Você está na página 1de 3

Poder Familiar são os direitos e deveres que o pai e a mãe têm sobre seus

filhos, tanto na pessoa como nos seus bens. Em verdade já é uma obrigação
natural dos pais e foi passada para o papel, sendo hoje, lei.

Existem dois tipos de guarda ou melhor expressando, duas espécies de


convivência familiar: 1) Guarda unilateral ou Convivência Familiar Unilateral; e
2) Convivência Compartilhada ou Guarda Compartilhada.

1) Guarda unilateral ou Convivência Familiar Unilateral (Artigo 1.583, § 1º,


do Código Civil)é a atribuída a um só dos genitores ou a alguém que o
substitua (nesse caso, o juiz vai decidir um parente que se encaixe no melhor
para a criança, preferencialmente um parente próximo ou por grau de
afinidade).
Neste tipo de guarda, o filho mora com um dos pais, sendo este o principal
responsável por tomar as decisões sobre a sua criação. Enquanto isso, o
outro genitor tem o direito de visitas, regulamentadas pelo juiz, além de ter a
obrigação de pagar a pensão alimentícia. O genitor que não detém a guarda
ainda tem o direito de supervisionar a criação do filho, resguardando os
interesses da criança.

Ainda, se caso o filho mora com os pais e estes venham a se separarem, e


um dos genitores fica na casa e o outro vai para outra cidade, o filho vai
aonde melhor atender seus interesses[5]
2) Convivência Compartilhada ou Guarda Compartilhada (artigo 1583, § 3º,
do Código Civil e Lei 11.698/2008) a responsabilização conjunta e o exercício
de direitos e deveres do pai e da mãe que não vivam sob o mesmo teto,
concernentes ao poder familiar dos filhos comuns.
Sobre a última parte do parágrafo 3º do Artigo 1.583 do Código Civil,
podemos entender melhor, indo aos Enunciados do CJF:
Enunciado 603: A distribuição do tempo de convívio na guarda compartilhada
deve atender precipuamente ao melhor interesse dos filhos, não devendo a
divisão de forma equilibrada, a que alude o § 2 do art. 1.583 do Código Civil,
representar convivência livre ou, ao contrário, repartição de tempo
matematicamente igualitária entre os pais.
Enunciado 604: A divisão, de forma equilibrada, do tempo de convívio dos
filhos com a mãe e com o pai, imposta na guarda compartilhada pelo § 2º do
art. 1.583 do Código Civil, não deve ser confundida com a imposição do
tempo previsto pelo instituto da guarda alternada, pois esta não implica
apenas a divisão do tempo de permanência dos filhos com os pais, mas
também o exercício exclusivo da guarda pelo genitor que se encontra na
companhia do filho.
A guarda ou convivência compartilhada abrange tanto a guarda física, como a
jurídica, sendo esta em situações de divórcio, ambos os pais possuem o
direito de tomar as decisões sobre o futuro dos filhos, embora a criança resida
unicamente com um dos pais, que exerce a sua guarda física e aquela é um
arranjo para que ambos os pais possam estar o maior tempo possível com
seus filhos, apresentando-se sob as mais diversas modalidades, nas quais a
criança fica praticamente a metade de seu tempo com cada um deles[6].
Portanto, se o casal resolve se separar e na cidade onde o filho mora não
atender as necessidades de ordem afetiva, social, educacional, cultural e
econômica, pode acompanhar aquele genitor que está indo para a outra
cidade onde lhe propicia uma melhor qualidade de vida.

Sobre a responsabilidade de cuidar do filho, há de se visar sempre o melhor


interesse dele, existe ainda:

Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei nº 8.069 de 13 de julho de


1990:
Artigo 4º - É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do
poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos
referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à
convivência familiar e comunitária.

Artigo 19 - Toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado no


seio da sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a
convivência familiar e comunitária, em ambiente livre da presença de pessoas
dependentes de substâncias entorpecentes.

Lei nº 12.318, de 26 de agosto de 2010 (Dispõe sobre a alienação


parental)
Artigo 2º: Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação
psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos
genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a
sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause
prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este.
Parágrafo único. São formas exemplificativas de alienação parental, além
dos atos assim declarados pelo juiz ou constatados por perícia, praticados
diretamente ou com auxílio de terceiros:
...

VII - mudar o domicílio para local distante, sem justificativa, visando a


dificultar a convivência da criança ou adolescente com o outro genitor, com
familiares deste ou com avós.
Código Civil
Artigo 1.634: Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua situação
conjugal, o pleno exercício do poder familiar, que consiste em, quanto aos
filhos:

...

V - Conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para mudarem sua residência


permanente para outro Município;
Nesse toar, Dra. Regina Beatriz Tavares da Silva, entende: “já se assim não
for, o Poder Judiciário estará dando guarida a atitudes de mudança para outro
Estado ao arrepio do disposto no art. 1.634, V do Código Civil, possibilitando
a mudança de filho menor para outra cidade, para somente depois ser pedida
a regularização dessa situação, e estará desvirtuando o entendimento legal e
jurisprudencial a respeito. Afinal, se ocorrer a mudança de cidade e se for
considerado como competente o juiz da comarca de destino para julgar a
ação referente ao suprimento de outorga e à guarda do filho menor,
obviamente que estarão enfraquecidas as disposições legais protetivas dos
interesses do filho menor na convivência com ambos os genitores”

http://adfas.org.br/2020/02/18/professora-regina-beatriz-comentaamudanca-
de-filho-menor-para-outra-cidade-em-artigoeem-video/

Você também pode gostar