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DIREITO

CIVIL
Direito de Família
Direito de Família – parte 01

Prof. Cláudio Santos


Direito de Família – parte 01

Você concorda com a definição de família como núcleo


formado a partir da união entre homem e mulher, prevista
no projeto que cria o Estatuto da Família?

 Sim

 Não

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Direito de Família – parte 01

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Direito de Família – parte 01

Estatutos

PL PLS
6583/2013 470/2013
Direito de Família – parte 01

1) Acerca da importância da família

a) Art. 226 - A família, base da sociedade, tem especial


proteção do Estado.

Constituição Federal de 1988


Direito de Família – parte 01

b) Convencidos de que a família, como grupo


fundamental da sociedade e ambiente natural para o
crescimento e bem-estar de todos os seus membros, e em
particular das crianças, deve receber a proteção e
assistência necessárias a fim de poder assumir plenamente
suas responsabilidades dentro da comunidade;

Preâmbulo da Convenção Internacional sobre os


Direitos da Criança – ONU (1989)
Direito de Família – parte 01

2) Conceito de direito de família

Direito de Família - o ramo do Direito Civil que


disciplina as relações jurídicas (pessoais e patrimoniais)
entre as pessoas unidas pelo parentesco, pelo matrimônio e
pela união estável, bem como, os institutos assistenciais da
tutela e da curatela.
Direito de Família – parte 01

3) Dirigismo estatal

a) O Direito quando intervém nas relações privadas,


especialmente nas familiares, deve obedecer certo limite a
fim de que não aniquile a autonomia privada, convertendo-
se em norma autoritária.

b) Deve-se buscar a forma de proteger sem sufocar e


de regular sem engessar.
Direito de Família – parte 01

4) Evolução social e evolução jurídica

DIREITO

SOCIEDADE
Até a próxima!
DIREITO
CIVIL
Direito de Família
Direito de Família – parte 03

Prof. Cláudio Santos


Direito de Família – parte 03

6) Princípios do Direito de Família

a) Da Dignidade da Pessoa Humana (art. 1º., III, CF);

b) Da Solidariedade Familiar (arts. 227 e 230, CF);

c) Da Pluralidade das Entidades Familiares (art. 226, §§3º e


4º, CF);

d) Da Isonomia entre os cônjuges (art. 226, §5º., CF)

e) Da Isonomia entre os filhos (art. 227, §6º., CF);


Direito de Família – parte 03

f) Do Melhor Interesse da Criança e do Adolescente (art.


227 , CF e arts. 1º. e ss., ECA );

g) Da Monogamia (art. 1.521, VI , CC)

h) Da proibição de retrocesso social

i) Da afetividade
Até a próxima!
DIREITO
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Direito de Família
Direito de Família – parte 03

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Direito de Família – parte 03

6) Princípios do Direito de Família

a) Da Dignidade da Pessoa Humana (art. 1º., III, CF);

b) Da Solidariedade Familiar (arts. 227 e 230, CF);

c) Da Pluralidade das Entidades Familiares (art. 226, §§3º e


4º, CF);

d) Da Isonomia entre os cônjuges (art. 226, §5º., CF)

e) Da Isonomia entre os filhos (art. 227, §6º., CF);


Direito de Família – parte 03

f) Do Melhor Interesse da Criança e do Adolescente (art.


227 , CF e arts. 1º. e ss., ECA );

g) Da Monogamia (art. 1.521, VI , CC)

h) Da proibição de retrocesso social

i) Da afetividade
Até a próxima!
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Direito de Família
Casamento – Parte 01

Prof. Cláudio Santos


Casamento – Parte 01

1. Breves reflexões acerca da evolução do Direito de Família


no Brasil

1.1 Do Brasil Colônia à Constituição de 1988

a) Modelo de família

b) Relações familiares (filiação e parentesco)

c) Casamento
Casamento – Parte 01

1. Breves reflexões acerca da evolução do Direito de Família


no Brasil

1.1 Do Brasil Colônia à Constituição de 1988

d) União estável
Casamento – Parte 01

2. O casamento “constitucionalizado”

2.1 A natureza institucional do casamento – o casamento


pelo casamento

2.2 Os valores constitucionais e a norma


infraconstitucional – o casamento como instrumento de
realização do ser humano
Casamento – Parte 01

3. Conceito de casamento

- Portalis: “sociedade do homem e da mulher, que se


unem para perpetuar a espécie, para ajudar-se mediante
socorros mútuos a carregar o peso da vida, e para
compartilhar seu comum destino”.
Casamento – Parte 01

3. Conceito de casamento

- Washington de Barros Monteiro: “união permanente


entre o homem e a mulher, de acordo com a lei, a fim de se
reproduzirem, de se ajudarem mutuamente e de criarem os
seus filhos”.
Casamento – Parte 01

3. Conceito de casamento

- Cristiano Chaves e Nelson Rosenvald: “ entidade


familiar estabelecida entre pessoas humanas, merecedora
de especial proteção estatal, constituída, formal e
solenemente, formando uma comunhão de afetos
(comunhão de vida) e produzindo diferentes efeitos no
âmbito pessoal, social e patrimonial”.
Casamento – Parte 01

4. Natureza jurídica do casamento

4.1 Correntes

a) Natureza negocial

b) Natureza institucional

c) Natureza mista ou eclética


Casamento – Parte 01

5. Características do casamento

a) ato personalíssimo e de livre escolha dos nubentes;

b) ato solene;

c) inexigência de diversidade de sexos;

d) impossibilidade de submissão à termo, condição ou


encargo;
Casamento – Parte 01

5. Características do casamento

e) estabelecimento de uma comunhão de vida;

f) normas regulamentares são de natureza cogente;

g) monogâmico;

h) dissolubilidade.
Casamento – Parte 01

- Acerca da inexigibilidade de diversidade de sexos

• ADI nº 4277, 05/05/2011, rel. Min. Carlos Ayres Britto

• REsp 1.183.378, 25/10/2011, rel. Min. Luís Felipe


Salomão

• Resolução CNJ nº 175, de 14 de maio de 2013 – “Art. 1º É


vedada às autoridades competentes a recusa de
habilitação, celebração de casamento civil ou de
conversão de união estável em casamento entre pessoas
Até a próxima!
DIREITO
CIVIL
Direito de Família
Casamento – Parte 02

Prof. Cláudio Santos


Casamento – Parte 02

1. Prova do casamento

1.1 Prova primária: Certidão de registro civil

Art. 1.543, Código Civil - O casamento celebrado no


Brasil prova-se pela certidão do registro.

Art. 1.536, Código Civil - Do casamento, logo depois de


celebrado, lavrar-se-á o assento no livro de registro.
Casamento – Parte 02

1. Prova do casamento

1.2 Prova supletória

a) Admitida segundo o parágrafo único do art. 1.543 do


Código Civil

- Art. 1.543... Parágrafo único. Justificada a falta ou


perda do registro civil, é admissível qualquer outra espécie
de prova.
Casamento – Parte 02

1. Prova do casamento

1.2 Prova supletória

b) Todos os meios de prova em direito admitidos

- Art. 369, Código de Processo Civil 2015 - As partes


têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como
os moralmente legítimos, ...
Casamento – Parte 02

1. Prova do casamento

1.2 Prova supletória

b) Todos os meios de prova em direito admitidos

- ...ainda que não especificados neste Código, para


provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a
defesa e influir eficazmente na convicção do juiz.
Casamento – Parte 02

1. Prova do casamento

1.2 Prova supletória

c) Eficácia

- Art. 1.546, Código Civil - Quando a prova da celebração


legal do casamento resultar de processo judicial, o registro
da sentença no livro do Registro Civil produzirá, ...
Casamento – Parte 02

1. Prova do casamento

1.2 Prova supletória

c) Eficácia

- ...tanto no que toca aos cônjuges como no que respeita


aos filhos, todos os efeitos civis desde a data do casamento.
Casamento – Parte 02

1. Prova do casamento

1.2 Prova supletória

d) Posse do estado de casado

- uso do nome de casado;

- tratamento público e notório; e

- fama.
Casamento – Parte 02

1. Prova do casamento

1.2 Prova supletória

e) “In dubio pro casamento”

- Art. 1.547, Código Civil - Na dúvida entre as provas


favoráveis e contrárias, julgar-se-á pelo casamento, se os
cônjuges, cujo casamento se impugna, viverem ou tiverem
vivido na posse do estado de casados.
Casamento – Parte 02

1. Prova do casamento

1.2 Prova supletória

f) Casamento celebrado no exterior

- Art. 1.544, Código Civil - O casamento de brasileiro,


celebrado no estrangeiro, perante as respectivas
autoridades ou os cônsules brasileiros, deverá ser
registrado em cento e oitenta dias, ...
Casamento – Parte 02

1. Prova do casamento

1.2 Prova supletória

f) Casamento celebrado no exterior

- ... a contar da volta de um ou de ambos os cônjuges ao


Brasil, no cartório do respectivo domicílio, ou, em sua falta,
no 1o Ofício da Capital do Estado em que passarem a residir.
Casamento – Parte 02

- Ainda acerca do casamento celebrado no exterior

• Não importa se celebrado perante autoridade estrangeira


ou consular.

• O prazo referido no art. 1.544 do Código Civil não é prazo


para validade ou eficácia do casamento celebrado no
exterior.

• Trata-se somente de prazo para dar publicidade e para


provar o casamento.
Casamento – Parte 02

- Ainda acerca do casamento celebrado no exterior

• Civil. Casamento realizado no estrangeiro. Matrimônio


subsequente no país, sem prévio divórcio. Anulação. O
casamento realizado no estrangeiro é válido no país,
tenha ou não sido aqui registrado, e por isso impede novo
matrimônio, salvo se desfeito o anterior.
Casamento – Parte 02

- Ainda acerca do casamento celebrado no exterior

• Recurso especial não conhecido. (REsp 280.197/RJ, Rel.


Ministro ARI PARGENDLER, TERCEIRA TURMA, julgado
em 11/06/2002, DJ 05/08/2002, p. 328)
Casamento – Parte 02

2. Promessa de casamento

2.1 Esponsais, promessa esponsalícia, noivado

2.2 Características e efeitos jurídicos

a) Não se exige forma pública ou qualquer solenidade,


bem como não é exigido previsão de prazo para a
celebração do casamento.
Casamento – Parte 02

2. Promessa de casamento

2.2 Características e efeitos jurídicos

b) Não se confunde com a promessa de contrato ou


contrato preliminar.

c) Não afeta a liberdade de se casar.


Casamento – Parte 02

2. Promessa de casamento

2.2 Características e efeitos jurídicos

d) Não produz efeitos jurídicos no âmbito do Direito de


Família.
Casamento – Parte 02

2. Promessa de casamento

2.2 Características e efeitos jurídicos

e) Possibilidade de efeitos na esfera obrigacional:

- Presentes trocados durante o noivado;

- Bens adquiridos com esforço comum.


Casamento – Parte 02

2. Promessa de casamento

2.2 Características e efeitos jurídicos

f) Rompimento do noivado e ato ilícito:

- o rompimento do noivado, puro e simples, é


exercício da liberdade individual;
Casamento – Parte 02

2. Promessa de casamento

2.2 Características e efeitos jurídicos

f) Rompimento do noivado e ato ilícito:

- dano material: despesas realizadas para o


casamento (aprestos);
Casamento – Parte 02

2. Promessa de casamento

2.2 Características e efeitos jurídicos

f) Rompimento do noivado e ato ilícito:

- dano moral: necessidade de análise das


circunstâncias em que se deu o rompimento do noivado.
Casamento – Parte 02

2. Promessa de casamento

Apelação cível. Responsabilidade civil. Direito de Família.


Rompimento de esponsais. Noiva que pretende reparação de
danos morais e materiais sofridos após descoberta de que o
pretendente já era casado. Ruptura de esponsais que, em
regra, não enseja reparação, salvo prova nos autos que
houve má-fé por parte de um dos nubentes. ...
Casamento – Parte 02

Responsabilidade civil objetiva. Abuso do direito, à


inteligência do art. 187 do CC. Ao agente não é dado atuar
de modo excessivo ou violador do direito alheio. Violação da
cláusula geral de boa-fé objetiva. Tutela da confiança. Dever
jurídico de manutenção de um comportamento ético e
coerente. Réu que, sabendo que não poderia se casar,
confessa ter iludido noiva por falta de coragem de lhe contar
a verdade. ...
Casamento – Parte 02

Comportamento contraditório (venire contra factum


proprium). Precedentes. Poder de agir de outro modo que
justifica o dever de indenizar. Dano moral fundado na
quebra de confiança advinda do comportamento antiético e
incoerente do consorte. Verba indenizatória que deve ser
mantida. Dano material consistente na repercussão
patrimonial do desenlace. ...
Casamento – Parte 02

Despesas suportadas pela nubente que devem ser


ressarcidas, à luz das provas dos autos. Pedido contraposto
que se rejeita. Sentença merece reparo no tocante aos
danos materiais. Provimento parcial do recurso. (TJ/RJ, 1ª
Câm. Cív., Ap. Cív. 0005216-81.2012.8.19.0206, Rel. Des.
Paulo Sergio Prestes dos Santos, j. 01.10.2014)
Até a próxima!
DIREITO
CIVIL
Direito de Família
Casamento – Parte 03

Prof. Cláudio Santos


Casamento – Parte 03

1. Modalidades de casamento

1.1 Sistemas jurídicos matrimoniais

a) somente o casamento civil, admitindo-se a celebração


por cerimônia civil ou religiosa;

b) reconhecimento, com o mesmo valor jurídico, do


casamento civil e do religioso;
Casamento – Parte 03

1. Modalidades de casamento

1.1 Sistemas jurídicos matrimoniais

c) o casamento religioso é a regra, sendo admitido o


casamento civil para as religiões não oficiais; e

d) apenas o casamento religioso.


Casamento – Parte 03

1. Modalidades de casamento

1.2 Casamento civil brasileiro

- Art. 1.512, Código Civil - O casamento é civil e gratuita


a sua celebração.

a) Obediência aos procedimentos e requisitos legais.

b) Cerimônia civil – presidida por juiz de direito ou por


juiz de paz; ou Cerimônia religiosa – presidida por
Casamento – Parte 03

1. Modalidades de casamento

1.2 Casamento civil brasileiro

c) Gratuidade – tanto para a celebração, quanto para a


habilitação e para o registro (Art. 1.512, Código Civil, -
Parágrafo único. A habilitação para o casamento, o registro
e a primeira certidão serão isentos de selos, emolumentos e
custas, para as pessoas cuja pobreza for declarada, sob as
penas da lei).
Casamento – Parte 03

- Acerca da cerimônia religiosa do casamento civil

• Não confundir casamento religioso com casamento civil


celebrado por meio de cerimônia religiosa;

• Em função da liberdade de crença, garantida


constitucionalmente (art. 5º, VI, CF/88), a cerimônia
religiosa poderá ocorrer em qualquer credo.
Casamento – Parte 03

2. Impedimentos matrimoniais

2.1 Conceito

- Washington de Barros Monteiro: “impedimentos são


circunstâncias que impossibilitam a realização de
determinado matrimônio”.
Casamento – Parte 03

2. Impedimentos matrimoniais

2.1 Conceito

- Cristiano Chaves e Nelson Rosenval: “são entraves,


obstáculos, impostos pela legislação, com o fito de limitar a
natural faculdade de casar que é reconhecida às pessoas”.
Casamento – Parte 03

2. Impedimentos matrimoniais

2.2 Características

a) Diferem da incapacidade jurídica

b) Possuem dois elementos: material e formal

c) Rol taxativo previsto no Código Civil

d) Caráter proibitivo de ordem pública


Casamento – Parte 03

2. Impedimentos matrimoniais

2.2 Características

e) Aplicáveis à União Estável

- Art. 1.723, Código Civil: ... §1º A união estável não se


constituirá se ocorrerem os impedimentos do art. 1.521;
não se aplicando a incidência do inciso VI no caso de a
pessoa casada se achar separada de fato ou judicialmente.
Casamento – Parte 03

2. Impedimentos matrimoniais

2.3 Oposição dos impedimentos

Art. 1.522. Os impedimentos podem ser opostos, até o


momento da celebração do casamento, por qualquer pessoa
capaz. Parágrafo único. Se o juiz, ou o oficial de registro,
tiver conhecimento da existência de algum impedimento,
será obrigado a declará-lo.
Casamento – Parte 03

2. Impedimentos matrimoniais

2.3 Oposição dos impedimentos

a) Legitimidade:

- “qualquer pessoa capaz”;

- o Ministério Público;

- ex officio pelo juiz ou oficial do cartório de registro


civil.
Casamento – Parte 03

2. Impedimentos matrimoniais

2.3 Oposição dos impedimentos

b) Momento da oposição:

- na fase de habilitação para o casamento;

- no momento da celebração do casamento;

- após a celebração do casamento.


Casamento – Parte 03

2. Impedimentos matrimoniais

2.3 Oposição dos impedimentos

c) Forma da oposição:

Art. 1.529. Tanto os impedimentos quanto as causas


suspensivas serão opostos em declaração escrita e assinada,
instruída com as provas do fato alegado, ou com a indicação
do lugar onde possam ser obtidas.
Casamento – Parte 03

2. Impedimentos matrimoniais

2.3 Oposição dos impedimentos

d) Processamento da oposição:

- A oposição poderá ser apresentada em local diverso


daquele em que será celebrado o casamento, suspendendo-
se a celebração até a decisão;
Casamento – Parte 03

2. Impedimentos matrimoniais

2.3 Oposição dos impedimentos

d) Processamento da oposição:

- Observar-se-á o previsto no §5º, do art. 67, da Lei


nº 6.015/73 (Lei de Registros Públicos);
Casamento – Parte 03

Art. 67, §5º Se houver apresentação de impedimento, o


oficial dará ciência do fato aos nubentes, para que indiquem
em três (3) dias prova que pretendam produzir, e remeterá
os autos a juízo; produzidas as provas pelo oponente e
pelos nubentes, no prazo de dez (10) dias, com ciência do
Ministério Público, e ouvidos os interessados e o órgão do
Ministério Público em cinco (5) dias, decidirá o Juiz em igual
prazo.
Casamento – Parte 03

2. Impedimentos matrimoniais

2.3 Oposição dos impedimentos

d) Processamento da oposição:

- Procedimento de jurisdição voluntária, cabendo


apelação da decisão nele proferida;

- No caso de improcedência o opoente estará sujeito


à responsabilização civil.
Até a próxima!
DIREITO
CIVIL
Direito de Família
Casamento – Parte 04

Prof. Cláudio Santos


Casamento – Parte 04

2. Impedimentos matrimoniais (continuação)

2.4 Classificação dos impedimentos

a) Impedimentos dirimentes absolutos, impedimentos


dirimentes relativos e impedimentos meramente proibitivos
– classificação segundo o Código Civil de 1916.

b) Impedimentos: de ordem pública, não admitindo


qualquer tipo de sanação e causando a nulidade do
casamento.
Casamento – Parte 04

2. Impedimentos matrimoniais (continuação)

2.4 Classificação dos impedimentos

c) Podem ser divididos em 3 grupos – Impedimentos:

i) decorrentes do parentesco;

ii) em razão da existência de casamento anterior; e

iii) decorrentes de prática de crime.


Casamento – Parte 04

2. Impedimentos matrimoniais (continuação)

2.4 Classificação dos impedimentos


Casamento – Parte 04

2. Impedimentos matrimoniais (continuação)

2.4 Classificação dos impedimentos

i) Impedimentos decorrentes do parentesco - Art.


1.521, incisos I a V, do Código Civil

i.1) “os ascendentes com os descendentes, seja o


parentesco natural ou civil”.
Casamento – Parte 04

2. Impedimentos matrimoniais (continuação)

2.4 Classificação dos impedimentos

i.1) “os ascendentes com os descendentes, seja o


parentesco natural ou civil”.

- Vale destacar o §6º, art. 227, CF.

- Impedimento em função de questões biológicas e


morais.
Casamento – Parte 04

2. Impedimentos matrimoniais (continuação)

2.4 Classificação dos impedimentos

i.2) “os afins em linha reta”.

- Parentesco que se estabelece entre o cônjuge ou


companheiro e os parentes naturais do outro cônjuge ou
companheiro. Este parentesco em linha reta não se
extingue.
Casamento – Parte 04

2. Impedimentos matrimoniais (continuação)

2.4 Classificação dos impedimentos

i.3) “o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o


adotado com quem o foi do adotante”.

- Entende-se desnecessária esta previsão por já estar


abrangida pelo inciso anterior.
Casamento – Parte 04

2. Impedimentos matrimoniais (continuação)

2.4 Classificação dos impedimentos

i.4) “os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais


colaterais, até o terceiro grau inclusive”.

- Impedimento em função de questões biológicas e


morais.

- Casamento avuncular - D.L.nº3.200/41, art. 2º; L.


Casamento – Parte 04

2. Impedimentos matrimoniais (continuação)

2.4 Classificação dos impedimentos

i.5) “o adotado com o filho do adotante”.

- Entende-se desnecessária esta previsão por já estar


abrangida pelo inciso anterior.
Casamento – Parte 04

2. Impedimentos matrimoniais (continuação)

2.4 Classificação dos impedimentos

ii) Impedimentos em razão da existência de casamento


anterior - Art. 1.521, inciso VI, do Código Civil

- Proibição da bigamia, com consequências inclusive na


área penal, art. 235, Código Penal.
Casamento – Parte 04

2. Impedimentos matrimoniais (continuação)

2.4 Classificação dos impedimentos

ii) Impedimentos em razão da existência de casamento


anterior - Art. 1.521, inciso VI, do Código Civil

- Aplicação à União Estável – exceção no caso de a


pessoa já estar separada judicialmente ou de fato.
Casamento – Parte 04

2. Impedimentos matrimoniais (continuação)

2.4 Classificação dos impedimentos

iii) Impedimentos decorrentes de prática de crime

- Recai sobre a prática de homicídio doloso, tentado ou


consumado, contra o consorte. Norma de caráter proibitiva,
levando à uma interpretação restritiva.
Casamento – Parte 04

2. Impedimentos matrimoniais (continuação)

2.4 Classificação dos impedimentos

iii) Impedimentos decorrentes de prática de crime

- Não requer a cumplicidade do cônjuge sobrevivo com o


condenado.

- Críticas da doutrina por representar limitação à


liberdade.
Até a próxima!
DIREITO
CIVIL
Direito de Família
Casamento – Parte 05

Prof. Cláudio Santos


Casamento – Parte 05

1. Causas suspensivas matrimoniais

1.1 Conceito

- Caio Mário da Silva Pereira: “Cogita-se, assim, das


causas suspensivas, que não têm por efeito a invalidade do
casamento, mais, ao revés, impediunt fieri, facta tenente,
impondo a sanção de vigorar o regime de separação de
bens”.
Casamento – Parte 05

1.2 Classificação

Podem ser classificadas em 3 grupos distintos:

a) fundadas em confusão patrimonial;

b) fundadas em confusão de sangue; e

c) fundada em tutela ou curatela.


Casamento – Parte 05

1.2 Classificação

a) Fundadas em confusão patrimonial - Art. 1.523. Não


devem casar:

I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido,


enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der
partilha aos herdeiros;
Casamento – Parte 05

1.2 Classificação

a) Fundadas em confusão patrimonial

- Durante o período em que se não fizer a partilha


recairá sobre os bens imóveis a hipoteca legal (art. 1.489,
II, CC).

- Não havendo filhos ou patrimônio a ser partilhado, não


há que se aplicar tal causa suspensiva.
Casamento – Parte 05

1.2 Classificação

a) Fundadas em confusão patrimonial - Art. 1.523. Não


devem casar:

III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou


decidida a partilha dos bens do casal;
Casamento – Parte 05

1.2 Classificação

a) Fundadas em confusão patrimonial

- Cumpre destacar a autorização do art. 1.581, CC, para


que se proceda o divórcio independentemente de partilha
prévia de bens

- A causa suspensiva poderá ser afastada, bastando


demonstrar que não há prejuízo patrimonial para o outro
cônjuge.
Casamento – Parte 05

1.2 Classificação

b) Fundadas em confusão de sangue - Art. 1.523. Não


devem casar:

II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser


nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo
da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal;
Casamento – Parte 05

1.2 Classificação

b) Fundadas em confusão de sangue

- Proteção à presunção de paternidade, evitando a


turbatio sanguinis.

- Aplicável também ao caso da mulher divorciada.

- Exame de DNA e dispensa da causa suspensiva.


Casamento – Parte 05

1.2 Classificação

c) Fundada em tutela ou curatela - Art. 1.523. Não


devem casar:

IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes,


ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa
tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou
curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas.
Casamento – Parte 05

1.2 Classificação

c) Fundada em tutela ou curatela

- Possui a finalidade de evitar eventual prejuízo


patrimonial aos tutelados ou curatelados.

- A quitação dada pelo próprio tutelado ou curatelado ao


tutor ou curador não afasta a incidência da causa
suspensiva.
Casamento – Parte 05

1.3 Afastamento de causas suspensivas - Art. 1.523...


Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz
que não lhes sejam aplicadas as causas suspensivas
previstas nos incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a
inexistência de prejuízo, respectivamente, para o herdeiro,
para o ex-cônjuge e para a pessoa tutelada ou curatelada;
no caso do inciso II, a nubente deverá provar nascimento de
filho, ou inexistência de gravidez, na fluência do prazo.
Casamento – Parte 05

1.4 Oposição das causas suspensivas

a) Legitimidade – Art. 1.524, CC

- Parentes em linha reta de um dos nubentes,


consanguíneos ou afins;

- Colaterais em segundo grau, consanguíneos ou afins;

- Todos que demonstrarem interesse na oposição.


Casamento – Parte 05

1.4 Oposição das causas suspensivas

b) Momento da oposição

- Durante o procedimento de habilitação para o


casamento, o que implicará na suspensão do procedimento
para que os nubentes se manifestem;

- Após a celebração do casamento.


Casamento – Parte 05

1.4 Oposição das causas suspensivas

c) Forma

- Por escrito e assinada, com apresentação das provas ou


indicação de onde possam ser encontradas (Art. 1.529, CC).
Até a próxima!
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CIVIL
Direito de Família
Casamento – Parte 06

Prof. Cláudio Santos


Casamento – Parte 06

1. Habilitação para o casamento

“A habilitação para o casamento é, assim, o procedimento


administrativo, de iniciativa dos nubentes, que tramita
perante o Oficial do Cartório de Registro Civil de Pessoas
Naturais do domicílio de qualquer deles, com o propósito de
demonstrar a capacidade para casar e a inexistência de
impedimentos matrimoniais e de causas suspensivas”
(CHAVES E ROSENVALD)
Casamento – Parte 06

1.1 Capacidade para o casamento

a) Incapacidade para o casamento é diferente de


impedimento matrimonial.

b) Idade núbil – 16 anos. Necessidade de autorização de


ambos os pais ou responsáveis. Revogável até o momento
da celebração. No caso de conflito entre os Pais será
possível buscar a tutela judicial para dirimir o conflito.
Casamento – Parte 06

1.1 Capacidade para o casamento

c) Suprimento judicial do consentimento – previsão no


art. 1.519, CC. Podendo ser requerido pelo próprio menor,
pelo outro nubente, ou pelo MP. Denegação de
consentimento injusta. No caso de deferimento será
expedido alvará que será juntado ao procedimento de
habilitação.
Casamento – Parte 06

1.1 Capacidade para o casamento

d) Suprimento judicial de idade – previsão no art. 1.520,


CC, para o caso do nubente ainda não tiver alcançado a
idade núbil. Não dispensando a autorização dos Pais ou
responsáveis. Há duas hipóteses, não taxativas:

i) no caso de gravidez; e

ii) para evitar imposição ou cumprimento de pena


criminal.
Casamento – Parte 06

1.1 Capacidade para o casamento

d) Suprimento judicial de idade

i) no caso de gravidez – deve ser levado em


consideração o melhor interesse do adolescente; não deverá
ser pautado na proteção da prole eventual, visto que o
estado civil dos pais não interfere nos direitos dos filhos;
medida excepcional que não deve ser aplicada para casos de
“correção moral”.
Casamento – Parte 06

1.1 Capacidade para o casamento

d) Suprimento judicial de idade

ii) para evitar imposição ou cumprimento de pena


criminal – revogação do inciso VII do art. 107 do Código
Penal, tornando inócua a norma do Código Civil.
Casamento – Parte 06

1.1 Capacidade para o casamento

e) Emancipação – o casamento do menor de 18 anos de


idade implica em sua emancipação. Relevante anotar que a
dissolução do casamento por morte ou divórcio não
prejudica os efeitos da emancipação. Bem como a nulidade,
nos casos do mesmo estar de boa-fé, e a anulação do
casamento também não o prejudicam neste sentido.
Até a próxima!
DIREITO
CIVIL
Direito de Família
Casamento – Parte 07

Prof. Cláudio Santos


Casamento – Parte 07

1. Habilitação para o casamento (Continuação)

“A habilitação para o casamento é, assim, o procedimento administrativo,


de iniciativa dos nubentes, que tramita perante o Oficial do Cartório de
Registro Civil de Pessoas Naturais do domicílio de qualquer deles, com o
propósito de demonstrar a capacidade para casar e a inexistência de
impedimentos matrimoniais e de causas suspensivas” (CHAVES E
ROSENVALD)
Casamento – Parte 07

1.2 Fases do procedimento de habilitação

a) Requerimento e apresentação da documentação;

b) Editais de proclamas;

c) Registro; e

d) Expedição da certidão.
Casamento – Parte 07

a) Requerimento e apresentação da documentação

• Os noivos (nubentes) devem comparecer pessoalmente ou por


procurador.

• Formalização por escrito da intenção de se casarem.

• No caso de um dos nubentes ser analfabeto o oficial do cartório


solicitará que alguém assine a rogo.
Casamento – Parte 07

a) Requerimento e apresentação da documentação

• Os documentos a serem apresentados são aqueles dispostos no


art. 1.525 do Código Civil.

I - certidão de nascimento ou documento equivalente;

II - autorização por escrito das pessoas sob cuja dependência legal


estiverem, ou ato judicial que a supra;
Casamento – Parte 07

III - declaração de duas testemunhas maiores, parentes ou não, que


atestem conhecê-los e afirmem não existir impedimento que os iniba de
casar;
IV - declaração do estado civil, do domicílio e da residência atual dos
contraentes e de seus pais, se forem conhecidos;
V - certidão de óbito do cônjuge falecido, de sentença declaratória de
nulidade ou de anulação de casamento, transitada em julgado, ou do
registro da sentença de divórcio.
Casamento – Parte 07

a) Requerimento e apresentação da documentação

• Mudança de nome – permissão no §1º do art. 1.565, CC.

• Havendo alguma irregularidade, ou insuficiência na


documentação, o oficial irá suspender o procedimento.

• No caso de abuso por parte do Oficial os noivos poderão se valer


do procedimento administrativo de dúvida inversa ou mandado de
segurança.
Casamento – Parte 07

b) Editais de proclamas

• Ato pelo qual se dá publicidade à intenção dos noivos.

• Serão publicados no cartório do domicílio dos nubentes e na


impressa oficial onde houver.

• Estabelecerá um prazo de 15 dias para a oposição de


impedimentos pelos interessados.
Casamento – Parte 07

b) Editais de proclamas

• Caso haja oposição de impedimentos, terão os noivos 3 dias para


apresentarem suas defesas.

• É possível que se dispense a publicação das proclamas (art. 1.527,


parágrafo único, CC), não se confunde, contudo, com a dispensa
de habilitação.
Casamento – Parte 07

b) Editais de proclamas

• Após este prazo o procedimento de habilitação será encaminhado


ao Ministério Público (art. 1.526, CC).

• Não havendo necessidade de homologação judicial.


Casamento – Parte 07

c) Registro; e d) Expedição da certidão.

• A certidão valerá por um prazo de 90 dias, prazo este decadencial.

• Importante destacar que a existência de algum vício no


procedimento de habilitação não implicará na invalidade do
casamento.
Casamento – Parte 07

1.3 Casamento de militares

a) Lei nº 6.880/80 (Estatuto dos Militares), arts. 144 e 145.

b) O militar da ativa pode se casar, obedecendo-se a legislação civil.

c) Restrições: Guardas-Marinha, Aspirantes-a-Oficial e praças


especiais.
Casamento – Parte 07

1.4 Casamento dos servidores do Serviço Exterior Brasileiro

a) Lei nº 11.440/06, arts. 33 e 34.

b) Carece de autorização do Ministro das Relações Exteriores para


casar: com pessoa de nacionalidade estrangeira (art. 33) e com pessoa
que seja empregada de Governo estrangeiro ou que dela receba
comissão ou pensão.
Até a próxima!
DIREITO
CIVIL
Direito de Família
Casamento – Parte 08

Prof. Cláudio Santos


Casamento – Parte 08

1. Celebração do casamento

a) A não observação das solenidades legalmente previstas importará


na inexistência do casamento.

b) Art. 1.533. Celebrar-se-á o casamento, no dia, hora e lugar


previamente designados pela autoridade que houver de presidir o ato,
mediante petição dos contraentes, que se mostrem habilitados com a
certidão do art. 1.531.
Casamento – Parte 08

b.1) Local

• Prédio público ou particular, dependendo da escolha dos nubentes


com a aquiescência da autoridade celebrante.

• As portas deverão manter-se abertas durante a celebração do ato


(art. 1.534, CC).

• No caso de ocorrer em prédio particular o número de testemunhas


será de 4, no prédio público serão 2.
Casamento – Parte 08

b.2) Dia e horário

• Fica a critério dos nubentes e da autoridade celebrante,


podendo ocorrer inclusive nos finais de semana e feriados.

b.3) Autoridade celebrante

• Juiz de Paz, Juiz de Direito, Autoridade Religiosa.


Casamento – Parte 08

2. Formalidades do ato de celebração do casamento

a) Das pessoas necessárias: Os nubentes, ou procuradores,


autoridade celebrante e duas testemunhas.

a.1) Caso a celebração ocorra em prédio particular ou um dos


nubentes não saiba ou não possa escrever, o número de testemunhas
será de 4 (art. 1.534, §2º, CC).

a.2) O oficial de registro civil.


Casamento – Parte 08

b) Inquirição dos nubentes por parte da autoridade celebrante sobre


sua vontade de casar.

c) Caso um dos nubentes se recuse a declarar sua vontade, informe


que ela não é livre, ou arrepender-se, a celebração poderá ser suspensa,
só sendo retomada no dia seguinte (Art. 1.538, CC).
Casamento – Parte 08

d) Proclamação da fórmula: “De acordo com a vontade que ambos


acabais de afirmar perante mim, de vos receberdes por marido e mulher,
eu, em nome da lei, vos declaro casados” (art. 1.535, CC).

e) O casamento realizado em cerimônia religiosa ainda dependerá


para sua existência do devido registro no cartório. O prazo para este
registro será de 90 dias a partir da celebração.
Casamento – Parte 08

3. Momento da celebração do casamento

• Objeto de muitas discussões no passado hoje estabelecido no art.


1.514 do Código Civil: “O casamento se realiza no momento em
que o homem e a mulher manifestam, perante o juiz, a sua
vontade de estabelecer vínculo conjugal, E o juiz os declara
casados”.
Até a próxima!
DIREITO
CIVIL
Direito de Família
Casamento – Parte 09

Prof. Cláudio Santos


Casamento – Parte 09

1. Casamento consular

a) Definição: casamento de noivos brasileiros que estejam no


exterior, perante autoridade consular brasileira.

b) Razões para admissão

i. impossibilidade de nacionais casarem segundo as leis de


seu país quando estiverem no exterior;

ii. inexistência de um sistema de registro civil estrangeiro.


Casamento – Parte 09

c) Previsão legal

i. Art. 1.544, CC - O casamento de brasileiro, celebrado no


estrangeiro, perante as respectivas autoridades ou os cônsules
brasileiros, deverá ser registrado em cento e oitenta dias, a contar
da volta de um ou de ambos os cônjuges ao Brasil, no cartório do
respectivo domicílio, ou, em sua falta, no 1o Ofício da Capital do
Estado em que passarem a residir”.
Casamento – Parte 09

c) Previsão legal

ii. Art. 18, LINDB – “Tratando-se de brasileiros, são


competentes as autoridades consulares brasileiras para lhes
celebrar o casamento e os mais atos de Registro Civil e de
tabelionato, inclusive o registro de nascimento e de óbito dos
filhos de brasileiro ou brasileira nascido no país da sede do
Consulado”.
Casamento – Parte 09

c) Previsão legal

iii. Decreto 24.113/34 - Art. 13. No desempenho normal de


suas funções, incumbe aos Consulados de carreira: ... XXXI)
proceder ao registo civil e a atos notariais, de conformidade com
as leis brasileiras; ... Parágrafo único. Os Consulados de carreira
só poderão celebrar casamentos quando ambos os nubentes forem
brasileiros e a legislação local reconhecer efeitos civís aos
casamentos assim celebrados.
Casamento – Parte 09

2. Casamento religioso com efeitos civis

a) Com habilitação prévia

i. Art. 1.515, CC – “O casamento religioso, que atender às


exigências da lei para a validade do casamento civil, equipara-se a
este, desde que registrado no registro próprio, produzindo efeitos
a partir da data de sua celebração”.
Casamento – Parte 09

ii. Art. 1.516, CC – “O registro do casamento religioso


submete-se aos mesmos requisitos exigidos para o casamento
civil”. “§1º O registro civil do casamento religioso deverá ser
promovido dentro de noventa dias de sua realização, mediante
comunicação do celebrante ao ofício competente, ou por iniciativa
de qualquer interessado, desde que haja sido homologada
previamente a habilitação regulada neste Código. Após o referido
prazo, o registro dependerá de nova habilitação”.
Casamento – Parte 09

b) Sem habilitação prévia

i. Art. 1.516, §2º, CC – “O casamento religioso, celebrado sem


as formalidades exigidas neste Código, terá efeitos civis se, a
requerimento do casal, for registrado, a qualquer tempo, no
registro civil, mediante prévia habilitação perante a autoridade
competente e observado o prazo do art. 1.532”.
Casamento – Parte 09

3. Conversão da União Estável em Casamento

a) Previsão:

i. Art. 226, §3º, CF – “Para efeito da proteção do Estado, é


reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como
entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em
casamento”.
Casamento – Parte 09

ii. Art. 1.726, CC – “A união estável poderá converter-se em


casamento, mediante pedido dos companheiros ao juiz e assento
no Registro Civil”.

b) Pontos fundamentais:

i. Adequação à previsão constitucional: “facilitar”

ii. Verificação de impedimentos


Casamento – Parte 09

iii. Efeitos do reconhecimento: ex nunc ou ex tunc ?


Até a próxima!
DIREITO CIVIL
Direito de Família
Casamento

Prof. Rafael da Mota Mendonça


Casamento

O DIREITO DE FAMÍLIA PÓS CRFB/88

1. PRINCÍPIO DA PLURALIDADE FAMILIAR


• Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial
proteção do Estado.
• § 3º - Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a
união estável entre o homem e a mulher como entidade
familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.
• § 4º - Entende-se, também, como entidade familiar a
comunidade formada por qualquer dos pais e seus
descendentes.

OBS: UNIÃO HOMOAFETIVA - ADI 4277/2011


Casamento

2. IGUALDADE DE DIREITOS E DEVERES ENTRE HOMEM E MULHER

• Art. 226.
• § 5º - Os direitos e deveres referentes à sociedade
conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela
mulher.
• CC/2002 - Art. 1.630. Os filhos estão sujeitos ao poder
familiar, enquanto menores.
Casamento

3. O PRINCÍPIO DA IGUALDADE DOS FILHOS


• CF/88 - Art. 227.
• § 6º - Os filhos, havidos ou não da relação do
casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e
qualificações, proibidas quaisquer designações
discriminatórias relativas à filiação.

• CC/2002 - Art. 1.596. Os filhos, havidos ou não da
relação de casamento, ou por adoção, terão os mesmos
direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações
discriminatórias relativas à filiação.
Casamento

4. PLURALIDADE FAMILIAR

- MATRIMONIAL: casamento – entidade familiar formal.


- INFORMAL: União Estável.
- MONOPARENTAL: só um pai ou só uma mãe com os filhos.
- HOMOAFETIVA: pela união de pessoas do mesmo sexo – fundada na
Dignidade da Pessoa Humana.
- ANAPARENTAL: Formada pela convivência entre parentes ou entre pessoas
que não sejam parentes, mas possuem um vínculo de afetividade.
- SUBSTITUTA: constituída através da guarda, tutela e adoção, regularizada
de forma específica pelo ECA.
Casamento

5. PRINCÍPIOS DO DIREITO DE FAMÍLIA

5.1. DIGNIDADE HUMANA – art. 1º, CRFB


5.2. LIBERDADE
5.3. IGUALDADE
5.4. SOLIDARIEDADE FAMILIAR
5.5. PLURALISMO DAS ENTIDADES FAMILIARES
5.6. PROTEÇÃO INTEGRAL DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (Art. 227,
CF/88).
5.7. MONOGAMIA
Casamento

CASAMENTO

1. CONCEITO
-É o ato celebração que gera a relação matrimonial.

2. NATUREZA JURÍDICA
1ª – Individualista: contrato.
2ª – Institucional: conjunto de normas imperativas a que aderem os nubentes.
3ª – Eclética: ato complexo: contrato na sua formação e instituição no seu
conteúdo.
4ª – Ato Jurídico.
Casamento

3. CARACTERÍSTICAS

3.1) Afetividade

3.2) Exclusividade

3.3) Dissolubilidade

3.4) Solenidade
Casamento

3.5) Diversidade de sexos.

OBS: CNJ. Resolução n. 175:


Art. 1º É vedada às autoridades competentes a recusa de habilitação,
celebração de casamento civil ou de conversão de união estável em
casamento entre pessoas de mesmo sexo.
Art. 2º A recusa prevista no artigo 1º implicará a imediata comunicação ao
respectivo juiz corregedor para as providências cabíveis.
Art. 3º Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação.
Casamento

4. EFEITOS DO CASAMENTO (Art. 1565, CC)

a) Estabelece a sociedade e o vínculo conjugal

b) Altera o estado civil dos cônjuges.

c) Estabelece o vínculo de parentesco por afinidade: Liga um dos cônjuges aos


parentes do outro (Art. 1595, CC).

Obs.: O fim do casamento não extingue o parentesco por afinidade em linha


reta (Art. 1521, II, CC).
Casamento

5. ESPÉCIES DE CASAMENTO (Art. 226, §§ 1° e 2° da CF/88)

a) Civil (Art. 1512, CC).

b) Religioso com efeitos civis (Arts. 1515 e 1516, CC).

OBS: A simples anulação do casamento religioso não acarreta anulação dos


seus efeitos civis.

c) Por procuração (art. 1542, CC).


Casamento

d) Nuncupativo (Art. 1540, CC).

e) Putativo (Art. 1561, CC).

f) Consular (Art. 1544, CC): Casamento de brasileiro realizado no estrangeiro


perante autoridade consular brasileira. Neste caso estará sujeito à legislação
brasileira.

g) De estrangeiro (Arts. 7° da LINDB e 32 da Lei de Registros Públicos).


Casamento

6. CONVERSÃO DA UNIÃO ESTÁVEL EM CASAMENTO

• Art.226, CF/88:
• § 3º - Para efeito da proteção do Estado, é
reconhecida a união estável entre o homem e a mulher
como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua
conversão em casamento.

• Art. 1.726, CC. A união estável poderá converter-se em


casamento, mediante pedido dos companheiros ao juiz e
assento no Registro Civil.
Casamento

7. CAPACIDADE PARA CASAR

• CC. Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis


anos podem casar, exigindo-se autorização de ambos os
pais, ou de seus representantes legais, enquanto não
atingida a maioridade civil.
• Parágrafo único. Se houver divergência entre os pais,
aplica-se o disposto no parágrafo único do art. 1.631.
Casamento

• CC. Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de


bens no casamento:
• III - de todos os que dependerem, para casar, de
suprimento judicial.

• CC. Art. 1.550. É anulável o casamento:


• I - de quem não completou a idade mínima para casar;
• II - do menor em idade núbil, quando não autorizado por
seu representante legal;
Casamento

OBS: Artigo 1520 do CC:

• Art. 1.520. Não será permitido, em qualquer caso, o


casamento de quem não atingiu a idade núbil, observado
o disposto no art. 1.517 deste
Código. (Redação dada pela Lei nº 13.811,
de 2019)
Casamento

8. NULIDADE ABSOLUTA DO CASAMENTO

• Art. 1.548. É nulo o casamento contraído:


• I - (Revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.146, de
2015) (Vigência)
• II - por infringência de impedimento.

• Art. 1.521. Não podem casar:


• I - os ascendentes com os descendentes, seja o
parentesco natural ou civil;
• II - os afins em linha reta;
Casamento

• III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o


adotado com quem o foi do adotante;
• IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais
colaterais, até o terceiro grau inclusive;
• V - o adotado com o filho do adotante;
• VI - as pessoas casadas;
• VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por
homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu
consorte.
Casamento

OBS: Art. 1521, IV, CC

Enunciado 98 – CJF: Art. 1.521, IV, do novo Código Civil: o inc. IV do art. 1.521
do novo Código Civil deve ser interpretado à luz do Decreto-Lei n. 3.200/41
no que se refere à possibilidade de casamento entre colaterais de 3º grau.
Casamento

9. CAUSAS SUSPENSIVAS MATRIMONIAIS (Art. 1523, CC)

-Não impede o casamento, mas gera sanção quanto aos efeitos patrimoniais
(Art. 1.641, I, do CC):

• Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no


casamento:
I - das pessoas que o contraírem com inobservância das
causas suspensivas da celebração do casamento;
Casamento

• Art. 1.523. Não devem casar:


I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido,
enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der
partilha aos herdeiros;
II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por
ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do
começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade
conjugal;
III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada
ou decidida a partilha dos bens do casal;
Casamento

IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes,


ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a
pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a
tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as
respectivas contas.
Casamento

Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao


juiz que não lhes sejam aplicadas as causas suspensivas
previstas nos incisos I, III e IV deste artigo, provando-se
a inexistência de prejuízo, respectivamente, para o
herdeiro, para o ex-cônjuge e para a pessoa tutelada ou
curatelada; no caso do inciso II, a nubente deverá
provar nascimento de filho, ou inexistência de gravidez,
na fluência do prazo.
Casamento

Art. 1.524. As causas suspensivas da celebração do


casamento podem ser argüidas pelos parentes em linha
reta de um dos nubentes, sejam consangüíneos ou afins,
e pelos colaterais em segundo grau, sejam também
consangüíneos ou afins.
Casamento

10. CAUSAS DE NULIDADE RELATIVA DO CASAMENTO


• Art. 1.550. É anulável o casamento:
I - de quem não completou a idade mínima para casar;
II - do menor em idade núbil, quando não autorizado por
seu representante legal;
III - por vício da vontade, nos termos dos arts. 1.556 a
1.558;
IV - do incapaz de consentir ou manifestar, de modo
inequívoco, o consentimento;
Casamento

V - realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro


contraente soubesse da revogação do mandato, e não
sobrevindo coabitação entre os cônjuges;
VI - por incompetência da autoridade celebrante.
Parágrafo único. Equipara-se à revogação a invalidade
do mandato judicialmente decretada.
Casamento

11. HABILITAÇÃO PARA O CASAMENTO


1ª Fase - a documentação (art. 1.525, CC).
2ª Fase - análise de capacidade e impedimento (art. 1.526, CC).
3ª Fase - proclamas (art. 1.527, CC).
• Art. 1.527. Estando em ordem a documentação, o oficial
extrairá o edital, que se afixará durante quinze dias nas
circunscrições do Registro Civil de ambos os nubentes,
e, obrigatoriamente, se publicará na imprensa local, se
houver.
• Parágrafo único. A autoridade competente, havendo
urgência, poderá dispensar a publicação.
Casamento

CJF. V Jornada. 513 – Art. 1.527, parágrafo único: O juiz não pode dispensar,
mesmo fundamentadamente, a publicação do edital de proclamas do
casamento, mas sim o decurso do prazo.

4ª Fase - certificação (arts. 1531 e 1.532, CC).


Casamento

12. CELEBRAÇÃO DO CASAMENTO

• CC. Art. 1.533. Celebrar-se-á o casamento, no dia, hora


e lugar previamente designados pela autoridade que
houver de presidir o ato, mediante petição dos
contraentes, que se mostrem habilitados com a certidão
do art. 1.531.
Casamento

OBS: RETRATAÇÃO

• CC. Art. 1.538. A celebração do casamento será


imediatamente suspensa se algum dos contraentes:
• I - recusar a solene afirmação da sua vontade;
• II - declarar que esta não é livre e espontânea;
• III - manifestar-se arrependido.
• Parágrafo único. O nubente que, por algum dos fatos
mencionados neste artigo, der causa à suspensão do
ato, não será admitido a retratar-se no mesmo dia.
DIREITO
CIVIL
Direito de Família
Casamento – Parte 10

Prof. Cláudio Santos


Casamento – Parte 10

4. Casamento em caso de moléstia grave e casamento nuncupativo

a) Trata-se de duas formas excepcionais de casamento onde são


dispensadas parte das formalidades exigidas para o casamento.

b) Previsão legal: Art. 1.539 (Casamento em caso de moléstia


grave) e Arts. 1.540 e 1.541 (Casamento nuncupativo).
Casamento – Parte 10

b) Previsão legal: Art. 1.539 (Casamento em caso de moléstia


grave) e Arts. 1.540 e 1.541 (Casamento nuncupativo).

c) Casamento em caso de moléstia grave:

i. Os nubentes já encontram-se habilitados para o casamento,


contudo não podendo esperar a data agendada para a celebração,
nem podendo se dirigir ao local estabelecido.
Casamento – Parte 10

ii. A autoridade celebrante se dirigirá ao local onde o nubente se


encontrar, mesmo que a noite, e procederá à celebração do
casamento perante o oficial do cartório e duas testemunhas.

iii. Tanto a autoridade celebrante como o oficial do cartório


poderão ser substituídos, no caso de impossibilidade de algum
deles.

iv. Deverá ser levado à registro dentro de 5 dias.


Casamento – Parte 10

d) Casamento nuncupativo

i. Diferencia-se do anterior inicialmente por dispensar-se inclusive


a habilitação, bem como a presença da autoridade celebrante.

ii. Será celebrado na presença de seis testemunhas, que com os


nubentes não tenham parentesco em linha reta, ou, na colateral,
até segundo grau.
Casamento – Parte 10

iii. Art. 1.541. Realizado o casamento, devem as testemunhas


comparecer perante a autoridade judicial mais próxima, dentro em
dez dias, pedindo que lhes tome por termo a declaração de:

I - que foram convocadas por parte do enfermo;

II - que este parecia em perigo de vida, mas em seu juízo;

III - que, em sua presença, declararam os contraentes, livre e


espontaneamente, receber-se por marido e mulher.
Casamento – Parte 10

iv. Trata-se de requerimento de homologação judicial do


casamento celebrado nestas condições, determinando, o juiz, logo
após ter ouvido as testemunhas, a verificação da existência de
impedimentos para o casamento.

v. A decisão que homologar o casamento terá efeito retroativo à


data da celebração.

vi. Entende-se que o prazo de 10 dias é impróprio.


Casamento – Parte 10

vii. Por se tratar de casamento que dependerá de homologação


judicial aplicar-se-á ao mesmo o disposto no art. 1.641, CC,
impondo-se assim o regime de separação obrigatória.
Casamento – Parte 10

1. Efeitos jurídicos do casamento

a) Podem ser divididos em três grupos:

i. efeitos sociais;

ii. efeitos pessoais; e

iii. efeitos patrimoniais.


Casamento – Parte 10

b) Efeitos Sociais

i. Constituição de uma entidade familiar.

ii. Emancipação do cônjuge incapaz.

iii. Estabelecimento do vínculo de parentesco por afinidade.

iv. Modificação do estado civil.

v. Estabelecimento da presunção de estado de filiação.


Casamento – Parte 10

c) Efeitos Pessoais

i. A título de introdução

Art. 1.511, CC - O casamento estabelece comunhão plena de vida,


com base na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges.

Art. 226, §5º, CF - Os direitos e deveres referentes à sociedade


conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher.
Até a próxima!
DIREITO
CIVIL
Direito de Família
Casamento – Parte 11

Prof. Cláudio Santos


Casamento – Parte 11

Art. 1.565, CC - Pelo casamento, homem e mulher assumem


mutuamente a condição de consortes, companheiros e
responsáveis pelos encargos da família.

ii. Possibilidade de acréscimo do sobrenome do cônjuge

- Permissão: art. 1.565, §1º, CC.

- Podem ambos os cônjuges acrescentar o sobrenome do


outro, inclusive podendo excluir o seu próprio.
Casamento – Parte 11

ii. Possibilidade de acréscimo do sobrenome do cônjuge

- Tal direito normalmente exercido no procedimento de


habilitação para o casamento, também pode ser exercido
posteriormente por meio de ação de retificação de registro civil.

- Sendo admitido inclusive o inverso, tendo incluído o


sobrenome retificá-lo.

- É possível modifica-lo em função do divórcio ou viuvez.


Casamento – Parte 11

ii. Possibilidade de acréscimo do sobrenome do cônjuge

- Havendo modificação do sobrenome de um dos cônjuges é


permitido que os filhos tenham seus registros alterados, a fim de
que conste dos documentos o nome correto de seus pais.
Casamento – Parte 11

iii. Fixação do domicílio conjugal

- Art. 1.569,CC - O domicílio do casal será escolhido por


ambos os cônjuges, mas um e outro podem ausentar-se do
domicílio conjugal para atender a encargos públicos, ao exercício
de sua profissão, ou a interesses particulares relevantes.

- Estabelecimento de um local onde se concretiza a


comunhão de vida.
Casamento – Parte 11

1. Efeitos jurídicos do casamento

c) Efeitos Pessoais

iv. Direitos e deveres recíprocos

- O Código Civil brasileiro lista, no art. 1.566, uma série de


deveres conjugais que devem ser respeitados por ambos os
cônjuges. Contudo não se trata de enumeração taxativa.
Casamento – Parte 11

iv. Direitos e deveres recíprocos

- Produzem efeitos somente entre os cônjuges. “O dever de


fidelidade recíproca dos cônjuges é atributo básico do casamento
e não se estende ao cúmplice de traição a quem não pode ser
imputado o fracasso da sociedade conjugal por falta de previsão
legal” (STJ, Ac Unân. 3ª T., Resp. 922.462/SP, Rel. Min. Ricardo
Vilas Bôas Cueva, j. 4.4.2013, Dje 13.5.2013)
Casamento – Parte 11

iv. Direitos e deveres recíprocos

- Art. 1.566, CC - São deveres de ambos os cônjuges: I -


fidelidade recíproca; II - vida em comum, no domicílio conjugal; III -
mútua assistência; IV - sustento, guarda e educação dos filhos; V -
respeito e consideração mútuos.

- Fidelidade recíproca e, respeito e consideração mútuos.


Para além do comportamento sexual.
Casamento – Parte 11

iv. Direitos e deveres recíprocos

- Vida em comum no domicílio conjugal – coabitação.


debitum conjugale.

- Mútua assistência – abrange aspectos morais e materiais.

- Dever de guarda, sustento e educação dos filhos.


Até a próxima!
DIREITO
CIVIL

Direito de Família
Casamento – Parte 13

Prof. Cláudio Santos


Casamento – Parte 13

1. Existência, Validade e Eficácia do Casamento

a) A este respeito podemos encontra as seguintes situações

i. existir, ser válido e eficaz;

ii. existir, ser inválido e ineficaz;

iii. existir, ser inválido, mas eficaz;

iv. inexistir, ser inválido e ineficaz.


Casamento – Parte 13

b) Existência do Casamento

i. Pressupostos: existência de consentimento dos nubentes; e


celebração do matrimônio com a presença da autoridade.

ii. Diversidade de sexos.

iii. O não atendimento das formalidades constantes dos arts. 1.535 e


1.536, ambos do CC, implicará em inexistência do casamento.
Casamento – Parte 13

c) Validade do Casamento

i. Nulidades absolutas e nulidades relativas.

ii. Apenas aquelas previstas em lei.

c.1) Nulidade absoluta

i. Pode ser decretada de ofício;

ii. Pode ser requerida por qualquer interessado ou o MP.


Casamento – Parte 13

c.1) Nulidade absoluta

iii. A ação de impugnação de casamento nulo pode ser intentada a


qualquer tempo, aja vista não sofre prescrição.

iv. A sentença que a decretar tem eficácia ex tunc.

v. Casos: art. 1.548, CC com redação dada pela Lei brasileira de


inclusão.

vi. Eficácia contra terceiros e cônjuges – possibilidade.


DIREITO
CIVIL

Direito de Família
Casamento – Parte 12

Prof. Cláudio Santos


Casamento – Parte 12

d) Efeitos Patrimoniais

i. Reflexo do estabelecimento da comunhão de vida.

ii. Regime de bens.

e) Outros efeitos jurídicos

i. não fluência do prazo prescricional entre os cônjuges.


Casamento – Parte 12

e) Outros efeitos jurídicos

ii. Usucapião conjugal ou usucapião por abandono de lar - Art. 1.240-A.


Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição,
posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m²
(duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja propriedade divida com ex-
cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, ...
Casamento – Parte 12

... utilizando-o para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio


integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.

§1º O direito previsto no caput não será reconhecido ao mesmo possuidor


mais de uma vez.
Casamento – Parte 12

V Jornada de Direito Civil - Enunciado 500

A modalidade de usucapião prevista no art. 1.240-A do Código Civil


pressupõe a propriedade comum do casal e compreende todas as formas
de família ou entidades familiares, inclusive homoafetivas.

- Competência da Vara de Família.


DIREITO
CIVIL

Direito de Família
Casamento – Parte 14

Prof. Cláudio Santos


Casamento – Parte 14

c.2) Nulidade relativa

i. Características das anulabilidades: I – o casamento existe e gera


efeitos concretos até que sobrevenha a declaração de invalidação; II –
somente pessoa juridicamente interessada poderá promover a anulação
do casamento; III – admite ratificação; IV – a ação anulatória de casamento
será submetida aos prazos decadenciais previstos em lei (art. 1.560, CC);
V – não pode ser conhecida de ofício e nem pode ser suscitada pelo MP.
Casamento – Parte 14

Art. 1.560. O prazo para ser intentada a ação de anulação do


casamento, a contar da data da celebração, é de:

I - cento e oitenta dias, no caso do inciso IV do art. 1.550;

II - dois anos, se incompetente a autoridade celebrante;

III - três anos, nos casos dos incisos I a IV do art. 1.557;

IV - quatro anos, se houver coação.


Casamento – Parte 14

§1o Extingue-se, em cento e oitenta dias, o direito de anular o casamento


dos menores de dezesseis anos, contado o prazo para o menor do dia em
que perfez essa idade; e da data do casamento, para seus representantes
legais ou ascendentes.

§2o Na hipótese do inciso V do art. 1.550, o prazo para anulação do


casamento é de cento e oitenta dias, a partir da data em que o mandante
tiver conhecimento da celebração.
Casamento – Parte 14

c.2) Nulidade relativa

ii. Causas anulatórias: I – defeito de idade; II – falta de


consentimento dos assistentes; III – erro essencial ou coação; IV –
incapacidade relativa psíquica comprometendo a declaração de vontade; V
– revogação do mandato; VI – incompetência da autoridade celebrante.
Casamento – Parte 14

c.2) Nulidade relativa

iii. Requisitos para a configuração da coação: I – gravidade; II –


seriedade; III – iminência ou atualidade; IV – nexo causal entre a coação e
o ato extorquido; V – que o ato ameaçado seja injusto.

iv. Art. 1.559, CC - Somente o cônjuge que incidiu em erro, ou sofreu


coação, pode demandar a anulação do casamento; mas a coabitação,
havendo ciência do vício, valida o ato, ressalvadas as hipóteses dos
incisos III e IV do art. 1.557.
Casamento – Parte 14

c.2) Nulidade relativa

v. Anulação por erro essencial quanto à pessoa do outro cônjuge.


Requisitos: I – ele exista antes da celebração do casamento; II –
descoberta somente após o casamento; e III – tornando a vida conjugal
insuportável.
DIREITO
CIVIL
Direito de Família
Casamento – Parte 15

Prof. Cláudio Santos


Casamento – Parte 15

1. Dissolução do Casamento

“uma história construída a quatro mãos tende ao sentido da


permanência. Todavia, a liberdade de casar convive com o
espelho invertido da mesma liberdade, a de não permanecer
casado”.

Luiz Edson Fachin


Casamento – Parte 15

2. Breve evolução histórica normativa

a) EC n. 9/1977, alterou a redação do §1º do art. 175, da


Constituição de 1.967; e Lei n. 6.515/1977

b) Constituição de 1.988

c) Lei n. 7.841/89, alterou redação do art. 38 da L. 6.515/1977

d) EC n. 66/2010, alterou a redação do §6º do art. 226, da CF/88


Casamento – Parte 15

3. Sistema de dissolução do casamento

a) Formas extintivas do casamento: causas terminativas e


causas extintivas.

b) Sistema dualista ou monista?

c) EC n. 66/2010, CPC 2015 e STJ


DIREITO
CIVIL
Direito de Família
Casamento – Parte 16

Prof. Cláudio Santos


Casamento – Parte 16

4. Separação judicial e extrajudicial

a) A separação judicial poderá ser: consensual ou litigiosa.

b) Requer-se para a separação consensual o prazo mínimo de 1


ano de casados.

c) Sendo litigiosa teremos: i. a separação-sanção; ii. a


separação-falência; e iii. a separação-remédio. (Vide art. 1.572,
CC)
Casamento – Parte 16

d) A discussão de culpa terá por base o previsto no art. 1.573, CC.

e) A punição será a mudança de regime de alimentos (art. 1.704,


CC) e perda do direito de usar o sobrenome de casado (art. 1.578,
CC).

f) A separação extrajudicial continua prevista, agora no art. 733 do


NCPC.
Casamento – Parte 16

g) Questões intertemporais: pessoas já separadas (estado civil);


processo de separação em andamento; e a possibilidade de
reconciliação para os já separados ao tempo da EC n. 66/2010.

4.1 Separação de corpos

- Prevista no art. 1.562, CC.


DIREITO
CIVIL
Direito de Família
Casamento – Parte 17

Prof. Cláudio Santos


Casamento – Parte 17

4.2 Separação de fato

a) Aplicação da teoria da aparência

b) Efeitos jurídicos: casos previstos em lei – art. 1.723, §1º, CC


(União Estável); art. 12, L. 8.245/91 (sub-rogação em contrato de
locação); art. 1.240-A, CC (usucapião de meação).
Casamento – Parte 17

5. Dissolução do casamento pela morte

a) Morte real e morte presumida

b) Declaração de ausência – irreversibilidade dos efeitos da


dissolução do casamento do ausente.

c) Caso ocorra na pendência de julgamento de ação de


divórcio, provocará sua extinção sem julgamento de mérito, por
perda do objeto.
Casamento – Parte 17

6. Divórcio

a) O divórcio foi introduzido no Brasil pela Emenda n. 9/77 que


alterou o art. 175, §1º., CF/69 e exigiu a regulamentação que
veio por meio da Lei n. 6.515/77.

b) A redução dos prazos do divórcio ocorreu com a


Constituição Federal de 1988 que determinava no art. 226, §6º
(repetido pelo art. 1.580, CC).
Casamento – Parte 17

c) Nova alteração dos prazos do divórcio foi introduzida pela EC n.


66/10 que aboliu a necessidade de prazos como requisitos para o
pedido de qualquer forma de divórcio, podendo o divórcio, agora,
ser pedido a qualquer tempo.
Casamento – Parte 17

c) Nova alteração dos prazos do divórcio foi introduzida pela EC n.


66/10 que aboliu a necessidade de prazos como requisitos para o
pedido de qualquer forma de divórcio, podendo o divórcio, agora,
ser pedido a qualquer tempo.
Casamento – Parte 17

6.1 Modalidades de divórcio

a) Direto: decorre de pedido judicial ou extrajudicial; de um


(litigioso) ou de ambos (consensual) os cônjuges, independente de
decurso de prazo.

b) Indireto ou por conversão: decorre de pedido judicial ou


extrajudicial; de um (litigioso) ou de ambos (consensual) os
cônjuges que já se encontram separados judicial ou
administrativamente.
Casamento – Parte 17

6.2 Qualquer que seja a modalidade:

a) O pedido pode ser feito no domicílio de qualquer dos cônjuges


(ainda que a mulher tenha foro privilegiado), mesmo que diverso o
juízo em que tramitou a ação de separação. Ver art. 53, NCPC.

b) O vínculo se extingue com o trânsito em julgado da sentença ou


com a escritura pública, ...
Casamento – Parte 17

...independente de averbação no Registro Civil (que será, no


entanto, necessária se quiserem se casar novamente).

c) A concessão do divórcio não exige prévia partilha de bens,


conforme art. 1.581, CC.

d) O divórcio não modifica os direitos e deveres dos pais com


relação aos filhos, conforme art. 1.579, CC.
Até a próxima!
DIREITO
CIVIL
Direito de Família
Casamento – Parte 18

Prof. Cláudio Santos


Casamento – Parte 18

6. Divórcio (continuação)

6.3 Questões patrimoniais controvertidas no Divórcio

a) Desconsideração da personalidade jurídica

i. confusão patrimonial ou desvio de finalidade

ii. independe da prova de elemento subjetivo

iii. requerimento da parte ou do MP


Casamento – Parte 18

a.1) Procedimento especial no CPC/2015 – arts. 133 a 137.

i. incidente processual de desconsideração da personalidade jurídica.

ii. diretamente na petição inicial, formando litisconsórcio passivo.

iii. possibilidade de uso de medidas cautelares.


Casamento – Parte 18

b) Partilha de valores depositados na conta do FGTS

i. valores sacados integram o patrimônio do casal, exceto se optaram


pelo regime de separação de bens.

ii. posição do STJ sobre as parcelas depositadas, mas não sacadas.


(Resp. 1.399.199/RS, rel. Min. Luís Felipe Salomão, j. 9.3.16, Dje 22.4.16)
Casamento – Parte 18

c) Divisão de cotas sociais

i. devem ser divididas as cotas adquiridas na constância do


casamento, a depender do regime de bens escolhido pelo casal.

ii. terá direito à cota sobre a divisão periódica dos lucros.

d) Bem adquirido com financiamento

i. Imóvel adquirido antes do casamento, por meio de financiamento.


Casamento – Parte 18

ii. Bens adquiridos em sub-rogação.

e) Patrimônio comum sob a posse exclusiva de um dos cônjuges

i. direito a reclamar sua cota-parte da renda líquida do patrimônio;


ou indenização por uso exclusivo do outro consorte.

ii. prestação de contas do outro consorte, que está na administração


dos bens.
Até a próxima!
DIREITO CIVIL
Direito de Família
Casamento
Parte 2
Prof. Rafael da Mota Mendonça
Casamento

CASAMENTO

1. CONCEITO
-É o ato celebração que gera a relação matrimonial.

2. NATUREZA JURÍDICA
1ª – Individualista: contrato.
2ª – Institucional: conjunto de normas imperativas a que aderem
os nubentes.
3ª – Eclética: ato complexo: contrato na sua formação e instituição
no seu conteúdo.
4ª – Ato Jurídico.
Casamento

3. CARACTERÍSTICAS

3.1) Afetividade

3.2) Exclusividade

3.3) Dissolubilidade

3.4) Solenidade
Casamento

3.5) Diversidade de sexos.

OBS: CNJ. Resolução n. 175:


Art. 1º É vedada às autoridades competentes a recusa de
habilitação, celebração de casamento civil ou de conversão de
união estável em casamento entre pessoas de mesmo sexo.
Art. 2º A recusa prevista no artigo 1º implicará a imediata
comunicação ao respectivo juiz corregedor para as providências
cabíveis.
Art. 3º Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação.
DIREITO CIVIL
Direito de Família
Casamento
Parte 3
Prof. Rafael da Mota Mendonça
Casamento

4. EFEITOS DO CASAMENTO (Art. 1565, CC)

a) Estabelece a sociedade e o vínculo conjugal

b) Altera o estado civil dos cônjuges.

c) Estabelece o vínculo de parentesco por afinidade: Liga um dos


cônjuges aos parentes do outro (Art. 1595, CC).

Obs.: O fim do casamento não extingue o parentesco por afinidade


em linha reta (Art. 1521, II, CC).
Casamento

5. ESPÉCIES DE CASAMENTO (Art. 226, §§ 1° e 2° da CF/88)

a) Civil (Art. 1512, CC).

b) Religioso com efeitos civis (Arts. 1515 e 1516, CC).

OBS: A simples anulação do casamento religioso não acarreta


anulação dos seus efeitos civis.

c) Por procuração (art. 1542, CC).


Casamento

d) Nuncupativo (Art. 1540, CC).

e) Putativo (Art. 1561, CC).

f) Consular (Art. 1544, CC): Casamento de brasileiro realizado no


estrangeiro perante autoridade consular brasileira. Neste caso
estará sujeito à legislação brasileira.

g) De estrangeiro (Arts. 7° da LINDB e 32 da Lei de Registros


Públicos).
DIREITO CIVIL
Direito de Família
Casamento
Parte 4
Prof. Rafael da Mota Mendonça
Casamento

5. ESPÉCIES DE CASAMENTO (Art. 226, §§ 1° e 2° da CF/88)

a) Civil (Art. 1512, CC).

b) Religioso com efeitos civis (Arts. 1515 e 1516, CC).

OBS: A simples anulação do casamento religioso não acarreta


anulação dos seus efeitos civis.

c) Por procuração (art. 1542, CC).


Casamento

d) Nuncupativo (Art. 1540, CC).

e) Putativo (Art. 1561, CC).

f) Consular (Art. 1544, CC): Casamento de brasileiro realizado no


estrangeiro perante autoridade consular brasileira. Neste caso
estará sujeito à legislação brasileira.

g) De estrangeiro (Arts. 7° da LINDB e 32 da Lei de Registros


Públicos).
DIREITO CIVIL
Direito de Família
Casamento
Parte 5
Prof. Rafael da Mota Mendonça
Casamento

6. CONVERSÃO DA UNIÃO ESTÁVEL EM CASAMENTO

• Art.226, CF/88:
• § 3º - Para efeito da proteção do Estado, é
reconhecida a união estável entre o homem e a
mulher como entidade familiar, devendo a lei
facilitar sua conversão em casamento.

• Art. 1.726, CC. A união estável poderá


converter-se em casamento, mediante pedido
dos companheiros ao juiz e assento no Registro
Civil.
Casamento

7. CAPACIDADE PARA CASAR

• CC. Art. 1.517. O homem e a mulher com


dezesseis anos podem casar, exigindo-se
autorização de ambos os pais, ou de seus
representantes legais, enquanto não atingida a
maioridade civil.
• Parágrafo único. Se houver divergência entre os
pais, aplica-se o disposto no parágrafo único do
art. 1.631.
Casamento

• CC. Art. 1.641. É obrigatório o regime da


separação de bens no casamento:
• III - de todos os que dependerem, para casar,
de suprimento judicial.

• CC. Art. 1.550. É anulável o casamento:


• I - de quem não completou a idade mínima
para casar;
• II - do menor em idade núbil, quando não
autorizado por seu representante legal;
Casamento

OBS: Artigo 1520 do CC:

• Art. 1.520. Não será permitido, em qualquer


caso, o casamento de quem não atingiu a idade
núbil, observado o disposto no art. 1.517 deste
Código. (Redação dada pela Lei
nº 13.811, de 2019)
Casamento

8. NULIDADE ABSOLUTA DO CASAMENTO

• Art. 1.548. É nulo o casamento contraído:


• I - (Revogado); (Redação dada pela Lei nº
13.146, de 2015) (Vigência)
• II - por infringência de impedimento.

• Art. 1.521. Não podem casar:


• I - os ascendentes com os descendentes, seja o
parentesco natural ou civil;
• II - os afins em linha reta;
Casamento

• III - o adotante com quem foi cônjuge do


adotado e o adotado com quem o foi do
adotante;
• IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e
demais colaterais, até o terceiro grau inclusive;
• V - o adotado com o filho do adotante;
• VI - as pessoas casadas;
• VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado
por homicídio ou tentativa de homicídio contra
o seu consorte.
Casamento

OBS: Art. 1521, IV, CC

Enunciado 98 – CJF: Art. 1.521, IV, do novo Código Civil: o inc. IV


do art. 1.521 do novo Código Civil deve ser interpretado à luz do
Decreto-Lei n. 3.200/41 no que se refere à possibilidade de
casamento entre colaterais de 3º grau.
DIREITO CIVIL
Direito de Família
Casamento
Parte 6
Prof. Rafael da Mota Mendonça
Casamento

9. CAUSAS SUSPENSIVAS MATRIMONIAIS (Art. 1523, CC)

-Não impede o casamento, mas gera sanção quanto aos efeitos


patrimoniais (Art. 1.641, I, do CC):

• Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação


de bens no casamento:
I - das pessoas que o contraírem com
inobservância das causas suspensivas da
celebração do casamento;
Casamento

• Art. 1.523. Não devem casar:


I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge
falecido, enquanto não fizer inventário dos bens
do casal e der partilha aos herdeiros;
II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se
desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez
meses depois do começo da viuvez, ou da
dissolução da sociedade conjugal;
III - o divorciado, enquanto não houver sido
homologada ou decidida a partilha dos bens do
casal;
Casamento

IV - o tutor ou o curador e os seus


descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados
ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou
curatelada, enquanto não cessar a tutela ou
curatela, e não estiverem saldadas as
respectivas contas.
Casamento

Parágrafo único. É permitido aos nubentes


solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas as
causas suspensivas previstas nos incisos I, III e
IV deste artigo, provando-se a inexistência de
prejuízo, respectivamente, para o herdeiro,
para o ex-cônjuge e para a pessoa tutelada ou
curatelada; no caso do inciso II, a nubente
deverá provar nascimento de filho, ou
inexistência de gravidez, na fluência do prazo.
Casamento

Art. 1.524. As causas suspensivas da


celebração do casamento podem ser argüidas
pelos parentes em linha reta de um dos
nubentes, sejam consangüíneos ou afins, e
pelos colaterais em segundo grau, sejam
também consangüíneos ou afins.
Casamento

10. CAUSAS DE NULIDADE RELATIVA DO CASAMENTO


• Art. 1.550. É anulável o casamento:
I - de quem não completou a idade mínima
para casar;
II - do menor em idade núbil, quando não
autorizado por seu representante legal;
III - por vício da vontade, nos termos dos arts.
1.556 a 1.558;
IV - do incapaz de consentir ou manifestar, de
modo inequívoco, o consentimento;
Casamento

V - realizado pelo mandatário, sem que ele ou


o outro contraente soubesse da revogação do
mandato, e não sobrevindo coabitação entre os
cônjuges;
VI - por incompetência da autoridade
celebrante.
Parágrafo único. Equipara-se à revogação a
invalidade do mandato judicialmente decretada.
DIREITO CIVIL
Direito de Família
Casamento
Parte 7
Prof. Rafael da Mota Mendonça
Casamento

11. HABILITAÇÃO PARA O CASAMENTO


1ª Fase - a documentação (art. 1.525, CC).
2ª Fase - análise de capacidade e impedimento (art. 1.526, CC).
3ª Fase - proclamas (art. 1.527, CC).
• Art. 1.527. Estando em ordem a
documentação, o oficial extrairá o edital, que se
afixará durante quinze dias nas circunscrições
do Registro Civil de ambos os nubentes, e,
obrigatoriamente, se publicará na imprensa
local, se houver.
• Parágrafo único. A autoridade competente,
havendo urgência, poderá dispensar a
publicação.
Casamento

CJF. V Jornada. 513 – Art. 1.527, parágrafo único: O juiz não pode
dispensar, mesmo fundamentadamente, a publicação do edital de
proclamas do casamento, mas sim o decurso do prazo.

4ª Fase - certificação (arts. 1531 e 1.532, CC).


Casamento

12. CELEBRAÇÃO DO CASAMENTO

• CC. Art. 1.533. Celebrar-se-á o casamento, no


dia, hora e lugar previamente designados pela
autoridade que houver de presidir o ato,
mediante petição dos contraentes, que se
mostrem habilitados com a certidão do art.
1.531.
Casamento

OBS: RETRATAÇÃO

• CC. Art. 1.538. A celebração do casamento será


imediatamente suspensa se algum dos
contraentes:
• I - recusar a solene afirmação da sua vontade;
• II - declarar que esta não é livre e espontânea;
• III - manifestar-se arrependido.
• Parágrafo único. O nubente que, por algum dos
fatos mencionados neste artigo, der causa à
suspensão do ato, não será admitido a retratar-
se no mesmo dia.
Direito Civil

União Estável – Parte 1.

Prof.ª Rafael da Mota Mendonça


União Estável.

1 – Introdução

2 – Legislação aplicável

3 – Requisitos

4 – Impedimentos Legais

5 – Deveres dos companheiros

6 – Regime de Bens

7 – Coversão em casamento

8 - Concubinato
Crimes contra a administração pública.

Art. 337-B. (...)

Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/3 (um terço), se, em razão


da vantagem ou promessa, o funcionário público estrangeiro retarda
ou omite o ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional.
Crimes contra a administração pública.

Tráfico de influência em transação comercial internacional (Incluído


pela Lei nº 10467, de 11.6.2002)

Art. 337-C. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem,


direta ou indiretamente, vantagem ou promessa de vantagem a
pretexto de influir em ato praticado por funcionário público estrangeiro
no exercício de suas funções, relacionado a transação comercial
internacional:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou


insinua que a vantagem é também destinada a funcionário
estrangeiro.
Crimes contra a administração pública.

Funcionário público estrangeiro

Art. 337-D. Considera-se funcionário público estrangeiro, para os


efeitos penais, quem, ainda que transitoriamente ou sem remuneração,
exerce cargo, emprego ou função pública em entidades estatais ou em
representações diplomáticas de país estrangeiro.

Parágrafo único. Equipara-se a funcionário público estrangeiro quem


exerce cargo, emprego ou função em empresas controladas,
diretamente ou indiretamente, pelo Poder Público de país estrangeiro
ou em organizações públicas internacionais
Direito Civil

União Estável – Parte 2.

Prof.ª Rafael da Mota Mendonça


União Estável.

1 – Introdução

2 – Legislação aplicável

3 – Requisitos

4 – Impedimentos Legais

5 – Deveres dos companheiros

6 – Regime de Bens

7 – Coversão em casamento

8 - Concubinato
Crimes contra a administração pública.

Art. 337-B. (...)

Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/3 (um terço), se, em razão


da vantagem ou promessa, o funcionário público estrangeiro retarda
ou omite o ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional.
Crimes contra a administração pública.

Tráfico de influência em transação comercial internacional (Incluído


pela Lei nº 10467, de 11.6.2002)

Art. 337-C. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem,


direta ou indiretamente, vantagem ou promessa de vantagem a
pretexto de influir em ato praticado por funcionário público estrangeiro
no exercício de suas funções, relacionado a transação comercial
internacional:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou


insinua que a vantagem é também destinada a funcionário
estrangeiro.
Crimes contra a administração pública.

Funcionário público estrangeiro

Art. 337-D. Considera-se funcionário público estrangeiro, para os


efeitos penais, quem, ainda que transitoriamente ou sem remuneração,
exerce cargo, emprego ou função pública em entidades estatais ou em
representações diplomáticas de país estrangeiro.

Parágrafo único. Equipara-se a funcionário público estrangeiro quem


exerce cargo, emprego ou função em empresas controladas,
diretamente ou indiretamente, pelo Poder Público de país estrangeiro
ou em organizações públicas internacionais
Direito Civil

União Estável – Parte 3.

Prof.ª Rafael da Mota Mendonça


União Estável.

1 – Introdução

2 – Legislação aplicável

3 – Requisitos

4 – Impedimentos Legais

5 – Deveres dos companheiros

6 – Regime de Bens

7 – Coversão em casamento

8 - Concubinato
Crimes contra a administração pública.

Art. 337-B. (...)

Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/3 (um terço), se, em razão


da vantagem ou promessa, o funcionário público estrangeiro retarda
ou omite o ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional.
Crimes contra a administração pública.

Tráfico de influência em transação comercial internacional (Incluído


pela Lei nº 10467, de 11.6.2002)

Art. 337-C. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem,


direta ou indiretamente, vantagem ou promessa de vantagem a
pretexto de influir em ato praticado por funcionário público estrangeiro
no exercício de suas funções, relacionado a transação comercial
internacional:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou


insinua que a vantagem é também destinada a funcionário
estrangeiro.
Crimes contra a administração pública.

Funcionário público estrangeiro

Art. 337-D. Considera-se funcionário público estrangeiro, para os


efeitos penais, quem, ainda que transitoriamente ou sem remuneração,
exerce cargo, emprego ou função pública em entidades estatais ou em
representações diplomáticas de país estrangeiro.

Parágrafo único. Equipara-se a funcionário público estrangeiro quem


exerce cargo, emprego ou função em empresas controladas,
diretamente ou indiretamente, pelo Poder Público de país estrangeiro
ou em organizações públicas internacionais
DIREITO
CIVIL
Direito de Família
União Estável – Parte 01

Prof. Cláudio Santos


União Estável – parte 01

1. Breve evolução histórica

2. Diferença entre união estável, concubinato e sociedade de fato

a) União livre – sociedade de fato

b) Concubinato – Art. 1.727, CC

i. Atos jurídicos vedados que envolvem os concubinos:


União Estável – parte 01

- Proibição de doação ao concubino (art. 550, CC); proibição de estipular seguro


de vida em favor do concubino (art. 793, CC); proibição de ser beneficiário de
testamento (art. 1.801, III, CC); impossibilidade de receber alimentos (art. 1.694,
CC).

Caracterização da União Estável

a) Ânimo de constituir família (intuito familiae; affectio maritalis; animus familiae)


DIREITO CIVIL
Direito de Família
União Estável

Prof. Rafael da Mota Mendonça


União Estável

1) CF/88
- Art. 226, § 3°, CF/88.

2) Legislação infraconstitucional

- Lei n° 8971/94 (Revogada pelo CC/02).

- Lei n° 9278/96 (Revogada pelo CC/02).

- Arts. 1723/1727, CC/02.


União Estável

3) Características

• Art. 1.723. É reconhecida como entidade


familiar a união estável entre o homem e a
mulher, configurada na convivência pública,
contínua e duradoura e estabelecida com o
objetivo de constituição de família.

4) Estado Civil

- A união estável não configura um estado civil.


DIREITO
CIVIL
Direito de Família
União Estável – parte 02

Prof. Cláudio Santos


União Estável – parte 01

- Proibição de doação ao concubino (art. 550, CC); proibição de estipular seguro


de vida em favor do concubino (art. 793, CC); proibição de ser beneficiário de
testamento (art. 1.801, III, CC); impossibilidade de receber alimentos (art. 1.694,
CC).

Caracterização da União Estável

a) Ânimo de constituir família (intuito familiae; affectio maritalis; animus familiae)


União Estável – parte 01

b) Diversidade de sexos – Art. 1.723, CC. ADIn 4277/DF julgada em 5.5.2010,


relatoria do Min. Carlos Ayres Britto.

c) Estabilidade

d) Continuidade

e) Publicidade

f) Ausência de impedimentos matrimoniais e causas suspensivas


DIREITO CIVIL
Direito de Família
União Estável – Parte 2

Prof. Rafael da Mota Mendonça


União Estável

5) Impedimentos

• Art. 1.723.
• § 1o A união estável não se constituirá se
ocorrerem os impedimentos do art. 1.521; não
se aplicando a incidência do inciso VI no caso
de a pessoa casada se achar separada de fato
ou judicialmente.
União Estável

6) Direitos e Deveres

• Art. 1.724. As relações pessoais entre os


companheiros obedecerão aos deveres de
lealdade, respeito e assistência, e de guarda,
sustento e educação dos filhos.

7) Efeitos patrimoniais (Pacto de convivência)

• Art. 1.725. Na união estável, salvo contrato


escrito entre os companheiros, aplica-se às
relações patrimoniais, no que couber, o regime
da comunhão parcial de bens.
União Estável

8) Usufruto e Direito Real de Habitação

- Art. 7°, § único, Lei n° 9278/96.


- Art. 2°, Lei n° 8971/94.
- Art. 1831, CC.

9) Direito Sucessório do Companheiro

- RE 878.694 - STF
União Estável

10) Reconhecimento de filhos na união estável

• ENUNCIADO 570, CJF – O reconhecimento de


filho havido em união estável fruto de técnica
de reprodução assistida heteróloga “a patre”
consentida expressamente pelo companheiro
representa a formalização do vínculo jurídico de
paternidadefiliação, cuja constituição se deu no
momento do início da gravidez da
companheira.
União Estável

11) Concubinato

• Art. 1.727. As relações não eventuais entre o homem e a


mulher, impedidos de casar, constituem concubinato.
DIREITO
CIVIL
Direito de Família
União Estável – Parte 03

Prof. Cláudio Santos


União Estável – parte 01

4. Efeitos pessoais da União Estável

a) Art. 1.724, CC. As relações pessoais entre os companheiros obedecerão aos


deveres de lealdade, respeito e assistência, e de guarda, sustento e educação
dos filhos.

b) Direito ao sobrenome do companheiro – art. 54, §2º. e art. 57, §3º., Lei de
Registros Públicos.
União Estável – parte 01

c) Estabelecimento do vínculo de parentesco por afinidade – art. 1.595, CC.

d) Possibilidade de adoção conjunta – art. 42, §2º, ECA – “Para adoção


conjunta, é indispensável que os adotantes sejam casados civilmente ou
mantenham união estável, comprovada a estabilidade da família”.

e) Enquadramento como herdeiro necessário.


Até a próxima!
DIREITO
CIVIL

Direito de Família
União Estável – parte 04

Prof. Cláudio Santos


União Estável – parte 03

5. Efeitos patrimoniais da União Estável

a) Regime de bens

i. Regime supletivo: comunhão parcial – Art. 1.725, CC.

ii. Presunção absoluta de esforço comum para aquisição de


patrimônio.

iii. Possibilidade de convenção diversa.


União Estável – parte 03

iv. Aplicação do regime de separação obrigatória.

v. Administração do patrimônio comum – art. 1.663, CC.

vi. Necessidade de autorização para prática de certos atos – art.


1.647, CC – divergência

b) Alimentos

i. Art. 1.694, CC – possibilidade e necessidade.


União Estável – parte 03

ii. Cláusula de renúncia em ação de dissolução de união estável.

iii. Alimentos provisórios – ação de reconhecimento de união


estável.

c) Sucesso entre os companheiros

i. Previsão – art. 1.790, CC.


DIREITO
CIVIL
Direito de Família
União Estável – parte 05

Prof. Cláudio Santos


União Estável – parte 03

ii. Cláusula de renúncia em ação de dissolução de união


estável.

iii. Alimentos provisórios – ação de reconhecimento de união


estável.

c) Sucesso entre os companheiros

i. Previsão – art. 1.790, CC.


União Estável – parte 03

ii. Limitação dos direitos hereditários aos bens adquiridos


onerosamente.

iii. Concorrência inclusive com demais parentes (até o 4º


grau colateral).

iv. Recurso Extraordinário n. 78.694/MG, relator Min. Luís


Roberto Barroso. Decisão sem eficácia vinculante, nem mesmo
erga omines.
União Estável – parte 03

d) Direito real de habitação

i. Previsão para os cônjuges – art. 1.831, CC.

ii. Vitalício e incondicional.

e) Benefícios previdenciários

i. Previsão art. 16, I, Lei n. 8.213/91 (regulada pelo Dec.


357/91)
União Estável – parte 03

ii. Presunção absoluta de dependência.

f) Direito à inventariança

i. Art. 617, CPC/2015: “O juiz nomeará inventariante na


seguinte ordem: I - o cônjuge ou companheiro sobrevivente, desde
que estivesse convivendo com o outro ao tempo da morte deste”.
União Estável – parte 03

ii. Bem como o art. 1.797, I, do Código Civil.

g) Impenhorabilidade do bem de família

i. Proteção ao bem da pessoa humana.

ii. Súmula 364, STJ – “O conceito de impenhorabilidade de


bem de família abrange também o imóvel pertencente a pessoas
solteiras, separadas e viúvas”.
Até a próxima!
DIREITO
CIVIL

Direito de Família
Regime de bens e outros direitos patrimoniais
nas relações familiares – parte 01

Prof. Cláudio Santos


Regime de bens – parte 01

1. Conceito

“Regime de bens é o estatuto que disciplina os interesses


econômicos, ativos e passivos, de um casamento, regulamentando as
consequências em relação aos próprios nubentes e a terceiros, desde
a celebração até a dissolução do casamento, em vida ou por morte”.

(FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson)


Regime de bens – parte 01

2. Princípios

O regime de bens é submetido à três princípios básicos que dão


estrutura aos efeitos patrimoniais do casamento:

a) Liberdade de estipulação;

b) Variedade de regimes; e

c) Mutabilidade do regime.
Regime de bens – parte 01

3. Liberdade de estipulação

3.1 Desdobramento do princípio da autonomia privada – art. 1.639,


CC: É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular,
quanto aos seus bens, o que lhes aprouver.

3.2 Para exercício desta liberdade a lei exige, em alguns casos, a


celebração do chamado „pacto antenupcial‟.
Regime de bens – parte 01

3.3 Regime supletivo – comunhão parcial de bens.

3.4 Regime de separação obrigatória – natureza sancionatória.

i. Hipóteses: art. 1.641, CC - É obrigatório o regime da separação de bens


no casamento: I - das pessoas que o contraírem com inobservância das
causas suspensivas da celebração do casamento; II – da pessoa maior de
70 (setenta) anos; III - de todos os que dependerem, para casar, de
suprimento judicial.
Regime de bens – parte 01

ii. Súmula 377, STF – No regime de separação legal de bens, comunicam-


se os adquiridos na constância do casamento.

Trata-se de divisão dos aquestos.

Presunção de esforço comum.

Não é aplicável aos casamentos celebrados sob o regime de separação


convencional de bens.
Regime de bens – parte 01

ii. Súmula 377, STF – No regime de separação legal de bens, comunicam-


se os adquiridos na constância do casamento.

Trata-se de divisão dos aquestos.

Presunção de esforço comum.

Não é aplicável aos casamentos celebrados sob o regime de separação


convencional de bens.
DIREITO
CIVIL

Direito de Família
Regime de bens e outros direitos patrimoniais
nas relações familiares – parte 02

Prof. Cláudio Santos


Regime de bens – parte 01

4. Variedade de regimes

4.1 Tipos de regimes:

i. Comunhão parcial;

ii. Comunhão universal;

iii. Participação final nos aquestos; e

iv. Separação total.


Regime de bens – parte 01

4.2 É lícito aos nubentes escolherem o regime de bens que melhor


lhes aprouver, seja algum previsto na lei ou outro que resolvam criar.
Regime de bens – parte 02

5. Mutabilidade de regimes

5.1 O Código Civil de 2002, ao contrário de seu antecessor, permite a


modificação do regime de bens escolhido pelos cônjuges quando da
habilitação para o casamento.

5.2 Contudo a modificação deve ser justificada e depende de


autorização judicial: §2º do art. 1.639, CC. O dispositivo em comento
apresenta 4 requisitos:
Regime de bens – parte 02

a) Pedido formulado por ambos os cônjuges;

b) Autorização judicial, em procedimento de jurisdição voluntária;

c) Indicação de motivo relevante;

d) Inexistência de prejuízo de terceiros e dos próprios cônjuges.


Regime de bens – parte 02

5.3 Possibilidade de alteração do regime de bens de casamento


celebrado sob a vigência do Código Civil de 1.916.

5.4 Previsão de procedimento no CPC/2015 – art. 734


Regime de bens – parte 02

Art. 734. A alteração do regime de bens do casamento, observados os


requisitos legais, poderá ser requerida, motivadamente, em petição
assinada por ambos os cônjuges, na qual serão expostas as razões que
justificam a alteração, ressalvados os direitos de terceiros.
Regime de bens – parte 02

§ 1o Ao receber a petição inicial, o juiz determinará a intimação do


Ministério Público e a publicação de edital que divulgue a pretendida
alteração de bens, somente podendo decidir depois de decorrido o prazo
de 30 (trinta) dias da publicação do edital.

§ 2o Os cônjuges, na petição inicial ou em petição avulsa, podem propor


ao juiz meio alternativo de divulgação da alteração do regime de bens, a
fim de resguardar direitos de terceiros.
Regime de bens – parte 02

§ 3o Após o trânsito em julgado da sentença, serão expedidos mandados


de averbação aos cartórios de registro civil e de imóveis e, caso qualquer
dos cônjuges seja empresário, ao Registro Público de Empresas Mercantis
e Atividades Afins.
DIREITO
CIVIL
Direito de Família
Regime de bens e outros direitos patrimoniais
nas relações familiares – parte 03

Prof. Cláudio Santos


Regime de bens – parte 03

6. Pacto antenupcial

6.1 Contrato matrimonial por meio do qual os nubentes


escolhem o regime de bens que melhor lhes aprouver.

a) O objeto do pacto antenupcial pode ir além das questões


patrimoniais do casamento.

b) Podem os nubentes convencionar neste pacto sobre


doações recíprocas, permuta, cessão de direitos, etc.
Regime de bens – parte 03

c) Podem também promover reconhecimento de filhos,


nomeação de tutor, entre outros que não ofendam à normas de
ordem pública e nem viole direitos e garantias individuais.

6.2 Formalidades

a) Para sua validade exige-se que seja feito por meio de


escritura pública – art. 1.653, CC.
Regime de bens – parte 03

b) Pode ser celebrado por procuração.

c) Deve ser levado a registro no cartório de registro civil do


domicílio conjugal, bem como no cartório do registro de imóveis,
para que produza efeitos perante terceiros.

d) No caso de contratante empresário deverá ser registrado


na Junta Comercial (art. 37, III, Lei n. 4.726/65)
Regime de bens – parte 03

e) Para sua eficácia entre os contratantes exige-se que o


casamento seja celebrado – condição suspensiva – art. 1.653, CC.

6.3 Não pode ser feito no casos de imposição do regime de


separação de bens.

a) No caso de menores será necessária a assistência de seus


representantes legais.
Regime de bens – parte 03

b) Mas só produzirá efeitos quando da cessação da causa da


imposição do regime, e desde que tenha se procedido à
modificação do regime.

6.4 O regime de participação final dos aquestos e a dispensa


de outorga para alienar e gravar de ônus reais bens imóveis
particulares – fixação no pacto antenupcial.

6.5 Negócio jurídico processual – art. 190, CPC/2015.


Regime de bens – parte 03

APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO PRIVADO NÃO ESPECIFICADO.


EMBARGOS DE TERCEIRO. Hipótese em que o regime de
separação de bens não foi devidamente registrado de modo a ser
oposto a terceiros. A embargante não se desincumbiu do ônus de
comprovar que a dívida contraída pelo marido não trouxe proveito
para a família. APELO NÃO PROVIDO. UNÂNIME. (Apel. Cív. nº
70051574168, 11ª Câm. Cív, TJRS, Rel.: Antônio Maria Rodrigues de
Freitas Iserhard, J. em 25/09/2013)
Até a próxima!
DIREITO
CIVIL
Direito de Família
Regime de bens e outros direitos patrimoniais
nas relações familiares – parte 04

Prof. Cláudio Santos


Regime de bens – parte 04

7. Administração de bens prática de outros atos

- O art. 1.568, CC, já estabelecia que os cônjuges deveriam concorrer


proporcionalmente na manutenção do lar conjugal.

- A administração do lar, que deve ser exercida de maneira conjunta por


ambos os cônjuges, sem privilégio algum, implica na prática de atos que
não exigem a vênia do outro cônjuge e de atos que a exigem.
Regime de bens – parte 04

- O Código Civil fez previsão para ambos os casos.

7.1 Atos que independem de consentimento do outro cônjuge

a) Administração da economia doméstica – art. 1.643, CC –


presunção de autorização – instituição de solidariedade entre os cônjuges
(art. 1.644, CC).

b) Art. 1.642, CC – lista de atos


Regime de bens – parte 04

Art. 1.642. Qualquer que seja o regime de bens, tanto o marido quanto a
mulher podem livremente:

I - praticar todos os atos de disposição e de administração necessários ao


desempenho de sua profissão, com as limitações estabelecida no inciso I
do art. 1.647;

II - administrar os bens próprios;


Regime de bens – parte 04

III - desobrigar ou reivindicar os imóveis que tenham sido gravados ou


alienados sem o seu consentimento ou sem suprimento judicial;

IV - demandar a rescisão dos contratos de fiança e doação, ou a


invalidação do aval, realizados pelo outro cônjuge com infração do
disposto nos incisos III e IV do art. 1.647;
Regime de bens – parte 04

V - reivindicar os bens comuns, móveis ou imóveis, doados ou


transferidos pelo outro cônjuge ao concubino, desde que provado que os
bens não foram adquiridos pelo esforço comum destes, se o casal estiver
separado de fato por mais de cinco anos;

VI - praticar todos os atos que não lhes forem vedados expressamente.


Regime de bens – parte 04

- Art. 1.646. No caso dos incisos III e IV do art. 1.642, o terceiro,


prejudicado com a sentença favorável ao autor, terá direito regressivo
contra o cônjuge, que realizou o negócio jurídico, ou seus herdeiros.
DIREITO
CIVIL
Direito de Família
Regime de bens e outros direitos patrimoniais
nas relações familiares – parte 05

Prof. Cláudio Santos


Regime de bens – parte 05

7.2 Atos que dependem do consentimento do cônjuge

- A prática de determinados atos pelos cônjuges sofrem limitação,


vinculado à participação do outro consorte, em razão de sua importância
para o patrimônio comum.

- O Código Civil estabeleceu um rol, taxativo, de hipóteses que estão


divididas da seguinte forma: parte se referem à negócios jurídicos
substanciais; e outra à atos processuais.
Regime de bens – parte 05

- Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges


pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta:

I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;

II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos;

III - prestar fiança ou aval;


Regime de bens – parte 05

IV - fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que


possam integrar futura meação.

Parágrafo Único. São válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando
casarem ou estabelecerem economia separada.
Regime de bens – parte 05

1. Negativa de prestação jurisdicional. Inexistência. 2. Controvérsia sobre


a aplicação da Súmula n. 377 do STF. 3. Casamento regido pela separação
obrigatória. Aquisição de bens durante a constância do casamento.
Esforço comum. Contribuição indireta. Súmula n. 7 do STJ. 4.
Necessidade do consentimento do cônjuge. Finalidade. Resguardo da
possível meação. Plausibilidade da tese jurídica invocada pela Corte
originária.
Regime de bens – parte 05

5. Interpretação do art. 1.647 do Código Civil. 6. Precedente da Terceira


Turma deste Sodalício: "A exigência de outorga uxória ou marital para os
negócios jurídicos de (presumidamente) maior expressão econômica
previstos no artigo 1647 do Código Civil (como a prestação de aval ou a
alienação de imóveis) decorre da necessidade de garantir a ambos os
cônjuges meio de controle da gestão patrimonial, tendo em vista que...
Regime de bens – parte 05

...em eventual dissolução do vínculo matrimonial, os consortes terão


interesse na partilha dos bens adquiridos onerosamente na constância do
casamento. Nas hipóteses de casamento sob o regime da separação legal,
os consortes, por força da Súmula n. 377/STF, possuem o interesse pelos
bens adquiridos onerosamente ao longo do casamento, razão por que é de
rigor garantir-lhes o mecanismo de controle de outorga uxória/marital...
Regime de bens – parte 05

...para os negócios jurídicos previstos no artigo 1647 da lei civil." (REsp n.


1.163.074, Rel. Min. Massami Uyeda, DJe 4-2-2010). 6. Recurso especial
improvido. (REsp 1199790/MG, Rel. Ministro VASCO DELLA GIUSTINA
(DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/RS), TERCEIRA TURMA, julgado
em 14/12/2010, DJe 02/02/2011)
DIREITO
CIVIL
Direito de Família
Regime de bens e outros direitos patrimoniais
nas relações familiares – parte 06

Prof. Cláudio Santos


Regime de bens – parte 06

7.3 Há exigência de outorga na união estável?

- Razões para desnecessidade da outorga:

a) Norma restritiva de direitos, e como tal deve ser interpretada de


maneira restritiva – o Código se refere apenas aos cônjuges;

b) A União Estável é uma situação de fato – não produz efeito em


relação a terceiros;
Regime de bens – parte 06

c) Necessidade de proteção do terceiro de boa-fé.

“Ainda que o bem em questão tenha sido adquirido e vendido na


constância da união estável, sem a autorização da companheira,
não se pode esquecer que a situação fática havida entre a autora e
o alienante do imóvel não era pública à época da realização do
negócio, o que veio a ocorrer aproximadamente dois anos depois,
com a lavratura de escritura pública de união estável...
Regime de bens – parte 06

...Diante da ausência de publicidade quanto ao estado civil do


proprietário do bem, que se qualificou como solteiro na escritura
pública de compra e venda, não se pode exigir da terceira
adquirente que tivesse ciência acerca da união estável. No caso
concreto, a união estável não produz os mesmos efeitos do
casamento, ato formal e público por natureza, não havendo falar
em necessidade da outorga da autora para a validade do negócio
jurídico entabulado...
Regime de bens – parte 06

...Precedentes desta Corte e do STJ. Sentença de improcedência


mantida. NEGARAM PROVIMENTO À APELAÇÃO. UNÂNIME.”
(Apelação Cível Nº 70059110478, Vigésima Câmara Cível, Tribunal
de Justiça do RS, Relator: Walda Maria Melo Pierro, Julgado em
11/06/2014)

7.4 Suprimento judicial da outorga

a) Previsão - Art. 1.648 do Código Civil.


Regime de bens – parte 06

Art. 1.648 - Cabe ao juiz, nos casos do artigo antecedente, suprir a


outorga, quando um dos cônjuges a denegue sem motivo justo, ou
lhe seja impossível concedê-la.

b) O que viria a ser justo motivo?

i) prova de que o ato é vantajoso ou necessário;

ii) quando o ato não leva riscos ao patrimônio familiar.


Regime de bens – parte 06

c) No caso de impossibilidade do cônjuge também possível o


suprimento judicial, seria o caso de declaração de ausência ou
enfermidade grave, ainda que transitória.
Regime de bens – parte 06

APELAÇÃO CIVEL - AÇÃO DE SUPRIMENTO DE CONSENTIMENTO


- CONTRATO DE ABERTURA DE CRÉDITO EM CONTA - OUTORGA
UXÓRIA - NECESSIDADE NÃO DEMONSTRADA - AUSÊNCIA DE
COMPROMETIMENTO DO PATRIMÔNIO DO CASAL - SUPRIMENTO
JUDICIAL - DESCABIMENTO. I- A imposição da outorga uxória de
que trata a Lei Civil refere-se aos casos em que o negócio jurídico
a ser realizado pelo outro cônjuge, ...
Regime de bens – parte 06

... implique na alienação ou gravação de ônus real sobre bens


imóveis do casal. II Não havendo qualquer menção na contratação
quanto à imposição de ônus sobre imóveis, ou de outra obrigação
que implique no alcance do patrimônio do casal, não restou
evidenciada a necessidade do consentimento da esposa do
primeiro autor para a realização do negócio, mostrando-se
incabível o suprimento judicial pretendido. (Ac.
nº1.0134.10.001930-3/003 TJMG, 09/04/2013).
Regime de bens – parte 06

7.5 Anulabilidade

Art. 1.649. A falta de autorização, não suprida pelo juiz,


quando necessária (art. 1.647), tornará anulável o ato praticado,
podendo o outro cônjuge pleitear-lhe a anulação, até dois anos
depois de terminada a sociedade conjugal.

Parágrafo único. A aprovação torna válido o ato, desde que feita


por instrumento público, ou particular, autenticado.
Regime de bens – parte 06

a) Não aplicável no caso do aval e da fiança. Enunciado 114


da Jornada de Direito Civil. Ineficácia em relação ao consorte
preterido.

b) Aplicável ao aval e à fiança. STJ – Súmula 332. Nulidade


absoluta.

c) Proibição do venire contra factum proprium. Possibilidade


de convalescimento. Perdão tácito.
Até a próxima!
DIREITO
CIVIL
Direito de Família
Regime de bens e outros direitos patrimoniais
nas relações familiares – parte 07

Prof. Cláudio Santos


Regime de bens – parte 07

8. Tipos de regimes de bens

a) São eles: comunhão parcial (regime supletivo); comunhão


universal; separação convencional de bens; e participação final
dos aquestos.

b) Trata-se de tipos legais, podendo os interessados elaborarem


outros a partir destes modelos.
Regime de bens – parte 07

8.1 Comunhão parcial de bens

a) Regime supletivo que dispensa celebração de pacto antenupcial.

b) De maneira geral estabelece que: “o que é meu é meu, o que é


seu é seu, e o que é nosso é metade de cada um”. Temos assim
três esferas patrimoniais: i) bens particulares de um; ii) bens
particulares do outro; e iii) bens comuns.
Regime de bens – parte 07

c) Entram na comunhão os bens adquiridos durante o casamento a


título oneroso ou eventual. Estando excluídos os adquiridos antes
do casamento, bem como aqueles adquiridos a título gratuito
durante o casamento. Vide art. 1.661 do Código Civil.

d) Aplicando-se ao regime uma presunção absoluta de colaboração


conjunta para aquisição onerosa dos bens na constância do
casamento.
Regime de bens – parte 07

e) Art. 1.660, CC – Entram na comunhão:

I – os bens adquiridos na constância do casamento por título


oneroso, ainda que só em nome de um dos cônjuges;

II – os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso


de trabalho ou despesa anterior;

III – os bens adquiridos por doação, herança ou legado, em favor


de ambos os cônjuges;
Regime de bens – parte 07

IV – as benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge;

V – os frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada


cônjuge, percebidos na constância do casamento, ou pendentes ao
tempo de cessar a comunhão.
Regime de bens – parte 07

f) Estão excluídos por força do art. 1.659, CC: i) os bens adquiridos


por cada um antes das núpcias e os que se sub-rogaram em seus
lugares; ii) os bens adquiridos com valores exclusivamente
pertencentes a um dos cônjuges em sub-rogação dos bens
particulares; iii) as obrigações anteriores ao casamento; iv) as
obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em
proveito do casal; v) os bens de uso pessoal, os livros e
instrumentos de profissão;
Regime de bens – parte 07

vi) os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge; e vii) as


pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes.

g) Há comunhão, ou não, sobre indenização trabalhista e FGTS?

h) Imóveis adquiridos pelo sistema financeiro.

i) Direitos autorais patrimoniais – pacto antenupcial.


Até a próxima!
DIREITO
CIVIL
Direito de Família
Regime de bens e outros direitos patrimoniais
nas relações familiares – parte 08

Prof. Cláudio Santos


Regime de bens – parte 08

j) A administração do patrimônio comum compete à ambos os


cônjuges (art. 1.663, CC).

k) As dívidas contraídas na administração de bens particulares não


alcançará o patrimônio comum do casal (art. 1.666, CC).

l) Súmula 134 do STJ - Embora intimado da penhora em imóvel do


casal, o cônjuge do executado pode opor embargos de terceiro
para defesa de sua meação.
Regime de bens – parte 08

m) Sucessão – art. 1.829, I, CC. “Onde incidir herança, não incidirá


meação e vice-versa”.
Regime de bens – parte 08

8.2 Comunhão universal de bens

a) Art. 1.667, CC - O regime de comunhão universal importa a


comunicação de todos os bens presentes e futuros dos cônjuges e
suas dívidas passivas, com as exceções do artigo seguinte.

b) Provoca a formação de uma massa patrimonial comum entre os


consortes.
Regime de bens – parte 08

c) Não sendo absoluta, admite exceções à esta fusão patrimonial


que encontra previsão no art. 1.668 do Código Civil: Art. 1.668. São
excluídos da comunhão: I - os bens doados ou herdados com a
cláusula de incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar; II -
os bens gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro
fideicomissário, antes de realizada a condição suspensiva;
Regime de bens – parte 08

III - as dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de


despesas com seus aprestos, ou reverterem em proveito comum;
IV - as doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro
com a cláusula de incomunicabilidade; V - Os bens referidos nos
incisos V a VII do art. 1.659.

d) O elenco do art. 1.668, CC, deve ser interpretado de forma


restritiva, tendo em vista ser uma exceção à regra de comunhão.
Regime de bens – parte 08

e) Os frutos desses bens excluídos, entram na comunhão (art.


1.669, CC).

f) Sobre os bens excluídos da comunhão não haverão meação,


mas a jurisprudência entre há direito à herança.

g) As dívidas provenientes de ato ilícito entram na comunhão.

h) Proteção da meação – Súmula 134, STJ.


Regime de bens – parte 08

i) Não haverá direitos hereditários para o cônjuge supérstite, caso


venha a concorrer com os descendentes do falecido.
Até a próxima!
DIREITO
CIVIL
Direito de Família
Regime de bens e outros direitos patrimoniais
nas relações familiares – parte 09

Prof. Cláudio Santos


Regime de bens – parte 09

8.3 Separação convencional ou absoluta de bens

a) Neste regime cada cônjuge estabelece um patrimônio


particular, não havendo comunhão sobre qualquer bem.

b) Diferente da Separação Obrigatória (art. 1.641, CC) em


função da Súmula 377 do STF.

c) A administração e os frutos destes bens competem


exclusivamente ao seu respectivo titular.
Regime de bens – parte 09

Art. 1.687. Estipulada a separação de bens, estes permanecerão


sob a administração exclusiva de cada um dos cônjuges, que os
poderá livremente alienar ou gravar de ônus real.

d) Responsabilidade patrimonial individual pelas dívidas e


obrigações assumidas.
Regime de bens – parte 09

e) Art. 1.688, CC - Ambos os cônjuges são obrigados a


contribuir para as despesas do casal na proporção dos
rendimentos de seu trabalho e de seus bens, salvo estipulação em
contrário no pacto antenupcial.

f) Aquisição conjunta de bens – formação de condomínio –


quinhão – evitar enriquecimento sem causa. Não aplicando neste
caso a presunção de esforço comum.
Regime de bens – parte 09

g) Há direitos hereditários – art. 1.829, CC. Crítica,


especialmente no caso em que o cônjuge concorrerá com os
descendentes do falecido.
Regime de bens – parte 09

8.4 Participação final nos aquestos

a) Art. 1.672 do Código Civil – “No regime de participação


final nos aquestos, cada cônjuge possui patrimônio próprio,
consoante disposto no artigo seguinte, e lhe cabe, à época da
dissolução da sociedade conjugal, direito à metade dos bens
adquiridos pelo casal, a título oneroso, na constância do
casamento”.
Regime de bens – parte 09

b) Trata-se de regime misto, com características de


separação convencional e comunhão parcial.

c) Na constância do casamento vigorarão as características


do regime de separação convencional: patrimônio particular e com
liberdade de administração desses bens (art. 1.673, CC). Tal
liberdade só se aplicará aos bens imóveis se constar a dispensa de
outorga no pacto antenupcial (art. 1.656, CC).
Regime de bens – parte 09

d) Os bens a serem partilhadas só serão calculados ao final


da sociedade conjugal. Não sendo necessária a meação in natura.

e) Uma maneira de contabilizar o patrimônio partilhável é


considerar que cada cônjuge possui: i) a totalidade dos bens
adquiridos antes do casamento; ii) a metade dos bens adquiridos
conjuntamente; iii) a metade dos bens adquiridos de forma
onerosa por si mesmo na constância;
Regime de bens – parte 09

iv) a totalidade dos bens adquiridos gratuitamente na constância


do casamento; e v) a metade dos bens adquiridos onerosamente
pelo outro cônjuge na constância do casamento.
Até a próxima!
DIREITO CIVIL
Direito de Família
Regime de Bens e outros Direitos Patrimoniais nas relações
familiares
Prof. Rafael da Mota Mendonça
Regime de Bens e outros Direitos Patrimoniais nas relações familiares

a) Comunhão universal (Arts. 1667/1671, CC);

- Depende de pacto antenupcial;

- Forma-se uma Universalidade patrimonial;

- Instaura-se uma mancomunhão (propriedade em mão comum –


modelo de origem Germânica de copropriedade).
Regime de Bens e outros Direitos Patrimoniais nas relações familiares

OBS: EXCEÇÕES – Art. 1668, CC.

• Art. 1.668. São excluídos da comunhão:


• I - os bens doados ou herdados com a cláusula
de incomunicabilidade e os sub-rogados em seu
lugar;
• II - os bens gravados de fideicomisso e o direito
do herdeiro fideicomissário, antes de realizada
a condição suspensiva;
• III - as dívidas anteriores ao casamento, salvo
se provierem de despesas com seus aprestos,
ou reverterem em proveito comum;
Regime de Bens e outros Direitos Patrimoniais nas relações familiares

• IV - as doações antenupciais feitas por um dos


cônjuges ao outro com a cláusula de
incomunicabilidade;
• V - Os bens referidos nos incisos V a VII do art.
1.659.
• Art. 1.659. Excluem-se da comunhão:
• V - os bens de uso pessoal, os livros e
instrumentos de profissão;
• VI - os proventos do trabalho pessoal de cada
cônjuge;
• VII - as pensões, meios-soldos, montepios e
outras rendas semelhantes.
DIREITO CIVIL
Direito de Família
Regime de Bens e outros Direitos Patrimoniais nas relações
familiares – Parte 2
Prof. Rafael da Mota Mendonça
Regime de Bens e outros Direitos Patrimoniais nas relações familiares

b) Comunhão parcial (Arts. 1658/1666, CC)

- Regime legal.

- Comunica-se apenas o patrimônio adquirido durante o período de


vigência da sociedade conjugal (vida em comum).

OBS1: Usucapião familiar – art. 1.240-A do CC.


Regime de Bens e outros Direitos Patrimoniais nas relações familiares

OBS2: FGTS

Segunda Seção
DIREITO CIVIL. INEXISTÊNCIA DE MEAÇÃO DE VALORES
DEPOSITADOS EM CONTA VINCULADA AO FGTS ANTES DA
CONSTÂNCIA DA SOCIEDADE CONJUGAL SOB O REGIME DA
COMUNHÃO PARCIAL.
Diante do divórcio de cônjuges que viviam sob o regime da
comunhão parcial de bens, não deve ser reconhecido o direito à
meação dos valores que foram depositados em conta vinculada ao
FGTS em datas anteriores à constância do casamento e que
tenham sido utilizados para aquisição de imóvel pelo casal durante
a vigência da relação conjugal.
Regime de Bens e outros Direitos Patrimoniais nas relações familiares

Assim, deve ser reconhecido o direito à meação dos valores do


FGTS auferidos durante a constância do casamento, ainda que o
saque daqueles valores não seja realizado imediatamente à
separação do casal. A fim de viabilizar a realização daquele direito
reconhecido, nos casos em que ocorrer, a CEF deverá ser
comunicada para que providencie a reserva do montante referente
à meação, para que, num momento futuro, quando da realização
de qualquer das hipóteses legais de saque, seja possível a retirada
do numerário. REsp 1.399.199-RS, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti,
Rel. para acórdão Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 9/3/2016,
DJe 22/4/2016 (Informativo n. 581).
Regime de Bens e outros Direitos Patrimoniais nas relações familiares

OBS3: SUCESSÃO E CONCORRÊNCIA COM OS DESCENDENTES

Informativo 0563
Período: 29 de maio a 14 de junho de 2015
SEGUNDA SEÇÃO
DIREITO CIVIL. SUCESSÃO CAUSA MORTIS E REGIME DE
COMUNHÃO PARCIAL DE BENS.
O cônjuge sobrevivente casado sob o regime de comunhão parcial
de bens concorrerá com os descendentes do cônjuge falecido
apenas quanto aos bens particulares eventualmente constantes do
acervo hereditário.
REsp 1.368.123-SP, Rel. Min. Sidnei Beneti, Rel. para acórdão Min.
Raul Araújo, julgado em 22/4/2015, DJe 8/6/2015.
Regime de Bens e outros Direitos Patrimoniais nas relações familiares

c) Separação total (Arts. 1687/1688, CC):

- A Separação pode ser Convencional ou Legal.

- A Separação Convencional se dá por Pacto Antenupcial.

- A Separação Legal se dá por força do art. 1.641.

- Incomunicabilidade total dos bens no caso de dissolução em vida.


Regime de Bens e outros Direitos Patrimoniais nas relações familiares

OBS: DIREITO SUCESSÓRIO


Súmula 377 – STF
“NO REGIME DE SEPARAÇÃO LEGAL DE BENS, COMUNICAM-SE OS
ADQUIRIDOS NA CONSTÂNCIA DO CASAMENTO.”
• Art. 1.829, CC. A sucessão legítima defere-se
na ordem seguinte:
• I - aos descendentes, em concorrência com o
cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com
o falecido no regime da comunhão universal, ou
no da separação obrigatória de bens (art.
1.640, parágrafo único); ou se, no regime da
comunhão parcial, o autor da herança não
houver deixado bens particulares;
Regime de Bens e outros Direitos Patrimoniais nas relações familiares

SEGUNDA SEÇÃO
DIREITO CIVIL. CÔNJUGE SUPÉRSTITE CASADO EM REGIME
DE SEPARAÇÃO CONVENCIONAL E SUCESSÃO "CAUSA MORTIS“.
No regime de separação convencional de bens,
o cônjuge sobrevivente concorre na sucessão causa mortis com os
descendentes do autor da herança.
REsp 1.382.170-SP, Rel. Min. Moura Ribeiro, Rel. para acórdão
Min. João Otávio de Noronha, julgado em 22/4/2015, DJe
26/5/2015.
Regime de Bens e outros Direitos Patrimoniais nas relações familiares

d) Participação final nos aquestos (Arts.1672/1686, CC).

- Depende de Pacto Antenupcial.

- Acarreta 5 universalidades de bens:

● Bens particulares do homem antes de casar.


● Bens particulares da mulher antes de casar.
● Patrimônio próprio do marido depois do casamento.
● Patrimônio próprio da mulher depois do casamento.
● Bens comuns adquiridos pelo casal durante o
matrimônio.
Regime de Bens e outros Direitos Patrimoniais nas relações familiares

- Aquestos: Patrimônio próprio de cada cônjuge adquirido


onerosamente durante o casamento (art. 1672) mais os bens
comuns.

- A diferença de valores entre os bens próprios adquiridos durante


o casamento serão compensados na separação.
DIREITO
CIVIL
Direito de Família
Poder Familiar – parte 01

Prof. Cláudio Santos


Poder Familiar – parte 01

Poder Familiar

1. Do ‘pátrio poder’ ao ‘poder familiar’

a) No Código Civil de 1916 era exercido


exclusivamente pelo marido.

b) Com o Estatuto da Mulher Casada (Lei n. 4.121/62)


passou a ser exercido com o auxílio da mulher.

c) Foi com a CF/88 que alcançamos a igualdade.


Poder Familiar – parte 01

d) Com o ECA ganhou aspectos de proteção, prevendo


mais deveres que direitos sobre os filhos.

2. Conceito

a) “De objeto de poder, o filho passou a sujeito de


direito” Maria Berenice Dias.

b) CF/88 - “Art. 229 - Os pais têm o dever de assistir,


criar e educar os filhos menores, ...”
Poder Familiar – parte 01

3. Características

a) Irrenunciável

b) Intransferível

c) Inalienável

d) Imprescritível
Poder Familiar – parte 01

4. Pais separados

a) O Poder Familiar é exercido por ambos,


independentemente do casamento ou da união estável.

b) Art. 1.632, CC - A separação judicial, o divórcio e a


dissolução da união estável não alteram as relações entre
pais e filhos senão quanto ao direito, que aos primeiros
cabe, de terem em sua companhia os segundos.
Poder Familiar – parte 01

c) Quando se tratar de guarda unilateral haverá


modificação no exercício do poder familiar, mas jamais
exclusão – art. 1.583, §5º, CC.

d) Na ausência de um o outro o exercerá com


exclusividade – art. 1.631, CC.

5. Exercício do Poder Familiar

a) Como já dito, em regra, será exercido por ambos.


Poder Familiar – parte 01

b) Rol de “competências” dos Pais em relação aos


filhos – Art. 1.634, CC.

Art. 1.634. Compete a ambos os pais, qualquer que


seja a sua situação conjugal, o pleno exercício do poder
familiar, que consiste em, quanto aos filhos:

I - dirigir-lhes a criação e a educação;


Poder Familiar – parte 01

II - exercer a guarda unilateral ou compartilhada nos


termos do art. 1.584;

III - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para


casarem;

IV - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para


viajarem ao exterior;
Poder Familiar – parte 01

V - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para


mudarem sua residência permanente para outro Município;

VI - nomear-lhes tutor por testamento ou documento


autêntico, se o outro dos pais não lhe sobreviver, ou o
sobrevivo não puder exercer o poder familiar;

VII - representá-los judicial e extrajudicialmente até


os 16 (dezesseis) anos, nos atos da vida civil, e assisti-los,
após essa idade, nos atos em que forem partes, ...
Poder Familiar – parte 01

... suprindo-lhes o consentimento;

VIII - reclamá-los de quem ilegalmente os detenha;

IX - exigir que lhes prestem obediência, respeito e os


serviços próprios de sua idade e condição.

c) Dever de amor, afeto e carinho – fruto do princípio


da paternidade responsável.
Até a próxima!
DIREITO
CIVIL
Direito de Família
Poder Familiar – parte 02

Prof. Cláudio Santos


Poder Familiar – parte 02

6) Usufruto e administração dos bens

a) Dever de administrar os bens dos filhos.

b) Usufruto legal dos bens dos filhos. Podem os pais


apropriarem-se dos rendimentos até o montante necessário
às despesas comuns da família.

c) Razão para as causas suspensivas do casamento


previstas no art. 1.523, I e III, CC. Hipoteca legal aos filhos.
Poder Familiar – parte 02

d) Limitações aos pais – art. 1.691, CC.

e) Bens excluídos da administração parental – art. 1.693,


CC.

f) Não cabe ao filho o pedido de prestação de contas aos


pais, e nem aos pais de remuneração pelos trabalho
desempenhado.
Poder Familiar – parte 02

7) Suspensão, e perda ou extinção do poder familiar

a) Proteção do melhor interesse da criança e do


adolescente.

b) Não provoca a exoneração do dever alimentício.

c) Rol não taxativo de situações onde o poder familiar pode


ser suspenso ou extinto.

d) Assédio moral nas relações familiares.


DIREITO
CIVIL
Direito de Família
Poder Familiar – parte 03

Prof. Cláudio Santos


Poder Familiar – parte 03

7) Suspensão, e perda ou extinção do poder familiar

a) Proteção do melhor interesse da criança e do


adolescente.

b) Não provoca a exoneração do dever alimentício.

c) Rol não taxativo de situações onde o poder familiar pode


ser suspenso ou extinto.

d) Assédio moral nas relações familiares.


Poder Familiar – parte 03

7.1) Suspensão do poder familiar

a) Medida menos grave e passível de revisão.

b) É facultativa, e pode ser aplicada a apenas um dos filhos


ou filhas, bem como pode abranger apenas certas
prerrogativas do poder familiar.

c) Hipóteses de suspensão – art. 1.637, CC.

d) Insuficiência de recursos não é causa de suspensão.


Poder Familiar – parte 03

e) Atenção à interpretação do parágrafo único do art. 1.637,


CC. – “Suspende-se igualmente o exercício do poder familiar
ao pai ou à mãe condenados por sentença irrecorrível, em
virtude de crime cuja pena exceda a dois anos de prisão”.

7.2 Perda ou extinção do poder familiar

a) Diferença entre perda e extinção


Poder Familiar – parte 03

b) Hipóteses de extinção do poder familiar – art. 1.635,


incisos I a IV, CC.

i. No caso de morte de um dos pais, o exercício do poder


familiar se concentrará no sobrevivo.

ii. Adoção – exclusão do parentesco

c) Hipóteses de perda do poder familiar – art. 1.638, CC.


Poder Familiar – parte 03

i. Medida imperativa e não facultativa. Mas parte da


doutrina entende que pode ser revogada.

ii. Castigo imoderado e castigo moderado.

7.3 Ação de suspensão ou destituição do poder familiar

a) Legitimidade ativa: um dos genitores, o MP, ou quem


tenha legítimo interesse (art. 155, ECA). O Conselho Tutelar
não possui essa legitimidade.
DIREITO
CIVIL
Direito de Família
Poder Familiar – parte 04

Prof. Cláudio Santos


Poder Familiar – parte 04

i. Medida imperativa e não facultativa. Mas parte da


doutrina entende que pode ser revogada.

ii. Castigo imoderado e castigo moderado.

7.3 Ação de suspensão ou destituição do poder familiar

a) Legitimidade ativa: um dos genitores, o MP, ou quem


tenha legítimo interesse (art. 155, ECA). O Conselho Tutelar
não possui essa legitimidade.
Poder Familiar – parte 04

b) Em regra deve processar-se perante uma Vara de


Família, mas se se tratar de filho ou filha em situação de
risco a competência para a ser da Vara da Infância e
Juventude (art. 148, §ú c/c art. 98, ambos do ECA).

c) Possibilidade de suspensão liminar – art. 157, ECA.

d) Mesmo que não haja contestação o juiz determinará a


realização de estudo psicossocial e oitiva de testemunhas.
Poder Familiar – parte 04

e) Caso a ação implique em modificação da guarda os pais


deverão ser ouvidos, bem como a criança ou adolescente.

f) O processo deve ser concluído em 120 dias (prazo


expresso no art. 163, caput, do ECA).

g) Da sentença caberá recurso de Apelação, que será


recebida somente no efeito devolutivo – art. 199-B, ECA.
Poder Familiar – parte 04

h) O prazo para interposição de recurso será de 10 dias –


art. 198, II, ECA. E não dependerá de preparo.

i) Juízo de retratação – art. 198, VII, ECA.

j) Deve ser processado com prioridade e o relator deve


colocá-lo para julgamento no prazo máximo de 60 dias (art.
199-D, ECA).

k) Averbação da sentença no registro de nascimento.


Poder Familiar – parte 04

l) Cumulação das ações de destituição do poder familiar


com a de adoção.

m) Durante o processo a criança ou adolescente será


colocado em instituição de acolhimento ou em família
substituta.

n) Morosidade dos processos e prejuízo para a adoção.


Até a próxima!
DIREITO
CIVIL
Direito de Família
Poder Familiar – parte 05

Prof. Cláudio Santos


Poder Familiar – parte 05

Art. 227, CF - É dever da família, da sociedade e do Estado


assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com
absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação,
à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade
e opressão.
Poder Familiar – parte 05

GUARDA DE FILHOS

1) Regime dualista da guarda

a) Em relação aos pais, quando da dissolução do casamento


ou da união estável.

b) E quando há necessidade de colação de uma criança ou


adolescente em família substituta.
Poder Familiar – parte 05

c) Sendo a primeira regida pelo Código Civil e a segunda


pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.

d) Ambas visam a proteção do melhor interesse


infantojuvenil. Cabe observar que não se trata do interesse
dos pais ou de terceiros.

2) Guarda de filhos: unilateral e compartilhada

a) Guarda unilateral: i. guardião ii. provedor e visitador


Poder Familiar – parte 05

b) Priorização da guarda compartilhada a partir de 2008.

c) Será determinada pela proteção do melhor interesse da


criança e do adolescente, sendo permitido aos Pais
declararem falta de interesse na guarda compartilhada.

d) Na guarda unilateral se faz necessário a regulamentação


do direito de visitação.
Poder Familiar – parte 05

3) Guarda compartilhada

a) Definição legal: art. 1.583, §1º, 2ª parte – “a


responsabilização conjunta e o exercício de direitos e
deveres do pai e da mãe que não vivam sob o mesmo teto,
concernentes ao poder familiar dos filhos comuns”.

b) Preservação da convivência entre pais e filhos.


DIREITO
CIVIL
Direito de Família
Poder Familiar – parte 06

Prof. Cláudio Santos


Poder Familiar – parte 06

c) Critérios para determinação

i. Cuidar para que haja consenso entre os pais. Que ao


menos ambos queiram.

ii. Haver assistência de equipe interprofissional (art. 1.584,


§3º, CC).

iii. Melhor interesse dos filhos e intenção dos pais em


estabelecer este tipo de guarda.
Poder Familiar – parte 06

d) Na impossibilidade de estabelecer a guarda conjunta,


determinar-se-á a guarda unilateral àquele que tiver
melhores condições. E caso nenhum dos pais mostre ter
condições que exercer a guarda unilateral, esta será
concedida à terceiro (art. 1.584, §5º, CC).

e) Diferente da guarda alternada.

f) Não elimina a obrigação de prestar alimentos.


Poder Familiar – parte 06

g) Mesmo não havendo consenso entre os pais, poderá o


juiz determinar a guarda compartilhada – art. 1.584, §2º,
CC.

4) Guarda compartilhada com pais residindo em locais


diferentes

a) A distância física não deveria ser um impeditivo para o


estabelecimento da guarda compartilhada.
Poder Familiar – parte 06

b) Meios de transporte para deslocamento rápido e recursos


tecnológicos de comunicação.

5) Pluriparentalidade

Produz todos os efeitos jurídicos de uma relação familiar.


Até a próxima!
DIREITO
CIVIL
Direito de Família
Parentesco – Parte 01

Prof. Cláudio Santos


Parentesco – parte 01

1. Constitucionalização

- Art. 227, § 6º, CF - Os filhos, havidos ou não da relação do


casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e
qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias
relativas à filiação.

2. Novos modelos familiares


Parentesco – parte 01

3. Tríplice critério de parentalidade:

i. Parentalidade biológica

ii. Parentalidade registral

iii. Parentalidade socioafetiva

4. Conceito de parentesco – “vínculo, com diferentes origens, que


atrela determinadas pessoas, implicando em efeitos jurídicos
diversos entre as partes envolvidas” N.R.
Parentesco – parte 01

a) Jornadas de Direito Civil, Enunciado 103 - O Código Civil


reconhece, no art. 1.593, outras espécies de parentesco civil além
daquele decorrente da adoção, acolhendo, assim, a noção de que
há também parentesco civil no vínculo parental proveniente quer
das técnicas de reprodução assistida heteróloga relativamente ao
pai (ou mãe) que não contribuiu com seu material fecundante,
quer da paternidade socioafetiva, fundada na posse do estado de
filho.
Parentesco – parte 01

b) Código Civil - Art. 1.593. O parentesco é natural ou civil,


conforme resulte de consangüinidade ou outra origem.

5. Linhas e graus

a) Linha reta ou colateral (transversal)

b) Graus – distância existente entre os parentes


DIREITO
CIVIL
Direito de Família
Parentesco – Parte 02

Prof. Cláudio Santos


Parentesco – parte 02

b) Código Civil - Art. 1.593. O parentesco é natural ou civil,


conforme resulte de consangüinidade ou outra origem.

5. Linhas e graus

a) Linha reta ou colateral (transversal)

b) Graus – distância existente entre os parentes


Parentesco – parte 02

- Em linha reta ou direta: quando as pessoas descendem uma da


outra. “Art. 1.591. São parentes em linha reta as pessoas que
estão umas para com as outras na relação de ascendentes e
descendentes.”
- Em linha colateral, transversal ou oblíqua: quando as pessoas
são ligadas a um tronco comum, sem descenderem um do outro.
“Art. 1.592. São parentes em linha colateral ou transversal, até o
quarto grau, ...
Parentesco – parte 02

...as pessoas provenientes de um só tronco, sem descenderem


uma da outra.”
- Contagem de graus - “Art. 1.594. Contam-se, na linha reta, os
graus de parentesco pelo número de gerações, e, na colateral,
também pelo número delas, subindo de um dos parentes até ao
ascendente comum, e descendo até encontrar o outro parente.”
Parentesco – parte 02
Parentesco – parte 02

6. Algumas questões

a) Irmãos bilaterais e unilaterais

b) Linha colateral duplica – dois irmãos que se casam com


duas irmãs

c) Multiparentalidade
Parentesco – parte 02

7. Alguns efeitos jurídicos decorrentes do parentesco

a) Impedimentos para o casamento; determina o poder


familiar; gera o dever de prestar alimentos; guarda e visita de
parentes.

b) Direito à herança.

c) Inegibilidade eleitoral (art. 14, 7º, CF).


Parentesco – parte 02

d) Proibição do nepotismo – Súmula Vinculante 13 do STF.

e) Agravante da pena.
Até a próxima!
DIREITO
CIVIL
Direito de Família
Parentesco – parte 03

Prof. Cláudio Santos


Parentesco – parte 03

1. Princípio da igualdade substancial entre os filhos

- Art. 227, § 6º, CF - Os filhos, havidos ou não da relação do


casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e
qualificações, proibidas quaisquer designações
discriminatórias relativas à filiação.
Parentesco – parte 03

1. Princípio da igualdade substancial entre os filhos

- Art. 1.596, CC - Os filhos, havidos ou não da relação do


casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e
qualificações, proibidas quaisquer designações
discriminatórias relativas à filiação.
Parentesco – parte 03

2. Como definir a filiação?

- Primeiro, como um instrumento de formação das famílias.


Segundo, como um instrumento de realização da
personalidade humana.

- Que se dá pela “simples” transmissão de carga genética?


Parentesco – parte 03

2. Como definir a filiação?

- No sentido técnico-jurídico a filiação “é a relação de


parentesco estabelecida entre pessoas que estão no
primeiro grau, em linha reta entre uma pessoa e aqueles
que a geraram ou que a acolheram e criaram, com base no
afeto e na solidariedade, almejando o desenvolvimento da
personalidade e a realização pessoal”. (CHAVES E
ROSENVALD, 2017)
Parentesco – parte 03

3. Partes dessa relação

- Filha ou Filho

- Mãe(s)

- Pai(s)

4. Prova da filiação

- Arts. 1.603 a 1.605 do Código Civil.


Parentesco – parte 03

5. Posse de estado de filho

- Elementos caracterizadores: i) utilização do nome de


família; ii) tratamento de filho; e iii) fama. Que estejam
presentes durante um prazo razoável.

6. Gestação em útero alheio

- CFM, Resolução nº 2.121/15 – “desde que exista um


problema médico que impeça ou contraindique a gestação”
Parentesco – parte 03

6. Gestação em útero alheio

- CFM, Resolução nº 2.121/15 – “desde que exista um


problema médico que impeça ou contraindique a gestação
na doadora genética ou em caso de união homoafetiva”.

- Requisitos: i) entre parentes até o quarto grau; ii)


gratuidade; iii) finalidade médica.

- Direito aos alimentos gravídicos.


DIREITO
CIVIL
Direito de Família
Parentesco – parte 04

Prof. Cláudio Santos


Parentesco – parte 04

6. Gestação em útero alheio

- CFM, Resolução nº 2.121/15 – “desde que exista um


problema médico que impeça ou contraindique a gestação
na doadora genética ou em caso de união homoafetiva”.

- Requisitos: i) entre parentes até o quarto grau; ii)


gratuidade; iii) finalidade médica.

- Direito aos alimentos gravídicos.


Parentesco – parte 04

7. Parto anônimo

- Roda dos expostos ou roda dos enjeitados.

- Garantia da dignidade da pessoa humana.

- Art. 134, Código Penal


Parentesco – parte 04

8. Critérios determinantes da filiação

a) Presunção legal

b) Critério biológico

c) Critério afetivo
Parentesco – parte 04

9. Presunção legal

a) Pater is est e Mater semper certa est

b) Código Civil - Art. 1.597. Presumem-se concebidos na


constância do casamento os filhos:

I - nascidos cento e oitenta dias, pelo menos, depois de


estabelecida a convivência conjugal;
Parentesco – parte 04

II - nascidos nos trezentos dias subsequentes à dissolução


da sociedade conjugal, por morte, separação judicial,
nulidade e anulação do casamento;

III - havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo


que falecido o marido;

IV - havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de


embriões excedentários, decorrentes de concepção artificial
homóloga;
Parentesco – parte 04

V - havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que


tenha prévia autorização do marido.

c) Presunção relativa

d) Presunção aplicável à União Estável?


Até a próxima!
DIREITO
CIVIL
Direito de Família
Parentesco – parte 05

Prof. Cláudio Santos


Parentesco – parte 05

2. Presunção legal

e) Ação negatória de paternidade ou de maternidade

i. Imprescritível – art. 1.601, CC

ii. Personalíssima – art. 1.601, § único, CC

iii. Polo passivo – o filho ou herdeiros se houver

iv. Competência fixada pelo domicílio do réu – art. 46,


CPC.
Parentesco – parte 05

v. Competência relativa, podendo, portanto, ser


prorrogada por vontade das partes.

vi. Na comarca a competência será da Vara de Família,


tendo em vista que o que se discute é o estado de filiação.

vii. O MP só atuará quando houver interesse de


incapaz em jogo.

viii. A prova obtida por meio de DNA não é absoluta.


Parentesco – parte 05

ix. Adoção à brasileira e proibição do comportamento


contraditório.

x. Confissão de adultério – art. 1.600, CC.

xi. Ação de impugnação de paternidade ou


maternidade e ação de investigação de parentalidade.

3. Critério biológico

i. Exame de DNA
Parentesco – parte 05

ii. Súmula 301 do STJ – “Em ação investigatória, a


recusa do suposto pai a submeter-se ao exame de DNA
induz presunção juris tantum de paternidade”.

iii. Como já se disse, a prova da existência de vínculo


biológico não deve ser absoluta para determinação da
filiação.
Parentesco – parte 05

4. Critério afetivo

i. Definição de Pai/Mãe = funcionalizada e não


apegada ao critério biológico

ii. “Adoção de fato”

iii. Enunciados das Jornadas de Direito Civil – nº 108 e


nº 256
Parentesco – parte 05

iv. Demonstrar o afeto em uma convivência respeitosa,


pública e duradoura. Importante que tenha havido afeto
durante a convivência.

v. Aplicável a qualquer das ações onde se discute o


estado de filiação, contudo somente para reconhecer a
existência do mesmo, nunca para negá-lo.

vi. Art. 242, do CP. Supressão da persecução penal.


Até a próxima!
DIREITO
CIVIL
Direito de Família
Parentesco – parte 06

Prof. Cláudio Santos


Parentesco – parte 06

Multiparentalidade ou pluriparentalidade

1. Possibilidade de ser ter mais de uma mãe ou mais de um


pai.

2. Coexistência de estado de filiação determinado por


critérios diferentes.

3. Posição do STF em 2016


Parentesco – parte 06

“A paternidade socioafetiva, declarada ou não em registro


público, não impede o reconhecimento do vínculo de filiação
concomitante baseado na origem biológica, com os efeitos
jurídicos próprios”. (STF, Ac. Tribunal Pleno, RE 898.060/SC,
Repercussão Geral 622, rel. Min. Luiz Fux, j. 22.9.2016)

4. Não se confunde com ação de investigação de origem


genética.
Parentesco – parte 06

Reconhecimento dos filhos

1. Não se faz necessário para as pessoas casadas.

2. Pode ser voluntário ou forçado.

3. Reconhecimento voluntário

i. Ambos os Pais podem fazer o reconhecimento dos filhos,


em conjunto ou separadamente – art. 1.607,CC
Parentesco – parte 06

ii. Admite a lei a possibilidade deste reconhecimento se dar


por meio de procurador com poderes especiais. (Art. 69, Lei
n. 6.015/73).

iii. Trata-se ato jurídico stricto sensu, espontâneo, solene,


público, incondicional, irretratável e indisponível. Art. 1.613,
CC.

iv. O filho já registrado por ambos os pais não pode ser


reconhecido por outro, a não ser nos casos de erro...
Parentesco – parte 06

...ou falsidade do registro. Neste casos é possível a ação de


investigação de paternidade, onde sua procedência
promoverá a substituição no assento de nascimento.

v. Só podendo ser impugnado no caso de erro ou falsidade


do registro.

v. Produz efeitos erga omnes.

3.1 Legitimidade para o reconhecimento


DIREITO
CIVIL
Direito de Família
Parentesco – parte 07

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Parentesco – parte 06

3.1 Legitimidade para o reconhecimento

a) Ambos os Pais podem fazer o reconhecimento dos


filhos, em conjunto ou separadamente – art. 1.607, CC

b) Mas no caso de Pais casados é possível um deles fazer o


reconhecimento por ambos, basta apresentar a certidão de
casamento. Há quem admita o mesmo para aqueles que
vivam em União Estável com prova pré-constituída.
Parentesco – parte 06

c) Todavia no caso de Pais não casados o reconhecimento


deve ser feito por ambos.

d) No caso de genitor casado que queira reconhecer filho


havido fora do casamento, não é necessária a autorização
do cônjuge. Mas não poderá residir no lar conjugal sem
autorização deste (art. 1.611, CC)
Parentesco – parte 06

3.2 Momento do reconhecimento

a) Após o nascimento;

b) Antes do nascimento; e

c) Após a sua morte, se tiver deixado descendentes (art.


1.609, §ú, CC)
Parentesco – parte 06

3.3 Consentimento

a) Não é necessário para os menores de 18 anos, mas estes


poderão impugnar o reconhecimento no prazo de até 4 anos
após a maioridade ou emancipação.

b) No caso de maior de 18 anos é necessário o seu


consentimento.
Parentesco – parte 06

3.4 Formas

a) Reconhecimento voluntário (Código Civil) e


Reconhecimento judicial (Lei n. 8.560/92).

b) O reconhecimento pode ser feito em momentos


diferentes pelos pais. O Pai pode reconhecer o filho já
registrado pela Mãe, mas é necessária a presença desta, se
se tratar de menor.
Parentesco – parte 06

c) Pode ser feito por escritura pública ou escrito particular


(art. 1.609, II, CC). O reconhecimento assim obtido deve
ser levado a registro pelo oficial, dando este ciência ao
outro já registrado.

d) Outras hipóteses do art. 1.609, CC.


Até a próxima!
DIREITO
CIVIL
Direito de Família
Parentesco – parte 08

Prof. Cláudio Santos


Parentesco – parte 08

Reconhecimento dos filhos

3.5 Procedimento de averiguação oficiosa

a) Natureza administrativa

b) Previsão – art. 2º da Lei nº8.560/92 e Provimento nº


016/12 do Conselho Nacional de Justiça

c) Não é possível obrigar a genitora a declarar quem é o


suposto Pai, sob pena de violação da intimidade.
Parentesco – parte 08

Art. 2° Em registro de nascimento de menor apenas com a


maternidade estabelecida, o oficial remeterá ao juiz certidão
integral do registro e o nome e prenome, profissão,
identidade e residência do suposto pai, a fim de ser
averiguada oficiosamente a procedência da alegação.

§ 1° O juiz, sempre que possível, ouvirá a mãe sobre a


paternidade alegada e mandará, em qualquer caso, notificar
o suposto pai, independente de seu estado civil, ...
Parentesco – parte 08

...para que se manifeste sobre a paternidade que lhe é


atribuída.

§ 2° O juiz, quando entender necessário, determinará que a


diligência seja realizada em segredo de justiça.

§ 3° No caso do suposto pai confirmar expressamente a


paternidade, será lavrado termo de reconhecimento e
remetida certidão ao oficial do registro, para a devida
averbação.
Parentesco – parte 08

§ 4° Se o suposto pai não atender no prazo de trinta dias, a


notificação judicial, ou negar a alegada paternidade, o juiz
remeterá os autos ao representante do Ministério Público
para que intente, havendo elementos suficientes, a ação de
investigação de paternidade.

§ 5o Nas hipóteses previstas no § 4o deste artigo, é


dispensável o ajuizamento de ação de investigação de
paternidade pelo Ministério Público se, ...
Parentesco – parte 08

...após o não comparecimento ou a recusa do suposto pai


em assumir a paternidade a ele atribuída, a criança for
encaminhada para adoção. (Redação dada pela Lei nº
12,010, de 2009)

§ 6o A iniciativa conferida ao Ministério Público não impede


a quem tenha legítimo interesse de intentar investigação,
visando a obter o pretendido reconhecimento da
paternidade. (Incluído pela Lei nº 12,010, de 2009)
Parentesco – parte 08

4. Reconhecimento forçado

a) Investigação de parentalidade

b) Imprescritível, irrenunciável e inalienável

c) Investigação de parentalidade socioafetiva

d) Natureza jurídica declaratória

e) Possibilidade de cumulação de pedidos


Parentesco – parte 08

e) Possibilidade de cumulação de pedidos

i. V.g. alimentos; petição de herança; entre outros

ii. Requisitos do CPC/15, §1º, art. 327 – compatibilidade


dos pedidos entre si, competência do juízo para conhecer
todos os pedidos e adequação do procedimento.

f) Legitimidade ativa
DIREITO
CIVIL
Direito de Família
Parentesco – parte 09

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Parentesco – parte 09

e) Possibilidade de cumulação de pedidos

i. V.g. alimentos; petição de herança; entre outros

ii. Requisitos do CPC/15, §1º, art. 327 – compatibilidade


dos pedidos entre si, competência do juízo para conhecer
todos os pedidos e adequação do procedimento.

f) Legitimidade ativa
Parentesco – parte 09

i. O filho – por intermédio de seus representantes legais ou


curador especial, se incapaz. Sendo maior poderá ele
mesmo propor a ação. Os herdeiros do filho que já houver
proposto a ação poderão continua-la segundo previsão no
parágrafo único do art. 1.606, CC. Mesmo o filho já
registrado em nome de terceiro.

ii. O nascituro – art. 26 do ECA. Por intermédio, claro, de


seu representante.
Parentesco – parte 09

iii. Os descendentes do filho morto – investigação avoenga.


Efeitos patrimoniais e pessoais.

iv. O Ministério Público – fundamento nos §§ 4º, 5º e 6º da


Lei de Investigação de Paternidade.

g) Legitimidade passiva

i. Suposto pai/mãe ou seus herdeiros

ii. No caso dos herdeiros estes não podem reconhecer


Parentesco – parte 09

h) Litisconsórcio

i. Ativo – facultativo (ex. MP e Investigante; vários filhos do


mesmo pai e da mesma mãe).

ii. Passivo – facultativo (ex. vários supostos pais);


necessário (ex. o pai registral com o suposto pai).

i) Competência

i. Em regra aplicar-se-ia o contido no art. 46, CPC.


Parentesco – parte 09

ii. Porém quando cumulada com pedido de alimentos,


obedecer-se-á a regra do art. 53, II, do CPC – domicílio do
alimentado (autor da ação).

iii. Por fim analisa-se a cumulação implícita sucessiva. Nas


ações de investigação de paternidade “puras”, o juiz deve
fixar alimentos (art. 7º, Lei 8.560/12), levando assim à
competência do foro do investigante também.

iv. Juizo de família.


Até a próxima!
DIREITO CIVIL
Direito de Família
Parentesco

Prof. Rafael da Mota Mendonça


Parentesco

1. RELAÇÕES DE PARENTESCO: CLASSIFICAÇÃO

1.1. Parentesco Natural e Civil

• Art. 1.593. O parentesco é natural ou civil,


conforme resulte de consangüinidade ou outra
origem.
Parentesco

1.2. Parentesco por afinidade


• Art. 1.595. Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos
parentes do outro pelo vínculo da afinidade.
• § 1o O parentesco por afinidade limita-se aos
ascendentes, aos descendentes e aos irmãos do cônjuge
ou companheiro.
• § 2o Na linha reta, a afinidade não se extingue com a
dissolução do casamento ou da união estável.
Parentesco

1.3. Parentesco em linha reta ou colateral

• Art. 1.591. São parentes em linha reta as


pessoas que estão umas para com as outras na
relação de ascendentes e descendentes.
• Art. 1.592. São parentes em linha colateral ou
transversal, até o quarto grau, as pessoas
provenientes de um só tronco, sem
descenderem uma da outra.
Parentesco

1.4. Parentesco por Filiação

• Art. 1.596. Os filhos, havidos ou não da relação


de casamento, ou por adoção, terão os
mesmos direitos e qualificações, proibidas
quaisquer designações discriminatórias relativas
à filiação.
DIREITO
CIVIL
Direito de Família
Parentesco – parte 10

Prof. Cláudio Santos


Parentesco – parte 10

j) Resposta do réu

i. Exceptio plurium concubentium

ii. Revelia – não produção da ficta confessio, direito


indisponível – art. 345, CPC.

k) Prova nas ações de investigação de parentalidade

i. Máxima importância da produção de provas, pelos meios


legais ou moralmente legítimos (art. 369, CPC)
Parentesco – parte 10

ii. Determinação a requerimento ou de ofício – art. 370,


CPC.

iii. Prova pericial – DNA e outras provas (exame


prosopográfico, sanguíneos ABO e HLA, etc.)

iv. Gratuidade – previsão art. 98, §1º, V, CPC.

v. Recusa de submeter-se ao DNA e presunção de


paternidade.
Parentesco – parte 10

- Art. 2º-A da Lei n. 8.560/ 92: “Na ação de investigação de


paternidade, todos os meios legais, bem como os
moralmente legítimos, serão hábeis para provar a verdade
dos fatos. Parágrafo único. A recusa do réu em se submeter
ao exame de código genético - DNA gerará a presunção da
paternidade, a ser apreciada em conjunto com o contexto
probatório”. Presunção legal.

- Art. 232, CC – regra geral – presunção judicial.


Parentesco – parte 10

vi. Prova documental

vii. Prova testemunhal – prova indireta.

l) Sentença – natureza meramente declaratória, eficácia


retroativa e erga omnes; fixação de alimentos segundo o
art. 7º da Lei n. 8.560/92, independente de requerimento;
Devidos desde a citação – Súmula 277, STJ.
Parentesco – parte 10

m) Recursos

- Legitimidade – art. 996, CPC.

- Efeitos: devolutivo e suspensivo. Nos casos que se


houver determinado o pagamento de alimentos o recurso
será recebido tão somente no efeito devolutivo. Sendo
definitiva a execução dos alimentos.

- Embargos de declaração e art. 7º, Lei 8.560/92


DIREITO
CIVIL
Direito de Família
Parentesco – parte 11

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Parentesco – parte 11

m) Recursos

- Legitimidade – art. 996, CPC.

- Efeitos: devolutivo e suspensivo. Nos casos que se


houver determinado o pagamento de alimentos o recurso
será recebido tão somente no efeito devolutivo. Sendo
definitiva a execução dos alimentos.

- Embargos de declaração e art. 7º, Lei 8.560/92


Parentesco – parte 11

n) Desistência da ação: quando maior – art. 485, CPC;


quando menor – nomeação de curador especial conforme
art. 71 do CPC, ou assumirá o MP, por substituição
processual.

o) Coisa julgada

i. Só se formará coisa julgada material nas ações filiatórias


se forem esgotados os meios probatórios.
Até a próxima!
DIREITO CIVIL
Direito de Família
Parentesco
Parte 2
Prof. Rafael da Mota Mendonça
Parentesco

OBS: Presunções legais


• Art. 1.597. Presumem-se concebidos na
constância do casamento os filhos:
• I - nascidos cento e oitenta dias, pelo menos,
depois de estabelecida a convivência conjugal;
• II - nascidos nos trezentos dias subsequentes à
dissolução da sociedade conjugal, por morte,
separação judicial, nulidade e anulação do
casamento;
• III - havidos por fecundação artificial
homóloga, mesmo que falecido o marido;
Parentesco

• IV - havidos, a qualquer tempo, quando se


tratar de embriões excedentários, decorrentes
de concepção artificial homóloga;
• V - havidos por inseminação artificial
heteróloga, desde que tenha prévia autorização
do marido.
Parentesco

• Art. 1.598. Salvo prova em contrário, se, antes


de decorrido o prazo previsto no inciso II do
art. 1.523, a mulher contrair novas núpcias e
lhe nascer algum filho, este se presume do
primeiro marido, se nascido dentro dos
trezentos dias a contar da data do falecimento
deste e, do segundo, se o nascimento ocorrer
após esse período e já decorrido o prazo a que
se refere o inciso I do art. 1597.
Parentesco

• Art. 1.599. A prova da impotência do cônjuge


para gerar, à época da concepção, ilide a
presunção da paternidade.
• Art. 1.600. Não basta o adultério da mulher,
ainda que confessado, para ilidir a presunção
legal da paternidade.
Parentesco

2. Investigação de Paternidade e prova da filiação

• Art. 1.601. Cabe ao marido o direito de


contestar a paternidade dos filhos nascidos de
sua mulher, sendo tal ação imprescritível.
• Parágrafo único. Contestada a filiação, os
herdeiros do impugnante têm direito de
prosseguir na ação.
• Art. 1.602. Não basta a confissão materna para
excluir a paternidade.
Parentesco

• Art. 1.603. A filiação prova-se pela certidão do


termo de nascimento registrada no Registro
Civil.
• Art. 1.604. Ninguém pode vindicar estado
contrário ao que resulta do registro de
nascimento, salvo provando-se erro ou
falsidade do registro.
• Art. 1.605. Na falta, ou defeito, do termo de
nascimento, poderá provar-se a filiação por
qualquer modo admissível em direito:
• I - quando houver começo de prova por escrito,
proveniente dos pais, conjunta ou
separadamente;
Parentesco

• I - quando houver começo de prova por escrito,


proveniente dos pais, conjunta ou
separadamente;
• II - quando existirem veementes presunções
resultantes de fatos já certos.
• Art. 1.606. A ação de prova de filiação compete
ao filho, enquanto viver, passando aos
herdeiros, se ele morrer menor ou incapaz.
• Parágrafo único. Se iniciada a ação pelo filho,
os herdeiros poderão continuá-la, salvo se
julgado extinto o processo.
Parentesco

• Súmula 277, STJ - Julgada procedente a


investigação de paternidade, os alimentos são
devidos a partir da citação. (Súmula 277,
SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 14/05/2003, DJ
16/06/2003 p. 416)

• Súmula 301, STJ - Em ação investigatória, a
recusa do suposto pai a submeter-se ao exame
de DNA induz presunção juris tantum de
paternidade. (Súmula 301, SEGUNDA SEÇÃO,
julgado em 18/10/2004, DJ 22/11/2004 p.
425)
Parentesco

3. Reconhecimento dos filhos

• Art. 1.607. O filho havido fora do casamento


pode ser reconhecido pelos pais, conjunta ou
separadamente.
• Art. 1.608. Quando a maternidade constar do
termo do nascimento do filho, a mãe só poderá
contestá-la, provando a falsidade do termo, ou
das declarações nele contidas.
• Art. 1.609. O reconhecimento dos filhos
havidos fora do casamento é irrevogável e será
feito:
DIREITO CIVIL
Direito de Família
Tutela e Curatela

Prof. Rafael da Mota Mendonça


Tutela e Curatela

TUTELA

1.Tutela x Curatela

2. Hipóteses de cabimento da tutela

• Art. 1.728. Os filhos menores são postos em


tutela:
• I - com o falecimento dos pais, ou sendo estes
julgados ausentes;
• II - em caso de os pais decaírem do poder
familiar.
Tutela e Curatela

OBS: Hipóteses de perda e suspensão do poder familiar


• Art. 1.635. Extingue-se o poder familiar:
• I - pela morte dos pais ou do filho;
• II - pela emancipação, nos termos do art. 5o,
parágrafo único;
• III - pela maioridade;
• IV - pela adoção;
• V - por decisão judicial, na forma do artigo
1.638.
Tutela e Curatela

• Art 1.636. O pai ou a mãe que contrai novas


núpcias, ou estabelece união estável, não
perde, quanto aos filhos do relacionamento
anterior, os direitos ao poder familiar,
exercendo-os sem qualquer interferência do
novo cônjuge ou companheiro.
• Parágrafo único. Igual preceito ao estabelecido
neste artigo aplica-se ao pai ou à mãe solteiros
que casarem ou estabelecerem união estável.
Tutela e Curatela

• Art. 1.637. Se o pai, ou a mãe, abusar de sua


autoridade, faltando aos deveres a eles
inerentes ou arruinando os bens dos filhos,
cabe ao juiz, requerendo algum parente, ou o
Ministério Público, adotar a medida que lhe
pareça reclamada pela segurança do menor e
seus haveres, até suspendendo o poder
familiar, quando convenha.
• Parágrafo único. Suspende-se igualmente o
exercício do poder familiar ao pai ou à mãe
condenados por sentença irrecorrível, em
virtude de crime cuja pena exceda a dois anos
de prisão.
Tutela e Curatela

• Art. 1.638. Perderá por ato judicial o poder


familiar o pai ou a mãe que:
• I - castigar imoderadamente o filho;
• II - deixar o filho em abandono;
• III - praticar atos contrários à moral e aos bons
costumes;
• IV - incidir, reiteradamente, nas faltas previstas
no artigo antecedente.
• V - entregar de forma irregular o filho a
terceiros para fins de adoção.
Tutela e Curatela

• Parágrafo único. Perderá também por ato


judicial o poder familiar aquele
que: (Incluído pela Lei nº
13.715, de 2018)
• I – praticar contra outrem igualmente titular do
mesmo poder familiar:
• a) homicídio, feminicídio ou lesão corporal de
natureza grave ou seguida de morte, quando se
tratar de crime doloso envolvendo violência
doméstica e familiar ou menosprezo ou
discriminação à condição de mulher;
Tutela e Curatela

• b) estupro ou outro crime contra a dignidade


sexual sujeito à pena de reclusão;
• II – praticar contra filho, filha ou outro
descendente:
• a) homicídio, feminicídio ou lesão corporal de
natureza grave ou seguida de morte, quando se
tratar de crime doloso envolvendo violência
doméstica e familiar ou menosprezo ou
discriminação à condição de
mulher;
• b) estupro, estupro de vulnerável ou outro
crime contra a dignidade sexual sujeito à pena
de reclusão.
Tutela e Curatela

3. Espécies de tutela

3.1. Tutela Documental

• Art. 1.729. O direito de nomear tutor compete


aos pais, em conjunto.
• Parágrafo único. A nomeação deve constar de
testamento ou de qualquer outro documento
autêntico.
Tutela e Curatela

3.2. Tutela Legítima

• Art. 1.730. É nula a nomeação de tutor pelo pai


ou pela mãe que, ao tempo de sua morte, não
tinha o poder familiar.

• Art. 1.731. Em falta de tutor nomeado pelos


pais incumbe a tutela aos parentes
consangüíneos do menor, por esta ordem:
• I - aos ascendentes, preferindo o de grau mais
próximo ao mais remoto;
Tutela e Curatela

• II - aos colaterais até o terceiro grau,


preferindo os mais próximos aos mais remotos,
e, no mesmo grau, os mais velhos aos mais
moços; em qualquer dos casos, o juiz escolherá
entre eles o mais apto a exercer a tutela em
benefício do menor.
Tutela e Curatela

3.3. Tutela Dativa

• Art. 1.732. O juiz nomeará tutor idôneo e


residente no domicílio do menor:
• I - na falta de tutor testamentário ou legítimo;
• II - quando estes forem excluídos ou escusados
da tutela;
• III - quando removidos por não idôneos o tutor
legítimo e o testamentário.
DIREITO CIVIL
Direito de Família
Tutela e Curatela
Parte 2
Prof. Rafael da Mota Mendonça
Tutela e Curatela

4. Incapazes de exercer a tutela

• Art. 1.735. Não podem ser tutores e serão


exonerados da tutela, caso a exerçam:
• I - aqueles que não tiverem a livre
administração de seus bens;
• II - aqueles que, no momento de lhes ser
deferida a tutela, se acharem constituídos em
obrigação para com o menor, ou tiverem que
fazer valer direitos contra este, e aqueles cujos
pais, filhos ou cônjuges tiverem demanda
contra o menor;
Tutela e Curatela

• III - os inimigos do menor, ou de seus pais, ou


que tiverem sido por estes expressamente
excluídos da tutela;
• IV - os condenados por crime de furto, roubo,
estelionato, falsidade, contra a família ou os
costumes, tenham ou não cumprido pena;
• V - as pessoas de mau procedimento, ou falhas
em probidade, e as culpadas de abuso em
tutorias anteriores;
• VI - aqueles que exercerem função pública
incompatível com a boa administração da
tutela.
Tutela e Curatela

5. Direito de recusa
• Art. 1.736. Podem escusar-se da tutela:
• I - mulheres casadas;
• II - maiores de sessenta anos;
• III - aqueles que tiverem sob sua autoridade
mais de três filhos;
• IV - os impossibilitados por enfermidade;
• V - aqueles que habitarem longe do lugar onde
se haja de exercer a tutela;
• VI - aqueles que já exercerem tutela ou
curatela;
• VII - militares em serviço.
Tutela e Curatela

• Art. 1.737. Quem não for parente do menor


não poderá ser obrigado a aceitar a tutela, se
houver no lugar parente idôneo, consangüíneo
ou afim, em condições de exercê-la.
• Art. 1.738. A escusa apresentar-se-á nos dez
dias subseqüentes à designação, sob pena de
entender-se renunciado o direito de alegá-la;
se o motivo escusatório ocorrer depois de
aceita a tutela, os dez dias contar-se-ão do em
que ele sobrevier.
Tutela e Curatela

• Art. 1.739. Se o juiz não admitir a escusa,


exercerá o nomeado a tutela, enquanto o
recurso interposto não tiver provimento, e
responderá desde logo pelas perdas e danos
que o menor venha a sofrer.
Tutela e Curatela

6. Obrigações do tutor
• Art. 1.740. Incumbe ao tutor, quanto à pessoa
do menor:
• I - dirigir-lhe a educação, defendê-lo e prestar-
lhe alimentos, conforme os seus haveres e
condição;
• II - reclamar do juiz que providencie, como
houver por bem, quando o menor haja mister
correção;
• III - adimplir os demais deveres que
normalmente cabem aos pais, ouvida a opinião
do menor, se este já contar doze anos de idade.
Tutela e Curatela

• Art. 1.747. Compete mais ao tutor:


• I - representar o menor, até os dezesseis anos,
nos atos da vida civil, e assisti-lo, após essa
idade, nos atos em que for parte;
• II - receber as rendas e pensões do menor, e as
quantias a ele devidas;
• III - fazer-lhe as despesas de subsistência e
educação, bem como as de administração,
conservação e melhoramentos de seus bens;
• IV - alienar os bens do menor destinados a
venda;
Tutela e Curatela

• V - promover-lhe, mediante preço conveniente,


o arrendamento de bens de raiz.
• Art. 1.748. Compete também ao tutor, com
autorização do juiz:
• I - pagar as dívidas do menor;
• II - aceitar por ele heranças, legados ou
doações, ainda que com encargos;
• III - transigir;
• IV - vender-lhe os bens móveis, cuja
conservação não convier, e os imóveis nos
casos em que for permitido;
Tutela e Curatela

• V - propor em juízo as ações, ou nelas assistir o


menor, e promover todas as diligências a bem
deste, assim como defendê-lo nos pleitos
contra ele movidos.
• Parágrafo único. No caso de falta de
autorização, a eficácia de ato do tutor depende
da aprovação ulterior do juiz.
Tutela e Curatela

7. Responsabilidade do juiz

• Art. 1.741. Incumbe ao tutor, sob a inspeção


do juiz, administrar os bens do tutelado, em
proveito deste, cumprindo seus deveres com
zelo e boa-fé.

• Art. 1.742. Para fiscalização dos atos do tutor,


pode o juiz nomear um protutor.
Tutela e Curatela

• Art. 1.743. Se os bens e interesses


administrativos exigirem conhecimentos
técnicos, forem complexos, ou realizados em
lugares distantes do domicílio do tutor, poderá
este, mediante aprovação judicial, delegar a
outras pessoas físicas ou jurídicas o exercício
parcial da tutela.
• Art. 1.744. A responsabilidade do juiz será:
• I - direta e pessoal, quando não tiver nomeado
o tutor, ou não o houver feito oportunamente;
• II - subsidiária, quando não tiver exigido
garantia legal do tutor, nem o removido, tanto
que se tornou suspeito.
DIREITO CIVIL
Direito de Família
Tutela e Curatela
Parte 3
Prof. Rafael da Mota Mendonça
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8. Remuneração do tutor

• Art. 1.752. O tutor responde pelos prejuízos


que, por culpa, ou dolo, causar ao tutelado;
mas tem direito a ser pago pelo que realmente
despender no exercício da tutela, salvo no caso
do art. 1.734, e a perceber remuneração
proporcional à importância dos bens
administrados.

• § 1o Ao protutor será arbitrada uma gratificação


módica pela fiscalização efetuada.
Tutela e Curatela

• § 2o São solidariamente responsáveis pelos


prejuízos as pessoas às quais competia
fiscalizar a atividade do tutor, e as que
concorreram para o dano.
Tutela e Curatela

9. Prestação de contas
• Art. 1.755. Os tutores, embora o contrário
tivessem disposto os pais dos tutelados, são
obrigados a prestar contas da sua
administração.
• Art. 1.756. No fim de cada ano de
administração, os tutores submeterão ao juiz o
balanço respectivo, que, depois de aprovado, se
anexará aos autos do inventário.
• Art. 1.757. Os tutores prestarão contas de dois
em dois anos, e também quando, por qualquer
motivo, deixarem o exercício da tutela ou toda
vez que o juiz achar conveniente.
Tutela e Curatela

• Parágrafo único. As contas serão prestadas em


juízo, e julgadas depois da audiência dos
interessados, recolhendo o tutor imediatamente
a estabelecimento bancário oficial os saldos, ou
adquirindo bens imóveis, ou títulos, obrigações
ou letras, na forma do § 1o do art. 1.753.
• Art. 1.758. Finda a tutela pela emancipação ou
maioridade, a quitação do menor não produzirá
efeito antes de aprovadas as contas pelo juiz,
subsistindo inteira, até então, a
responsabilidade do tutor.
Tutela e Curatela

• Art. 1.759. Nos casos de morte, ausência, ou


interdição do tutor, as contas serão prestadas
por seus herdeiros ou representantes.
• Art. 1.760. Serão levadas a crédito do tutor
todas as despesas justificadas e
reconhecidamente proveitosas ao menor.
• Art. 1.761. As despesas com a prestação das
contas serão pagas pelo tutelado.
• Art. 1.762. O alcance do tutor, bem como o
saldo contra o tutelado, são dívidas de valor e
vencem juros desde o julgamento definitivo das
contas.
Tutela e Curatela

10. Extinção da tutela

• Art. 1.763. Cessa a condição de tutelado:


• I - com a maioridade ou a emancipação do
menor;
• II - ao cair o menor sob o poder familiar, no
caso de reconhecimento ou adoção.
• Art. 1.764. Cessam as funções do tutor:
• I - ao expirar o termo, em que era obrigado a
servir;
• II - ao sobrevir escusa legítima;
• III - ao ser removido.
Tutela e Curatela

• Art. 1.765. O tutor é obrigado a servir por


espaço de dois anos.
• Parágrafo único. Pode o tutor continuar no
exercício da tutela, além do prazo previsto
neste artigo, se o quiser e o juiz julgar
conveniente ao menor.
• Art. 1.766. Será destituído o tutor, quando
negligente, prevaricador ou incurso em
incapacidade.
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Direito de Família
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Parte 4
Prof. Rafael da Mota Mendonça
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CURATELA

1. Introdução
2. Hipóteses de cabimento da Curatela

• Art. 1.767. Estão sujeitos a curatela:


• I - aqueles que, por causa transitória ou permanente,
não puderem exprimir sua vontade;
• II - (Revogado)
• III - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
• IV - (Revogado)
• V - os pródigos.
Tutela e Curatela

3. Ação de Interdição

3.1. Introdução.

3.2. Legitimados Ativos


• Art. 747. A interdição pode ser promovida:
• I - pelo cônjuge ou companheiro;
• II - pelos parentes ou tutores;
• III - pelo representante da entidade em que se
encontra abrigado o interditando;
• IV - pelo Ministério Público.
• Parágrafo único. A legitimidade deverá ser comprovada
por documentação que acompanhe a petição inicial.
Tutela e Curatela

• Art. 748. O Ministério Público só promoverá interdição


em caso de doença mental grave:
• I - se as pessoas designadas nos incisos I, II e III do
art. 747 não existirem ou não promoverem a
interdição;
• II - se, existindo, forem incapazes as pessoas
mencionadas nos incisos I e II do art. 747 .
Tutela e Curatela

3.3 Curadores
• Art. 1.775. O cônjuge ou companheiro, não separado
judicialmente ou de fato, é, de direito, curador do
outro, quando interdito.
• §1 o Na falta do cônjuge ou companheiro, é curador
legítimo o pai ou a mãe; na falta destes, o descendente
que se demonstrar mais apto.
• § 2 o Entre os descendentes, os mais próximos
precedem aos mais remotos.
• § 3 o Na falta das pessoas mencionadas neste artigo,
compete ao juiz a escolha do curador.
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Parte 5
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OBS1: Curatela dos Deficientes

• Art. 1.775-A. Na nomeação de curador para a pessoa


com deficiência, o juiz poderá estabelecer curatela
compartilhada a mais de uma pessoa.

OBS2: Curatela do Nascituro

• Art. 1.779. Dar-se-á curador ao nascituro, se o pai


falecer estando grávida a mulher, e não tendo o poder
familiar.
• Parágrafo único. Se a mulher estiver interdita, seu
curador será o do nascituro.
Tutela e Curatela

3.4. Sentença da Ação de Interdição

➢ Regra: Natureza Declaratória.


➢ Exceção: Natureza Constitutiva (Curatela da pessoa portadora
de algum tipo de deficiência – arts. 84/87 do EPD ou LBI).

• Art. 84. A pessoa com deficiência tem assegurado o


direito ao exercício de sua capacidade legal em
igualdade de condições com as demais pessoas.
• § 1º Quando necessário, a pessoa com deficiência será
submetida à curatela, conforme a lei.
• § 2º É facultado à pessoa com deficiência a adoção de
processo de tomada de decisão apoiada.
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Parte 6
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• § 3º A definição de curatela de pessoa com deficiência


constitui medida protetiva extraordinária, proporcional
às necessidades e às circunstâncias de cada caso, e
durará o menor tempo possível.
• § 4º Os curadores são obrigados a prestar,
anualmente, contas de sua administração ao juiz,
apresentando o balanço do respectivo ano.
• Art. 85. A curatela afetará tão somente os atos
relacionados aos direitos de natureza patrimonial e
negocial.
• § 1º A definição da curatela não alcança o direito ao
próprio corpo, à sexualidade, ao matrimônio, à
privacidade, à educação, à saúde, ao trabalho e ao
voto.
Tutela e Curatela

• § 2º A curatela constitui medida extraordinária,


devendo constar da sentença as razões e motivações
de sua definição, preservados os interesses do
curatelado.
• § 3º No caso de pessoa em situação de
institucionalização, ao nomear curador, o juiz deve dar
preferência a pessoa que tenha vínculo de natureza
familiar, afetiva ou comunitária com o curatelado.
• Art. 86. Para emissão de documentos oficiais, não será
exigida a situação de curatela da pessoa com
deficiência.
Tutela e Curatela

• Art. 87. Em casos de relevância e urgência e a fim de


proteger os interesses da pessoa com deficiência em
situação de curatela, será lícito ao juiz, ouvido o
Ministério Público, de oficio ou a requerimento do
interessado, nomear, desde logo, curador provisório, o
qual estará sujeito, no que couber, às disposições
do Código de Processo Civil .
Tutela e Curatela

4. Aplicação subsidiária da Tutela

• Art. 1.774, CC. Aplicam-se à curatela as disposições


concernentes à tutela, com as modificações dos artigos
seguintes.
Tutela e Curatela

TOMADA DE DECISÃO APOIADA

Art. 1.783-A. A tomada de decisão apoiada é o processo pelo qual a pessoa


com deficiência elege pelo menos 2 (duas) pessoas idôneas, com as quais
mantenha vínculos e que gozem de sua confiança, para prestar-lhe apoio na
tomada de decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes os elementos e
informações necessários para que possa exercer sua capacidade.

§ 1 o Para formular pedido de tomada de decisão apoiada, a pessoa com


deficiência e os apoiadores devem apresentar termo em que constem os
limites do apoio a ser oferecido e os compromissos dos apoiadores, inclusive
o prazo de vigência do acordo e o respeito à vontade, aos direitos e aos
interesses da pessoa que devem apoiar.
DIREITO CIVIL
Direito de Família
Tutela e Curatela
Parte 7
Prof. Rafael da Mota Mendonça
Tutela e Curatela

§ 2 o O pedido de tomada de decisão apoiada será requerido pela pessoa a ser


apoiada, com indicação expressa das pessoas aptas a prestarem o apoio
previsto no caput deste artigo.

§ 3 o Antes de se pronunciar sobre o pedido de tomada de decisão apoiada, o


juiz, assistido por equipe multidisciplinar, após oitiva do Ministério Público,
ouvirá pessoalmente o requerente e as pessoas que lhe prestarão apoio.

§ 4 o A decisão tomada por pessoa apoiada terá validade e efeitos sobre


terceiros, sem restrições, desde que esteja inserida nos limites do apoio
acordado.

§ 5 o Terceiro com quem a pessoa apoiada mantenha relação negocial pode


solicitar que os apoiadores contra-assinem o contrato ou acordo,
especificando, por escrito, sua função em relação ao apoiado.
Tutela e Curatela

§ 6 o Em caso de negócio jurídico que possa trazer risco ou prejuízo relevante,


havendo divergência de opiniões entre a pessoa apoiada e um dos
apoiadores, deverá o juiz, ouvido o Ministério Público, decidir sobre a
questão.

§ 7 o Se o apoiador agir com negligência, exercer pressão indevida ou não


adimplir as obrigações assumidas, poderá a pessoa apoiada ou qualquer
pessoa apresentar denúncia ao Ministério Público ou ao juiz.

§ 8º Se procedente a denúncia, o juiz destituirá o apoiador e nomeará, ouvida


a pessoa apoiada e se for de seu interesse, outra pessoa para prestação de
apoio.

§ 9º A pessoa apoiada pode, a qualquer tempo, solicitar o término de acordo


firmado em processo de tomada de decisão apoiada.
Tutela e Curatela

§ 10. O apoiador pode solicitar ao juiz a exclusão de sua participação do


processo de tomada de decisão apoiada, sendo seu desligamento
condicionado à manifestação do juiz sobre a matéria.

§ 11. Aplicam-se à tomada de decisão apoiada, no que couber, as


disposições referentes à prestação de contas na curatela.
DIREITO
CIVIL
Direito de Família
Tutela e Curatela – parte 01

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Tutela e Curatela – parte 01

TUTELA

1. Conceito – “é o encargo conferido a alguém para dar


assistência, representar e administrar a pessoa e o
patrimônio de uma criança ou adolescente, cujos pais são
mortos, declarados ausentes por decisão judicial ou
destituídos do poder familiar, com o escopo de garantir a
sua proteção integral”. (CHAVES e ROSENVALD, 2017).
Tutela e Curatela – parte 01

2. Art. 36, ECA – “A tutela será deferida, nos termos da lei


civil, a pessoa de até dezoito anos incompletos”.

3. Modalidades de tutela

a) documental;

b) testamentária;

c) legítima; e

d) dativa.
Tutela e Curatela – parte 01

i. Acerca das duas primeiras importa salientar que: não


podem estar submetidas à termo ou condição; e são
revogáveis e retratáveis. Outro ponto importante é que se
ao tempo do falecimento dos genitores estes não
estivessem mais no exercício do poder familiar, ficará sem
eficácia a indicação de tutor feita por eles, mesmo que
anterior à perda do poder familiar. (Art. 1730, CC).
Tutela e Curatela – parte 01

ii. Quanto à tutela legítima ou legal (art. 1731, CC) – rol que
estabelece prioridade à manutenção na família ampliada.
Devendo ser ampliado o rol (não taxativo), incluindo o
parentesco socioafetivo.

iii. Quando da escolha o juiz levará em consideração o


princípio do melhor interesse da criança e do adolescente e
da proteção integral. Não estando constrangidos à ordem do
citado artigo.
Tutela e Curatela – parte 01

Art. 1.731. Em falta de tutor nomeado pelos pais incumbe a


tutela aos parentes consangüíneos do menor, por esta
ordem: I - aos ascendentes, preferindo o de grau mais
próximo ao mais remoto; II - aos colaterais até o terceiro
grau, preferindo os mais próximos aos mais remotos, e, no
mesmo grau, os mais velhos aos mais moços; em qualquer
dos casos, o juiz escolherá entre eles o mais apto a exercer
a tutela em benefício do menor.
Tutela e Curatela – parte 01

iv. Na tutela dativa a escolha incumbe ao juiz, depois de


ouvido o MP, e com base em laudo emitido por equipe
interdisciplinar. Art. 1732, CC.

v. Também será dativa a tutela estabelecida para crianças e


adolescentes em situação de risco (art. 1734, CC). Em caso
de urgência poderá o juiz instituir a tutela interina (art. 762,
CPC), até que providencie as medidas necessárias para a
proteção integral do menor.
DIREITO
CIVIL
Direito de Família
Tutela e Curatela – parte 02

Prof. Cláudio Santos


Tutela e Curatela – parte 02

4. Tutela de irmãos órfãos

a) Art. 1.733, Código Civil - Aos irmãos órfãos dar-se-á um


só tutor.

b) No caso de nomeação de pessoas diferentes pelos


genitores, preferencialmente exercerá a tutela o primeiro
nomeado.

c) Tutela compartilhada – melhor interesse.


Tutela e Curatela – parte 02

5. Tutela de fato ou irregular

a) Inexistência de previsão.

b) Ineficácia jurídica enquanto tutela.

c) Gestão de negócios (ato unilateral de vontade).

6. Incapacidade para a tutela

a) Prevista no art. 1.735, CC – seria melhor definida como


impedimentos para a tutela.
Tutela e Curatela – parte 02

Art. 1.735. Não podem ser tutores e serão exonerados da


tutela, caso a exerçam:

I - aqueles que não tiverem a livre administração de seus


bens; II - aqueles que, no momento de lhes ser deferida a
tutela, se acharem constituídos em obrigação para com o
menor, ou tiverem que fazer valer direitos contra este, e
aqueles cujos pais, filhos ou cônjuges tiverem demanda
contra o menor;
Tutela e Curatela – parte 02

III - os inimigos do menor, ou de seus pais, ou que tiverem


sido por estes expressamente excluídos da tutela; IV - os
condenados por crime de furto, roubo, estelionato,
falsidade, contra a família ou os costumes, tenham ou não
cumprido pena; V - as pessoas de mau procedimento, ou
falhas em probidade, e as culpadas de abuso em tutorias
anteriores; VI - aqueles que exercerem função pública
incompatível com a boa administração da tutela.
Tutela e Curatela – parte 02

b) Conforme prevê o art. 29 do ECA, também não poderá


exercer a tutela aquele que demonstrar incompatibilidade
com a natureza da medida ou não ofereça ambiente familiar
adequado.

c) Tal restrição deve ser reconhecida judicialmente.

7. Escusa do tutor

a) As hipóteses de escusa foram previstas no art. 1736


Tutela e Curatela – parte 02

Art. 1.736. Podem escusar-se da tutela:

I - mulheres casadas; II - maiores de sessenta anos; III -


aqueles que tiverem sob sua autoridade mais de três filhos;
IV - os impossibilitados por enfermidade; V - aqueles que
habitarem longe do lugar onde se haja de exercer a tutela;
VI - aqueles que já exercerem tutela ou curatela; VII -
militares em serviço.
Tutela e Curatela – parte 02

b) Outra possibilidade de escusa encontra-se prevista no


art. 1.737, CC, onde permite que pessoa estranha à família
escuse a tutela quando houverem parentes próximos aptos
ao exercício da mesma.

c) A escusa deve ser oposta no prazo de: 10 dias (Art.


1.738, CC); 5 dias (art. 760, CPC/15); ambos contados a
partir da nomeação.

d) Prazo impróprio.
Tutela e Curatela – parte 02

e) Da decisão que refutar a escusa caberá recurso, porém


tão somente com efeito devolutivo.

8. Garantia da tutela

a) Art. 1.745, CC ... Parágrafo único. Se o patrimônio do


menor for de valor considerável, poderá o juiz condicionar o
exercício da tutela à prestação de caução bastante, podendo
dispensá-la se o tutor for de reconhecida idoneidade.
DIREITO
CIVIL
Direito de Família
Tutela e Curatela – parte 03

Prof. Cláudio Santos


Tutela e Curatela – parte 03

8. Garantia da tutela

a) Art. 1.745, CC ... Parágrafo único. Se o patrimônio do


menor for de valor considerável, poderá o juiz condicionar o
exercício da tutela à prestação de caução bastante, podendo
dispensá-la se o tutor for de reconhecida idoneidade.
Tutela e Curatela – parte 03

9. Protutor

a) Previsão – art. 1.742, CC - Para fiscalização dos atos do


tutor, pode o juiz nomear um protutor.

b) Remuneração – art. 1.752, §1º - Ao protutor será


arbitrada uma gratificação módica pela fiscalização
efetuada.

c) Responsabilidade solidária – art. 1.752, §2º, CC.


Tutela e Curatela – parte 03

§ 2o São solidariamente responsáveis pelos prejuízos as


pessoas às quais competia fiscalizar a atividade do tutor, e
as que concorreram para o dano.

10. Exercício da tutela

a) Indivisível, pessoal e indelegável. Delegação parcial – art.


1.743, CC.

b) Fiscalização judicial, diferenciando do Poder Familiar


Tutela e Curatela – parte 03

c) Prazo - Art. 1.765, CC - O tutor é obrigado a servir por


espaço de dois anos.

d) Remuneração - Art. 1.752, CC - O tutor responde pelos


prejuízos que, por culpa, ou dolo, causar ao tutelado; mas
tem direito a ser pago pelo que realmente despender no
exercício da tutela, salvo no caso do art. 1.734, e a perceber
remuneração proporcional à importância dos bens
administrados.
Tutela e Curatela – parte 03

e) Exercício da tutela em relação à pessoa do tutelado

Art. 1.740. Incumbe ao tutor, quanto à pessoa do menor:

I - dirigir-lhe a educação, defendê-lo e prestar-lhe


alimentos, conforme os seus haveres e condição;

II - reclamar do juiz que providencie, como houver por bem,


quando o menor haja mister correção;
DIREITO
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Tutela e Curatela – parte 04

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Tutela e Curatela – parte 04

e) Exercício da tutela em relação à pessoa do tutelado

Art. 1.740. Incumbe ao tutor, quanto à pessoa do menor:

I - dirigir-lhe a educação, defendê-lo e prestar-lhe


alimentos, conforme os seus haveres e condição;

II - reclamar do juiz que providencie, como houver por bem,


quando o menor haja mister correção;
Tutela e Curatela – parte 04

III - adimplir os demais deveres que normalmente cabem


aos pais, ouvida a opinião do menor, se este já contar doze
anos de idade.

f) Exercício da tutela em relação ao patrimônio do tutelado

Art. 1.741, CC – Incumbe ao tutor, sob a inspeção do juiz,


administrar os bens do tutelado, em proveito deste,
cumprindo seus deveres com zelo e boa-fé.
Tutela e Curatela – parte 04

g) Compete ao tutor independentemente de autorização do


juiz – art. 1.747, CC.

h) Atos que dependem da autorização judicial – art. 1.748:


pagar as dívidas do menor; aceitar por ele heranças,
legados ou doações, ainda que com encargos; transigir;
vender-lhe os bens móveis, cuja conservação não convier, e
os imóveis nos casos em que for permitido; propor em juízo
as ações, ou nelas assistir o menor, e promover todas as...
Tutela e Curatela – parte 04

...diligências a bem deste, assim como defendê-lo nos


pleitos contra ele movidos.

i) A ausência de autorização torna o ato ineficaz até ulterior


autorização.

j) A autorização será dada por meio de procedimento de


jurisdição voluntária, com participação do M.P. e avaliação
prévia do bem, no caso de venda.
Tutela e Curatela – parte 04

k) Necessidade de autorização para saque de valores em


conta bancária – art. 1.754, CC.

l) Vedações absolutas - Art. 1.749. Ainda com a autorização


judicial, não pode o tutor, sob pena de nulidade:

I - adquirir por si, ou por interposta pessoa, mediante


contrato particular, bens móveis ou imóveis pertencentes ao
menor;
Tutela e Curatela – parte 04

II - dispor dos bens do menor a título gratuito;

III - constituir-se cessionário de crédito ou de direito,


contra o menor.
Até a próxima!
DIREITO
CIVIL
Direito de Família
Tutela e Curatela – parte 05

Prof. Cláudio Santos


Tutela e Curatela – parte 05

11. Responsabilidade judicial

a) Art. 1.744, Código Civil - A responsabilidade do juiz será:

I - direta e pessoal, quando não tiver nomeado o tutor, ou


não o houver feito oportunamente;

II - subsidiária, quando não tiver exigido garantia legal do


tutor, nem o removido, tanto que se tornou suspeito.
Tutela e Curatela – parte 05

12. Responsabilidade do tutor pelo dando causado pelo


tutelado

a) Responsabilidade civil pelo fato de terceiro – vide art.


932, II do Código Civil.

b) Trata-se de responsabilidade civil objetiva – art. 933, CC.

c) Direito de ressarcimento – art. 1.752, CC.


Tutela e Curatela – parte 05

13. Prestação de contas

a) Dever constante do art. 1.755 do Código Civil.

b) Na ausência (morte, ausência ou interdição) do tutor as


contas devem ser prestadas por seus herdeiros, vinculando
seu espólio.

c) Período: de 2 em 2 anos; ou quando da extinção da


tutela; ou ainda quando o Juiz a exigir.
Tutela e Curatela – parte 05

d) A quitação por parte do tutelado não dispensa a


necessidade de prestação de contas.

e) O procedimento a ser seguido é o que consta do art. 553


do CPC/15.

f) Deve ser apresentada de forma contábil, em livros com


indicação de rendas e despesas.

g) Sendo aprovadas o tutelado as assume.


Tutela e Curatela – parte 05

h) Caso sejam rejeitadas deverá o tutor pagar o saldo


devedor.

i) Apresentação de balanço contábil anual – previsão art.


1.756, CC.

14) Extinção da tutela

a) Exerce-se a tutela de forma obrigatória pelo prazo de 2


anos.
Tutela e Curatela – parte 05

b) Podendo ser renovada de acordo com a vontade do tutor


e da necessidade do tutelado.

c) Art. 1.763, Código Civil - Cessa a condição de tutelado:

I - com a maioridade ou a emancipação do menor;

II - ao cair o menor sob o poder familiar, no caso de


reconhecimento ou adoção.
Tutela e Curatela – parte 05

d) A tutela também se extingue pela morte do tutor ou pelo


recuperação do poder familiar pelos pais.

e) Também se extingue a tutela pela exoneração do tutor.


DIREITO
CIVIL
Direito de Família
Tutela e Curatela – parte 06

Prof. Cláudio Santos


Tutela e Curatela – parte 06

CURATELA

1. Definição

a) “Encargo imposto a uma pessoa natural para cuidar


e proteger uma pessoa maior de idade que não pode se
autodeterminar patrimonialmente por conta de uma
incapacidade”. (CHAVES e ROSENVALD)
Tutela e Curatela – parte 06

b) Excepcionalmente pode ser nomeada a um menor


relativamente incapaz, mas que sofra de alguma patologia
psíquica.

2. Proximidade com a tutela

a) Aplicação de disposições gerais, tais como:


possibilidade de escusa pelo curador; proibição para
exercício da função; dispensa de hipoteca legal.
Tutela e Curatela – parte 06

3. Procedimento de instituição da curatela

a) Previsto no CPC/2015 a partir do art. 747.

4. Particularidades na concessão de curatela

a) Art. 755, CPC – “Na sentença que decretar a


interdição, o juiz: II - considerará as características
pessoais do interdito, observando suas potencialidades,
habilidades, vontades e preferências”. Ex. art. 1.782, CC.
Tutela e Curatela – parte 06

5. Exercício da curatela

a) Art. 755, CPC, § 3o A sentença de interdição será


inscrita no registro de pessoas naturais e imediatamente
publicada na rede mundial de computadores, no sítio do
tribunal a que estiver vinculado o juízo e na plataforma de
editais do Conselho Nacional de Justiça, onde permanecerá
por 6 (seis) meses, na imprensa local, 1 (uma) vez, e no
órgão oficial, por 3 (três) vezes, com intervalo de 10 (dez)...
Tutela e Curatela – parte 06

dias, constando do edital os nomes do interdito e do


curador, a causa da interdição, os limites da curatela e, não
sendo total a interdição, os atos que o interdito poderá
praticar autonomamente.

b) Será regido pelas normas referentes ao exercício da


tutela.

c) Prestação de contas – art. 1.783, CC.


Tutela e Curatela – parte 06

d) A autoridade do curador se estende aos filhos do


curatelado – art. 1.778, CC.

6. Cessão da curatela e levantamento da interdição

a) Aplicam-se as mesmas causas da extinção da tutela,


aja vista, a falta de previsão expressa no Código Civil.

b) Art. 756, CPC/15 - Levantar-se-á a curatela quando


cessar a causa que a determinou.
Até a próxima!
DIREITO
CIVIL
Direito de Família
Tutela e Curatela – parte 07

Prof. Cláudio Santos


Tutela e Curatela – parte 07

7. Espécies de curatela

a) Novo regime de incapacidades do Código Civil.

b) Curatela do nascituro – art. 1.779, CC

8. Tomada de decisão apoiada

a) Trata-se de uma assistência à pessoa com


deficiência que possui plena capacidade civil.
Tutela e Curatela – parte 07

b) Previsto no art. 1.783-A e seus parágrafos, do


Código Civil.

c) As pessoas nomeadas não tornam-se assistentes ou


representantes do beneficiado.

d) Visa promover a autonomia e não limitá-la.

9. Questão intertemporal

a) Levantamento da curatela e TDA.


Até a próxima!
DIREITO
CIVIL
Direito de Família
Alimentos – parte 01

Prof. Cláudio Santos


Alimentos – parte 01

1) Alimentos na visão Civil-Constitucional

a) Como instrumento de afirmação da dignidade da pessoa


humana.

b) Como expressão do princípio da solidariedade social.

2) Definição

a) “... o conjunto de meios materiais necessários para a


existência das pessoas...”.
Alimentos – parte 01

b) “Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou


companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que
necessitem para viver de modo compatível com a sua
condição social, inclusive para atender às necessidades de
sua educação”. Código Civil.

c) Pensão alimentícia seria a soma em dinheiro destinada ao


provimento dos alimentos. Sem descartar a possibilidade de
prestação de alimentos in natura.
Alimentos – parte 01

d) Natureza jurídica: para alguns seria direito de


personalidade e para outros seria relação patrimonial de
crédito e débito.

3) Características

a) Caráter personalíssimo – não comporta cessão; é


impenhorável; não está sujeito à compensação; e tem
preferência de pagamento no caso de concurso de credores.
Alimentos – parte 01

b) Irrenunciabilidade

i. Há situações diversas acerca deste ponto: primeiro com


relação aos alimentos devidos em função do parentesco; e
segundo os alimentos devidos em função da dissolução de
casamento ou união estável.

ii. No primeiro caso são de fato irrenunciáveis. Já no


segundo o entendimento dominante era a favor da
renunciabilidade.
Alimentos – parte 01

iii. O problema surge com a redação o art. 1.707 do Código


Civil – “Art. 1.707. Pode o credor não exercer, porém lhe é
vedado renunciar o direito a alimentos, sendo o respectivo
crédito insuscetível de cessão, compensação ou penhora”.

c) Atualidade – “Art. 1.710. As prestações alimentícias, de


qualquer natureza, serão atualizadas segundo índice oficial
regularmente estabelecido”. Código Civil.
DIREITO
CIVIL
Direito de Família
Alimentos – parte 09

Prof. Cláudio Santos


Alimentos – parte 09

a.2 – Os alimentos legítimos serão analisados pelas varas


de família, enquanto os demais devem ser analiados pelas
varas cíveis.

b) Quanto à natureza os alimentos podem ser: civis e


naturais.

b.1 Diferem de acordo com a necessidade de seu


estabelecimento.
Alimentos – parte 09

c) Quanto ao momento procedimental para sua concessão


os alimentos podem ser: provisórios ou definitivos.

d) E há os alimentos transitórios.
DIREITO
CIVIL
Direito de Família
Alimentos – parte 10

Prof. Cláudio Santos


Alimentos – parte 10

Aspectos processuais dos alimentos

- Procedimento especial previsto na Lei 5.478/68 (Lei de


Alimentos)

1. Competência

a) Art. 53, II do CPC – caso de competência relativa,


podendo ser prorrogada pelo alimentando.

b) Não pode o réu arguir incompetência do foro.


Alimentos – parte 10

c) A incompetência não poderá ser declarada de ofício (vide


Súmula 33 do STJ).

d) Competência das Varas de Família, onde houver. Contudo


há na doutrina que admita a possibilidade desta
competência ser deslocada para a Vara de Infância e
Juventude nos casos em que há menor em situação de risco
(art. 148, parágrafo único, alínea g, ECA).
Alimentos – parte 10

2. Legitimidade

a) Do Alimentando, pessoalmente ou por


advogado/defensor.

b) Do Ministério Público. Em se tratando de criança ou


adolescente, e porque não dizer do incapaz, não há dúvidas
quanto à legitimidade do MP, tendo em vista a presença de
direito individual indisponível.
Alimentos – parte 10

3. Procedimento na ação de alimentos

3.1 Petição inicial

a) Deverá ser apresentada em 3 vias contendo: i.


qualificação das partes; ii. destinação ao juiz competente;
iii. descrição do pedido e causa de pedir; iv. prova pré-
constituída da relação de parentesco ou da união estável ou
casamento; v. apontar os ganhos do alimentante; vi. pedido
para citação e produção de provas; vii. valor da causa.
Alimentos – parte 10

b) O valor da causa na ação de alimentos deverá


corresponder a 12 vezes o valor da prestação alimentícia
pretendida.

3.2 Despacho liminar e alimentos provisórios

a) Atendidos os requisitos da petição inicial o Juiz


despachará determinando o seguinte: i. o registro e
autuação da inicial; ii. designação de dia e hora para
audiência una; iii. ofícios – art. 5º, §7º, Lei de Alimentos;
Alimentos – parte 10

iv. concessão de gratuidade, se for o caso; v. citação do réu


e notificação do autor acerca da audiência una.

b) No caso de deficiência da inicial o Juiz intimará o autor


para emendar a inicial no prazo de 10 dias (art. 321, CPC).

c) O art. 4 da Lei de Alimentos permite o estabelecimento de


alimentos provisórios, a pedido da parte ou de ofício.
Alimentos – parte 10

d) Os alimentos provisórios serão estabelecidos se houver


prova pré-constituída da existência de obrigação
alimentícia.

3.3 Citação do réu

a) Art. 5º O escrivão, dentro em 48 (quarenta e oito) horas,


remeterá ao devedor a segunda via da petição ou do termo,
juntamente com a cópia do despacho do juiz, e a
comunicação do dia e hora da realização da audiência de...
DIREITO
CIVIL
Direito de Família
Alimentos – parte 11

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Alimentos – parte 11

d) Os alimentos provisórios serão estabelecidos se houver


prova pré-constituída da existência de obrigação
alimentícia.

3.3 Citação do réu

a) Art. 5º O escrivão, dentro em 48 (quarenta e oito) horas,


remeterá ao devedor a segunda via da petição ou do termo,
juntamente com a cópia do despacho do juiz, e a
comunicação do dia e hora da realização da audiência de...
Alimentos – parte 11

...conciliação e julgamento. (Lei de Alimentos)

b) A citação do réu será feita por meio de correspondência


epistolar com aviso de recebimento. Caso seja recebida por
outra pessoa não surtirá os efeitos da citação.

3.4 Audiência una

a) Conciliação, instrução e julgamento.


Alimentos – parte 11

b) O não comparecimento do autor implicará em


arquivamento da ação, extinguindo-se o processo sem
julgamento de mérito.

c) Já a ausência do réu gera revelia, porém sem os efeitos


comuns desta, devendo ainda o autor provar o que alega
(art. 345, II, CPC).

d) É possível fazer acordo sem a presença de advogado.


Alimentos – parte 11

e) Não sendo possível a conciliação, o juiz receberá a defesa


do réu e instruirá o processo.

f) Quanto à defesa do réu lhe é permitido contestar,


apresentar exceção de suspeição e impedimento. Mas não
poderá apresentar exceção de incompetência e nem
reconvenção.

g) Podem as partes arrolar até 3 testemunhas.


Alimentos – parte 11

h) As provas produzidas devem obedecer os limites da


legalidade. Não poderão ser admitidas aquelas que atentem
contra a personalidade das partes ou de terceiros.

i) Art. 10. A audiência de julgamento será contínua; mas, se


não for possível, por motivo de força maior, concluí-la no
mesmo dia, o juiz marcará a sua continuação para o
primeiro dia desimpedido independentemente de novas
intimações. (Lei de Alimentos)
Alimentos – parte 11

j) Terminada a audiência, tentar-se-á mais uma vez a


conciliação.

3.5 O MP na condição de fiscal da ordem jurídica

a) Será necessária a sua intimação apenas quando estiver


em jogo interesse de incapaz. (art. 698, CPC)

b) Sua atuação será pautada pela defesa da ordem jurídica


e não pelos interesses pretendidos na ação.
Até a próxima!
DIREITO
CIVIL
Direito de Família
Alimentos – parte 12

Prof. Cláudio Santos


Alimentos – parte 12

3.6 Sentença

a) Natureza: i. declaratória; ii. constitutiva; e iii.


condenatória.

b) Forma coisa julgada material com cláusula rebus sic


standibus. A forma de pagamento pode ser alterada.

c) O juiz fixa os alimentos de acordo com a sua convicção,


não se fala em decisão citra, ultra ou extra petita.
Alimentos – parte 12

d) Os efeitos da sentença retroagirão à data da citação.


Caso os alimentos concedidos sejam superiores aos
estabelecidos provisoriamente caberá execução da
diferença. No caso contrário não caberá restituição.

3.7 Recurso

a) Apelação, no prazo comum.

b) Efeito devolutivo – na sentença procedente.


Alimentos – parte 12

c) Efeitos suspensivo e devolutivo – na sentença


improcedente.

d) No caso de decisão que concede ou indefere alimentos


provisórios o recurso será o Agravo de Instrumento.

e) Lembrando que o MP tem legitimidade para recorrer –


Súmula 99 do STJ.
Alimentos – parte 12

4. Ação de revisão de alimentos

Art. 1.699, Código Civil - Se, fixados os alimentos, sobrevier


mudança na situação financeira de quem os supre, ou na de
quem os recebe, poderá o interessado reclamar ao juiz,
conforme as circunstâncias, exoneração, redução ou
majoração do encargo.
Alimentos – parte 12

Art. 505, Código de Processo Civil - Nenhum juiz decidirá


novamente as questões já decididas relativas à mesma lide,
salvo:

I - se, tratando-se de relação jurídica de trato continuado,


sobreveio modificação no estado de fato ou de direito, caso
em que poderá a parte pedir a revisão do que foi estatuído
na sentença; ...
Alimentos – parte 12

a) Alteração dos fundamentos de concessão dos alimentos:


necessidade e possibilidade.

b) A causa da alteração não pode ser atribuída ao próprio


requerente.

c) Mesmo rito da ação de alimentos.

d) A competência é do foro do alimentando e não há


prevenção para o juízo que julgou a ação de alimentos.
Alimentos – parte 12

e) Caberá Apelação Cível com efeitos: somente devolutivo


na decisão que concede a majoração dos alimentos; e em
ambos os efeitos na decisão que reduz o quantum.

5. Ação de exoneração de alimentos

a) Cessando a necessidade do credor ou a capacidade de


contribuir do devedor, cessa-se a obrigação alimentícia.
DIREITO
CIVIL
Direito de Família
Alimentos – parte 13

Prof. Cláudio Santos


Alimentos – parte 13

e) Caberá Apelação Cível com efeitos: somente devolutivo


na decisão que concede a majoração dos alimentos; e em
ambos os efeitos na decisão que reduz o quantum.

5. Ação de exoneração de alimentos

a) Cessando a necessidade do credor ou a capacidade de


contribuir do devedor, cessa-se a obrigação alimentícia.
Alimentos – parte 13

b) Causas diversas de extinção: i. As previstas no Art.


1.708, Código Civil - Com o casamento, a união estável ou o
concubinato do credor, cessa o dever de prestar alimentos.
Parágrafo único. Com relação ao credor cessa, também, o
direito a alimentos, se tiver procedimento indigno em
relação ao devedor; ii. O estabelecimento de relação
empregatícia pelo alimentando; iii. A reversão de guarda.
Alimentos – parte 13

c) O procedimento será o especial das ações de família


previsto nos arts. 693 a 699 do CPC. Não se aplicando a Lei
de Alimentos.

d) A competência será a do foro do alimentando, sem


prevenção do juízo que julgou a ação de alimentos.

e) A apelação será recebida em ambos os efeitos:


suspensivo e devolutivo.
Alimentos – parte 13

f) Necessidade da ação de exoneração de alimentos,


afastando a exoneração automática. Súmula 358, STJ – “o
cancelamento de pensão alimentícia de filho que atingiu a
maioridade está sujeito à decisão judicial, mediante
contraditório, ainda que nos próprios autos”.

6. Ação de oferta de alimentos

a) Fundamento: art. 24 da Lei n. 5.478/68


Alimentos – parte 13

Art. 24. A parte responsável pelo sustento da família, e que


deixar a residência comum por motivo, que não necessitará
declarar, poderá tomar a iniciativa de comunicar ao juízo os
rendimentos de que dispõe e de pedir a citação do credor,
para comparecer à audiência de conciliação e julgamento
destinada à fixação dos alimento a que está obrigado.
Alimentos – parte 13

b) Impede a propositura de ação futura pelo credor.

c) Segue o rito da ação de alimentos proposta pelo credor.

d) Competência do foro do alimentando, em uma vara de


família.
Até a próxima!
DIREITO
CIVIL
Direito de Família
Alimentos – parte 14

Prof. Cláudio Santos


Alimentos – parte 14

7. Execução de alimentos

7.1 Medidas possíveis

a) Execução por quantia certa contra devedor solvente com


4 possíveis providências: i. desconto em folha de
pagamento; ii. desconto direto em outros rendimentos
pertencentes ao executado; iii. coerção patrimonial; coerção
pessoal.
Alimentos – parte 14

b) Revogação dos arts. 16 a 19 da Lei de Alimentos.

c) Procedimentos executivos: títulos judiciais (arts. 528 a


533, CPC) e títulos extrajudiciais (arts. 911 a 913, CPC).

d) Não se aplica ao caso da Execução de Alimentos o


disposto no art. 805 do CPC (escolha do meio menos
gravoso).
Alimentos – parte 14

e) Possibilidade de uso da via de tutela específica com


estabelecimento de astreintes.

f) Cobrança de multa prevista no §1º do art. 523 do CPC.


Mora superior a 15 dias, acréscimo de 10%.

g) Inscrição do nome do executado em cadastros de


restrição de crédito: art. 528, §1º c/c art. 517, ambos do
CPC.
Alimentos – parte 14

7.2 Execução de alimentos constantes de título extrajudicial

a) Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais:

III - o documento particular assinado pelo devedor e por 2


(duas) testemunhas; IV - o instrumento de transação
referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública,
pela Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou
por conciliador ou mediador credenciado por tribunal;
Alimentos – parte 14

b) Escritura pública de divórcio ou de dissolução de união


estável.

c) Art. 911, CPC - Na execução fundada em título executivo


extrajudicial que contenha obrigação alimentar, o juiz
mandará citar o executado para, em 3 (três) dias, efetuar o
pagamento das parcelas anteriores ao início da execução e
das que se vencerem no seu curso, provar que o fez ou
justificar a impossibilidade de fazê-lo.
Alimentos – parte 14

d) Compete ao credor a escolha do procedimento, do


mecanismo executório: se utilizará a coerção pessoal,
coerção patrimonial, desconto em folha, etc.

e) Quanto ao desconto em folha deve-se atentar para o


previsto no §3º do art. 529 do CPC - Sem prejuízo do
pagamento dos alimentos vincendos, o débito objeto de
execução pode ser descontado dos rendimentos ou rendas
do executado, de forma parcelada, nos termos do caput...
Alimentos – parte 14

...deste artigo, contanto que, somado à parcela devida, não


ultrapasse cinquenta por cento de seus ganhos líquidos.

7.3 Execução de alimentos constantes de título judicial

a) Foro competente: juízo prolator da sentença; domicílio do


executado; domicílio do exequente; ou onde se encontrem
os bens.

b) Observar o previsto no art. 531, CPC.


DIREITO
CIVIL
Direito de Família
Alimentos – parte 15

Prof. Cláudio Santos


Alimentos – parte 15

...deste artigo, contanto que, somado à parcela devida, não


ultrapasse cinquenta por cento de seus ganhos líquidos.

7.3 Execução de alimentos constantes de título judicial

a) Foro competente: juízo prolator da sentença; domicílio do


executado; domicílio do exequente; ou onde se encontrem
os bens.

b) Observar o previsto no art. 531, CPC.


Alimentos – parte 15

c) Quando a execução se referir a alimentos vencidos há


mais de 3 meses não será autorizado o uso de coerção
pessoal.

d) O desconto em folha de pagamento segue as regras do já


citado §3º do art. 529 do CPC.

e) Possibilidade de penhora do bem família – inciso III, do


art. 3º da Lei n. 8009/90.
Alimentos – parte 15

7.4 Prisão civil do devedor de alimentos

a) Art. 528, CPC - No cumprimento de sentença que


condene ao pagamento de prestação alimentícia ou de
decisão interlocutória que fixe alimentos, o juiz, a
requerimento do exequente, mandará intimar o executado
pessoalmente para, em 3 (três) dias, pagar o débito, provar
que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo.
Alimentos – parte 15

b) Não se admite, na execução, discussão quanto à


capacidade econômica do devedor.

c) O desemprego não tem sido visto como causa


justificadora da impossibilidade de pagamento dos
alimentos.

d) O descumprimento parcial da dívida alimentar enseja a


aplicação da prisão civil.
Alimentos – parte 15

e) O pagamento, mesmo sendo feito por terceiro, leva à


imediata revogação da prisão.

f) A um mesmo determinado período inadimplido a prisão


civil só será decretada uma única vez.

g) Findado o prazo da prisão civil sem o pagamento a


execução segue o seu curso, não sendo extinta a dívida que
levou àquela.
Alimentos – parte 15

h) A prisão será cumprida em regime fechado e em cela


separa dos demais presos. Art. 528, §4º, CPC.

i) O prazo será de 1 a 3 meses, conforme prevê o §3º do art.


528, CPC.

j) Art. 528, §7º, CPC - O débito alimentar que autoriza a


prisão civil do alimentante é o que compreende até as 3
(três) prestações anteriores ao ajuizamento da execução e
as que se vencerem no curso do processo.
Alimentos – parte 15

k) Súmula 309, STJ: O débito alimentar que autoriza a


prisão civil do alimentante é o que compreende as três
prestações anteriores à citação e as que vencerem no curso
do processo.

l) Alimentos atuais e alimentos pretéritos.

m) Princípio da atipicidade dos meios executivos


DIREITO
CIVIL
Direito de Família
Adoção – parte 01

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Adoção – parte 01

1. Princípio constitucional de isonomia da filiação.

2. Direito à convivência familiar e à proteção integral do


adotado.

3. Sistema dualista: adoção de crianças e adolescentes


(ECA); e adoração de maiores de 18 anos (Código Civil).

4. Indispensabilidade de intervenção judicial.


Adoção – parte 01

5. Diferenças: na adoção de adultos não será necessário


fixação de prazo de estágio de convivência, e nem a
elaboração de estudo social interprofissional.

6. Manifestação do consentimento: de quem adota e de


quem é adotado.

a) audiência dos pais biológicos.

b) Maiores de 12 anos serão ouvidos (art. 45, §2º,ECA).


Adoção – parte 01

c) Menores de 12 anos poderão ser ouvidos por equipe


interprofissional, sempre que possível.

d) O consentimento dos pais biológicos será dispensando


quando estiverem desaparecidos, que tenham sido
destituídos do poder familiar, quando forem desconhecidos.

e) A recusa de consentimento impede a adoção.


DIREITO
CIVIL
Direito de Família
Adoção – parte 02

Prof. Cláudio Santos


Adoção – parte 02

7. O estágio de convivência

a) Art. 46 do ECA.

b) Não há prazo predeterminado, devendo o juízo


estabelece-lo de acordo com as circunstâncias de cada caso.

c) O laudo da equipe que acompanha o estágio de


convivência não vincula a decisão do juízo.

d) Poderá ser dispensado, salvo adoção internacional.


Adoção – parte 02

8. Legitimidade para adoção

a) Capazes civilmente, maiores de 18 anos.

b) Diferença de idade de pelo menos 16 anos (art. 42, §3º,


ECA). No caso da adoção por casal, basta que um deles
tenha essa diferença. A mesma poderá ser dispensada
dependendo o do caso.

c) Não podem adotar os ascendentes e descendentes.


Adoção – parte 02

d) O tutor e o curador não podem adotar o tutelado e o


curatelado enquanto não prestarem contas de sua
administração.

9. Adoção conjunta e adoção unilateral

a) Em regra não se admite a adoção por duas pessoas.

b) A adoção conjunta se dará por pessoas que sejam


casadas ou vivem em união estável.
Adoção – parte 02

c) Será possível a adoção por casais já divorciados ou com


união estável dissolvida. Contudo o estágio de convivência
deve ter iniciado enquanto a união perdurava e deverão
inserir cláusula de acordo quanto à guarda e visitação.

d) Adoção pelo cônjuge ou companheiro.


Até a próxima!
DIREITO
CIVIL
Direito de Família
Adoção – parte 03

Prof. Cláudio Santos


Adoção – parte 03

10. Adoção por casal homoafetivo

a) “Proibição” de adoção simultânea por duas pessoas que


não sejam casadas ou que convivam em união estável. Vide
§2º do Art. 42 do E.C.A.

b) Reconhecimento da união homoafetiva como entidade


familiar.

c) Proteção do melhor interesse da criança e do


adolescente.
Adoção – parte 03

11. Adoção “à brasileira”

a) Art. 242, CP - Dar parto alheio como próprio; registrar


como seu o filho de outrem; ocultar recém-nascido ou
substituí-lo, suprimindo ou alterando direito inerente ao
estado civil: Pena - reclusão, de dois a seis anos.

Parágrafo único - Se o crime é praticado por motivo de


reconhecida nobreza: Pena - detenção, de um a dois anos,
podendo o juiz deixar de aplicar a pena.
Adoção – parte 03

b) Surgimento de filiação socioafetiva e impossibilidade de


anulação do registro feito.

c) Venire contra factum proprium

12. Adoção do nascituro e de embriões

a) Impossibilidade de estágio de convivência.

13. Adoção póstuma

a) Eficácia retroativa da sentença.


Adoção – parte 03

b) Art. 42, ECA - § 6º A adoção poderá ser deferida ao


adotante que, após inequívoca manifestação de vontade,
vier a falecer no curso do procedimento, antes de prolatada
a sentença.

14. Parto anônimo

a) Art. 8º, ECA - § 5º A assistência referida no § 4o deste


artigo deverá ser prestada também a gestantes e mães que
manifestem interesse em entregar seus filhos...
DIREITO
CIVIL
Direito de Família
Adoção – parte 04

Prof. Cláudio Santos


Adoção – parte 04

b) Art. 42, ECA - § 6º A adoção poderá ser deferida ao


adotante que, após inequívoca manifestação de vontade,
vier a falecer no curso do procedimento, antes de prolatada
a sentença.

14. Parto anônimo

a) Art. 8º, ECA - § 5º A assistência referida no § 4o deste


artigo deverá ser prestada também a gestantes e mães que
manifestem interesse em entregar seus filhos...
Adoção – parte 04

...para adoção, bem como a gestantes e mães que se


encontrem em situação de privação de liberdade.

b) Art. 13, ECA - § 1º As gestantes ou mães que manifestem


interesse em entregar seus filhos para adoção serão
obrigatoriamente encaminhadas, sem constrangimento, à
Justiça da Infância e da Juventude.

15. Alguns efeitos jurídicos da adoção


Adoção – parte 04

a) Extinção do vínculo jurídico com a família anterior.

b) Não sendo possível promover investigação de


paternidade ou maternidade, mas somente da origem
genética e ancestral. (art. 48, ECA)

c) Art. 41, ECA - A adoção atribui a condição de filho ao


adotado, com os mesmos direitos e deveres, inclusive
sucessórios, desligando-o de qualquer vínculo com pais e
parentes, salvo os impedimentos matrimoniais.
Adoção – parte 04

d) Na adoção unilateral mantêm-se os vínculos com o


genitor cônjuge ou companheiro do adotante.

e) Alguns exemplos de efeitos jurídicos: i. acrescimento de


sobrenome pelo adotado; ii. estabelecimento do poder
familiar com o adotante; iii. relações de parentesco; iv.
alimentos; v. direitos sucessórios

f) Tais efeitos jurídicos só se iniciam após o trânsito em


julgado da sentença de adoção.
Adoção – parte 04

16. Irrevogabilidade e irretratabilidade da adoção

a) Art. 31, ECA - § 1º A adoção é medida excepcional e


irrevogável, à qual se deve recorrer apenas quando
esgotados os recursos de manutenção da criança ou
adolescente na família natural ou extensa, na forma do
parágrafo único do art. 25 desta Lei.

b) Cancelamento da adoção – possibilidade, porém jamais


para fins patrimoniais.
Até a próxima!
DIREITO
CIVIL
Direito de Família
Adoção – parte 05

Prof. Cláudio Santos


Adoção – parte 05

ASPECTOS PROCESSUAIS DA ADOÇÃO

1. A adoção não seguirá o rito das ações de família previsto


nos arts. 693 a 699 do CPC, mas sim o estabelecido no
Estatuto da Criança e do Adolescente. Contudo aplicar-se-á
o CPC de forma subsidiária.

2. A ação de adoção poderá ser cumulada com o pedido de


destituição do poder familiar.
Adoção – parte 05

3. Petição inicial

a) Deverá conter a qualificação completa do adotante, do


adotado e dos genitores destes.

b) Deverá conter a indicação de eventual relação de


parentesco entre o adotante e o adotado.

c) Deverá conter também declaração sobre eventuais bens,


direitos e rendimentos do adotado.
Adoção – parte 05

4. Durante o processo o juiz observará o respeito ao


princípio da proteção do melhor interesse da criança e do
adolescente, levando em consideração tanto aspectos
objetivos como subjetivos.

5. Oitiva das partes

a) Deverá ser estabelecida data para oitiva do adotante, do


adotado e de seus genitores.
Adoção – parte 05

6. Estudo psicossocial

a) Previsão no art. 167 do ECA. Dispensável apenas no caso


de adoção de adultos.

7. Competência

a) Na adoção de adultos a competência é das varas de


família. Já na adoção de menores a competência será da
vara de infância e juventude, por força do art. 148, III, ECA.
Adoção – parte 05

b) Súmula 383, STJ – “a competência para processar e


julgar as ações conexas de interesse de menor é, em
princípio, do foro do domicílio do detentor de sua guarda”.

c) Competência relativa. Poderá ser prorrogada em favor da


proteção do melhor interesse da criança e do adolescente.

8. Ministério Público
Adoção – parte 05

a) Atuação como fiscal da ordem jurídica.

b) Não será necessária sua atuação quando se tratar de


adoção de adultos.

9. Sentença

a) Natureza constitutiva, seja na adoção de adultos ou


infantojuvenil. Na adoção póstuma terá eficácia retroativa
até a data do óbito do adotante.
Adoção – parte 05

b) Efeitos da sentença de adoção: “atribuição da condição


de filho ao adotado para todos os fins, inclusive sucessórios
e de parentesco, a mudança do sobrenome (e,
eventualmente, do prenome do adotado) e o desfazimento
dos laços paternos anteriores (somente permanecendo para
fins de impedimentos matrimoniais), com respectiva
extinção do poder familiar” (CHAVES e ROSENVALD, 2017).
DIREITO
CIVIL
Direito de Família
Adoção – parte 06

Prof. Cláudio Santos


Adoção – parte 06

c) Será expedido mandando de cancelamento do registro


anterior do adotado no Cartório de Registro Civil de Pessoas
Naturais.

d) Forma coisa julgada material, que somente poderá ser


atacada por ação rescisória, obedecido o prazo decadencial
de 2 anos.

10. Recurso
Adoção – parte 06

a) Da sentença na ação de adoção caberá o recurso de


apelação.

b) Em regra a apelação será recebida somente no efeito


devolutivo, exceto nas hipóteses do art. 199-A do ECA: i.
adoção internacional; ii. se houver risco de dano irreparável
ou de difícil reparação ao adotando.

c) Prioridade da tramitação.
Adoção – parte 06

11. Cadastro de adoção

a) Conforme previsto no art. 50 do ECA, será mantido em


cada comarca um cadastro de crianças e adolescentes em
condições de serem adotados, e outro de pessoas
interessadas na adoção.

b) A inscrição no cadastro obedecerá procedimento especial


previsto no art. 197-A do ECA.
Adoção – parte 06

c) Período prévio de preparação psicossocial e jurídica dos


postulantes à adoção.

d) A adoção somente será concedida às pessoas que


estiverem inscritas no cadastro de adoção. Exceto no casos
previstos no §13 do art. 50, do ECA.

e) Observação do melhor interesse da criança e do


adolescente.
Adoção – parte 06

12. Adoção internacional

a) Autorização no art. 227, §5º da Constituição.

b) Critério territorial: será considerada adoção internacional


quando o adotante residir no estrangeiro e a adoção
implicar em mudança para aquele país.

c) Será regida pela Convenção de Haia, pelo Decreto n.


3174/99 e pelo ECA.
Adoção – parte 06

d) Possui duas fases: preparatória e de habilitação; e a fase


judicial.

e) Não é dispensado do estágio de convivência, devendo o


mesmo ser cumprido integralmente no Brasil, pelo período
mínimo de 30 dias.
Até a próxima!

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