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AULA 1 - 01/03/2023

Profa. Ma. Luciane Sobral


professora@lucianesobral.com.br
1º BIM DATAS IMPORTANTES:

ABRIL ABRIL

19 26
ENVIO ADS - AVA PROVA
INDIVIDUAL (1,0) INDIVIDUAL (9,0)

2
ADS 1º BIMESTRE
Elaborar 10 questões discursivas com as respectivas respostas
sobre os TEMAS TRABALHADOS NO 1º BIM:
- Evolução histórica das relações familiares / princípios / pluralidade familiar;
- Relações de parentesco;
- Casamento: Habilitação, celebração, capacidade, provas, impedimentos, causas suspensivas e teoria
das nulidades;
- Casamento / Dissolução e Divórcio: Regimes de bens;
- Responsabilidade civil entre os cônjuges;
- União estável / namoro / namoro qualificado.

Obs: Há necessidade de ao menos uma questão (pergunta e


resposta) para cada tópico acima.
*Individual, entrega via AVA em Word ou PDF
**Colocar nome completo no arquivo
3
2º BIM DATAS IMPORTANTES:

JUNHO JUNHO

7 14
ENVIO ADS - AVA PROVA
INDIVIDUAL (1,0) INDIVIDUAL (9,0)

4
ADS 2º BIMESTRE
Criar mapa mental dos 10 temas tratados no 2º Bim.

https://ideg.com.br/como-fazer-um-mapa-mental/

*Individual, entrega via AVA em Word ou PDF


(pode fazer manuscrito e enviar digitalizado em PDF)

**Colocar nome completo no arquivo

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AULA 2 - 03/03/2023

Profa. Ma. Luciane Sobral


professora@lucianesobral.com.br
QUAL A DIFERENÇA ENTRE
A FAMÍLIA DE HOJE E
A FAMÍLIA DE ANTIGAMENTE?

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BREVE HISTÓRICO DA FAMÍLIA E
A REGULAMENTAÇÃO JURÍDICA

• Código Civil de 1916

• Mulher = relativamente incapaz → consentimento


do marido.

• Filiação ilegítima (fora do casamento) – art. 352 CC/1916

• Declaração Universal dos Direitos do Homem


(ONU) 1948, art. 16.3: “a família é o núcleo natural
e fundamental da sociedade e tem direito à Proteção
da sociedade e do Estado”.

• Estatuto da mulher casada - Lei 4.121/1962. 3


BREVE HISTÓRICO DA FAMÍLIA E
A REGULAMENTAÇÃO JURÍDICA

• Código Civil de 1916

• Art. 1.299. A mulher casada não pode aceitar


mandato sem autorização do marido.

• Art. 219. Considera-se erro essencial sobre a pessoa do


outro cônjuge: [...]
IV – o defloramento da mulher, ignorado pelo marido.

• Art. 234. A obrigação de sustentar a mulher cessa, para o marido, quando ela
abandona sem justo motivo a habilitação conjugal, e esta recusa voltar. Neste
caso, o juiz pode, segundo as circunstâncias, ordenar, em proveito do marido e
dos filhos, o sequestro temporário de parte dos rendimentos particulares da
mulher
4
BREVE HISTÓRICO DA FAMÍLIA E
A REGULAMENTAÇÃO JURÍDICA

• Código Civil de 1916

Art. 320. No desquite judicial, sendo a mulher inocente


e pobre, prestar-lhe-á o marido a pensão alimentícia,
que o juiz fixar.

Art. 251. À mulher compete a direção e a administração do casal,


quando o marido:
I. Estiver em lugar remoto, ou não sabido.
II. Estiver em cárcere por mais de dois anos.
III. For judicialmente declarado interdito.

5
BREVE HISTÓRICO DA FAMÍLIA E
A REGULAMENTAÇÃO JURÍDICA

• Código Civil de 1916

Art. 233. O marido é o chefe da sociedade conjugal.


Compete-lhe:

I - a representação legal da família;


II - a administração dos bens comuns e dos particulares da
mulher, que ao marido competir administrar em virtude do regime matrimonial adotado,
ou de pacto antenupcial (arts. 178, § 9º, I, c, 274, 289, I e 311);
III - o direito de fixar e mudar o domicílio da família (arts. 46 e 233, n. IV);
IV - O direito de autorizar a profissão da mulher e a sua residência fora do teto
conjugal (arts. 231, II, 242, VII, 243 a 245, II e 247, III);
V - prover a mantença da família, guardada a disposição do art. 277.

6
BREVE HISTÓRICO DA FAMÍLIA E
A REGULAMENTAÇÃO JURÍDICA

• Estatuto da mulher casada - Lei 4.121/1962.


• Alteração dos artigos do CC 1916:
“Art. 233. O marido é o chefe da sociedade conjugal, função
que exerce com a colaboração da mulher, no interêsse comum
do casal e dos filhos (arts. 240, 247 e 251).
Compete-lhe [AO MARIDO]:
• I - A representação legal da família;
• II - a administração dos bens comuns e dos particulares da mulher que ao marido incumbir
administrar, em virtude do regime matrimonial adotado, ou de pacto, antenupcial (arts. 178, §
9º, nº I, c, 274, 289, nº I e 311);
• III - o direito de fixar o domicílio da família ressalvada a possibilidade de recorrer a mulher ao
Juiz, no caso de deliberação que a prejudique;
• IV - prover a manutenção da família, guardadas as disposições dos arts. 275 e 277".
(retirada a autorização do marido para a esposa trabalhar) 7
BREVE HISTÓRICO DA FAMÍLIA E
A REGULAMENTAÇÃO JURÍDICA

• Estatuto da mulher casada - Lei 4.121/1962.


• Alteração dos artigos do CC 1916:

• Art. 380. Durante o casamento compete o pátrio poder aos


pais, exercendo-o o marido com a colaboração da mulher.
Na falta ou impedimento de um dos progenitores, passará o outro
a exercê-lo com exclusividade.

• Parágrafo único. Divergindo os progenitores quanto ao exercício do pátrio poder,


prevalecerá a decisão do pai, ressalvado à mãe o direito de recorrer ao juiz, para
solução da divergência.

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QUAL A DIFERENÇA ENTRE
A FAMÍLIA DE HOJE E
A FAMÍLIA DE ANTIGAMENTE?

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POR HOJE É SÓ!
AULA 3 - 10/03/2023

Profa. Ma. Luciane Sobral


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PRINCÍPIOS DO DIREITO DE FAMÍLIA:
TRANSFORMAÇÕES E RUPTURAS

CF → Carta de princípios; direitos humanos

Constitucionalização do Direito Civil

» Princípios gerais ➔ aplicados a todos os ramos Direito

» Princípios especiais ➔ próprios das relações familiares


(Há princípios constitucionais implícitos).

2
PRINCÍPIOS DO DIREITO DE FAMÍLIA:
TRANSFORMAÇÕES E RUPTURAS.

1) Dignidade da Pessoa Humana (CF/1988)

“Na medida em que a ordem constitucional elevou


a dignidade da pessoa humana a fundamento da
ordem jurídica, houve uma opção expressa pela pessoa,
ligando todos os institutos à realização de sua personalidade.
Tal fenômeno provou a despatrimonialização e a personalização dos
institutos jurídicos”. (Maria Berenice Dias, 2015, p. 45)

3
PRINCÍPIOS DO DIREITO DE FAMÍLIA:
TRANSFORMAÇÕES E RUPTURAS.

2) Liberdade

Redimensionou o conteúdo da autoridade parental;

Opção pela escolha da relação conjugal, união estável


hétero ou homossexual;
Opção pela dissolução das relações
...

4
PRINCÍPIOS DO DIREITO DE FAMÍLIA:
TRANSFORMAÇÕES E RUPTURAS.

3) Igualdade

- Cônjuges (homem e mulher);


- Filiação;
- Sobrenome (ambos);
...

5
PRINCÍPIOS DO DIREITO DE FAMÍLIA:
TRANSFORMAÇÕES E RUPTURAS.

4) Solidariedade Familiar

- Prioridades
- Deveres e direitos recíprocos
- Casamento: comunhão de vidas;
- Superação do individualismo jurídico;
- Dever de assistência;
- Alimentos (assistência material);
- Afeto (assistência moral).

6
PRINCÍPIOS DO DIREITO DE FAMÍLIA:
TRANSFORMAÇÕES E RUPTURAS.

5) Pluralismo Familiar

- Deriva da Liberdade
- Livre planejamento familiar
- Definição modelos culturais, educacionais e religiosos;
- Livre formação dos filhos.

7
PRINCÍPIOS DO DIREITO DE FAMÍLIA:
TRANSFORMAÇÕES E RUPTURAS.

6) Afetividade

- Rompe tradição consanguínea;


- Decorre da dignidade e da solidariedade;
- Diferente de afeto*

8
PRINCÍPIOS DO DIREITO DE FAMÍLIA:
TRANSFORMAÇÕES E RUPTURAS.

6) Afetividade

“[...] a afetividade, sob o ponto de vista jurídico, não se confunde com o afeto, como
fato psicológico ou anímico, este de ocorrência real necessária. O direito, todavia,
converteu a afetividade em princípio jurídico, que tem força normativa, impondo
dever e obrigação aos membros da família, ainda que na realidade existencial entre
eles tenha desaparecido o afeto. Assim, pode haver desafeto entre pai e filho, mas
o direito impõe o dever de afetividade. [...] A afetividade é o princípio jurídico que
peculiariza, no âmbito da família, o princípio da solidariedade. [...] A afetividade
estado psíquico global, relacionada a estado de ânimo, sentimentos e emoções é
muito abrangente e por isso não está presente quando se trata de direito, já que
este preocupa-se apenas com os fatos que devem receber a incidência da norma
jurídica” (LÔBO, 2019, p. 646-647).
LÔBO, Paulo Luiz Netto. Paternidade socioafetiva e o retrocesso da Súmula 301-STJ. Anais [...]. IBDFAM. Disponível 9
em: http://www.ibdfam.org.br/_img/congressos/anais/37.pdf. Acesso em: 12 fev. 2019.
PRINCÍPIOS DO DIREITO DE FAMÍLIA:
TRANSFORMAÇÕES E RUPTURAS.

7) Direito à convivência familiar

- Comunhão de vida instituída pela família


(art. 1.513 CC).
- Extraído do direito à intimidade;
- Direitos da criança e do adolescente.
Ex: Visitação avós.

10
PRINCÍPIOS DO DIREITO DE FAMÍLIA:
TRANSFORMAÇÕES E RUPTURAS.

7) Direito à convivência familiar

11
PRINCÍPIOS DO DIREITO DE FAMÍLIA:
TRANSFORMAÇÕES E RUPTURAS.

8) Melhor interesse da criança e do adolescente

- Estatuto da Criança e do Adolescente;


- Transformação histórica – olhar integrantes família;
- Interesse prioritário do Estado, sociedade e família.
- Doutrina da proteção integral – diretriz determinante, prioridade
absoluta direito à vida, saúde, educação, alimentação, lazer, respeito....
- Também denominado “Proteção à criança, adolescente – e idoso –
(Maria Berenice Dias)

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PRINCÍPIOS DO DIREITO DE FAMÍLIA:
TRANSFORMAÇÕES E RUPTURAS.

9) Princípio da responsabilidade

- Responsabilização ligada também à afetividade;


- Assegura realização dos membros atuais e futuros
da família;
- “Com grandes poderes vêm grandes responsabilidades”
(Tio Ben – Homem aranha)

- “Não há poder sem responsabilidade” (José Simão).

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PRINCÍPIOS DO DIREITO DE FAMÍLIA:
TRANSFORMAÇÕES E RUPTURAS.

10) Princípio da proibição do retrocesso social

- Obrigação do estado de assegurar os direitos já


concedidos;
- Tratamento isonômico e fiel às garantias constitucionais;

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POR HOJE É SÓ!
AULA 3 - 10/03/2023

Profa. Ma. Luciane Sobral


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PLURALIDADE
FAMILIAR

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FAMÍLIAS PLURAIS
- MATRIMONIAL

-Antes: Estado, Igreja ➔ ordem social (moralidade);

-CC 1916 – família = matrimonializada, patriarcal, hierarquizada,


patrimonializada e heterossexual.

-Lei do Divórcio

-CC 2002 (hoje) – proibição interferência comunhão de vida instituída


pela família (art. 1.513)

-Mas ainda há inúmeras exigências para celebração casamento;


3
FAMÍLIAS PLURAIS
- INFORMAL

- Concubinato
- Relações extramatrimoniais ➔ indenização por serviços domésticos
(sociedade de fato)
- UNIÃO ESTÁVEL = “Casamento por usucapião” (Maria Berenice Dias)

4
FAMÍLIAS PLURAIS
- HOMOAFETIVA

• CF Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do


Estado.
§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união
estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei
facilitar sua conversão em casamento.
➔ (Preconceito / fere dignidade humana)

• STF ADI 4.277 e ADPF 132 (maio/2011)


➔ 1) Reconhecimento união estável homoafetiva (Ministro Ayres Brito)
➔ 2) Resolução 175/2013 CNJ (Ministro Joaquim Barbosa)
5
FAMÍLIAS PLURAIS
FAMÍLIAS PLURAIS
- PARALELAS ou SIMULTÂNEAS
- Dois ou mais relacionamentos simultâneos
- (Núcleos diferentes)
- Discussão sobre deveres fidelidade e
Monogamia.

- POLIAFETIVA
- Convivência conjunta de mais de duas pessoas sobre o mesmo teto
- (Mesmo núcleo familiar)
- Discussão sobre deveres fidelidade e
Monogamia.

6
FAMÍLIAS PLURAIS
- MONOPARENTAL
- Qualquer um dos pais e seus descendentes;
- (art. 226 §4º CF);

- PARENTAL ou ANAPARENTAL
- Convivência entre parentes, com identidade e propósito de família;
- Ex: irmãs.

- RECOMPOSTA, PLURIPARENTAL ou MOSAICO


- Famílias reconstruídas.
- “Os meus, os seus e os nossos”

7
FAMÍLIAS PLURAIS

- NATURAL
- Biológica (ascendentes + descendentes)

- EXTENSA ou AMPLIADA
- Biológica + parentes próximos.

- SUBSTITUTA
- Caráter excepcional (ECA, art. 19 §3º)

- EUDEMONISTA
- Busca felicidade, amor, solidariedade, realização pessoal.
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POR HOJE É SÓ!
AULA 5 – 17/03/2023

Profa. Ma. Luciane Sobral


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ENTIDADES FAMILIARES
NÃO CODIFICADAS

2
Expressamente na Constituição

• Casamento
• Art. 226 § 1º CRFB: “O casamento é civil e gratuita a celebração”.
• União Estável heteroafetiva
• Art. 226 § 3º CRFB: “Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida
a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar,
devendo a lei facilitar sua conversão em casamento”.
• Família Monoparental
• Art. 226 § 4º CRFB: “Entende-se, também, como entidade familiar a
comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes”.

3
Não expressas na Constituição:

• União Estável homoafetiva


• Família Simultânea

• Família Recomposta
• Família Anaparental
• Família Eudemonista / Solidária
• Família Unipessoal
• STJ, Súmula 364: “O conceito de impenhorabilidade de bem de
família abrange também o imóvel pertencente a pessoas solteiras,
separadas e viúvas”. 4
RELAÇÕES DE
PARENTESCO

5
FAMÍLIA X PARENTES

Cônjuge é parente?
Não.
6
PARENTESCO

CONSANGUINIDADE

AFINIDADE

Art. 1.593CC. O parentesco é


NATURAL CIVIL natural ou civil, conforme resulte de
consanguinidade ou outra origem.
7
LINHAS
LINHA RETA ➔ relação ascendência e
descendência (infinita).

LINHA COLATERAL ➔ quando, entre duas


pessoas, existe um ancestral comum.
*Não existe colateral 1º grau;
*Encerra-se no 4º grau.

Art. 1.592CC. São parentes em linha


colateral ou transversal, até o quarto grau, as
pessoas provenientes de um só tronco, sem
descenderem uma da outra.

8
Avós paternos Avós maternos
2º grau linha reta 2º grau linha reta

Minha mãe Meu tio


Meu pai 1º grau linha reta 3º grau colateral
1º grau linha reta
Meu irmão
2º grau colateral
EU

Minha sobrinha
3º grau colateral
9
10
AFINIDADE

Art. 1.595. Cada cônjuge ou companheiro é aliado


aos parentes do outro pelo vínculo da afinidade.

§ 1 o O parentesco por afinidade limita-se aos


ascendentes, aos descendentes e aos irmãos do
cônjuge ou companheiro.

§ 2 o Na linha reta, a afinidade não se extingue


com a dissolução do casamento ou da união estável.
Sogra é pra sempre!!!
11
MÃO NA MASSA
João Emanuel da Silva casou-se com Maria Aparecida Souza, juntos
eles tiveram três filhos Pedro Souza Silva, Paulo Souza Silva e André
Souza Silva. Paulo casou com Noeli e teve dois filhos: Sandy e Júnior.
André casou-se com Ana e ela já tinha uma filha, Beatriz, do
relacionamento anterior. Joana, sogra de André faleceu antes dele
conhecer Ana. Pedro permaneceu solteiro.
a) Qual a relação de parentesco entre Sandy e André?
b) Qual relação de parentesco entre Pedro e Ana?
c) Qual relação de parentesco entre Junior e Beatriz?
d) Considerando que Ana divorciou de André, André
pode se casar com Joana?
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MÃO NA MASSA
João Emanuel da Silva casou-se com Maria Aparecida Souza, juntos eles tiveram três
filhos Pedro Souza Silva, Paulo Souza Silva e André Souza Silva. Paulo casou com Noeli e
teve dois filhos: Sandy e Júnior. André casou-se com Ana e ela já tinha uma filha, Beatriz,
do relacionamento anterior. Joana, sogra de André faleceu antes dele conhecer Ana.
Pedro permaneceu solteiro.
a) Qual a relação de parentesco entre Sandy e André?
André é tio de Sandy. Colateral de 3º grau.
b) Qual relação de parentesco entre Pedro e Ana?
Cunhados. Colateral de 2º grau por afinidade.
c) Qual relação de parentesco entre Junior e Beatriz?
Não há relação de parentesco entre os dois.
d) Considerando que Ana divorciou de André, André pode se
casar com Joana?
Não, porque ela faleceu, mas mesmo viva não poderia em razão
do parentesco por afinidade que não se extingue com o divórcio. 13
POR HOJE É SÓ!
AULA 6 – 22/03/2023

Profa. Ma. Luciane Sobral


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CASAMENTO

2
CASAMENTO
Capacidade
• MAIOR DE 16 ANOS COM AUTORIZAÇÃO DE AMBOS OS PAIS

• SE UM DOS PAIS NÃO AUTORIZA = SUPRIMENTO JUDICIAL


DE CONSENTIMENTO ➔ REGIME DE SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA DE BENS

• EMANCIPADO (CAPACIDADE CIVIL PLENA)


• Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se
autorização de ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto não atingida
a maioridade civil.
Parágrafo único. Se houver divergência entre os pais, aplica-se o disposto no
parágrafo único do art. 1.631.

•Art. 1.518. Até a celebração do casamento podem os pais ou tutores revogar a


autorização. (Lei nº 13.146, de 2015)

•Art. 1.519. A denegação do consentimento, quando injusta, pode ser suprida pelo juiz.
•Art. 1.520. Excepcionalmente, será permitido o casamento de quem ainda não
alcançou a idade núbil (art. 1517), para evitar imposição ou cumprimento de pena
criminal ou em caso de gravidez.
•Art. 107. Extingue-se a punibilidade:
• VIII - pelo casamento do agente com a ofendida, nos crimes contra os costumes,
definidos nos Capítulos I, II e III do Título VI da Parte Especial.
REVOGADO pela Lei 11.106/2005

•Alteração 1.520 - Lei 13.811/2019, nova redação:


•Art. 1.520. Não será permitido, em qualquer caso, o casamento de quem
não atingiu a idade núbil, observado o disposto no art. 1.517 deste Código.
HABILITAÇÃO DO
CASAMENTO

6
HABILITAÇÃO

1) REQUERIMENTO
De punho dos nubentes ou através de procurador.

2) JUNTADA DE DOCUMENTOS
Certidão de nascimento; declaração de duas
testemunhas; declaração de estado civil, domicílio e residência
dos nubentes e dos pais;
Certidão de óbito de cônjuge falecido, sentença
declaratória de anulação, nulidade ou do registro da escritura
pública ou da sentença de divórcio (se caso proferida no
estrangeiro, homologada pelo STJ); Autorização dos
representantes, ou judicial se menor de 18 anos;
7
HABILITAÇÃO

3) PUBLICIDADE

Art. 1.527. Estando em ordem a


documentação, o oficial extrairá o edital,
que se afixará durante quinze dias nas
circunscrições do Registro Civil de ambos os
nubentes, e, obrigatoriamente, se publicará
na imprensa local, se houver.

Parágrafo único. A autoridade competente,


havendo urgência, poderá dispensar a
publicação.
8
HABILITAÇÃO

4) PARECER DO MINISTÉRIO PÚBLICO


*Recomendação CNMP nº 34/2016;

5) CERTIFICADO DE APTIDÃO À
CELEBRAÇÃO
Art. 1.532. A eficácia da habilitação será
de noventa dias, a contar da data em que
foi extraído o certificado;

9
CELEBRAÇÃO DO
CASAMENTO

10
CELEBRAÇÃO DO CASAMENTO

• Requerimento à autoridade competente para


designar dia, hora e local da celebração;

• Publicidade do ato nupcial;


❖ Portas abertas e com duas testemunhas, em regra.

• Presença real e simultânea dos contraentes ou de


procurador, nos casos excepcionais; das testemunhas;
do oficial de registro e da autoridade celebrante;

• Declaração dos nubentes de que se casam de livre e


espontânea vontade;
11
CELEBRAÇÃO DO CASAMENTO

• Pronunciamento do celebrante confirmatório


da vontade dos nubentes de casarem:

"De acordo com a vontade que ambos acabais


de afirmar perante mim, de vos receberdes por
marido e mulher, eu, em nome da lei, vos
declaro casados.” (art. 1.535 CC)

• Lavratura do assento do matrimônio no livro


de registro

• https://www.youtube.com/watch?v=HT_MBR4ggno&t= 12
65s
CELEBRAÇÃO DO CASAMENTO

Art. 1.538. A celebração do casamento será


imediatamente suspensa se algum dos
contraentes:
I - recusar a solene afirmação da sua vontade;
II - declarar que esta não é livre e espontânea;
III - manifestar-se arrependido.

Parágrafo único. O nubente que, por algum


dos fatos mencionados neste artigo, der causa
à suspensão do ato, não será admitido a
retratar-se no mesmo dia.
13
POR HOJE É SÓ!
AULA 7 – 24/03/2023

Profa. Ma. Luciane Sobral


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2
CASAMENTO:
IMPEDIMENTOS E CAUSAS
SUSPENSIVAS

3
CASAMENTO

• IMPEDIMENTOS - Art. 1521 CC  CAUSAS SUSPENSIVAS – Art. 1523 CC


NÃO PODEM CASAR NÃO DEVEM CASAR

NULO ! VÁLIDO!

(ART. 1548, II CC) 1641 CC = SEP. OBRIGATÓRIA DE BENS


• Art. 1.521. Não podem casar:
• I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil; (pais, avós,
bisavós)
• II - os afins em linha reta; (sogros, enteados, avós do cônjuge)
• III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do
adotante; (genro, nora; sogro, sogra)
• IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau
inclusive; (irmãos, tios e sobrinhos)
• V - o adotado com o filho do adotante; (irmãos)
• VI - as pessoas casadas;
• VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de
homicídio contra o seu consorte.
• Art. 1.523. Não devem casar:
• I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer
inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros;
• II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado,
até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade
conjugal;
• III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos
bens do casal;
• IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados
ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela
ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas.
• Art. 1523....
• Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam
aplicadas as causas suspensivas previstas nos incisos I, III e IV deste artigo,
provando-se a inexistência de prejuízo, respectivamente, para o herdeiro, para
o ex-cônjuge e para a pessoa tutelada ou curatelada; no caso do inciso II, a
nubente deverá provar nascimento de filho, ou inexistência de gravidez, na
fluência do prazo.
• Art. 1.524. As causas suspensivas da celebração do casamento podem ser
argüidas pelos parentes em linha reta de um dos nubentes, sejam
consangüíneos ou afins, e pelos colaterais em segundo grau, sejam também
consangüíneos ou afins.
POR AGORA É SÓ!
AULA 8 – 29/03/2023

Profa. Ma. Luciane Sobral


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CASAMENTO:
TEORIA DAS NULIDADES

2
EXISTÊNCIA - VALIDADE - EFICÁCIA
Escada Ponteana (Pontes de Miranda)
Plano da eficácia
Plano da validade

Agente Capaz Condição


Plano da existência
Vontade Livre
Termo
Agente Vontade Objeto lícito, possível,
determinado ou determinável

Forma prevista ou não Encargo


Objeto Forma vedada em lei
Elementos
Elementos Estruturais Elementos Essenciais Acidentais
3
EXISTÊNCIA - VALIDADE - EFICÁCIA
Escada Ponteana (Pontes de Miranda)
• EXISTÊNCIA
(i) a celebração por autoridade competente em razão da matéria;
(ii) vontade dos nubentes.
• VALIDADE
(i) capacidade (idade núbil)
(ii) livre consentimento;
(iii) formalidades necessárias.
• EFICÁCIA
Efeitos jurídicos: (i) sociais; (ii) patrimoniais; (iii) pessoais. 4
CASAMENTO

➢VÍCIO SANÁVEL ➢ VÍCIO INSANÁVEL

NULIDADE RELATIVA! NULIDADE ABSOLUTA!


(ANULÁVEL) (NULO)

Prazo prescricional (1.560CC) Imprescritível*

Desconstituído (nulo ou anulado) ➔ efeitos ex tunc*


*exceto casamento putativo 5
NULIDADE ABSOLUTA
• Ausência de CAPACIDADE (art. 1.548 CC e 1.550, V, CC)
• Desrespeito aos IMPEDIMENTOS (Art. 1521 CC)
• Art. 1.548 É nulo o casamento contraído:

I - pelo enfermo mental sem o necessário discernimento para os atos da vida civil;

II - por infringência de impedimento.

• Art. 1.550 § 2 o CC A pessoa com deficiência mental ou intelectual em idade núbia poderá
contrair matrimônio, expressando sua vontade diretamente ou por meio de seu responsável ou
curador. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015)

O casamento nulo existe, produz efeitos. Por sua vez, a declaração


de nulidade retroage à data da celebração (art. 1.563 CC). 6
CASAMENTO
• "Na doutrina, não se desconhece da divergência quanto à eficácia da ação
anulatória. Segundo defende a doutrina clássica, os efeitos da decisão judicial
na ação anulatória não são retro-operantes, possuindo efeitos apenas para o
futuro (Maria Helena Diniz, Carlos Roberto Gonçalves, Arnaldo Rizzardo, Caio
Mário, e Nelson Nery Jr. e Rosa Maria Nery), de outro giro, a corrente
majoritária defende que os efeitos da anulabilidade, no plano da eficácia, são
idênticos ao da nulidade, e operam efeitos tanto para o futuro como para o
passado, uma vez que algo que é ilegal não pode produzir efeitos (Humberto
Theodoro Júnior, Zeno Veloso, Pablo Stolze Gagliano, Rodolfo Pamplona Filho,
Paulo Nader, Renan Lotufo, Flávio Tartuce, Cristiano Chaves de Farias, Nelson
Rosenvald, Orlando Gomes e Silvio Rodrigues). Esse é o entendimento que se
infere do art. 182 do CC/2002. (...). Como se observa, o art. 182 do CC/2002
reza que os efeitos do negócio jurídico inválido devem cessar a partir da sua
anulação, se anuláveis, ou não devem produzir efeitos, se nulos (...)
(STJ, Decisão monocrática no Recurso Especial 1.420.839/MG, Min. Maria
Isabel Gallotti, julgada em 07.10.2016).
• Art. 1.550. É anulável o casamento:
I - de quem não completou a idade mínima para casar;
II - do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal;
III - por vício da vontade, nos termos dos arts. 1.556 a 1.558;
IV - do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o consentimento;
V - realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da
revogação do mandato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges;
VI - por incompetência da autoridade celebrante.
NULIDADE RELATIVA (ANULÁVEL)
• Menoridade
NULIDADE RELATIVA (ANULÁVEL)
• Vício de vontade
• Coação (art. 1.558 CC)
• Erro essencial (art. 1.557 CC)
NULIDADE RELATIVA (ANULÁVEL)
• Vício de vontade
• Coação (art. 1.558 CC)

Art. 1.558. É anulável o casamento em virtude de coação, quando o


consentimento de um ou de ambos os cônjuges houver sido
captado mediante fundado temor de mal considerável e iminente
para a vida, a saúde e a honra, sua ou de seus familiares.
Art. 1.559. Somente o cônjuge que incidiu em erro, ou sofreu
coação, pode demandar a anulação do casamento; mas a
coabitação, havendo ciência do vício, valida o ato, ressalvadas as
hipóteses dos incisos III e IV do art. 1.557.
NULIDADE RELATIVA (ANULÁVEL)
• Vício de vontade
• Erro essencial (art. 1.557 CC)

• Art. 1.556. O casamento pode ser anulado por vício da vontade, se


houve por parte de um dos nubentes, ao consentir, erro essencial
quanto à pessoa do outro.
NULIDADE RELATIVA (ANULÁVEL)
• Vício de vontade
• Erro essencial (art. 1.557 CC)
Art. 1.557. Considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge:
I - o que diz respeito à sua identidade, sua honra e boa fama, sendo esse
erro tal que o seu conhecimento ulterior torne insuportável a vida em comum
ao cônjuge enganado;
II - a ignorância de crime, anterior ao casamento, que, por sua natureza,
torne insuportável a vida conjugal;
III - a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável
que não caracterize deficiência ou de moléstia grave e transmissível, por
contágio ou por herança, capaz de pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou
de sua descendência; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
IV - (Revogado) . (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
NULIDADE RELATIVA (ANULÁVEL)
• Revogação de procuração
NULIDADE RELATIVA (ANULÁVEL)
• Incompetência do celebrante
CASAMENTO PUTATIVO
• Prestigiar o legislador, a boa-fé dos noivos e preserva os efeitos do
casamento.
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CASAMENTO:
EFEITOS PATRIMONIAIS
E EXTRAPATRIMONIAIS

2
Extrapatrimoniais: Efeitos sociais
• Vínculo de afinidade;
• Planejamento familiar;
• Emancipação do cônjuge menor de idade:

• Art. 5 o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica
habilitada à prática de todos os atos da vida civil.
• Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
• I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento
público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz,
ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;
• II - pelo casamento;
• [...]
3
Extrapatrimoniais: Efeitos sociais

• Art. 1.565. Pelo casamento, homem e mulher assumem mutuamente a


condição de consortes, companheiros e responsáveis pelos encargos da
família.
• § 1 Qualquer dos nubentes, querendo, poderá acrescer ao seu o sobrenome
o

do outro.
• § 2 O planejamento familiar é de livre decisão do casal, competindo ao
o

Estado propiciar recursos educacionais e financeiros para o exercício desse


direito, vedado qualquer tipo de coerção por parte de instituições privadas
ou públicas.

4
Extrapatrimoniais: Efeitos pessoais
• Direitos e deveres recíprocos entre os cônjuges;
• Direitos e deveres recíprocos dos pais em relação aos filhos;
• Igualdade de direitos e obrigações entre homem e mulher (art. 5º, I e
226§5º CF)

• Art. 226CF. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado


• § 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente
pelo homem e pela mulher.

• Art. 1.567CC. A direção da sociedade conjugal será exercida, em colaboração, pelo


marido e pela mulher, sempre no interesse do casal e dos filhos.
• Parágrafo único. Havendo divergência, qualquer dos cônjuges poderá recorrer ao juiz,
que decidirá tendo em consideração aqueles interesses. 5
Extrapatrimoniais: Efeitos pessoais

• Art. 1.566. São deveres de ambos os cônjuges:


• I - fidelidade recíproca;
• II - vida em comum, no domicílio conjugal;
• III - mútua assistência;
• IV - sustento, guarda e educação dos filhos;
• V - respeito e consideração mútuos.

6
REGIMES DE BENS

7
Efeitos Patrimoniais: Regime de bens

• Regime legal antes 1977 ➔ comunhão universal de bens;


• A partir da Lei do Divórcio de 1977 ➔ comunhão parcial de bens (até hoje);

• Art. 1.640. Não havendo convenção, ou sendo ela nula ou ineficaz, vigorará, quanto
aos bens entre os cônjuges, o regime da comunhão parcial.

• Pacto Antenupcial quando não escolhido regime legal (obrigatório);

8
Efeitos Patrimoniais: Regime de bens

• Liberdade:

• Art. 1.639. É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento,


estipular, quanto aos seus bens, o que lhes aprouver.

➔ Pacto Antenupcial facultativo quando escolhido regime legal.

9
Pacto Antenupcial

• Obrigatório ser feito por Escritura pública;


• Se realizada por menor, condiciona-se à aprovação do representante legal;
• Nulo se contrariar a lei;
• Precisa do casamento para ter eficácia;
• Após o registro no Registro de Imóveis do domicílio dos cônjuges é que
produz efeitos perante terceiros.

(Arts. 1.653 a 1.657 CC)

10
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REGIMES DE BENS
CONTINUAÇÃO

2
Comunhão parcial de bens
→Bens excluídos:
• bens anteriores ao casamento;
• bens havidos por doação ou sucessão;
• bens sub-rogados em seus lugares;
• obrigações anteriores ao casamento;
• obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do casal;
• bens de uso pessoal, livros e instrumentos profissionais;
• proventos de trabalho pessoal;
• pensões;
• bens cuja causa de aquisição é anterior ao casamento. (art. 1.659 CC) 3
Comunhão parcial de bens
→Bens incluídos:
• bens adquiridos onerosamente na constância do casamento;
• bens adquiridos por fato eventual com ou sem trabalho ou despesa;
• bens transferidos a ambos os cônjuges (doação, herança ou legado);
• benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge;
• frutos.
(art. 1.658 e 1.660 CC)
• “o que era só meu, continua meu; o que era só teu, continua teu”.
• “o que adquirirmos a partir do casamento é nosso”.
4
Comunhão universal de bens
→Bens excluídos:
• bens doados ou herdados com cláusula de incomunicabilidade e os sub-
rogados em seu lugar;
• bens gravados com fideicomisso;
• dívidas anteriores ao casamento;
• bens de uso pessoal, livros e instrumentos profissionais;
• proventos de trabalho pessoal;
• pensões;
(art. 1.668 CC)
→ Proibição legal que cônjuges casados neste regime sejam sócios entre si.
5
Comunhão universal de bens
→Bens incluídos:
• Tudo que não está excluído.

• “o que é meu é nosso; o que é teu é nosso”.


• “o que era só meu, agora é nosso; o que era só teu, agora é nosso”.

6
7
Separação convencional de bens
→ Opção dos cônjuges no pacto antenupcial.

→Os bens são incomunicáveis e é possível que cada um disponha livremente


deles sem o consentimento do outro cônjuge.

• “o que é meu é meu; o que é teu é teu”.


• “o que era só meu, continua só meu; o que era só teu, continua só teu”.

(art. 1.687 a 1.688 CC)


8
Separação obrigatória de bens
• Casamentos que violem causas suspensivas;
• casamento de pessoa maior de 70 anos;
• casamento de pessoa que dependa de suprimento judicial.
(arts. 1.641 e 1.523, CC)

→ Súmula 377 do STF: “No regime de separação legal de bens, comunicam-se


os adquiridos na constância do casamento”.

9
Participação final nos aquestos

→ Regime que se assemelha à separação convencional durante o


casamento e assemelha à comunhão parcial de bens no fim do casamento.
→ No fim do casamento, apuram-se os haveres, à semelhança de uma
sociedade empresária.
→ Deve-se comparar o que cada cônjuge ganhou durante a constância da
união.
→ Diferentemente da regra da comunhão parcial, dívida não comunica, em
regra. Para comunicar, quem pagou dívida deve comprovar que o fez em
favor da família. (art. 1.672 a 1.686 CC)
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Patrimoniais: Outorga conjugal (uxória/marital)

• Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode,
sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta:
• I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;
• II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos;
• III - prestar fiança ou aval;
• IV - fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que
possam integrar futura meação.
• Parágrafo único. São válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando
casarem ou estabelecerem economia separada.
2
Patrimoniais: Outorga conjugal (uxória/marital)
• Art. 1.648. Cabe ao juiz, nos casos do artigo antecedente, suprir a outorga,
quando um dos cônjuges a denegue sem motivo justo, ou lhe seja impossível
concedê-la.
• Art. 1.649. A falta de autorização, não suprida pelo juiz, quando necessária
(art. 1.647), tornará anulável o ato praticado, podendo o outro cônjuge
pleitear-lhe a anulação, até dois anos depois de terminada a sociedade
conjugal.
• Parágrafo único. A aprovação torna válido o ato, desde que feita por
instrumento público, ou particular, autenticado.

3
DISSOLUÇÃO DO
CASAMENTO

4
Do desquite ao divórcio
• Constituição de 1967
Art. 175. A família é constituída pelo casamento e terá direito à proteção dos Podêres Públicos.
§ 1º O casamento é indissolúvel.

• Código Civil 1916 → Desquite (permanecia vínculo conjugal)


Art. 317. A ação de desquite só se pode fundar em algum dos seguintes motivos:
I. Adultério.
II. Tentativa de morte.
III. Sevicia, ou injuria grave.
IV. Abandono voluntário do lar conjugal, durante dois anos contínuos.

• EC 9/77
• Altera art. 175 da Constituição Federal (1967), passa a vigorar com a seguinte redação:
Art. 175 § 1º - O casamento somente poderá ser dissolvido, nos casos expressos em lei, desde que haja prévia
separação judicial por mais de três anos. 5
Do desquite ao divórcio
• Lei do Divórcio (6.515/1977).
Art 2º - A Sociedade Conjugal termina:
I - pela morte de um dos cônjuges;
Il - pela nulidade ou anulação do casamento;
III - pela separação judicial;
IV - pelo divórcio.
Parágrafo único - O casamento válido somente se dissolve pela morte de um dos cônjuges ou pelo divórcio.

6
Do desquite ao divórcio
• Lei do Divórcio (6.515/1977).
• Dos Casos e Efeitos da Separação Judicial
• Art 3º - A separação judicial põe termo aos deveres de coabitação, fidelidade recíproca e ao regime matrimonial de
bens, como se o casamento fosse dissolvido.
• § 1º - O procedimento judicial da separação caberá somente aos cônjuges, e, no caso de incapacidade, serão
representados por curador, ascendente ou irmão.
• § 2º - O juiz deverá promover todos os meios para que as partes se reconciliem ou transijam, ouvindo pessoal e
separadamente cada uma delas e, a seguir, reunindo-as em sua presença, se assim considerar necessário.
• § 3º - Após a fase prevista no parágrafo anterior, se os cônjuges pedirem, os advogados deverão ser chamados a
assistir aos entendimentos e deles participar.

• Art 4º - Dar-se-á a separação judicial por mútuo consentimento dos cônjuges, se forem casados há mais de 2 (dois)
anos, manifestado perante o juiz e devidamente homologado.

7
Do desquite ao divórcio
• Lei do Divórcio (6.515/1977).
• Dos Casos e Efeitos da Separação Judicial
• Art 5º - A separação judicial pode ser pedida por um só dos cônjuges quando imputar ao outro conduta desonrosa ou qualquer ato
que importe em grave violação dos deveres do casamento e tornem insuportável a vida em comum.
• § 1º - A separação judicial pode, também, ser pedida se um dos cônjuges provar a ruptura da vida em comum há mais de 5 (cinco)
anos consecutivos, e a impossibilidade de sua reconstituição.
• § 1° A separação judicial pode, também, ser pedida se um dos cônjuges provar a ruptura da vida em comum há mais de um ano
consecutivo, e a impossibilidade de sua reconstituição. (Redação dada pela Lei nº 8.408, de 1992)
• § 2º - O cônjuge pode ainda pedir a separação judicial quando o outro estiver acometido de grave doença mental, manifestada após o
casamento, que torne impossível a continuação da vida em comum, desde que, após uma duração de 5 (cinco) anos, a enfermidade
tenha sido reconhecida de cura improvável.
• § 3º - Nos casos dos parágrafos anteriores, reverterão, ao cônjuge que não houver pedido a separação judicial, os remanescentes dos
bens que levou para o casamento, e, se o regime de bens adotado o permitir, também a meação nos adquiridos na constância da
sociedade conjugal.
• Art 6º - Nos casos dos §§ 1º e 2º do artigo anterior, a separação judicial poderá ser negada, se constituir respectivamente, causa de
agravamento das condições pessoais ou da doença do outro cônjuge, ou determinar, em qualquer caso, conseqüências morais de
excepcional gravidade para os filhos menores.
8
Do desquite ao divórcio
• Lei do Divórcio (6.515/1977).
• Dos Casos e Efeitos da Separação Judicial
• Art 7º - A separação judicial importará na separação de corpos e na partilha de bens.
• § 1º - A separação de corpos poderá ser determinada como medida cautelar (art. 796 do CPC).
• § 2º - A partilha de bens poderá ser feita mediante proposta dos cônjuges e homologada pelo juiz ou por este decidida.

• Art 8º - A sentença que julgar a separação judicial produz seus efeitos à data de seu trânsito em julgado, o à da decisão
que tiver concedido separação cautelar.

9
Do desquite ao divórcio
• Constituição Federal 1988
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio, após prévia separação judicial por mais de um ano nos
casos expressos em lei, ou comprovada separação de fato por mais de dois anos.

• Código Civil 2002


Art. 1.571. A sociedade conjugal termina:
I - pela morte de um dos cônjuges;
II - pela nulidade ou anulação do casamento;
III - pela separação judicial;
IV - pelo divórcio.

• EC 66/2010
10
Art. 226. § 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio.
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AULA 12 – 14/04/2023

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Divórcio Extrajudicial

CPC
• Art. 733. O divórcio consensual, a separação consensual e a extinção consensual
de união estável, não havendo nascituro ou filhos incapazes e observados os
requisitos legais, poderão ser realizados por escritura pública, da qual constarão
as disposições de que trata o art. 731 .
• § 1º A escritura não depende de homologação judicial e constitui título hábil
para qualquer ato de registro, bem como para levantamento de importância
depositada em instituições financeiras.
• § 2º O tabelião somente lavrará a escritura se os interessados estiverem
assistidos por advogado ou por defensor público, cuja qualificação e assinatura
constarão do ato notarial.
2
Divórcio Extrajudicial

• ENUNCIADO 74 – O divórcio extrajudicial, por escritura


pública, é cabível mesmo quando houver filhos
menores, vedadas previsões relativas a guarda e a
alimentos aos filhos. (I Jornada de Direito Notarial e Registral - agosto de 2022)

3
Divórcio Extrajudicial
PROVIMENTO CG SP Nº 40/2012
• 86. As partes devem declarar ao Tabelião de Notas, por ocasião da lavratura da
escritura, que não têm filhos comuns ou, havendo, que são absolutamente
capazes, indicando os seus nomes e as datas de nascimento.
• 86.1. Se comprovada a resolução prévia e judicial de todas as questões
referentes aos filhos menores (guarda, visitas e alimentos), o tabelião de notas
poderá lavrar escrituras públicas de separação e divórcio consensuais.

4
Divórcio Extrajudicial
PL 731/2021
Autor: Kim Kataguiri - DEM/SP
Apresentação: 04/03/2021

Ementa: Altera o Código de Processo Civil a fim de permitir o divórcio, a separação


e a dissolução da união estável por via extrajudicial mesmo nos casos em que o
casal tem filhos incapazes.

5
RESPONSABILIDADE CIVIL
ENTRE OS CÔNJUGES

6
Responsabilidade civil

• Conduta humana
• Dano
• Nexo causal

Art. 186 CC: Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.”

7
• EMENTA
• Direito civil e processual civil. Recursos especiais interpostos por ambas
as partes. Reparação por danos materiais e morais. Descumprimento
dos deveres conjugais de lealdade e sinceridade recíprocos. Omissão
sobre a verdadeira paternidade biológica. Solidariedade. Valor
indenizatório.

• STJ, RECURSO ESPECIAL Nº 742.137 - RJ (2005/0060295-2), RELATORA :


MINISTRA NANCY ANDRIGHI, D.J. 21/08/2007.

8
• - Exige-se, para a configuração da responsabilidade civil extracontratual, a
inobservância de um dever jurídico que, na hipótese, consubstancia-se na violação dos
deveres conjugais de lealdade e sinceridade recíprocos, implícitos no art. 231 do CC/16
(correspondência: art. 1.566 do CC/02).
• - Transgride o dever de sinceridade o cônjuge que, deliberadamente, omite a
verdadeira paternidade biológica dos filhos gerados na constância do casamento,
mantendo o consorte na ignorância.
• - O desconhecimento do fato de não ser o pai biológico dos filhos gerados durante o
casamento atinge a honra subjetiva do cônjuge, justificando a reparação pelos danos
morais suportados. [...]

9
• - A procedência do pedido de indenização por danos materiais exige a demonstração
efetiva de prejuízos suportados, o que não ficou evidenciado no acórdão recorrido,
sendo certo que os fatos e provas apresentados no processo escapam da apreciação
nesta via especial.
• - Para a materialização da solidariedade prevista no art. 1.518 do CC/16
(correspondência: art. 942 do CC/02), exige-se que a conduta do "cúmplice" seja ilícita,
o que não se caracteriza no processo examinado.
• - A modificação do valor compulsório a título de danos morais mostra-se necessária
tão-somente quando o valor revela-se irrisório ou exagerado, o que não ocorre na
hipótese examinada.
• Recursos especiais não conhecidos.
STJ, RECURSO ESPECIAL Nº 742.137 - RJ (2005/0060295-2),
RELATORA : MINISTRA NANCY ANDRIGHI, D.J. 21/08/2007. 10
POR HOJE É SÓ!
AULA 13 – 19/04/2023

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UNIÃO ESTÁVEL

2
Como surgiu?
• CC 1916
Até 1977 não existia divórcio → vínculo conjugal permanecia
Concubinato ➔ nome dado à uniões que não tinham o “selo” casamento;

Dissolução das uniões ➔ tribunais começaram a conceder alimentos quando a


mulher não exercia atividade remunerada sob a forma de indenização por serviços
domésticos → fundamento: inadmissibilidade enriquecimento ilícito do homem;

Sociedade de fato: companheiros passaram a ser vistos como “sócios” ➔ Súmula


380 STF: “Comprovada a existência de sociedade de fato entre os concubinos, é cabível a
sua dissolução judicial, com a partilha do patrimônio adquirido pelo esforço comum.”

3
Como surgiu?
• CF 1988 ➔ união estável como entidade familiar

Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.


§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o
homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em
casamento.

Âmbito dos direitos das obrigações;


Demandas nas Varas Cíveis.
Direito à herança sem qualquer acolhimento à referida entidade.

4
Como se transformou?

• Lei 8.971/1994 ➔ direito a alimentos e à sucessão aos companheiros


• União estável apenas para solteiros, separados judicialmente, divorciados ou viúvos.
• Desde que convivência maior que CINCO ANOS.

• Lei 9.278/1996 ➔Regula art. 226 §6º CF


• Maior abrangência => não há prazo;
• Maior abrangência => admitiu união estável entre pessoas separadas de fato;
• Competência Vara de Família;
• Reconheceu direito real de habitação;
• Presunção de esforço comum nos bens adquiridos na constância da união.
5
Hoje!

• CC 2002➔ União estável (1.723 a 1.727)


• Art. 1.723 = redação idêntica da Lei 9.278/1996
“É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher,
configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o
objetivo de constituição de família.”
• Impedimentos = iguais do casamento, salvo se casadas mas separadas de fato.
• Causas suspensivas = não impedem união estável.
• Deveres de LEALDADE, RESPEITO, ASSISTÊNCIA, GUARDA, SUSTENTO e EDUCAÇÃO dos
filhos.
• Regra geral = Comunhão parcial de bens.
6
Hoje!

• Nasce como FATO JURÍDICO e evolui para ATO JURÍDICO;


• ATO-FATO JURÍDICO (ausência de manifestação ou declaração para produzir
efeitos jurídicos – Paulo Lôbo).
• Companheiros;
• Conviventes;
• Concubinato ➔ diferenciado pelo CC para evitar famílias paralelas (falhou);
• Sociedade de fato ➔ injustificável a partir do reconhecimento da união
estável como entidade familiar.
7
Hoje!

• Estado civil
• Nome
• outorga conjugal*;
• Contrato de convivência ➔ eficácia depende da caracterização da união;
• Deliberações patrimoniais - efeito retroativo? (posicionamento jurisprudencial)

8
Hoje!

CIVIL. RECURSO ESPECIAL. DIREITO DE FAMÍLIA. UNIÃO ESTÁVEL. CONTRATO DE


CONVIVÊNCIA. [...] PRETENSÃO DE SE ATRIBUIR EFEITOS RETROATIVOS A CONTRATO
DE CONVIVÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE. RECURSO ESPECIAL DA EX-COMPANHEIRA NÃO
PROVIDO. [...] 8. No curso do período de convivência, não é lícito aos conviventes
atribuírem por contrato efeitos retroativos à união estável elegendo o regime de
bens para a sociedade de fato, pois, assim, se estar-se-ia conferindo mais
benefícios à união estável que ao casamento. 9. Recursos especiais não providos
(REsp 1383624/MG, Rel. Ministro Moura Ribeiro, Terceira Turma, julgado em
02/06/2015, DJe 12/06/2015)

9
Hoje!
RECURSO ESPECIAL. CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. DIREITO DE FAMÍLIA. ESCRITURA PÚBLICA
DE RECONHECIMENTO DE UNIÃO ESTÁVEL. REGIME DA SEPARAÇÃO DE BENS.
ATRIBUIÇÃO DE EFICÁCIA RETROATIVA. NÃO CABIMENTO. PRECEDENTES DA TERCEIRA
TURMA. 1. Ação de declaração e de dissolução de união estável, cumulada com partilha
de bens, tendo o casal convivido por doze anos e gerado dois filhos. 2. No momento do
rompimento da relação, em setembro de 2007, as partes celebraram, mediante escritura
pública, um pacto de reconhecimento de união estável, elegendo retroativamente o
regime da separação total de bens. 3. Controvérsia em torno da validade da cláusula
referente à eficácia retroativa do regime de bens. 4. Consoante a disposição do art. 1.725
do Código Civil, "na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se
às relações patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial de bens". 5.
Invalidade da cláusula que atribui eficácia retroativa ao regime de bens pactuado em
escritura pública de reconhecimento de união estável. 6. Prevalência do regime legal
(comunhão parcial) no período anterior à lavratura da escritura. 7. Precedentes da
Terceira Turma do STJ. 8. Voto divergente quanto à fundamentação. 9. RECURSO
ESPECIAL DESPROVIDO (REsp 1597675/SP, Rel. Ministro Paulo de Tarso Sanseverino,
Terceira Turma, julgado em 25/10/2016, DJe 16/11/2016)

10
Hoje!
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO
ANULATÓRIA. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO, CONTRADIÇÃO OU
OBSCURIDADE. NÃO OCORRÊNCIA. VIOLAÇÃO DO ART. 489 DO CPC. INOCORRÊNCIA.
REEXAME DE FATOS E PROVAS. INADMISSIBILIDADE. ESCRITURA PÚBLICA DE UNIÃO
ESTÁVEL ELEGENDO O REGIME DE SEPARAÇÃO DE BENS. RETROATIVIDADE.
IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 568/STJ. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL. COTEJO
ANALÍTICO E SIMILITUDE FÁTICA. AUSÊNCIA. 1.Ausentes os vícios do art. 1.022 do
CPC, rejeitam-se os embargos de declaração. 2. Devidamente analisadas e discutidas
as questões de mérito, e fundamentado corretamente o acórdão recorrido, de modo
a esgotar a prestação jurisdicional, não há que se falar em violação do art. 489 do
CPC. 3. O reexame de fatos e provas em recurso especial é inadmissível. 4. Não é
possível a atribuição de eficácia retroativa a regime de bens da união estável
pactuado mediante escritura pública. Precedentes. 5. O dissídio jurisprudencial
deve ser comprovado mediante o cotejo analítico entre acórdãos que versem sobre
situações fáticas idênticas. 6. Agravo interno não provido.
(AgInt no AREsp 1292908/RS, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA,
julgado em 25/03/2019, DJe 27/03/2019)
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Diferença entre:

NAMORO

NAMORO QUALIFICADO e

UNIÃO ESTÁVEL

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Exercício

Ana e Bernardo constituíram uma união estável em julho de 2003 e


não celebraram contrato para regular as relações patrimoniais
decorrentes dessa entidade familiar. Em março de 2005, Ana
recebeu R$ 100.000,00 (cem mil reais) a título de doação de seu tio
Artur. Com os R$ 100.000,00 (cem mil reais), Ana adquiriu em maio
de 2005 um imóvel na Barra da Tijuca. Em 2010, Ana e Bernardo se
separaram.
Bernardo tem direito ao imóvel adquirido por Ana na Barra da
Tijuca em maio de 2005?
Não, se comprovada a sub-rogação do bem recebido de doação – comunhão
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parcial de bens (art. 1.661, I CC)
POR HOJE É SÓ!

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