiores riscos.

5.5.3 Iniciativa da Fiscalização

A fiscalização do TCDF pode ser por iniciativa própria ou por iniciativa da Câmara
Legislativa.
O Tribunal, no exercício de suas atribuições, poderá realizar, por iniciativa própria, ou
em decorrência de acordos de cooperação, fiscalizações nos órgãos e entidades sob sua
jurisdição, com vistas a verificar a legalidade, a economicidade, a legitimidade, a eficiência,
a eficácia e a efetividade de atos, contratos e fatos administrativos.
Quanto à fiscalização exercida por iniciativa da Câmara Legislativa, o art. 228 do RI lista
as seguintes hipóteses:

• realizar, por iniciativa da Câmara Legislativa ou de comissão técnica ou de inquérito,


inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e
patrimonial nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo e Executivo do Dis-
trito Federal e nas entidades da administração indireta, incluídas as fundações e socie-
dades instituídas ou mantidas pelo poder público distrital;

www.grancursosonline.com.br 96
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

• prestar as informações solicitadas pela Câmara Legislativa, por qualquer de suas


Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patri-
monial e sobre resultados de inspeções e auditorias realizadas;
• emitir, no prazo de trinta dias contados do recebimento da solicitação, pronunciamento
conclusivo sobre matéria que seja submetida a sua apreciação pela Comissão compe-
tente, nos termos do art. 79 da Lei Orgânica do Distrito Federal;
• auditar, por solicitação da Comissão competente ou de comissão técnica da Câmara
Legislativa, projetos e programas autorizados na lei orçamentária anual, avaliando os
seus resultados quanto à eficácia, eficiência e economicidade.

O Tribunal não poderá atender solicitação isolada de parlamentar, a não ser que seja
previamente aprovada pela Mesa Diretora (§ 1º, art. 228). Os tribunais de contas recebem
muitas solicitações de auditorias por parte de parlamentares feitas de forma isolada, sem
serem aprovadas previamente pela respectiva comissão parlamentar ou pela Mesa Diretora.

Nos casos de pedidos isolados feitos por deputados distritais sem a aprovação da Mesa
Diretora da CLDF, o Tribunal não poderá admitir essas solicitações. Contudo, uma saída “ele-
gante” geralmente adotada pelos tribunais de contas é autuar o documento do parlamentar como
representação, desde que contenha suficientes indícios de irregularidades a serem apuradas.
O Plenário ou o relator não conhecerá de solicitações encaminhadas ao Tribunal por
quem não seja legitimado (§ 3º, art. 228). A seguir, você verá quem é legitimado para repre-
sentar ao TCDF.
Atenção para a regra estabelecida no § 4º do art. 228 do RI. Quando a solicitação da
CLDF implicar a realização de auditoria, o relator submeterá à deliberação do Plenário sua
inclusão no plano de fiscalização do Tribunal.

www.grancursosonline.com.br 97
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

5.5.4 Denúncias e Representações

Vale ressaltar que a denúncia e a representação são institutos similares, mas diferencia-
dos por particularidades significativas, em especial, os legitimados para apresentar um e outro.
As denúncias podem ser encaminhadas por qualquer cidadão, partido político, associação
ou sindicato. A lista é exaustiva. Por seu turno, representações serão encaminhadas por força
da lei, como no caso do art. 113, § 1º, da Lei de Licitações e Contratos (Lei n. 8.666/1993).
Além da diferença entre esses dois processos quanto aos legitimados, o processo de
denúncia tramita de forma sigilosa e é deliberado em sessão reservada, enquanto a tramita-
ção da representação é pública.

5.5.4.1 Decidir sobre Denúncias

A competência para decidir sobre denúncias vem da Constituição e é repetida na Lei


Orgânica e no Regimento Interno do TCDF.
São partes legítimas para apresentar, na forma da lei, denúncias de irregularidades,
ilegalidades ou abusos perante o Tribunal de Contas qualquer cidadão, partido político,
associação ou sindicato.
A denúncia sobre matéria de competência do Tribunal deverá referir-se a administrador
ou responsável sujeito à sua jurisdição, informar o nome do denunciante, com sua qualifica-
ção, endereço e, no caso de cidadão, a comprovação por meio do título de eleitor; ser redi-
gida em linguagem clara e objetiva; bem como estar acompanhada de indício concernente à
irregularidade ou à ilegalidade denunciada.

5.5.4.2 Requisitos de Admissibilidade da Denúncia:

• Referir-se à matéria de competência do Tribunal;


• Ser redigida com clareza e objetividade;
• Conter o nome completo e legível, a qualificação e o endereço completo do denunciante;
• Conter indício concernente à irregularidade ou à ilegalidade denunciada.

A denúncia será apurada em caráter sigiloso, até que sejam reunidas as provas
que indiquem a existência de irregularidade ou ilegalidade, ou seja, considerada proce-
dente. Somente poderá ser arquivada após efetuadas as diligências pertinentes, mediante
despacho fundamentado do relator.
Reunidas as provas que indiquem a existência de irregularidade ou ilegalidade, serão
públicos os demais atos do processo, assegurando-se aos acusados oportunidade de
ampla defesa.

www.grancursosonline.com.br 98
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

As denúncias recebidas pelo Ministério Público junto ao TCDF, agentes políticos ou


demais autoridades no exercício de dever funcional, noticiadas ao Tribunal apenas com o
fim de que possam ser tomadas as medidas pertinentes, manterão a natureza e os ritos dos
processos das demais denúncias.
É necessário ter atenção em prova com a norma que visa dar certa segurança ao
denunciante, segundo a qual o denunciante não se sujeitará a nenhuma sanção adminis-
trativa, cível ou penal em decorrência da denúncia, salvo em caso de comprovada má-fé.
Cabe registrar que o Tribunal não conhecerá de denúncia anônima, podendo valer-se
das informações que contiverem na realização das auditorias e inspeções de sua competên-
cia. Na prática, por princípio constitucional que veda o anonimato, o Tribunal não pode autuar
como denúncia um documento apócrifo e sem identificação, mas pode realizar fiscalizações
por conta própria, e as unidades técnicas do Tribunal geralmente consideram, em seu plane-
jamento, eventuais indícios de irregularidades trazidos ao seu conhecimento pelos cidadãos,
inclusive pelos canais de ouvidoria.
O Plenário, ao levantar o sigilo dos autos, poderá determinar a manutenção do sigilo
do denunciante. Tal dispositivo também era estabelecido nas normas do TCU e foi objeto
de decisão contrária pelo STF, em sede de mandado de segurança, e de Resolução pelo
Senado, em controle incidental. Embora haja jurisprudência e doutrina quanto a esse dispo-
sitivo, entendo que, para a prova do TCDF, deve-se considerar como certa eventual questão
ou item que reproduza literalmente o disposto no Regimento Interno do TCDF, sem fazer
menção a posicionamento jurisprudencial e doutrinário contrário.
Em caso de urgência, a denúncia poderá ser encaminhada ao Tribunal por telegrama,
fac-símile ou outro meio eletrônico, sempre com confirmação de recebimento e posterior
remessa do original em dez dias, contados a partir da mencionada confirmação, sob pena
de arquivamento.

5.5.4.3 Decidir sobre Representações

O TCDF receberá representações sobre ilegalidades, irregularidades ou abusos identi-


ficados no exercício da administração contábil, financeira, orçamentária, operacional e patri-
monial dos órgãos e entidades sujeitos à sua jurisdição ou na aplicação de quaisquer recur-
sos repassados ao Distrito Federal, ou por este, mediante ajuste de qualquer natureza.
Possuem legitimidade para representar ao Tribunal:

• Chefes dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário;


• Conselheiros e auditores dos Tribunais de Contas;
• Senadores da República, deputados federais, estaduais e distritais, vereadores e
magistrados;
• Membros do Ministério Público, inclusive do Ministério Público junto ao TCDF;

www.grancursosonline.com.br 99
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

• Tribunais de Contas da União, dos Estados e dos Municípios;


• Responsáveis pelos órgãos de controle interno de quaisquer pessoas jurídicas sujeitas
à jurisdição do Tribunal;
• Responsáveis pelas equipes de inspeção ou de auditoria;
• Servidores públicos e autoridades dos órgãos e entidades da administração pública
federal, estadual, distrital e municipal em relação a irregularidades de que tenham
conhecimento em virtude do cargo que ocupem;
• Outros órgãos, entidades ou pessoas que detenham a prerrogativa de representação
por força de suas respectivas competências ou atribuições legais.

Repare que, diferentemente da denúncia, cuja lista é exaustiva, a lista dos legitimados
para representar não tem essa caraterística, posto que são legitimados outros órgãos, enti-
dades ou pessoas desde que detenham a prerrogativa de representação por força de suas
respectivas competências ou atribuições legais.
Da mesma forma das denúncias, as representações deverão atender, pelo menos, aos
seguintes pressupostos de admissibilidade:

• caracterização circunstanciada da situação;


• ser redigida em linguagem clara e objetiva;
• apresentar o indício concernente à irregularidade ou à ilegalidade identificadas, com a
identificação, sempre que possível, dos princípios constitucionais, dispositivos legais ou
regulamentares violados e o potencial impacto lesivo do ato inquirido;
• enquadramento da matéria nas competências do Tribunal.

A documentação anexada às representações deverá ser aquela estritamente necessá-


ria à compreensão ou comprovação da matéria e precisamente referida no corpo do docu-
mento principal.
Caberá às Secretarias de Controle Externo analisar, preliminarmente, o cumprimento
dos requisitos de admissibilidade das representações, bem como o atendimento às demais
exigências. Diante da não identificação da verossimilhança das informações e/ou inobser-
vância de requisitos ou de formalidades prescritas no RI-TCDF, o relator ou o Tribunal não
conhecerá de representação, devendo o respectivo processo ser arquivado após comunica-
ção ao representante.
Conhecida a representação, o relator ou o Tribunal poderá dar conhecimento do assunto
à jurisdicionada ou interessado com vistas à apresentação de esclarecimentos, desde que
essa iniciativa não prejudique a apuração.
Em caso de urgência, a representação poderá ser encaminhada ao Tribunal via tele-
grama ou por outro meio eletrônico, sempre com confirmação de recebimento e posterior
remessa do original em dez dias, contados a partir da mencionada confirmação.

www.grancursosonline.com.br 100
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

5.6 Instrumentos de Fiscalização

Entre as competências do TCDF, estabelecidas em sua LO, cabe ao Tribunal realizar,


por iniciativa própria, da Câmara Legislativa ou de alguma de suas comissões técnicas ou de
inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacio-
nal e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Executivo e Legislativo, inclusive
fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo poder público e administração indireta:
a) da estimativa, lançamento, arrecadação, recolhimento, parcelamento e renúncia
de receitas;
b) dos incentivos, transações, remissões e anistias fiscais, isenções, subsídios, bene-
fícios e assemelhados, de natureza financeira, tributária, creditícia e outras concedidas pelo
Distrito Federal;
c) das despesas de investimento e custeio, inclusive à conta de fundo especial, de natu-
reza contábil ou financeira;
d) das concessões, cessões, doações, permissões e contratos de qualquer natureza, a
título oneroso ou gratuito, e das subvenções sociais ou econômicas, dos auxílios, contribui-
ções e doações;
e) de outros atos e procedimentos de que resultem variações patrimoniais.

Assim, a Constituição e a Lei destacam a inspeção e a auditoria como instrumentos de


fiscalização do Tribunal, mas sabemos que existem ainda mais três instrumentos previstos
no Regimento Interno do Tribunal.
Uma das razões para a Lei prever apenas a inspeção e a auditoria está no fato de esses
dois instrumentos ou procedimentos serem utilizados pelo Tribunal para buscar informações
diretamente nos locais onde serão produzidas ou armazenadas pelos gestores públicos. Por
meio delas, representado por suas equipes técnicas, o Tribunal vai até as repartições da
administração coletar os dados necessários ao controle da gestão.
Vale lembrar que o TCDF pode realizar a auditoria e a inspeção de ofício (iniciativa pró-
pria) ou por provocação ou solicitação da Câmara Legislativa do DF.

5.6.1 Levantamentos

Levantamento é o instrumento de fiscalização utilizado pelo Tribunal para:

• conhecer a organização e o funcionamento dos órgãos e entidades da administração


direta, indireta e fundacional do Distrito Federal, incluindo fundos e demais instituições
que lhe sejam jurisdicionadas, assim como dos sistemas, programas, projetos e ativida-
des governamentais no que se refere aos aspectos contábeis, financeiros, orçamentá-
rios, operacionais e patrimoniais;
• identificar objetos e instrumentos de fiscalização;
• avaliar a viabilidade da realização de fiscalização.

www.grancursosonline.com.br 101
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

5.6.2 Auditorias

As auditorias também possuem três finalidades:

• examinar a legalidade e a legitimidade dos atos de gestão dos responsáveis sujeitos a


sua jurisdição, quanto ao aspecto contábil, financeiro, orçamentário e patrimonial;
• avaliar o desempenho dos órgãos e entidades jurisdicionados, assim como dos siste-
mas, programas, projetos e atividades governamentais, quanto aos aspectos de econo-
micidade, eficiência e eficácia dos atos praticados;
• subsidiar a apreciação dos atos sujeitos a registro.

5.6.2.1 Auditorias Programadas e Especiais

Conforme prevê o RI-TCDF, as auditorias classificam-se ainda em:

• PROGRAMADAS: aquelas aprovadas anualmente pelo Tribunal, em programa geral


consolidado, e que terão por finalidade verificações abrangentes dos atos e fatos admi-
nistrativos e operacionais, especialmente quanto à legalidade, legitimidade e economi-
cidade, bem como para avaliar a organização, eficiência e eficácia do controle interno;
• ESPECIAIS: aquelas realizadas quando situações específicas as exigirem, mediante
autorização ou determinação do Tribunal.

As auditorias devem observar as normas internacionais aplicáveis às fiscalizações no


setor público.

5.6.3 Inspeções

As inspeções possuem também três finalidades, sendo utilizadas pelo Tribunal para:

• verificar o cumprimento de suas deliberações;


• obter dados ou informações preliminares sobre a procedência de fatos relacionados a
denúncias ou representações;
• suprir omissões e lacunas ou esclarecer dúvidas acerca de dados ou informações cons-
tantes de documentos.

Chamo a sua atenção para um aspecto peculiar do RI do TCDF. Repare que, no TCDF,
a inspeção pode ser utilizada para verificar o cumprimento de suas deliberações. Na maioria
dos tribunais de contas do Brasil a inspeção não tem essa finalidade. O instrumento exclu-
sivo para que o Tribunal verifique o cumprimento de suas deliberações é o monitoramento.
No TCDF é diferente!

www.grancursosonline.com.br 102
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

Outro aspecto que pode ser explorado em prova é: as inspeções serão autorizadas ou
determinadas pelo Tribunal, presidente ou relator. Tal comando pode ser confundido com o
fato de que as inspeções também obedecerão a plano de fiscalização aprovado pelo Plená-
rio. Ora, o candidato mais afoito poderia concluir que, se as inspeções devem ser incluídas
no Plano aprovado pelo Plenário, somente podem ser autorizadas pelo Plenário. Não é ver-
dade! Segundo as normas do TCDF, podem ser autorizadas pelo presidente ou conselheiro
relator e depois incluídas no Plano de Fiscalização.

5.6.4 Acompanhamentos

Acompanhamento é o instrumento de fiscalização utilizado pelo Tribunal para:

• examinar, ao longo de um período predeterminado, a legalidade e a legitimidade dos


atos de gestão dos responsáveis, quanto ao aspecto contábil, financeiro, orçamentário
e patrimonial;
• avaliar, ao longo de um período predeterminado, o desempenho dos órgãos e enti-
dades jurisdicionadas, assim como dos sistemas, programas, projetos e atividades
governamentais, quanto aos aspectos de economicidade, eficiência e eficácia dos atos
praticados.

O acompanhamento das atividades dos jurisdicionados é seletivo e concomitante,


por intermédio de informações obtidas:

• pela publicação nos órgãos oficiais e mediante consulta a sistemas informatizados ado-
tados pela administração pública distrital: a) da Lei do Plano Plurianual, da Lei de Dire-
trizes Orçamentárias (LDO) e da Lei Orçamentária Anual (LOA) da abertura de créditos
adicionais; b) dos editais de licitação, dos extratos de contratos e de convênios, acor-
dos, ajustes, termos de parceria ou outros instrumentos congêneres, bem como dos
atos sujeitos a registro;
• por meio de expedientes e documentos solicitados pelo Tribunal ou colocados à sua
disposição;
• por meio de visitas técnicas ou participações em eventos promovidos por órgãos e
entidades da administração pública;
• pelo acesso a informações publicadas em sítio eletrônico do órgão ou entidade.

As informações obtidas pelos procedimentos descritos anteriormente independem da


existência de processo autuado, podendo ser objeto de delegação de competência.

www.grancursosonline.com.br 103
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

5.6.5 Monitoramentos

Monitoramento é o instrumento de fiscalização utilizado pelo Tribunal para verificar o


cumprimento de suas deliberações e os resultados delas advindos.
Lembre-se de que, no TCDF, a inspeção tem ainda a finalidade de verificar o cumpri-
mento das deliberações do Tribunal, aproximando-se do objetivo do monitoramento. A dife-
rença é que, no monitoramento, verificam-se o cumprimento das deliberações e os resulta-
dos delas advindos!

5.6.6 Plano de Fiscalização

Segundo o art. 237 do RI-TCDF, as auditorias programadas, inspeções, acompanha-


mentos, monitoramentos e demais instrumentos de fiscalização, obedecerão a plano de fisca-
lização elaborado pela Presidência, em consulta com os relatores, e aprovado pelo Plenário.
A periodicidade, os critérios e os procedimentos para elaboração do plano de fiscaliza-
ção serão estabelecidos em ato próprio do Tribunal.
Os levantamentos e inspeções serão realizados por autorização ou determinação do
Plenário, do relator ou, na hipótese do art. 16, XIV, do Regimento, do presidente, indepen-
dentemente de programação, observada a disponibilidade dos recursos humanos e materiais
necessários.

5.6.7 Execução das Fiscalizações

No TCDF, as fiscalizações serão realizadas por servidores dos Serviços Auxiliares do


Tribunal, podendo, excepcionalmente e subsidiariamente, contar com assessoramento ou
prestação de consultoria por empresas ou profissionais especializados, mediante contrato,
sob a coordenação dos referidos servidores, com supervisão da Presidência ou do relator.
É dos secretários de Controle Externo a competência, em processo específico, para
designar servidores para desempenhar funções de fiscalização.
Aos servidores incumbidos da fiscalização será facultado amplo acesso a todos os
processos, documentos e informações, inclusive a sistemas eletrônicos de processa-
mento de dados, necessários à realização de seu trabalho, devendo ser asseguradas as
condições materiais para o desempenho do encargo.
São obrigações do servidor que exerce funções específicas de controle externo
no Tribunal:

• manter, no desempenho de suas funções, atitude de independência, serenidade e


imparcialidade;
• representar à chefia imediata contra os responsáveis pelos órgãos e entidades sob fis-
calização, em casos de falhas ou irregularidades;

www.grancursosonline.com.br 104
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

• propor a aplicação de multas, nos casos previstos no Regimento;


• guardar sigilo sobre dados e informações obtidos em decorrência do exercício de suas
funções e pertinentes aos assuntos sob sua fiscalização, utilizando-os, exclusivamente,
para instrução dos processos sob sua responsabilidade.

Além de obrigações, o RI estabelece as prerrogativas dos servidores, quando creden-


ciados pelo presidente do Tribunal ou, por delegação deste, pelos dirigentes das uni-
dades técnicas dos Serviços Auxiliares do Tribunal, para desempenharem funções de
auditorias, inspeções e diligências expressamente determinadas pelo Tribunal, Presidência
ou relator, quais sejam:

• livre ingresso em órgãos e entidades sujeitos à jurisdição do Tribunal;


• acesso a todos os documentos e informações necessários à realização de seu trabalho;
• competência para requerer, nos termos do Regimento, aos responsáveis pelos órgãos
e entidades objeto de inspeções, auditorias e diligências, as informações e documentos
necessários para instrução de processos e relatórios de cujo exame esteja expressa-
mente encarregado por sua chefia imediata.

www.grancursosonline.com.br 105
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

OBRIGAÇÕES PRERROGATIVAS

• Manter independência, serenidade e • Livre ingresso em órgãos e entidades;


imparcialidade; • Acesso a todos os documentos e informações;
• Representar no caso de irregularidades; • Requer informações e documentos.
• Propor a aplicação de multa;
• Guardar sigilo das informações.

A administração do órgão ou entidade sob fiscalização atenderá, prioritariamente, as


requisições de cópias de documentos e os pedidos de informação do Tribunal.
Nenhum processo, informação ou documento poderá ser recusado ou sonegado, sob
qualquer pretexto, aos responsáveis pelas fiscalizações autorizadas.
O servidor a quem for recusado ou sonegado documento ou informação, bem como
negado o acesso a sistemas eletrônicos de processamento de dados, dará ciência imediata
do fato ao seu superior hierárquico, cabendo aos secretários de Controle Externo representar
ao presidente do Tribunal ou ao relator.
O Tribunal comunicará a recusa, sonegação ou negativa de acesso à autoridade com-
petente, assinando prazo para apresentar os elementos sonegados ou viabilizar o acesso a
sistemas eletrônicos de processamento de dados.
Vencido o prazo e não cumprida a exigência, sujeitar-se-ão os responsáveis à sanção
prevista no art. 272, V e VI, do RI-TCDF. Nesse caso, pode o Plenário determinar, cautelar-
mente a medida prevista no art. 274 do Regimento (afastamento temporário do responsável).
É vedado aos encarregados de auditorias, inspeções ou de outro procedimento de
fiscalização divulgar informações sobre os trabalhos a seu cargo, assim como apresentar
sugestões ou recomendações pessoais ao órgão ou entidade sob fiscalização, cuja inobser-
vância sujeitará o responsável à pena disciplinar de advertência, suspensão ou demissão,
conforme a gravidade da falta.
Os secretários de governo ou autoridades equivalentes e os dirigentes das entidades
da administração indireta, incluídas as fundações, poderão representar ao Tribunal contra
excesso ou abuso porventura praticado durante a realização de auditorias, inspeções e
demais instrumentos de fiscalização.
No curso de fiscalização, se verificado procedimento de que possa resultar dano ao
erário ou irregularidade grave, a equipe representará, desde logo, com suporte em elementos
concretos e convincentes, ao dirigente da unidade técnica, o qual submeterá a matéria ao
respectivo relator, com parecer conclusivo.
Nesse caso, o relator, considerando a urgência requerida, fixará prazo de até cinco dias
úteis para que o responsável se pronuncie sobre os fatos apontados, sem prejuízo de que o
Tribunal ou o relator adote, desde logo, medida cautelar, de acordo com o disposto no art. 277
do RI (suspensão do ato ou do procedimento impugnado, até que o Tribunal decida sobre o
mérito da questão suscitada) independentemente do recebimento ou da análise prévia das
justificativas da parte.

www.grancursosonline.com.br 106
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

O Tribunal, quando for o caso, comunicará às autoridades competentes dos Poderes Legis-
lativo e Executivo o resultado das auditorias, inspeções e de outros procedimentos de fiscaliza-
ção que realizar, para a adoção de medidas corretivas das irregularidades e falhas apontadas.
Ao constatar indícios de crime de ação pública ou de atos de improbidade administra-
tiva, em processos que lhe forem submetidos, o Tribunal encaminhará à Procuradoria-Geral
de Justiça do Distrito Federal e Territórios cópias dos documentos necessários à instauração
de processo criminal.

5.7 Objeto da Fiscalização

Para assegurar a eficácia do controle e para instruir o julgamento das contas, o Tribunal
efetuará a fiscalização dos atos de que resulte receita ou despesa, praticados pelos respon-
sáveis sujeitos à sua jurisdição, competindo-lhe, para tanto, realizar fiscalizações, por meio
de levantamentos, auditorias, inspeções, acompanhamentos e monitoramentos, e fiscalizar,
na forma estabelecida no art. 252 do RI, a aplicação de quaisquer recursos repassados pelo
Distrito Federal a qualquer pessoa, física ou jurídica, de direito público ou privado, mediante
convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres.

5.7.1 Fiscalização de Atos e Contratos (art. 247 a 250 do RI)

Ao apreciar processo relativo à fiscalização de atos e contratos, o relator ou o Tribunal:

• quando não apurada transgressão a norma legal ou regulamentar de natureza contábil,


financeira, orçamentária, operacional ou patrimonial: determinará o arquivamento do
processo, ou o seu apensamento às contas correspondentes, se útil à apreciação destas;
• quando verificadas tão somente falhas de natureza formal ou outras impropriedades que
não ensejem a aplicação de multa aos responsáveis ou que não configurem indícios de
débito: determinará a adoção de providências corretivas por parte do responsável
ou de quem lhe haja sucedido e o arquivamento ou apensamento do processo às res-
pectivas contas, sem prejuízo do monitoramento do cumprimento das determinações;
• quando verificadas oportunidades de melhoria de desempenho: recomendará a adoção
de providências, encaminhando os autos à unidade técnica competente, para fins de
monitoramento do cumprimento das determinações;
• quando verificada a ocorrência de irregularidades decorrentes de ato ilegal, ilegítimo ou
antieconômico, bem como infração a norma legal ou regulamentar de natureza contábil,
financeira, orçamentária ou patrimonial: determinará a audiência do responsável para,
no prazo de trinta dias, apresentar razões de justificativa;

www.grancursosonline.com.br 107
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

• sobre fatos que possam resultar em decisão do Tribunal no sentido de desconstituir ato
ou processo administrativo ou alterar contrato em seu desfavor: determinará a oitiva
da entidade fiscalizada e do terceiro interessado para, no prazo de trinta dias,
manifestarem-se;
• se configurada a ocorrência de desfalque, desvio de bens ou outra irregularidade de
que resulte dano ao erário: ordenará, desde logo, a conversão do processo em
tomada de contas especial, salvo na hipótese prevista no art. 208 do RI-TCDF, que
possibilita o arquivamento do processo sem cancelamento do débito, a título de racio-
nalização administrativa e economia processual, e com o objetivo de evitar que o custo
da cobrança seja superior ao valor do ressarcimento.

A aplicação de multa em processo de fiscalização não implicará prejulgamento das


contas ordinárias da unidade jurisdicionada, devendo o fato ser considerado no contexto
dos demais atos de gestão do período envolvido.
Quanto à fiscalização de atos e contratos, o art. 251 do RI-TCDF é muito cobrado em prova:

Art. 249. Verificada a ilegalidade de ato ou contrato em execução, o Tribunal assina-


rá prazo de até trinta dias para que o responsável adote as providências necessá-
rias ao exato cumprimento da lei, com indicação expressa dos dispositivos a serem
observados, sem prejuízo do disposto no inciso IV e nos §§ 1º e 2º do artigo anterior.
§ 1º No caso de ato administrativo, o Tribunal, se não atendido:
I – sustará a execução do ato impugnado;
II – comunicará a decisão à Câmara Legislativa;
III – aplicará ao responsável, no próprio processo de fiscalização, a multa prevista
no inciso VII do art. 272 deste Regimento.
§ 2º No caso de contrato, o Tribunal, se não atendido, adotará a providência pre-
vista no inciso III do parágrafo anterior e comunicará o fato à Câmara Legislativa,
a quem compete adotar o ato de sustação e solicitar, de imediato, ao Poder Exe-
cutivo, as medidas cabíveis.
§ 3º Se a Câmara Legislativa ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não
efetivar as medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito
da sustação do contrato.
§ 4º Verificada a hipótese do parágrafo anterior, e se decidir sustar o contrato,
o Tribunal:
I – determinará ao responsável que, no prazo de até quinze dias, adote as medi-
das necessárias ao cumprimento da decisão;
II – comunicará o decidido à Câmara Legislativa e ao Poder Executivo.

www.grancursosonline.com.br 108
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

Pelo dispositivo, compete ao TCDF verificar se os administradores pautam as suas


gestões em ações que se realizam em consonância com os dispositivos legais que regem
a administração pública. Caso seja verificada qualquer ilegalidade, competirá ao Tribunal
determinar que o responsável pela ação, em prazo estipulado pela própria Corte de Contas,
adote providências no sentido de sanar a ilegalidade.
Caso o responsável pela ação não cumpra a determinação do TCDF e a ilegalidade
tenha sido em ato administrativo, o próprio Tribunal possui competência para sustar direta-
mente o ato.
Cuidado, pois o TCDF não possui competência para anular o ato impugnado. De acordo
com o nosso ordenamento jurídico, somente pode anular o ato aquele que o praticou, ou o
Poder Judiciário. Pode, entretanto, sustar a execução do ato! Ao sustar o ato, o Tribunal deve
comunicar essa decisão à Câmara Legislativa do DF.
No caso de contrato, em que há a vontade de duas ou mais pessoas, o Tribunal não
detém competência para sustá-lo, de imediato. Dessa forma, caso se depare com ilegalidade
ocorrida no âmbito de contrato administrativo, deve comunicar a ilegalidade à Câmara Legis-
lativa, que adotará as providências necessárias para a sua sustação.
Por fim, caso a Câmara Legislativa ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não
efetivem as medidas para sustação, o Tribunal decidirá a respeito da sustação do contrato.
Caso decida sustar o contrato, o Tribunal determinará ao responsável que, no prazo de
até quinze dias, adote as medidas necessárias ao cumprimento da decisão e comunicará o
decidido à Câmara Legislativa e ao Poder Executivo.

O esquema abaixo demonstra o passo a passo do que vimos acima, desde o momento
em que o TCDF verifica vício em ato ou contrato até a decisão quanto à sustação:

www.grancursosonline.com.br 109
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

5.7.2 Fiscalização de Convênios, Acordos, Ajustes e Outros Instrumentos Congê-


neres (art. 252 do RI)

A fiscalização da aplicação de quaisquer recursos repassados à pessoa, física ou jurí-


dica, de direito público ou privado, pelo Distrito Federal, pelas autarquias, fundações institu-
ídas e mantidas pelo poder público e demais órgãos e entidades da administração pública
distrital mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, será feita pelo
Tribunal por meio de levantamentos, auditorias, inspeções, acompanhamentos ou moni-
toramentos, bem como por ocasião do exame dos processos de tomadas ou prestações de
contas da unidade ou entidade transferidora dos recursos.
Deverão ser verificados, entre outros aspectos, o atingimento dos objetivos acordados,
a correção da aplicação dos recursos, a observância às normas legais e regulamentares per-
tinentes e às cláusulas pactuadas.
Poderá responder solidariamente pela irregularidade e ficará sujeito à multa a autori-
dade administrativa que transferir, mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos
congêneres, recursos públicos distritais a gestores omissos na prestação de contas de recur-
sos anteriormente recebidos ou que tenham dado causa à perda, extravio ou outra irregula-
ridade que resulte dano ao erário, ainda não ressarcido.

www.grancursosonline.com.br 110
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

A autoridade administrativa competente deverá adotar imediatas providências com


vistas à instauração de tomada de contas especial no caso de omissão na prestação de
contas ou quando constatar irregularidade na aplicação dos recursos públicos distritais trans-
feridos, sob pena de responsabilidade solidária, na forma prescrita em ato normativo.

5.7.3 Fiscalização da Aplicação de Subvenções, Auxílios e Contribuições (art. 253 do RI)

A fiscalização pelo Tribunal da aplicação de recursos transferidos sob as modalidades


de subvenção, auxílio e contribuição compreenderá as fases de concessão, utilização e
prestação de contas e será realizada, no que couber, na forma anterior estabelecida para
a fiscalização de convênios.

5.7.4 Fiscalização da Arrecadação da Receita (art. 254 do RI)

A fiscalização da arrecadação da receita a cargo dos órgãos e entidades da adminis-


tração direta, indireta e fundacional dos Poderes do Distrito Federal, bem como dos fundos
e demais instituições sob jurisdição do Tribunal, far-se-á em todas as etapas da receita e
processar-se-á mediante levantamentos, auditorias, inspeções, acompanhamentos ou
monitoramentos, incluindo a análise de demonstrativos próprios, com a identificação dos
respectivos responsáveis, na forma estabelecida em ato normativo.

5.7.5 Fiscalização da Renúncia de Receitas (art. 255 do RI)

A fiscalização pelo Tribunal da renúncia de receitas será feita, preferentemente,


mediante auditorias, inspeções ou acompanhamentos nos órgãos supervisores, bancos
operadores e fundos que tenham atribuição administrativa de conceder, gerenciar ou utilizar
os recursos decorrentes das aludidas renúncias, sem prejuízo do julgamento das tomadas
e prestações de contas apresentadas pelos referidos órgãos, entidades e fundos, quando
couber, na forma estabelecida em ato normativo.
A fiscalização terá como objetivos, entre outros, verificar a legalidade, a legitimidade, a
eficiência, a eficácia e a economicidade das ações dos órgãos e entidades, bem como o real
benefício socioeconômico dessas renúncias.

5.7.6 Outras Fiscalizações (art. 256 do RI)

O Tribunal realizará, ainda, na forma definida em atos normativos específicos:

• a fiscalização, no âmbito de suas atribuições, do cumprimento, por parte dos órgãos e


entidades do Distrito Federal, das normas da Lei Complementar n. 101, de 4 de maio
de 2000 – Lei de Responsabilidade Fiscal;

www.grancursosonline.com.br 111
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

• o acompanhamento, a fiscalização e a avaliação dos processos de desestatização reali-


zados pela administração pública distrital, compreendendo as privatizações de empresas,
incluindo instituições financeiras, e as concessões, permissões e autorizações de serviço
público, previstas no art. 175 da Constituição Federal e no art. 186 da Lei Orgânica do
Distrito Federal e nas normas legais pertinentes, conforme disposto em ato normativo;
• as fiscalizações de projetos ou programas financiados por organismos multilaterais e
bilaterais de crédito, na qualidade de órgão de auditoria independente, nos termos e
prazos previstos nos respectivos contratos de operação de crédito;
• outras fiscalizações determinadas em lei.

5.8 Apreciação da Legalidade dos Atos de Admissão de Pessoal e das Conces-


sões de Aposentadorias, Reformas e Pensões

O Tribunal apreciará, para fins de registro, mediante procedimentos de fiscalização ou


processo específico, na forma estabelecida em normativos próprios, os atos de:

• admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as


fundações instituídas e mantidas pelo poder público distrital, excetuadas as nomeações
para cargo de provimento em comissão;
• concessão de aposentadorias, reformas e pensões a servidores públicos civis e mili-
tares ou a seus beneficiários, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o
fundamento legal do ato concessório inicial.

Para o exercício da competência atribuída ao Tribunal, nos termos do inciso III do art. 71,
c/c o art. 75 da Constituição Federal e art. 78, III, da LODF, a autoridade administrativa respon-
sável por ato de admissão de pessoal ou de concessão de aposentadoria, reforma ou pensão,
a que se refere o artigo anterior, submeterá os dados e informações necessários ao respectivo
órgão de controle interno, que deverá emitir parecer sobre a legalidade dos referidos atos e
torná-los disponíveis à apreciação do Tribunal, na forma estabelecida em ato normativo.
O Tribunal determinará o registro dos atos que considerar legais e recusará o registro
dos atos considerados ilegais.
A decisão que considerar legal o ato e determinar o seu registro poderá ser revista de
ofício pelo Tribunal, com a oitiva do Ministério Público e do beneficiário do ato, no prazo de
até cinco anos da apreciação, se verificado que o ato viola a ordem jurídica, ou a qualquer
tempo, no caso de comprovada má-fé.
Identificada irregularidade em ato de concessão já cadastrado nos sistemas informa-
tizados do TCDF, poderá o Tribunal proceder ao exame do respectivo ato, dispensando a
manifestação do órgão de controle interno respectivo.

www.grancursosonline.com.br 112
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

Será considerado prejudicado, por inépcia, o ato de admissão ou concessão que apre-
sentar inconsistências nas informações prestadas pelo órgão de pessoal que impossibilitem
sua análise, devendo ser determinado o encaminhamento de novo ato, livre de falhas.
Quando o Tribunal considerar ilegal ato de admissão de pessoal, o órgão de origem
deverá, observada a legislação pertinente, adotar as medidas regularizadoras cabíveis,
fazendo cessar todo e qualquer pagamento decorrente do ato impugnado.
O responsável que injustificadamente deixar de adotar as medidas regularizadoras, no
prazo de trinta dias, contados da ciência da decisão deste Tribunal, ficará sujeito à multa e
à reparação do dano decorrente, conforme o caso.
Quando o ato de concessão de aposentadoria, reforma ou pensão for considerado
ilegal, o órgão de origem fará cessar o pagamento dos proventos ou benefícios no prazo de
trinta dias, contados da ciência da decisão do Tribunal, sob pena de responsabilidade solidá-
ria da autoridade administrativa omissa.
Recusado o registro do ato, por ser considerado ilegal, a autoridade administrativa res-
ponsável poderá emitir novo ato, se for o caso, escoimado das irregularidades verificadas.
O relator ou o Tribunal não conhecerá de requerimento que lhe seja diretamente diri-
gido por interessado na obtenção de quaisquer benefícios ou vantagens de caráter pessoal,
devendo a solicitação ser arquivada após comunicação ao requerente.

6. RECURSOS NO TCDF

No processo de controle externo perante o TCDF, regido pela Lei Complementar n.


01/1994, o recurso é o meio típico de impugnação das deliberações. Para isso, referida lei
prevê diferentes tipos de recursos, aplicáveis segundo a natureza do processo, o tipo de vício
ou mesmo a natureza da decisão questionada.
O direito de recorrer é condicionado à observância de requisitos sem os quais não se
pode apreciar o conteúdo da impugnação. É essencial que o recorrente observe, portanto,
aspectos como o tipo de recurso a utilizar, o prazo para apresentá-lo, em que situações não
pode recorrer, entre outros aspectos relevantes para que a impugnação seja recebida e exa-
minada pelo Tribunal.

6.1 Quem pode recorrer

A legitimidade para interpor recursos varia conforme o tipo de recurso, mas, como
regra, podem ser interpostos pelo responsável, pelo interessado e pelo Ministério Público
junto ao TCDF.
Responsável: é aquele que figura no processo em razão da utilização, arrecadação,
guarda, gerenciamento ou administração de dinheiros, bens ou valores públicos, ou pelos
quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.

www.grancursosonline.com.br 113
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

Também é considerado responsável aquele que tenha dado causa a perda, extravio ou outra
irregularidade de que resulte prejuízo ao Erário.
Interessado: é aquele que, embora não se enquadre no conceito de responsável, é
titular de direito que pode vir a ser afetado pela decisão do processo. Para tanto, deverá
ter reconhecida, pelo relator ou pelo Tribunal, razão legítima para intervir na causa. Na fase
recursal, o interessado habilitado em etapa anterior deve novamente demonstrar a sua razão
legítima para intervir na causa a partir da decisão prolatada.
Sucessores dos responsáveis: também podem interpor recursos. Embora apenas os
dispositivos legais relacionados ao recurso de revisão prevejam expressamente essa pos-
sibilidade, ela decorre, quanto às demais espécies recursais, do disposto no art. 1.055 do
Código de Processo Civil, aplicável subsidiariamente aos processos de controle externo.
Representação por advogado: para interpor recursos no TCDF, não é necessário que
a parte ou o interessado esteja representado por advogado. Se desejar, pode constituir repre-
sentante, que não precisa ser advogado. Em qualquer caso, a juntada aos autos do instru-
mento de mandato é essencial para a atuação do procurador.

6.2 Contra que decisão se pode recorrer

• Em regra, cabem recursos contra despachos decisórios do relator e acórdãos do Tribu-


nal que veiculam decisões de mérito ou adotem medidas cautelares;
• Não cabem recursos contra despachos de mero expediente ou acórdãos que não deci-
dem o mérito, ou aqueles que rejeitam as alegações de defesa do responsável.

6.3 Decisões às quais não cabem recursos

Não cabe recurso em:

• decisão em processos de consulta;


• decisão que rejeita alegações de defesa;
• decisão que concede novo prazo para pagamento de débito;
• decisão que converte processo em tomada de contas especiais ou determina a sua
instauração;
• decisão que determina a realização de citação, audiência, diligência ou fiscalização;
• decisão que não decida mérito do processo ou não conceda cautelar;
• decisão que apreciou recurso anterior, exceto embargos;
• decisão proferida em sede de monitoramento de acórdão do TCDF em que não tenham
sido rediscutidas questões de mérito, nem imposto nova sanção.

www.grancursosonline.com.br 114
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

6.4 Algumas Observações Importantes Quanto aos Recursos

• O relator do recurso apreciará sua admissibilidade;


• Se o relator entender admissível o recurso, determinará as providências para sua ins-
trução, saneamento e apreciação, bem como para comunicação aos órgãos ou entida-
des pertinentes, se houver efeito suspensivo;
• Entendendo não ser admissível, mesmo que por motivo decorrente de erro grosseiro,
má-fé ou atitude meramente protelatória, ou por estar prejudicado em razão da mani-
festa perda de seu objeto, o relator, ouvido o Ministério Público, quando cabível, não
conhecerá do recurso mediante despacho fundamentado ou, a seu critério, submetê-
-lo-á ao Plenário.

6.5 Espécies Recursais no TCDF

Espécie de recurso Hipótese de cabimento

Agravo Despacho decisório e decisão que adota medida cautelar,


independentemente do tipo de processo.

Embargos de declaração Decisão que contenha obscuridade, omissão ou


contradição, independentemente do tipo de processo.

Recurso de reconsideração Decisão definitiva em processo de prestação ou tomada


contas, inclusive especial.

Pedido de reexame Decisão de mérito em processo de ato sujeito a registro e


de fiscalização de atos e contratos.

Recurso de revisão Decisão definitiva em qualquer processo, especialmente


de prestação ou tomada de contas, inclusive especial.

A seguir, veja cada espécie detalhadamente.

6.5.1 Agravo

Cabimento: é o recurso próprio para impugnar decisão monocrática do presidente do


Tribunal ou de relator, desfavorável à parte, e da medida cautelar adotada com fundamento
no art. 277 do Regimento.

Prazo: cinco dias.

Efeito suspensivo: poderá ser conferido, a critério do relator do agravo, em função das
especificidades do caso.

www.grancursosonline.com.br 115
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

Procedimento: interposto o agravo, o presidente do Tribunal ou o relator da decisão


agravada poderá reconsiderar ou, se não o fizer no prazo de cinco dias, submeter o feito à
apreciação do Plenário até a terceira sessão seguinte à data do seu recebimento. Também
será admitido agravo contra decisão do relator ou do presidente que reconsiderar a decisão
anteriormente agravada, a ser interposto pela parte ou pelo Ministério Público, quando não
forem os autores do primeiro agravo. Se o despacho agravado for do presidente do Tribunal,
o julgamento será, nos termos do Regimento, presidido por seu substituto, computando-se
o voto do presidente agravado. A critério do presidente do Tribunal ou do relator, conforme o
caso, poderá ser conferido efeito suspensivo ao agravo. Interposto agravo contra despacho
proferido em processo relatado por auditor convocado, este permanece vinculado ao respec-
tivo processo para apreciação do agravo.

6.5.2 Embargos de Declaração

Cabimento: é o recurso apto a impugnar obscuridade, omissão ou contradição na deci-


são recorrida. Tem, portanto, requisito específico de admissibilidade, consistente na arguição
de um desses citados vícios. Se o recorrente pretender discutir matérias de outra natureza,
os embargos de declaração não deverão ser admitidos.

Prazo: dez dias.

Efeito suspensivo: os embargos de declaração suspendem os prazos para cumpri-


mento da decisão embargada e para interposição dos demais recursos, exceto quanto aos
itens não alcançados pela impugnação. Os prazos voltam a correr, pelo restante, a partir da
ciência da decisão que apreciou os embargos ou da sua publicação no Diário Oficial do DF.
Esse efeito não ocorre, porém, se forem considerados meramente protelatórios.
Procedimento: a relatoria dos embargos de declaração compete ao próprio redator
da decisão impugnada. Opostos embargos de declaração contra decisão proferida em pro-
cesso relatado por auditor convocado, este permanece vinculado ao respectivo processo. Os
embargos de declaração meramente protelatórios serão recebidos como petição, por meio
de despacho do relator. Na hipótese de serem conferidos efeitos infringentes aos embargos,
serão devolvidos os prazos a todos os interessados. A nova decisão limitar-se-á à declaração
pleiteada pelo embargante. No julgamento, não se admite sustentação oral. A audiência do
Ministério Público não é obrigatória.

www.grancursosonline.com.br 116
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

6.5.3 Pedido de Reexame

Cabimento: é cabível contra a decisão de mérito proferida em processos concernen-


tes a ato sujeito a registro (admissão de pessoal e concessão de aposentadorias, reformas
e pensões) e a fiscalização de atos e contratos (ou seja, nos processos que não sejam de
prestação ou tomada de contas, inclusive especial).
Prazo e efeitos: se interposto no prazo ordinário de trinta dias, não exige requisitos de
admissibilidade específicos e terá efeito suspensivo quanto aos itens da decisão impugna-
dos. Vencido esse prazo, cabe pedido de reexame, tendo como requisito adicional de admis-
sibilidade a superveniência de fatos novos e não terá efeito suspensivo.
Processamento: no pedido de reexame em processo de fiscalização de ato ou con-
trato, a audiência do Ministério Público não é obrigatória. No julgamento, admite-se susten-
tação oral.

6.5.4 Recurso de Reconsideração

Cabimento: é específico para impugnar decisão definitiva em processos de prestação


ou tomada de contas, inclusive especial.
Prazo e efeitos: se interposto no prazo ordinário de trinta dias, não exige requisitos de
admissibilidade específicos e terá efeito suspensivo dos itens da decisão impugnados. Ven-
cido esse prazo, cabe recurso de reconsideração, tendo como requisito adicional de admissi-
bilidade a superveniência de fatos novos, situação em que não terá efeito suspensivo.
Processamento: no recurso de reconsideração, a audiência do Ministério Público é
obrigatória, ainda que o recorrente tenha sido ele próprio. No julgamento, admite-se susten-
tação oral.

6.5.5 Recurso de Revisão

Cabimento: é cabível contra decisão definitiva do Tribunal. Conta com requisitos espe-
cíficos de admissibilidade, quais sejam:

• Erro de cálculo nas contas;


• Falsidade ou insuficiência de documentos em que se tenha fundamentado o acórdão
recorrido; ou
• Superveniência de documentos novos com eficácia sobre a prova produzida.

Prazo e efeitos: o prazo para interposição é de cinco anos, contados a partir da data do
recebimento da notificação no correspondente endereço ou, se for o caso, da data de publi-
cação da decisão no Diário Oficial do DF. O recurso de revisão não tem efeito suspensivo.
Apresenta efeito expansivo objetivo, permitindo ao Tribunal que corrija “todo e qualquer erro
ou engano apurado”, mesmo os não especificamente impugnados no recurso, desde que
superada a etapa de admissibilidade.

www.grancursosonline.com.br 117
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

Processamento: A tramitação e a apreciação do recurso de revisão compreendem as


fases de admissibilidade e mérito, que serão conduzidas por relator diverso daquele que tiver
proferido o voto condutor da decisão de mérito anterior, assim consideradas:
I – na fase de admissibilidade, o Tribunal, a partir do voto do relator, ouvida a unidade
técnica, verificando o cumprimento dos requisitos de admissibilidade, compreendendo a tem-
pestividade, o interesse, a legitimidade, o pedido calcado nos incisos I a III do art. 288 do
Regimento e causa de pedir coerente com o pedido, determinará:
a) a audiência dos demais interessados ou responsáveis, se houver conflito de inte-
resse ou gravame para qualquer uma das partes, para apresentarem contrarrazões, tendo
em conta os princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório;
b) o envio dos autos à unidade técnica para instrução quanto ao exame de mérito.
II – na fase de apreciação do mérito, que incluirá, além das razões recursais, as con-
trarrazões, se houver, o Tribunal, com base no voto do relator, após o exame levado a efeito
pelo órgão técnico, ouvido também o Ministério Público junto ao Tribunal, apreciará e resol-
verá o recurso.
A interposição do recurso de revisão pelo MPjTCDF será feita por meio de petição autô-
noma para cada processo a ser reaberto. A decisão que der provimento a recurso de revisão
ensejará a correção de todo e qualquer erro ou engano apurado. Em face de indícios de ele-
mentos eventualmente não examinados pelo Tribunal, o Ministério Público poderá interpor
recurso de revisão, compreendendo o pedido de reabertura das contas e o pedido de mérito.

www.grancursosonline.com.br 118
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

QUADRO-RESUMO DOS RECURSOS NO TCDF

RELATOR/
TIPO PRAZO EFEITO SUSPENSIVO
PROCEDIMENTO

AGRAVO 5 dias Poderá ser concedido a O relator é a autoridade


critério do relator. que proferiu o despacho
decisório impugnado; não
se admite sustentação
oral; a audiência
do MPjTCDF não é
obrigatória.

EMBARGOS DE 10 dias SIM O relator é o próprio


DECLARAÇÃO Suspende os prazos redator da decisão
para cumprimento da impugnada; não se
decisão embargada e admite sustentação oral;
para interposição dos a audiência do MPjTCDF
demais recursos. Pode não é obrigatória.
não ocorrer se forem
considerados meramente
protelatórios.

PEDIDO DE 30 dias SIM Em processo de


REEXAME Vencidos os 30 dias, pode fiscalização de ato ou
ser concedido em razão de contrato, a audiência
superveniência de fatos do MPjTCDF não é
novos, caso em que NÃO obrigatória; admite-se
terá efeito suspensivo. sustentação oral.

RECURSO DE 30 dias SIM O relator será sorteado


RECONSIDERAÇÃO Vencidos os 30 dias, pode dentre os membros que
ser concedido em razão de compõem o colegiado
superveniência de fatos cuja decisão foi proferida;
novos, caso em que NÃO a audiência do MPjTCDF
terá efeito suspensivo. é obrigatória; admite-se
sustentação oral.

RECURSO DE 5 anos NÃO O relator será sorteado;


REVISÃO a audiência do MPjTCDF
é obrigatória; admite-se
sustentação oral.

www.grancursosonline.com.br 119
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

7. DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS (ART. 291 A 304 DO RI-TCDF)

Nos termos do art. 291 do RI, o Tribunal encaminhará à Câmara Legislativa, trimestral e
anualmente, relatório circunstanciado e demonstrativo das atividades internas e de controle
externo realizadas. No relatório anual, o Tribunal apresentará análise da evolução dos custos
de controle e de sua eficiência, eficácia e economicidade.
Conforme o art. 292 do RI, o Tribunal manterá as seguintes publicações periódicas:
I – Diário Oficial Eletrônico do Tribunal - DOe - TCDF;
II – Boletim Interno;
III – Revista do Tribunal de Contas do Distrito Federal;
IV – Regimento Interno.

O Tribunal poderá ter, ainda, outras publicações relativas às matérias de sua competência.
No começo de cada ano, desde que tenha havido anteriormente reforma regimental,
será republicado, na íntegra, o Regimento Interno.
O Boletim Interno é considerado órgão oficial, nos termos do art. 90 da Lei Complemen-
tar n. 01/1994.
A publicação no Diário Eletrônico substituirá qualquer outro meio e publicação oficial,
para quaisquer efeitos legais, à exceção dos casos expressamente estabelecidos em lei.
O ato que regulamentar o Diário Oficial Eletrônico do Tribunal de Contas do Distrito
Federal será publicado no Diário Oficial do Distrito Federal pelo período de trinta dias, nos
termos do § 5º do art. 4º da Lei n. 11.419, de 19 de dezembro de 2006.
Conforme art. 293 do RI, todos os atos, os termos, os documentos, as comunicações
e as deliberações poderão ser produzidos, praticados, armazenados, transmitidos e assina-
dos em meio eletrônico, na forma de norma elaborada pelo Tribunal, atendidos os requisitos
previstos em lei.
O art. 294 do RI autoriza que o Tribunal de Contas firme acordo de cooperação e outros
instrumentos similares com o Tribunal de Contas da União, de estados e de municípios e enti-
dades congêneres internacionais, com outros órgãos e entidades da administração pública e,
ainda, com entidades civis nacionais e internacionais, objetivando o intercâmbio de informa-
ções que visem ao aperfeiçoamento dos sistemas de controle e de fiscalização, o treinamento
e o aperfeiçoamento de pessoal e o desenvolvimento de ações conjuntas de fiscalização.
Os acordos de cooperação aprovados pelo Plenário serão assinados pelo presidente do
Tribunal. O Plenário poderá delegar ao presidente a competência para aprovar os acordos de
cooperação de que trata o caput, nos termos e limites que estabelecer no ato de delegação.
Segundo o art. 295 do RI, o TCDF, para o exercício de sua competência institucional,
poderá requisitar aos órgãos e entidades distritais, sem quaisquer ônus, a prestação de ser-
viços técnicos especializados, a serem executados em prazo previamente estabelecido, sob
pena de aplicação da sanção prevista no art. 272 do Regimento.

www.grancursosonline.com.br 120
LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO
Tribunal de Contas do Distrito Federal

Não haverá expediente no Tribunal e em seus Serviços Auxiliares:


I – nos feriados estabelecidos em lei;
II – nos pontos facultativos federais e locais;
III – na quinta e na sexta-feira da Semana Santa;
IV – na segunda e na terça-feira de Carnaval e na quarta-feira de Cinzas;
V – nos dias 1º e 2 de novembro;
VI – quando, por deliberação do Plenário, for considerada necessária a suspensão das
atividades da Casa.

Conforme o art. 298 do RI, aplicam-se subsidiariamente no Tribunal as disposições das


normas processuais em vigor, no que couber.
Nos termos do art. 299 do RI, os casos omissos no Regimento e as dúvidas suscitadas
na sua interpretação serão resolvidos pela maioria absoluta dos conselheiros efetivos do Tri-
bunal, inclusive o presidente.
Já o art. 300 do RI prevê que o Tribunal possa prestar homenagem aos conselheiros:
I – por motivo de afastamento definitivo de seu serviço;
II – por motivo de falecimento;
III – por outros motivos que o Plenário assim deliberar;

Quando a homenagem consistir na aposição de nome, busto ou estátua em dependên-


cia do Tribunal, dependerá de proposta escrita e justificada de pelo menos cinco conselhei-
ros, sobre a qual opinará, fundamentadamente, o presidente, e de aprovação do Plenário,
por maioria absoluta de votos.
O Tribunal agraciará com a ORDEM DO MÉRITO DE CONTAS RUY BARBOSA pes-
soas ou entidades que venham prestando ou tenham prestado relevantes serviços voltados
às funções institucionais do Controle Externo, afetas aos Tribunais de Contas, bem assim à
administração pública e à cultura jurídica, na forma estabelecida em Regulamento próprio
(art. 301 do RI). Funcionará junto ao Plenário do Tribunal de Contas um Conselho da Ordem,
a que se refere este artigo, composto pelo presidente, vice-presidente e demais conselheiros
efetivos da Corte, ao qual compete administrar a Ordem do Mérito em causa.
O Tribunal de Contas, durante o primeiro semestre de cada ano, promoverá seminários
de atualização de normas e procedimentos, abertos a servidores representantes de órgãos e
entidades integrantes da administração pública (art. 302 do RI).
Enquanto não providos os cargos de sua Procuradoria-Geral, a representação judicial
do TCDF será exercida pela Procuradoria-Geral do Distrito Federal (art. 303 do RI).
A tramitação dos processos administrativos será disciplinada em Resolução (art.
304 do RI).

www.grancursosonline.com.br 121
#VEM
SER
GRAN
ASSINATURA
ILIMITADA
CONCURSOS, OAB E RESIDÊNCIAS

Mude de vida. Garanta seu


futuro com a melhor plataforma de
estudos para concurso público.
A realização do seu sonho merece um
investimento de qualidade. Não desperdice
tempo, dinheiro e energia. Invista no seu sucesso,
no seu futuro e na sua realização profissional.

Assine AGORA a melhor e mais completa


plataforma de ensino para concursos públicos.
Sua nomeação na palma da sua mão com a
Assinatura Ilimitada 6.0 do Gran Cursos Online.

FACILITE SEUS ESTUDOS: TUDO NO SEU TEMPO VOCÊ NÃO ESTÁ SOZINHO:
rotas de aprovação, mapas E ESPAÇO: mentorias diárias, ao vivo,
mentais, resumos e faça o download de e fórum de dúvidas não
exercícios irão te guiar por videoaulas e de PDFs e te deixarão só
um caminho mais simples estude onde e quando nesta caminhada.
e rápido. você quiser e puder.

TUDO DE NOVO QUANTAS NÚMEROS GRANDES: TUDO NA SUA MÃO:


VEZES VOCÊ QUISER: milhares de alunos só a Assinatura Ilimitada
quantas vezes você quiser, aprovados, mais de 1 milhão oferece, de forma livre
quantas vezes você precisar, de questões, mais de 23 mil e gratuita: Gran Questões,
estude com o material mais cursos e centenas de Gerenciador de Estudos,
atualizado e de melhor professores para te ajudar Audiobooks e muito mais!
qualidade do mercado. a passar.

Contato para vendas: Quero ser assinante


(61) 99884-6348 | No horário das Seg. a quinta até as 22h e Sex até as 21h. ilimitado agora

Você também pode gostar