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TRABALHISTA NO BRASIL
RESUMO
ABSTRACT
The purpose of this article is to analyze the impact of pejotization on the precariousness of employment,
since it allows the hiring of individuals as if they were legal entities, exempting employers from the
payment of due labor funds and other protections inherent to constitutional guarantees. Thus, by
generating precarious jobs, economic, legal and social damage is exposed. Through the analysis of these
principles and labor rights and the basic elements of the employment relationship, it is clear that
pejotization is a way to lubricate the employment relationship.
INTRODUÇÃO
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SCHIAVI, Mauro. Provas no Processo do Trabalho. 4a ed. São Paulo: LTR, 2021.
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via ficam sujeitos apenas à pessoa jurídica a essa pessoa jurídica, sem prejuízo do cumprimento
do disposto no art. Artigo 50 do Código Civil.
Após a reforma trabalhista, Lei nº 13.467, de 3 de julho de 2017, deu-se atenção ao
instituto da pejotização, levando em consideração os problemas relacionados à terceirização,
permitindo a contratação de trabalhadores terceirizados que exercem toda e qualquer atividade
dentro da empresa, criando a possibilidade se você contratar uma pessoa jurídica sem definir as
características da relação de trabalho.
Segundo Castro (2013), os trabalhadores que são contratados como Pessoa Jurídica, estão
excluídos de quaisquer proteções trabalhistas, inclusive aquelas relacionadas a um ambiente de
trabalho saudável. Traz insegurança para quem trabalha em tais condições, pois não há garantias
inerentes aos seus direitos.
Maximilliano (2017) expressa que o fenômeno da pejotização inclui a contratação de
trabalhadores como pessoas jurídicaspor meio de contratos de prestação de serviços, em especial
o formato de Microempreendedor Individual (MEI). Com o advento da Lei nº 11.196/2005, a
pejotização ganhou legitimidade, poisseu artigo 129 de certa forma reconhecia o emprego de
intelectuais como pessoas jurídicas. Porém, com a popularização da pejotização, faz-se
necessário analisar os prejuízos aos trabalhadores, pressupondo a instabilidade das relações
trabalhistas.
Nesse contexto, o presente estudo tem o propósito de evidenciar, a partir de uma revisão
bibliográfica sistemática, os elementos básicos que compoem a relação de trabalho, o que é
essencial para a segurança do trabalhador, poissomente a relação de trabalho tem proteção CLT.
Posteriormente, explica-se o fenômeno da pejotização e como ela ocorre na prática. Por fim,
discute a viabilidade jurídica da pejotização e,por fim, a possibilidade de criação de instabilidade
trabalhista. Há necessidade de examinar essaquestão, o que afeta a “pejotização” na vida dos
trabalhadores, a perda de direitos trabalhistas que eles deixam de ter e as vantagens que os
empregadores começam a ganhar.
Para atingir o objetivo esperado desta tese, analisar-se-a as leis trabalhistas e a teoria da
praticada, realiza-se pesquisa jurídica acerca do fenômeno da "pejotização". Considerando que o
a tematica é de grande relevancia para sociedade brasileira, e possui considerável caráter social,
pois pode provocar danos aos trabalhadores e ao sistema previdenciário, quando empregadores
deixam de arcar com a responsabilidade dos encargos trabalhistas pertinetes às contratações.
Visando abordar apessoa jurídica privada sob os aspectos de conceito, tipo e composição, a
relação de emprego e suas características, bem como os direitos trabalhistas e previdenciários
dos empregados, até mesmo do que é realmente a “pejotização” e a relação de emprego, seu
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conceito e as formas queos empregadores utilizam para burlar a legislação trabalhista, os danos
que podem acarretar essa prática e a aplicação dos princípios jurídicos. também pode ser
analisado.
DESENVOLVIMENTO
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policiais podem usar a orientação da Seção 8 da CLT para:
Diante do exposto, e com base no disposto no art. O artigo 9.º da Lei do Trabalho viola
o princípio da realidade sobre a forma, que estabelece que “são nulos os actos que desvirtuem,
impeçam ou iludam a aplicação da Lei do Trabalho”. Na próxima seção, apresentamos trechos
dos acórdãos de alguns tribunais brasileiros para reforçar as posições dos juristas e juízes acima
mencionados. A primeira corrente enfatiza o pressuposto adotado pela legislação trabalhista de
que o trabalhador não é competente, seja o que for que tenha sobre o empregador. A aplicação
da CLT e a igualdade de tratamento do trabalho intelectual, físico e técnico são essenciais. Ainda
que a negociação seja realizada de acordo com a vontade das partes, a aplicação da lei trabalhista
não será dispensada com o consentimento do empregado (GUIMARÃES, 2020).
A segunda visão, enfatizada por Martins (2018), é que as obras intelectuais, científicas,
artísticas ou culturais suprimem a inadequação dos trabalhadores. O artigo 129 da referida lei
trata da vantagem de remuneração de benefícios trabalhistas, que serão adquiridos na relação de
trabalho. Por fim, confere ao trabalhador o poder de escolher as instituições jurídicas que o
amparam. A substituição dos sindicatos com carteira assinada por prestadores de serviços traz
uma série de consequências, em sua maioria onerando os trabalhadores pelos benefícios e
garantias da legislação trabalhista e da própria Constituição, pois é certo que quando uma pessoa
vestindo uma forma de vestuário não têm acesso aos direitos protegidos, gerando insegurança
jurídica para os trabalhadores.
No entanto ante o exposto Delgado (2017), expressa que o principal prejuízo aos
trabalhadores está relacionado à proteção de direitos trabalhistas, como férias anuais
remuneradas, remuneração por inatividade para recuperação poracidentes de trabalho, salários,
um mínimo estabelecido que protege a vida, a saúde e aintegridade corporal.
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1.1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO DO TRABALHO
Pode-se entender conforme Almeida (2015) que a primeira manifestação do trabalho veio
durante a Revolução Industrial, porque nunca pensaríamos na escravidão como tendo uma
relação de trabalho, porque os escravos não tinham direitos, porque sempre foram pensados como
escravos, coisas. Nesse ponto, entende que “não havia sistema normativo jurídico do direito do
trabalho nas sociedades pré-industriais”, portanto, na escravidão, o trabalhador era visto como
algo que não podia ser equiparado com sujeito de direito e, portanto, sem garantias e liberdades.
Mais tarde, na Idade Média, como expressa Gil (2001), surgiram associação local de
artesãos no mesmo campo, e cada estatutos regulando as relações trabalhistas, embora ainda não
possamos considerar a existência de um ordenamento legal regulando os direitos trabalhistas
porque foi criado mais tarde. Com o advento da Revolução Industrial veio o proletariado,
trabalhador que prestava serviços por um período de tempo extremamente longo, cerca de 14 a
16 horas por dia, sem condições dignas, e com salários insuficientes.
Nascimento (2011), exprime que o estigma do trabalho subordinado baseia-se na jornada
excessiva de trabalho, exploração de mulheres e menores, altos índices de acidentes de trabalho,
baixos salários, insegurança persistente na manutenção do emprego e condições de trabalho
inteiramente estabelecidas pelo patrão. No Brasil, as primeiras regras trabalhistas surgiram no
governo do presidente Getúlio Vargas a partir de 1930, quando foi criado o Ministério do
Trabalho, que passou a emitir decretos sobre ocupações, salários mínimos. A primeira
constituição a tratar do direito do trabalho foi a de 1934, que garantia a liberdade sindical,
igualdade salarial, salário mínimo, jornada de trabalho de oito horas, proteção ao trabalho de
menores e mulheres, entre outros direitos.
Rodrigues (1996) denota que diante do dia 1º de maio de 1943, a Consolidação das Leis
do Trabalho - A CLT foi aprovada, não um estatuto, mas uma reunião sistemática das normas
existentes, seguida da promulgação da Constituição de 1946, juntamente com uma série de outros
direitos, garantindoaos trabalhadores participantes lucros. Por fim, com a promulgação da Carta
Magna em 1988, orol de direitos trabalhistas foi bastante ampliado, classificando o trabalho
como direito social ao lado de outros status como educação, saúde, alimentação etc., em
linguagem artística. Art. 6º da Constituição Federal de 1988.
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A fraude trabalhista, conforme Ramos (2017), tem sua finalidade em disfarçar a relação
de trabalho, por isso tanto a doutrina quanto a jurisprudência estão coibindo tal fraude. Pode-se
concluir que a prática do pejotizar é um meio utilizado pelos empregadores para fugir ao
cumprimento das leis trabalhistas, resultando em desigualdade social e econômica, desemprego,
más condições de trabalho.
O autor ainda confere que esta fraude deve ser combatida com a declaração de nulidade
do contrato de prestação de serviços, portanto a pessoa jurídica deve ser declarada nula, em
seguida o vínculo empregatício deve ser reconhecido, e a nota e baixa deve ser apurada na
carteira de trabalho e previdenciária CTPS e pagamentos decorrentes do vínculo empregatício
incidência de todos os custos trabalhistas, inclusive impostos e encargos sociais.
Dal Rosso (2017) expressa o direito do trabalho como parte de um pressuposto maior
sobre a incidência de suas normas protetivas específicas, que é proteger os trabalhadores em uma
relação baseada em sua vulnerabilidade. Assim, trata-se de um reconhecimento do vínculo
desigual entre empregado e empregador, em que o primeiro necessita da proteção do Estado por
sua fragilidade. A Constituição Federal abraça explicitamente essa perspectiva da relação de
trabalho, incorporando os direitos sociais em seu art. 6º e os direitos dos trabalhadores das artes,
tanto urbanas quanto rurais. 7º, que cita o salário mínimo, a jornada de trabalho condizente com
a dignidade do trabalhador, etc. (conforme lista nele contida). Em geral, essas normas são de
aplicação imediata e plena vigência, ainda que sejam direitos fundamentais (art. 5º, n.º 1, CF).
Silva (1999) relata os direitos atribuídos aos trabalhadores são de duas naturezas distintas:
uma são os direitos relativos às relações individuais de trabalho; e, em outra ordem, os direitos
coletivos, ambos garantidos pelo estatuto constitucional do art. 7º .A protecção dos trabalhadores
assenta em determinados princípios típicos do direito laboral que orientam a sua aplicação
quotidiana e na melhor interpretação das normas laborais. No entanto, cabe destacar que,
principalmente após a Lei nº 13.467/2017, conhecida como Reforma Trabalhista, pela nova
norma Regência, algumas normas principiológicas passam a ter certa ressignificação, quando
não violam a ordem Constitucional. Isto será discutido mais detalhadamente depois.
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Utilizando uma distinção bastante objetiva, Delgado (2017) expressa que a relação de
trabalho engloba todo o consumo humano (eventualmente, autoemprego, emprego, etc.) prescrito
pela legislação cujos, os contratos relativosà relação de trabalho são muitas vezes referidos como
contratos de trabalho, um termo que optamos por não usar. Essa distinção inclui comentários
importantes, pois envolvem o reconhecimento de regrasespeciais do direito do trabalho. Na
estrutura romana, são discutidos três tipos de contratos de locação, abrangendo os diferentes tipos
de contratos relacionados ao assunto em questão: locatio rei (hoje a própria localização), locatio
operis faciendi (agora o negócio) e locatiooperum, pois esta é a A prestaçãode serviços para uso
de terceiros, que é a primeira premissa de um contrato de trabalho lato sensu,inclui a prestação de
serviços.
Gomez (1999) assinala que fica claro a partir desta rápida referência histórica que uma
análise aprofundada do significado deste trabalho e sua validade se justifica. Alguns
argumentam, como ressalta Maragarida (2010), que a diferença é um requisito fundamental da
relação de trabalho, seriaa variabilidade é entendida como o fato de os trabalhadores realizarem
serviços em nome de terceiros (ou seja, empregadores) sem arriscar seus negócios.
Pode-se entender esse posicionamente segundo aponta Martins (2019), a mudança não é,
na verdade, uma exigência do vínculo empregatício, mas seu efeito jurídico. A relação de
trabalho não existe por isso, mas uma vez que surge um requisito proeminente, tem um impacto
inevitável.
Nesta otica Carvalho (2010), relata que empregar o empregado como pessoa jurídica é
uma forma de evitar os efeitos da relação de trabalho sob a forma de outras formas de contrato
(como a prestação de serviços), principalmente no que diz respeito às obrigações de pagamento,
por exemplo, certas resultar. Em linguagem técnica, se o vínculo for retirado, a hipótese de
incidência - entendida como a incorporação dos fatos aos pressupostos jurídicos ou o desenho do
pressuposto de identidade absoluta entre fatos e normas determinadas, como contribuições
especiais para o financiamento previdenciário típicosdos arts. 195, I, da Constituição, tem
graves consequências, tanto pessoais quantosociais.
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Sabbag (2015), aponta como forma adequada de reduzir a carga tributária, neste caso,
não deve ser a evasão fiscale o uso de meios ilícitos para evitar a ocorrência de regras tributárias,
mas a necessidade de mudanças legislativas. Tribunais e agências admitiram, tomando ações que
implicam conduta ilegal Agricultores, embora não possamos discutir com essa aparente realidade
de carnaval e impostos de abrigo em torno das leis do país. Dessa forma, a pejotização aparece
como forma de fraude no cumprimento das obrigações decorrentes da vigência do contrato de
trabalho, inclusive liminares de natureza financeira e previdenciária, rejeitadas pelo ordenamento
jurídico vigente, ao adotar a forma societária é uma medida ilegal evasão fiscal e compromete
muito a relação de trabalho.
2. O QUE É A PEJOTIZAÇÃO
Dray (1999) elucida a pejotização como um fenômeno comum nas relações de trabalho
no século XXI, e não resulta em relações de emprego. Portanto, os empregadores exigem que
seus funcionários (ou seja, aqueles que prestam serviços) constituam uma pessoa jurídica para
prestar seus serviços. Para tanto, o empregador contrata uma pessoa jurídica que garanta os
mesmos serviços que a pessoa física, mas não reconheça o vínculo empregatício com o
empregador..
Para Delgado (2017), essa é uma forma de burlar a relação de trabalho conforme definido
na Consolidação das Leis do Trabalho, que estabelece que uma das condições necessárias para a
existência de uma relação de trabalho é a prestação de serviços pela pessoa física. Portanto, em
princípio, havendo previsão de pessoa jurídica, não há constituição de vínculo empregatício, que
claramente, a realidade concreta pode evidenciar o uso do disfarce de pessoa jurídica simulada
para dissimular a efetiva prestação de serviços por determinado indivíduo, celebrando uma
relação jurídica sem a incerteza de caráter pessoal que tende a caracterizar a prática de qualquer
ato jurídico. entidade.
Portanto, para Lacaz (2019), quando se percebe que se trata, na verdade, de uma relação
de emprego, a pejotização pode ser vista como uma fraude contra as regras estabelecidas pelo
ordenamento jurídico brasileiro, pois há todos os requisitos legais e também os direitos
trabalhistas. Pode-se concluir que a pejotização é a forma pela qual o empregado constitui uma
pessoa jurídica em seu nome e posteriormente contrata com o empregador a prestação dos
mesmos serviços, mas não constitui uma relação de trabalho por se tratar claramente de um
contrato civil. Celebrado entre pessoas jurídicas para prestação de serviços, não entre pessoa
física e pessoa jurídica.
Para Pereira (2017) os empregados e empregadores têm várias razões diferentes para "praticar"
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a pejotização, ambos encontraram várias vantagens e desvantagens. Inicialmente, é necessário apontar
os benefícios do ponto de vista deles. Os empregadores são atraídos a contratar pessoas jurídicas pois,
seus custos serão menores. Diante desse tipo de contrato, não há vínculo empregatício, portanto, o
empregador não arca com os encargos trabalhistas inerentes à CLT, sendo que os valores referen-se a
impostos e contribuições previdenciárias onde estes serão omitidos. Além disso, o empregador alega
que está protegido pelo artigo 129 da Lei 11.196/05 e,portanto, justifica que celebrou contrato com
pessoa jurídica em bases legalmente admissíveis. O empregado, por sua vez, aceita esse tipo de
contrato e prestação de serviço como pessoa jurídica por outros motivos. Alguns trabalhadores
optaram por esta opção no pressuposto deque terão mais autonomia, flexibilidade e controle sobre a
forma como prestam os seus serviços.
Dada a formação de pessoas jurídicas, Martins (2019) expressa que poderiam até trabalhar
com vários empregadores, o que seria uma forma de aumentar sua renda. Outra causa de
pejotização são asexigências dos empregadores. Portanto, para que o empregado garanta sua
vaga, ou sejaempregado pelo empregador, ele se submete a essa obrigação que lhe é imposta. Um
dos motivospelos quais os empregadores são incentivados a celebrar contratos com empregados
pessoas jurídicas é o artigo 129 da Lei 11.196/05, que permite flexibilização na adequação das
leis trabalhistas. De acordo com o disposto na lei acima, para efeitos fiscais:
De acordo com a lei, alguns empresários acreditam que é lícito contratar pessoasjurídicas
para fins de prestação de serviços intelectuais e estão autorizados a fazê-lo sob a alegação de que
a eles se aplicam as mesmas instituições que as pessoas jurídicas. De acordo com Cavalcante e
Jorge Neto, 2005, p. 183, existem alguns requisitos que devem ser atendidos para esta licença
legal:
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culturais; c) a constituição de uma pessoa jurídica; d) a prestação
dos serviços intelectuais pode ser efetuada pessoalmente pelo
trabalhador ou por terceiros por ele designados, inclusive, na
qualidade de empregados da pessoa jurídica.·
Segundo Baltar (2017), ocorre que a licença legal não pode ser utilizada para burlar a
legislação trabalhista, e mesmo nos casos em que os requisitos acima sejam atendidos,
verificando-se que a constituição de pessoa jurídica é apenas para não constituir vínculo
empregatício, que deve desconsiderar a personalidade jurídica, de acordo com o artigo 50 do
Código Civil. Tendo em vista o desvio da finalidade da pessoa jurídica e a aplicação do princípio
da realidade trabalhista sobre a forma, aadministração pública não precisa esperar para requerer
benefícios previdenciários relativos a pessoas físicas.
No direito do trabalho de acordo com Lacaz (2019), é aquele que também se rege
principalmente por alguns princípios que norteiam as relações trabalhistas. O direito do trabalho,
por meio do direito do trabalho e da aplicação desses princípios, busca assegurar o equilíbrio
entre empregador e empregado, pois o empregado é considerado a parte deficiente da relação,
pois é mais vulnerávelna continuidade do contrato de trabalho, isto é, tendo em conta o poder
económico ediretivo doempregador.
Hammes (2015), enuncia que um dos princípios mais importantes que regem esses
direitos é o chamado "princípio darealidade". Isso apenas destaca que o que importa é o que
realmente acontece com os funcionários no dia-a-dia, não o que está escrito. De acordo com esse
princípio, a verdade dos fatos prevalece sobre qualquer forma de contrato, ou seja, se houver
conflito entre o que está escrito e o que realmente aconteceu, prevalecerá o que realmente
aconteceu.
Para Gondim (2017), reduzir os custos de produção, foram criadas novas formas de
trabalho. Dentreeles, surgiu a chamada pejotização, que é um contrato que tenta descaracterizar
a relação de trabalho, retirando o elemento “pessoal” do contrato de trabalho e substituindo o
contrato de trabalho por uma pessoa jurídica de trabalho. Os princípios do direito do trabalho
tornam-se de extrema importância no combate ao fenômeno da pejotização, haja vista que a
legislação omite fazer disposições explícitas aplicáveis nesse sentido. É sobretudo o referido
princípio da primazia da realidade, conjugado com outros princípios e disposições legais, quese
reconhecea relação laboral, seguida da extinção do contrato de prestação de serviços e da
anulação dos estatutos da pessoa colectiva. O trabalhador coagido declara expressamente que, de
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acordo comeste princípio, a situação real de um empregado sob qualquer contrato será sempre
baseada na situação real desse empregado.
É possível ver a pejotização conforme Silva (2017), como uma formação fraudulenta de
pessoas jurídicas para minimizar os gastos do empregador e reduzir os custos trabalhistas. Esta
situação é imposta peloempregador, que decide como é celebrado o contrato de prestação de
serviços. Por se tratar de uma empresa “porta de entrada”, a pessoa jurídica oculta não possui o
elemento “sociedade emocional”, que é o espírito da constituição da empresa, com todos os
direitos e obrigações a elainerentes.
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criação de uma pessoa jurídica simulada, pois, não podendo o empregado renunciar aos direitos
que lhe são conferidos pela lei, ele se vale de medida alternativa para renunciar a tais direitos.
METODOLOGIA
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OBJETIVOS
Geral
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ante o exposto cabe aqui retomar o que foi explanado na Introdução, estabelecendo uma
relação entre as expectativas e o que foi desenvolvido, destacando qual a contribuição da
fundamentação teórica estudada.
Para passos (2018) atualmente o capitalismo apresenta um novo modo de
desenvolvimento e organização, uma postura que de repente se choca com a busca de lucros
desenfreados, sem qualquer medida, asconquistas no campo do direito do trabalho são fruto de
processos historicamente democráticos, fruto da luta dos trabalhadores por condições de
trabalho mais dignas, assim como podemos pensar na pejotização como a desregulamentação
de direitos e garantias.
Vieira (2017) traduz a pjotizaçao como uma prática ilegal e fraudulenta de contratação
de pessoas físicas por meio de subordinação, personalidade, onerosa, não-eventos, exigindo a
formalização de pessoas jurídicas como já discutido neste trabalho, visando burlar a legislação
trabalhista. O empreendedor que opta por praticar a pejotização, trata-se de uma posição muito
confortável, pois mantém e exige contratos/empregados da mesma forma e com as mesmas
características de seus subordinados, além disso, todos os custos trabalhistas são dispensados,
enquanto do outro lado há falta de trabalhadores, sem autonomia,sem direitos trabalhistas e
previdenciários, a violação dos direitos dos trabalhadores é inquestionável.
Por outro lado, corroborando ao autor supracitado Lima (2018) relata que os
destinatários de serviços que decidem encobrir uma relação de trabalho típica correm riscos
elevados e desnecessários porque o acesso à justiça já é comum e a justiça do trabalho coibiu
essa fraude e facilitou a anulação de contratos civis e reconheceu o vínculo empregatício
relacionamento e, portanto, diferir o pagamento de todos os ativos trabalhistas, indenizações e
pagamentos de previdência social. Ainda corroborando com este aspecto Fonseca (2018),
exprime que a prática desse fenômeno configura uma fraude aos direitos trabalhistas, pois
trabalhadores disfarçados de empreiteiros não têm direitos e garantias básicas, e isso deve ser
visto como um retrocesso social, e voltaremos aos tempos da escravidão.
Tondolo (2018) denota o reconhecimento do emprego é implementado a partir do
momento em que se verificaa existência de pejotização pela comprovação da configuração dos
requisitos de uma relação detrabalho típica, pois cabe ao direito do tabalho promover a proteção
das deficiências a fim de promover um trabalho digno e seguro. Essa prática vem sendo
coibidapelo judiciário por meio da aplicação dos princípios do direito do trabalho, em especial
do princípio da realidade, que tem sido utilizado como mecanismo fundamental de combate à
fraude, aqui denominada pejotização.
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Após análise bibliográfica elencada ao longo do artigo, percebe-se que o princípio da
realidade em primeiro lugar é o meio mais comum e eficaz de combate a esse tipo de fraude,
pois de acordo com Pozzetti (2019), o princípio preza pela real ocorrência dos fatos e, portanto,
desconsidera aforma como ele foi contratado. Neste caso é importante esclarecer que o tema
ainda não está regulamentado em legislação própria, por isso proponho uma lei que incorpore
dispositivos dalegislação trabalhista, proíba e penalize expressamentem o uso da pejotização, e
preveja uma série de punições, incluindo penalidades de responsabilidade criminal para
empregadores e/ou empresas que exploram tais práticas fraudulentas para lucrar ilegalmente.
Conforme elucida Renzetti (2018) o principal objetivo de promulgar a lei contra essa
fraude é coibir a prática e é projetadopara fazer os empresários pensarem duas vezes antes de
quererem correr o risco de serem responsabilizados criminalmente. Conclui-se, portanto, que a
pejotização só é benéfica para empresas, pois a prática desregulamenta direitos, restringe a
liberdade dos trabalhadores e ainda prejudica a sociedade como um todo, pois o trabalho é o
principal motor da sociedade, pois a correta aplicação dos impostos e as despesas
previdenciárias são visando a melhoria das condições sociais dos cidadãos, como moradia,
transporte público, saúde, higiene básica e demais políticas publicas benéficas ao cidadão
trabalhador.
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