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ASSISTENTE DE CONTABILIDADE

2023

PROFESSOR: LUIS FORMAGIO

“TRABALHE, SIRVA E NÃO ENCHA O SACO DE NINGUÉM.”


ÍTALO MARSILI
AULA 12
LEGISLAÇÃO TRABALHISTA

Empregador

É a empresa individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade


econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços. Art. 2º
CLT.

São características do Empregador:

 Admitir: contratação de pessoas qualificadas para executarem os


serviços;

 Assalariar: o empregador que admite deve pagar o salário respectivo ao


empregado pelos serviços prestados;

 Dirigir: o empregador deve controlar e administrar a prestação de


serviços dos empregados.

Empregado

É toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a


empregador, sob dependência deste e mediante salário. Art. 3º CLT.

Pessoa física: empregado é pessoa física ou natural. Não é possível


empregado pessoa jurídica.

Não eventualidade da prestação de serviços: o empregado deve exercer uma


atividade permanente.

São características do Empregado:


 Pessoalidade: o empregado deve prestar pessoalmente os serviços,
pois o contrato de trabalho é ajustado em função de uma determinada
pessoa. Não havendo pessoalidade, descaracteriza-se a relação de
emprego;

 Subordinação jurídica: o empregado deve subordinar-se às ordens


lícitas de seu empregador. Tem dependência econômica material e
salarial em relação ao empregador;

 Onerosidade: não há gratuidade, pois se havendo, não configura relação


de emprego.

AUTÔNOMO

Autônomo é todo aquele que exerce sua atividade profissional sem vínculo
empregatício, por conta própria e com assunção de seus próprios riscos. A
prestação de serviços é de forma eventual e não habitual. Ex: Um contador,
que mantém escritório próprio, e atende a diversos clientes.

ESTAGIÁRIO

A Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008, define o estágio como o ato


educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que
visa à preparação para o trabalho produtivo do estudante. O estágio integra o
itinerário formativo do educando e faz parte do projeto pedagógico do curso.

As pessoas jurídicas de direito privado e os órgãos da administração pública


direta, autárquica e fundacional de qualquer dos poderes da união, dos
estados, do Distrito Federal e dos municípios, podem contratar Estagiário.
Também os profissionais liberais de nível superior, devidamente registrados
em seus respectivos conselhos, podem oferecer estágio.

Podem ser Estagiário Estudantes que estiverem frequentando o ensino


regular, em instituições de educação superior, de educação profissional, de
ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental,
na modalidade profissional da educação de jovens e adultos.
(art. 1º da Lei nº 11.788/2008)

O estágio não caracteriza vínculo de emprego de qualquer natureza, desde


que observados os requisitos legais, não sendo devidos encargos sociais,
trabalhistas e previdenciários. (arts. 3º e 15 da Lei nº 11.788/2008).

REMUNERAÇÃO E SALÁRIO
Art. 457 CLT - Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos
os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador,
como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber.

Art. 458 CLT - Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário,


para todos os efeitos legais, a alimentação, habitação, vestuário ou outras
prestações in natura que a empresa por força do contrato ou do costume,
fornecer habitualmente ao empregado.

PODER DISCIPLINADOR DO EMPREGADOR

O poder disciplinar do empregador constitui a prerrogativa de exercício da


autoridade sobre o trabalho realizado pelo empregado, complementando o
poder de direção da atividade profissional com a capacidade de impor sanções
disciplinares.

O exercício do poder disciplinar deve necessariamente seguir o estatuto


interno da empresa, quando existir, ou as convenções coletivas de trabalho,
sendo ambas as normas subordinadas à legislação.

Em que pese não esteja expressamente prevista em lei, admite-se o uso de


advertências por escrito para o empregado, sob o argumento de que a
autorização pela lei de sanção mais grave, como a suspensão, prevista pelo
Artigo 474 da CLT. Com a autorização da aplicação de sanção mais grave e
prejudicial pelo empregador, inexistem impedimentos para a aplicação de
sanção mais branda, a qual não priva o empregado do trabalho e do
recebimento de salário.

Ainda dentro do poder disciplinar, o empregador possui a prerrogativa de


encerrar o contrato de trabalho em decorrência da prática de falta grave do
empregado, que torne a continuidade do vínculo empregatício insustentável,
seja através da demissão por justa causa, seja através do ajuizamento de
inquérito para apuração de falta grave, nos casos em que o empregado for
dotado de estabilidade por força de lei ou convenção coletiva.

FÉRIAS

Férias é um descanso concedido ao empregado que trabalha pelo menos um


ano para o empregador. O direito é assegurado no artigo 7º, inciso XVII da
Constituição, que trata dos direitos dos trabalhadores urbanos e rurais: “O
gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que
o salário normal”.
O trabalhador adquire direito a férias após cada período de 12 meses (período
aquisitivo) de vigência do contrato de trabalho, ou seja, conta-se o ano
contratual, e não o ano civil (CLT, artigo 130). Algumas circunstâncias
interrompem essa contagem, como a do empregado que deixa o emprego e
não é readmitido em 60 dias ou que permanece em licença remunerada por
mais de 30 dias. Outras hipóteses estão previstas na lei (CLT, artigos 131 e
132).

Após o primeiro ano de trabalho (período aquisitivo), inicia-se a contagem do


período de concessão das férias (período concessivo). A escolha do período
depende da concordância do empregador, que pode definir as escalas de
férias.

A lei prevê duas exceções. Os membros de uma família que trabalharem no


mesmo estabelecimento ou empresa terão direito a gozar férias no mesmo
período, se assim o desejarem e se disto não resultar prejuízo para o serviço.
A outra hipótese é a do empregado estudante menor de 18 anos, que tem o
direito de fazer coincidir suas férias com as escolares.

É vedado o início das férias nos dois dias que antecederem feriado ou dia de
repouso semanal remunerado.

O início das férias deve ser comunicado ao empregado com antecedência


mínima de 30 dias, por escrito e mediante recibo, com apresentação da
carteira de trabalho para a anotação dos períodos aquisitivos e concessivos.
Essa anotação gera presunção relativa de veracidade em proveito do
empregador, conforme o artigo 40, inciso I, da CLT e a Súmula 12 do TST.

Até 2017, a CLT exigia que as férias fossem usufruídas num só período de 30
dias. A partir da entrada em vigor da Reforma Trabalhista (Lei 13.467/2017),
desde que haja concordância do empregado, as férias podem ser fracionadas
em até três períodos, desde que um deles não seja ser inferior a 14 dias
corridos e os demais não sejam inferiores a cinco dias corridos cada um (artigo
134, parágrafo 1º da CLT).

As faltas ao serviço podem ter impacto no direito de férias. De acordo com o


artigo 130 da CLT, o empregado terá direito a férias na seguinte proporção: 30
dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de cinco vezes; 24
dias corridos, quando houver tido de seis a 14 faltas; 18 dias corridos, quando
houver tido de 15 a 23 faltas; 12 dias corridos, quando houver tido de 24 a 32
faltas.

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