Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Direito de Filiação
1
09/04/2015
2
09/04/2015
Parentalidade Sócioafetiva
III Jornada do Conselho da Justiça Federal
Profa. Maria Berenice Dias (2001, p. 50) Enunciado nº 256 – Art. 1.593:
"A nenhuma espécie de vínculo que tenha por base o afeto
pode deixar de conferir o status de família, merecedora da A posse do estado de filho (parentalidade
proteção do Estado, pois a Constituição Federal, no inciso socioafetiva) constitui modalidade de parentesco civil.
III do art. 1º, consagra, em norma pétrea, o respeito à
dignidade da pessoa humana".
3
09/04/2015
4
09/04/2015
“durante o casamento, compete o pátrio poder aos Pela atual constituição não existe mais distinção de
pais, exercendo-o o marido com colaboração da tratamento entre os cônjuges cabendo aos dois
mulher. Na falta ou impedimento de um dos igualitariamente exercer o poder familiar, cabendo
progenitores passará o outro a exercê-lo com a cada qual guarida junto ao poder judiciário em
exclusividade” caso de divergência.
5
09/04/2015
Múnus público
Hipóteses de exercício simultâneo:
Irrenunciável
- Filhos menores (art. 1630 cc)
- Pais vivos e capazes e unidos por vínculo
Inalienável matrimonial/ UE (art. 1631 cc) ou
separados/divorciados (1632 cc);
Imprescritível - Reconhecimento da filiação ou adoção por ambos
Vínculo de autoridade
6
09/04/2015
7
09/04/2015
8
09/04/2015
9
09/04/2015
10
09/04/2015
11
09/04/2015
1
2
12
09/04/2015
http://www.mapadaviolencia.org.br/pdf2012/MapaViolencia2012_Criancas_e_Adolescentes.pdf
13
09/04/2015
14
09/04/2015
“Art. 70-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão atuar de forma
articulada na elaboração de políticas públicas e na execução de ações destinadas a coibir o uso
de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante e difundir formas não violentas de
educação de crianças e de adolescentes, tendo como principais ações:
“Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampliada, os responsáveis, os I - a promoção de campanhas educativas permanentes para a divulgação do direito da criança e
do adolescente de serem educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento
agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou qualquer cruel ou degradante e dos instrumentos de proteção aos direitos humanos;
pessoa encarregada de cuidar de crianças e de adolescentes, tratá-los, II - a integração com os órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria
Pública, com o Conselho Tutelar, com os Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente e
educá-los ou protegê-los que utilizarem castigo físico ou tratamento cruel com as entidades não governamentais que atuam na promoção, proteção e defesa dos direitos
ou degradante como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer da criança e do adolescente;
outro pretexto estarão sujeitos, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, às III - a formação continuada e a capacitação dos profissionais de saúde, educação e assistência
social e dos demais agentes que atuam na promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e
seguintes medidas, que serão aplicadas de acordo com a gravidade do do adolescente para o desenvolvimento das competências necessárias à prevenção, à
identificação de evidências, ao diagnóstico e ao enfrentamento de todas as formas de violência
caso: contra a criança e o adolescente;
I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à IV - o apoio e o incentivo às práticas de resolução pacífica de conflitos que envolvam violência
contra a criança e o adolescente;
família; V - a inclusão, nas políticas públicas, de ações que visem a garantir os direitos da criança e do
II - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico; adolescente, desde a atenção pré-natal, e de atividades junto aos pais e responsáveis com o
objetivo de promover a informação, a reflexão, o debate e a orientação sobre alternativas ao uso
III - encaminhamento a cursos ou programas de orientação; de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante no processo educativo;
IV - obrigação de encaminhar a criança a tratamento especializado; VI - a promoção de espaços intersetoriais locais para a articulação de ações e a elaboração de
planos de atuação conjunta focados nas famílias em situação de violência, com participação de
V - advertência. profissionais de saúde, de assistência social e de educação e de órgãos de promoção, proteção e
defesa dos direitos da criança e do adolescente.
Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo serão aplicadas pelo Parágrafo único. As famílias com crianças e adolescentes com deficiência terão prioridade de
Conselho Tutelar, sem prejuízo de outras providências legais.” atendimento nas ações e políticas públicas de prevenção e proteção.”
Art. 2º Os arts. 13 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, passam a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de castigo físico, de tratamento cruel ou degradante e de maus-
tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva
localidade, sem prejuízo de outras providências legais.
Art. 3o O art. 26 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional),
passa a vigorar acrescido do seguinte § 9o:
“Art. 26. .......................................................................................
§ 9º Conteúdos relativos aos direitos humanos e à prevenção de todas as formas de violência contra a criança e o
adolescente serão incluídos, como temas transversais, nos currículos escolares de que trata o caput deste artigo,
tendo como diretriz a Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), observada a
produção e distribuição de material didático adequado.” (NR)
15
09/04/2015
16
09/04/2015
ECA: ECA:
Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência
mediante guarda, tutela ou adoção, material, moral e educacional à criança ou
independentemente da situação jurídica da criança adolescente, conferindo a seu detentor o direito de
ou adolescente, nos termos desta Lei. opor-se a terceiros, inclusive aos pais.
(Vide Lei nº 12.010, de 2009)
17
09/04/2015
Art. 33 ECA:
§ 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora
dos casos de tutela e adoção, para atender a
situações peculiares ou suprir a falta eventual dos
pais ou responsável, podendo ser deferido o
direito de representação para a prática de atos
determinados.
§ 3º A guarda confere à criança ou adolescente a
condição de dependente, para todos os fins e
efeitos de direito, inclusive previdenciários.
Lei nº 11.698/08
Lei 13.058/14
Lei nº 13.058/14
Radical: a regra para todos é a compartilhada!
(STJ reconheceu em 2011 que em estado de beligerância pode aplicar
a guarda compartilhada – Resp 1.251.000/MG – 3ª Tu – Min. Nancy A.)
- Guarda Unilateral somente na hipótese de um genitor
renunciar ao seu direito;
- Divisão de tempo igual;
- Regulação de tempo de “convivência”;
- Omissa quanto a multiparentalidade;
- Omissa quanto a pais que residem em domicílios
distintos;
- multa a estabelecimentos que omitirem informações
sobre os filhos
- Alimentos: criou a prestação de contas
18
09/04/2015
19
09/04/2015
§ 3o Para estabelecer as atribuições do pai e da mãe e os § 5o Se o juiz verificar que o filho não deve permanecer sob a
períodos de convivência sob guarda compartilhada, o juiz, de guarda do pai ou da mãe, deferirá a guarda a pessoa que revele
ofício ou a requerimento do Ministério Público, poderá basear-se compatibilidade com a natureza da medida, considerados, de
em orientação técnico-profissional ou de equipe interdisciplinar, preferência, o grau de parentesco e as relações de afinidade e
que deverá visar à divisão equilibrada do tempo com o pai e com afetividade.
a mãe.
§ 6o Qualquer estabelecimento público ou privado é obrigado a
prestar informações a qualquer dos genitores sobre os filhos
§ 4o A alteração não autorizada ou o descumprimento imotivado destes, sob pena de multa de R$ 200,00 (duzentos reais) a R$
de cláusula de guarda unilateral ou compartilhada poderá implicar 500,00 (quinhentos reais) por dia pelo não atendimento da
a redução de prerrogativas atribuídas ao seu detentor. solicitação.” (NR)
POLÊMICA !!!
20
09/04/2015
Lei nº 12.962/2014 S. A. P.
21
09/04/2015
Art. 2º. da Lei nº. 12.318 de agosto de 2010 Art. 2º. da Lei nº. 12.318 de agosto de 2010
Parágrafo único. São formas exemplificativas de alienação
V - omitir deliberadamente a genitor informações pessoais
parental, além dos atos assim declarados pelo juiz ou
constatados por perícia, praticados diretamente ou com auxílio relevantes sobre a criança ou adolescente, inclusive
de terceiros: escolares, médicas e alterações de endereço;
I - realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor VI - apresentar falsa denúncia contra genitor, contra
no exercício da paternidade ou maternidade; familiares deste ou contra avós, para obstar ou dificultar a
II - dificultar o exercício da autoridade parental; convivência deles com a criança ou adolescente;
III - dificultar contato de criança ou adolescente com genitor; VII - mudar o domicílio para local distante, sem
IV - dificultar o exercício do direito regulamentado de justificativa, visando a dificultar a convivência da criança
convivência familiar; ou adolescente com o outro genitor, com familiares deste
ou com avós.
22
09/04/2015
Art. 4º. da Lei nº. 12.318/10 Lei nº. 12.318 de agosto de 2010
Art. 5o Havendo indício da prática de ato de alienação
Parágrafo único. Assegurar-se-á à criança ou parental, em ação autônoma ou incidental, o juiz, se
necessário, determinará perícia psicológica ou
adolescente e ao genitor garantia mínima de biopsicossocial.
visitação assistida, ressalvados os casos em que § 1o O laudo pericial terá base em ampla avaliação
há iminente risco de prejuízo à integridade física psicológica ou biopsicossocial, conforme o caso,
compreendendo, inclusive, entrevista pessoal com as partes,
ou psicológica da criança ou do adolescente,
exame de documentos dos autos, histórico do relacionamento
atestado por profissional eventualmente do casal e da separação, cronologia de incidentes, avaliação da
designado pelo juiz para acompanhamento das personalidade dos envolvidos e exame da forma como a
visitas. criança ou adolescente se manifesta acerca de eventual
acusação contra genitor.
Art. 5º. da Lei nº. 12.318/10 Lei nº. 12.318 de agosto de 2010
§ 2o A perícia será realizada por profissional ou Art. 6o Caracterizados atos típicos de alienação
equipe multidisciplinar habilitados, exigido, em
qualquer caso, aptidão comprovada por
parental ou qualquer conduta que dificulte a
histórico profissional ou acadêmico para convivência de criança ou adolescente com
diagnosticar atos de alienação parental. genitor, em ação autônoma ou incidental, o juiz
§ 3o O perito ou equipe multidisciplinar poderá, cumulativamente ou não, sem prejuízo
designada para verificar a ocorrência de
alienação parental terá prazo de 90 (noventa) da decorrente responsabilidade civil ou criminal
dias para apresentação do laudo, prorrogável e da ampla utilização de instrumentos
exclusivamente por autorização judicial baseada processuais aptos a inibir ou atenuar seus
em justificativa circunstanciada.
efeitos, segundo a gravidade do caso:
23
09/04/2015
TJRS TJRS
Nº 70017390972 Nº 70015224140
2006/CÍVEL 2006/CÍVEL
24
09/04/2015
A primeira vez em que o STJ deliberou sobre o tema foi no julgamento do REsp
757.411/MG, relatado pelo ministro Fernando Gonçalves. O caso foi julgado pela 4ª
Turma, no dia 29 de novembro de 2005, tendo aquele Colegiado, por maioria de
votos, sufragado a tese de ser incabível a indenização por abandono afetivo.
Essa tese foi reafirmada por ocasião do julgamento do REsp 514.350/SP, relatado
pelo ministro Aldir Passarinho Junior, na 4ª Turma, em 28 de abril de 2009.
(argumento pelo não cabimento passa também pela intervenção mínima do Estado
nas questões de Família)
25
09/04/2015
"Amor não pode ser cobrado, mas afeto compreende também os deveres dos pais
com os filhos. [...] A proteção integral à criança exige afeto, mesmo que pragmático,
e impõe dever de cuidar.“ O julgamento é importante e realça o papel do Tribunal da
Não se trata de uma impossível obrigação de amar, mas de um dever impostergável
Cidadania, no sentido de uniformizar a jurisprudência
de cuidar" nacional como último intérprete da lei federal. Certamente,
ambas as posições têm seus pontos virtuosos e merecem
detida reflexão.
26