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TERCEIRIZAÇÃO

▪ TERCEIRIZAÇÃO (LEI 6.019/74)

▪ A terceirização consiste na possibilidade de contratar terceiro para a realização de atividades


que não constituem, EM REGRA, o objeto principal da empresa. Em princípio, a vantagem
da terceirização está na possibilidade de a empresa contratante centralizar seus esforços na
atividade-fim ou principal, deixando as atividades secundárias ou meio para um terceiro.

▪ Na terceirização, há 3 (três) pessoas envolvidas na relação jurídica: trabalhador; empresa


prestadora (ou intermediaria) de serviços e empresa contratante (tomadora de serviço).
Verifica-se, assim, que a relação é triangular. O vinculo de emprego ocorre entre o
trabalhador e a empresa prestadora de serviços a terceiros, embora o obreiro preste serviço
em outro local, isto é, na empresa contratante.
▪ Portanto, a terceirização compreende a transferência de um serviço ou atividade especifico de uma empresa a outra,
ou seja, não se busca apenas um trabalhador para substituir outro que entrou em férias, por exemplo, mas sim há
verdadeira delegação de um setor da empresa para que outra possa atuar com seus próprios empregados
terceirados.

▪ Obs.: Os trabalhadores do seguinte de Vigilância e Transporte de valores, não se aplica a terceirização (art. 19.B,
L.6.019/74), mas sim a lei especifica deles (L. 7.102/83 e subsidiariamente a CLT).

TERCEIRIZAÇÃO NA ATIVIDADE-FIM (REFORMA TRABALHISTA)

▪ Art. 4o-A. Considera-se prestação de serviços a terceiros a transferência feita pela contratante da execução de
quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal, à pessoa jurídica de direito privado prestadora de
serviços que possua capacidade econômica compatível com a sua execução.

▪ § 1o A empresa prestadora de serviços contrata, remunera e dirige o trabalho realizado por seus trabalhadores, ou
subcontrata outras empresas para realização desses serviços.

▪ § 2o Não se configura vínculo empregatício entre os trabalhadores, ou sócios das empresas prestadoras de serviços,
qualquer que seja o seu ramo, e a empresa contratante.
▪ Art. 5o-A. Contratante é a pessoa física ou jurídica que celebra contrato com empresa de prestação de serviços

relacionados a quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal. § 1 o É vedada à contratante a
utilização dos trabalhadores em atividades distintas daquelas que foram objeto do contrato com a empresa prestadora
de serviços.

▪ § 2o Os serviços contratados poderão ser executados nas instalações físicas da empresa contratante ou em outro local,

de comum acordo entre as partes. 3o É RESPONSABILIDADE DA CONTRATANTE garantir as condições de


segurança, higiene e salubridade dos trabalhadores, quando o trabalho for realizado em suas dependências ou local
previamente convencionado em contrato.

▪ § 4o A contratante poderá estender ao trabalhador da empresa de prestação de serviços o mesmo atendimento médico,

ambulatorial e de refeição destinado aos seus empregados, existente nas dependências da contratante, ou local por ela
designado. 5o A empresa contratante é subsidiariamente responsável pelas obrigações trabalhistas referentes ao
período em que ocorrer a prestação de serviços, e o recolhimento das contribuições previdenciárias observará o
disposto no art. 31 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991.
TERCEIRIZAÇÃO LÍCITA

▪ Apesar da viabilidade de contratar terceirizado na atividade-fim, permanece intacto a não presença dos requisitos
de: SUBORDINAÇÃO E PESSOALIDADE, eis que o que está sendo contratado é o SERVIÇO e não a pessoa.

▪ Súmula nº 331 do TST -CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LEGALIDADE

▪ III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de vigilância (Lei nº 7.102, de

20.06.1983) e de conservação e limpeza, bem como a de serviços especializados ligados à atividade-meio do


tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a subordinação direta.

▪ Ademais, a reforma trabalhista ainda trouxe um novo requisito para ser licita a terceirização:

▪ Lei 6.019/74 - Art. 4o-A. Considera-se prestação de serviços a terceiros a transferência feita pela contratante

da execução de quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal, à pessoa jurídica de direito
privado prestadora de serviços que possua CAPACIDADE ECONÔMICA compatível com a sua execução.
▪ CONSEQUÊNCIA PELA INCOMPATIBILIDADE DA CAPACIDADE ECONÔMICA:

▪ A ausência deste requisito, PODERÁ levar ao reconhecimento de vínculo de emprego direito


com a empresa contratante. Assim, o inadimplemento das verbas trabalhistas pela empresa
prestadora do serviço a terceiros demonstra que não possui o requisito da capacidade
econômica, devendo a terceirização ser considerada ilícita, conforme os enunciados 78 e 79 da
2ª jornada de direito material e processual do trabalho.

▪ Soma-se ainda, com a falta da capacidade econômica, com subordinação e pessoalidade, o


contrato de terceirização deve ser considerado nulo, pois divorcia ele dos preceitos da CLT no
seu artigo 9º.

▪ Por fim, 2 (dois) são os requisitos para ser licita a terceirização:

1) Ausência da pessoalidade e subordinação entre terceirizado e empresa contratante (tomadora do


serviço);
FRAUDE NA TERCEIRIZAÇÃO - Pelas questões acima apontadas, recaindo os fatos sobre a falta dos requisitos acima e com
combinação do art. 9º da CLT, forçoso, portanto, reconhecer a ilicitude da terceirização e por consequência o vínculo de emprego
direito com a tomadora do serviço.

▪ Pode-se trazer como exemplo: o terceirizado que está sobre as ordens (em todos os aspectos laborativos) e sofre controle de
jornada e não pode ser substituído, ou seja, requisitos que estão ligados à relação de emprego. Vale informar, se constada a
fraude na terceirização, as consequências trabalhistas serão distintas caso o trabalhador preste serviço em empresa privada
ou ente público (direito ou indireto):

a) PARA EMPRESA PRIVADA: HAVERÁ VINCULO DE EMPREGO e se o trabalhador for de alguma categoria profissional
deve ter seus direitos ligados aos da sua categoria, por exemplo: bancário, o qual labora 6 (seis) horas diárias e não 8 (oito).

b) PARA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: IMPOSSIBILIDADE DE VINCULO DE EMPREGO, pois deve ser observado para ter
relação de trabalho com o ente público deve ser pautado por concurso público (art.37º, II, CF/88).

▪ Orientação Jurisprudencial 383/TST-SDI-I - 19/04/2010. Locação e mão de obra. Terceirização. Prestação de serviços.
Empregados da empresa prestadora de serviços e da tomadora. Isonomia. Lei 6.019/1974, art. 12, «a» «A contratação
irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, não gera vínculo de emprego com ente da Administração Pública,
não afastando, contudo, pelo princípio da isonomia, o direito dos empregados terceirizados às mesmas verbas trabalhistas
legais e normativas asseguradas àqueles contratados pelo tomador dos serviços, desde que presente a igualdade de funções.
Aplicação analógica do art. 12, «a», da Lei 6.019, de 03/01/74. »
▪ Já sobre a responsabilidade do Ente Público quando a empresa terceirizada não quitar
as verbas trabalhistas será a: subsidiária, nos termos da:

∙ Súmula nº 331 do TST:

▪ V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta respondem

subsidiariamente (VIDE ART. 121º §2º DA LEI 14.133/21), nas mesmas condições do
item IV, caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das obrigações da Lei
n.º 8.666, de 21.06.1993, especialmente na fiscalização do cumprimento das obrigações
contratuais e legais da prestadora de serviço como empregadora. A aludida
responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas
assumidas pela empresa regularmente contratada.
QUARTEIRIZAÇÃO

▪ Antes da reforma está modalidade era reconhecida pelo TST como fraude, contudo, após a reforma
trabalhista ficou normatizada, portanto, licita.

▪ Em vista disso, pode-se dizer que é a transferência de parte da gestão dos serviços de uma empresa

terceirizada para outra empresa, assim, dar-se-á a relação da seguinte forma.

▪ § 1o A empresa prestadora de serviços contrata, remunera e dirige o trabalho realizado

por seus trabalhadores, ou subcontrata outras empresas para realização desses serviços.
REQUISITOS PARA FUNCIONAMENTO DA EMPRESA DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS A
TERCEIROS, a saber:

▪ Art. 4o-B. São requisitos para o funcionamento da empresa de prestação de serviços a

terceiros: I - prova de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ); II -


registro na Junta Comercial; III - capital social compatível com o número de empregados,
observando-se os seguintes parâmetros:

▪ a) empresas com até dez empregados - capital mínimo de R$ 10.000,00 (dez mil reais); b)

empresas com mais de dez e até vinte empregados - capital mínimo de R$ 25.000,00 (vinte e cinco
mil reais); c) empresas com mais de vinte e até cinquenta empregados - capital mínimo de R$
45.000,00 (quarenta e cinco mil reais); d) empresas com mais de cinquenta e até cem empregados -
capital mínimo de R$ 100.000,00 (cem mil reais); e e) empresas com mais de cem empregados -
capital mínimo de R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais).
▪ RESPONSABILIDADE DA TOMADORA DE SERVIÇO

▪ Art. 5o-A. Contratante é a pessoa física ou jurídica que celebra contrato com empresa de

prestação de serviços relacionados a quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade


principal.

▪ § 5o A empresa contratante é subsidiariamente responsável pelas obrigações trabalhistas

referentes ao período em que ocorrer a prestação de serviços, e o recolhimento das


contribuições previdenciárias observará o disposto no art. 31 da Lei no 8.212, de 24 de
julho de 1991.

▪ A empresa tomadora não é o empregadora, contudo o trabalho realizado pelo terceirizado a


beneficia diretamente. Logo, se a empresa prestadora do serviço não pagar aos trabalhadores
restará à tomadora os pagamentos dos encargos trabalhistas.
SALÁRIO EQUIVALENTE

▪ A reforma trabalhista trouxe a possibilidade de existir a garantia de salário equivalente entre


os terceirizados e empregados da tomadora de serviço.

∙ Artigo 4º, C - § 1o Contratante e contratada poderão estabelecer, se assim entenderem, que os

empregados da contratada farão jus a salário equivalente ao pago aos empregados da


contratante, além de outros direitos não previstos neste artigo.

▪ Em sentido contrário está a doutrina, a saber:

▪ Enunciado 16, II da 1º jornada de Direito Material e processual do trabalho:


TERCEIRIZAÇÃO. SALÁRIO EQÜITATIVO. PRINCÍPIO DA NÃODISCRIMINAÇÃO. Os
empregados da empresa prestadora de serviços, em caso de terceirização lícita ou ilícita,
TERÃO DIREITO ao mesmo salário dos empregados vinculados à empresa tomadora que
exercerem função similar.
Quarentena da EMPRESA prestadora de serviços a terceiros

▪ Art. 5o-C. Não pode figurar como contratada, nos termos do art. 4o-A desta Lei, a pessoa jurídica cujos

titulares ou sócios tenham, nos últimos dezoito meses, prestado serviços à contratante na qualidade de
empregado ou trabalhador sem vínculo empregatício, exceto se os referidos titulares ou sócios forem
aposentados.

▪ Ex.: Se um empregado for dispensado sem justa causa, somente poderá figurar como empresa contratada em
eventual terceirização de serviços na empresa contratante após o decurso do prazo de 18 meses da data do término
do contrato de trabalho.

Quarentena do EMPREGADO terceirizado

▪ Art. 5o-D. O empregado que for demitido não poderá prestar serviços para esta mesma empresa na

qualidade de empregado de empresa prestadora de serviços antes do decurso de prazo de dezoito meses,
contados a partir da demissão do empregado

▪ Ex.: Caso o empregado terceirizado tenha sido demitido esse apenas poderá voltar a trabalhar nesta qualidade

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