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PRINCÍPIOS APLICADOS AO DIREITO COLETIVO DO TRABALHO - constroem-se da

noção de ser coletivo e das prerrogativas e papéis assumidos por tais sujeitos no contexto de suas relações
recíprocas e em face dos interesses que representam. Os princípios do Direito Coletivo do Trabalho, são distribuídos
em três classes:

1. PRINCÍPIOS ASSECURATÓRIOS DA EXISTÊNCIA DO SER COLETIVO OBREIRO: viabiliza o florescimento das


organizações coletivas dos trabalhadores, tecendo as relações grupais. Neste rol estão os princípios da liberdade
associativa e sindical e da autonomia sindical.

Princípio da Liberdade Associativa e Sindical: Liberdade de associação: é a possibilidade de se fazer reunião e


associação, podendo o associado se desfiliar a qualquer tempo. Liberdade sindical: é a livre criação de sindicatos
e sua auto extinção, bem como a livre vinculação a um sindicato e a livre desfiliação de seus quadros.

Princípio da Autonomia Sindical: garante autogestão dos sindicatos dos trabalhadores, sem a interferência
empresarial ou estatal em seu funcionamento. Trata ele, da livre estruturação interna do sindicato, sua livre
atuação externa, sua sustentação econômico-financeira e sua desvinculação de controles administrativos estatais
ou em face do empregador. Independência política e administrativa dos sindicatos

2. PRINCÍPIOS REGENTES DAS RELAÇÕES ENTRE OS SERES COLETIVOS TRABALHISTAS: tratam das relações entre os
seres coletivos obreiros e empresariais, no contexto da negociação coletiva. São princípios que regem as relações
grupais do Direito Coletivo, iluminando poderes e parâmetros de conduta dos seres coletivos trabalhistas.
Princípio da Interveniência Sindical na Normatização Coletiva: trata da imprescindibilidade da participação dos
sindicatos nas convenções coletivas de matéria trabalhista. Visa assegurar a existência de efetiva equivalência
entre os sujeitos, evitando a negociação informal do empregador com grupos coletivos obreiros estruturados
apenas de modo episódico, eventual, sem a força de uma institucionalização democrática.
OBS: Este princípio não é absoluto. Os empregados poderão negociar de maneira direta com o empregador
quando o Sindicato, a Federação e Confederação sindicais não se manifestarem dentro do prazo legal.

Princípio da Equivalência dos Contratantes Coletivos: é a igualdade de tratamento dos sujeitos coletivos, por
meio da elaboração de um estatuto que supra as lacunas do ordenamento jurídico, no sentido de tornar
equitativo o relacionamento entre empregados e empregador. Os seres coletivos obreiros e empresariais têm,
pois, a mesma natureza.

Princípio da Lealdade e Transparência na Negociação Coletiva: estabelece que na vinculação entre os sujeitos
do Direito Coletivo do Trabalho deve haver não apenas o acatamento das normas acordadas, mas
também que a inteligibilidade destas últimas dê ensejo a interpretações inequívocas.

3. PRINCÍPIOS REGENTES DAS RELAÇÕES ENTRE NORMAS COLETIVAS NEGOCIADAS E NORMAS ESTATAIS: tratam das
relações e efeitos perante o universo e comunidade jurídicas das normas produzidas pelos contratantes
coletivos. Este grupo de princípios ilumina, em síntese, as relações e efeitos entre as normas produzidas pelo
Direito Coletivo, através da negociação coletiva, e as normas heterônomas tradicionais do próprio Direito
Individual do Trabalho.
Princípio da Criatividade Jurídica da Negociação Coletiva: os processos negociais coletivos e seus instrumentos
(contrato coletivo, acordo coletivo e convenção coletiva do trabalho) têm real poder de criar norma jurídica (com
qualidades, prerrogativas e efeitos próprios a estas), em harmonia com a normatividade heterônoma estatal.
Esse atributo é de especial relevância, pois numa relação entre entes coletivos não se deve instituir meras
cláusulas contratuais, peculiaridade do ramo privado, mas sim normas que conjuguem os interesses comuns.

Princípio da Adequação Setorial Negociada: trata das possibilidades e limites jurídicos da negociação coletiva
(patamar civilizatório mínimo). Este princípio discorre sobre a conformidade entre as normas emanadas da
negociação coletiva e as que são fruto da legislação estatal. Assim, as normas decorrentes de convenções
coletivas não poderão suprimir direitos individuais de modo a prejudicar o trabalhador.

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