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Curso/Disciplina: Direito Civil (Família e Sucessões)

Aula: Ações de Filiação


Professor(a): Aurélio Bouret
Monitor(a): Bruno Warwar Marcolino

Aula nº. 23

Tema: Ações de Filiação

Presunção iuris tantum : relativa: Admite prova em contrário em caso de reconhecimento de paternidade.

1. Ação negatória ou contestatória de paternidade: art. 1601 do cc/02. Ação personalíssima: Só quem
pode entrar com ação é o próprio pai da criança. Vejamos o parágrafo único do art. 1601, CC/02.

Art. 1.601. Cabe ao marido o direito de contestar a paternidade dos filhos nascidos de sua mulher,
sendo tal ação imprescritível.
Parágrafo único. Contestada a filiação, os herdeiros do impugnante têm direito de prosseguir na ação.

Ação imprescritível: Não há prazo para contestação da paternidade.


De acordo com o STJ é necessário provar a ausência do vínculo biológico e a ausência do vínculo socioafetivo.

2) Ação movida pelo filho - Ação de investigação de paternidade: Direito do filho reconhecer sua origem
biológica. É um direito da personalidade. Esta ação também será imprescritível. A ação de reconhecimento
de paternidade post mortem deve correr contra os descendentes do falecido. Em não havendo herdeiros,
deverá haver exumação do corpo, entendida como último caso para se atestar a paternidade por outros
meios.
Não confundir a chamada a ação de investigação de paternidade avoenga: Ação de parentalidade.
Ação diretamente contra os avós (ascendentes do falecido) recaindo, também, em caso de recusa do exame,
por via transversa, estes serão considerados parentes. Súmula 301 do STJ. Art. 231 e 232 do CC/02.
Nasceu uma presunção iuris tantum.

Súmula 301 do STJ:


Em ação investigatória, a recusa do suposto pai a submeter-se ao exame de DNA induz presunção juris
tantum de paternidade.

Arts. 231 e 232 do Código Civil de 2002:

Art. 231. Aquele que se nega a submeter-se a exame médico necessário não poderá aproveitar-se de sua
recusa.

Art. 232. A recusa à perícia médica ordenada pelo juiz poderá suprir a prova que se pretendia obter com
o exame.
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Reconhecimento de paternidade pode ser feito de maneira espontânea. Vejamos o art. 1609 do CC/02.

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Art. 1.609. O reconhecimento dos filhos havidos fora do casamento é irrevogável e será feito:
I - no registro do nascimento;
II - por escritura pública ou escrito particular, a ser arquivado em cartório;
III - por testamento, ainda que incidentalmente manifestado;
IV - por manifestação direta e expressa perante o juiz, ainda que o reconhecimento não haja sido o objeto
único e principal do ato que o contém.
Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho ou ser posterior ao seu falecimento,
se ele deixar descendentes.

3) Ação de reconhecimento de paternidade: Ação promovida pelo pai, figurando no pólo passivo da demanda
o filho e o pai registral. Julgada procedente, será corrigida esta situação. Porém, atente para que possa gerar
uma situação de dois pais, multiparentalidade por conta da convivência social (socioafetiva) e agora o
biológico reconhecido.
Vejamos a questão do filho possuir maior idade: O próprio filho poderá repudiar (não anuir). art. 1614,
CC/02 e a situação do menor de idade.
Art. 1.614. O filho maior não pode ser reconhecido sem o seu consentimento, e o menor pode impugnar o
reconhecimento, nos quatro anos que se seguirem à maioridade, ou à emancipação

4) Ação de Nulidade do Registro: Entendimento que não pode haver desconstituição do vínculo enquanto em
vida. Na pior das hipóteses, já foi considerado a paternidade socioafetiva.

Adoção à Brasileira: Não é filho biológico mas assume a paternidade de filho sabido não ser seu. Mesmo
demonstrado em uma ação de negatória sua paternidade biológica.
Modalidade: Venire contra factum proprium. Abuso do direito de Ação. Excede manifestamente os limites da
boa-fé.
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