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ASSISTÊNCIA AO PUERPÉRIO

Profª Tatiana Melo

1 Professora Msc. Tatiana Melo


Caro aluno(a)!
Nessa aula, abordaremos as ações
no período pós-parto conhecido
como puerpério, enfocando
especialmente a consulta puerperal.

Bons estudo!!!

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Puerpério
• É período cronologicamente variável, durante o qual
se desenrolam todas as manifestações involutivas e
de recuperação da genitália materna havidas após o
parto.
• Vai do parto até a volta do organismo materno às
condições pré-gravídicas
• A involução puerperal completa-se no prazo de 6
semanas.
• Pós-parto imediato (do 1º ao 10º dia)
• Pós-parto tardio (do 11º ao 45º dia)
• Pós-parto remoto (além do 45º dia, com término
imprevisto)

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Importante
• Recomenda-se uma visita domiciliar na primeira
semana após a alta do bebê.
• Caso o RN tenha sido classificado como de risco,
a visita deverá acontecer nos primeiros 3 dias
após a alta.
• O retorno da mulher e do recém-nascido ao
serviço de saúde e uma visita domiciliar, entre 7 a
10 dias após o parto, devem ser incentivados
desde o pré-natal, na maternidade e pelos
agentes comunitários de saúde na visita
domiciliar.

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Primeira Semana de Saúde Integral
“Primeira Semana de Saúde Integral”: ações que
devem ser desenvolvidas durante o acolhimento da
mulher e do RN por profissional de saúde habilitado:
• Apresente-se, pergunte o nome da mulher e do
recém-nascido e atenda-os com respeito e
gentileza;
• Escute o que a mulher tem a dizer, incluindo
possíveis queixas, estimulando-a a fazer perguntas;
• Informe a ela dados sobre os passos da consulta e
esclareça suas dúvidas.
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Assistência no Período Puerperal
No planejamento das ações da equipe de Atenção Básica,
deve-se garantir o acompanhamento integral da mulher e da
criança, além de estimular (desde o pré-natal) o retorno
precoce da mulher e do recém-nascido ao serviço de saúde
após o parto. Isso pode ser concretizado com:
• agendamento do primeiro atendimento na AB antes no
momento da alta da maternidade;
• realização da visita domiciliar na primeira semana após o
recém-nascido (RN) ter recebido alta (em até três dias da
alta em caso de recém-nascido de alto risco); e
• agendamento de consulta de puerpério tardio até 42 dias
após o parto.
Essas ações prioritárias devem ocorrer no puerpério imediato
e tardio. O cuidado no puerpério remoto deve ser
singularizado de acordo com as necessidades da mulher.
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Pós-parto imediato
• Crise genital – prevalecem os fenômenos
catabólicos e involutivos das estruturas
hipertrofiadas ou hiperplasiadas pela prenhez.
• Nas primeiras 12 hs pós-parto o fundo de útero
mede 12 cm entre a cicatriz umbilical e a pubis.
• Até o 10º dia o útero é um órgão abdominal; depois
retorna a pelve.

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Pós-parto imediato
COLO DO ÚTERO:
• A reconstituição é relativamente rápida;
• Com 3 dias do parto está anatomicamente
reconstituído.
Na lactante, a involução uterina é mais rápida, pelo
exacerbarem-se retração e contratilidade uterinas, a
cada amamentação. É o reflexo utero-mamário.
LÓQUIOS: primeiros 3 a 4 dias são sanguíneo, depois
tornam-se serossanguíneo de coloração acastanhada.

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Pós-parto Tardio
• É o período de transição onde toma impulso a
recuperação genital.
• ÚTERO: continua a regredir, porém nunca a proporções
de uma nulípara;
• LÓQUIOS: prossegue até meados do pós-parto tardio,
passando de serossanguíneo a seroso.

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Pós-parto Remoto
• É o período de duração imprecisa, a variar com a
presença ou não da lactação.
• Nas mulheres que não amamentam a menstruação
retorna, em média, com 1,5 mês;
• Nas lactantes, os prazos dependem da duração do
aleitamento.

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Involução dos Sistemas Extragenitais
SISTEMA ENDÓCRINO:
• A amamentação pode inibir a fertilidade pela
ação direta do estímulo do mamilo sobre o
hipotálamo por via neurendócrina, elevando a
prolactina e inibindo o FSH e o LH.

SISTEMA CARDIOVASCULAR:
• Aumento do rendimento cardíaco na 1ª hora do
pós-parto
• Normalização da pressão venosa dos MMII.

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Involução dos Sistemas Extragenitais

SISTEMA SANGUÍNEO:
• Concentração de Hb volta a níveis pré-gravídicos em 6
sem do parto
• Aumenta a tendência à coagulação
SISTEMA URINÁRIO:
• A diurese é inicialmente escassa, do 2º ao 6º dia
estabelece abundante excreção urinária, que elimina a
água acumulada durante a gestação.

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Involução dos Sistemas Extragenitais

SISTEMA DIGESTIVO:
• O funcionamento fisiológico dos intestinos é
restaurado no 3º ou 4º dia.
PELE
• Alterações cutânea desaparecem (hiperpigmentação,
lanugem)
PESO
• Perda acentuada nos primeiros 10 dias.

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Consulta Puerperal

• ATENÇÃO!!!
• O retorno da mulher e do recém-nascido ao serviço de
saúde, depois do parto, deve ser incentivado desde o
pré-natal e na maternidade.
• Uma vez que boa parte das situações de morbidade e
mortalidade materna e neonatal acontecem na
primeira semana após o parto.

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OBJETIVOS
•Avaliar estado de saúde da mulher e retorno às condições
pré-gravídicas;
•Avaliar aleitamento materno;
•Orientar planejamento familiar;
•Identificar situações de risco e conduzi-las
•Avaliar interação com o recém-nascido; e
•Complementar ou realizar ações não executadas no pré-
natal.

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Histórico
•Identificação de antecedentes patológicos e ou
obstétricos durante a gravidez e no parto;
•Patologias no puerpério imediato;
•Dados do parto;
•Dados do recém-nascido;
•Dados sobre amamentação;
•Identificação de intercorrências na gestação, no parto e
no pós-parto;
•Uso de medicamentos (ferro, ácido fólico, vitamina A).

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Exame Físico
• Verificar sinais vitais;
• Avaliar o estado psíquico da mulher;
• Observar estado geral: pele, mucosas, presença de
edema, cicatriz (parto normal com episiotomia ou
laceração/cesárea) e membros inferiores;
• Examinar mamas, verificando a presença de
ingurgitamento, sinais inflamatórios, infecciosos ou
cicatrizes que dificultem a amamentação;
• Examinar abdômen, verificando a condição do útero e
se há dor à palpação;
• Examinar períneo e genitais externos (verificar sinais
de infecção, presença e características de lóquios);
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Conduta
• Orientar sobre:
 higiene, alimentação, atividades físicas;
 atividade sexual, informando sobre prevenção de
DST/Aids;
 cuidado com as mamas, reforçando a orientação sobre
o aleitamento (considerando a situação das mulheres
que não puderem amamentar);
 cuidados com o recém-nascido;
 direitos da mulher (direitos reprodutivos, sociais e
trabalhistas).

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 Aplicar vacinas, dupla tipo adulto e tríplice viral, se
necessário;
 Oferecer teste anti-HIV e VDRL, com aconselhamento
pré e pós-teste, para as puérperas não aconselhadas
e testadas durante a gravidez e o parto;
 Prescrever suplementação de ferro: 40mg/dia de
ferro elementar, até três meses após o parto, para
gestantes sem anemia diagnosticada;
 Tratar possíveis intercorrências;
 Registrar informações em prontuário;
 Agendar nova consulta de puerpério (entre 30 e 42
dias pós-parto).

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Método Anticoncepcional
durante o Aleitamento
• A escolha do método deve ser sempre personalizada.
• Para orientar o uso de métodos anticoncepcionais no
pós-parto, deve-se considerar: o tempo pós-parto, o
padrão da amamentação, o retorno ou não da
menstruação, os possíveis efeitos dos
anticoncepcionais hormonais sobre a lactação e o
lactante.
• A associação amenorréia e lactação exclusiva com livre
demanda (LAM)

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Método Anticoncepcional durante o Aleitamento
• A mulher que está amamentando e necessita, ou deseja,
proteção adicional para prevenir a gravidez deve primeiro
considerar os métodos sem hormônios (DIU e métodos
de barreira);
• O anticoncepcional hormonal oral apenas de
progestogênio (minipílula) e Injetável trimestral (com
progestogênio isolado) podem ser utilizados por
lactantes.
• Nos casos da minipílula e do injetável trimestral o inicio
do uso deve ser após 6 semanas do parto.
• O anticoncepcional hormonal oral combinado e o
injetável mensal não devem ser utilizados em lactantes,
pois interferem na qualidade e na quantidade do leite
materno e podem afetar adversamente a saúde do bebê.
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Aspectos Emocionais do Puerpério
•Quando uma criança nasce, ocorrem mudanças na vida
da mãe e da sua família e surge a necessidade de
adaptação à chegada do novo ser.
•E adaptar-se não é uma tarefa fácil, especialmente
quando se trata do primeiro filho. Os pais necessitam
modificar seu sistema conjugal, criando um espaço para
o filho, seja ele o primeiro ou não. Além disso, precisam
aprender a unir as tarefas financeiras e domésticas com a
função da educação dos pequenos.

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Aspectos Emocionais do Puerpério

• Os profissionais de saúde da atenção primária têm


um papel importante quando observam problemas
na relação dos pais com os bebês.
• No atendimento à puérpera e ao seu bebê, é
importante observar, no ato da amamentação, se o
bebê busca encontrar o olhar da mãe e se esta
consegue responder tais solicitações, se
comunicando com ele. Ou nos casos em que a
amamentação não é possível, observar a forma
como a mãe e a criança se olham e se comunicam.

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É importante que o profissional da
Atenção Primária à Saúde:
• Esteja atento a sinais e sintomas que se configurem como
mais desestruturantes e que fujam da adaptação “normal”
e da característica do puerpério;
• Leve em consideração a importância do acompanhamento
da puérpera desde a primeira semana após o parto,
prestando o apoio necessário à mulher no seu processo de
reorganização psíquica, quanto ao vínculo com o seu bebê,
nas mudanças corporais e na retomada do planejamento e
da vida familiar;
• Inclua a família nos atendimentos de puericultura e no
amparo à puérpera;
• Forneça orientações quanto ao aleitamento materno
exclusivo, acolha as ansiedades e fantasias da puérpera,
abra espaço para dúvidas e ofereça dicas práticas para
facilitar o ato da amamentação.
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Diferencial sinóptico dos sofrimentos
mentais puerperais

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Diferencial sinóptico dos sofrimentos
mentais puerperais

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Estudamos que a assistência no
período puerperal implica na
oferta de visita na “Primeira
Semana de Saúde Integral” e na
consulta puerperal, visando a
identificação de riscos e
vulnerabilidades.

Sucesso sempre!

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REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Sírio-Libanês de
Ensino e Pesquisa. Protocolos da Atenção Básica: saúde
das mulheres. Brasília: Ministério da Saúde, 2016. 230 p.

BRASIL. Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de


Atenção Básica. Atenção ao pré-natal de baixo risco.
Caderno de atenção básica nº32. Brasília/ DF: Ministério
da Saúde, 2012.

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