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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO DISTRITO FEDERAL - UDF

GRADUAÇÃO EM DIREITO

TERCEIRIZAÇÃO TRABALHISTA

BRASÍLIA – DF

2024
1.CONCEITO E DENOMINAÇÃO

A Terceirização surge como estratégia na forma de administração de


empresas, no contexto da Segunda Guerra Mundial, a partir da
necessidade de produção de material bélico de forma primária.

A sua natureza jurídica é contratual, sendo estabelecida pelo acordo


entre a contratante, denominada tomadora, e de outra, a contratada,
denominada prestadora, que prestará serviços especializados àquela,
de forma contínua e em caráter de parceria. A relação será regida pelo
Direito Civil, onde o Direito do Trabalho irá reger apenas às relações
entre os empregados (pessoas físicas) e os empregadores (pessoas
jurídicas).

Entretanto, a relação contratual entre o contratante, pode a ele recair


todos os encargos trabalhistas referentes aos empregados cedidos
pela empresa prestadora de serviços, caso a terceirização seja ilícita.

A Terceirização é uma versão em português para o termo em inglês

“outsourcing”, que significa fonte externa, ou fornecimento vindo de


fora.

A ideia de “terceiro” no sistema de terceirização, é a de que o cliente


vem em primeiro lugar e a empresa contratada para o repasse da
atividade como terceira. A terceirização, ainda que siga os ritos das leis
e normas sindicais, nos traz uma grande desburocratização.

Aos empregados terceirizados lhes são garantidos todos os direitos


trabalhistas, como salário, horas extras, 13º salário, férias, e aqueles
estabelecidos por acordos e convenções coletivas, negociados pelos
sindicais das suas respectivas categorias profissionais. Importante
salientar, que as empresas contratantes, terão o papel de fiscalizar o
cumprimento das obrigações trabalhistas e previdenciárias.

Bezerra Leite retrata que os sindicatos das categorias profissionais se


opõem ao processo de terceirização, e isto deriva da possibilidade de

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desfalecimento de seus poderes, inclusive de barganha, salários e
vantagens previstas em convenções coletivas e acordos coletivos, no
qual todas essas razões têm como consequência a diminuição das
fontes de receitas sindicais.

Trataremos agora, o que diz respeito à doutrina de Carlos Henrique


Bezerra

Leite. Segundo o referido doutrinador “constitui neologismo oriundo do


vocábulo “terceiro”, no sentido de intermediário, interveniente ou
medianeiro”.

Bezerra Leite também traz algumas denominações para este


fenômeno da terceirização, tais como Subcontratação,
horizontalização e contratos triangulares.

Em relação ao conceito, as suas exemplificações de sua doutrina

Terceirização, para nós, é um procedimento adotado por uma


empresa que, no intuito de reduzir os seus custos, aumentar a sua
lucratividade e, em consequência, sua competitividade no mercado,
contrata outra empresa que, possuindo pessoal próprio, passará a
prestar aqueles serviços que seriam realizados normalmente pelos
seus empregadores. (Bezerra Leite, 2023, pág 542)

Camilly Vieira de Souza Loiola Cavalcanti e Ana Luiza Prata E.

2. EVOLUÇÃO LEGAL DA TERCEIRIZAÇÃO TRABALHISTA E


JURISPRUDENCIAL

Nesta parte será apresentado a evolução legal e jurisprudencial da


terceirização trabalhista. Que é algo de suma importância para a
evolução da sociedade no âmbito trabalhista, devido a tentativa de
melhorar a qualidade de trabalho para o empregado, visando sempre
o apoio e proteção ao mesmo. Isso será notado no decorrer dos
parágrafos, após a apresentação da evolução que as leis obtiveram no
decorrer do período.

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Pode-se dizer que o processo de evolução teve grande notoriedade a
partir de 1980, quando o TST fixou a súmula 256, porém devido a suas
fragilidades criou- se a súmula 331, a qual veio como resposta às
críticas feitas a 256. A 331 trouxe consigo esclarecimentos sobre
terceirização lícita e ilícita.

Durante muitos anos, a terceirização era regida pela súmula 331 do


TST (Tribunal Superior do Trabalho), porém acabou perdendo suas
forças, isso porque as varas trabalhistas vinham recebendo muitos
processos, em 2016 por exemplo chegou a receber 106 mil processos.
Isso demonstra uma grande fragilidade.

Em 2017, com o advento das leis 13.429 (terceirização) e 13.467


(Reforma Trabalhista), ficou estabelecido que a partir de então as
empresas poderiam terceirizar qualquer atividade, mas para isso seria
necessário a garantia de proteções aos trabalhadores. Garantias essas
como, transporte, alimentação, treinamento, saúde, segurança, entre
outros.

Primeiramente a terceirização teve sua origem na revolução industrial


a fim de harmonizar os conflitos entre empregados e empregadores
visando maior qualidade na prestação do serviço. A respeito da
terceirização, Delgado (2005, p. 430) menciona que se trata de um
fenômeno pelo qual se dissocia a relação econômica de trabalho da
relação justrabalhista que lhe seria correspondente. Por esse
fenômeno insere-se o trabalhador no processo produtivo do tomador
de serviços sem que se estendam a este os laços justrabalhistas, que
se preservam fixados com uma atividade interveniente.

No contexto da revolução industrial, em meados do século XVIII. As


utilizações de máquinas como meio de produção acarretaram o
desemprego de milhares de pessoas, pois reduziam drasticamente a
necessidade de mão de obra, ao mesmo tempo em que realizavam a
atividade de muitos obreiros sem necessidade de descanso ou de
salário. O que levou as indústrias a contratarem os obreiros que ficaram

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desempregados, não mais como empregados, mas sim para a
prestação de serviços sem vínculo empregatício e em várias unidades.
Dessa maneira, a ocorrência da Revolução Industrial e as posteriores
transformações do mundo globalizado possibilitaram o surgimento da
terceirização do trabalho, que antes era prestado pelos próprios
empregados da empresa contratante, o que gerou uma profunda
fragilização das relações entre empregado e empregador.

No Brasil a terceirização surgiu por volta do século XX com o advento


da indústria automobilística. As empresas realizavam toda a produção
de peças e demais segmentos no mercado externo e vinham para o
Brasil somente para fins de montagem do produto final. Com a falta de
regulamentação do fenômeno da terceirização no direito brasileiro,
essas empresas encontraram o mercado brasileiro totalmente
favorável à sua exploração.

O reconhecimento pelos tribunais trabalhistas veio em 1986, com a


edição do enunciado 256 do TST, que guiou os julgados no sentido de
permitir a terceirização apenas para os contratos temporários e de
serviços de vigilância, como verdadeira exceção à regra, sob pena de
ser caracterizada a relação de emprego entre empresa tomadora de
serviços (contratante da empresa que fornece mão-de-obra) e
trabalhadores.Com a edição da súmula 331, do C. TST, em 1993, tal
situação foi flexibilizada, para abranger mais permissões à prática, fruto
de uma revisão e ampliação do enunciado 256, permitiu que toda
atividade-meio, e não só nos casos de trabalho temporário e vigilância,
seria passível de terceirização.

A súmula 331, do C. TST disciplinou, por décadas, o instituto da


terceirização, até que, em 2017, com a entrada em vigor das leis
13.429/17 e 13.467/17, que alteraram a lei 6.019/74, a terceirização
ganhou base legal específica, sendo permitida, de maneira expressa,
a terceirização de forma ampla, ou seja, de qualquer atividade da
contratante, incluída, desse modo, a terceirização da atividade-fim, o

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que foi ratificado pelo STF quando do julgamento da tese de
repercussão geral aprovada no RE 958.252 e da ADPF 324.

Restou mantida a responsabilidade subsidiária da empresa


contratante, no caso de má contratação da empresa terceirizada que
fornece a mão-de-obra, de modo que, nos termos da referida ADPF, é
dever da contratante "verificar a idoneidade e a capacidade econômica
da terceirizada". Ressalta-se ainda que para esse fim, conforme
determinou o art. 4º-A da lei 6.019/74, a prestadora de serviços
contratada deve possuir capacidade econômica compatível com a sua
execução.

A doutrina e a jurisprudência tinham papel fundamental na


conceituação da terceirização, antes do advento das Leis nº 13.429, de
31 de março de 2017 e nº 13.467, 13 de julho de 2017. Pois no Brasil,
não existia lei que conceituasse ou regulamentasse expressamente a
terceirização. Desse modo, segundo Delgado (2008, p. 438), “o
laconismo de regras legais em torno de tão relevante fenômeno
sociojurídico conduziu a prática de intensa atividade interpretativa pela
jurisprudência, em busca de assimilar a inovação socio trabalhista ao
cenário normativo existente no país”. A realidade socioeconômica
estava a demonstrar que era inflexível a adoção pelas empresas do
sistema de delegar a terceiros ou a terceiras a execução de serviços
complementares à sua atividade.

Nesse meio-tempo, a suprema corte trabalhista brasileira, diante da


excessiva ocupação pela Justiça do Trabalho com as lides decorrentes
da “terceirização locação” de mão de obra e, ainda, ante a inexistência
de norma reguladora desses contratos, aprovou o Enunciado que se
tornou a jurisprudência nacional predominante na disciplina da matéria,
a súmula 331 do TST. De início não foram todas as formas de
terceirização admitidas.

Por muito tempo a terceirização foi objeto de enormes controvérsias.


Sem prescrição legal, o assunto era regido pela súmula 331 do TST

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que tinha a finalidade de fazer uma distinção artificial entre atividades-
meio e atividades fim. A primeira é considerada lícita, a segunda,
fraudulenta. A referida distinção gerou dúvidas por não se saber
exatamente a diferença entre esses conceitos crescentes, quanto ao
que podia e o que não podia ser terceirizado pelas empresas, o que
gerava um impacto negativo no seu desempenho e no trabalho em
redes.

Com o advento das leis 13.429 (terceirização) e 13.467 (reforma


trabalhista) em 2017, foi possível esclarecer que as empresas podem
terceirizar qualquer atividade, desde que garantam as devidas
proteções aos trabalhadores envolvidos no processo.

Com o aparecimento da reforma trabalhista promovida pela Lei 13.467,


13 de julho de 2017, passou-se a admitir expressamente a
terceirização de forma ampla, ou seja, de quaisquer das atividades da
tomadora, inclusive de sua atividade-fim. Logo, ficou superada a
distinção entre atividades-fim e atividades-meio, anteriormente
adotada pela jurisprudência no referido item III da comentada Súmula
331 do TST. Assim, desde 2017, a Lei do Trabalho Temporário (lei
6.019/74) é o instrumento que regula tanto o trabalho temporário
quanto a terceirização.

É notório a evolução da regulamentação sobre o tema, que ocorre de


forma cada vez mais permissiva no que tange ao fenômeno da
terceirização, sendo necessário que os empregadores se atualizem
sobre as novas possibilidades, que podem lhes possibilitar uma melhor
forma de execução de suas atividades, com manutenção de qualidade
e redução de custos, bem como aplicando medidas de caráter
preventivo, para a manutenção e inserção adequada do processo de
terceirização, visando manter sua legalidade.

Ao final, conclui-se que a terceirização não é um fenômeno novo,


contudo, a pouco tempo passou a ter maiores regulamentações. Diante
disso, para se ter uma melhor aplicação do bom direito, é preciso haver

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uma análise rigorosa do caso concreto, visando priorizar sempre a
dignidade da pessoa humana e os direitos básicos dos trabalhadores.

2. 1 ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL

RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELA RECLAMADA. LEI


13.467 /2017. TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA. ARTIGO 25 DA LEI Nº 8.987
/95. ADPF Nº 324 E RE Nº 958.252 . DISTINGUISHING .
VERIFICAÇÃO DA PRESENÇA DOS REQUISITOS DOS ARTS. 2.º E
3.º DA CLT . 1. O Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADPF
324 e do RE XXXXX , aprovou tese com repercussão geral no sentido
de que: “É licita a terceirização ou qualquer outra forma de divisão do
trabalho entre pessoas jurídicas distintas, independentemente do
objeto social das empresas envolvidas, mantida a responsabilidade
subsidiária da empresa contratante” ( RE XXXXX ). Portanto, de acordo
com a Suprema Corte, é lícita a terceirização em todas as etapas do
processo produtivo, sem distinção entre atividade-meio ou atividade-
fim. 2. Todavia, admite-se a aplicação do distinguishing quanto à tese
fixada pelo STF, quando, na análise do caso concreto, verificar-se a
presença dos requisitos dos arts. 2º e 3º da CLT entre o empregado e
a empresa tomadora dos serviços, situação que autoriza o
reconhecimento do vínculo empregatício diretamente com esta, pois
desfigurada a própria terceirização, utilizada apenas com o intuito de
mascarar o vínculo empregatício do trabalhador. 3. Vale dizer, caso
constatada fraude na aplicação da legislação trabalhista, não em
decorrência do labor na atividade-fim da tomadora, mas pela
constatação dos requisitos da relação de emprego, como no caso dos
autos, em que comprovada a subordinação direta do trabalhador aos
prepostos da ré, forçoso reconhecer a ilicitude da terceirização.
Recurso de revista não conhecido.

João Paulo Santos da Silva e Amanda Marques Nogueira Jara Vogado

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3. EFEITOS JURÍDICOS
Ao se falar em efeitos jurídicos na terceirização é importante ressaltar dois
pontos, o vínculo com o tomador de serviços e a isonomia. Para entender
melhor esses pontos, é preciso saber o que é terceirização lícita e terceirização
ilícita.

A terceirização lícita é dividida em quatro partes de acordo com Maurício


Godinho Delgado (Ministro do Tribunal Superior do Trabalho), previstos na
súmula 331 do TST:

• Trabalho temporário: Segundo a legislação, o trabalho temporário é prestado


por pessoa física, contratada por uma empresa de trabalho temporário, que a
coloca à disposição de uma empresa tomadora de serviços ou cliente, para
atender à necessidade de substituição transitória de pessoal permanente ou à
demanda complementar de serviços.

Instituído no Brasil pela Lei 6.019/1974, o trabalho temporário foi


regulamentado pelo Decreto 10.060/2019, que alterou algumas regras, como o
prazo do contrato, que era de três meses e passou a ser de 180 dias. O decreto
também deixou claro que a necessidade contínua ou permanente ou a
decorrente de abertura de filiais não é considerada demanda complementar.

• Atividades de vigilância: É regida pela Lei 7.102/83, anteriormente a súmula


331 do TST, essa atividade era apenas para o setor bancário, porém a partir
dessa súmula esse tipo de serviço passou a ser admissível também para outros
segmentos do mercado de trabalho, inclusive pessoas naturais, que são
regidos por normas específicas do setor. Existe uma diferença entre vigilante e
vigia, o vigilante é submetido a regras próprias, já o vigia se submete a regras
da categoria definida pela atividade exercida.
• Atividades de conservação e limpeza: Essa atividade foi umas das pioneiras na
terceirização por parte do mercado privado no país. Mesmo antes da súmula
331 do TST, essa prática já era vista.
• Serviços especializados ligados a atividade-meio do tomador: Atividade-meio é
aquela que não está intrinsecamente ligada à finalidade da empresa, mas que

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é essencial para manutenção das operações. Ótimos exemplos típicos de
atividades-meio incluem serviços de limpeza, conservação, manutenção,
segurança e outros que não são diretamente ligados ao negócio principal da
empresa.

A terceirização ilícita: tirando as quatro hipóteses citadas acima, uma relação


de prestação de serviços onde há existência de onerosidade, pessoalidade e
subordinação de uma pessoa física com a outrem, estará configurado uma
ilicitude. Além disso, a nova Lei trabalhista trouxe também a capacidade de
economia compatível com a execução, ou seja, se uma determinada empresa
não tiver essa capacidade, a terceirização acaba se tornando ilícita.

Primeiramente, o vínculo com o tomador de serviços em uma atividade lícita, o


empregado não tem o vínculo jurídico com o tomador de serviços e sim com a
empresa terceirizada, onde terá todos seus vínculos trabalhistas ligados a ela,
disposto na súmula 331, I do TST e na Lei n. 6.019/74 artigo 4º-A, parágrafo 2º.

§2º Não se configura vínculo empregatício entre os trabalhadores, ou sócios


das empresas prestadoras de serviços, qualquer que seja o seu ramo, e a
empresa contratante. (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

Ademais, a isonomia seria uma forma de equiparar os direitos trabalhistas de


um terceirizado para um empregado que é diretamente contrato pelo tomador
de serviços. Porém, esse tema gera muita discussão, pelo falo da Constituição
Federal dizer no artigo 5º, caput que deve ter essa equiparação, mas a nova
reforma da Lei trabalhista adotou pelo não acolhimento da isonomia, deixando
a livre vontade das empresas se vão ou não aderir a equivalência. Está disposto
no artigo 4-C, parágrafo 1º da Lei 6.019/74.

§ 1º Contratante e contratada poderão estabelecer, se assim entenderem,


que os empregados da contratada farão jus a salário equivalente ao pago aos
empregados da contratante, além de outros direitos não previstos neste
artigo. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

Até a entrada em vigor da Lei 13.467/2017, era lícito terceirizar apenas as


atividades-meio, e nunca as atividades-fim das empresas contratantes,
conforme estabelecia o inciso III da Súmula 331 do Tribunal Superior do
Trabalho, portanto, antes da Reforma Trabalhista e para que as empresas não
terceirizassem a atividade principal ou preponderante (atividade-fim), era
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importante que as mesmas observassem o parágrafo 2º do artigo 581 da CLT,
que assim estabelece:

“§ 2º Entende-se por atividade preponderante a que caracterizar a unidade


de produto, operação ou objetivo final, para cuja obtenção todas as demais
atividades convirjam, exclusivamente, em regime de conexão funcional.”

Entende-se por atividade-fim da empresa aquela identificada no objeto social


do contrato social, ou seja, aquela ligada diretamente ao produto final. As
demais atividades intermediárias, que nada tem em comum com a atividade-
fim, são consideradas como atividades-meio.

Entretanto, a lei da Reforma Trabalhista (que vigora desde 11.11.2017) trouxe


nova redação ao art. 4º-A da Lei 6.019/1974, estabelecendo que se considera
prestação de serviços a terceiros a transferência feita pela contratante da
execução de quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal
(atividade-fim), à pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviços que
possua capacidade econômica compatível com a sua execução.

“Art. 4º-A. Considera-se prestação de serviços a terceiros a transferência


feita pela contratante da execução de quaisquer de suas atividades, inclusive
sua atividade principal, à pessoa jurídica de direito privado prestadora de
serviços que possua capacidade econômica compatível com a sua
execução.”

Outros efeitos é que as empresas contratantes de serviços terceirizados podem


ser responsabilizadas subsidiariamente pelos direitos previdenciários e
trabalhistas não pagos pela prestadora, em caso de demanda trabalhista. Isso
ocorre independentemente de tais direitos estarem registrados pela empresa
prestadora.

Na prática, é observado frequentemente na Justiça do Trabalho diversas ações


envolvendo praticamente todos os setores da economia (autarquias, empresas
públicas, bancos, indústrias, empresas em geral, condomínios etc.). Essas
empresas muitas vezes são condenadas a pagar novamente verbas que já
haviam sido repassadas às empresas terceirizadas ao longo do contrato.

No ano de 2022 o Tribunal Superior do Trabalho decidiu por maioria dos votos
que empregados terceirizados não podem processar apenas uma das
empresas contratantes caso recorram a Justiça Trabalhista em ação sobre
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terceirização de atividade-fim. O objetivo foi uniformizar o cumprimento da
decisão pela Justiça do Trabalho, em razão de demandas em que
trabalhadores passaram a questionar possível fraude pela empresa tomadora,
ou seja, o caso em que o trabalhador afirma ter vínculo de emprego com a
empresa principal e não com a prestadora de serviços terceirizada, sua
contratante direta.

Os ministros decidiram que, caso o trabalhador queira entrar com processo


alegando existência do vínculo, deve incluir como rés tanto a empresa
prestadora de serviço como também a tomadora. E a decisão judicial valerá de
maneira uniforme para ambas. O Supremo Tribunal Federal decidiu que a
opção pela terceirização é um direito da empresa, que pode escolher o modelo
mais conveniente de negócio em respeito ao princípio constitucional da livre
iniciativa. E que a terceirização não leva à precarização nas relações de
trabalho.

Com a decisão do Supremo, os processos em andamento deveriam obedecer


à nova regra da reforma trabalhista de 2017. Apenas os casos já encerrados,
sem direito a recurso, não seriam alterados.

A lei também permitiu a quarteirização da terceirização. Juristas divergem


sobre a Lei 13.429/17, alguns afirmam sobre a precarização do serviço e outros
sobre a geração de novos empregos, com a possibilidade da quarteirização
teremos a fiscalização por empresas especializadas. Essa tendência pode ser
constatada em definições mais atuais que dizem ser a quarteirização um termo
criado para designar a delegação a um terceiro especialista da gestão da
administração das relações com os demais terceiros. Ela acontece quando uma
empresa contratada para prestar serviços terceirizados, contrata outra empresa
para suprir alguma demanda no trabalho.

A esfera jurídica é um exemplo de um ramo onde a quarteirização vem sendo


empregada com excepcionais efeitos. Onde são desenvolvidas as tecnologias
que atuam na gestão legal objetivando erradicação das falhas das empresas
advindas da terceirização dos serviços jurídicos, tais como: a alienação do
advogado em correlação às políticas corporativas e a falta da dimensão do risco
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jurídico, o que deixando impossibilitado assim o maneio do passivo da empresa
pelo gestor ou empresário. (SARATT, 2000)

Outros efeitos jurídicos que a nova Lei de Terceirização ( Lei n° 13.429/2017)


é a Responsabilidade subsidiária das empresas contratantes:

As empresas contratantes de serviços terceirizados podem ser


responsabilizadas subsidiariamente pelos direitos previdenciários e
trabalhistas não pagos pela prestadora, em caso de demanda trabalhista, o que
significa que, se a empresa terceirizada não cumprir suas obrigações, a
contratante pode ser chamada a arcar com esses direitos.

Proteção aos trabalhadores terceirizados:

A lei assegura aos trabalhadores terceirizados igualdade de condições em


relação a benefícios como alimentação, transporte, atendimento médico e
treinamento adequado. Essa proteção visa garantir que os direitos dos
empregados sejam preservados, independentemente de estarem vinculados à
empresa contratante ou à prestadora de serviços.

Limitação para evitar fraudes:

A nova legislação impede que uma empresa demita um funcionário e o


recontrate como terceirizado pela mesma empresa prestadora de serviços. Isso
visa evitar que os empregadores utilizem a terceirização de forma indevida para
burlar obrigações trabalhistas.

Lunna Gabriela Silva Correa e Hugo Sousa Oliveira Matos

4. TERCEIRIZAÇÃO E RESPONSABILIDADE TRABALHISTA

É observável que a prática da terceirização tem se tornado cada vez


mais frequente em órgãos, empresas, lojas e outras entidades. As
empresas que recorrem a serviços terceirizados devem assegurar que
esses prestadores de serviços tenham condições laborais adequadas
e que seus direitos contratuais sejam garantidos de acordo com a Lei
Trabalhista. Isso implica garantir: Direitos trabalhistas (férias
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remuneradas, 13º salário, entre outros); Jornada de trabalho definida
em lei; Pagamento de salário respeitando o piso da categoria; Direitos
fundamentais (liberdade sindical, proibição do trabalho infantil, entre
outros); Condições de trabalho seguras e saudáveis.

A ausência de transparência e comunicação adequada dificulta


consideravelmente a supervisão para garantir a conformidade legal, e
embora a terceirização possa proporcionar diversos benefícios, é
imperativo que as empresas reconheçam que essa prática só pode ser
realizada de maneira ética, mediante uma abordagem cautelosa e
responsável.

Vale ressaltar que no regime de terceirização, há a participação de três


partes: a empresa, o empregado e a empresa tomadora de serviços
(quem contratou), o que implica que não se trata de uma relação
estritamente bilateral. Nesse contexto, o vínculo empregatício é
estabelecido diretamente com a empresa prestadora de serviços, à
qual a empresa delega uma parcela de suas atividades. Isso implica na
transferência da execução de parte do processo de produção para a
responsabilidade dessas entidades.

4. 1 RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA

A responsabilidade subsidiária está prevista em lei e estabelece que o


tomador de serviços pode ser responsabilizado subsidiariamente pelos
débitos trabalhistas da empresa terceirizada. Na prática, isso significa
que caso a terceirizada não cumpra suas obrigações trabalhistas, o
tomador de serviços poderá ser acionado para assumir o pagamento
das verbas trabalhistas devidas.

Tal medida visa assegurar que os trabalhadores não sejam


prejudicados mesmo que a terceirizada não cumpra com suas
obrigações financeiras. Não obstante, embora a responsabilidade
subsidiária não seja prevista em lei, seu entendimento tem como base
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a Súmula 331 do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que em seu
Inciso IV estabelece o seguinte:

O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do


empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador
dos serviços quanto àquelas obrigações, desde que haja
participado da relação processual e conste também do título
executivo judicial.

4. 2 RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA

No caso da responsabilidade solidária, tanto o tomador de


serviços, quanto a empresa terceirizada são considerados
responsáveis pelas obrigações trabalhistas.

Ou seja, na eventualidade de um direito trabalhista não ser cumprido,


o trabalhador pode acionar qualquer uma das partes.

4. 3 CONCLUSÃO

A legislação trabalhista estabelece direitos que as empresas devem


obrigatoriamente pagar aos trabalhadores, visando evitar abusos de
poder e garantir segurança social e laboral. É fundamental que as
empresas sigam as leis para evitar problemas legais e devem
proteger os direitos dos funcionários.

Lis Vitória Lapa dos Santos e Thayssa Hipólito Viana da Silva

5. ASPECTOS INTRODUTÓRIOS ACERCA DAS ENTIDADES ESTATAIS

As estatais são as empresas pertencentes ao governo, criadas por


meio de uma lei. Dessa maneira, elas são totais ou parcialmente
controladas pelo governo federal, estadual ou municipal. Sendo que a
sua criação se dá por meio da Lei das Estatais nº 13.303 de 2016, que
dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de
economia mista e de suas subsidiárias, no âmbito da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

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Em síntese, essas empresas têm como intuito a administração de
recursos estratégicos do Brasil e a garantia de que a população terá
acesso a eles. Além disso, elas devem contribuir para o alcance do
bem-estar econômico. As empresas governamentais podem ser de
dois tipos diferentes: empresas públicas ou sociedades de
economia mista.

As empresas públicas pertencem totalmente ao estado. Por outro lado,


as empresas de economia mista têm participação do setor privado.
Com o objetivo de melhorar a gestão e desempenho da empresa, pode
ocorrer a privatização das estatais. Neste caso, elas deixam de ser
empresas públicas e são vendidas por meio de leilão para o setor
privado.

Como exemplos de Entidades Estatais estão o Banco do Brasil e a


Caixa Econômica Federal.

5.1 PECULIARIDADES DAS ENTIDADES ESTATAIS

As entidades estatais, representadas principalmente pelos governos e


suas instituições, desempenham um papel fundamental na
organização e funcionamento das sociedades modernas. São
entidades complexas, dotadas de uma série de peculiaridades que as
distinguem de outras formas de organização social e política.
Compreender essas peculiaridades é essencial para uma análise
aprofundada do papel do Estado na sociedade, sua relação com os
cidadãos e outras entidades, bem como seu impacto nas dinâmicas
políticas, econômicas e sociais. Neste trabalho, exploraremos algumas
das características distintivas das entidades estatais, examinando sua
natureza, funções e dinâmicas, a fim de lançar luz sobre sua
importância e complexidade dentro do contexto contemporâneo.

Nos termos do artigo 28 da Lei nº 13.303/16, que regula o estatuto


jurídico das empresas públicas, sociedades de economia mista e
suas subsidiárias, no âmbito da União, dos Estados, do DF e dos
Municípios, que os contratos com terceiros destinados à prestação
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de serviços às empresas estatais serão precedidos de licitação,
ressalvadas as hipóteses previstas em seus arts. 29 e 30, as quais
dispõem sobre dispensa de licitação e contratação direta respaldada
em inviabilidade de competição.

A terceirização consiste na possibilidade de transferir a terceiras


algumas atividades de apoio, acessórias e instrumentais às atividades
principais da empresa estatal, que são exclusivas de empregados
públicos, conforme estabelecido no artigo 37, inciso II, da Constituição
Federal. Esse dispositivo determina que o ingresso em cargo ou
emprego público está condicionado à aprovação prévia em concurso
público, salvo em casos de nomeação para cargo comissionado de
livre nomeação e exoneração. É permitida a terceirização de atividades
materiais acessórias, instrumentais ou complementares às atribuições
que competem legalmente à empresa estatal, ou seja, atividades de
apoio ao desempenho regular das atividades principais realizadas por
empregados públicos aprovados em concurso público.

Empresas públicas e sociedades de economia mista controladas pela


União:

O Artigo 4º do DECRETO Nº 9.507, DE 21 DE SETEMBRO DE 2018


referente às empresas públicas e sociedades de economia mista sob
controle da União estabelece diretrizes importantes quanto à
execução indireta de serviços por essas entidades. Segundo o
dispositivo, serviços que demandem profissionais cujas atribuições
sejam inerentes aos cargos de seus Planos de Cargos e Salários não
poderão ser terceirizados, exceto em situações específicas que
estejam alinhadas aos princípios administrativos da eficiência,
economicidade e razoabilidade. Essas exceções incluem casos de
caráter temporário do serviço, aumento temporário na demanda por
serviços, atualização tecnológica ou especialização, quando
resultarem em redução de custos ou forem menos prejudiciais ao

17
meio ambiente, bem como situações em que a empresa estatal não
consegue competir de forma viável no mercado concorrencial.

O texto também prevê que as exceções relacionadas aos serviços


temporários podem estar ligadas às particularidades locais ou à
necessidade de abrangência territorial mais ampla. Além disso,
estipula que os funcionários da empresa contratada atuarão
exclusivamente na execução dos serviços contratados, e não em
outras atividades semelhantes às da empresa contratante. Uma
ressalva importante é feita quanto à vedação da terceirização: ela não
se aplica quando se tratar de cargos extintos ou em processo de
extinção. Por fim, determina-se que o Conselho de Administração ou
órgão equivalente das empresas públicas e sociedades de economia
mista controladas pela União será responsável por estabelecer o
conjunto de atividades que poderão ser terceirizadas, mediante
contratação de serviços. Este artigo visa garantir a eficiência e a
economicidade na gestão das empresas estatais, sem comprometer
a qualidade e a eficácia dos serviços prestados.

DECRETO Nº 9.507, DE 21 DE SETEMBRO DE 2018:

Art. 4º Nas empresas públicas e nas sociedades de economia mista


controladas pela União, não serão objeto de execução indireta os
serviços que demandem a utilização, pela contratada, de
profissionais com atribuições inerentes às dos cargos integrantes
de seus Planos de Cargos e Salários, exceto se contrariar os
princípios administrativos da eficiência, da economicidade e da
razoabilidade, tais como na ocorrência de, ao menos, uma das
seguintes hipóteses:
I - caráter temporário do serviço;
II - incremento temporário do volume de serviços;
III - atualização de tecnologia ou especialização de serviço, quando
for mais atual e segura, que reduzem o custo ou for menos
prejudicial ao meio ambiente; ou
IV - impossibilidade de competir no mercado concorrencial em que se
insere.
§ 1º As situações de exceção a que se referem os incisos I e II do
caput poderão estar relacionadas às especificidades da localidade
ou à necessidade de maior abrangência territorial. § 2º Os
empregados da contratada com atribuições semelhantes ou não
com as atribuições da contratante atuarão somente no
desenvolvimento dos serviços contratados.

18
§ 3º Não se aplica a vedação do caput quando se tratar de cargo
extinto ou em processo de extinção.
§ 4º O Conselho de Administração ou órgão equivalente das
empresas públicas e das sociedades de economia mista
controladas pela União estabelecerá o conjunto de atividades que
serão passíveis de execução indireta, mediante contratação de
serviços.

No contexto das empresas estatais controladas pela União, a


legislação é clara quanto à execução direta de atividades que
correspondam às categorias funcionais previstas nos respectivos
Planos de Cargos e Salários. Essas atividades não podem ser
terceirizadas, a menos que se verifique que essa medida é necessária
para a observância dos princípios administrativos da eficiência,
economicidade e razoabilidade. É crucial destacar que uma
interpretação que permita a terceirização indiscriminada nessas
empresas seria uma violação direta da norma constitucional que
estabelece a obrigatoriedade do concurso público para o ingresso em
cargos públicos, exceto nos casos de cargos em comissão de livre
nomeação. Todavia, é importante ressaltar que esse entendimento se
aplica especificamente às empresas estatais vinculadas à União, não
sendo automaticamente estendido aos estados, ao Distrito

Federal e aos municípios. Além disso, outras esferas de poder,


como os Poderes Judiciário e Legislativo, não são diretamente
afetadas por esse decreto, uma vez que são independentes e
autônomos entre si.

Um aspecto relevante a ser considerado é que o referido decreto não


especifica quais serviços podem ser terceirizados, deixando uma certa
margem para interpretação e aplicação prática. Isso abre novas
possibilidades para o governo federal contratar pessoal terceirizado de
acordo com as necessidades específicas de cada caso. Segundo as
justificativas apresentadas pelo governo, essa nova regulamentação
visa aprimorar o processo de terceirização, estabelecendo normas
mais claras em relação à fiscalização das obrigações trabalhistas e
previdenciárias das empresas terceirizadas. Além disso, a norma
19
busca proibir e combater práticas de nepotismo na contratação de
empresas terceirizadas, promovendo uma maior transparência e
responsabilidade na gestão dos recursos públicos.

Sobre o assunto, Joel de Menezes Niebuhr leciona que:

Unindo as pontas, chega-se a duas conclusões: a primeira é que a


terceirização de atividades coincidentes com os cargos das estatais
não viola a legalidade, porque os cargos das estatais não são criados
por lei; a segunda é que não há proibição geral de terceirização de
atividades-fim. Diante disso, sem violar qualquer norma jurídica, o
caput do art. 4º do Decreto nº 9.507/2018 reconheceu competência
discricionária às estatais para terceirizar atividades coincidentes com
as atribuídas a seus cargos, tomando em conta os princípios da
eficiência, da economicidade e da razoabilidade. (...)

Ainda que se reconheça competência discricionária por parte das


estatais, a terceirização não pode ser usada livremente, sob pena de
violação à regra constitucional do concurso público. (NIEBUHR, 2019,
p. 10).

Eduarda Nogueira R. Camargo, Douglas G. Vieira e Maria Eduarda V. Brito

6. DIREITO COMPARADO

O termo direito comparado refere-se tanto a uma disciplina científica quanto a

um método de pesquisa. Como disciplina, envolve o estudo das diferenças e

semelhanças entre sistemas jurídicos, incluindo legislações, jurisprudências e

doutrinas. A importância do direito comparado cresceu devido à

internacionalização e globalização. Na disciplina, os sistemas jurídicos são

frequentemente agrupados em famílias de direitos. Como método de pesquisa,

o direito comparado permite a comparação efetiva de elementos dos direitos

20
de diferentes jurisdições, com objetivos diversos, como identificar institutos

semelhantes com finalidades distintas.

6. 1 ORIGEM

O estudo comparativo do direito tem uma origem antiga, remontando a figuras

como Licurgo em Esparta e Sólon em Atenas, que viajavam para conhecer

institutos antes de criar suas leis. Os romanos, ao redigirem a Lei das XII Tábuas,

foram influenciados por leis estrangeiras, especialmente gregas. Platão e

Aristóteles também usaram comparações em suas obras. No século XVIII,

Montesquieu, em “O Espírito das Leis”, retomou o método sistemático de adquirir

conhecimento de outras legislações. O direito comparado moderno, segundo

Gutteridge, tem origens indiretas, relacionadas a teorias evolucionistas, buscando

equivalentes análogos no campo jurídico. As primeiras definições de suas funções

ocorreram no primeiro Congresso Internacional de Direito Comparado em Paris,

em 1900.

6. 2 FUNÇÃO DOS COMPARATISTAS

A função dos comparatistas é destacar o papel do direito comparado, capacitando

juristas em suas especialidades. Eles preparam um ambiente para que outros

possam aplicar o método comparativo em diversas funções, cientes dos perigos

envolvidos e das regras de prudência a serem seguidas.

Como estudar o direito comparado ?

21
O direito comparado requer a análise de pelo menos dois sistemas jurídicos,

focando em aspectos como natureza, extensão e temporalidade do objeto de

estudo. Esse método é essencial para aprofundar a compreensão da história e

filosofia do direito, servindo como meio de comprovação da teoria geral do direito,

além das fronteiras de sistemas específicos. Ao longo da história, o direito

comparado ganhou importância, especialmente na positivação de legislação

estrangeira, facilitando práticas legais e organização de ordens jurídicas pacíficas,

como em uniões regionais.

6.3 OBJETO E A NATUREZA

O autor Gutteridge discute o objeto da pesquisa comparada, destacando a

importância da avaliação cuidadosa da natureza e extensão do estudo. Ele

argumenta que a quantidade de ordenamentos, institutos jurídicos ou ramos do

direito não é fundamental, mas sim as dificuldades enfrentadas durante a

investigação comparativa. Discordo dessa visão, enfatizando que é essencial

determinar previamente o que será comparado, sendo necessário, no caso do

direito comparado, ter pelo menos dois ordenamentos jurídicos. O objeto da

pesquisa deve ser analisado quanto à sua natureza, extensão e aspecto

temporal, podendo incluir ramos do direito, ordenamentos jurídicos, sistemas

jurídicos ou institutos.

O estudo do direito comparado enfrenta o desafio de determinar se é um

método ou uma ciência, o que dificulta a definição clara do seu conceito. A falta

22
de precisão conceitual nas várias tentativas de delineá-lo reflete a dificuldade

subjacente a essa questão. Alguns autores o vêem como ciência, enquanto

outros o consideram um método. De acordo com Jean Rivero o direito

comparado só se entende em relação ao método, que abrange no estudo

paralelo de regras e institutos jurídicos com o intuito de deixá-las mais

claras no momento do confronto.

Martínez Paz define o método como um conjunto de procedimentos baseados

em princípios para alcançar um resultado. Alguns autores, como Gutteridge,

Jean Rivero, e Cretella Junior, concordam que o direito comparado é um

método de estudo e não uma divisão específica do direito. Gutteridge

argumenta que os obstáculos aos estudos jurídicos comparativos seriam

superados se todos aceitassem que “direito comparado” se refere apenas a um

método de estudo e investigação, não gerando novas regras aplicáveis às

relações humanas, já que o direito é um conjunto de regras existentes.

Martinez Paz destaca dois aspectos fundamentais na importância do direito

comparado. Primeiramente, ele argumenta que o direito comparado prepara o

jurista para um conhecimento completo do ordenamento jurídico positivo,

superando as limitações que investigações exclusivas dentro de uma legislação

nacional podem impor. Em segundo lugar, o autor enfatiza a imposição da

conjuntura mundial de integração entre legislações, especialmente devido à

experiência das relações entre sujeitos de diferentes nacionalidades. Ele

23
justifica essa necessidade ao mencionar cláusulas de reserva nas legislações,

que impedem a aplicação de disposições estrangeiras contrárias aos objetivos

nacionais, bem como a cláusula de reciprocidade, que permite incorporar a lei

estrangeira em certos casos à legislação nacional.

6. 4 CONCLUSÃO

A importância do direito comparado vai além de uma discussão doutrinária sobre

ser um método ou ciência, sendo, em minha opinião, uma questão filosófica. Esta

discussão, embora interessante, tem pouco impacto na relevância do direito

comparado. Sua importância se manifesta na prática legislativa, influenciando a

criação de normas jurídicas, e na hermenêutica, onde opera na interpretação das

normas, contribuindo significativamente para a evolução do conceito de

ordenamento jurídico, agora incluindo aspectos extraestatais.


Gabriel Ferreira Macedo de Matos

7. EVOLUÇÃO LEGAL E A POSIÇÃO DO TRIBUNAL SUPERIOR DO


TRABALHO

A terceirização trabalhista é uma temática de grande relevância no


direito do trabalho bem como em todo o ordenamento jurídico, vez que
suscita os debates acerca dos direitos trabalhistas. Nesse contexto, a
posição do Tribunal Superior do Trabalho atua como parâmetro legal
para conduzir a prática trabalhista, posto isso, é necessário analisar os
entendimentos precedentes deste tribunal.

Anteriormente, o Tribunal Superior do Trabalho sustentava uma


postura restritiva, considerando ilícita qualquer terceirização de mão de
obra, salvo nas hipóteses de trabalho temporário e do serviço de
vigilância, conforme estabelecido nas Súmulas 239, 256 e 257.

24
Súmula nº 256 do TST
Salvo os casos de trabalho temporário e de serviço de vigilância,
previstos nas Leis nºs 6.019, de 03.01.1974, e 7.102, de
20.06.1983, é ilegal a contratação de trabalhadores por empresa
interposta, formando-se o vínculo empregatício diretamente com o
tomador dos serviços.

Por meio de provocação do Ministério Público do Trabalho (MPT), o


entendimento jurisprudencial deste tribunal sofreu alterações
substanciais. A Súmula 256 foi objeto de revisão com o propósito de
ampliar as possibilidades de terceirização, culminando no
cancelamento da mencionada súmula e na promulgação de uma nova.

A Súmula 331 estabeleceu uma nova orientação, autorizando a


terceirização de serviços enquadrados como atividade-meio da
empresa tomadora, ou seja, atividades que não constituem sua
finalidade principal, definida como aquela à qual convergem todas as
demais atividades e, geralmente, aquela especificada em seu objeto
social.

Nota-se, que o TST tomou como visão o entendimento de que apenas


seriam possíveis as terceirizações de serviços especializados, com o
objetivo de evitar a prática de fraudes em relação aos contratos de
serviços genéricos.

CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LEGALIDADE


(nova redação do item IV e inseridos os itens V e VI à redação, Res.
174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011).
I – A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal,
formandose o vínculo diretamente com o tomador dos serviços,
salvo no caso de trabalho temporário (Lei 6.019, de 03.01.1974). II
– A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa
interposta, não gera vínculo de emprego com os órgãos da
Administração Pública direta, indireta ou fundacional (art. 37, II, da
CF/1988). III – Não forma vínculo de emprego com o tomador a
contratação de serviços de vigilância (Lei 7.102, de 20.06.1983) e
de conservação e limpeza, bem como a de serviços especializados
ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistente a
pessoalidade e a subordinação direta. IV – O inadimplemento das
obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a
responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços quanto
àquelas obrigações, desde que haja participado da relação
processual e conste também do título executivo judicial. V – Os
entes integrantes da Administração Pública direta e indireta
respondem subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV,
caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das
obrigações da Lei 8.666, de 21.06.1993, especialmente na
25
fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da
prestadora de serviço como empregadora. A aludida
responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das
obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente
contratada. VI – A responsabilidade subsidiária do tomador de
serviços abrange todas as verbas decorrentes da condenação
referentes ao período da prestação laboral.

A Reforma Trabalhista (Lei n° 13.467/17) e a Lei da Terceirização (Lei


n° 14.429/17) introduziram alterações que passaram a autorizar a
terceirização de toda e qualquer atividade, inclusive atividades-fim.

Entretanto, antes do início de sua vigência, houve debates acerca da


constitucionalidade da Súmula 331 do Tribunal Superior do Trabalho
(TST), por meio da Arguição de Descumprimento de Preceito
Fundamental (ADPF) n° 324 e do Recurso Extraordinário (RE) n°
958.252.

No julgamento da ADPF, concluiu-se pela inconstitucionalidade da


Súmula 331, considerando que esta violava os princípios
constitucionais da livre iniciativa e da liberdade contratual. Durante o
referido julgamento, foi suscitado o tema de repercussão geral
725.Repercussão geral do Tema 725 do STF no RECURSO
EXTRAORDINÁRIO (RE) 958.252

“É lícita a terceirização ou qualquer outra forma de divisão do


trabalho entre pessoas jurídicas distintas, independentemente do
objeto social das empresas envolvidas, revelando-se
inconstitucionais os incisos I, III, IV e VI da Súmula 331 do Tribunal
Superior do Trabalho”.

Após análise da evolução jurisprudencial, notadamente no âmbito do


Tribunal

Superior do Trabalho (TST), no tocante à terceirização, verifica-se o


contínuo progresso da abordagem sobre o tema em consonância com
o desenvolvimento do ordenamento jurídico. Além disso, o direito
laboral se adapta às novas realidades e relações de trabalho visando
assegurar as condições laborais mais favoráveis.

Amanda Nunes Marques e Ana Paula Sales de Oliveira

26
8. TERCEIRIZAÇÃO PELA LEI N° 6.019/74

8.1 FUNDAMENTO LEGAL E CONTEXTO HISTÓRICO

A Lei n. 6.019/74, que regulamenta o trabalho temporário no Brasil, foi


promulgada em um contexto de crescente industrialização e demanda por mão
de obra flexível. Durante a ditadura militar, o país passava por transformações
econômicas significativas, com a expansão do setor industrial e a necessidade
de adaptar as relações de trabalho a essa nova realidade.

O fundamento legal da lei está ancorado no artigo 170 da Constituição Federal,


que estabelece as bases da ordem econômica, incluindo a valorização do
trabalho humano e a livre iniciativa. Nesse sentido, a legislação trabalhista
temporária foi concebida como uma forma de facilitar a contratação de
trabalhadores para atender às demandas sazonais das empresas, garantindo
flexibilidade e agilidade na gestão de recursos humanos.

O momento histórico em que a Lei n. 6.019/74 foi publicada coincide com um


período de intensas transformações sociais e econômicas no Brasil, marcado
pela modernização da indústria e pelo crescimento do mercado de trabalho
urbano. A legislação visava, portanto, fornecer um arcabouço jurídico para
regulamentar o trabalho temporário e garantir direitos mínimos aos
trabalhadores nesse contexto de mudança e expansão econômica.

8.2 CONCEITUAÇÃO

A Lei nº 6.019/74 trata da temática voltada ao trabalho temporário no


cenário das empresas urbanas. Dessa forma, cabe ressaltar sobre a
conceituação desse contexto. De acordo com o art 2º, da Lei nº
6.019/74, o trabalho temporário é aquele utilizado com o objetivo de
substituir uma determinada pessoa de forma temporária ou para
complementar a necessidade presente em um serviço da empresa.
Essa função prestada deve ser realizada por uma pessoa física, assim
como determina a lei. Portanto, vale salientar que a substituição

27
realizada não pode ocorrer em situações de greve, devendo ter uma
determinação legal para a sua execução.

8.3 COMPOSIÇÃO DA RELAÇÃO DE TRABALHO TEMPORÁRIO

Em conformidade com o entendimento da autora Adriana Calvo, tem-


se a premissa de que o trabalho temporário está pautado em uma
forma trilateral, ao qual temos presença indispensável do trabalhador
temporário, empresa contratante da mão de obra e o cliente, aquele
que vai receber o serviço prestado. Nesse sentido, percebe-se que o
contrato ocorre entre duas empresas, sendo a empresa de trabalho
temporário a pessoa jurídica, assim como prescreve o art 4º da Lei nº
6.019/74.

Diante desse cenário, no momento da realização do contrato escrito,


temos a presença da empresa prestadora do serviço que vai cumprir o
papel de contratação, remuneração e direcionamento. Sendo
determinado durante esse processo que não haverá vínculo
empregatício justamente por ser um trabalho realizado de maneira
provisória. Dessa forma, tem-se o entendimento jurisprudencial sobre
este vínculo:

ARE 875868 AgR


COFINS – PIS – BASE DE CÁLCULO – LOCAÇÃO DE MÃO DE
OBRA – REGIME DE TRABALHO TEMPORÁRIO. No regime de
trabalho temporário das empresas urbanas, estabelecido por meio
da Lei nº 6.019, de 1974, o vínculo do trabalhador temporário é com
a empresa de locação de mão de obra, que recebe o preço ajustado
com a contratante dos serviços. Sobre o valor devem incidir a
Cofins e a contribuição ao PIS – Recursos Extraordinários nº
357.950-9/RS, nº 390.840-5/MG, nº 358.273-9/RS e nº 346.0804-
6/PR, de minha relatoria. ( grifo nosso)

8.4 REQUISITOS GERAIS


Quando abordamos sobre uma empresa prestadora de serviços, temos
em mente que esta deve seguir as regras previstas em lei para a sua
composição. Dessa maneira, o art 4º-B, da Lei nº 6.019/74, prevê os
requisitos principais. O primeiro ponto importante é a inscrição da
empresa no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), já que esta
28
é determinada como uma pessoa jurídica, assim como foi abordado
anteriormente. Além disso, a empresa deve fazer o registro na junta
comercial, pois assim será determinada as suas atividades. Por fim, o
capital da empresa deve ser compatível com o número de empregados,
uma vez que é necessário ter condições de realizar o pagamento
mensal de seus prestadores de serviço.
Em segundo plano, quando tratamos dos empregados, estamos
abordando sobre os seus direitos básicos dentro de uma empresa, já
que estes estão fornecendo a sua mão de obra em busca de uma
remuneração e de um tratamento adequado. Nesse sentido, na Lei nº
6.019/74 temos alguns requisitos, como, por exemplo, atender
condições no quesito da alimentação, transporte, atendimento médico,
treinamento capacitivo e condições sanitárias. Além disso, é de
extrema importância abordar que é da responsabilidade do contratante
resguardar os seus empregados em condições de segurança e higiene
quando os serviços forem prestados na localidade da empresa,
devendo prezar pela saúde do prestador. Portanto, cabe à empresa
vigiar as questões básicas.

8.5 DA CONTRATAÇÃO
A Lei nº 6.019 prevê as partes que um contrato de uma empresa
prestadora de serviços deve conter. Primeiramente, é importante
salientar sobre a qualificação das partes, determinar quem estará
presente no trabalho prestado. Logo em seguida, temos a necessidade
de especificar o trabalho ao qual será prestado, sendo vedado a
determinação de outra modalidade ao empregado. Ademais, temos o
prazo que esse trabalho será prestado e o valor que será recebido pelo
prestador de serviços.
Entretanto, existem algumas especificações, uma vez que, caso o
empregado tenha sido contrato na determinada empresa e tenha sido
demitido, este não pode prestar serviço na mesma localidade, desde
que passe o período de dezoito meses que serão contados a partir do
dia em que o empregado teve a sua demissão efetivada.
29
Além disso, esse contrato deve ser feito na forma escrita e deve ficar a
disposição da autoridade responsável por fiscalizar, pois esta terá
acesso a todas as informações, desde as partes presentes no contrato,
até o motivo justificativo sobre a demanda necessitada. Por fim, assim
como determina a lei, esse contrato tem um prazo limite, ou seja, não
pode ultrapassar o prazo de 180 dias, sendo esses dias contados de
forma consecutiva ou não, porém pode ser prorrogado por mais 90
dias.

8.6 A TERCEIRIZAÇÃO E O TRABALHO TEMPORÁRIO


Na terceirização, temos a presença da subordinação do trabalho em
relação a empresa que o terceirizou. Enquanto isso, no trabalho
temporário temos um cenário diferente, uma vez que a empresa
empregadora do trabalho temporário vai transferir a subordinação a
outra empresa que será a prestadora do serviço, ou seja, ela vai
monitorar as atividades realizadas. Portanto, percebe-se que o
trabalho temporário é denominado como uma forma de contratação,
sendo utilizada em empresas que necessitam de trabalho de forma
provisória sem vínculo empregatício.

8.7 CONTRATO DE TRABALHO TEMPORÁRIO


A legislação que rege todas as particularidades da presente
modalidade trabalhista, dispõe que, todos os contratos celebrados
durante a contratação serão obrigatoriamente escritos, e que ficarão à
disposição da autoridade responsável por fiscalizar as atividades
trabalhistas temporárias. Para além disso, o dispositivo também
assegura que todos os direitos do trabalhador temporário estejam
dispostos no contrato.
O regulamento dispõe ainda que é nula, toda e qualquer cláusula de
reserva que vise obstar a contratação do empregado pela empresa
tomadora ou cliente, ao fim do prazo estipulado pela empresa de
trabalho temporário. Cumpre salientar que inexiste nulidade na

30
contratação do trabalhador temporário pela empresa de trabalho
temporário, desde que cumpridas as exigências legais.
Vejamos:
CONTRATO TEMPORÁRIO. UNICIDADE CONTRATUAL. A prova
dos autos demonstra a regularidade na contratação nos termos da
Lei n. 6.019/74, com a redação dada pela Lei n. 13.429/17, restando
afastada a nulidade, bem como os pedidos de reconhecimento da
unicidade contratual e sucessão de empregadores. TRT da 2ª
Região; Processo: 1000194-50.2021.5.02.0362; Data: 12-07-2022;
Órgão Julgador: 11ª Turma - Cadeira 1 - 11ª Turma; Relator(a):
ADRIANA PRADO LIMA

8.8 DIREITOS DO TRABALHADOR TEMPORÁRIO


O artigo 12, da Lei nº 6.019/74 assegura os direitos do trabalhador
temporário. Sendo eles: A) Remuneração equivalente àquela
percebida pelos empregados da mesma categoria da empresa
tomadora ou cliente, ou o recebimento do salário mínimo regional; B)
Jornada de oito horas diárias, permitido a realização de horas extras,
desde que não excedentes a duas horas diárias e remuneradas com o
devido acréscimo de 20%; C) Férias proporcionais; D) Repouso
semanal remunerado; E) Adicional por trabalho noturno; F)
Indenização nos casos de dispensa sem justa causa, ou término
normal do contrato, correspondente a 1/12 do pagamento recebido; G)
Seguro contra acidentes de trabalho; H) Proteção Previdenciária.
A legislação específica garante o devido registro na Carteira de
Trabalho e Previdência Social como trabalhador temporário, não
obstante, a empresa tomadora ou cliente, deverá se comprometer a
comunicar todo acidente de trabalho que ocorrer com o trabalhador
temporário que estiver à sua disposição, nas dependências do local
onde presta o trabalho ou até mesmo na sede da empresa de trabalho
temporário.
Como visto acima, existem diversos direitos que devem ser observados
pelas empresas durante a prestação de serviço do trabalhador
temporário, no que tange às condições trabalhistas. O entendimento
jurisprudencial acerca do tema é pacífico, vejamos:

31
INÉPCIA DA INICIAL - INOCORRÊNCIA - OS DOCUMENTOS
JUNTADOS AOS AUTOS SÃO SUFICIENTES PARA O
DESLINDE DO FEITO AÇÃO DE REGRESSO - CONTRATO DE
PRESTAÇÃO DE MÃO DE OBRA TEMPORÁRIA - ACIDENTE DE
TRABALHO DE FUNCIONÁRIO DA PRESTADORA DE
SERVIÇOS - CONDENAÇÃO DE AMBAS AS PARTES NA
ESFERA TRABALHISTA -CONTRATO QUE PREVÊ
EXPRESSAMENTE A RESPONSABILIDADE DA TOMADORA
PELAS OBRIGAÇÕES DE NORMAS DE SEGURANÇA - LAUDO
PERICIAL QUE CONCLUI PELA INOBSERVÂNCIA DAS
NORMAS DE SEGURANÇA RESPONSABILIDADE DA
TOMADORA CONFIGURADA - DEVER DE RESTITUIR O VALOR
DISPENDIDO, OBSERVADO OS VALORES
COMPROVADAMENTE PAGOS NOS AUTOS - APLICAÇÃO DE
CORREÇÃO MONETÁRIA DESDE O EFETIVO DESEMBOLSO E
JUROS DE MORA DA CITAÇÃO - SENTENÇA PROCEDENTE -
DADO PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO.
AREsp n. 1.670.487, Ministro João Otávio de Noronha, DJe de
20/04/2020.

8.9 RESCISÃO CONTRATUAL


A legislação específica que rege o trabalho temporário estabelece em
seu texto legal, a possibilidade da chamada “rescisão contratual por
justa causa”. O dispositivo aqui analisado considera como justa causa,
as hipóteses elencadas nos artigos 482 e 483 da Consolidação das
Leis de Trabalho. Como por exemplo, atos de improbidade,
embriaguez habitual ou em serviço ou até mesmo violação de segredo
da empresa.
Em virtude do estabelecido anteriormente (item 9.1), a rescisão
contratual por justa causa poderá ocorrer em decorrência do
comportamento do trabalhador temporário no âmbito das relações com
a empresa de trabalho temporário, ou com a própria empresa cliente
para a qual ele estiver à disposição. Diante do tema, vejamos o
entendimento jurisprudencial:
Contrato de Trabalho Temporário. Rescisão antecipada. O contrato
de trabalho da autora, por estar regido pela Lei 6.019/74, tem regras
específicas, sobretudo quando se trata de rescisão contratual, cujo
direito às verbas resilitórias vem disciplinado em seu artigo 12,
alínea "f", ou seja, "indenização por dispensa sem justa causa ou
término normal do contrato, correspondente a 1/12 (um doze avos)
do pagamento recebido".
[...]
TRT da 2ª Região; Processo: 1002214-30.2016.5.02.0381; Data:
19-09-2017;

32
Órgão Julgador: 11ª Turma - Cadeira 1 - 11ª Turma; Relator(a):
ADRIANA PRADO LIMA

8.9.1 OBRIGAÇÕES E VEDAÇÕES LEGAIS


As empresas de trabalho temporário são obrigadas a fornecerem às
empresas tomadoras ou clientes, desde que a seu pedido, o
comprovante de regularidade com o Instituto Nacional de Previdência
Social. Ademais, a Fiscalização Trabalhista poderá exigir da empresa
tomadora ou cliente, a apresentação do contrato firmado entre àquela
e a empresa de trabalho temporário, e não obstante, também poderá
vistoriar o contrato realizado entre a última e o trabalhador temporário.
A legislação estipula duas proibições que devem ser observadas pelas
empresas de prestação de serviço temporário, sendo elas: A) Vedação
à contratação de estrangeiros com visto provisório; B) Vedação à
cobrança e recebimento de qualquer importância econômica por parte
do trabalhador temporário, ainda que a título de mediação.
Como leciona o Professor Fagner Sandes, a primeira vedação citada
anteriormente caracteriza um exemplo de trabalho proibido, ou seja, o
objeto da prestação de serviço é lícito, mas por opção legislativa, tal
prática é vedada no que tange sua aplicação.
Em síntese, tais medidas desempenham o papel precípuo de garantir
a devida segurança jurídica para todos os integrantes dessa relação
trilateral. Evitando desse modo, a ocorrência de dissídios
desnecessários entre as empresas e os trabalhadores temporários.
8.9.2 RESPONSABILIDADE DA EMPRESA TOMADORA OU CLIENTE
Inicialmente cumpre ressaltar que existem duas formas distintas de
responsabilidade. A primeira é a chamada responsabilidade solidária,
e a segunda responsabilidade subsidiária. A responsabilidade solidária
encontrase explicitamente estabelecida pelo legislador no artigo 16 da
Lei n 6.019/74, e dispõe que em caso de falência da empresa de
trabalho temporário, a empresa tomadora será responsável pelo
recolhimento das contribuições previdenciárias, pela remuneração e
pelas indenizações previstas em lei, no que se refere ao período em
que o trabalhador esteve a sua disposição.

33
Já na responsabilidade subsidiária, a empresa tomadora responderá
subsidiariamente pelas obrigações trabalhistas dos terceirizados
referentes ao período em que ocorrer a prestação de serviços. Nesse
caso, é necessário que se cumpra a ordem de exigência do
pagamento, ou seja, a empresa tomadora será subsidiariamente
responsável apenas nos casos em que a empresa de trabalho
temporário se mantiver inadimplente frente às obrigações trabalhistas
devidas aos funcionários. O Tribunal Superior do Trabalho, por meio
da súmula 331, estabelece ditames acerca do tema. Vejamos:
IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do
empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos
serviços quanto àquelas obrigações, desde que haja participado da
relação processual e conste também do título executivo judicial.
[...]
VI – A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange
todas as verbas decorrentes da condenação referentes ao período
da prestação laboral.

O entendimento jurisprudencial diante da aplicabilidade da


responsabilidade subsidiária das empresas tomadoras de serviço é
notavelmente pacificado.
Vejamos:

"I - AGRAVO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE


REVISTA - LEI Nº 13.467/2017 - RESPONSABILIDADE
SUBSIDIÁRIA. TERCEIRIZAÇÃO DE SERVIÇOS. ENTE
PÚBLICO. AUSÊNCIA DE PROVA DE FISCALIZAÇÃO. TEMA 246
DO EMENTÁRIO DE REPERCUSSÃO GERAL.
TRANSCENDÊNCIA POLÍTICA RECONHECIDA. Constatada
contrariedade à Súmula 331, V, do TST, impõe-se o provimento do
agravo para determinar o processamento do agravo de
instrumento. Agravo provido."
[...]
(RR-1001387-72.2020.5.02.0221, 8ª Turma, Relator Ministro
Sergio Pinto Martins, DEJT 19/02/2024).

8.9.3 DO JUÍZO COMPETENTE E DAS EXCEÇÕES LEGISLATIVAS


Em consonância com o artigo 19 da presente legislação analisada, o
juízo competente para resolver os litígios entre as empresas de serviço
temporário e de seus trabalhadores é da Justiça do Trabalho.

34
Visando garantir que o disposto até o momento fosse observado
eficientemente no que tange às relações trabalhistas temporárias,
verificou-se necessária a estipulação de uma sanção pecuniária, a fim
de garantir o cumprimento efetivo dos preceitos legais definidos na
norma. Ademais, foi estabelecido que a fiscalização, a autuação e o
processo de imposição de multas seriam regidos pelo Título VII da
norma geral que regula as leis trabalhistas (CLT).
Por fim, a Lei nº 6.019/74 evidencia que as normas dispostas em seu
texto não se aplicam a duas empresas. Sendo elas, as empresas de
transporte de valores e as empresas de vigilância, as quais deverão
permanecer reguladas por legislação especial, e subsidiariamente pela
CLT.
Alice M. da Silva, Rayssa L. Nóbrega e Marcello Luís
Castellani

9. TERCEIRIZAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


A Terceirização trata-se da transferência de serviços para terceiros,
que enseja na formação de uma relação triangular entre a empresa
contratante, a empresa contratada e o empregado. Sendo que o vínculo
empregatício se faz entre a empresa prestadora do serviço e o
trabalhador, e não diretamente com a contratante.
Essa forma de execução dos serviços não é recente, como demonstra
sua origem na Lei nº 6.019/74. No entanto, durante muitos anos não
houve uma regulamentação mais específica e abrangente para as
peculiaridades desse serviço. Tornando-se uma demanda recorrente,
que precisou ser levada ao Tribunal Superior do Trabalho (TST) para
que fosse pacificado o entendimento, por meio de Súmulas sobre o
tema.
Esse modo de prestação de serviço, teve um aumento crescente tanto
no setor privado como na Administração Pública. Isso se deve a
necessidade de tornar o serviço mais eficiente e especializado ao
mesmo tempo que reduz gastos. Por outro lado, a atividade
terceirizada também apresenta desvantagens, principalmente quando
35
aplicada na realidade do serviço público, impactando principalmente na
estabilidade dos serviços prestados à população. Além disso, as
limitações impostas pelo decreto nº 9.507/18 à execução da
terceirização, se torna uma dificuldade na transferência de atividades
do Estado para o setor privado.
Ao ser incorporado à Administração Pública, a terceirização traz
também encargos decorrentes da substituição do servidor público por
terceiro contratado. Nesse caso o tomador de serviços (Estado),
assumirá o papel de empregador, sendo-lhe transferidas
responsabilidades, caso a empresa prestadora de serviços não tenha
como honrar com os pagamentos de débitos trabalhistas.
A globalização aliada ao avanço tecnológico no mundo atual passou a
exigir do setor produtivo um serviço de melhor qualidade,
especificidade, aperfeiçoamento, mas que ao mesmo tempo tenha
custos reduzidos. Para atender essas demandas a Terceirização foi
uma grande aliada, já que essa forma de prestação de serviço presume
a execução ou transferência de serviços ou mão de obra por uma
empresa especializada a fim de otimizar o trabalho. Nesse sentido,
Dora Maria de Oliveira Ramos, citando Ciro Pereira da Silva, conceitua
o instituto:
[...] transferência de atividades para fornecedores especializados,
detentores de tecnologia própria e moderna, que tenham esta
atividade terceirizada como sua atividade-fim, liberando a tomadora
para concentrar seus esforços gerenciais em seu negócio principal,
preservando e evoluindo em qualidade e produtividade, reduzindo
custos e garantindo competitividade. (RAMOS, 2001, p.50)

Logo, confirma-se o fato de que a terceirização encontrou inicialmente


ampla compatibilidade com a nova necessidade de produção do setor
econômico atual, por realizar a execução principalmente de atividades-
meio das empresas contratantes, para que estas concentrem seus
esforços na atividade principal, fazendo com que o processo produtivo
seja eficiente e elimine custos.
Os resultados foram tão satisfatórios para o setor privado, que se
iniciou uma expansão da terceirização no Brasil para a máquina
pública. A Administração, assim como o setor privado introduziu essa
36
forma de serviço inicialmente na delegação de “atividades-meio que
são aquelas referentes ao suporte ou apoio necessário para
desempenho de atividades-fim” (MEIRELLES, 2000, p.135), que no
caso da administração seria o exercício do serviço público como função
administrativa desempenhada pelo Estado.
De acordo com Maria Sylvia Zanella Di Pietro (2004, p.99), serviço
público é toda atividade disciplinada em lei que é desempenhada pelo
Poder Público, e que tenham como referência os princípios
constitucionais dispostos no artigo 37 da Constituição Federal de 1988:
“Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”

Dentre estes princípios, o que mais deve ser observado no


desempenhar da atividade terceirizada exercida no âmbito da
Administração Pública seria o Princípio da Eficiência. Referido princípio
impõe que todo órgão público atue e se estruture de forma a atingir o
exercício pleno da função administrativa que seria alcançar a melhor
gestão aos recursos públicos e a qualidade do serviço público prestado
à população (DI PIETRO, 2004, p. 101).
Assim, em primeiro momento a terceirização começou a ser introduzida
pela Administração Pública de forma lícita. Confirmando tal argumento,
José dos Santos Carvalho Filho, entende que:

[...] é inteiramente legítimo que o Estado delegue a terceiros


algumas de suas atividades-meio, contratando diretamente com a
sociedade empresária, à qual os empregados pertencem. É o caso
dos serviços de conservação e limpeza e de vigilância. Aqui, trata-
se de terceirização lícita.

No entanto, a Administração precisou delimitar a delegação da


atividade terceirizada, visto que a Constituição Federal impõe limites
de gastos com despesas de pessoal, as contratações de serviços
terceirizados. Além disso, o Decreto Federal nº 9.507 de 2018, tratou
sobre a execução indireta e quais serviços públicos não serão objetos
desta prestação de serviço, na administração direta, autárquica e
fundacional.
37
Nesses termos, o artigo 3º do Decreto supramencionado é expresso
em dispor que não serão objeto de execução indireta, os serviços:

I - que envolvam a tomada de decisão ou posicionamento


institucional nas áreas de planejamento, coordenação, supervisão
e controle; II - que sejam considerados estratégicos para o órgão
ou a entidade, cuja terceirização possa colocar em risco o controle
de processos e de conhecimentos e tecnologias; III - que estejam
relacionados ao poder de polícia, de regulação, de outorga de
serviços públicos e de aplicação de sanção; e IV - que sejam
inerentes às categorias funcionais abrangidas pelo plano de cargos
do órgão ou da entidade, exceto disposição legal em contrário ou
quando se tratar de cargo extinto, total ou parcialmente, no âmbito
do quadro geral de pessoal. § 1º Os serviços auxiliares,
instrumentais ou acessórios de que tratam os incisos do caput
poderão ser executados de forma indireta, vedada a transferência
de responsabilidade para a realização de atos administrativos ou a
tomada de decisão para o contratado.

Em sentido contrário, o parágrafo 1º do artigo 3º do referido decreto


dispõe que serviços auxiliares, instrumentais ou acessórios podem ser
executados indiretamente, ou seja, são objetos de terceirização. No
entanto, ele exime a responsabilização por parte da Administração nos
casos de atos administrativos e decisões, que envolvam práticas
decisórias relacionadas ao Poder de polícia, já que este não pode ser
objeto de terceirização.

Nesse viés, é fulcral pontuar a respeito da responsabilização pela


administração público em casos de inadimplemento das obrigações
trabalhistas da empresa contratada para com seus
trabalhadores/funcionários. Desse modo, é importante destacar a
súmula nº 331 do Tribunal Superior do Trabalho (TST) em especial nos
seus incisos IV e V, ademais temos:

IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do


empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos
serviços quanto àquelas obrigações, desde que haja participado da
relação processual e conste também do título executivo judicial; V - Os
entes integrantes da Administração Pública direta e indireta respondem
subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, caso evidenciada
38
a sua conduta culposa no cumprimento das obrigações da Lei n.º
8.666, de 21.06.1993, especialmente na fiscalização do cumprimento
das obrigações contratuais e legais da prestadora de serviço como
empregadora.

A aludida responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das


obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente
contratada. Assim fica evidente que a responsabilização da
administração não é automática e sim subsidiária e que somente
ocorrerá, além da inadimplência do contrato direto, em casos de “culpa
in vigilando”, que se refere à ausência de fiscalização do cumprimento
das obrigações trabalhistas, bem como a “culpa in eligende”, que se
trata da escolha malfeita da empresa prestadora de serviços, dentre
outras possibilidades, através de irregular procedimento licitatório.
Outro fato importante a esse respeito está relacionado com quem deve
demonstrar o ônus da prova, a administração pública ou o reclamante.

A esse respeito, chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o Recurso


Extraordinário 760.931 de 26/04/2017, que dentro das suas razões de
decidir trouxe uma mudança importante, de maneira implícita,
afirmando que o ônus de comprovar a culpa in vigilando não é da
administração pública e sim do reclamante. Porém, em um julgada da
SDI (Subseção Especializadas em Dissídios Individuais) no final do
ano de 2019 o TST afirmou que cabe ao órgão público tomador dos
serviços demonstrar que fiscalizou de forma adequada o contrato, para
que não seja responsabilizado, ou seja, o ônus da prova é do poder
público. Nessa perspectiva, tem-se uma clara contradição entre o STF
e o TST acerca de quem deve comprovar o ônus da prova. O fato é
que atualmente esse tema, de número 1118, está afetado para
repercussão geral no Supremo Tribunal Federal.

Assim, conclui-se, que a administração pública responde


subsidiariamente pelos débitos trabalhistas em caso de terceirização
de serviço, desde que demonstrado a falha na fiscalização, ou seja,
essa responsabilização não é automática. Em relação ao ônus da
39
prova, tem-se um julgamento muito claro da SDI que afirma que o ônus
da prova é do poder público, o STF por sua vez deverá revisitar o tema
no bojo do tema de repercussão geral 1118.

Beatriz Dantas Gonzaga e Marcos Antônio de Moura Carvalho

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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servico-publico/ Acesso em: 01 mar. 2024

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Eduarda Camargo - 30013984 Thayssa Hipólito V. Da Silva - 30449243

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