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INDIVIDUAL DO
TRABALHO
Relação de Trabalho e Relação de
Emprego
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
DIREITO INDIVIDUAL DO TRABALHO
Relação de Trabalho e Relação de Emprego
Gervásio Meireles
Sumário
Relações de Trabalho...................................................................................................................... 3
1. Relação de Emprego.................................................................................................................... 3
1.1. Elementos de Existência.......................................................................................................... 4
1.2. Situações de Relevo.. ...............................................................................................................13
1.3. Poderes do Empregador........................................................................................................ 14
2. Trabalho Autônomo. . ..................................................................................................................19
3. Trabalho Eventual. . .................................................................................................................... 20
4. Trabalho Avulso..........................................................................................................................21
4.1. Trabalho Avulso Portuário.................................................................................................... 23
4.2. Trabalho Avulso Não Portuário........................................................................................... 28
5. Estágio.......................................................................................................................................... 30
5.1. Generalidades.......................................................................................................................... 30
5.2. Sujeitos Envolvidos................................................................................................................ 32
5.3. Regras Durante o Estágio..................................................................................................... 35
6. Trabalho Voluntário.. ................................................................................................................. 39
Resumo............................................................................................................................................. 45
Questões de Concurso.................................................................................................................. 47
Gabarito............................................................................................................................................ 65
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DIREITO INDIVIDUAL DO TRABALHO
Relação de Trabalho e Relação de Emprego
Gervásio Meireles
RELAÇÕES DE TRABALHO
A relação de trabalho é um gênero que abrange diversas espécies. Podemos citar as es-
pécies mais comuns:
• emprego;
• trabalho autônomo;
• trabalho eventual;
• trabalho avulso;
• estágio;
• trabalho voluntário;
• servidores públicos com relação jurídico-administrativa.
Ressalte-se que existem aqueles operadores do Direito que consideram que as atividades
do empresário podem ser enquadradas como outra espécie de relação de trabalho.
Nesse capítulo, analisaremos essas espécies, exceto os servidores públicos com relação
jurídico-administrativa, visto que o exame desses últimos compete ao Direito Administrativo e
não ao Direito do Trabalho.
De plano, devemos ter um primeiro cuidado. Quando se menciona, nas leis, de “contrato de
trabalho”, o legislador trata de “contrato de emprego”. Embora a relação de trabalho seja um gê-
nero, essa expressão não é sinônimo de “contrato de trabalho”. Assim, onde se lê “contrato de
trabalho” na norma legal, leia-se “contrato de emprego”. Essa necessidade da correspondência
desses contratos criada pelo art. 442, caput, da CLT:
CLT
Art. 442. Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso, correspondente à relação de
emprego.
1. Relação de Emprego
Trata-se da relação de trabalho mais protetiva no Direito do Trabalho. O reconhecimento
dessa espécie de relação jurídica pressupõe a presença de elementos de existência.
Uma vez existente a relação de emprego, passa-se a outra questão: seria o contrato válido?
Nesse caso, cumpre analisar os requisitos de validade do contrato de trabalho, o que será feito
no capítulo sobre contrato de trabalho.
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Para haver relação de emprego é fundamental que o prestador de serviços seja pessoa fí-
sica. Jamais o empregado será uma pessoa jurídica. Alguns doutrinadores entendem que esse
requisito já se encontra inserido na pessoalidade (próximo elemento a ser estudado). Não há
nenhum vício nesse entendimento.
O trabalho por pessoa física pode ser visualizado no conceito de empregado do art.
3º da CLT:
CLT
Art. 3º Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a
empregador, sob a dependência deste e mediante salário.
E não existe, para fins de reconhecimento de vínculo, diferença se o trabalho for intelectual,
manual ou técnico:
CLT
Art. 3º (...)
Parágrafo único. Não haverá distinções relativas à espécie de emprego e à condição de trabalhador,
nem entre o trabalho intelectual, técnico e manual.
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A fraude, contudo, não pode ser presumida, devendo ser cabalmente comprovada por
quem a alega:
Quanto ao empregador, esse pode ser pessoa física, jurídica ou mesmo determinados entes
despersonalizados (massa falida, espólio etc.).
CLT
Art. 2º Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da
atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço.
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Lei n. 5.889/1973
Art. 2º Empregado rural é toda pessoa física que, em propriedade rural ou prédio rústico, presta
serviços de natureza não eventual a empregador rural, sob a dependência deste e mediante salário.
Art. 3º Considera-se empregador, rural, para os efeitos desta Lei, a pessoa física ou jurídica, proprie-
tário ou não, que explore atividade agroeconômica, em caráter permanente ou temporário, direta-
mente ou através de prepostos e com auxílio de empregados.
§ 1º Inclui-se na atividade econômica referida no caput deste artigo, além da exploração industrial
em estabelecimento agrário não compreendido na Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprova-
da pelo Decreto-Lei n. 5.452, de 1º de maio de 1943, a exploração do turismo rural ancilar à explora-
ção agroeconômica.
LC n. 150/2015
Art. 1º Ao empregado doméstico, assim considerado aquele que presta serviços de forma contínua,
subordinada, onerosa e pessoal e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito resi-
dencial destas, por mais de 2 (dois) dias por semana, aplica-se o disposto nesta Lei.
No caso específico do emprego doméstico, a norma exige uma finalidade não lucrativa
nos serviços prestados, além de trabalho ocorra no âmbito residencial do empregador ou de
sua família.
Registre-se que o caseiro de chácara ou de sítio de lazer é considerado empregado domés-
tico, conforme se constata nesse trecho de julgado do TST:
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(...) Do ponto de vista econômico, pode-se afirmar que o doméstico produz, exclusiva-
mente, valor de uso, jamais valor de troca, por isso sem intuito ou conteúdo econômi-
cos para o tomador de serviços. Nessa linha será doméstico o caseiro de sítio de lazer
do empregador, desde que não se realize produção, na propriedade, com o concurso do
caseiro, para fins de colocação no mercado. Existindo sistema de produção para venda
habitual de bens a terceiros, descaracteriza-se a natureza doméstica do vínculo estabe-
lecido com o trabalhador no local. (...) (ARR - 10030-92.2014.5.15.0121, Relator Ministro:
Mauricio Godinho Delgado, Data de Julgamento: 19/04/2017, 3ª Turma, Data de Publica-
ção: DEJT 28/04/2017)
1.1.2. Pessoalidade
A relação de emprego exige que haja pessoalidade em relação ao trabalhador. Isso signifi-
ca que a relação é personalíssima no que tange ao obreiro.
O trabalhador, como regra, não pode se fazer substituir. Tem o dever de comparecer e pres-
tar serviços. É o que chamamos de infungibilidade na prestação de serviços.
Claro que sempre há a possibilidade anormal da denominada substituição consentida. Isso
significa que o empregado pode até enviar alguém em seu lugar se o empregador concordar,
mas isso não é direito subjetivo do trabalhador e a mera liberalidade patronal não altera o vín-
culo com o empregado. A relação com a pessoa indicada também é outra. Aliás, existe inclusi-
ve risco, dependendo da forma de prestação de serviços e habitualidade com que isso ocorre,
de se formar vínculo de emprego também com aquele que substitui o trabalhador.
A pessoalidade inerente à relação de emprego, contudo, não existe em relação ao empre-
gador, o qual pode ser substituído sem que a relação de emprego termine. Logo, é possível a
alteração subjetiva no polo passivo (empregador) da relação de emprego, mas não no polo
ativo (empregado).
Imagine, por exemplo, que Marco é empregado da empresa X, sendo que a empresa foi com-
prada e absorvida pela Multinacional Y. É uma incorporação de empresas. Marco, que conti-
nuou trabalhando normalmente, passa a ter como empregador a Multinacional, mas o vínculo
de emprego continua o mesmo. Houve alteração do empregador, mas não do empregado.
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CLT
Art. 6º Não se distingue entre o trabalho realizado no estabelecimento do empregador, o executado
no domicílio do empregado e o realizado a distância, desde que estejam caracterizados os pressu-
postos da relação de emprego.
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Art. 3º Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a
empregador, sob a dependência deste e mediante salário.
LC n. 150/2015
Art. 1º Ao empregado doméstico, assim considerado aquele que presta serviços de forma contínua,
subordinada, onerosa e pessoal e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito resi-
dencial destas, por mais de 2 (dois) dias por semana, aplica-se o disposto nesta Lei.
Isso significa que, se o trabalhador atuar em atividades domésticas (finalidade não lucra-
tiva) à pessoa ou família no âmbito residencial destas por mais de 2 dias na semana, presu-
me-se que se trata de empregado. Contudo, nada impede que seja um trabalhador autônomo
(diarista), mas o ônus de provar essa relação e afastar os requisitos da relação de emprego
será do tomador de serviços. Por outro lado, se houver a prestação de serviços por até 2 dias
na semana, presume-se não ser emprego, mas nada impede que haja vínculo (ex. quando se
anota a CTPS do trabalhador doméstico que trabalha somente um dia na semana).
1.1.4. Onerosidade
CLT
Art. 3º Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a
empregador, sob a dependência deste e mediante salário.
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Observe um caso em que o TST expressamente mencionou a existência desse animus para
reconhecer o vínculo de emprego entre cônjuges:
Assim, o fato de ser membro de uma mesma família não afasta, por si só, o vínculo em-
pregatício.
Importante lembrar de que a vontade (animus) não precisa ser manifestada de forma escri-
ta ou verbal. O texto celetista reconhece a possibilidade de relação de emprego até mesmo de
forma tácita, conforme se verifica no art. 442, caput, da CLT:
CLT
Art. 442 - Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso, correspondente à relação
de emprego.
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1.1.5. Subordinação
Diversas escolas surgiram para explicar o que seria a subordinação. Surgiram teorias sobre
subordinação técnica, subordinação econômica etc.
Na subordinação técnica, o empregado dependeria dos conhecimentos do empregador so-
bre o processo produtivo e as técnicas necessárias. Essa ideia de subordinação não conseguiu
abranger todos os casos, porque muitas vezes o conhecimento técnico pertence ao emprega-
do e eu empregador que depende desse conhecimento técnico.
Na subordinação econômica, o empregado depende financeiramente do seu empregador.
No entanto, essa ideia não funciona para todos os casos de relação de emprego, uma vez que
existem trabalhadores que são empregados pela simples vontade de se manter ocupados ou
para ter ganhos extras e não porque dependem financeiramente.
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O que nos importa, contudo, é qual o tipo de subordinação atualmente reconhecida. E essa
é a subordinação jurídica.
A subordinação jurídica desconsidera a eventual dependência econômica do trabalhador, o
eventual desconhecimento ou superconhecimento do trabalhador acerca do processo produ-
tivo. De fato, é justamente a submissão do empregado à dinâmica definida pelo empregador
por uma vontade própria em busca de contrapartida que fixa ideia de contrato e justifica a ex-
pressão subordinação jurídica.
Vale ressaltar que subordinação jurídica não exige necessariamente a presença de sub-
missão a ordens. É muito comum a submissão a ordens como configurador da subordinação
(dimensão tradicional da subordinação – natureza subjetiva), mas nada impede que o traba-
lhador não receba ordens e, ainda assim, insira-se na estrutura empresarial definida pelo em-
pregador, adequando-se à forma de produção e organização definida.
A subordinação é essencial à relação de emprego. Até mesmo empregados intelectuais
possuem subordinação. O trabalhador intelectual não tem assegurada autonomia da vontade
sobre a sua atividade, uma vez que se subordina às diretrizes fixadas pelo empregador, enqua-
drando-se em uma dinâmica definida pela organização empresarial.
A subordinação pode existir ainda que haja prestação de serviços à distância, conforme se
constata no art. 6º, parágrafo único, da CLT:
CLT
Art. 6º (...)
Parágrafo único. Os meios telemáticos e informatizados de comando, controle e supervisão se equi-
param, para fins de subordinação jurídica, aos meios pessoais e diretos de comando, controle e
supervisão do trabalho alheio.
Lei n. 9.615/1998
Art. 88. Os árbitros e auxiliares de arbitragem poderão constituir entidades nacionais, estaduais e do
Distrito Federal, por modalidade desportiva ou grupo de modalidades, objetivando o recrutamento, a
formação e a prestação de serviços às entidades de administração do desporto.
Parágrafo único. Independentemente da constituição de sociedade ou entidades, os árbitros e seus
auxiliares não terão qualquer vínculo empregatício com as entidades desportivas diretivas onde
atuarem, e sua remuneração como autônomos exonera tais entidades de quaisquer outras respon-
sabilidades trabalhistas, securitárias e previdenciárias.
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A exclusividade nunca foi requisito da relação de emprego. Não há essa exigência na lei.
Nada impede que um mesmo trabalhador possua mais de um contrato de trabalho. A exclusi-
vidade não é sequer uma característica.
1.2.2. Alteridade
CLT
Art. 2º Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da
atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço.
Outra corrente defende que a alteridade não é elemento da relação de emprego, mas sim
característica, visto que a alteridade, apesar de regra, poderia ser flexibilizada em determina-
das situações previstas em lei. Essa corrente aponta que os elementos da relação de emprego
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estão indicados no art. 3º da CLT e a definição de empregador contida no art. 2º não altera
esses elementos. Adoto essa última posição.
Registre-se que a Justiça do Trabalho não possui sequer competência para examinar a
matéria referente ao trabalho do preso:
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Assim, o poder diretivo assume várias aplicações práticas que passam, por exemplo, pela defi-
nição de local de trabalho e equipamentos, estabelecimento das atividades diárias de cada empre-
gado dentro da função para a qual foi cada um contratado, definição do uniforme a ser utilizado,
da criação de uma sequência de produção, da definição da forma como os trabalhadores devem
se portar perante terceiros no desempenho do trabalho ou diante de situações específicas etc.
Aliás, quanto ao uniforme, observe o contido no art. 456-A da CLT:
CLT
Art. 456-A. Cabe ao empregador definir o padrão de vestimenta no meio ambiente laboral, sendo
lícita a inclusão no uniforme de logomarcas da própria empresa ou de empresas parceiras e de ou-
tros itens de identificação relacionados à atividade desempenhada.
Parágrafo único. A higienização do uniforme é de responsabilidade do trabalhador, salvo nas hipóte-
ses em que forem necessários procedimentos ou produtos diferentes dos utilizados para a higieni-
zação das vestimentas de uso comum.
Esse poder, como qualquer outro, não é absoluto. Encontra limites em princípios, leis, atos
administrativos, bons costumes e norma coletiva.
Súmula n. 77 do TST
PUNIÇÃO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
Nula é a punição de empregado se não precedida de inquérito ou sindicância internos a
que se obrigou a empresa por norma regulamentar.
Esse poder regulamentar possui limites também. Não podem violar princípios, leis, bons
costumes e norma coletiva.
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Imagine o regulamento que preveja que apenas receberão a parcela de participação nos
lucros previsto em norma coletiva aqueles trabalhadores que estiverem empregados por oca-
sião do pagamento. Essa previsão viola o princípio da isonomia, porque aqueles que tiveram
o contrato rompido antes desse dia também contribuíram para o lucro daquele período. Veja a
Súmula n. 451 do TST:
Também conhecido como poder de controle, é mais uma vez derivado do poder diretivo. O
empregador possui a prerrogativa de fiscalizar, acompanhar o desempenho das atividades dos
trabalhadores, zelar pelos seus bens, utilizando diversos métodos de controle.
É muito comum o uso de câmeras, registros de frequência e horários, exame de relatórios,
análise de resultados, revista de bens e pertences (mochilas, bolsas etc.), exame de dados
eletrônicos, monitoramento de e-mail da empresa (corporativo) etc.
Claro que esse poder também comporta limites na lei, nos princípios, nos bons costumes
e nas normas coletivas.
Por exemplo, não se admite, como regra, a revista íntima de trabalhadores (que envolva
desnudamento), por ser violador do princípio da dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, da
CF) e do direito à intimidade e à vida privada (art. 5º, X, da CF).
Aliás, quanto às mulheres, existe uma previsão expressa da proibição da revista íntima:
CLT
Art. 373-A. Ressalvadas as disposições legais destinadas a corrigir as distorções que afetam o
acesso da mulher ao mercado de trabalho e certas especificidades estabelecidas nos acordos tra-
balhistas, é vedado:
(...)
VI – proceder o empregador ou preposto a revistas íntimas nas empregadas ou funcionárias.
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CLT
Art. 474 - A suspensão do empregado por mais de 30 (trinta) dias consecutivos importa na rescisão
injusta do contrato de trabalho.
Aqui surge uma questão: todas as infrações trabalhistas relativas ao empregado estão na
lei? E a resposta é positiva. O empregador não pode criar novas hipóteses de infrações traba-
lhistas. O legislador já fez isso. O principal mas não único preceito sobre o tema é o art. 482 da
CLT. Outro preceito é o art. 158, parágrafo único, da CLT.
Essas são hipóteses, embora sejam de justa causa, permitem o uso de advertência e sus-
pensão quando ainda não existe gravidade ou reiteração de infrações (repetição) bastante
para a justa causa.
Logo, por exemplo, faltar um dia ao serviço de forma injustificada não permite suspensão
ou justa causa por desídia ou abandono, mas autoriza uma advertência. Dez faltas injustifica-
das, depois de já ter havido advertências, pode autorizar a suspensão, mas não necessaria-
mente a dispensa por justa causa.
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Assim, tendo a infração que estar prevista em lei, incide o princípio da reserva legal, lega-
lidade ou tipicidade.
Além disso, a gravidade da conduta deve ser considerada para se exercer o poder discipli-
nar. Não é qualquer erro do trabalhador que justifica automaticamente uma penalidade. Cor-
rigir e orientar trabalhadores integra o poder diretivo. Para haver penalidade, deve haver uma
certa gravidade. É o princípio da gravidade ou proporcionalidade.
Ademais, lembre-se de que deve haver uma certa contemporaneidade entre a ciência do
ato faltoso e a aplicação de penalidade. Isso significa que não pode ter transcorrido muito
tempo entre a ciência da falta e a aplicação da penalidade. É o chamado princípio da imedia-
ticidade ou da imediatidade. Se houver transcorrido muito tempo, opera-se o perdão tácito.
Aliás, um outro princípio é justamente a não ocorrência de perdão tácito ou expresso. Se
houver perdão, não há que se falar em penalidade.
Um questionamento comum envolve qual seria esse tempo entre a ciência e a aplicação da
penalidade. Não existe um tempo definido na lei. Usa-se a razoabilidade. Claro que existem si-
tuações em que a empresa cria procedimentos favoráveis ao empregado antes da penalidade,
tais como inquéritos, sindicâncias, processos administrativos etc. Aqui deve-se ter mais tole-
rância com esse tempo, porque a empresa, depois de criar essa norma vantajosa, é obrigada
a segui-la.
Ademais, não se pode aplicar duas punições pelo mesmo fato. Uma vez aplicada uma
penalidade, não pode o trabalhador receber outra punição pelo mesmo ato já punido. É o prin-
cípio da inaplicabilidade da dupla punição (non bis in idem) ou singularidade da punição.
Outro detalhe: a falta praticada deve ter sido o motivo direto da punição. Não será válido,
assim, despedir o empregado por um motivo e pretender provar na Justiça outra falta diversa
daquela que ensejou a ruptura contratual. Ademais, não se pode aproveitar uma falta para
querer punir outra anterior que não tinha sido apenada. É o princípio do nexo causal ou caráter
determinante.
Outro princípio refere-se à simetria das penas ou isonomia ou ausência de discrimina-
ção. Ele atesta que se deve aplicar as mesmas penas àqueles que cometeram os mesmos
atos, com o mesmo grau de culpabilidade e gravidade. Não se pode punir um empregado X
com suspensão e aplicar justa causa no empregado W que participou do mesmo fato, sen-
do que ambos tinham cargos com o mesmo nível de confiança do empregador e tiveram a
mesma culpa.
Existe uma corrente doutrinária que aponta que existem requisitos objetivos (tipicidade
e gravidade), requisitos subjetivos (autoria e dolo ou culpa) e circunstanciais (nexo causal,
singularidade da punição, ausência de perdão tácito ou expresso, imediaticidade, simetria das
penas, adequação da penalidade, proporcionalidade da pena em relação à falta cometida, ca-
ráter pedagógico da pena).
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2. Trabalho Autônomo
No trabalho autônomo, o elemento necessário para sua identificação é inexistência de
qualquer subordinação.
O autônomo pode ter habitualidade ou não. Sendo habitual, pode ser contínuo ou não.
Aliás, consta expressamente essa lógica no art. 442-B da CLT:
CLT
Art. 442-B. A contratação do autônomo, cumpridas por este todas as formalidades legais, com ou
sem exclusividade, de forma contínua ou não, afasta a qualidade de empregado prevista no art. 3º
desta Consolidação.
O trabalho autônomo possui uma série de características comuns, mas que não são es-
senciais para o reconhecimento desse tipo de trabalho:
Entretanto, pode ocorrer de haver autônomos que não podem definir seu horário de tra-
balho. É o que ocorre, por exemplo, com muitos professores de cursos preparatórios ou de
pós-graduação, visto que não definem o horário das aulas (esses horários já são predefinidos).
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Entretanto, pode ocorrer de o contrato do autônomo prever uma proibição ou mesmo que
o tomador de serviço assuma essa obrigação.
No entanto, é possível que haja previsão de cláusulas que eliminem ou reduzam esse risco
no contrato com o tomador de serviços.
3. Trabalho Eventual
O trabalhador eventual pressupõe a ausência de habitualidade. Eventual é conceito contrá-
rio a habitual. Não importa a existência ou não de autonomia.
E o que seria um eventual?
Surgiram várias teorias para explicar isso, das quais destacamos as principais:
• teoria da descontinuidade - trabalhador eventual seria aquele que presta serviços des-
contínuos, ou seja, fracionados no tempo, fragmentados.
Essa é a única teoria claramente rejeitada pelo texto celetista, visto que, no conceito de
empregado do art. 3º da CLT, considera-se a não eventualidade, requisito esse que abrange o
trabalho habitual, ainda que não seja contínuo.
Isso quer dizer que o trabalho fragmentado no tempo, descontínuo pode ser considerado
habitual, não eventual, afastando definitivamente o enquadramento como trabalho eventual.
Imagine um empregado que somente labore em um bar nas sextas e sábados, toda sema-
na, como garçom. É empregado para a CLT (atividade habitual, não eventual), muito embora
exerça um trabalho descontínuo.
• teoria do evento - trabalhador eventual é aquele que presta serviços de forma esporádi-
ca, específica, pontual, por prazo que não seja longo.
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• teoria da fixação jurídica - trabalhador eventual é aquele que se liga a diversos tomado-
res de serviços, não se vinculando a um único tomador.
• teoria dos fins do empreendimento - trabalhador eventual é aquele que atua na ativi-
dade-meio do tomador de serviços e não na atividade-fim. Quem atuaria na atividade
finalística do empreendimento seria empregado e não trabalhador eventual.
Nenhuma dessas três últimas teorias está isenta de críticas. Portanto, atualmente, deve-se
analisar as circunstâncias de cada caso concreto, aplicando as três teorias. No entanto, se
houver falha em alguma delas, isso não elimina a condição de trabalho eventual.
Pode haver subordinação no trabalho eventual? A resposta é positiva, muito embora não
seja uma exigência. Assim, o trabalhador eventual pode ou não ostentar subordinação em rela-
ção ao tomador de serviços. Por exemplo, ele pode estar sujeito a ordens do tomador durante
toda a prestação laboral.
4. Trabalho Avulso
No trabalho avulso, existe uma prestação de serviço realizada por um trabalhador para
um tomador de serviços mediante intermediação realizada por um sindicato ou órgão gestor
de mão de obra. Não existe vínculo de emprego nem entre o trabalhador avulso e a entidade
intermediadora e nem entre o avulso e o tomador de serviços.
A criação dessa relação de trabalho foi muito importante para suprir uma lacuna merca-
dológica. É que existem atividades que necessitam de uma prestação de serviços muito mais
curta, mas que exigem subordinação. Assim, muitos tomadores de serviço acabavam contra-
tando trabalhadores de maneira informal, provocando prejuízo de direitos aos trabalhadores.
Com o surgimento do trabalho avulso, esses obreiros foram trazidos para a formalidade, rece-
bendo direitos que muitas vezes lhe eram sonegados anteriormente.
Nesse contexto, embora não haja vínculo de emprego com o trabalhador avulso, a Consti-
tuição Federal assegura igualdade de direitos do avulso em relação ao empregado:
CF
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
condição social:
XXXIV – igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o traba-
lhador avulso.
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Assim, não há cogitar que as condições peculiares pertinentes ao trabalhador avulso são
incompatíveis com as garantias constitucionais mínimas asseguradas aos trabalhado-
res, tais como a jornada especial do turno ininterrupto de revezamento, as horas extras e
o intervalo intrajornada (CF, art. 7º, XIV e XVI), especialmente ante o caráter cogente de
tais direitos, constituindo medidas de proteção, higiene e segurança do trabalho. Recurso
de revistaconhecido e parcialmente provido” (RR-1001143-95.2016.5.02.0444, 8ª Turma,
Relatora Ministra Dora Maria da Costa, DEJT 04/10/2019).
(...) RECURSO DE REVISTA DO OGMO. VALE TRANSPORTE. TRABALHADOR AVULSO.
ÔNUS DA PROVA. O entendimento pacífico deste c. Corte Superior, consubstanciado na
Súmula n. 460 do c. TST, é no sentido de que incumbe ao empregador o ônus de com-
provar que o empregado não satisfaz os requisitos indispensáveis à concessão do vale-
-transporte. Ademais, este c. Tribunal Superior também já pacificou seu entendimento no
sentido de que o trabalhador avulso faz jus ao vale-transporte, tendo em vista que o artigo
7º, XXXIV, da Constituição Federal assegura a igualdade de direitos entre o trabalhador
com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso. Precedentes. Recurso de
revista de que não se conhece. (ARR - 713-44.2014.5.09.0022, Relatora Desembargadora
Convocada: Cilene Ferreira Amaro Santos, Data de Julgamento: 22/08/2018, 6ª Turma,
Data de Publicação: DEJT 24/08/2018)
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pagamento em dobro das férias eventualmente não usufruídas, tendo em vista as pecu-
liaridades próprias das suas atividades laborais. Precedentes. Agravo de Instrumento par-
cialmente provido. (...)” (ARR-2445-57.2014.5.09.0411, 8ª Turma, Relatora Ministra Maria
Cristina Irigoyen Peduzzi, DEJT 07/06/2019).
Lei n. 12.815/2013
Art. 2º Para os fins desta Lei, consideram-se:
XIII – operador portuário: pessoa jurídica pré-qualificada para exercer as atividades de movimenta-
ção de passageiros ou movimentação e armazenagem de mercadorias, destinadas ou provenientes
de transporte aquaviário, dentro da área do porto organizado.
O OGMO, por sua vez, é uma entidade sem fins lucrativos, qualificada como de utilida-
de pública:
Lei n. 12.815/2013
Art. 39. O órgão de gestão de mão de obra é reputado de utilidade pública, sendo-lhe vedado ter fins
lucrativos, prestar serviços a terceiros ou exercer qualquer atividade não vinculada à gestão de mão
de obra.
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Lei n. 12.815/2013
Art. 32. Os operadores portuários devem constituir em cada porto organizado um órgão de gestão
de mão de obra do trabalho portuário, destinado a:
I – administrar o fornecimento da mão de obra do trabalhador portuário e do trabalhador portuário
avulso;
II – manter, com exclusividade, o cadastro do trabalhador portuário e o registro do trabalhador por-
tuário avulso;
III – treinar e habilitar profissionalmente o trabalhador portuário, inscrevendo-o no cadastro;
IV – selecionar e registrar o trabalhador portuário avulso;
V – estabelecer o número de vagas, a forma e a periodicidade para acesso ao registro do trabalha-
dor portuário avulso;
VI – expedir os documentos de identificação do trabalhador portuário; e
VII – arrecadar e repassar aos beneficiários os valores devidos pelos operadores portuários relati-
vos à remuneração do trabalhador portuário avulso e aos correspondentes encargos fiscais, sociais
e previdenciários.
Parágrafo único. Caso celebrado contrato, acordo ou convenção coletiva de trabalho entre trabalha-
dores e tomadores de serviços, o disposto no instrumento precederá o órgão gestor e dispensará
sua intervenção nas relações entre capital e trabalho no porto.
O OGMO possui, assim, vários deveres, sendo que dentre eles, escalação de trabalhadores,
realização de rodízio entre eles, registro do trabalhador avulso, treinamento, além do exercício
de atividade fiscalizadora e disciplinadora.
Veja alguns deveres do OGMO:
Lei n. 12.815/2013
Art. 33. Compete ao órgão de gestão de mão de obra do trabalho portuário avulso:
I – aplicar, quando couber, normas disciplinares previstas em lei, contrato, convenção ou acordo
coletivo de trabalho, no caso de transgressão disciplinar, as seguintes penalidades:
a) repreensão verbal ou por escrito;
b) suspensão do registro pelo período de 10 (dez) a 30 (trinta) dias; ou
c) cancelamento do registro;
II – promover:
a) a formação profissional do trabalhador portuário e do trabalhador portuário avulso, adequando-a
aos modernos processos de movimentação de carga e de operação de aparelhos e equipamentos
portuários;
b) o treinamento multifuncional do trabalhador portuário e do trabalhador portuário avulso; e
c) a criação de programas de realocação e de cancelamento do registro, sem ônus para o trabalha-
dor;
III – arrecadar e repassar aos beneficiários contribuições destinadas a incentivar o cancelamento do
registro e a aposentadoria voluntária;
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Lei n. 12.815/2013
Art. 26. O operador portuário responderá perante:
IV – o trabalhador portuário pela remuneração dos serviços prestados e respectivos encargos;
V – o órgão local de gestão de mão de obra do trabalho avulso pelas contribuições não recolhidas;
VI – os órgãos competentes pelo recolhimento dos tributos incidentes sobre o trabalho portuário
avulso; e
Lei n. 9.719/1998
Art. 2º Para os fins previstos no art. 1º desta Lei:
I – cabe ao operador portuário recolher ao órgão gestor de mão de obra os valores devidos pelos
serviços executados, referentes à remuneração por navio, acrescidos dos percentuais relativos a
décimo terceiro salário, férias, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, encargos fiscais e
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previdenciários, no prazo de vinte e quatro horas da realização do serviço, para viabilizar o pagamen-
to ao trabalhador portuário avulso;
II – cabe ao órgão gestor de mão de obra efetuar o pagamento da remuneração pelos serviços
executados e das parcelas referentes a décimo terceiro salário e férias, diretamente ao trabalhador
portuário avulso.
§ 1º O pagamento da remuneração pelos serviços executados será feito no prazo de quarenta e oito
horas após o término do serviço.
§ 2º Para efeito do disposto no inciso II, o órgão gestor de mão de obra depositará as parcelas re-
ferentes às férias e ao décimo terceiro salário, separada e respectivamente, em contas individuais
vinculadas, a serem abertas e movimentadas às suas expensas, especialmente para este fim, em
instituição bancária de sua livre escolha, sobre as quais deverão incidir rendimentos mensais com
base nos parâmetros fixados para atualização dos saldos dos depósitos de poupança.
Lei n. 12.815/2013
Art. 33 (...)
§ 2º O órgão responde, solidariamente com os operadores portuários, pela remuneração devida ao
trabalhador portuário avulso e pelas indenizações decorrentes de acidente de trabalho.
Lei n. 9.719/1998
Art. 2º (...)
§ 4º O operador portuário e o órgão gestor de mão de obra são solidariamente responsáveis pelo
pagamento dos encargos trabalhistas, das contribuições previdenciárias e demais obrigações, in-
clusive acessórias, devidas à Seguridade Social, arrecadadas pelo Instituto Nacional do Seguro So-
cial - INSS, vedada a invocação do benefício de ordem.
Como dito anteriormente, não há vínculo de emprego entre o trabalhador avulso e o OGMO:
Lei n. 12.815/2013
Art. 34. O exercício das atribuições previstas nos arts. 32 e 33 pelo órgão de gestão de mão de obra
do trabalho portuário avulso não implica vínculo empregatício com trabalhador portuário avulso.
Um último ponto, qual seria efetivamente o trabalho que pode ser realizado pelo operador
portuário? As atividades estão listadas no art. 40 da Lei n. 12.815/2013:
Lei n. 12.815/2013
Art. 40. O trabalho portuário de capatazia, estiva, conferência de carga, conserto de carga, bloco
e vigilância de embarcações, nos portos organizados, será realizado por trabalhadores portuários
com vínculo empregatício por prazo indeterminado e por trabalhadores portuários avulsos.
§ 1º Para os fins desta Lei, consideram-se:
I – capatazia: atividade de movimentação de mercadorias nas instalações dentro do porto, com-
preendendo o recebimento, conferência, transporte interno, abertura de volumes para a conferência
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Conforme se constata no art. 40, caput, supratranscrito, essas atividades também podem
ser exercidas pelo trabalhador com vínculo empregatício, mas a contratação desses emprega-
dos deve ser realizada entre os trabalhadores portuários avulsos registrados (que deixam de
ser avulsos e se tornam, então, empregados):
Lei n. 12.815/2013
Art. 40. (...)
§ 2º A contratação de trabalhadores portuários de capatazia, bloco, estiva, conferência de carga,
conserto de carga e vigilância de embarcações com vínculo empregatício por prazo indeterminado
será feita exclusivamente dentre trabalhadores portuários avulsos registrados.
Lei n. 12.815/2013
Art. 40. (...)
§ 4º As categorias previstas no caput constituem categorias profissionais diferenciadas.
Lei n. 12.815/2013
Art. 40. (...)
§ 3º O operador portuário, nas atividades a que alude o caput, não poderá locar ou tomar mão de
obra sob o regime de trabalho temporário de que trata a Lei n. 6.019, de 3 de janeiro de 1974.
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Pontue-se, ainda, que o art. 35 admite que o OGMO possa ceder, de forma permanente o
trabalhador portuário avulso ao operador portuário:
Lei n. 12.815/2013
Art. 35. O órgão de gestão de mão de obra pode ceder trabalhador portuário avulso, em caráter
permanente, ao operador portuário.
Lei n. 12.023/2009
Art. 1º As atividades de movimentação de mercadorias em geral exercidas por trabalhadores avul-
sos, para os fins desta Lei, são aquelas desenvolvidas em áreas urbanas ou rurais sem vínculo
empregatício, mediante intermediação obrigatória do sindicato da categoria, por meio de Acordo ou
Convenção Coletiva de Trabalho para execução das atividades.
Parágrafo único. A remuneração, a definição das funções, a composição de equipes e as demais
condições de trabalho serão objeto de negociação entre as entidades representativas dos trabalha-
dores avulsos e dos tomadores de serviços.
Lei n. 12.023/2009
Art. 2º São atividades da movimentação de mercadorias em geral:
I – cargas e descargas de mercadorias a granel e ensacados, costura, pesagem, embalagem, en-
lonamento, ensaque, arrasto, posicionamento, acomodação, reordenamento, reparação da carga,
amostragem, arrumação, remoção, classificação, empilhamento, transporte com empilhadeiras, pa-
letização, ova e desova de vagões, carga e descarga em feiras livres e abastecimento de lenha em
secadores e caldeiras;
II – operações de equipamentos de carga e descarga;
III – pré-limpeza e limpeza em locais necessários à viabilidade das operações ou à sua continuidade.
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Lei n. 12.023/2009
Art. 4º O sindicato elaborará a escala de trabalho e as folhas de pagamento dos trabalhadores
avulsos, com a indicação do tomador do serviço e dos trabalhadores que participaram da operação,
devendo prestar, com relação a estes, as seguintes informações:
I – os respectivos números de registros ou cadastro no sindicato;
II – o serviço prestado e os turnos trabalhados;
III – as remunerações pagas, devidas ou creditadas a cada um dos trabalhadores, registrando-se as
parcelas referentes a:
a) repouso remunerado;
b) Fundo de Garantia por Tempo de Serviço;
c) 13º salário;
d) férias remuneradas mais 1/3 (um terço) constitucional;
e) adicional de trabalho noturno;
f) adicional de trabalho extraordinário.
Art. 5º São deveres do sindicato intermediador:
I – divulgar amplamente as escalas de trabalho dos avulsos, com a observância do rodízio entre os
trabalhadores;
II – proporcionar equilíbrio na distribuição das equipes e funções, visando à remuneração em
igualdade de condições de trabalho para todos e a efetiva participação dos trabalhadores não
sindicalizados;
IV – exibir para os tomadores da mão de obra avulsa e para as fiscalizações competentes os docu-
mentos que comprovem o efetivo pagamento das remunerações devidas aos trabalhadores avulsos;
V – zelar pela observância das normas de segurança, higiene e saúde no trabalho;
VI – firmar Acordo ou Convenção Coletiva de Trabalho para normatização das condições de trabalho.
Lei n. 12.023/2009
Art. 9º As empresas tomadoras do trabalho avulso são responsáveis pelo fornecimento dos Equipa-
mentos de Proteção Individual e por zelar pelo cumprimento das normas de segurança no trabalho.
Os tomadores de serviço (que se beneficiam do trabalho dos avulsos indicados pelo sindi-
cato) pagam o sindicato, o qual repassa os valores aos trabalhadores avulsos:
Lei n. 12.023/2009
Art. 6º São deveres do tomador de serviços:
I – pagar ao sindicato os valores devidos pelos serviços prestados ou dias trabalhados, acrescidos
dos percentuais relativos a repouso remunerado, 13º salário e férias acrescidas de 1/3 (um terço),
para viabilizar o pagamento do trabalhador avulso, bem como os percentuais referentes aos adicio-
nais extraordinários e noturnos;
II – efetuar o pagamento a que se refere o inciso I, no prazo máximo de 72 (setenta e duas) horas
úteis, contadas a partir do encerramento do trabalho requisitado;
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III – recolher os valores devidos ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, acrescido dos percentu-
ais relativos ao 13º salário, férias, encargos fiscais, sociais e previdenciários, observando o prazo legal.
Art. 5º São deveres do sindicato intermediador:
III – repassar aos respectivos beneficiários, no prazo máximo de 72 (setenta e duas) horas úteis,
contadas a partir do seu arrecadamento, os valores devidos e pagos pelos tomadores do serviço,
relativos à remuneração do trabalhador avulso;
Lei n. 12.023/2009
Art. 8º As empresas tomadoras do trabalho avulso respondem solidariamente pela efetiva remune-
ração do trabalho contratado e são responsáveis pelo recolhimento dos encargos fiscais e sociais,
bem como das contribuições ou de outras importâncias devidas à Seguridade Social, no limite do
uso que fizerem do trabalho avulso intermediado pelo sindicato.
Um último detalhe: será que apenas trabalhadores avulsos podem exercer as atividades
de movimentação de mercadoria previstas nessa lei? A resposta é negativa. Podem também
trabalhadores empregados exercer essas atividades:
Lei n. 12.023/2009
Art. 3º As atividades de que trata esta Lei serão exercidas por trabalhadores com vínculo emprega-
tício ou em regime de trabalho avulso nas empresas tomadoras do serviço.
5. Estágio
5.1. Generalidades
O conceito de estágio encontra-se no art. 1º da Lei n. 11.788/2008:
Lei n. 11.788/2008
Art. 1º Estágio é ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que
visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam frequentando o ensino regu-
lar em instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação
especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jo-
vens e adultos.
§ 1º O estágio faz parte do projeto pedagógico do curso, além de integrar o itinerário formativo do
educando.
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A monitoria pode ser considerada estágio? A resposta depende da previsão no projeto pe-
dagógico do curso:
Lei n. 11.788/2008
Art. 2º (...)
§ 3º As atividades de extensão, de monitorias e de iniciação científica na educação superior, de-
senvolvidas pelo estudante, somente poderão ser equiparadas ao estágio em caso de previsão no
projeto pedagógico do curso.
Lei n. 11.788/2008
Art. 2º O estágio poderá ser obrigatório ou não obrigatório, conforme determinação das diretrizes
curriculares da etapa, modalidade e área de ensino e do projeto pedagógico do curso.
§ 1º Estágio obrigatório é aquele definido como tal no projeto do curso, cuja carga horária é requisito
para aprovação e obtenção de diploma.
§ 2º Estágio não obrigatório é aquele desenvolvido como atividade opcional, acrescida à carga ho-
rária regular e obrigatória.
Lei n. 11.788/2008
Art. 3º O estágio, tanto na hipótese do § 1º do art. 2º desta Lei quanto na prevista no § 2º do mesmo
dispositivo, não cria vínculo empregatício de qualquer natureza, observados os seguintes requisitos:
I – matrícula e frequência regular do educando em curso de educação superior, de educação profis-
sional, de ensino médio, da educação especial e nos anos finais do ensino fundamental, na modali-
dade profissional da educação de jovens e adultos e atestados pela instituição de ensino;
Além disso, precisa assinar um termo de compromisso com a parte concedente e com a
instituição de ensino e haver compatibilidade entre as atividades do estágio e as previstas no
termo de compromisso:
Lei n. 11.788/2008
Art. 3º O estágio, tanto na hipótese do § 1º do art. 2º desta Lei quanto na prevista no § 2º do mesmo
dispositivo, não cria vínculo empregatício de qualquer natureza, observados os seguintes requisitos:
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Lei n. 11.788/2008
Art. 9º As pessoas jurídicas de direito privado e os órgãos da administração pública direta, au-
tárquica e fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, bem como profissionais liberais de nível superior devidamente registrados em seus res-
pectivos conselhos de fiscalização profissional, podem oferecer estágio, (...)
Lei n. 11.788/2008
Art. 9º As pessoas jurídicas de direito privado e os órgãos da administração pública direta, au-
tárquica e fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, bem como profissionais liberais de nível superior devidamente registrados em seus res-
pectivos conselhos de fiscalização profissional, podem oferecer estágio, observadas as seguintes
obrigações:
I – celebrar termo de compromisso com a instituição de ensino e o educando, zelando por seu cum-
primento;
II – ofertar instalações que tenham condições de proporcionar ao educando atividades de aprendi-
zagem social, profissional e cultural;
III – indicar funcionário de seu quadro de pessoal, com formação ou experiência profissional na área
de conhecimento desenvolvida no curso do estagiário, para orientar e supervisionar até 10 (dez)
estagiários simultaneamente;
IV – contratar em favor do estagiário seguro contra acidentes pessoais, cuja apólice seja compatível
com valores de mercado, conforme fique estabelecido no termo de compromisso;
V – por ocasião do desligamento do estagiário, entregar termo de realização do estágio com indica-
ção resumida das atividades desenvolvidas, dos períodos e da avaliação de desempenho;
VI – manter à disposição da fiscalização documentos que comprovem a relação de estágio;
VII – enviar à instituição de ensino, com periodicidade mínima de 6 (seis) meses, relatório de ativi-
dades, com vista obrigatória ao estagiário.
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Lei n. 11.788/2008
Art. 17. O número máximo de estagiários em relação ao quadro de pessoal das entidades conce-
dentes de estágio deverá atender às seguintes proporções:
I – de 1 (um) a 5 (cinco) empregados: 1 (um) estagiário;
II – de 6 (seis) a 10 (dez) empregados: até 2 (dois) estagiários;
III – de 11 (onze) a 25 (vinte e cinco) empregados: até 5 (cinco) estagiários;
IV – acima de 25 (vinte e cinco) empregados: até 20% (vinte por cento) de estagiários.
§ 1º Para efeito desta Lei, considera-se quadro de pessoal o conjunto de trabalhadores empregados
existentes no estabelecimento do estágio.
§ 2º Na hipótese de a parte concedente contar com várias filiais ou estabelecimentos, os quantita-
tivos previstos nos incisos deste artigo serão aplicados a cada um deles.
§ 3º Quando o cálculo do percentual disposto no inciso IV do caput deste artigo resultar em fração,
poderá ser arredondado para o número inteiro imediatamente superior.
§ 4º Não se aplica o disposto no caput deste artigo aos estágios de nível superior e de nível médio
profissional.
§ 5º Fica assegurado às pessoas portadoras de deficiência o percentual de 10% (dez por cento) das
vagas oferecidas pela parte concedente do estágio.
Lei n. 11.788/2008
Art. 7º São obrigações das instituições de ensino, em relação aos estágios de seus educandos:
I – celebrar termo de compromisso com o educando ou com seu representante ou assistente legal,
quando ele for absoluta ou relativamente incapaz, e com a parte concedente, indicando as condi-
ções de adequação do estágio à proposta pedagógica do curso, à etapa e modalidade da formação
escolar do estudante e ao horário e calendário escolar;
II – avaliar as instalações da parte concedente do estágio e sua adequação à formação cultural e
profissional do educando;
III – indicar professor orientador, da área a ser desenvolvida no estágio, como responsável pelo
acompanhamento e avaliação das atividades do estagiário;
IV – exigir do educando a apresentação periódica, em prazo não superior a 6 (seis) meses, de rela-
tório das atividades;
V – zelar pelo cumprimento do termo de compromisso, reorientando o estagiário para outro local
em caso de descumprimento de suas normas;
VI – elaborar normas complementares e instrumentos de avaliação dos estágios de seus educandos;
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VII – comunicar à parte concedente do estágio, no início do período letivo, as datas de realização de
avaliações escolares ou acadêmicas.
Parágrafo único. O plano de atividades do estagiário, elaborado em acordo das 3 (três) partes a que
se refere o inciso II do caput do art. 3º desta Lei, será incorporado ao termo de compromisso por
meio de aditivos à medida que for avaliado, progressivamente, o desempenho do estudante.
Ressalte-se que a instituições de ensino podem manter convênios com entidades ou insti-
tuições pública e privadas para fins de concessão de estágio, mas isso não elimina a necessi-
dade de assinar o termo de compromisso:
Lei n. 11.788/2008
Art. 8º É facultado às instituições de ensino celebrar com entes públicos e privados convênio de
concessão de estágio, nos quais se explicitem o processo educativo compreendido nas atividades
programadas para seus educandos e as condições de que tratam os arts. 6º a 14 desta Lei.
Parágrafo único. A celebração de convênio de concessão de estágio entre a instituição de ensino e
a parte concedente não dispensa a celebração do termo de compromisso de que trata o inciso II do
caput do art. 3º desta Lei.
Lei n. 11.788/2008
Art. 4º A realização de estágios, nos termos desta Lei, aplica-se aos estudantes estrangeiros regu-
larmente matriculados em cursos superiores no País, autorizados ou reconhecidos, observado o
prazo do visto temporário de estudante, na forma da legislação aplicável.
Nesse ponto, vale registrar a norma contida no art. 14, § 4º, da Lei de Imigração:
Lei n. 13.445/2017
Art. 14 (...)
§ 4º O visto temporário para estudo poderá ser concedido ao imigrante que pretenda vir ao Brasil
para frequentar curso regular ou realizar estágio ou intercâmbio de estudo ou de pesquisa.
Analisados os sujeitos essenciais, não se pode esquecer de que existem instituições que
cadastram estudantes interessados em estágios, fazem o encaminhamento etc. É o chamado
agente de integração. Exemplo desse agente é o CIEE (Centro de Integração Empresa Escola).
A contratação desse agente é facultativa:
Lei n. 11.788/2008
Art. 5º As instituições de ensino e as partes cedentes de estágio podem, a seu critério, recorrer a
serviços de agentes de integração públicos e privados, mediante condições acordadas em instru-
mento jurídico apropriado, devendo ser observada, no caso de contratação com recursos públicos,
a legislação que estabelece as normas gerais de licitação.
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Esses agentes de integração não podem cobrar qualquer valor dos estudantes:
Lei n. 11.788/2008
Art. 5º (...)
§ 2º É vedada a cobrança de qualquer valor dos estudantes, a título de remuneração pelos serviços
referidos nos incisos deste artigo.
Além disso, esses agentes possuem responsabilidade civil se indicarem estagiários para
atividades sem compatibilidade com a grade curricular:
Lei n. 11.788/2008
Art. 5º (...)
§ 3º Os agentes de integração serão responsabilizados civilmente se indicarem estagiários para a
realização de atividades não compatíveis com a programação curricular estabelecida para cada cur-
so, assim como estagiários matriculados em cursos ou instituições para as quais não há previsão
de estágio curricular.
Lei n. 11.788/2008
Art. 16. O termo de compromisso deverá ser firmado pelo estagiário ou com seu representante ou
assistente legal e pelos representantes legais da parte concedente e da instituição de ensino, veda-
da a atuação dos agentes de integração a que se refere o art. 5º desta Lei como representante de
qualquer das partes.
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Relação de Trabalho e Relação de Emprego
Gervásio Meireles
Lei n. 11.788/1008
Art. 12. O estagiário poderá receber bolsa ou outra forma de contraprestação que venha a ser acor-
dada, sendo compulsória a sua concessão, bem como a do auxílio-transporte, na hipótese de está-
gio não obrigatório.
A duração máxima do estágio é de 2 anos, exceto se for pessoa com deficiência, conforme
art. 11 da Lei n. 11.788/2008:
Lei n. 11.788/2008
Art. 11. A duração do estágio, na mesma parte concedente, não poderá exceder 2 (dois) anos, exce-
to quando se tratar de estagiário portador de deficiência.
A duração do estágio, na mesma parte concedente, não poderá exceder 2 (dois) anos, exceto
quando se tratar de estagiário com deficiência (art. 11 da Lei n. 11.788/2008).
Errado.
Lei n. 11.788/2008
Art. 13. É assegurado ao estagiário, sempre que o estágio tenha duração igual ou superior a 1 (um)
ano, período de recesso de 30 (trinta) dias, a ser gozado preferencialmente durante suas férias
escolares.
§ 1º O recesso de que trata este artigo deverá ser remunerado quando o estagiário receber bolsa ou
outra forma de contraprestação.
§ 2º Os dias de recesso previstos neste artigo serão concedidos de maneira proporcional, nos casos
de o estágio ter duração inferior a 1 (um) ano.
No que tange à jornada máxima de trabalho do estagiário, o art. 10 cria uma série de regras:
Lei n. 11.788/2008
Art. 10. A jornada de atividade em estágio será definida de comum acordo entre a instituição de en-
sino, a parte concedente e o aluno estagiário ou seu representante legal, devendo constar do termo
de compromisso ser compatível com as atividades escolares e não ultrapassar:
I – 4 (quatro) horas diárias e 20 (vinte) horas semanais, no caso de estudantes de educação especial
e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional de educação de jovens e adultos;
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II – 6 (seis) horas diárias e 30 (trinta) horas semanais, no caso de estudantes do ensino superior, da
educação profissional de nível médio e do ensino médio regular.
§ 1º O estágio relativo a cursos que alternam teoria e prática, nos períodos em que não estão progra-
madas aulas presenciais, poderá ter jornada de até 40 (quarenta) horas semanais, desde que isso
esteja previsto no projeto pedagógico do curso e da instituição de ensino.
§ 2º Se a instituição de ensino adotar verificações de aprendizagem periódicas ou finais, nos perío-
dos de avaliação, a carga horária do estágio será reduzida pelo menos à metade, segundo estipula-
do no termo de compromisso, para garantir o bom desempenho do estudante.
Lei n. 11.788/2008
Art. 12. (...)
§ 2º Poderá o educando inscrever-se e contribuir como segurado facultativo do Regime Geral de
Previdência Social.
Lei n. 11.788/2008
Art. 14. Aplica-se ao estagiário a legislação relacionada à saúde e segurança no trabalho, sendo sua
implementação de responsabilidade da parte concedente do estágio.
O estágio, quando atendidos os requisitos definidos em lei, não gera qualquer vínculo de
emprego com a parte concedente do estágio:
Lei n. 11.788/2008
Art. 3º O estágio, tanto na hipótese do § 1º do art. 2º desta Lei quanto na prevista no § 2º do mesmo
dispositivo, não cria vínculo empregatício de qualquer natureza, observados os seguintes requisitos:
(...)
Lei n. 11.788/2008
Art. 12. (...)
§ 1º A eventual concessão de benefícios relacionados a transporte, alimentação e saúde, entre ou-
tros, não caracteriza vínculo empregatício.
Por outro lado, o descumprimento das regras basilares desqualifica o estágio e gera víncu-
lo de emprego com parte concedente. Veja os arts. 3º e 15 da Lei n. 11.788/2008:
Lei n. 11.788/2008
Art. 3º (...)
§ 2º O descumprimento de qualquer dos incisos deste artigo ou de qualquer obrigação contida no
termo de compromisso caracteriza vínculo de emprego do educando com a parte concedente do
estágio para todos os fins da legislação trabalhista e previdenciária.
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Art. 15. A manutenção de estagiários em desconformidade com esta Lei caracteriza vínculo de em-
prego do educando com a parte concedente do estágio para todos os fins da legislação trabalhista
e previdenciária.
§ 1º A instituição privada ou pública que reincidir na irregularidade de que trata este artigo ficará im-
pedida de receber estagiários por 2 (dois) anos, contados da data da decisão definitiva do processo
administrativo correspondente.
§ 2º A penalidade de que trata o § 1º deste artigo limita-se à filial ou agência em que for cometida
a irregularidade.
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6. Trabalho Voluntário
Trata-se de atividade não remunerada (desprovida, portanto, de onerosidade) prestada por
pessoa física a entidade pública de qualquer natureza ou mesmo instituição privada sem fins
lucrativos. As finalidades são variadas, conforme art. 1º da Lei n. 9.608/1998:
Lei n. 9.608/1998
Art. 1º Considera-se serviço voluntário, para os fins desta Lei, a atividade não remunerada prestada
por pessoa física a entidade pública de qualquer natureza ou a instituição privada de fins não lucra-
tivos que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência à
pessoa.
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Aliás, no que tange ao trabalho religioso, existe uma subordinação eclesiástica, o que é
muito diferente da subordinação jurídica:
Registre-se, ainda em relação ao trabalho religioso, que o Brasil possui um acordo com a
Santa Sé relativo ao estatuto jurídico da Igreja Católica, em que consta a presunção de inexis-
tência de vínculo de emprego:
Decreto n. 7.107/2010
Art. 16
I – O vínculo entre os ministros ordenados ou fiéis consagrados mediante votos e as Dioceses ou
Institutos Religiosos e equiparados é de caráter religioso e portanto, observado o disposto na legis-
lação trabalhista brasileira, não gera, por si mesmo, vínculo empregatício, a não ser que seja provado
o desvirtuamento da instituição eclesiástica.
II – As tarefas de índole apostólica, pastoral, litúrgica, catequética, assistencial, de promoção hu-
mana e semelhantes poderão ser realizadas a título voluntário, observado o disposto na legislação
trabalhista brasileira.
O trabalho voluntário não gera qualquer vínculo de emprego entre prestador e tomador
de serviços:
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Lei n. 9.608/1998
Art. 1º (...)
Parágrafo único. O serviço voluntário não gera vínculo empregatício, nem obrigação de natureza
trabalhista previdenciária ou afim.
Existe algum requisito formal para a validade desse trabalho voluntário? A lei mencio-
na a necessidade de um termo de adesão assinado pelo trabalhador e pela pessoa jurídica
beneficiada:
Lei n. 9.608/1998
Art. 2º O serviço voluntário será exercido mediante a celebração de termo de adesão entre a en-
tidade, pública ou privada, e o prestador do serviço voluntário, dele devendo constar o objeto e as
condições de seu exercício.
No entanto, prevalece o entendimento de que o termo apenas facilita a prova dessa espé-
cie de relação de trabalho, de maneira que a simples ausência de termo não é bastante para se
afastar a existência efetiva de trabalho voluntário.
Se existe o termo, então se presume que o trabalho é voluntário e cabe ao trabalhador com-
provar a fraude. Por outro lado, se não há termo, cabe ao tomador de serviços comprovar que
se trata de trabalho voluntário:
Ressalte-se que o fato do trabalho voluntário não ser remunerado não elimina a possibi-
lidade de o tomador de serviços arcar com as despesas que o trabalhador voluntário tem no
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desempenho de sua atividade, ressarcindo os gastos. Contudo, essas despesas devem estar
expressamente autorizadas:
Lei n. 9.608/1998
Art. 3º O prestador do serviço voluntário poderá ser ressarcido pelas despesas que comprovada-
mente realizar no desempenho das atividades voluntárias.
Parágrafo único. As despesas a serem ressarcidas deverão estar expressamente autorizadas pela
entidade a que for prestado o serviço voluntário.
Outro ponto merece atenção. O rol de tomadores de serviço do trabalho voluntário também
é exemplificativo. A posição que prevalece considera que pode haver trabalho voluntário em
prol da comunidade ou mesmo previsão legal de que outras entidades diversas das indicadas
no preceito estudado.
Exemplo de outra entidade ocorreu com a Lei Geral da Copa do Mundo, ocorrida no Brasil:
Lei n. 12.663/2012
Art. 57. O serviço voluntário que vier a ser prestado por pessoa física para auxiliar a FIFA, a Sub-
sidiária FIFA no Brasil ou o COL na organização e realização dos Eventos constituirá atividade não
remunerada e atenderá ao disposto neste artigo.
§ 1º O serviço voluntário referido no caput:
I – não gera vínculo empregatício, nem obrigação de natureza trabalhista, previdenciária ou afim
para o tomador do serviço voluntário; e
II – será exercido mediante a celebração de termo de adesão entre a entidade contratante e o volun-
tário, dele devendo constar o objeto e as condições de seu exercício.
§ 2º A concessão de meios para a prestação do serviço voluntário, a exemplo de transporte, alimen-
tação e uniformes, não descaracteriza a gratuidade do serviço voluntário.
§ 3º O prestador do serviço voluntário poderá ser ressarcido pelas despesas que comprovadamente
realizar no desempenho das atividades voluntárias, desde que expressamente autorizadas pela en-
tidade a que for prestado o serviço voluntário.
Art. 58. O serviço voluntário que vier a ser prestado por pessoa física a entidade pública de qualquer
natureza ou instituição privada de fins não lucrativos, para os fins de que trata esta Lei, observará o
disposto na Lei n. 9.608, de 18 de fevereiro de 1998.
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RESUMO
Foco Linha mestra
1- A relação de trabalho é um gênero que abrange diversas espécies, dentre elas: emprego;
trabalho autônomo; trabalho eventual; trabalho avulso; estágio; trabalho voluntário.
Generalidades
2- Toda relação de emprego é uma relação de trabalho, mas nem toda relação de trabalho é
da relação de
uma relação de emprego.
trabalho
3- Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso, correspondente à relação
de emprego.
1- São elementos (requisitos) de existência da relação de emprego: trabalho por pessoa
física, pessoalidade, não eventualidade, onerosidade e subordinação.
2- Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não even-
tual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário.
3- O empregador pode ser pessoa física, jurídica ou mesmo determinados entes desperso-
nalizados.
4- A exclusividade não é requisito da relação de emprego.
5- A onerosidade possui duas dimensões: objetiva e subjetiva.
6- A pessoalidade somente existe em relação à figura do empregado.
Relação de 7- O empregador possui diversos poderes: diretivo, regulamentar, fiscalizatório e disciplinar.
emprego 8- Poder diretivo é o poder de organizar e dirigir o processo produtivo, definindo as tarefas
dos trabalhadores, a forma como o serviço será prestado, o método de produção adotado
e a estrutura e equipamentos que devem ser utilizados.
9- O poder regulamentar refere-se à prerrogativa do empregador de editar normas gerais
aplicáveis aos trabalhadores e ao processo produtivo.
10- O poder disciplinar permite que o empregador, quando constata alguma irregularidade
perpetrada pelo empregado, possa aplicar penalidades ao empregado.
11- O poder fiscalizatório envolve a prerrogativa de fiscalizar, acompanhar o desempenho
das atividades dos trabalhadores, zelar pelos seus bens, utilizando diversos métodos de
controle.
1- O elemento essencial é a ausência de subordinação.
Trabalho
2- O prestador dirige sua própria prestação de serviços.
autônomo
3- A habitualidade e exclusividade não são requisitos do trabalho autônomo.
1- O trabalhador eventual pressupõe a ausência de habitualidade.
Trabalho
2- Existem várias teorias para explicar o trabalho eventual, mas todas comportam críticas e
eventual
devem ser aplicadas com cuidado.
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QUESTÕES DE CONCURSO
Os elementos dessas relações são explorados por diversas questões de concurso, cobrando-
-se tanto a literalidade da lei como entendimentos jurisprudenciais.
Você deve ter em mente que, se um exercício envolver diversos itens com matérias diferentes,
apenas os itens relacionados à matéria desta aula foram escolhidos para exame. Assim, se
você verificar que a questão possui menos itens, isso ocorre porque os itens suprimidos não
se relacionam à matéria dessa aula. Logo, apenas os itens sobre a matéria desta aula foram
examinados e os gabaritos adaptados para o exame destes itens.
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a) Errada. O simples fato de haver trabalho para uma instituição sem fins lucrativos não impede
a formação da relação de emprego com ela. É o que dispõe o art. 2º, § 1º, da CLT ao mencionar
que tal entidade se equipara a empregador.
b) Errada. O empregado deve ser pessoa física, como se nota no conceito do art. 3º da CLT.
c) Certa. A pessoalidade é elemento essencial à relação de emprego. A relação do empregado
com o empregador é intuitu personae, ou seja, personalíssima no que se refere ao trabalhador.
d) Errada. A pessoalidade não existe em relação ao empregador, o qual pode ser substituído
sem que o contrato de trabalho termine, como ocorre em alguns casos de sucessão trabalhis-
ta (arts. 10 e 448 da CLT) e grupo econômico (art. 2º, § 2º, da CLT). Trata-se do princípio da
despersonalização da figura do empregador. Lembre-se de que sucessão trabalhista e grupo
econômico são temas de outro capítulo.
Letra c.
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Realmente toda relação de emprego é uma espécie de relação de trabalho (esta última é gê-
nero). Os elementos essenciais da relação de emprego são: trabalhador pessoa física, subor-
dinação, não eventualidade (habitualidade), onerosidade e pessoalidade. A exclusividade não
é elemento, podendo o trabalhador ter mais de um emprego. A alteridade envolve o fato de o
empregador assumir os riscos da atividade econômica. A alteridade é uma característica da
relação de emprego e não um elemento essencial. Elementos essenciais não podem ser flexi-
bilizados jamais. Características partem da premissa de que são comuns, mas podem sofrer
flexibilizações.
Errado.
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controles pessoais e diretos para fins de subordinação, na forma do art. 6º, parágrafo úni-
co, da CLT.
e) Certa. É o que dispõe o art. 3º, parágrafo único, da CLT.
Letra e.
A relação de trabalho é um gênero que engloba diversas espécies, tais como trabalho eventual,
trabalho autônomo, emprego, trabalho voluntário, estágio, avulso etc.
Letra b.
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a) Errada. Empregado (trabalhador) não pode ser pessoa jurídica. Deve se pessoa física. Veja
o art. 3º da CLT.
b) Errada. Subordinação é elemento essencial da relação de emprego. Não existe emprego
sem subordinação.
c) Errada. Não eventualidade (habitualidade) é elemento essencial da relação de emprego. Não
existe emprego com eventualidade na prestação de serviços. Além disso, a subordinação é
jurídica e não econômica. Existem empregados que não dependem financeiramente do empre-
gador e, ainda assim, mantém seus empregos.
d) Certa. É o dispõe o art. 3º da CLT.
e) Errada. Continuidade não é requisito da relação de emprego normal. O requisito é a não
eventualidade (habitualidade). Além disso, a pessoalidade é essencial. Não existe relação de
emprego sem pessoalidade no que tange ao trabalhador.
Letra d.
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Gervásio Meireles
a) Errada. Quando o Estado firma um contrato de trabalho, atua como se particular fosse. Trata-se
de contrato de direito privado firmado pelo Estado com o empregado público, de maneira que os
elementos gerais são os mesmos quando ocorre o contrato de trabalho entre particulares.
b) Errada. Quando o Estado firma um contrato de trabalho, atua como se particular fosse. Logo,
pratica ato de gestão e não ato de império. Não age com superioridade administrativa inerente
ao Poder Público.
c) Certa. Os motivos foram expostos nos itens anteriores.
d) Errada. Sendo o contrato de trabalho um contrato de direito privado, não pode ser um contra-
to administrativo. Não existem cláusula exorbitantes que conferem posição de superioridade
administrativa para o Estado.
e) Errada. O princípio da tutela ou da proteção ao hipossuficiente rege o Direito Individual do
Trabalho, não importando se o empregador é o Estado. A previsão da CLT de que “nenhum inte-
resse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público” refere-se à conduta que deve
ser adotada pelo operador do Direito no caso de lacuna na norma, ou seja, para a integração da
norma. Veja o art. 8º da CLT.
Letra c.
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Relação de Trabalho e Relação de Emprego
Gervásio Meireles
De acordo com art. 3º da Lei n. 5.889/1973, o empregador rural é a pessoa física ou jurídica,
independentemente de ser proprietário ou não, que explora, com o auxílio de empregados,
atividade agroeconômica, conceito que abrange a exploração industrial em estabelecimento
agrário e a exploração do turismo rural ancilar.
Errado.
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Gervásio Meireles
comunicação, comparece em outro dia da semana, desde que não sejam sábados, domingos
ou feriados, nem datas comemorativas. Sua remuneração é feita e calculada por dia de traba-
lho e sua CTPS não foi assinada. Quando Francisca não comparece, não recebe o pagamento
e não sofre nenhum tipo de sanção; entretanto, Olivia sempre solicita que a ausência seja
previamente comunicada. Francisca procura você como advogado (a), para sanar uma dúvida
acerca da sua situação de relação de trabalho. De acordo com a legislação específica em vigor,
a alternativa que contempla a situação de Francisca é:
a) Francisca é empregada eventual.
b) Francisca é diarista, pois trabalha apenas 3 vezes na semana.
c) Francisca é empregada doméstica.
d) Francisca é autônoma, porque gerencia seu próprio trabalho, dias e horário.
e) Francisca pertence a categoria dos trabalhadores liberais.
Francisca trabalha 3 vezes por semana na residência de Olívia em uma atividade que possui
finalidade não lucrativa para Olívia (passadeira). O fato de não receber nenhuma sanção quan-
do não comparece não desqualifica sua condição. Estão presentes os requisitos do art. 1º da
LC n. 150/2015.
Letra c.
O poder fiscalizatório decorre do poder diretivo patronal. Essa fiscalização é importante para o
exercício do poder disciplinar, já que permite a identificação do autor do ilícito trabalhista e qual
a conduta praticada. Esses poderes integram o poder empregatício. Esses poderes não são
absolutos, possuindo limites de forma a respeitar o princípio da dignidade da pessoa humana.
Certo.
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a) Direito de propriedade
b) Contrato
c) Delegação do poder público
d) Interesse social da empresa
e) Livre iniciativa
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Gervásio Meireles
I – Certo. O trabalho religioso é uma espécie de trabalho voluntário. O pastor liga-se à igreja
pela vocação de propagar a fé e dar assistência religiosa. O pastor segue as diretrizes da
igreja, evidenciando uma subordinação eclesiástica. O fato de receber algum valor para sua
subsistência não gera presença da onerosidade no seu aspecto subjetivo (não existe a vontade
de colocar a força de trabalho à disposição em troca de uma contraprestação – animus con-
trahendi). Logo, não existe relação de emprego com a Igreja.
II – Errado. Se um integrante de uma família presta alguns serviços de colaboração com ativida-
de econômica exercida pela unidade familiar dele, não existe, em princípio, o animus contrahendi,
afastando o aspecto subjetivo da onerosidade e, portanto, a própria relação de emprego.
III – Errado. Apesar de o trabalho voluntário não admitir remuneração, por ser gracioso,
nada impede que haja ressarcimento de despesas, conforme se constata no art. 3º da Lei n.
9.608/1998.
Letra a.
I – Certo. Esse é o conceito de prédio rústico. O empregado rural trabalha em prédio rústico ou
propriedade rural.
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II – Certo. Como regra, o trabalhador que atua diretamente com a terra, em atividade tipica-
mente rural (em propriedade rural ou prédio rústico), é enquadrado como rurícola. Isso aconte-
ce com as empresas de reflorestamento. Leia a OJ 38 da SDI-I:
III – Certo. O conceito de empregado doméstico pode ser notado no art. 1º da LC n. 150/2015.
Como, no caso do exercício, não se explora atividade agroeconômica, sendo simples sítio de
lazer, então não se trata de propriedade rural para fins trabalhistas e os trabalhadores são
domésticos.
Letra e.
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I – Errado. Esses trabalhos são realizados por trabalhadores portuários com vínculo emprega-
tício por prazo indeterminado (e não determinado como fala no exercício) ou portuários avul-
sos. É o que disciplina o art. 40, caput, da Lei n. 12.815/2013.
II – Certo. É o que disciplina o art. 33, § 2º, da Lei n. 12.815/2013.
III – Certo. É o que disciplinam os arts. 33, I, e 34 da Lei n. 12.815/2013.
Letra d.
O empregador rural não precisa ser proprietário da terra, na forma do art. 3º da Lei n. 5.889/1973.
Errado.
a) Errada. É possível haver essa cessão sim, na forma do art. 35 da Lei n. 12.815/2013.
b) Certa. É o dispõe o art. 33, § 2º, da Lei n. 12.815/2013.
d) Certa. É o dispõe o art. 10, § 1º, da Lei n. 11.788/2008.
e) Certa. É o dispõe o art. 13 da Lei n. 11.788/2008.
Letra a.
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e) o Órgão Gestor de Mão de Obra − OGMO responde solidariamente com os operadores por-
tuários pela remuneração devida ao trabalhador portuário avulso, pelas contribuições e impos-
tos não recolhidos, mas não por indenizações decorrentes de acidente de trabalho.
a) Errada. A duração do estágio, na mesma parte concedente, não poderá exceder 2 (dois)
anos, exceto quando se tratar de estagiário com deficiência (art. 11 da Lei n. 11.788/2008).
b) Errada. Não existe esse limite para a pessoa com deficiência.
c) Errada. Essa concessão não caracteriza vínculo de emprego (art. 12, § 1º, da Lei n.
11.788/2008).
d) Errada. As atividades de extensão, de monitorias e de iniciação científica na educação supe-
rior, desenvolvidas pelo estudante, somente poderão ser equiparadas ao estágio em caso de
previsão no projeto pedagógico do curso (art. 2º, § 3º, da Lei n. 11.788/2008).
e) Certa. É o que dispõe o art. 12, caput, da Lei n. 11.788/2008).
Letra e.
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c) Errada. Trabalho voluntário não é prestado por pessoa jurídica e tampouco para instituição
privada de fins lucrativos (art. 1º, caput, da Lei n. 9.608/1998).
d) Certa. É o que dispõe o art. 1º, caput, da Lei 9.608/98.
e) Errada. O serviço voluntário não gera vínculo empregatício, nem obrigação de natureza tra-
balhista previdenciária ou afim (art. 1º, parágrafo único, da Lei n. 9.608/1998).
Letra d.
Os requisitos da relação de emprego são: trabalho por pessoa física, subordinação jurídica,
onerosidade, não eventualidade e pessoalidade (art. 3º da CLT).
Letra a.
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GABARITO
3. E, E, E 13. b 23. d
4. c 14. d 24. E
5. C 15. c 25. a
6. d 16. E 26. a
7. d 17. a 27. a
8. E 18. c 28. e
9. E, E 19. C 29. b
10. b 20. b 30. d
11. e 21. a 31. a
12. b 22. e 32. C
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