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PODER FAMILIAR

BREVE HISTÓRICO
 Código Civil de 1916: marido como chefe da sociedade conjugal. Exercia com exclusividade o poder familiar. Sociedade rural, patriarcal, machista,
com concentração de riquezas nas mãos de grandes latifundiários. Submissão da mulher ao poder do homem do pai ou do marido. Família como
unidade de produção. Família hierarquizada. Família como entidade política para concentração de poder. Família como instituição formada pelo
casamento.
 Estatuto da Mulher Casada (Lei 4.121/1962): colaboração da esposa no exercício do pátrio poder. Em caso de divergência, prevalecia a decisão do
marido. Esposa poderia recorrer ao Judiciário.
 Revolução industrial e urbanização: mulher inserida no mercado de trabalho. Família como entidade de consumo. Família nuclear. Democratização
da família. Igualdade entre membros. Família como entidade formada por indivíduos ligados pelo afeto estabilidade, assistência mútua e
responsabilidade social. Proliferação de famílias informais. Instrumento para realização de seu fim social: assistência espiritual, psicológica, moral
e a socialização dos seus membros, sendo, cada um, valorizado como ser único e insubstituível.
 Constituição Federal de 1.988: consolidada dignidade da pessoa humana como sobreprincípio. Ser humano: sujeito de direitos, dotado de valor
intrínseco, único e insubstituível. Reconhecimento de outras formas de constituição familiar além do casamento (união estável e família
monoparental). Família: perspectiva eudemonista (foco na plena realização e felicidade do indivíduo). Entidade que permite, ao ser humano, o
pleno desenvolvimento de sua personalidade. Elemento constitutivo da família: afeto e assistência mútua entre os membros. Reconhecida a
igualdade de direitos entre homem e mulher.
 Artigo 226, § 5º: igualdade entre cônjuges na chefia da sociedade conjugal.
 Art. 227: especial destaque à criança (e, a partir da emenda 65/2010, também ao jovem) na qualidade de ser em desenvolvimento, colocando seus
interesses como prioritários: direito à vida, à saúde, à alimentação à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à
liberdade e à convivência familiar e comunitária, deixando-o a salvo de toda forma de negligência, discriminação exploração, violência, crueldade
e opressão. Criança passa a ser concebida como pessoa em estágio de formação, sujeito de direitos, titular de relações jurídicas.
 Poder familiar: enfoque no melhor interesse da criança, não mais na supremacia da vontade do pai. Mecanismo para garantir o desenvolvimento da
personalidade da criança e do adolescente.
 Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/90): previu o exercício do pátrio poder em igualdade de condições entre pai e mãe, cabendo a
ambos o dever de sustento, guarda e educação.
 Código Civil de 2002 (Artigos 1.630 a 1.638): Abandonou-se o termo “pátrio poder”, tendo em vista a despatriarcalização do Direito de Família.
Prevê com absoluta igualdade as prerrogativas e deveres atribuídos aos pais na tarefa de criarem e educarem sua prole e de zelarem pelos
aspectos morais e materiais dos seus filhos enquanto menores (artigo 1.566, IV, 1.631 e 1.632 do CC/2002).
 Conceito: “Poder exercido pelos pais em relação aos filhos, dentro da ideia de família democrática, do regime de colaboração familiar e de relações
TITULARIDADE

 Caso os pais sejam casados ou vivam em união estável, o exercício do poder


familiar compete a ambos. Na falta ou impedimento de um deles, caberá o seu
exercício ao outro com exclusividade. (artigo 1.631, caput, do CC/2002).
 Em havendo divergência, competirá a solução ao Poder Judiciário (artigo 1.631,
parágrafo único, CC/2002). Poder Judiciário atuando na qualidade de instituição
destinada à composição de divergências episódicas. Sobrecarga.
 Divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável: ambos os pais mantem
o poder familiar. Afeta-se somente o direito dos pais de terem os filhos em sua
companhia (guarda física) (artigo 1.632 do CC/2.002).
 Casamento ou união estável de qualquer dos pais não interfere no exercício do
poder familiar (artigo 1.636 do CC/2002).
 Filhos não reconhecidos pelo pai: poder familiar exclusivo da mãe. Mãe
desconhecida: nomeação de tutor (artigo 1.633, CC/2002).
EXERCÍCIO DO PODER FAMILIAR

 Assistir os filhos, protegê-los, zelar por sua integridade moral e psíquica de modo a conduzi-los ao
completo desenvolvimento e independência (artigo 1.634, CC/2002). Imposição de verdadeiros
deveres legais aos pais com intuito de garantir a plena realização de sua personalidade e
desenvolvimento:
o Dirigir a criação e a educação dos filhos – preparar os filhos para futura independência
profissional e pessoal. Prover aprendizado formal e, também, moral, ético, social e afetivo.
o Exercer guarda unilateral ou compartilhada – filhos dependem de vigília, presença,
orientação.
 Guarda: custódia e poder de decisão sobre questões concernente à criação e educação
dos filhos. Participação efetiva na vida dos filhos. Adequada comunicação com a prole e
supervisão de sua educação e criação.
o Conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para se casar (atentar para a Lei 13.811/2019)
o Conceder-lhes ou negar-lhes autorização para viajarem para o exterior;
o Conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para mudarem sua residência permanente para
outro Município;
o Nomear-lhes tutor por testamento ou documento autêntico, se o outro dos pais não lhe
EXERCÍCIO DO PODER FAMILIAR

o representá-los judicial e extrajudicialmente até os 16 (dezesseis) anos, nos atos da vida civil, e
assisti-los, após essa idade, nos atos em que forem partes, suprindo-lhes o consentimento;
 Caso não haja consenso entre os pais, caberá decisão ao Poder Judiciário (artigo 1.690,
parágrafo único, CC/2002).
 exceções: (i) testar, a partir dos 16 anos, (ii) servir como testemunha e (iii) requerer a
nomeação de curador à lide quando seus interesses colidirem com os de seus pais.
 Questão da procuração para ação de alimentos.
o reclamá-los de quem ilegalmente os detenha;
o exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade e condição.
Vedados maus-tratos e relação ditatorial. Abuso de direito.
 Polêmica 13.010/2014, conhecida como Lei da Palmada ou Lei Menino Bernardo. Artigo 18-A:
criança e o adolescente têm o direito de ser educados e cuidados em o uso de castigo físico
ou de tratamento cruel ou degradante, como formas de correção, disciplina, educação ou
qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família ampliada, pelos responsáveis,
pelos agentes públicos executores de medidas socio-educativas ou por qualquer pessoa
encarregada de cuidar deles, trata-los, educa-los ou protege-los. Condena-se punições ou
ações disciplinares que resultem no sofrimento físico, lesão ou humilhação.
USUFRUTO E ADMINISTRAÇÃO DOS BENS DOS FILHOS

 Pais são usufrutuários legais e administradores dos bens dos filhos (artigo 1.689,
CC/2002).
 Como administradores, não podem alienar ou gravar de ônus real os imóveis dos filhos,
nem contrair, em nome deles, obrigações que ultrapassem os limites da simples
administração, salvo evidente interesse da prole ou necessidade, mediante autorização
judicial (artigo 1.691 do Código Civil), sob pena de nulidade (artigo 1.691, parágrafo único,
do CC/2002). Podem propor a ação declaratória de nulidade os filhos, os seus herdeiros
ou representante legal (artigo 1.691, parágrafo único, do CC/2002).
o Administração deve ser feita no interesse dos filhos. Mas, não se exige prestação de
contas.
o Exceção: (i) bens adquiridos por filho havido fora do casamento antes do
reconhecimento pelo pai; (ii) valores auferidos pelo filho maior de 16 anos, no
exercício de atividade profissional e bens com esses recursos adquiridos; e (iii) os
bens deixados ou doados ao filho, sob condição de não serem usufruídos ou
administrados pelos pais; (iv) os bens que aos filhos couberem na herança, quando os
pais forem excluídos da sucessão (artigo 1.693 do CC/2002).
 Colisão de interesses entre pais e filhos. Curador especial a pedido do filho ou Ministério
EXTINÇÃO DO PODER FAMILIAR

 artigo 1.635 do CC/2002


 Pela morte do pai ou do filho (caráter personalíssimo);
 Pela emancipação;
 Pela maioridade;
 Pela adoção;
 Por decisão judicial, nos casos do artigo 1.638 do CC/2002.
SUSPENSÃO DO PODER FAMILIAR

 artigo 1.637 do CC/2002


 Abuso de autoridade, descumprindo deveres inerentes ao
poder familiar ou ruína dos bens dos filhos.
 Requerimento de parente ou Ministério Público.
 Outras medidas ou suspensão do poder familiar.
 Condenação criminal irrecorrível em virtude de crime cuja pena
exceda dois anos de prisão.
 Privação total ou parcial da autoridade parental.
SUSPENSÃO DO PODER FAMILIAR

 Síndrome da alienação parental: Artigo 2º da Lei


12.318/2010: “considera-se alienação parental a
interferência na formação psicológica da criança ou do
adolescente promovida ou induzida por um dos genitores,
pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente
sob a sua autoridade, guarda ou vigilância para que
repudie genitor ou que causa prejuízo ao estabelecimento
ou à manutenção de vínculos com este”.
o Artigo 6º, VII, da Lei de Alienação parental admite a
suspensão do poder familiar.
DESTITUIÇÃO DO PODER FAMILIAR

 artigo 1.638 do CC/2002


 castigar imoderadamente o filho;
 deixar o filho em abandono – dever de promover a convivência
familiar, assistência moral, psicológica e afetiva;
 praticar atos contrários à moral e aos bons costumes – ex. uso
imoderado de bebidas alcoolicas, entorpecentes, abuso sexual;
 incidir, reiteradamente, nas faltas previstas no artigo
antecedente (rol deixa de ser taxativo);
 entregar de forma irregular o filho a terceiros para fins de
adoção (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017);
DESTITUIÇÃO DO PODER FAMILIAR
 praticar contra outrem igualmente titular do mesmo poder família (Incluído
pela Lei nº 13.715, de 2018):
o homicídio, feminicídio ou lesão corporal de natureza grave ou seguida de
morte, quando se tratar de crime doloso envolvendo violência doméstica
e familiar ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher;
o estupro ou outro crime contra a dignidade sexual sujeito à pena de
reclusão;
 praticar contra filho, filha ou outro descendente (Incluído pela Lei nº 13.715,
de 2018):
o homicídio, feminicídio ou lesão corporal de natureza grave ou seguida de
morte, quando se tratar de crime doloso envolvendo violência doméstica
e familiar ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher;
o estupro, estupro de vulnerável ou outro crime contra a dignidade sexual
sujeito à pena de reclusão.
ADOÇÃO
BREVE HISTÓRICO

 Originalmente, não havia igualdade entre filhos adotados e


biológicos. Ex. exclusão da herança em caso de nascimento
de filhos biológicos, o vínculo poderia desfazer-se por
convenção ou ingratidão, a adoção não produzia efeitos se
já houvesse concepção de filho natural, parentesco
restringia-se ao adotante, não se rompiam direitos e deveres
em relação aos pais biológicos, transferindo-se somente o
poder familiar. Além disso, a adoção era realizada por
escritura pública. Mudanças gradativas com o tempo.
BREVE HISTÓRICO

 Constituição da República de 1.988:


 Enfoque no interesse do adotado com base no princípio
do melhor interesse da criança e do adolescente.
Prioridade em alcançar a felicidade e plena realização
do adotado.
 Direito da criança e do adolescente à convivência
familiar e comunitária, em um ambiente de felicidade,
amor e compreensão para pleno desenvolvimento de sua
personalidade.
 Estipulada constitucionalmente a absoluta igualdade
entre os filhos (artigo 227, § 6º).
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL
 A adoção foi regulamentada por diversas leis que, com o
passar do tempo, sobrepuseram-se (colcha de retalhos):A Lei
12.010/2009 revogou os artigos 1.620 a 1.629 do Código Civil de
2002 e alterou os artigos 1.618 e 1.619 do Código Civil de 2002,
de modo que a adoção de menores passou a ser regulada
inteiramente pelo ECA.
 Adoção de maiores: assistência efetiva do poder público e
sentença constitutiva – regras do ECA no que for cabível.
Matéria consolidada no ECA. Tendência à descodificação do
direito de família. Crítica: regulamentação de interesse de
adultos por norma destinada à proteção de vulneráveis.
FORMA DE CONSTITUIÇÃO
 Maiores e menores: depende de ação judicial (artigo 47 do ECA)
Maiores: Vara da Família. Menores: Vara da Infância e da
Juventude.
 Não se admite adoção por procuração. Caráter personalíssimo
(artigo 39, § 2º, do ECA).
 Efeitos produzidos a partir do trânsito em julgado da sentença
(artigo 47, § 7º, do ECA). Exceção: adotante falecido no curso
do procedimento. Retroação à data do óbito, desde que haja
inequívoca manifestação de vontade quanto à adoção –
adoção post mortem (artigo 42, § 6º, do ECA).
 Não podem constar, nas certidões, registros sobre a origem do
ato. Direito ao esquecimento (artigo 47, § 4º, do ECA).
FORMA DE CONSTITUIÇÃO

 Intervenção do Ministério Público (envolve estado de pessoa


e ordem pública). Entendimento majoritário de que
Ministério Público não deve intervir na adoção de maiores.
 Processo de adoção será mantido em arquivo, garantindo-se
a sua conservação para consulta a qualquer tempo (artigo
47, § 8º, do ECA): possibilidade de saneamento e garantia
do direito de identidade e conhecimento da origem biológica
(novidade). Na mesma linha, o artigo 48 e parágrafo único,
determinam a acessibilidade do adotado, maior e menor de
18 anos (orientação e assistência jurídica e psicológica),
respectivamente, ao processo de adoção e incidentes.
REQUISITOS
 Necessidade de esgotamento de recursos de manutenção da
criança ou adolescente na família natural ou extensa (artigo 39,
§ 1º, do ECA). Medida excepcional e irrevogável.
 Família natural e extensa (artigo 25 e parágrafo único do ECA):
o Família natural: comunidade formada pelos pais ou qualquer
deles e seus descendentes (família monoparental).
o Família extensa ou ampliada: se estende para além da
unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada por
parentes próximos com os quais a criança ou adolescente
convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade.
 Deve representar reais vantagens para o adotando e fundar-se
em motivos legítimos (artigo 43 do ECA).
REQUISITOS
 Consentimento dos pais ou representantes legais do
adotando (artigo 45, caput, do ECA, antes previsto no artigo
1621 do Código Civil).
o Divergência no caso de maiores de idade.
o Dispensa de consentimento: pais desconhecidos ou
destituídos do poder familiar (artigo 45, § 1º, ECA).
 Consentimento do adotado com mais de 12 anos de idade
(artigo 45, § 2º, do ECA).
CAPACIDADE PARA ADOTAR
 Adotante deve ter mais de 18 anos de idade (artigo 42 do ECA).
 Pode ser unilateral ou conjunta (antes chamada de bilateral).
o Rolf Madaleno enumera os seguintes requisitos para a
adoção unilateral: (i) quando do registro de nascimento
constar somente o nome do pai ou da mãe, prescindindo
nesse caso, da concordância do genitor que permanece
com o elo parental; (ii) quando do registro de nascimento
constarem ambos os genitores, dependendo a adoção da
destituição do poder familiar dos pais; (iii) quando o cônjuge
ou companheiro adota em decorrência do falecimento do
pai ou da mãe, exigindo-se, nessa hipótese, o
consentimento do genitor sobrevivente.
CAPACIDADE PARA ADOTAR
 Adoção conjunta: adotantes devem ser casados civilmente ou
manter união estável, comprovada a estabilidade da família
(artigo 42, § 2º, do ECA). União estável não precisa ser
formalizada.
 Não podem adotar os irmãos e ascendentes do adotando
(artigo 42, §1º, do ECA). Modo de evitar manobras fraudulentas
(benefícios previdenciários), bem confusões relativas a
parentesco e sucessão. Já existe parentesco e relações de
afinidade e afetividade.
 Adotante deve ser, pelo menos, 16 anos mais velho que o
adotando (atual artigo 42, § 3º, do ECA e revogado artigo 1.619
do Código Civil de 2002). No caso de adoção conjunta,
considera-se a idade do adotante mais jovem.
CAPACIDADE PARA ADOTAR

 Permitida a adoção conjunta por divorciados, judicialmente separados


ou ex- companheiros (novidade), desde que (artigo 42, § 4º, ECA): (i)
estejam de acordo sobre a guarda e o regime de visitas
(controvertido); (ii) o estágio de convivência tenha sido iniciado na
constância do período de convivência; (iii) seja comprovada a
existência de vínculo de afinidade e afetividade com aquele que não
detém a guarda e (iv) demonstrado benefício ao adotando, a guarda
será compartilhada (artigo 42, § 5º, do ECA).
 Adoção por tutor ou curador (atual artigo 44 do ECA e revogado
artigo 1.620 do Código Civil): apenas pode adotar tutelado ou
curatelado após prestar contas e saldar eventuais débitos. Proteção
do patrimônio do administrado.
ADOÇÃO POR CASAIS HOMOAFETIVOS
 Uniões homoafetivas não eram consideradas entidade familiar.
 STJ, REsp 889.852/RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, j. 27.04.2010) –
posicionamento favorável à adoção por casal homoafetivo.
 Julgamento da Ação Direta e Inconstitucionalidade (ADI) 4277/DF e
da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF)
132/RJ pelo STF em 05 de maio de 2011: equiparação das uniões
homoafetivas às uniões estáveis.
 RESP 1.183.378/RS: STJ decide inexistir óbices legais à celebração de
casamento entre pessoas de mesmo sexo (STJ - REsp: 1183378 RS
2010/0036663-8, Min. Rel. Luis Felipe Salomão, 4ª Tutma, j.
25.10.2011, DJe 01.02.2012). Resolução 175 do Conselho Nacional de
Justiça (CNJ), 14.05.2013: vedou às autoridades competentes a
recusa de habilitação, celebração de casamento civil ou conversão
de união estável em casamento entre pessoas do mesmo sexo.
EFEITOS DA ADOÇÃO
 Princípio da igualdade dos filhos. O adotado é filho para todos
os efeitos, inclusive, sucessórios. Os direitos sucessórios são
recíprocos (artigo 41, caput, e § 2º, do ECA).
 Rompe-se o vínculo de parentesco com a família biológica, mas
continuam a vigorar os impedimentos matrimoniais previstos no
artigo 1.521 do Código Civil.
 Direito alimentos recíprocos (artigo 1696, CC/2002).
 Adotado passa a adotar o sobrenome do adotante.
 Prenome: possibilidade de modificação a pedido do adotante ou
do adotado. Em caso de pedido do adotante, o adotado que
tiver mais de 12 anos de idade precisa ser ouvido (artigo 47 §
6º, do ECA). Nome: sinal que representa a pessoa perante o
meio social. Direito da personalidade.
PROCEDIMENTO
 Comarcas ou Foro Regional: registro de crianças e adolescentes em
condições de serem adotadas e registro de pessoas interessadas na
adoção.
 Inscrição no registro de adotante:
o Prévia consulta a órgãos técnicos do Juizado da Infância e da
Juventude e oitiva do Ministério Público.
o Indeferimento: (i) inobservância dos requisitos legais, (ii)
incompatibilidade entre adotante e adotado, (iii) postulante não
oferece ambiente familiar adequado.
 Preparação psicossocial e jurídico com equipe interdisciplinar do Juizado
(artigo 50, § 4º, novidade).
 Determinada a criação de cadastros estaduais e nacional de crianças
em condições de adoção e de pessoas ou casais habilitados e,
também, de cadastros de postulantes residentes no exterior.
PROCEDIMENTO
 Deve-se observar a ordem de inscrição, salvo hipóteses do
artigo 50, § 13, do ECA): (i) se tratar de pedido de adoção
unilateral; (ii) for formulada por parente com o qual a
criança ou adolescente mantenha vínculos de afinidade e
afetividade; ou (iii) o pedido de quem detém a tutela ou
guarda legal de criança maior de 3 anos ou adolescente,
desde que o lapso de tempo de convivência comprove a
fixação de laços de afinidade e afetividade, e não seja
constatada a ocorrência de má-fé ou qualquer das
situações previstas nos arts. 237 ou 238 do ECA.
 Fiscalização do Ministério Público (artigo 50, § 12, do ECA).
 Estágio de convivência.
ESTÁGIO DE CONVIVÊNCIA
 Exigência de estágio de convivência prévio.
 Adoção nacional: duração máxima de 90 dias, a depender da
idade da criança ou adolescente e peculiaridades do caso
(artigo 46 do ECA).
 Adoção internacional (na qual a pessoa ou casal postulante é
residente ou domiciliada fora do Brasil, em outro país parte –
Convenção de Haia): mínimo de 30 dias no Brasil (artigo 46, §
3º, do ECA).
 Acompanhamento de equipe interprofissional
 Dispensa do estágio de convivência: adotando sob tutela ou
guarda legal (guarda de fato é insuficiente – artigo 46, § 2º) do
adotante por tempo suficiente para que seja possível avaliar a
conveniência da adoção (artigo 46. § 1º, do ECA)
ADOÇÃO INTERNACIONAL

 Novos requisitos (artigo 51, § 1º, do ECA).


 Esgotadas possibilidades de colocação em família
substituta brasileira (artigo 50, § 10º, do ECA),
 Adolescente: Consulta prévia e constatação de que está
preparado para a medida – relatório de equipe
interprofissional.
 Brasileiros residentes no exterior possuem preferência em
relação a estrangeiros (artigo 51, § 2º, do ECA).

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