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III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de vigilância (Lei
nº 7.102, de 20.06.1983) e de conservação e limpeza, bem como a de serviços especializados
ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a subordina-ção
direta.
É interessante tratar sobre a Súmula 331. Durante anos, esta foi a principal fonte normativa
acerca da Terceirização. Antes das Reformas ocorridas em 2017, somente se tratava sobre
TERCEIRIZAÇÃO PROPRIAMENTE DITA na Súmula supratranscrita. Atualmente, existem alguns
pontos que estão desatualizados, que deverão ser atualizados em algum momento pelo TST.
O inciso II surge como exceção à regra contida no inciso I, no que toca à formação de vínculo de
emprego com a tomadora, no caso da Administração Pública. Por quê? Devido à regra contida
no art. 37 da CF, no sentido de que a Administração não pode contratar sem concurso público.
Para compatibilizar o entendimento com a previsão constitucional de 1988, o TST alterou a
súmula, mantendo a ilegalidade da contratação por meio de empresa interposta, mas deixando
explícito que com a Administração não há formação de vínculo, justamente por não ter havido
concurso público.
O inciso III encontra-se desatualizado. Por quê? Pois com a Reforma Trabalhista, a qual
promoveu alterações à Lei 6019/74, permitiu-se a terceirização irrefreada de quaisquer
atividades da empresa tomadora dos serviços, independente de estarem ligadas ou não à
atividade principal. Dessa forma, as antes restritas hipóteses de terceirização (atividades-meio,
segurança, limpeza e conservação) foram alargadas para quaisquer hipóteses.
O inciso IV trata da Responsabilidade da empresa tomadora dos serviços. Tal inciso se refere,
exclusivamente, ao tomador privado de serviços. Para este, a responsabilidade é subsidiária,
havendo responsabilidade objetiva, ou seja, independendo de comprovação de culpa. Se a
prestadora descumprir as obrigações trabalhistas, o Tomador por elas responde, na proporção
dos serviços a ele prestados.
O inciso V, por sua vez, trata da Responsabilidade do Ente Público. Como em 2011 o STF
entendeu como constitucional o art. 71 da Lei 8666 (que dispõe que a Administração Pública
não responde pelo mero inadimplemento das obrigações trabalhistas da prestadora), o TST
alterou o entendimento do antigo inciso IV (que não distinguia ente privado de ente público),
dizendo que, para a Administração Pública ser responsável subsidiariamente, necessariamente
deve haver falha na fiscalização do contrato de prestação de serviços (culpa in vigilando). Obs.:
nesse mesmo julgamento, o STF entendeu que, havendo processo licitatório válido, não há falar
em culpa in eligendo.
Essa OJ é interessante, pois está relacionada ao inciso II da Súmula 331. Pela redação da OJ, dado
o princípio da isonomia, ainda que não configure vínculo empregatício direto com a
Administração Pública, a contratação irregular de trabalhador por esta, por meio de empresa
interposta, garante para o terceirizado contratado direito às mesmas verbas trabalhistas legais
e normativas asseguradas aos contratados pelo tomador, se houver identidade de funções.
Tal precedente normativo refere-se ao RSR do trabalhador temporário, à monta de 1/6 de seu
salário diário.