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I

Notas introdutórias

• A dimensão individual e colec0va do trabalho assalariado

– Dimensão individual – relação entre sujeitos individuais (trabalhador e empregador)

– Dimensão coletiva – determinadas colec:vidades (grupos sociais), situadas em posições


diferentes no processo produ:vo, exprimem interesses entre si divergentes, demonstrando
uma tendência natural para conflituar entre si

• O que é o Direito Coletivo do Trabalho?

– sector do Direito do Trabalho

– composto essencialmente por normas legais

– que vão regular os fenómenos Coletivos laborais/que vão regular o modo por que se
desenvolvem as relações e atividades desses grupos sociais

• Que fenómenos colec,vos laborais?

– Organizações - Formas organizadas que os grupos de trabalhadores e empregadores têm de


defender e promover os seus interesses colec9vos

– Negociações – acordos através dos quais os grupos sociais organizados de trabalhadores e


empregadores procuram a realização dos seus interesses

– Conflitos – confrontos entre os grupos sociais portadores de interesses contrapostos


(reivindicações desatendidas, negociações falhadas)

– Organizações > Estruturas de representação coletiva (em especial, associações sindicais e


comissões de trabalhadores)

– Negociações > Instrumentos de regulamentação coletiva de trabalho (em especial, a


convenção coletiva de trabalho)

– Conflitos > em especial, a greve, enquanto conflito coletivo laboral paradigmá:co

• Direito Coletivo/Relação Individual de Trabalho

– Que relação?

– Influencia sobre as relações laborais individuais – Como?

• Uma parte das normas que vão disciplinar as relações individuais de trabalho são normas
oriundas de um fenómeno Coletivo, a convenção coletiva de trabalho

• Direito Colec0vo/Autonomia Colec0va

– Autonomia privada – processo que faculta aos sujeitos privados a liberdade para cons:tuírem
e modelarem as relações jurídicas em que par:cipam; possibilidade de auto-regulação

• O ordenamento jurídico pode reconhecer em maior ou menor medida essa capacidade de


auto-regulação

• Direito Colec0vo/Autonomia Colec0va


– Manifestações/concre:zações da Autonomia Privada

• Autonomia privada individual – contrato de trabalho

• Autonomia privada colecAva – capacidade reconhecida pelo Estado a certos grupos sociais
organizados de emiArem por um processo próprio normas de conduta e fórmulas de equilíbrio

– Celebração de convenções colec0vas

– Definição dos interesses a prosseguir através da greve

• As Organizações

– Associações sindicais

– Comissões de trabalhadores

– Conselhos de empresa europeus

– Conselhos de trabalhadores

– Representantes dos trabalhadores para a segurança e saúde no trabalho

– Associações de empregadores

• Associações sindicais

– Elementos da noção de sindicato (I)

• ente colecAvo

• de Apo associaAvo

• com carácter voluntário

• de carácter permanente, estável, duradouro

• de trabalhadores dependentes ou subordinados

• para defesa dos seus interesses económicos e sociais

– Art. 442.º do CT vs. art. 55.º da CRP

– interesses laborais em sen0do estrito (interesses socioprofissionais/condições de trabalho)


vs. interesses económicos e sociais?

– Classificações (II)

• Critério do âmbito subjecAvo

– Associação sindical de profissão ou de oJcio (horizontais)

» Ex. 1- Sindicato dos professores

» Ex. 2 - Sindicato dos médicos

» Ex. 3 – Sindicato dos electricistas

– Associação sindical de ramo de ac0vidade (ver0cais)

» Ex. 1- Sindicato dos trabalhadores das Indústrias Eléctricas


» Ex. 2 – Sindicato dos profissionais da Indústria de Hoteleira, Turismo e Restauração

» Ex. 3 - Sindicato de todos os profissionais da educação (STOP)?

• Critério do âmbito territorial

– Associações sindicais nacionais

» Ex. 1 - Sindicato Nacional dos Motoristas

» Ex. 2 - Sindicato Nacional da Indústria e da Energia

» Ex. 3 - Fenprof (Federação Nacional dos Professores)

– Associações sindicais regionais

» Ex. 1 - Sindicato dos Professores da Região Centro

» Ex. 2 - Sindicato dos Trabalhadores da Função Pública do Sul

– Associações sindicais locais/distritais

» Ex. 1 - Sindicato dos Trabalhadores da construção civil, madeiras e mármores do distrito de


Setúbal

» Ex. 2 - Sindicato dos Trabalhadores do Sector TêxOl do Distrito de Aveiro

– Classificações (II)

• Critério do nível de organização (art. 442.º do CT)

– Sindicato (1.º grau)

» Ex. 1- Sindicato Independente dos Médicos

» Ex. 2- STOP

– Federações de sindicatos e uniões (2.º grau)

» Ex. 1 - Fenprof (Federação Nacional dos Professores)

» Ex. 2 - União dos Sindicatos de Leiria – Confederações (3.º grau)

» Ex. 1 - CGTP (Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional)

» Ex. 2 - UGT (União Geral de Trabalhadores)

• Figuras afins (II)

• Ordens Profissionais

– associações de direito público

– de representação de determinadas profissões

– que têm como objecOvos:

» a definição e a imposição de regras técnicas e deontológicas de exercício de determinada


profissão e do regime disciplinar inerente

» a cerOficação para o exercício da profissão


» a defesa de interesses colecOvos da profissão

– Ex: Ordem dos médicos, dos advogados, dos farmacêuOcos, dos arquitectos, dos
enfermeiros, dos engenheiros, dos economistas

– Lei 2/2013, de 10 de Janeiro - Estabelece o regime jurídico de criação, organização e


funcionamento das associações públicas profissionais

• Associações sindicais versus Ordens Profissionais

– Aspectos comuns

» Ambas podem agregar/representar trabalhadores de um determinada profissão (mas...)

» Ambas podem agregar trabalhadores subordinados (mas...)

» Ambas visam a defesa de interesses colec0vos (mas...)

• Associações sindicais versus Ordens Profissionais

– Aspectos dis0n0vos

» Natureza privada # Natureza pública

» Inscrição voluntária # Inscrição obrigatória

» Funções de 0po privado # Funções de 0po privado e público

» Representação de interesses laborais # Representação de interesses da profissão

» Trabalhadores subordinados # Trabalhadores subordinados e Trabalhadores independentes

» Pluralismo # Unicidade

• Liberdade sindical (I)

– Direito, liberdade e garan:a dos trabalhadores

– Consagração legal

• Art. 55.º da CRP - “É reconhecida aos trabalhadores a liberdade sindical, condição e garanAa
da construção da sua unidade para defesa dos seus direitos e interesses”

• Liberdade sindical (II)

– Dimensões (direito de estrutura complexa)

• Dimensões colecAvas

– Direitos das associações sindicais face a terceiros

» Ex. Liberdade de organização e de regulamentação

• Dimensões individuais

– Direitos dos trabalhadores face a terceiros

» Ex.: Liberdade de inscrição/não inscrição

Liberdade sindical (III)


– Conteúdo (direito de estrutura complexa)

• Liberdade de cons7tuição de sindicatos (art. 55.º, n.º 2-a) da CRP)

• Liberdade de inscrição (art. 55.º, n.º 2-b), da CRP)

– dimensão posiOva (art. 444.º/1 do CT)

– dimensão negaOva (art. 444.º/6 do CT)

• Liberdade de organização e de regulamentação interna (art. 55.º/2-c), da CRP), com respeito


pelo princípio democrá7co (art. 55.º/3 da CRP).

• Liberdade de Ação sindical na empresa (art. 55.º, n.º 2-d), da CRP, art. 460.º e ss. do CT)

– Liberdade de cons,tuição de sindicatos (art. 55.º/2/a) da CRP)

• Liberdade de cons7tuição de associações sindicais, a todos os níveis (1.º, 2.º e 3.º graus)

• Liberdade de escolha do respec7vo âmbito pessoal (sectorial ou profissional) e geográfico

• Liberdade de dissolução da associação sindical pelos seus associados

• Liberdade de cons7tuição de sindicatos paralelos/concorrentes – pluralismo sindical

– Não sujeição a qq forma de autorização administraOva (art. 447.º do CT) > apenas registo
junto do Ministério >publicação no BTE > apreciação da legalidade pelo MP

– Proibição de dissolução por via administraOva (art. 456.º do CT)

– Liberdade de inscrição (art. 55.º, n.º 2-b), da CRP)

• Dimensão posiAva

– Liberdade de inscrição num sindicato à sua escolha que na área da sua ac0vidade, represente
a categoria respe0va

» Limite: proibição da dupla inscrição (art. 444.º/5 do CT)

• Dimensão negaAva

– Direito de não inscrição no sindicato, bem como o direito de o abandonar a todo o tempo
(art. 444.º/6 do CT)

– Direito de não pagar quotas ou contribuições para sindicato em que não esteja inscrito (art.
457.º do CT)

– Tutela da liberdade sindical de inscrição (art.406.º do CT + art. 55.º da CRP)

• Pactos e actos anAsindicais, visando aAngir a liberdade sindical de inscrição e reduzir a


influência do sindicato (ou reforçar o sindicato do agrado das enAdades empregadoras)

– Acordos ou actos que visam subordinar o emprego do trabalhador à condição de este se não
filiar numa associação sindical ou à de se re0rar daquela em que se encontra inscrito

» Listas negras

» Inquéritos sobre preferências sindicais > direito à reserva pessoal das preferências sindicais >
(direito à mentira?)
– Tutela da liberdade sindical de inscrição (art. 406.º do CT + art. 55.º da CRP)

• Pactos de segurança sindical, que aAngem a liberdade sindical negaAva (de não inscrição, de
abandono), com o objecAvo de promover o reforço dos sindicatos

– Ex.Cláusula de empresa fechada/closed shop

– Ex. Cláusula de empresa aberta/union shop

– Ex. Cláusula de preferencia sindical/ “preferen0al hiring”

– Liberdade de organização e de regulamentação interna (art. 55.º/2/c) da CRP)

• Liberdade de auto-organização e liberdade estatutária (aprovar estatutos e regulamentos,


eleger representantes, programar a acAvidade)

– com respeito pelos princípios da organização e da gestão democrá0cas (eleição periódica,


escrulnio secreto, etc) – art. 451.º do CT

– possibilidade de surgimento de diferentes orientações no seio de cada associação sindical –


obrigação de os estatutos definirem o direito de tendência

• Observações:

– para lá desta liberdade, no plano interno, as associações sindicais gozam também de


liberdade, no plano externo, isto é, de desenvolver a ac9vidade programada no mundo exterior
na promoção da defesa dos interesses dos trabalhadores (associação sindical como sujeito
poli9co)

– para lá de actos que lesam a liberdade de inscrição e não inscrição (pactos an9-sindicais e
pactos de segurança sindical), há também actos que violam a autonomia e independência das
associações sindicais (art. 405.º), designadamente actos de pressão e ingerências ilegí9mas dos
poderes públicos ou dos empregadores

– Liberdade de Ação sindical na empresa (art. 55.º/2 d) da CRP)

• Direito a desenvolver a sua ac7vidade no seio da empresa

– Reconhecimento de estruturas sindicais no âmbito da empresa:

» secção sindical

» delegado sindical

» comissão sindical

» comissão intersindical – art. 442.º/1/e), f), g) e h) do CT

– Concessão de facilidades – medidas dirigidas a apoiar a Ação sindical

» Beneficiários

• Representantes sindicais (delegados sindicais)

• Associações sindicais

• ColecOvo dos trabalhadores

• Exemplos de facilidades/medidas
– Direito de reunião dos trabalhadores no local de trabalho (dentro ou fora do horário de
trabalho) – art. 461.º do CT

– Direito de afixação e distribuição de informação sindical - art. 465.º do CT

– Direito a informação e consulta de delegado sindical, sobre as matérias contempladas no art.


466.º do CT

– Direito a instalações na empresa ou na sua proximidade para o exercício de funções dos


delegados sindicais – art. 464.º do CT

– Direito de não comparecer no trabalho para desempenho de funções sindicais – crédito de


horas (sem perda de remuneração) até certo limite + faltas jus0ficadas (com perda de
remuneração), uma vez a0ngido o limite - arts. 408.º, 409.º e 468.º do CT

• Direitos/prerroga,vas das associações sindicais

– Direito de celebrar convenções colec9vas (art. 56.º/3 da CRP> art. 443.º/1/a) do CT)

– Direito de decretar e gerir a greve (art. 531.º/1 do CT)

– Direito de par9cipar na elaboração da legislação laboral (art. 56.º/2/a) da CRP >art.


443.º/1/c) do CT)

– Direito de iniciar e intervir em processos judiciais e em procedimentos administra9vos


quanto a interesses dos seus associados (art. 443.º/1/d) do CT)

– Direito de estabelecer relações ou de se filiar em organizações sindicais internacionais (art.


443.º/1/e) do CT)

• Qual o âmbito subjec0vo da liberdade sindical? Quem é trabalhador para efeitos de liberdade
sindical?

– Critério da profissionalidade, da dependência económica e determinação das condições de


trabalho

• são trabalhadores os que:

– exercem permanentemente uma ac0vidade professional

– com dependência económica, i.e., encontram-se economicamente dependentes da profissão


desenvolvida não só para se sustentarem como para sustentarem as suas famílias

– em condições heteronomamente determinadas.

• Casos pacíficos

– Trabalhadores da Administração Pública (com vínculo de emprego público)

• Em geral, este direito é reconhecido aos trabalhadores públicos, independentemente do 7po


de vínculo (art. 337.º da LFTP)

– Contrato de trabalho em funções públicas

– Nomeação

– Comissão de serviço
• Nota: Excluem-se

– Os membros do governo e dos governos regionais

– Os deputados

– Os governadores civis

– Os vereadores de câmaras municipais

– Cargos de confiança política (chefes de gabinete)

• Casos controversos

– Desempregados (trabalhadores que, tendo perdido por qualquer mo:vo o emprego, tenham
capacidade e disponibilidade para trabalhar)

• Art. 444.º/2 do CT

• Condição transitória

• Interesses em comum com trabalhadores

– Reformados (por inavalidez ou por velhice)

• Art. 444.º/2 do CT

• ParAlha de interesses conexos com a profissão (reformas e pensões; acumulação de pensão


com trabalho; etc.)

– Ver noção de sindicato e questão dos interesses a prosseguir através do sindicato/áreas de


intervenção;

» Interesses laborais em sen0do estrito - condições de trabalho? Interesses mais vastos, de


cariz polí0co?

» Esfera económica e polí0ca? Esfera cultural, social recrea0va?

– Forças Armadas

– Forças de segurança - Guarda Nacional Republicana, Polícia Marí:ma

• São trabalhadores para efeitos do art. 55.º da CRP?

• Em caso afirmaAvo, há alguma norma consAtucional que:

– os exclua?

– permita que a lei ordinária os exclua ou restrinja o exercício do direito?

– Que não permita sequer a sua restrição?

– Conceito de trabalhador – exercem permanentemente uma ac0vidade profissional ✓

– com dependência económica, i.e., encontram-se economicamente dependentes da profissão


desenvolvida não só para se sustentarem como para sustentarem as suas famílias ✓

– em condições heteronomamente determinadas ✓

• Dados normaAvos consAtucionais


– O art. 270.º da CRP

• Dados normaOvos infra-consOtucionais

– Lei 39/2004 (GNR)

» Direito de cons7tuir associações de carácter profissional

• Vedado:

• Filiação em associações sindicais

• Convocar reuniões ou manifestações públicas de carácter polí7co, par7dário ou sindical ou


nelas par7cipar,

– Lei 53/98 (Polícia Marí7ma)

» Direito de cons7tuir associações de carácter profissional

» As associações profissionais legalmente cons7tuídas prosseguem fins diversos das


associações de natureza sindical, não lhes sendo permi7do, entre outros, decidir o recurso à
greve.

• Vedado:

• Convocar reuniões ou manifestações de carácter polí7co, par7dário ou sindical

• Par7cipar em reuniões ou manifestações de carácter polí7co, par7dário ou sindical

• Ser filiado em quaisquer associações nacionais de natureza sindical;

• Argumentos contra

– O argumento da neutralidade (alheios à polí0ca: prossecução do interesse geral/aceitação


das escolhas polí0cas legalmente adoptadas)

– O argumento do apar0darismo (alheios aos par0dos polí0cos)

– O argumento do comando/defesa da segurança pública, integridade territorial

• Argumentos a favor

– Ac0vidade sindical # ac0vidade polí0ca

– O teor literal do art. 270.º

– O direito internacional (com excepção da Carta Social Europeia)

» CEDH (admite apenas restrições)

» Convenções da OIT (não permitem a supressão)

– Magistrados judiciais?

• Gozam do direito de associação? Associações parAdárias? Associações políAcas?

• Gozam do direito de associação sindical?

• Gozam do direito à greve?


– São trabalhadores para efeitos cons0tucionais? São funcionários públicos?

– A CRP exclui ou restringe estes direitos?

• Argumentos a favor (JGC, LF, RPR)

– O silêncio da CRP (argumento a contrario sensu) # Cons:tuição Espanhola

– A natureza dual do seu estatuto: :tulares de órgãos de cargos públicos com estatuto de
independência na interpretação e aplicação da lei + trabalhadores (não usufruem de
autonomia no que respeita à fixação das condições em que se processa o exercício da
respec:va a:vidade funcional - v.g., salários, horário de trabalho, férias, segurança social,
reforma, instalações, etc)

• Argumentos contra (JM)

– As restrições expressas não esgotam as restrições possíveis e necessárias

• Outros exemplos

– Titularidade de um órgão de soberania

• Relação de iden7ficação com o Estado vs relação de subordinação perante o Estado

– Carreira profissional com par9cularidades: poder disciplinar exercido/par9cipado pelos


próprios

– Perigo da diluição da separação de poderes (interferência do poder judicial na elaboração das


leis)

– Magistrados do Ministério Público

• magistratura de representação do Estado, cabendo-lhe especialmente exercer a Ação penal,


de acordo com as prioridades da políAca criminal definidas pelo poder políAco

• magistratura hierarquizada na sua organização e subordinada e responsável no exercício das


suas funções, sob comando do procurador-geral da República, livremente nomeado e
exonerado pelo poder políAco

• Funcionários públicos

– Liberdade sindical: Sindicatos dos Magistrados do Ministério Público

– Trabalhadores autónomos economicamente dependentes?

• Subordinação jurídica #Dependência económica (estado de dependência do prestador em


relação ao rendimento proveniente doutro contraente)

• Posição de alguns instrumentos internacionais

– Convenção n.º 177 da OIT

• Art. 55.º da CRP – referência a trabalhadores

– Inclui trabalhadores equiparados

• ParAlha de alguns interesses e necessidades

• Solução de equiparação do art. 10.º do CT


– “direitos de personalidade, igualdade e não discriminação e segurança e saúde no trabalho”

• Desafios do sindicalismo no século XXI

– Transformações culturais

• acentuar do individualismo

• défice de cidadania e de parAcipação na vida colecAva (embora novos movimentos sociais)

– Modelos de organização produ:va

• descentralização do processo produAvo

• subcontratação

– Modelos de laboração

• novas formas de trabalho precário

• novas formas de trabalho com recurso à digitalização

Comissões de trabalhadores

– Forma de organização dos trabalhadores no interior da empresa

– Elementos

• Organização dotada de personalidade jurídica

• ConsAtuída por trabalhadores subordinados

• Independentemente da categoria profissional

• Que são eleitos entre os trabalhadores da empresa mediante votação

• Que visa defender os interesses dos trabalhadores de uma determinada empresa

• Tutela cons,tucional (Dimensões)

– Liberdade de cons,tuição de comissões de trabalhadores nas empresas (art. 54.º/1 da CRP)

• Direito de os trabalhadores cons7tuirem comissões de trabalhadores (ver arts. 416.º, 430.º,


438.º e 439.º do CT)

– Sem interferência do Estado/empregador

» Apenas registo junto do Ministério do Trabalho > publicação no BTE> apreciação da


legalidade pelo MP

– Qualquer Opo de empresa – independentemente da dimensão da empresa, da natureza da


acOvidade, do carácter público ou privado da empresa

– Uma empresa > Uma comissão – proibição de comissões de trabalhadores paralelas ou


concorrentes (pp. da unicidade)

» Contudo, admissibilidade de subcomissões (art. 415.º/2 do CT)

• Direito de os trabalhadores dissolverem comissões de trabalhadores


– Liberdade de organização e regulamentação interna (art. 54.º/2 da CRP)

• Elaboração dos estatutos

– Conteúdo mínimo (art. 434.º do CT)

• Eleição dos membros

– Voto secreto e directo (art. 433.º do CT)

– Respeito pelo pp. democráOco (peridocidade, liberdade e igualdade de candidaturas)

– Liberdade de coordenação (art. 54.º/3 da CRP)

• Criação de comissões coordenadoras para conjugar esforços e prosseguir objec7vos comuns

– Art. 415.º/4 do CT

– Art. 435.ºe ss. do CT

– Direitos da Comissões de trabalhadores

• Direito à informação: direito de obter esclarecimentos de carácter económico e social


necessários ao exercício da ac7vidade (art. 54.º/5, a) da CRP)

– Âmbito da informação: vasto > lista de matérias do art. 424.º do CT; sem prejuízo de outros
processos de informação previstos na lei

– Procedimento: forma escrita >Art. 427.º do CT

– Limites: dever de sigilo e confidencialidade: Art. 412.º do CT

• Direito à consulta prévia: direito de ser consultada antes da tomada de decisões patronais

– Âmbito das matérias > art. 425.º do CT; sem prejuízo de outros processos de consulta
previstos na lei

– Procedimento: prazo para emiOr parecer > Art. 427.º do CT

– Limites: dever de sigilo e confidencialidade: Art. 412.º do CT

• Direito de controlo de gestão e de par7cipação nos processos de reestruturação (art. 54.º/5


b) e c) da CRP)

– Intensidade variável (parecer, recomendação, parecer favorável)

– # cogestão

• Direito de par7cipação na elaboração da legislação laboral (art. 54.º/5 d) da CRP)

– Noção de legislação laboral (art. 469.º do CT)

– SenAdo da parAcipação – possibilidade de pronúncia prévia (através de pareceres/audições)


sobre projectos e propostas legislaAvas publicados nos jornais oficiais (art. 470.º, 474.º do CT)

– Alcance da parAcipação: elemento de trabalho # Voto ou Veto (art. 475.º do CT)

– Falta de parAcipação: InconsAtucionalidade procedimental

• Associações sindicais vs. Comissões de Trabalhadores


– O modelo dualista: o nosso ordenamento reconhece a dualidade de instâncias representa:vas
dos trabalhadores no âmbito da empresa – arts. 54.º e 55.º da CRP; arts. 415.º e ss. e arts.
440.º e ss. do CT

• Associações sindicais vs. Comissões de trabalhadores

– Pontos de contacto

• Pessoas colecAvas em senAdo próprio;

• Pessoas colecAvas de direito privado;

• Associações em senAdo estrito;

• Associações consAtuídas por trabalhadores subordinados;

• Associações que têm como fim a defesa dos interesses dos trabalhadores;

• Associações sindicais vs. Comissões de trabalhadores

– Pontos de contacto

• Direitos comuns

– Direito de par0cipação da elaboração da legislação laboral (art. 56.º/2/a) e art. 54.º/5/d) da


CRP);

– Direito de par0cipação nos processos de reestruturação da empresa (art. 56.º/2/e) e art.


54.º/5/f) da CRP);

– Direito à informação e consulta (art. 54.º/5/a) e art. 55.º/6 da CRP; art. 424.º e art. 466.º do
CT);

• Associações sindicais vs. Comissões de trabalhadores

– Aspectos dis9n9vos

• Âmbito de ac7vidade empresarial da CT vs. âmbito supra- empresarial da AS (contudo, figura


do delegado sindical, secção sindical);

• CT formadas por trabalhadores de uma empresa independentemente da categoria


profissional vs. AS formadas por trabalhadores de determinada categoria ou sector de
ac7vidade

• Opção pela unicidade da CT (art.415/1.º), temperada pelo pela possibilidade de criar


subcomissões nas empresas com estabelecimentos dispersos (art. 415.º/2) vs. opção pelo
pluralismo sindical ao nível das AS

• Inscrição na AS vs. desnecessidade de inscrição na CT

• Associações sindicais vs. Comissões de trabalhadores

– Aspectos dis:n:vos

• Direitos exclusivos das AS – exercício do direito de contratação colecAva (art. 56.º/3 da CRP);
direito de decretar e de gerir a greve (art. 531.º)
• Direitos exclusivos das CT – exercer o controlo de gestão nas empresas (art. 54.º/5/b) da
CRP); gerir ou parAcipar na gestão das obras sociais da empresa (art. 54.º/5/e) da CRP)

• Tutela dos representantes

– Base norma9va: art. 55.º/6 da CRP + art. 54.º/4 da CRP

– Ra3o da tutela

• Maior exposição > actuação reivindica7va > alvo de represálias/condutas discriminatórias >
necessidade de tutela

• Actuação reivindica7va > condições para o exercício efec7vo da defesa dos trabalhadores >
necessidade de tutela

– Âmbito subjec:vo da tutela

• Quem são os beneficiários da tutela?

– Membros da estruturas de representação dos trabalhadores

» Delegado sindical

» Membro da comissão de trabalhadores

» Representantes dos trabalhadores para a segurança e saúde

– Membros dos corpos sociais de associação sindical

• Tutela I: transferência de local de trabalho (art. 411.º do CT)

– 1 - O trabalhador membro de estrutura de representação colec9va dos trabalhadores não


pode ser transferido de local de trabalho sem o seu acordo, salvo quando tal resultar de
ex9nção ou mudança total ou parcial do estabelecimento onde presta serviço.

2 - O empregador deve comunicar a transferência do trabalhador a que se refere o número


anterior à estrutura a que este pertence, com antecedência igual à da comunicação feita ao
trabalhador.

• Tutela II: procedimento disciplinar e despedimento (art. 410.º do CT)

– Suspensão preven:va do trabalhador (ver art. 354.º do CT): Acesso ao local de trabalho para o
exercício das funções

– Presunção de despedimento sem justa causa: regime probatório privilegiado? (ver art. 342.º
do Ccivil)

– Meios de reAção contra o despedimento

• Providência cautelar de suspensão do despedimento facilitada (ver art. 386.º do CT)

• Impugnação do despedimento acelerada?

– Ação especial de apreciação da regularidade e licitude do despedimento?

– Ação de impugnação de despedimento colec0vo?

– Ação comum (…)


• Efeitos do despedimento por justa causa declarado ilícito

– Indemnização de an0guidade majorada

– Faculdade de oposição patronal à reintegração?

II
• Negociação coletiva(em sentido amplo)

– Negociação/acordo

– realizada por sujeitos laborais (#par7do polí7co, confissão religiosa)

– com vista a establecer uma disciplina para as condições de trabalho ou para as relações que
giram em torno destas condições

• Tipos de negociação colec0va

– Negociação colec7va tripar7da

• !po de negociação par!cular realizado entre o Governo, as confederações sindicais e as


confederações patronais, sobre matérias a!nentes à polí!ca laboral e cujo produto são,
geralmente, acordos polí!cos, os chamados acordos de concertação social.

– Art. 92.º da Cons.tuição

– Lei 108/91, de 17 de Agosto

– Art. 471.º do CT

– Negociação colec7va bilateral

• Tipo de negociação realizada entre estruturas representa!vas de trabalhadores e


empregadores, expressão do diálogo social directo entre os parceiros sociais.

– Negociação coletiva Bpica

– Negociação colec.va aBpica

– Negociação colec7va Cpica

• Reconhecida na CRP: art. 56.º da CRP – direito de contratação colec!va (Direito Fundamental
> d.l.g)

• Titulares do direito

– Trabalhadores (# empregadores, contudo, art.443.º/1/b) do CT)

• Competência para o exercício do direito

– Associações sindicais (art.56.º/3 da CRP)

• Procedimento legalmente previsto

• Produto: convenção colec!va de trabalho

– Negociação colec7va aCpica


• Negociação tendente à celebração de um acordo sobre condições de trabalho de um
determinado universo de trabalhadores, celebrado no âmbito de uma empresa de modo rela!
vamente informal, e directamente outorgado pelo empregador e os trabalhadores,
representados por uma comissão ad hoc ou pela comissão de trabalhadores , mas
posteriormente aceite pelos trabalhadores

– ex. Acordos da Autoeuropa

• Noção de convenção coletivade trabalho

– Acordo escrito celebrado entre ins7tuições patronais (empregadores ou suas associações),


por um lado, e por outro, associações representa7vas dos trabalhadores, com o objec7vo
principal de fixar as condições de trabalho que hão-de vigorar para as categorias abrangidas
(salários, carreira profissional, férias, duração de trabalho, etc.)

• Modalidades de convenção colec.va de trabalho

– Critério da parte patronal celebrante (art. 2.º/3 do CT)

• contratos colec*vos

• acordos colec*vos

• acordos de empresa

– Critério do âmbito geográfico

• âmbito nacional

– Ex: Convenção colec-va celebrada entre a Associação Nacional de Comerciantes e Industriais


de produtos alimentares e o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Indústria Alimentar

• regional

– Ex: Convenção colec-va celebrada entre a Empresa X de Aveiro e o Sindicato Nacional de


Trabalhadores da Indústria Pesqueira

– Critério da unidade de negociação

• ver*cais ou de ramo de ac*vidade

– Ex: Convenção colec-va do sector portuário

• horizontais ou de profissão

– Ex: Convenção colec-va dos Es-vadores

• Contratação coletivavs. concertação social

– Mecanismo bilateral # mecanismo tripar7do

– Todo o 7po de associações sindicais e patronais # confederações

– Acordos norma7vos # acordos polí7cos

• Contratação coletivavs. negociação coletivaa:pica/informal

– Problema da sua admissibilidade: falta de base norma7ve (art. 405.º do CC?)


– Problema da produção dos efeitos na esfera dos trabalhadores da empresa

• O regime jurídico da convenção coletivade trabalho

– Material norma7vo relevante

• Art. 56.º da CRP – o direito de contratação colec7va

• Arts. 485.º a 503.º do CT

• Os sujeitos

– Competência e legi7midade para celebrar convenções colec7vas

• Do lado dos trabalhadores: Associações sindicais; possibilidade de delegação de uma


associação sindical noutra associação sindical; possibilidade de atribuição de poderes negociais
à comissão de trabalhadores (art. 491.º/3)

• Do lado dos empregadores: associações de empregadores e empregadores

• Ausência de critérios selec!vos de representa!vidade e o problema da fragmentação da ac!


vidade negocial

• O processo de formação

– Fase da proposta (de nova convenção ou de revisão de uma já existente) – modalidades,


forma escrita, fundamentada, menções obrigatórias, recep?cia (art. 486.º)

– Fase da resposta – modalidades, obrigatória, forma escrita, fundamentada, menções


obrigatórias, prazo legal (art. 487.º)

– Fase da negociação em senGdo estrito – deixada ao critério das partes; negociação


informada, parGcipada e tecnicamente assisGda, pp. da boa fé (art. 489.º)

– Fase da celebração – forma escrita, assinatura dos representantes, menções obrigatórias


(arts. 491.º e 492.º)

– Fase de depósito – recepção e registo da cct pelo MT, decisão administraGva de deferimento
ou recusa assente num controlo essencialmente formal e sujeita a prazo legal (art. 494.º)

• Fase da publicação

– 1) publicação oficial no BTE, assegurada pelo MT, e entrada em vigor nos mesmos termos da
lei (sujeição aos prazos de vaca6o legis) – art. 519.º;

– 2) publicitação a nível interno/a nível da empresa para efeitos de dar cumprimento do dever
de informação do empregador – art. 480.º

• O conteúdo da convenção coletivade trabalho

– Qual o papel da lei nesta questão?A lei condiciona nega7va e posi7vamente o conteúdo da
convenção?

• Limites nega*vos

– Matérias que são excluídas de regulamentação colec6va

• Exemplo
– Art. 478.º/1/ b) e c) do CT

– Normas legais que assumem natureza absoluta ou rela6vamente impera6va

• Exemplos

– Art. 236.º do CT (feriados)

– Art. 339.º do CT (cessação do contrato de trabalho)

– Art. 250.º do CT (moEvos e duração das faltas)

– Art. 238.º (duração das férias)

• Direito de contratação colec0va (Art. 56.º/3 da CRP) compreende duas dimensões:

– Direito à liberdade negocial colec7va

• Ausência de controlo governamental

– Direito à autonomia colec7va

• Existência de um espaço aberto à disciplina contratual colec!va

• Contudo, qual o alcance/extensão desta autonomia? Qual é o papel da lei? Como entender a
expressão “o qual é garan0do nos termos da lei”?

– Regulamentar o exercício do direito de contratação colec7va?

– Regulamentar o exercício do direito + Definir o âmbito do direito de contratação colec7va?

– (2) Em caso de dúvida, como deverá o intérprete classificar uma norma legal? Como
absolutamente impera7va? Como rela7vamente impera7va? Ou disposi7va?

• Art. 3.º/1 do CT

– Critérios a u6lizar pelo intérprete para apurar a natureza de uma norma legal

• Pode suceder que a própria norma, expressamente, revele a sua natureza, contendo
elementos literais que a traduzam.

• Pode também ocorrer que não seja a própria norma que contenha elementos reveladores da
respecGva natureza, resultando esta de um preceito anexo (por exemplo, localizado no início
ou no final de uma secção ou capítulo

• InexisGndo qualquer elemento que revele expressamente, claramente, que a norma é


absoluta ou relaGvamente imperaGva, ou disposiGva e se a matéria não constar da lista
prevista no art. 3.º, n.º 3 do CT, o art. 3.º, n.º 1 do CT fixa que a norma legal deve considerar-se
disposi,va.

– Confronto entre o art. 3.º/1 do CT e o art. 476.º do CT

• Art.3.º/1 – as normas legais podem ser afastadas por CCT em sen!do mais ou menos
favorável ao trabalhador, salvo quando delas resultar o contrário

• Art. 476.º - as cláusulas de uma convenção colec!va de trabalho só podem ser afastadas pelo
contrato individual de trabalho quando este estabelecer condições mais favoráveis para o
trabalhador
• Limites posi0vos

– Conteúdo obrigatório

• Art. 492.º/1 do CT

– Conteúdo recomendado

• Art. 492.º/2 e 3 do CT

– Conteúdo faculta7vo

• Art. 492.º/4 do CT

• Conteúdo da convenção e os sujeitos

– Cláusulas obrigacionais – respeitantes às relações entre as partes outorgantes (art.


492.º/2/a))

• Exemplos de cláusulas obrigacionais cpicas

– cláusulas de paz social (art. 542.º)

– cláusulas sobre serviços mínimos (art. 492.º)

– cláusulas sobre a resolução de conflitos decorrentes da aplicação ou revisão da convenção


(art. 492.º/2/a))

– Cláusulas norma7vas – respeitantes aos direitos e deveres dos trabalhadores e empregadores


abrangidos pela convenção

• Exemplos de cláusulas norma!vas

• Art. 492.º/2 e) do CT

• Regras sobre a interpretação/integração do conteúdo da convenção

• Conflitos jurídicos ou de direito – licgios entre as partes celebrantes da convenção a respeito


do alcance/sen!do de uma determinada cláusula e/ou a respeito de um aspecto omisso/não
previsto

• Problemas

– Qual o modelo de interpretação a adoptar?

– Quem resolve o conflito?

• Modelo de interpretação

– A lei não resolve o problema

– Modelos possíveis:

• a) a interpretação é feita de acordo com as regras da interpretação da lei (art. 9.º do CCivil);

• b) a interpretação é feita segundo as regras civis gerais de interpretação do negócio jurídico


(art. 236.º do CCivil)

– Posições monistas e posições dualistas


• Comissão paritária (art. 492.º/3; art. 493.º do CT)

– Prevista e regulada na própria convenção colec6va ou cons6tuída ad hoc

– Composição paritária

– Quorum mínimo

– Caracterís6cas das deliberações tomadas por unanimidade

• Ação especial de interpretação de cláusulas de convenções colec*vas (arts. 183.º do Código


de Processo do Trabalho)

• Regras sobre a eficácia da convenção

• Eficácia pessoal – regras que definem o âmbito subjec!vo da parte norma!va da convenção

• Eficácia temporal – regras que definem o âmbito temporal da convenção

– Regras sobre a eficácia pessoal

• Modelos jurídicos possíveis

– Regra da eficácia erga omnes/absoluta – regra da aplicação a todas as en6dades


empregadoras e a todos os trabalhadores incluídos no âmbito geográfico e material da
convenção

– Regra da eficácia limitada/rela3va – regra da aplicação às en6dades empregadoras


subscritoras ou inscritas nas associações de empregadores subscritoras e aos trabalhadores ao
serviço dessas en6dades filiados nos sindicatos subscritores

– Regras sobre a eficácia pessoal

• Modelo jurídico português

–Regra da eficácia limitada – Pp. da dupla filiação – art. 496.º/1/2

–Imposição cons7tucional? – art. 56.º/4 da CRP – “A lei estabelece as regras respeitantes à


legi7midade…bem como à eficácia das respec7vas normas.”

–Aspectos disfuncionais

• Os desvios ao princípio da filiação

– Mecanismo para mi!gar os efeitos nocivos das flutuações da filiação, ié, a perda da qualidade
de associado no decurso do processo negocial e a desfiliação após a conclusão do processo
negocial

» Art. 496.º/3/4 - momento de conexão relevante é o do início do processo negocial


(apresentação da proposta); manutenção da vinculação até ao termo de vigência da convenção
ou, no mínimo, durante 1 ano

III
A Negociação Coletiva

• Regras sobre a eficácia da convenção

• Eficácia pessoal – regras que definem o âmbito subjectivo da parte normativa da convenção
• Eficácia temporal – regras que definem o âmbito temporal da convenção

– Regras sobre a eficácia pessoal

• Modelos jurídicos possíveis

– Regra da eficácia erga omnes/absoluta – regra da aplicação a todas as en6dades


empregadoras e a todos os trabalhadores incluídos no âmbito geográfico e material da
convenção

– Regra da eficácia limitada/rela3va – regra da aplicação às en6dades empregadoras


subscritoras ou inscritas nas associações de empregadores subscritoras e aos trabalhadores ao
serviço dessas en6dades filiados nos sindicatos subscritores

– Regras sobre a eficácia pessoal

• Modelo jurídico português

–Regra da eficácia limitada – Pp. da dupla filiação – art. 496.º/1/2

–Imposição consCtucional? – art. 56.º/4 da CRP – “A lei estabelece as regras respeitantes à


legiCmidade…bem como à eficácia das respecCvas normas.”

–Aspectos disfuncionais

• Os desvios ao princípio da filiação

– Mecanismo para mitigar os efeitos nocivos das flutuações da filiação, i.e., a perda da
qualidade de associado no decurso do processo negocial e a desfiliação após a conclusão do
processo negocial

» Art. 496º/3/4 – momento de conexão relevante é o início do processo negocial (apresentação


da proposta); manutenção da vinculação até ao termo de vigência da convenção, ou, no
mínimo, durante 1 ano

– Formas de extensão do conteúdo originário da convenção (mecanismos formais)

» Formas voluntárias

• Unilaterais

• Pós-filiação

• Adesão individual

• Bilaterais

• Acordo de adesão

» Formas não voluntárias

• Legais

• Transmissão

• Administra>vas

• Portaria de extensão
– Formas voluntárias

• Unilaterais

– Aplicação da convenção coletiva a trabalhadores e a empregadores que não eram filiados na


associação sindical ou patronal outorgante , mas que se filiam durante a vigência da cct – art.
496.º/3

• Unilaterais

– Aplicação da convenção colecBva a trabalhador não sindicalizado por escolha do


próprio/adesão individual de trabalhador não sindicalizado – art. 497.º

» Não carece do acordo do empregador

» Forma de adesão: não carece de ser por escrito

» Requisito material

» Requisito geográfico

» Requisito temporal

» Requisito quanBtaBvo

» Trabalhador não pode estar abrangido por portaria de extensão – Novidade da Lei 13/2023,
de 13 de Abril

» Compensação monetária (art. 492.º/4)

– Aplicação da convenção colec6va a trabalhador não sindicalizado por escolha do próprio:


solução conforme com a CRP?

• Quais os padrões cons>tucionais em questão?

– Liberdade sindical

– Autonomia colec1va

• O Acórdão do TC 338/2010

– Liberdade sindical individual nega1va- será? E a dimensão colec1va?

– Portarias de extensão – será? Fonte de direito e acto individual são situações comparáveis?

– Igualdade de condições de trabalho – será? Procurar alcançar condições de trabalho mais


vantajosas para os seus filiados e, nessa medida, diferentes, não é da própria essência da
a1vidade sindical?

– A solução do art. 492.º/4 – bastará para impedir o enfraquecimento da organização sindical?

• Bilaterais

– Aplicação da convenção coletiva a trabalhadores/empregadores, por efeito de um acordo de


adesão, acordo superveniente entre uma das partes da convenção e uma associação sindical,
uma associação de empregadores ou um empregador isolado que não tenha outorgado a
convenção inicialmente e deseja ser por ela abrangido – art. 504.º

» Convenção coletiva em vigor


» Aceitação incondicionada

» Forma escrita

» Publicação e depósito

– Formas não voluntárias

• Legais

– Aplicação da convenção colec>va a empregador que não a outorgou, por efeito da


transmissão da empresa ou de estabelecimento – art. 498.º

» Corolário do fenómeno da sub-rogação legal inerente à operação de transmissão da empresa

» Quando deixa de se aplicar ao novo empregador?

• Limites temporais

• Hipótese de pós-eficácia de alguns efeitos da convenção a par>r do momento em que ela se


torna ineficaz perante o novo empregador

• AdministraCvas

– Aplicação da convenção a empregadores e trabalhadores inicialmente não abrangidos,


através de portaria de extensão – arts. 514.º a 516.º

» Razões (uniformização; colmatar a falta de cct)

» Requisitos materiais (circunstâncias económicas e sociais)

» Requisitos procedimentais (iniciativa, competência; possibilidade de oposição; emissão;


publicação)

» Ambito de aplicação subejtivo

» (Des)conformidade constitucional

– Aplicação de convenção colecCva a empregadores e trabalhadores não abrangidos por


portaria de extensão: solução conforme com a CRP?

• Quais os padrões constitucionais em questão?

- Liberdade sindical

- Autonomia coletiva

• O Acódão do TC 306/2003 e 285/05

- Razões de uniformização mínima das condições de trabalhi; baixa taxa de sindicalização

- Caráter não inovatório do regulamento: mera extensão; atucação ao abrigo da autorização


prevista no art. 56º/4

Jurisprudencial

Aplicação da convenção coletiva a trabalhadores não filiados em matéria retributiva, caso a


retribuição prevista em convenção seja mais favorável do que a prevista no contrato individual
de trabalho
Fundamento da extensão: princípio constitucional “trabalho igual, salário igual” - art. 59.º/1/a)
da CRP

Crítica e evolução da jurisperudência recente

– Regras sobre a eficácia temporal

• Início da vigência (art. 519.º/1)

–Após a publicação oficial no BTE da convenção colecCva de trabalho

–Nos mesmos termos da lei – art. 5.º do CCivil

»Dia fixado no própria convenção

»Ou, na falta dessa indicação

»5.º dia após a publicação

• Prazo de vigência

–Prazo convencional – art. 499.º/1

»Liberdade contratual das partes na fixação do prazo que entenderem, sem limites mínimos e
máximos (salvo, limite indirecto previsto no art. 487.º/2)

»Liberdade contratual das partes para fixarem prazos diferentes para diferentes blocos ou
partes da convenção

–Prazo legal supleCvo – 1 ano - art. 499.º/2

• Renovação

–Três cenários

»Previsão de renovação e previsão dos termos em que a renovação decorre

»Previsão de renovação e não previsão dos termos da renovação

»Previsão de caducidade automáCca no final do prazo inicialmente esCpulado (exclusão da


renovação)?

• Regras sobre a cessação da convenção

– Formas de cessação (art. 502.º/1)

• Caducidade (A)

• Revogação (B)

• Caducidade (A)

– Factos de que depende (art. 502.º/1 b))

• Denúncia da convenção por alguma das partes + Sobrevigência

• Ex>nção de associação sindical ou associação de empregadores outorgantes, empregador


outorgante de acordo de empresa ou acordo cole>vo.

• Decisão judicial, transitada em julgado


• Nos termos de cláusula convencional expressa sobre a cessação da respe>va vigência

• Decorrente da verificação do termo do prazo previsto no n.º 1 do ar>go 498.º, em caso de


transmissão de empresa

• Caducidade por denúncia

– Requisitos da denúncia (art. 500.º do CT)

• Forma escrita

• Fundamentada – moBvos de ordem económica e estrutural

• Com proposta negocial global – denúncia construBva

• Qual a consequência da falta de fundamentação ou de fundamentação insuficiente?

– Até 2023:

» norma imperfectae > ausência de sanção e de sindicância

– Novidades da Lei 13/2023, de 3 de Abril

» Possibilidade de requerer a intervenção de um tribunal arbitral para apreciação da


fundamentação da denúncia

» Requerimento de arbitragem suspende os efeitos da denúncia, impedindo a convenção de


entrar em sobrevigência

» A declaração de improcedência da fundamentação da denúncia, pelo tribunal arbitral,


determina que a mesma não produz efeitos

– Efeitos da denúncia (art. 501.º/3/4/5/6 do CT)

• Sobrevigência

– O que é?

– Quanto tempo dura?

» Regime jurídico até 2003:

• Regime de sobrevigência potencialmente ilimitada; a convenção produzia efeitos até ser


substituída por outro

• Ratio: prevenir vazios normativos

» Regime jurídico a partir de 2003 e que (com ligeiras alterações) se mantém actualmente:

• Regime de sobrevigência limitada

– Desfechos possíveis da sobrevigência

• Acordo quanto à revisão da convenção > REVISÃO da CONVENÇÃO

• Falta de acordo - comunicação ao MT e à outra parte da ruptura das negociações > período
de 45 dias > CADUCIDADE DA CONVENÇÃO

– Efeitos da caducidade
– Efeito principal: ex1nção da convenção colec1va (art. 502.º/1/b)

» A par1r de 2006

• Sobrevivência de alguns efeitos

• Efeitos delimitados a priori na própria convenção coletiva – art. 501.º/7, 1.ª parte

• Efeitos delimitados através de acordo ad hoc entre as partes, promovido pelo MT, dentro de
prazo legal – art. 501.º/7, 2.ª parte

• Efeitos delimitados ex lege supletivamente – art. 501.º/8

– Contudo: possibilidade de suspensão do período de sobrevigência (art. 501.º-A)

• Pedido de suspensão da contagem do prazo de sobrevigência

• Iniciativa de alguma das partes

• Apreciado pelo tribunal arbitral: averiguar se exiaste probabiblidade séria de obtenção de


acordo para revisão da CCT

– Desfechos deste pedido junto do tribunal arbitral

• Até 2023 (art. 501.º-A)

– Tribunal entende que sim > suspensão do prazo de sobrevigência até 4 meses > intervenção
de um mediador para elaboração de uma proposta de revisão da CCT

» partes chegam a acordo no processo de mediação > revisão da CCT

» Partes não chegam a acordo > sobrevigência > caducidade

• Novidade da Lei 13/2023, de 3 de Abril (alterações ao art. 501.º-A)

– Tribunal entende que sim > > suspensão do prazo de sobrevigência até 4 meses > intervenção
de um mediador para elaboração de uma proposta de revisão da CCT

– Tribunal entende que não OU as partes não chegam a acordo > possibilidade de qq das
partes requerer a arbitragem necessária – intervenção de uma en1dade estranha aos sujeitos
laborais (um tribunal arbitral) para emissão de uma decisão que irá suprir a falta de acordo das
partes e evitar o vazio regula1vo

• Até 2003

- Denúncia – Sobrevigência ilimitada – Substituição por nova CCT – CCT anterior só deixa de
produzir efeitos com nova – não há vazio regulativo

• A partir de 2003

- Denúncia: A par%r de 2019 (art. 500.º): denúncia fundamentada, MAS ausência de sanção em
caso de falta de fundamentação

- Sobrevigência limitada: A par%r de 2019:possibilidade de requerer a suspensão da contagem


do prazo de sobrevigência (art. 501.º-A), o que poderia levar:

- à obtenção de um acordo de revisão da CCT com base numa proposta de um


mediador
- à con%nuação do prazo de sobrevigência com provável caducidade da CCT

- Acordo – Revisão da CCT

- Falta de Acordo – Caducidade da CCT: A par&r de 2006: possibilidade de manutenção de


apenas alguns efeitos da CCT após a sua caducidade – Perigo de vazio regulativo

• A partir de 2023

- Denúncia: Possibilidade de requerer o controlo da fundamentação - Denúncia ineficaz – CCT


mantém-se

- Sobrevigência limitada: Possibilidade de requerer a suspensão da contagem do prazo de


sobrevigência + Possibilidade de requerer a arbitragem necessária para emissão de uma
decisão subs&tuta da CCT - Decisão arbitral substitui a CCT – não há vazio regulativo

- Acordo - Revisão da CCT

- Falta de acordo Caducidade da CCT: Possibilidade de manutenção de apenas alguns efeitos da


CCT após a sua caducidade - Perigo de vazio regula&vo atenuado

• Revogação (B)

– Modalidades

• Revogação simples

• Revogação + substituição por nova CCT (sucessão de CCT)

- Procedimnto (art. 502º/4)

• Depósito

• Publicação

- Efeitos (art. 502º/5)

– Sucessão de convenções coletivas de trabalho (CCT 1 e CCT2) – art. 503.º

• O que é ?

– Acordo revogatório da CCT1 é acompanhado pela celebração da CCT2 –

# Concurso/concorrência entre CCT (arts. 481.º e ss.)

– Como se resolve?

• CCT2 revoga a CCT 1

• Mas…problema do retrocesso social:

– pode a CCT 2 alterar os regimes convencionais previstos na CCT 1 em senAdo menos


favorável ao trabalhador?

– ou vigora um princípio do tratamento mais favorável?

– e caso vigore um princípio do tratamento mais favorável, em que termos se conclui pela
maior ou menor favorabilidade de um texto convencional?

» Modelos possíveis
• Teoria do cúmulo

• Teoria da conglobação

» Modelo escolhido pelo legislador português - art. 503.º/3 – a CCT2 prevalece sobre a CCT1,
mesmo reduzindo direitos da anterior, desde que no texto da CCT2 se reconheça
expressamente o seu carácter globalmente mais favorável

IV
A Greve

• Conflito Coletivo de trabalho

– Situação social

– Exteriorização de pretensões divergentes

– Sujeitos laborais

– Com vista a alterar a situação existente ou impedir a alteração unilateral dessa situação

– Fenómeno dinâmico

• iter

– Fenómeno multifacetado

• Causas

• Sujeitos

• Formas de exteriorização

– Formas de exteriorização do conflito

• Manifestações públicas – pe>ção, Ação de protesto

• Recurso ao tribunal

• Recurso a conciliação, mediação, arbitragem

• Greve

– Instrumento de úl#ma ra#o do processo conflitual?

• Modos como a ordem jurídica pode perspec/var o conflito laboral

– Concepção que recusa a existência de conflito laboral

• Período corpora4vo – recusa da existência de conflito social, de conflito capital-trabalho,


promoção da harmonia de interesses a bem do superior interesse da nação

– Concepção promotora do conflito

• Período pós-revolução - Fenómeno natural, não patológico, factor de dinamização e


progresso e desenvolvimento social

• A ordem jurídica perante a greve


– Enquadramento jurídico do fenómeno

• Século XIX - Greve-delito

• 1910-1926 - Greve-liberdade

• 1926 a 1974 – Greve-delito

• 1974 – até ao presente - Greve-direito

– Actualmente: direito constitucionalmente tutelado como direito fundamental (d.l.g) - art.


57.º/1 da CRP – “É garantido o direito à greve”

– Rejeição do princípio da paridade de armas: o ordenamento jurídico português adopta


posições muito diferentes em face dos meios de luta dos trabalhadores e dos empregadores

• Greve – direito fundamental (art. 57.º/1 da CRP)

• Lock-out – proibição constitucional (art. 57.º/4 da CRP) e legal (art. 544.º/2 do CT)

• Da greve da sociedade industrial à greve na actualidade

– Novos desafios/novas dificuldades

• A empresa e os fenómenos de deslocalização/terceirização

• O empregador e os fenómenos de crescimento de multinacionais, empresas em rede, em


grupo

• O processo produtivo e os fenómenos de individualização/atomização do processo produtivo,


associados à digitalização

• A estabilidade no emprego e os fenómenos de precarização do emprego

• Noção jurídica de greve

– Ausência de uma noção legal

– Elementos básicos da noção jurídica

• Abstenção total e efec:va – recusa da prestação de trabalho (elemento estrutural)

• Coletiva e concertada – carácter coletivo (elemento estrutural)

• Trabalhadores subordinados – sujeitos de contratos individuais de trabalho (elemento


subjec:vo)

• Com vista à tutela de interesses dos trabalhadores (elemento intencional/finalís:co)

• Delimitação dos fenómenos de luta que ficam cobertos (ou não) pelo estatuto legal de greve
– Atendendo ao elemento estrutural

• “Comportamentos “grevistas” não abstensivos (A)

• “Comportamentos grevistas abstensivos/de maior(B) prejuízo”

– São greves à luz do ordenamento jurídico português?

– E sendo classificadas como greve, são lícitas?


– E sendo greves lícitas, devem ser tratadas como “greves clássicas”?

• Comportamentos grevistas não abstensivos (A)

– formas anómalas de prestação do trabalho – cumprimento da prestação e moldes diferentes


do contratualmente fixado

» Greve de zelo

» Greve de rendimento

» Greve admistrativa

• “Greves” de maior prejuízo (B)

– a abstenção do trabalho é organizada através de paralisações parceladas por forma a causar a


mínima perda salarial possível aos trabalhadores e ocasionar à en4dade empregadora danos
iguais ou aproximados aos infligidos por uma greve conMnua.

» Greve intermitente # greve por períodos sucessivos

» Greve rota>va # greve sectorial

» Greve trombose # greve do sector-chave

» Greve retroac>va

• O caso da “greve sef-service” (médicos, 1998)

– durante o período de greve fixado pelo sindicato, não ocorre uma paralisação simultânea e
conMnua dos trabalhadores, sendo antes, os trabalhadores que, individualmente, segundo o
seu arbítrio, decidem qual o dia ou os dias, compreendidos naquele período, em que faltarão
ao trabalho, invocando o direito à greve.

» Estaremos perante uma greve?

» Estaremos perante uma greve lícita?

• O caso da “greve cirúrgica” (enfermeiros, 2018)

– As ausências ao trabalho concentraram-se nos enfermeiros que prestavam serviço nos blocos
operatórios, os quais escalonaram as suas faltas numa Ação concertada, tendo como objec4vo
a inoperacionalidade dos blocos operatórios, com o mínimo de faltas ao trabalho.

» Estaremos perante uma greve?

» Estaremos perante um greve lícita?

» Estaremos perante uma greve que deve ser tratada como greve clássica?

• O caso da greve dos oficiais de justiça (2023)

– A abstenção concertada concentra-se na não realização das diligências/audiências de


discussão em julgamento nos tribunais e serviços do Ministério Público, na omissão dos actos
relativos aos pedidos de registo criminal e na não realização de registo de actos contabilísticos?

» Será uma greve?

» Será uma greve parcial?


– Atendendo ao elemento finalístico

• Modelo contratual de greve: Interesses estritamente profissionais; esgrimidas contra o


empregador > greves profissionais

• Modelo mais amplo: outros interesses (políticos, económicos, etc); dirigidas contra o Estado
> greve extra-profissionais – greve de solidariedade, greve política

– Concepção e fundamentos do direito à greve

– Art. 57.º/2 da CRP – “Compete aos trabalhadores definir o âmbito de interesses a defender
através da greve, não podendo a lei limitar esse âmbito” – rejeição constitucional do “modelo
contratual-laboral” /do “modelo funcionalizante” de greve

• Natureza jurídica do direito de greve

– Dimensão individual

• A greve é um direito fundamental (d.l.g.) cuja 4tularidade pertence a cada trabalhador


subordinado

• Acto de recusa e paralisação temporária da prestação de trabalho

– Dimensão colec>va

• A greve nasce da integração do trabalhador numa realidade colec4va

• O trabalhador par4cipa numa Ação colec4va organizada (não se limita a recusa a sua
prestação de trabalho)

– Sindicato – decisão da greve, declaração de greve, gestão da greve

– Direito individual (de cada trabalhador enquanto membro de um grupo) de exercício


colec>vo (exercício em cooperação com os outros membros do grupo)

• Regime jurídico da greve

– A decisão de greve

– A declaração de greve

– A adesão à greve

– Gestão e termo da greve

• Regime jurídico da greve

– A decisão (processo preliminar)

• A decisão de greve (art. 531.º) – “sistema de quase monopólio sindical”

– Greves sindicais: competência das associações sindicais

– Greves não sindicais: competência das assembleias de trabalhadores, nos casos em que a
maioria dos trabalhadores não esteja filiada em qualquer sindicato

» A questão da (des)conformidade constitucional da solução

– A declaração (processo preliminar)


• A no$ficação de greve e o aviso prévio de greve (art. 534.º)

– Proibição de “greves surpresas”

– Des$natários

» Empregador/associação de empregadores

» Governo

» “Comunidade”

– Antecedência mínima:

» aviso prévio geral - 5 dias úteis;

» aviso prévio especial - 10 dias úteis , se se tratar de empresa ou estabelecimento des$nadas à


sa$sfação de necessidades sociais impreteríveis

• Conteúdo do aviso prévio (art. 534.º)

– Geral (informação sobre o programa a que obedecerá a paralisação)

» âmbito subjec4vo e geográfico;

» objecto (4po de paralisação);

» data do início e hora de início da greve;

» proposta de serviços necessários à segurança e manutenção de equipamento;

» mo4vos?objec4vos?

– Especial

» proposta de serviços mínimos (#definição prévia através de IRCT, art. 492.º/2/g))

• Funções do aviso prévio

– Dimensão externa (proibição de greves surpresa)

» Habilitar o empregador a adoptar medidas des9nadas a acautelar/atenuar prejuízos face ao


programa de paralisação comunicado;

» Informar o público em geral (utentes/consumidores), permi9ndo que estes se preparem para


suportar as perturbações face ao programa de paralisação;

» Tempo adicional para organizção dos serviços mínimos, com eventual intervenção do
Governo;

» Tempo adicional para resolução do conflito;

– Dimensão interna

» Instrumento de disciplina e coordenação da Ação colec9va (auto-vinculante)

• Forma

– Escrita
– Meios de comunicação social - anúncio em jornal, panfletos?

• Efeitos do aviso prévio

– Delimitação do âmbito (geográfico e material) dentro do qual a abstenção individual pode ser
qualificada como adesão à greve

» Importância prática: suspensão vs. regime das faltas injustificadas

– Delimitação para efeitos de proibição de substituição de trabalhadores grevistas

» Importância prática: (art. 535.º): os trabalhadores que constavam do estabelecimento ou


serviço no momento do aviso-prévio não podem ser substituídos durante a greve por outros
vindos do exterior

• Momento da greve propriamente dita

– Adesão

• Âmbito da adesão:

– Trabalhadores filiados no sindicato declarante

– Trabalhadores filiados em outro sindicato

– Trabalhadores não filiados

– Adesão

• Forma de reconhecimento da adesão

– Basta a mera ausência do local de trabalho?

– Ou é necessária uma Ação comunica9va?

» Divergências doutrinais

• Posição A:

• Regra: mera ausência = presunção de adesão à greve (ilidível; como?)

• Excepção: hipóteses em que não é exigível ao trabalhador a presença no local de trabalho >
Ação comunica9va

• Posição B:

• Trabalhadores filiados > mera ausência = presunção de adesão à greve

• Trabalhadores não filiados > Ação comunica9va

• Acto absolutamente livre

– Trabalhador decide SE, QUANDO, ATÉ QUANDO adere a uma greve

» Pode não aderir

» Pode aderir apenas parcialmente

» Pode não aderir até ao fim do plano de greve » Proibição de coAção, prejuízo ou
discriminação por motivo de adesão ou não à greve (art. 540.º)
• Actos do empregador

• Actos de outras entidades (sindicatos)

– Piquetes: Mecanismos de informação e persuasão para adesão à greve (art. 533.º)

» Local dos piquetes

• Piquetes externos

• E piquetes internos?

• Argumento histórico

• Argumento gramatical

• Argumento teleológico

» Limites na actuação dos piquetes

• Forma pacífica

• Respeito pela liberdade de trabalho dos não aderentes

– Gestão da greve e terminus da greve

• En>dade declarante

– Associação sindical (greve sindical)

– Comissão de greve (greve não sindical)

• Actos de gestão

– Organizar piquetes (art. 533.º)

– Prepara proposta de serviços mínimos (art. 534.º)

– Assegurar a organização e prestação de serviços mínimos (art. 537.º)

– Negociar com o empregador durante a paralisação

– Deliberar o fim da greve, unilateralmente ou por acordo com o empregador ou associação de


empregadores (art. 539.º)

• Efeitos da greve lícita na situação laboral do trabalhador aderente

– Suspensão do contrato de trabalho (art. 536.º/1)

• Direitos e deveres do trabalhador suspensos

– Retribuição

» A questão das greves de maior prejuízo

– Assiduidade

– Pontualidade

– Diligência
– Subordinação

• Direitos e deveres do trabalhador que se mantêm (art. 536.º/2)

– Segurança social

– An>guidade

– Respeito

– Lealdade

• Efeitos da greve ilícita na situação laboral do trabalhador aderente (art. 541.º)

– Regime de faltas injusficadas

– Responsabilidade disciplinar

– Responsabilidade civil

– Responsabilidade contra-ordenacional e penal

– Hipótese dos grevistas de boa fé – estado de ignorância desculpável

V
Limites do direito à greve

– Limites convencionais

• As cláusulas de paz social

– Limites legais

• A obrigação de serviços mínimos

Como se articula o direito de contratação coletiva e o direito de greve?

Pode o exercício do direito à greve ser limitado pela convenção coletiva de trabalho?

Formas de alcançar paz social

– Comissões paritárias

– Mecanismos de conciliação, mediação e arbitragem

– Procedimentos de resolução de conflitos suscetíveis de determinar o recurso à greve

• Ex: obrigações de consulta prévia à classe antes de decisão de greve

– Cláusulas de paz social ou de trégua sindical

• obrigação voluntariamente assumida na convenção coletiva pelas estruturas


representativas dos trabalhadores de não convocarem ou aderirem a uma greve

• Questões em torno das cláusulas de paz social


– Como compa0bilizar a admissibilidade de cláusulas de paz social com sistemas que
reconhecem a greve como um direito fundamental e estabelecem a irrenunciabilidade do
direito à greve (direito fundamental)?

– Como conciliar a admissibilidade destas cláusulas em sistemas que acolhem


posi0vamente o conflito social?

• O dever de paz social no ordenamento jurídico português

– Que limites pode a CCT estabelecer ao exercício do direito à greve? A mera


celebração da CCT traduz-se num impedimento ao recurso à greve?

– Pode proibir toda em qualquer greve?

– Pode proibir a greve por tempo indeterminado?

– Pode proibir a greve sobre todas as matérias laborais?

• O dever de paz social no ordenamento jurídico português

– Evolução legisla0va

• DL 392/74, de 7 de Agosto – admissibilidade expressa

• Lei 65/77, de 26 de Agosto/DL 519-C1/79 - proibição de limitações ao


exercício dos direitos fundamentais

• CT2003 – admissibilidade expressa

• CT2009 – admissibilidade expressa

• As cláusulas de paz social

– Requisitos de licitude no sistema jurídico português (art. 542.º)

• Obrigação voluntária e explícita (# implícita)

• Obrigação temporária (“por tempo indeterminado)

• Obrigação relaRva (# absoluta)

• Obrigação formal

• Conteúdo obrigacional da CCT - Isenção de responsabilidade dos


trabalhadores

• Ausência de qualquer compensação

• Obrigação explícita

– Dever implícito de paz social

• Natural conexão entre as condições acordadas na CCT e o impedimento do exercício do


direito à greve

• A greve está funcionalizada à CCT; o dever de paz social é imanente à CCT (A CCT como um
verdadeiro “tratado de paz”)

• Parte de uma determinada compreensão sobre a função da CCT


– Dever explícito de paz social

• Cada um dos direitos tem o seu espaço próprio

• O dever de paz social carece de uma cláusula expressa

• Obrigação rela(va

– Dever de paz social absoluto

• Obrigação de não recorrer à greve independentemente dos moRvo/razão/matéria em causa


> estende-se a qualquer matéria conflitual

– Dever de paz social rela0vo

• A obrigação de não recorrer à greve é demarcada pelo conteúdo da CCT

• Apenas podem ficar limitadas, através da cláusula, as greves que visem alterar o conteúdo da
CCT

• Todo o conteúdo? Determinado conteúdo?

• Obrigação temporária

– A obrigação só produz efeitos enquanto a CCT es0ver em vigor

• Obrigação por tempo indeterminado - Abdicação definiRva e irrevogável do direito à greve =


RENÚNCIA

• Dúvida: e durante o período de sobrevigência?

• A obrigação de serviços mínimos (art. 57.º/3 da CRP e art. 537.º/1/2 do CT)

– A greve como direito fundamental (d.l.g.), mas não um direito absoluto/ilimitado: limites
resultantes da necessidade de salvaguardar outros direitos/bens constitucionalmente
protegidos (tarefa de concordância prática, de balanceamento entre direitos fundamentais
colidentes).

• Delimitação da figura

– Obrigação de serviços mínimos vs. Obrigação de segurança

• Ambas previstas na CRP (art. 57.º/3 da CRP)

• Âmbito

– OSM – tipo de necessidades que a empresa visa satisfazer;

– OS – tipo de instalações e de equipamento da empresa

• Fundamento

– OSM – direitos/interesses de pessoas físicas, destinatários do produto ou serviço prestado;

- OS - direito de propriedade do empregador; salvaguarda do suporte do emprego dos


próprios trabalhadores
• Atividade

- OSM – exige uma atividade produtiva

- OS – mera atividade de manutenção ou de vigilância

• Problemas

– operações relacionadas com a obrigação de serviços mínimos

– Decisão sobre a existência/fixação de serviços mínimos (I)

– Decisão sobre o âmbito/medida dos serviços mínimos (II)

– Decisão de designação dos trabalhadores afectos à prestação de serviços mínimos (III)

• Decisão sobre existência de serviços mínimos (I)

– Quais os pressupostos que têm de estar reunidos para haver lugar à fixação de serviços
mínimos?

– Quem tem competência para decidir da existência de serviços mínimos?

– Pressupostos para a existência da obrigação de serviços mínimos (art. 57.º/3 da CRP e art.
537.º do CT)

• 1) A greve ocorre em empresa ou estabelecimento desRnados à saRsfação de necessidades


sociais impreteríveis

• O que são necessidades sociais impreteríveis?

• Qual o critério que permite identificar uma necessidade como impreterível?

– Interesses tutelados por direito fundamentais?

– Mas quaisquer direitos? Direitos de natureza pessoal

• Art. 537.º/2 do CT – não contém uma lista de necessidades sociais impreteríveis; lista
exemplificativa de sectores cujas empresas se destinam à satisfação de necessidades sociais
impreteríveis

– 2) As prestações laborais que a greve interrompe des0nam-se à sa0sfação de necessidades


sociais impreteríveis

• Empresa de transporte – serviço de limpeza vs. serviço de transporte

• Estabelecimento de saúde – departamento financeiro vs. bloco operatório ou serviço de


urgência

– 3) A prestação dos trabalhadores em greve mostra-se indispensável à sa0sfação das


necessidades sociais em causa?

• Critério de indispensabilidade

– Fundamento: restrição de direitos fundamentais > observância do princípio da


proporcionalidade (art. 18.º/2 da CRP)
• Juízo casuísRco: grau de adesão, duração da greve, empresas afectadas, existência de
acRvidades alternaRvas/sucedâneas, etc.

• Qustão procedimental

• Quem tem competência para decidir da existência de serviços mínimos? E depois do


quantum de serviços mínimos?

• Acordo prévio – cláusula de definição de serviços mínmos – art. 492.º/2/g) e art. 538.º/1

• Acordo actual após a comunicação do recurso à greve – art. 538.º/1

• Em caso de falta de acordo

– Empresa pertencente ao sector privado

» Intervenção do MT – art. 538.º/2/4/ a)

• Promoção de acordo entre os representantes

• Fixação unilateral por despacho conjunto

– Empresa do sector empresarial do Estado

» Intervenção do tribunal arbitral – art. 538.º/4/b)

• Decisão arbitral

• Decisão sobre o âmbito/medida dos serviços mínimos (II)

– Art. 538.º/5

• A definição dos serviços mínimos deve respeitar os princípios da necessidade, da adequação


e da proporcionalidade

• Resultados possíveis

• Designação dos trabalhadores adstritos aos serviços mínimos (III)

– Art. 538.º/7

• Quem designa os trabalhadores?

• Qual o procedimento para a designação dos trabalhadores?

• Que trabalhadores podem ser designados?

• Regime de prestação de serviços mínimos

– Sujeição ao poder de direção no que respeita a execução dos serviços (art. 537.º/4)

– Previsão da requisição civil como resposta ao incumprimento do dever de prestação de


serviços mínimos (art. 541.º/3)

Questões controversas

• Pode a requisição civil ser requisitada antes de a greve ocorrer?

• Pode o trabalhador que não cumpre o dever de prestar serviços mínimos ser objecto de
outra “sanção” para lá da requisição civil?

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