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CURSO DE DIREITO - UNICHRISTUS

DIREITO DA CRIANÇA, DO ADOLESCENTE E DO IDOSO


PROFA. CARLA MARQUES DIÓGENES

ROTEIRO DE AULA1

PODER FAMILIAR

MUDANÇA DE PARADIGMAS: DO PÁTRIO PODER AO PODER FAMILIAR

Código Civil de 1916 – família: princípio da unidade de direção.

Art. 380. Durante o casamento, exerce o pátrio poder o marido, como chefe da família
(art. 233), e, na falta ou impedimento seu, a mulher.

Estatuto da Mulher casada, 1962 – modifica o artigo 380 do Código Civil de 1916.

Art. 380. Durante o casamento compete o pátrio poder aos pais, exercendo-o o marido
com a colaboração da mulher. Na falta ou impedimento de um dos progenitores,
passará o outro a exercê-lo com exclusividade.

Parágrafo único. Divergindo os progenitores quanto ao exercício do pátrio poder,


prevalecerá a decisão do pai, ressalvado à mãe o direito de recorrer ao juiz, para
solução da divergência.

o Em caso de divergência?

Constituição Federal de 1988 – igualdade entre homem e mulher (Art. 5º, I e art. 226,
§5º)

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta


Constituição; [...]

Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. [...]

§ 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente


pelo homem e pela mulher.

1
Este material é apenas um roteiro!!! O estudo deve ser feito por meio da leitura dos textos e das obras
indicadas em sala!!!
Estatuto da Criança e do Adolescente – Art. 21.

Art. 21. O pátrio poder poder familiar será exercido, em igualdade de condições, pelo
pai e pela mãe, na forma do que dispuser a legislação civil, assegurado a qualquer
deles o direito de, em caso de discordância, recorrer à autoridade judiciária
competente para a solução da divergência. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010,
de 2009)

Código Civil de 2002 – nova nomenclatura – Arts. 1.630 e 1.631.

Art. 1.630. Os filhos estão sujeitos ao poder familiar, enquanto menores.

Art. 1.631. Durante o casamento e a união estável, compete o poder familiar aos pais;
na falta ou impedimento de um deles, o outro o exercerá com exclusividade.

Parágrafo único. Divergindo os pais quanto ao exercício do poder familiar, é


assegurado a qualquer deles recorrer ao juiz para solução do desacordo.

o Em caso de divergência?

o A separação judicial, o divórcio e a dissolução da união estável alteram as


relações entre pais e filhos senão quanto ao poder familiar? Ver art. 1.632 do
Código Civil.

o OBS! Crítica à nova nomenclatura. Sugestão de nomenclatura mais adequada:


responsabilidade parental.

UM PODER-DEVER

Direito-função, múnus legal.

“O poder familiar, pois, pode ser definido como um complexo de direitos e deveres
pessoais e patrimoniais com relação ao filho menor de idade, não emancipado, e que
deve ser exercido no superior interesse deste último. Sendo um direito-função, os
genitores biológicos ou adotivos não podem abrir mão dele e não o podem transferir a
título gratuito ou oneroso.” (MACIEL, 2019, p. 193)

CONTEÚDO DO PODER FAMILIAR

CC/2002 – Art.1.634.
Art. 1.634. Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua situação conjugal, o
pleno exercício do poder familiar, que consiste em, quanto aos filhos: (Redação dada
pela Lei nº 13.058, de 2014)

I - dirigir-lhes a criação e a educação; (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014)

II - exercer a guarda unilateral ou compartilhada nos termos do art. 1.584; (Redação


dada pela Lei nº 13.058, de 2014)

III - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para casarem; (Redação dada pela


Lei nº 13.058, de 2014)

IV - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para viajarem ao exterior; (Redação


dada pela Lei nº 13.058, de 2014)

V - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para mudarem sua residência


permanente para outro Município; (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014)

VI - nomear-lhes tutor por testamento ou documento autêntico, se o outro dos pais não
lhe sobreviver, ou o sobrevivo não puder exercer o poder familiar; (Redação dada pela
Lei nº 13.058, de 2014)

VII - representá-los judicial e extrajudicialmente até os 16 (dezesseis) anos, nos atos


da vida civil, e assisti-los, após essa idade, nos atos em que forem partes, suprindo-
lhes o consentimento; (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014)

VIII - reclamá-los de quem ilegalmente os detenha; (Incluído pela Lei nº 13.058, de


2014)

IX - exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade e
condição. (Incluído pela Lei nº 13.058, de 2014)

SUSPENSÃO DO PODER FAMILIAR

CC/2002 – Art.1.637.

Art. 1.637. Se o pai, ou a mãe, abusar de sua autoridade, faltando aos deveres a eles
inerentes ou arruinando os bens dos filhos, cabe ao juiz, requerendo algum parente,
ou o Ministério Público, adotar a medida que lhe pareça reclamada pela segurança do
menor e seus haveres, até suspendendo o poder familiar, quando convenha.

o Sanção aos genitores ou proteção dos filhos?

o Provisória ou definitiva?

o Quem pode decretar? Autoridade judiciária.

Procedimento – Art.155 e seguintes do ECA.


Art. 155. O procedimento para a perda ou a suspensão do pátrio poder poder
familiar terá início por provocação do Ministério Público ou de quem tenha legítimo
interesse. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)

Ler 1.637, parágrafo único!

Art. 1.637. [...]

Parágrafo único. Suspende-se igualmente o exercício do poder familiar ao pai ou à


mãe condenados por sentença irrecorrível, em virtude de crime cuja pena exceda a
dois anos de prisão.

EXTINÇÃO DO PODER FAMILIAR

CC/2002 – Art. 1.635!

Art. 1.635. Extingue-se o poder familiar:

I - pela morte dos pais ou do filho;

II - pela emancipação, nos termos do art. 5º, parágrafo único;

III - pela maioridade;

IV - pela adoção;

V - por decisão judicial, na forma do artigo 1.638.

o Incisos I a IV - causas naturais ou jurídicas sem natureza sancionatória.

o Inciso V – referência ao artigo 1.638.

BIBLIOGRAFIA

MACIEL, Kátia Regina Ferreira Lobo Andrade (Org.). Curso de direito da criança e
do adolescente: aspectos teóricos e práticos. 12. ed. São Paulo: Saraiva Educação,
2019.

Bons estudos!!!

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