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Introdução
Terceirização – “fenômeno pelo qual se dissocia a relação econômica de
trabalho da relação juslaboralista que lhe seria correspondente”, provocando uma
relação trilateral, triangular.
Segundo Godinho, a terceirização rebaixa o patamar de retribuição material do
trabalhador, em comparação com o colega contratado diretamente pelo tomador de
serviços (tanto salário quanto outras vantagens e proteções conferidas pelo tomador
aos seus empregados diretos), enfraquecendo a identidade pessoal e profissional do
trabalhador, diminuindo a valorização do trabalho e da pessoa humana trabalhadora.
Evolução histórica
Tomou força no Brasil apenas a partir da década de 70. CLT não tratou da
terceirização (só falou da empreitada e subempreitada).
b) Isonomia: salário-equitativo
Bueno... Quanto ao salário-equitativo e o tratamento isonômico do trabalhador
terceirizado em comparação ao trabalhador empregado da tomadora, temos algumas
situações.
Para o caso do trabalhador temporário, a Lei 6.019/74 dispõe expressamente
acerca do salário-equitativo, garantindo ao trabalhador terceirizado temporário o
mesmo padrão salarial do empregado direto da tomadora de serviços temporários.
Para o caso da terceirização ilícita em que não se pode configurar vínculo com
a tomadora, no caso da Administração Pública (vedação pelo art. 37 da CF), a
jurisprudência entende que é garantido o mesmo padrão salarial.
E para a terceirização lícita? A jurisprudência tem entendido, de forma
majoritária, que não é garantido o salário-equitativo ao trabalhador terceirizado.
Godinho critica isso, afirmando que deveria haver tratamento isonômico, como forma de
se evitar o aviltamento do valor da força de trabalho e a discriminação.
Apesar da posição do ministro Godinho, é fato que a Reforma Trabalhista
traduziu o entendimento majoritário de não garantia do salário-equitativo, vez que
introduziu à Lei 6019/74 o art. 4º-C, que dispôs que a tomadora e a prestadora poderão,
se assim o entenderem, estabelecer cláusula na direção equitativa. No entanto, isto
não é obrigatório.
Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física contratada por pessoa
jurídica prestadora de serviços temporários que a coloca à disposição de empresa
tomadora de serviços para atender à necessidade de substituição transitória de
pessoal permanente ou demanda complementar de serviços.
3. Formalidades e Prazos
O contrato de terceirização temporária possui requisitos específicos, uma
forma pré-fixada.
Tal contrato não pode ser tácito nem verbal: deve ser escrito.
O contrato civil entre as partes tomadora e prestadora também o deve ser. Esse
contrato interempresarial deve conter, também, o prazo, a qualificação das partes,
disposições sobre saúde e segurança do trabalho e valor da prestação de
serviços.
Tá, mas e caso não constem tais requisitos? Aí configura-se o contrato
empregatício tradicional.
Quanto ao PRAZO, a lei estabelece que este será de até 180 dias,
consecutivos ou não, podendo ser prorrogado por mais 90 dias, se mantidas as
condições ensejadoras do trabalho temporário.
TERCEIRIZAÇÃO E RESPONSABILIDADE
I. Responsabilidade na Terceirização: REGRA GERAL
Godinho inicia falando que a primeira Lei a tratar sobre responsabilidade em
algum tipo de terceirização, a Lei 6019/74, apenas a previa para o caso de falência da
prestadora de serviços: neste caso, a responsabilidade seria solidária. Porém,
somente quanto a contribuições previdenciárias, indenização por dispensa e
remuneração.
A Súmula 331, após longa exegese acerca da terceirização pela jurisprudência,
trouxe a regra geral: responsabilidade subsidiária da tomadora pelos créditos
trabalhistas referentes ao período de prestação laboral em seu favor.
ASPECTOS PROCESSUAIS
1. Competência
Da Justiça do Trabalho – pós EC 45/2004, todas as relações de trabalho
tornaram-se competência da JT.
2. Litisconsórcio Passivo
A jurisprudência entende que, para haver responsabilização subsidiária da
empresa tomadora, esta deve, necessariamente, compor o polo passivo da demanda.
Não adianta nada eu entrar com uma ação somente contra a minha empregadora
(prestadora) e na execução tentar cobrar da tomadora, sem que esta tenha feito parte
do processo.